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Percepção sobre a violência contra a mulher e a assistência prestada às vítimas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRÍ

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

JÚLIA TEREZA COSTA BARBOSA

PERCEPÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A ASSISTÊNCIA PRESTADA ÀS VÍTIMAS

SANTA CRUZ-RN 2019

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JÚLIA TEREZA COSTA BARBOSA

PERCEPÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A ASSISTÊNCIA PRESTADA ÀS VÍTIMAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rafaela Carolini de Oliveira Távora

SANTA CRUZ-RN 2019

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JÚLIA TEREZA COSTA BARBOSA

PERCEPÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E A ASSISTÊNCIA PRESTADA ÀS VÍTIMAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovado em: 11 de dezembro de 2019

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Prof.ª Dr.ª Rafaela Carolini de Oliveira Távora - Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________ Prof.ª Dr.ª Luciana Fernandes de Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________ Enf.ª Maria Aparecida Paulo dos Santos

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Dedico este trabalho à minha mãe, por tudo que passou e por todos os obstáculos superados. Dedico também à Regina Rangel, que sempre me apoiou sem duvidar da minha capacidade e por fim, dedico às mulheres que vivem em situação de violência e que decidem romper com o silêncio em busca de uma vida digna.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus por até aqui ter me guiado, sustentado e realizado muito além do que sonhei.

A minha mãe por todo o seu apoio, por nunca ter desistido de mim e jamais ter duvidado da minha capacidade.

A minha amada tia Regina, que sempre me mostrou o caminho a ser seguido, me orientando, mesmo que à distância e me apoiando sempre no meu crescimento intelectual.

A minha família por ter me ajudado até o fim.

A minha orientadora por todo o apoio, dedicação e carinho dedicados até o fim dessa longa jornada e aos meus colegas de turma por sempre me fortalecerem nos momentos difíceis.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 OBJETIVO ... 12

3 METODOLOGIA ... 12

4 RESULTADOS ... 14

4.1 Compreensão acerca da violência de gênero. ... 14

4.2 Vivência de violência de gênero ... 15

4.3 Busca por apoio ... 17

4.4 A Enfermagem na assistência às vítimas. ... 17

5 DISCUSSÃO ... 18

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 22

REFERÊNCIAS ... 24

APÊNDICE A – Questionário para as usuárias do serviço de saúde ... 27

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RESUMO

Introdução: A violência contra a mulher configura atualmente uma das principais causas de mortalidade feminina, sendo desta forma, um problema de saúde pública mundial. Objetivo: Analisar a percepção sobre a violência contra a mulher e a assistência prestada às vítimas. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo descritivo e exploratório, desenvolvido em uma Unidade Básica de Saúde, situada no município de Natal, RN. Fizeram parte da amostra nove usuárias do serviço de saúde e uma enfermeira da Unidade Básica de Saúde. A coleta de dados com as usuárias e enfermeira ocorreu no mês de novembro de 2019, por meio de entrevistas semiestruturadas. Resultados: As entrevistas foram realizadas, transcritas e lidas exaustivamente, originando quatro categorias: Compreensão acerca da violência de gênero; Vivência da violência de gênero; Busca por apoio e a Enfermagem na assistência às vítimas. Discussão: Percebe-se a falta de conhecimento das mulheres em relação à temática, relacionando a violência apenas às agressões físicas, morais e sexuais. Pela cultura machista presente em uma sociedade ainda patriarcal, ainda pelo estigma instituído às vítimas originado da sociedade. Paralelo a isso, agrega-se o pouco preparo do profissional de Enfermagem, na prestação da assistência às vítimas. Conclusão: A partir da pesquisa em questão evidenciou-se o conhecimento deficitário acerca da violência de gênero e da assistência prestada às vítimas por parte das usuárias e da profissional de Enfermagem do serviço de saúde na Atenção Básica.

DESCRITORES: Violência de gênero. Violência contra a mulher. Enfermagem. Atenção Primária à Saúde.

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ABSTRACT

Introduction:Violence against women is currently one of the main causes of female mortality, making it a worldwide public health problem. Objective: To analyze the perception of violence against women and the assistance provided to victims. Methodology: This is a qualitative descriptive and exploratory study, developed in a Basic Health Unit, located in Natal, RN. Nine users of the health service and one nurse from the Basic Health Unit were part of the sample. Data collection with users and nurse occurred in November 2019, through semi-structured interviews. Results: The interviews were conducted, transcribed and read comprehensively, resulting in four categories: Understanding about gender violence; Experience of gender violence; Search for support and nursing in assisting victims. Discussion: It is perceived the lack of knowledge of women regarding the theme, relating violence only to physical, moral and sexual aggression. For the macho culture present in a still patriarchal society, still for the stigma instituted to the victims originated from the society. Parallel to this, there is the little preparation of the nursing professional in providing assistance to victims. Conclusion: From the research in question, it was evidenced the deficient knowledge about gender violence and the assistance provided to the victims by the users and the nursing professional of the health service in Primary Care.

KEY WORDS: Gender violence. Violence against women. Nursing. Primary Health Care.

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1 INTRODUÇÃO

A violência contra a mulher configura atualmente uma das principais causas de mortalidade feminina, sendo desta forma, um problema de saúde pública mundial. Ela pode ser observada em diferentes faixas etárias, desde a infância à vida adulta, chegando à senilidade. (BRASIL, 2016).

Na maioria das vezes, seus agressores são pessoas próximas, como parentes, companheiros, líderes de trabalho/religiosos. Caracteriza-se por qualquer ato ou conduta relacionado ao gênero feminino que venha causar sofrimento ou dano, seja ele físico, moral, psicológico, sexual ou patrimonial. (BRASIL, 2016)

Acrescenta-se que esse tipo de violência ocorre com mulheres de diferentes classes sociais, raças/etnias, níveis de escolaridade, religiões, orientações sexual, regiões, estado civil; bem como, pode se desenvolver em ambientes distintos como no ambiente familiar, na comunidade, no trabalho ou em dimensões religiosas. (BRASIL, 2016).

Segundo estudos do Núcleo de Violências da Universidade de São Paulo em parceria com o Fórum de Segurança Pública e a Rede Globo, uma mulher é morta a cada duas horas no Brasil. Comparando-se os dados estatísticos entre os anos de 2017 e 2018 houve uma queda de 6,7% nos casos de homicídios dolosos, porém houve um aumento de 12% no número de feminicídios. (G1; MONITOR DA VIOLÊNCIA, 2019). O feminicídio é o assassinato de uma mulher por um homem, estando eles atual ou anteriormente envolvidos de forma afetiva. (BRASÍLIA, 2018).

Apesar da grande divulgação e da disseminação de informações tidas atualmente sobre a temática, este é um assunto que permeia nos âmbitos político e jurídico há décadas. Em 1994, foi proposta em Belém do Pará a “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher”, também conhecida como “Convenção de Belém do Pará”. (BRASIL, 1994). Além de sua importância por marcar o início de uma longa jornada na formulação e aplicação de legislações, ela também serviu como base para a formalização da Lei Maria da Penha. (BANDEIRA; ALMEIDA, 2015).

A Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, (BRASIL, 2006) é a pioneira no Brasil relacionada à violência contra a mulher, nela além de encontrar-se os vários tipos de violência existentes contra o encontrar-sexo feminino, podemos obencontrar-servar também o direcionamento no atendimento da equipe policial às vítimas, sendo dever

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dos mesmos ouvir e lavrar o boletim de ocorrência, bem como direcionar a vítima ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal, além de garantir a segurança da mesma, seja no deslocamento para estes órgãos ou posteriormente à denúncia.

A mulher vítima de violência sexual possui um quadro de atendimento específico na área da saúde, estes pontos podem ser encontrados na Lei nº 12.845/2013 que dispõe “sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual”. São itens: métodos preventivos, emergenciais, acompanhamento, reabilitação, tratamentos de eventuais agravos tanto físicos, quanto psicológicos, além do direito ao abortamento legal, se solicitado pela mulher ou adolescente. (BRASIL, 2013)

Em 8 de novembro de 2017, foi sancionada a Lei de nº 13.505, que acrescenta à Lei Maria da Penha, o direito da mulher em situação de violência ao atendimento policial e pericial, especializado, ininterrupto e preferencialmente por servidores do sexo feminino. (BRASIL, 2017).

Nesse contexto de violência, existem desde traumas diretos, os quais acarretam riscos físicos à mulher, a traumas indiretos, trazendo sequelas psicológicas podendo levar, inclusive, ao suicídio. Há também prejuízos na vida profissional, à vida de filhos e outros familiares. (MIRANDA; PAULA; PAULA, 2010)

Apesar de as marcas físicas e psicológicas da vítima a acompanharem pelo resto da vida, quando a própria vida não lhe é retirada, as punições não atingem a mesma proporção para os agressores.

A penalidade aos agressores pode variar desde o afastamento do domicílio ou local de convivência da vítima, à prisão de três meses a dois anos, em caso de descumprimento da lei ou de agressão à mulher, a seus parentes, familiares ou pessoas vinculadas a ela. (BRASIL, 2018).

O Brasil, ainda é um país patriarcal, no qual o machismo tem raízes centenárias arraigadas na cultura da população. A nível regional, podemos identificá-lo com muita força no nordeste brasileiro, o que se confirma a partir de um estudo multicêntrico realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que mostra a prevalência da violência conjugal física contra a mulher, no estado de São Paulo atingido 27%, enquanto que na zona da mata pernambucana, chega a 34%. (MIRANDA; PAULA; PAULA, 2010). O que pode ser evidenciado também em Bezerra et. al, (2016), que aponta a questão cultural do nordeste como um fator para a violência contra a mulher.

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No Rio Grande do Norte (RN) de acordo com o Ministério Público desse estado e o Observatório da Violência do RN - Instituto Marcos Dionísio Medeiros Caldas (Obvio), entre os anos de 2015 e 2018 houve um aumento de 30,8% nos casos de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), apenas os casos de feminicídios mostraram índices negativos (-4%), ainda assim foram números alarmantes de feminícidios entre 1º de janeiro a 10 de setembro de 2018, chegando a um total de 23 casos no estado. (OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA DO RN - INSTITUTO MARCOS DIONÍSIO MEDEIROS CALDAS, 2018).

Acrescenta-se que o serviço de saúde na Atenção Básica, apesar de ser regido por protocolos de atendimento, ainda é pouco familiarizado com o tipo de conduta à ser seguida em casos de violência doméstica e intrafamiliar. Os diversos profissionais das equipes podem deparar-se com situações deste tipo sem que percebam, caso não tenham um olhar sensível e aguçado sobre a temática.

Na Atenção Básica, há o direcionamento no atendimento às vítimas de violência, que pode ser seguido pelas equipes multiprofissionais, neles encontramos o atendimento com a escuta qualificada da mulher, a avaliação global que envolve exame físico geral e específico; plano de cuidados com a dispensação e administração de profilaxia, plano de segurança em caso de risco, vigilância e notificação dos casos, atenção humanizada em caso de interrupção legal da gestação, a abordagem de jovens e adolescentes, monitoramento e coordenação do cuidado e educação em saúde. (BRASIL, 2016).

O presente trabalho originou-se a partir do interesse em saber sobre o que mulheres e profissionais do serviço de saúde na Atenção Básica conhecem sobre a violência contra a mulher, se os profissionais estão aptos a receber e conduzir um atendimento qualificado às vítimas, de acordo com os Protocolos da Atenção Básica e o que as mulheres conhecem sobre os seus direitos a os tipos de assistências que devem ser prestadas as vítimas de violência.

A temática debatida torna-se extremamente importante visto que ainda há muito para ser explorado sobre o assunto, principalmente em relação às vítimas, já que um dos obstáculos encontrados durante a revisão de literatura foi o déficit em trabalhos voltados para o olhar e opiniões delas. (MIRANDA; PAULA; PAULA, 2010), (BANDEIRA; ALMEIDA, 2015), (BEZERRA et. al, 2016). Acrescenta-se que no trabalho vislumbra-se o âmbito do profissional de saúde e o da mulher, trazendo um olhar diferenciado.

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2 OBJETIVO

Analisar a percepção sobre a violência contra a mulher e a assistência prestada às vítimas.

3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo do tipo descritivo e exploratório. Este tipo de pesquisa foi escolhido pelo fato de adequar-se à temática e a forma como a mesma foi conduzida junto aos integrantes do trabalho, pois diante do tema estudado foi de grande valia para a pesquisa as falas das entrevistadas, seus pensamentos, opiniões e anseios.

De acordo com Flick (2009), é a pluralidade de opiniões e olhares das diversas esferas sociais que merecem uma reflexão minuciosa e sensível, visto que há uma gama de culturas e estilos de vida que irão impactar diretamente na maneira de vivenciar e opinar sobre os assuntos cotidianos. Desta forma, foi por meio da exploração dos dados coletados e da descrição dos mesmos que a pesquisa pode ser embasada e esclarecedora. (MARCONI, LAKATOS 2008)

A coleta de dados foi desenvolvida na Unidade Básica de Saúde (UBS), situada no município de Natal, RN. Essa UBS foi escolhida por haver formação de vínculo prévio com a equipe de pesquisa, devido ser campo de estágio para a universidade. Acrescenta-se a particularidade dessa unidade, já que a mesma não conta com uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), não se detendo ao atendimento a um território delimitado, obedecendo a uma demanda livre e diversificada no que diz respeito à pluralidade social.

Sendo assim, esta característica no funcionamento da UBS foi enriquecedora para a pesquisa, pois durante a coleta e análise dos dados foi possível observar e comparar opiniões e realidades sociais diversas.

Para a realização da pesquisa, fez parte da amostra dois grupos: o primeiro, constituído por mulheres que aguardavam o atendimento para exame citopatológico e o segundo, pelas enfermeiras que atuam na referida UBS.

Assim, como critério de inclusão para o primeiro grupo: participaram da pesquisa mulheres a partir de 18 anos, que estavam na UBS para realizar o exame

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citopatológico no período de coleta de informações. Como critério de exclusão: mulheres com déficit cognitivo, pois não seria possível responder ao instrumento de coleta de dados de forma satisfatória ao cumprimento dos objetivos da pesquisa, indivíduos com surdez total, pois a equipe de pesquisa não se encontra apta para a comunicação adequada e mulheres com idade menor que 18 anos.

Como forma de avaliação da capacidade cognitiva, foi utilizado o Teste de Fluência Verbal que avalia o nível de cognição a partir do maior número de palavras relacionadas a alguma categoria, faladas pela pessoa avaliada no prazo de 1 minuto, o escore esperado é de quatorze a quinze palavras citadas de acordo com a categoria selecionada. Estimou-se um prazo de 5 minutos para a aplicação do teste, considerando a explicação para tal.

Para o segundo grupo, foi inclusa a enfermeira que trabalha nessa mesma unidade, realizando exame preventivo. Foram excluídos dessa amostra aqueles que estiveram de licença, afastados ou de férias no período de coleta de dados.

Para limitar a amostra do primeiro grupo utilizou-se o método de saturação teórica, o qual finaliza a coleta quando as opiniões relacionadas à temática tornam-se recorrentes (FLICK, 2009). Para o tornam-segundo grupo não houve estornam-se limitante. Assim, estimou-se a participação de 10 entrevistadas, acrescentando a esse número as duas enfermeiras que trabalham na referida UBS, totalizando aproximadamente 12 pessoas participantes da pesquisa.

Durante a coleta de dados foram excluídas das entrevistas duas pessoas, sendo uma usuária do serviço, por possuir idade menor que 18 anos e uma das enfermeiras da unidade, pois se encontrava afastada do serviço.

A coleta de dados com as usuárias e enfermeira ocorreu em novembro de 2019, em sala reservada, na referida unidade de saúde, por meio de entrevistas semiestruturadas, com duração média de 30 minutos cada. Acrescenta-se que em nenhum momento quaisquer das etapas causou prejuízo para o andamento do serviço da UBS.

As entrevistas foram gravadas e redigidas em documento informatizado, lidas até a saturação, foram formadas categorias temáticas para melhor explanação das falas. (MINAYO; DESLANDES; GOMES, 2009). As categorias temáticas e suas falas foram discutidas à luz da literatura disponível pelo Ministério da Saúde e pesquisas contemporâneas sobre a temática.

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A pesquisa foi realizada seguindo as recomendações da resolução 466/2012 e 510/2016 do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e só foi iniciada após a aprovação pelo CEP FACISA.

4 RESULTADOS

A coleta de dados ocorreu numa UBS do município de Natal, por meio de entrevista semiestruturada, com perguntas abertas e um quantitativo de dez entrevistadas, sendo uma delas a enfermeira do local e nove usuárias do serviço de saúde. Durante as coletas foi preservada a privacidade das participantes, de modo que na sala estavam presentes apenas a entrevistada e a entrevistadora.

Foram mais prevalentes entre as entrevistadas a faixa etária acima de 40 anos de idade, sendo um total de seis entre as nove entrevistadas. Entre as nove usuárias, quatro mulheres eram casadas ou estavam em uma união estável, três eram solteiras, uma era divorciada e uma era viúva. Entre as entrevistadas, sete delas afirmaram possuir algum tipo de renda, uma era estudante e uma estava desempregada no período.

Com a totalidade de nove usuárias chegou-se à saturação de informações colhidas, finalizando-se a etapa de coleta de dados, acrescenta-se que a enfermeira da unidade também foi entrevistada. Então, as entrevistas foram realizadas, transcritas e lidas exaustivamente, surgindo quatro categorias: Compreensão acerca da violência de gênero; Vivência da violência de gênero; Busca por apoio e a Enfermagem na assistência às vítimas.

Para debater sobre as falas das entrevistadas e com o intuito de preservar o anonimato delas, foi utilizada a letra E maiúscula da palavra entrevistada, seguida da numeração alfanumérica de 1 a 10 de acordo com a sequência das entrevistas realizadas.

4.1 Compreensão acerca da violência de gênero.

Com o decorrer das entrevistas e das falas evidenciadas, pode-se notar que muitas mulheres têm dificuldade em compreender sobre o assunto. Elas debatiam sobre a temática, apontavam vivências nas quais nitidamente se caracterizava um tipo de violência, porém, quando questionadas sobre o que entendiam por violência

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de gênero tinham dificuldade em formular e expressar seus pensamentos. Pode-se observar isso nas falas abaixo:

Mulher eu acho que... não sei... hum não vem...assim, vem muitas coisas e ao mesmo tempo a gente fica trancada, né? (E 1)

Falta de respeito. Na verdade eu não sei nem te explicar direito o que é... não sei dizer. (E 9)

Outras mulheres tentavam responder, mas mostravam dúvida e insegurança sobre a resposta. O que era possível evidenciar pelo tempo que passavam tentando formular e expressar a opinião sobre o assunto, mas também pelo que ficava incutido nas falas, como no caso da próxima:

Mulher, para ser sincera, não sei te dizer não, mas violência eu acho que é o homem dá em você, é vir com ignorância, essas coisas assim. (E 5)

Outro fato notado é que a grande maioria associa a violência apenas à agressões física e moral, pois durante todas as entrevistas elas eram citadas em algum momento na fala. Como visto a seguir:

Amor, eu entendo que é com palavras, certo? Maus-tratos com palavras, assim... eu nunca sofri não, mas empurrões. Com palavras já, como eu disse a você. (E 4) Eu associo muito a questão da agressão e o desrespeito também é um tipo de violência, né? Mas eu entendo mais como uma agressão física. (E 10)

Foi a partir das falas evidenciadas que praticamente todas as participantes demonstraram conhecimento insuficiente sobre o tema, ficando à margem de uma realidade que pode ser vivenciada pelas mesmas.

4.2 Vivência de violência de gênero

Em relação às experiências vivenciadas pelas mulheres sobre violência de gênero, a maioria das participantes da pesquisa afirmou que nunca se sentiu vítima de nenhum tipo de agressão. Como nas falas a seguir:

Não, eu nunca me senti vítima, até aqui no momento não. (E 3)

Não, não. Pelo fato de ser mulher, não. (E 9) Não, que eu me lembre, não. (E 10)

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No entanto, as negativas podem ser decorrentes do conhecimento insuficiente sobre o assunto, como descrito na categoria anterior. Acrescenta-se que há uma tendência a negar-se como vítima, na tentativa de ser apenas uma expectadora do que ocorre com os outros, distanciando-se de uma realidade constrangedora e estigmatizante. O que fica claro nas falas seguintes:

Não, eu nunca me senti vítima, até aqui no momento não. Eu só vejo essas coisas em televisão. (E 3)

Então assim... eu presencio muito os meus vizinhos, que eu moro em um bairro de periferia baixa, então assim, eu escuto muito as mulheres lá gritando, apanhando. (E 4) Já tive problemas com uns dois ou três próximos, que já foram casados com minhas sobrinhas e já tiveram muitos problemas juntos, mas eu não convivia todos os dias. (E 10)

Por outro lado, outras mulheres assumiram ter passado por algum tipo de violência em algum momento da vida, mas a maior parte delas a relaciona à agressões físicas, morais ou sexuais, como caracterizado nos trechos a abaixo:

Aí passei quatro anos e aí começou as agressões físicas de bater e eu tive um filho e nessa época eu tava grávida, o meu filho saiu com sequelas de tanta porrada que eu levava em todos os lugares, ele não dizia assim, abaixe a cabeça para apanhar, era onde batesse, é tanto que eu sou surda de um ouvido. (E 1)

Um ex-parceiro chegou e disse: você é mentirosa! No início eu achei: ah ele não entendeu o que eu disse, então na cabeça dele eu sou mentirosa e por mais que eu explicasse, eu achava que ele não entendia aí depois eu pensei assim: eu não posso permitir isso. (E 6)

Quando eu era adolescente, tios, primos, eu acordava com eles me alisando. (E 4)

Poucas mulheres assumiram ter vivenciado algum tipo de agressão de maneira tão destemida, com tamanha clareza e domínio sobre a temática:

Com certeza, mulher... acho que desde que o mundo é mundo que mulher ela é sempre estigmatizada, inferiorizada, principalmente na sociedade de hoje, apesar de todos os conhecimentos, todas as informações que a gente tem e apesar do espaço que a mulher vem conquistando, o machismo ainda impera na sociedade. O homem, ele sempre acha que sabe mais, que é mais forte, ele sempre toma a frente. (E 2)...

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4.3 Busca por apoio

Como discorrido na categoria anterior, muitas mulheres acreditam não ter vivenciado nenhum tipo de violência de gênero, consequentemente não havia motivos para a procura de apoio.

No entanto, a maior parte das mulheres demonstrou procurar apoio com amigos, familiares, apoio psicológico ou espiritual:

Eu contava para aquela minha colega dali, porque é mulher né? (E 1)

Tentei falar com uma amiga mais próxima, a gente conversa com uma amiga mais próxima, vai e desabafa. (E 8)

Aí eu passei para a minha mãe e aconteceu que ela saiu

da casa da minha avó. (E 6)

Já procurei terapias, já porque teve um período na minha relação que eu tava com a autoestima muito baixa, então eu recorri a ajuda psicológica e holística porque eu sou espírita, tenho esse lado espiritualista, então eu acredito muito nessa coisa da espiritualidade enfim, então é como se a minha alma estivesse adoecida, entende? (E 2)

Através desta categoria debatida pode-se evidenciar também a falta de conhecimento das usuárias sobre a assistência que deve ser prestada na UBS.

4.4 A Enfermagem na assistência às vítimas.

Percebe-se pelos discursos, que o profissional de enfermagem não é bem preparado, enquanto acadêmico e também não dispõe de capacitações após a formação para conduzir adequadamente o atendimento às vítimas de violência contra a mulher. O que é demonstrado no trecho seguinte:

Já fui em cursos sobre violência contra o idoso e contra a criança, mas contra a mulher não. (E 7)

Na fala acima é possível observar que não são comuns capacitações na área, visto que outras são evidenciadas com maior frequência. Isto fica evidente no trecho abaixo, quando questionada sobre o atendimento prestado às vítimas de violência de gênero:

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Não abertamente. Já tive suspeitas, mas ela não disse especificamente, mas orientei a marcar uma consulta com a psicóloga. (E 7)

Além da fala acima mencionada, pode-se reforçar tal atendimento superficial através de outra fala, desta vez, a de uma das usuárias:

Muitas vezes nós adoecemos justamente porque a gente não tem como desabafar, a gente chega em qualquer espaço, como por exemplo aqui mesmo, a gente tem um certo problema e acontece de o profissional não ter a sensibilidade para nos tratar bem, para nos recepcionar de uma forma que a gente possa se sentir acolhido. (E2)

Para a elaboração dessa categoria o que mais se destacou foi a insegurança da profissional, sobre o tema e atrelado a isso a última fala mencionada, a da usuária, que apenas reforça o despreparo da enfermagem na Atenção Básica diante da temática em questão.

5 DISCUSSÃO

Verificou-se que as entrevistadas, em maioria, possuíam mais que 40 anos. Na pesquisa em questão a faixa etária que afirmou ter vivenciado violência de gênero mostra-se similaridade à Leite et al. (2014), na qual a prevalência de violência se dá em mulheres adultas, chegando à 80,9% dos casos.

Percebeu-se também que a grande parcela das entrevistadas já esteve em um relacionamento estável, o que também foi encontrado por Leite et al. (2014), que revela elevada estatística para todos os tipos de violência cometidos pelo próprio parceiro da vítima, exceto a violência sexual que é na maioria da4s vezes cometida por familiar ou estranho e a violência moral, sendo cometida potencialmente por pessoas de seu convívio social (trabalho, escola, ambiente religioso, entre outros).

Grande parte das mulheres entrevistadas possui algum tipo de renda, o que pode vir a diminuir sua vulnerabilidade como observado em Abreu (2015), que relaciona a dependência financeira à permanência da mulher em um relacionamento abusivo, principalmente quando há presença de filhos.

De forma geral, percebe-se nas falas que muitas das mulheres a não compreensão das diversas formas que a violência de gênero podem configurar-se.

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Na categoria destacada como: Compreensão acerca da violência de gênero, percebe-se apesar dos relatos de violências vivenciadas pelas entrevistadas que ao serem questionadas sobre o que compreendiam por violência contra a mulher, havia dificuldade para responder.

O desconhecimento sobre uma situação, conforme encontrado em diversas falas destacadas na presente categoria, pode fazer com que o indivíduo seja mais vulnerável, especialmente tratando-se dos diversos tipos de violência infringida contra a mulher. Segundo Barufaldi et al. (2017), há maior prevalência de mortalidade por agressão em mulheres negras e com baixa escolaridade.

Acrescenta-se que apenas uma das entrevistadas discorreu sobre a violência patrimonial. Isso também fica evidenciado em Moreira; Boris; Venâncio (2011); Rosa et al. (2018), nos quais as violências mais citadas são a violência psicológica, a física e a sexual, revelando assim o desconhecimento de outros tipos (patrimonial e moral).

Os estudos mostram que a violência psicológica é encontrada em todas as faixas etárias, como verificado em Leite et al. (2014).

Ainda acrescenta-se que a violência física, muitas vezes é mascarada pelas próprias mulheres, referindo quedas ou outros elementos que poderiam originar hematomas no corpo. Segundo Moreira, Boris e Venâncio (2011), essa atitude de esconder-se para evitar julgamentos e constrangimento é muito comum entre as mulheres vítimas de uma realidade de violência.

Em relação à categoria Vivência de violência de gênero mais da metade das entrevistadas afirmaram nunca ter vivenciado nenhum tipo de violência de gênero. Contudo esta afirmativa pode ser decorrente da falta de conhecimento como já mencionado, pois algumas mulheres que durante as primeiras questões da entrevista assumiram ter passado por uma situação que configurava um tipo de violência de gênero, posteriormente diziam nunca ter vivenciado violência contra a mulher.

Outro fator contribuinte para tal negação, pode ser identificado na cultura patriarcal e consequentemente machista arraigada na sociedade, na qual o homem é detentor do poder e figura chefe da família, o qual a mulher deve subserviência. (PAIXÃO et al., 2014). Dessa forma, a mulher acha natural a maneira como vive, não identificando nenhum tipo de violência por parte de seu parceiro ou do meio no qual se relaciona.

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Soma-se a isto o papel estigmatizante atribuído à mulher vitimada, decorrente da exposição em meio ao ciclo de convívio social, por vezes oculta a realidade vivida em busca da fuga do constrangimento. (MOREIRA; BORIS; VENANCIO, 2011). O que acarreta em uma violência dupla, a primeira originada pelo seu agressor e a segunda, decorrente dos julgamentos invasivos atribuídos a uma pessoa já fragilizada. (SANTI; NAKANO; LETTIERE, 2010)

Outro fator importante é a culpabilização que algumas mulheres assumem por sofrerem violências de gênero. Elas acreditam ser culpadas e merecedoras de tal ato, por assumirem um comportamento inapropriado para com seu agressor. (CARVALHO et al., 2019). Isso se torna evidente na fala de E6, da segunda categoria, “Um ex-parceiro chegou e disse: você é mentirosa! No início eu achei: ah ele não entendeu o que eu disse, então na cabeça dele eu sou mentirosa e por mais que eu explicasse, eu achava que ele não entendia aí depois eu pensei assim: eu não posso permitir isso”.

Na categoria Busca por apoio elencam-se as formas de apoio pelas quais as mulheres referem procurar. São citados os apoios da família e de amigos inicialmente. Essa informação corrobora com Santi; Nakano; Lettiere (2010), que ressalta a importância da família e dos amigos como uma rede de apoio e proteção inicial às vítimas.

Entretanto, segundo Leite et al. (2014), o agressor, na maioria das vezes, constitui-se de pessoas próximas, sendo principalmente o companheiro ou familiares. De forma que o profissional de saúde que realiza o atendimento cotidianamente ao indivíduo, especialmente no cuidado continuado exercido pela atenção básica, deve estar atento às mais leves evidencias de algum tipo de violência para que ele possa orientar corretamente a mulher.

É a partir das queixas, sinais/indícios físicos ou não que o profissional de Enfermagem poderá prestar uma assistência com escuta qualificada, direcionamento da usuária à atividades coletivas e individuais da unidade dispondo de uma equipe multiprofissional.

Contudo, há casos em que o estigma sofrido e a falta de apoio ocorrem tanto por parte da família, quanto por instituições competentes. Muitas mulheres passam anos sofrendo diversos tipos de abusos e não procuram apoio nem mesmo familiar, como evidenciado em Santi; Nakano; Lettiere (2010) e correlacionados com a fala de E2

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na categoria quatro, quando cita a falta de acolhimento e sensibilidade por parte dos profissionais ao receberem vítimas de violência de gênero.

Soma-se a isto a falta de acolhimento por parte dos profissionais que prestam os primeiros atendimentos às vítimas, bem como a falta de conhecimento técnico sobre a conduta a ser seguida em casos de violência contra a mulher. (SANTOS et al., 2018)

De acordo com o fluxograma disponibilizado pelo Ministério da Saúde para as condutas a serem seguidas por profissionais da Atenção Primária à Saúde tem-se:

o escuta qualificada da mulher;

o avaliação global, que envolve exame físico geral e específico;

o plano de cuidados com a dispensação e administração de profilaxia; o plano de segurança em caso de risco;

o vigilância e notificação dos casos;

o atenção humanizada em caso de interrupção legal da gestação, a abordagem de jovens e adolescentes;

o monitoramento e coordenação do cuidado e educação em saúde. (BRASIL, 2016)

Tais indicações não são seguidas corretamente, conforme verificado na fala sobre a assistência prestada por E 7 que realiza apenas o direcionamento da usuária à assistência psicológica.

A fala de E 7 mencionada acima reforça a opinião da E 2 presente na categoria Enfermagem na assistência às vítimas, “Muitas vezes nós adoecemos justamente porque a gente não tem como desabafar, a gente chega em qualquer espaço, como por exemplo aqui mesmo, a gente tem um certo problema e acontece de o profissional não ter a sensibilidade para nos tratar bem, para nos recepcionar de uma forma que a gente possa se sentir acolhido.”

Nesse ínterim Santos et al (2018), em pesquisa realizada com enfermeiros, destaca-se que as mulheres não procuram o serviço de saúde com o objetivo de falar sobre a violência que vivenciam. Sendo esse, mais um dos indicativos de que o profissional deve estar atento para verificar tais ocorrências, tendo, inclusive, um papel questionador nesse sentido.

Acrescenta-se que as unidades de saúde devem criar espaços para que as usuárias sintam-se à vontade para falar sobre o assunto, por meio da formação de um vínculo de confiança entre a mulher e o profissional de saúde. Ainda são

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diversas as oportunidades de criar ambientes seguros para a partilha de informações sigilosas com os profissionais das unidades básicas de saúde, como o próprio atendimento por livre demanda que já ocorre nas unidades.

Conforme Brasil (2016, p.16) a organização e a garantia do acesso ao serviço de saúde por livre demanda trata-se também de uma “postura ético-política dos(as) profissionais” , sendo de grande importância o estabelecimento de um vínculo na promoção do cuidado com às usuárias, incluindo a importância à autonomia e atendimento das reais necessidades.

Verifica-se ainda, a educação em saúde que pode e deve ser realizada pelos profissionais de saúde no sentido de aumentar o conhecimento das mulheres sobre o assunto.

Contudo, essa busca de informações também deve ocorrer por parte dos profissionais que realizam o atendimento a essas mulheres e ser oferecido pelos órgãos governamentais para a capacitação dos profissionais.

Desta forma, a pesquisa em questão assume um papel importante na investigação do conhecimento das mulheres relacionada à violência de gênero, bem como na condução da assistência prestada às vítimas, usuárias da Atenção Primária à Saúde. Abrindo assim, um leque de oportunidades para a implementação de capacitações e políticas públicas de saúde que visem mudar a realidade observada, que é o não conhecimento das diversas formas que a violência contra a mulher pode assumir, como também, a falta de conhecimento dos profissionais sobre como agir diante destes casos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo em questão evidenciou-se o conhecimento deficitário acerca da violência de gênero por parte das usuárias do serviço de saúde na Atenção Básica. Bem como, o déficit na assistência prestada às vítimas por parte da Enfermagem.

A cultura machista presente em uma sociedade ainda patriarcal, o estigma instituído às vítimas através da sociedade e a culpabilização podem estar refletidas nas falas dessas mulheres.

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Outro fator importante é que elas não sabem sobre papel de extrema importância que a Atenção Básica assume em relação à temática, e como podem procurar apoio no serviço de saúde.

Paralelo a isso, agrega-se a falta de preparo do profissional de Enfermagem, que presta a assistência de maneira ainda superficial evitando um rastreio mais eficaz durante as consultas, limitando-se a encaminhamentos da usuária a outras especialidades como a psicologia.

De acordo com o exposto durante o trabalho, torna-se evidente a necessidade de abordagens frequentes sobre a temática, tanto na formação do discente de Enfermagem, quanto na educação permanente dos profissionais da área, bem como, ações com as mulheres que fazem parte do território assistido pela unidade básica de saúde.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – Questionário para as usuárias do serviço de saúde

1. Nome: 2. Idade: 3. Profissão: 4. Estado Civil:

5. Quantas pessoas moram com você? 6. Como é seu relacionamento intrafamiliar?

a- Você vivencia/já vivenciou situações de conflito com o seu parceiro ou com outro homem que convive com você?

b- Você vivencia situações nas quais é desrespeitada/xingada por seu parceiro ou por outro homem que você convive?

c- Você é ou já foi forçada e/ou induzida a dividir sua renda com seu companheiro ou com outro familiar?

d- Em algum momento você já se sentiu inferiorizada por seu companheiro ou por outro homem do seu convívio?

e- Você é ou já foi forçada e/ou induzida a ter relações sexuais? 7. O que você entende por violência contra a mulher?

8. Em algum momento da sua vida você acha que já foi vítima de violência pelo fato de ser mulher? Como isso aconteceu?

9. Ao passar por esta situação você procurou algum tipo de assistência? Se sim, como ocorreu a assistência?

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APÊNDICE B – Questionário para os enfermeiros da UBS

1. Nome: 2. Idade:

3. Há quanto tempo você trabalha na Atenção Básica? 4. O que você entende por violência contra a mulher?

5. Durante sua formação acadêmica ou em capacitações como profissional você já participou de abordagens sobre a temática em questão?

6. Durante algum atendimento à usuária você já se deparou com um caso de violência contra a mulher? Se sim, como você conduziu a assistência à vítima?

Referências

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