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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Silveira e no Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga-Unidade de Santa Maria da Feira

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Marta Verónica Alves Ferreira

Farmácia Silveira

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Silveira

Fevereiro de 2014 e maio a setembro de 2014

Marta Verónica Alves Ferreira

Orientadora : Dra. Maria Olívia Matias de Magalhães Silveira

_________________________________________________

Tutor FFUP: Prof. Dra. Beatriz Quinaz

_________________________________________________

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Declaração de Integridade

Eu, Marta Verónica Alves Ferreira, abaixo assinada, nº 201001174, aluna do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras tendo, neste caso, colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de novembro de 2014

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AGRADECIMENTOS

Com a finalização deste Relatório de Estágio Profissionalizante não posso deixar de agradecer a algumas pessoas que, direta ou indiretamente, me ajudaram nesta caminhada tão importante da minha vida pessoal e profissional.

Em primeiro lugar, agradeço à minha tutora, Professora Doutora Beatriz Quinaz pelo apoio que disponibilizou durante a realização deste estágio e respetivo relatório.

Segue-se um agradecimento especial à minha orientadora, Dra. Olívia Silveira, por me ter recebido e transmitido os seus conhecimentos e a sua vasta experiência, apesar de todas as adversidades. Um obrigada também pela compreensão que demonstrou ao longo deste estágio.

Aqui presto também o meu agradecimento à Professora Doutora Isabel Almeida, por se mostrar disponível para me ajudar, especialmente nesta fase final. Obrigada por todas as ideias e todos os conselhos.

Não podia deixar de agradecer também a toda a equipa da Farmácia Silveira, que tão bem me acolheu e me ensinou o melhor de si. Foi um imenso prazer aprender convosco e integrar a vossa equipa. Um obrigada muito especial à Diana Gomes!

Um agradecimento especial às amigas que surgiram e que me acompanharam durante este árduo percurso que se estende além de Portugal Continental. Convosco por perto, a distância e a saudade do lar fez-se sentir com menor intensidade.

Obrigada aos amigos de sempre pela presença, independentemente da distância e do caminho que cada um seguiu.

Por fim, mas não menos importante, agradeço à minha família, a quem dedico este trabalho, pois sem ela não chegaria até aqui. Obrigada por estarem sempre lá para me amparar, para me criticar, para me congratular fazendo-me sentir uma pessoa melhor. Obrigada pelo esforço que sempre fizeram por mim e para que conseguisse(mos) a concretização deste sonho. Muito obrigada!

A ti, muito obrigada!

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RESUMO

É do conhecimento comum que a Farmácia Comunitária representa uma das mais antigas e conhecida atividade do ramo farmacêutico, sendo vista como a profissão do farmacêutico por excelência. O farmacêutico não é apenas alguém que dispensa medicamentos, mas sim alguém dotado de conhecimentos fundamentais acerca do medicamento, permitindo-lhe aconselhar devidamente o utente e avaliar e atuar perante situações importantes como automedicação, farmacovigilância e medição de parâmetros biológicos e físico-químicos.

De acordo com o descrito no Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, mais concretamento no artigo 72º do Decreto-Lei nº 288/2001, de 10 de novembro22 ,“o exercício da atividade farmacêutica tem como objetivo essencial a pessoa do doente”. O estágio curricular possibilita o primeiro contacto com o mundo profissional farmacêutico e permite dotar o aluno de aptidões com a qualidade exigida à boa prática farmacêutica, fortalecendo os conhecimentos académicos adquiridos com a realidade do quotidiano da profissão.

Neste relatório estão descritos os conhecimentos adquiridos e desenvolvidos ao longo destes quatro meses de estágio realizado na Farmácia Silveira, sob a orientação da Dra. Olívia Silveira, caracterizando o funcionamento da farmácia comunitária e o papel do farmacêutico. São ainda descritas as atividades desenvolvidas e aprofundadas de forma científica que despertaram interesse no decorrer deste estágio.

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ABREVIATURAS

ADSE – Direção-Geral da Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública AHA – α – hidrox – ácidos

ANF – Associação Nacional de Farmácias

ARS-Norte – Administração Regional de Saúde do Norte BHA – β – hidroxi – ácidos

BMZ – Basal membrane zone

BSTS – Baumann Skin Typing System CNP – Código Nacional do Produto D - Dry

DCI – Denominação Comum Internacional JED – Junção dermo-epidérmica

EC – Estrato córneo

FEFO – First Expired First Out FIFO – First In First Out FPS – Fator de proteção solar FS – Farmácia Silveira

INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde IVA – Imposto sob o Valor Acrescentado

MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica N – Non pigmented

NMF – Natural moisturization factor O – Oily

P - Pigmented

PNV – Plano Nacional de Vacinação PV – Prazo de Validade

PVA – Preço de Venda ao Armazenista PVP – Preço de Venda ao Público R - Resistant

RCM – Resumo das Características do Medicamento S - Sensitive

SAMS - Serviços de Assistência Médica Bancária do Norte SNS – Sistema Nacional de Saúde

SPR – Sistema de Preços de Referência T – Tight

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TEWL – Transepidermal water loss TiO2 – Óxido de titânio

TDT – Técnico de Diagnóstico e Terapêutica UV – Ultravioleta

UVA – Ultravioleta A UVB – Ultravioleta B W – Wrinkled

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ÍNDICE

RESUMO ... v

ABREVIATURAS ... vi

ÍNDICE DE FIGURAS ... xii

ÍNDICE DE TABELAS ... xiv

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... xv

INTRODUÇÃO ... 1

CRONOGRAMA DESCRITIVO ... 2

PARTE 1 ... 3

O ESTÁGIO NA FARMÁCIA SILVEIRA ... 3

FARMÁCIA SILVEIRA - Organização do espaço físico e funcional ... 4

Localização e horário de funcionamento...4

Inserção socioeconómica e caracterização dos utentes ...4

Caracterização do espaço físico interior ...4

Caracterização do espaço físico exterior ...6

Sistema informático ...7

Recursos humanos ...7

PRODUTOS DISPONÍVEIS NA FARMÁCIA SILVEIRA ... 7

Medicamentos sujeitos a receita médica ...7

Medicamentos não sujeitos a receita médica ...7

Produtos de protocolo da Diabetes ...8

Produtos cosméticos e de higiene corporal ...8

Produtos e medicamentos de uso veterinário ...9

Dispositivos médicos ...9

Outros produtos ...9

Medicamentos Manipulados ...9

Serviços adicionais prestados na farmácia ...10

GESTÃO E CIRCUITO DO MEDICAMENTO ... 11

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Fornecedores ...12

Realização e transmissão de encomendas ...12

1. Encomendas diárias ... 13

2. Encomendas urgentes ... 13

3. Encomendas diretas ... 14

Receção e verificação de ecomendas ...14

Marcação de preços ...15

Armazenamento ...16

Controlo dos Prazos de Validade ...16

Devolução de medicamentos ...17

Dispensa ...18

DISPENSA DE MEDICAMENTOS ... 18

Prescrição médica ...19

Interpretação e validação da prescrição...20

Avaliação farmacêutica e aconselhamento...20

Medicamentos genéricos e sistema de preços de referência ...21

Medicamentos Comparticipados ...21 Conferência de receituário ...22 Faturação e final de mês ...23 Psicotrópicos e estupefacientes ...24 BIBLIOGRAFIA – Parte 1 ... 25 PARTE 2 ... 28 O FARMACÊUTICO na comunidade ... 28

O FARMACÊUTICO COMUNITÁRIO NA COMUNIDADE ... 29

INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE ... 30

Caso de estudo - Consulta de dermocosmética personalizada ... 30

Estratégia de intervenção ... 30

Revisão bibliográfica ... 31

Principios básicos da pele ... 31

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Hidratação do Estrato Córneo ... 36

O papel dos lípidos na TEWL ... 38

Mecanismos de hidratação ... 39

Junção dermo-epidérmica ...41

Derme ...42

Hipoderme ...43

Sistema Baumann de classificação da pele ... 44

HIDRATAÇÃO DA PELE ...45

Espectro de classificação de Oleosa (O) a Seca (D) ... 45

SENSIBILIDADE DA PELE...48

Espectro de classificação de Sensível (S) a Resistente (R) ... 48

PIGMENTAÇÃO DA PELE ...50

Espectro de classificação de Pigmentada (P) a Não Pigmentada (N) ... 50

ENVELHECIMENTO DA PELE ...51

Espetro de classificação de Enrugada (W) a Firme (T) ... 51

Resultados e análise de dados ... 52

Caracterização da amostra ...52

Classificação do tipo de pele ...53

Conclusão ...58

Formações – 1ª parte ... 59

Revisão bibliográfica ... 60

Protetores solares ... 60

UVA e UVB ...60

Fator de proteção solar ...61

Classificação dos protetores solares ...63

Protetores solares físicos ... 63

Protetores solares químicos ...64

Formulações para incorporação dos ativos ...64

Loções e cremes ... 65

Óleos... 65

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Sprays ... 65

Sticks ... 65

Aplicação correta do protetor solar ...65

Formações – 2ª parte ... 66

Revisão bibliográfica ... 66

Pele com tendência acnéica ... 66

Patofisiologia da acne ...67

Hiperatividade das glândulas sebáceas ... 67

Alterações na queratinização folicular ... 68

A influência bacteriana ... 69

Tratamento ...70

1. Normalizar a queratinização/ esfoliação... 70

2. Eliminação ou redução da bactéria P. acnes ... 71

3. Remoção do material que bloqueia os poros ... 72

4. Ataque da resposta inflamatória ... 72

5. Diminuição ds níveis de sebo ... 73

Hidratação e acne ...73

CONCLUSÃO ... 74

BIBLIOGRAFIA – Parte 2 ... 75

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xii

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 - Representação das camadas que constituem a epiderme: Estrato córneo, camada granulosa, camada espinhosa e camada basal, à qual se sucede a derme. Estão ainda representados anexos importantes na caracterização da camada espinhosa – desmossomas – e da camada granulosa – grânulos de querato-hialina... 35 FIGURA 2 - Micrografia onde se pode observar a camada superior da derme e a epiderme, com identificação dos principais tipos de células que as constituem, além dos queratinócitos...36 FIGURA 3 – Localização do NMF no interior das células do EC. Os queratinócitos encontram-se envolvidos por uma matriz lipídica cuja comparação se assemelha a tijolos unidos por argamassa. O NMF encontra-se nos queratinócitos que, juntamente com a bicamada lipídica, previnem a desidratação da epiderme...39 FIGURA 4 - Ultraestrutura da zona da membrana basal cutânea, captada por microscopia eletrónica de transmissão...43 FIGURA 5 - – Histopatologia da junção dermo-epidérmica. A Membrana basal separa a derme da epiderme...43 FIGURA 6 - Classificação dos diferentes tipos de pele sensível...50 FIGURA 7 – Classificação Baumann para a pele sensível...52 FIGURA 8 – A radiação UVB é bloqueada pelo vidro, enquanto que a radiação infravermelha, a visível e a UVA conseguem penetrá-lo. Existem já películas de plástico que se aplicam no vidro e tem a capacidade de bloquear a radiação UVB...55 FIGURA 9 – Os raios UVA atingem a Terra ao longo de todo o dia, em contrapartida, a radiação UVB apresenta um pico entre as 10 e as 16 horas...56 FIGURA 10 - O pó representado à esquerda representa a quantidade de pó que a mulher utiliza normalmente, enquanto que a quantidade que se encontra à direita representa a quantidade necessária para atingir o FPS indicado na embalagem. B. Representa a mesma imagem, mas de uma perspetiva diferente. Na parte superior da imagem tem a quantidade de loção facial necessária para atingir o FPS inscrito na embalagem, enquanto que a quantidade de pó necessária para o mesmo efeito está representada na maior porção de pó da imagem...57 FIGURA 11 - A correta aplicação do protetor solar é essencial. Deve aplicar-se o equipalente a 1 dedo na zona 1 e 2 dedos nas restantes zonas do corpo...60 FIGURA 12 – O folículo piloso é onde ocorre o processo infecioso que origina a acne...62 FIGURA 13 - Representação do folículo piloso e da glândula sebácea, demonstrando as diferentes fases da acne. A. A descamação dos queratinócitos ocorre da mesma forma que ocorre na superfície da pele. No entanto, em vez de drenar para o meio exterior, os queratinócitos drenam para o interior do folículo piloso. Este é um processo contínuo e normal, que representa o culminar do ciclo celular.

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xiii

B. A primeira fase da acne, também é conhecida como comedogénese. As células descamadas ficam

aglomeradas no interior do folículo piloso, resultando num poro ou comedão bloqueado. Isto é causado por vários fatores, incluindo o aumento da quantidade de sebo produzida e inflamação das extremidades do folículo piloso, impedindo a libertação dos queratinócitos descamados e a coesão dos queratinócitos. C. A acumulação de queratinócitos e sebo é uma excelente fonte de alimento para as bactérias. As bactérias invadem o comedão e libertam fatores inflamatórios que desencadeiam a próxima fase da acne. D. A inflamação continua com aumento da vermelhidão e de pús. Isto é clinicamente detetável através da formação de uma pústula ou pápula. E. O processo inflamatório continua e pode levar a inflamação, tanto que as ruturas folículo piloso, as bactérias e os seus detritos

são libertados para a derme. ...63

FIGURA 14 - Proodutos que bloqueiam a fase 1 de progressão da acne...65

FIGURA 15 - Produtos que interferem na fase 3 de progressão da acne...65

FIGURA 16 - Produtos que interferem na fase 3 de progressão da acne...66

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 – Prinicipais funções da pele...34

TABELA 2 - Resumo dos diferentes fototipos de pele...37

TABELA 3 - Principais ingredientes oclusivos utilizados para diminuir a perda transepidérmica de água...41

TABELA 4 - Principais tipos de colagénio encontrados na derme...44

TABELA 5 - Tipos de pele segundo a Classificação pelo Sistema Baumann...46

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Número de indivíduos agrupados em intervalos de acordo com a idade...54 GRÁFICO 2 – Auto- perceção das utentes quando questionadas sobre o seu tipo de pele, antes da realização do diagnóstico...55 GRÁFICO 3 – Representação do diagnóstico obtido segundo a classificação de acordo com o sistema Baumann em pele seca e oleosa...55 GRÁFICO 4 - Avaliação da conformidade entre o resultado obtido para o parâmetro O/ D e a perceção de cada utente acerca do seu tipo de pele... 56 GRÁFICO 5 – Diagnóstico do tipo de pele segundo a classificação pelo sistema Baumann...56 GRÁFICO 6 - Diagnóstico do tipo de pele em função da idade, segundo a classificação Baumann e para o parâmetro O/D...57 GRÁFICO 7 - Auto - perceção das utentes diagnosticadas com pele seca, segundo o sistema Baumann...57 GRÁFICO 8 - Auto - perceção das utentes diagnosticadas com pele oleosa, segundo o sistema Baumann...58 GRÁFICO 9 - Resultados da classificação Baumann para o parâmetro S/ R, que avalia a sensibilidade de pele...58 GRÁFICO 10 - Comparação da perceção das utentes com o diagnóstico obtido pela classificação Baumann, relativamente à sensibilidade da sua pele...59 GRÁFICO 11 - Resultados obtidos para a avaliação da tendência para desenvolver desordens de pigmentação, segundo a classificação Baumann...59 GRÁFICO 12 - Resultados obtidos para a avaliação da tendência para desenvolver rugas, segundo a classificação Baumann...60

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1

INTRODUÇÃO

Em cooperação com a Ordem dos Farmacêuticos, a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, proporciona aos seus discentes a realização de um estágio curricular em Farmácia Comunitária.. Surge no período de finalização de um ciclo de estudos, em Ciências Farmacêuticas, mostrando ser uma componente fundamental do curso, que permite ao estudante aplicar, in loco, muitas das componentes abordadas e das competências adquiridas ao longo do curso.

O presente estágio realizado na farmácia comunitária compreendeu quatro meses. O farmacêutico hoje, mais do que preparar e dispensar medicamentos de qualidade, também é responsável pela saúde e bem-estar do doente, tendo assim um papel ativo na promoção da saúde junto da população, e para isso deixa de estar centralizado apenas no medicamento e passa a estar também direcionado para o doente, inclusivé na prevenção da doença.

Esta componente prática permite ao estudante compreender a importância do papel do farmacêutico junto da população e prepara-o para o ingresso na atividade profissional pela qual optou seguir. Além disso, é durante esta fase que o estudante tem a possibilidade de por em prática os seus conhecimentos junto do utente e adquirir novos conhecimentos com a realidade da farmácia comunitária. De salientar que a aprendizagem não termina com o estágio, ao invés disso, este é apenas o inicio de uma nova etapa e será necessária uma constante atualização dos seus conhecimentos.

A elaboração do presente relatório tem como objetivo demonstrar o pecurso do estágio em farmácia comunitária e os conhecimentos adquiridos. No entanto, serve para o estagiário, na qualidade de futuro profissional, refletir sobre a prática de farmácia, relatar a sua vivência e a experiência adquirida.

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CRONOGRAMA DESCRITIVO

O estágio na FS foi dividido em três partes: no primeiro mês centrou-se no serviço de “backoffice”, seguindo-se uma semana intensiva na conferência de receituário e o restante tempo centrou-se na dispensa de medicamentos.

A permanência no serviço de “backoffice” mostrou ser uma mais valia na perceção do tipo de gestão necessária para um bom funcionamento, quer a curto e a longo prazo. Foi nesta fase que compreendi como efetuar encomendas, como as receber e conferir, armazenamento de medicamentos, tratar de devoluções, efetuar reservas aquando da entrada do produto, entre outras coisas fundamentais ao funcionamento otimizado da farmácia. Durante este mês também dei início à minha contribuição na preparação de manipulados, começando por observar e depois por executar, sempre sob supervisão. Nos dois meses que se seguiram, realizei estágio hospitalar pelo que o presente estágio foi interrompido durante este tempo.

Quando regressei, a 12 de maio de 2014, estive uma semana exclusivamente na conferência de receituário, que permitiu entender todo o sistema de comparticipações, respetivos organismos envolvidos, bem como a importância da validação da prescrição antes de a dispensar e todos os detalhes a avaliar para que possa ser aviada.

Por fim, surgiu o momento de iniciar a dispensa propriamente dita e de efetuar controlo de prazos de validade. Comecei por acompanhar e observar as colegas ao balcão, enquanto me explicaram pormenorizadamente como funcionava todo o processo quer a nível informático quer logistico. Entretanto, passei eu a efetuar a dispensa sob supervisão das colegas, até que me tornei autónoma neste processo. Durante este fase, além da dispensa efetuei todos os processos pelos quais já tinha passado e sempre que se mostrava necessária a minha contribuição (receção de encomendas, armazenamento, preparação de manipulados, controlo de prazos de validade, conferência de receituário, entre todas as outras funções).

O meu estágio na farmácia comunitária teve algumas interrupções, razão pela qual se prolongou até ao mês de setembro. A primeira paragem ocorreu em março e abril, período durante o qual realizei estágio em farmácia hospitalar no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga – Unidade de Santa Maria da Feira. Em junho interrompi de novo o estágio para poder estudar para o exame de Toxicologia Mecanística, após acordo com a DT. Em agosto fiz outra paragem para poder estudar para os exames de Toxicologia e Análises Toxicológicas e Hematologia da época especial para conclusão do curso. Todas as interrupções foram comunicadas e geridas juntamente com a Dra. Olívia Silveira, DT e minha orientadora.

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PARTE 1

O ESTÁGIO NA FARMÁCIA SILVEIRA

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FARMÁCIA SILVEIRA - Organização do espaço físico e funcional

Localização e horário de funcionamento

A Farmácia Silveira (FS) situa-se na Avenida da Carvalha nº 781/783, pertencente à freguesia de Fânzeres, concelho de Gondomar. Encontra-se inserida numa zona residencial bastante movimentada e naquela que é uma das principais avenidas do concelho, o que permite confirmar a grande heterogeneidade dos utentes que a frequentam.

Encontra-se aberta todos os dias úteis das 9h às 20h e aos sábados das 9h às 13h, e integra ainda o plano de turnos de serviço permanente, aprovados pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) e pela Câmara Municipal, das 9 horas até às 20 horas do dia seguinte.

Inserção socioeconómica e caracterização dos utentes

De acordo com a localização e demais características inerentes à FS, como o espaço físico e a diversidade de serviços prestados, verifica-se uma variedade significativa no grupo de utentes que usufrui dos seus serviços. Esta sitiuação permite que se construa uma relação de maior confiança e lealdade entre os profissionais de saúde e os utentes.

De salientar que grande parte dos utentes é fidelizado, o que permite aos profissionais de saúde um melhor acompanhamento e aconselhamento nos serviços prestados.

Diariamente, recorrem a esta farmácia utentes de faixas etárias distintas, de estratos sociais diversos e com níveis de formação académica diferentes.

Caracterização do espaço físico interior

A prestação de serviços de máxima qualidade exige não só uma equipa com boa formação, mas também um espaço físico e equipamentos adequados facilitando aos profissionais de saúde desenvolver as suas competências e proporcionando satisfação aos utentes.

No seguimento do anterior proposto, a FS encontra-se dividida em diferentes áreas funcionais, de acordo com o previsto no Decreto – Lei (DL) n.º 307/2007, de 31 de agosto1 e no DL n.º 171/2012, de 1 de agosto2, distribuídas por dois pisos:

 Área de atendimento ao público (piso 0)

Zona referente ao atendimento geral ao público e que se encontra organizada de acordo com o descrito na Deliberação n.º 2473/2007, de 28 de novembro3. Nesta zona existem uma balança para determinação do peso e altura e locais confortavelmente equipados para que os utentes aguardem acomodados pelo seu atendimento.

Para o atendimento propriamente dito, encontram-se disponíveis seis postos devidamente equipados e nos quais podem ainda encontrar-se diversos folhetos informativos e expositores de balcão. É uma

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área equipada com diversos lineares onde se encontram medicamentos não sujeitos e receita médica (MNSRM), assim como produtos de saúde. Na maioria dos lineares estão dispostos produtos de dermofarmácia e cosmética.

Um dos seis postos referidos encontra-se na zona de puericultura, permitindo assim criar um local mais acolhedor e especificamente destinado ao atendimento de utentes que pretendam adquirir estes produtos.

 Armazém principal (piso 0)

O armazém principal é constituído por gavetas deslizantes onde se encontram armazenados os medicamentos e produtos de saúde que, tendo em conta o espaço físico disponível, devem estar sempre completos com o stock mínimo estipulado a nível interno. Trata-se portanto do primeiro local de armazenamento na farmácia. Quando atingido o limite físico disponível os produtos são armazenados no armazém secundário.

Está organizado de forma a facilitar o atendimento, pelo que existe inicialmente uma divisão dos medicamentos pelo volume/ tamanho das embalagens, seguindo-se a organização pelo carácter sujeito ou não sujeito a receita médica. Existe ainda uma divisão para cada um dos seguintes produtos: capilares, colutórios, produtos de saúde e medicamentos de uso veterinário. Todos os produtos, nas diferentes zonas de aemazenamento, encontram-se distribuídos por ordem alfabética.

 Zona de receção de encomendas/ Armazém secundário (piso 0)

Este espaço funciona simultaneamento como local de armazenamento e local de receção de encomendas. Aqui existe um armário onde são guardados os medicamentos e produtos de saúde por ordem alfabética. Nesta zona existe também um pequeno arquivo de documentos referentes a encomendas.

 Laboratório (piso 0)

Local utilizado para a preparação de manipulados e reconstituição de antibióticos, sob a forma de suspensões. É composto por vários armários, um dos quais contém as matérias-primas devidamente rotuladas e organizadas por ordem alfabética. Os restantes armários possuem materiais necessários à execução dos manipulados, todos devidamente identificados e numerados. Existe ainda uma pequena divisão referente à zona de pesagem, onde se encontram as balanças, uma delas analítica.

De salientar que todo o material utilizado para fazer medições e determinações na preparação de manipulados é periodicamente calibrado.

Existe ainda um armário de armazenamento de dossiers, arquivados com a legislação dos medicamentos manipulados, referidas fichas de preparação, registo de movimentos das

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matérias-6

primas e boletins de análise e, ainda, livros de apoio à prática farmacêutica como o Índice Terapêutico, Formulário Galénico Português e a Farmacopeia Portuguesa 9, entre outros.

 Zona de conferência de receituário (piso 0)

Local que faz ligação da área de atendimento ao público com o laboratório e com a zona de receção de encomendas/ armazém secundário. É um espaço utilizado para outros fins, além da conferência de receituário, como por exemplo, armazenamento de cartões de fidelização a marcas e documentação diversa.

 Gabinetes de atendimento personalizado (piso 0)

Existem na FS dois gabinetes que se destinam à determinação de parâmetros bioquímicos no sangue, pressão arterial, administração de vacinas e injetáveis. Nestes gabinetes ocorre também a prestação de serviços de psicologia ou outras ações realizadas na farmácia.

 Gabinete da direção técnica (piso 0)

Gabinete utilizado pela Diretora Técnica (DT) para a realização de trabalho administrativo e de gestão.

 Zona comum destinada aos funcionários (piso -1)

Local que possibilita aos funcionários a realização de pequenas refeições.

Caracterização do espaço físico exterior

O exterior da FS rege-se pelo regime jurídico das farmácias de oficina (DL n.º 307/2007, de 31 de agosto1 e as subsequentes alterações a este, inscritas no DL n.º 171/2012 de 1 de agosto2 e na Lei n.º 16/2013, de 8 de fevereiro4).

No exterior do edifício está o símbolo característico que a identifica e duas cruzes verdes luminosas. Possui também, uma outra que a identifica como pertencente à rede das Farmácias Portuguesas. É ainda de salientar as montras para o exterior, nas quais há uma enorme preocupação com o marketing e com a imagem que o utente recebe quando passa junto a elas, e que são periodicamente trocadas por profissionais habilitados. Referem-se a produtos de venda sazonal, promoções e até informação sobre serviços farmacêuticos.

As acessibilidades de entrada para a zona de atendimento, asseguradas por duas portas situadas na frente e nas traseiras da farmácia respetivamente, garantem a entrada de indivíduos com dificuldades de locomoção, carrinhos de bebé e idosos. Existe ainda uma terceira porta que dá acesso direto à zona de receção de encomendas e uma área para atendimento noturno junto à porta principal.

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Sistema informático

É utilizado pela FS o SIFARMA 2000 (Deliberação n.º292/2005, de 17 de fevereiro5), mostrando-se como uma ferramenta indispensável ao atendimento e acima de tudo imprescindível à gestão da farmácia e respetivos stocks, ao processo de venda e como suporte informativo de última instância para o farmacêutico, permitindo consulta rápida e eficaz das principais características científicas dos medicamentos.

Recursos humanos

Respeitando o DL nº 307/2007, de 31 de agosto1, as farmácias devem ter um diretor técnico e um farmacêutico, auxiliados por Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica e outros profissionais habilitados. Na FS a equipa é constituída por: DT, e também proprietária, a Dra. Maria Olívia Silveira; farmacêutica substituta: a Dra. Melanie Silveira; pela Dra. Bárbara Silveira e pela Dra. Diana Gomes; as Técnícas de Diagnóstico e Terapêutica: Ana Neto, Eva Noronha, Emília Santos e Diana Rio. Existem ainda prestadores de serviços como a psicóloga, podologista e a funcionária de limpeza.

PRODUTOS DISPONÍVEIS NA FARMÁCIA SILVEIRA

Medicamentos sujeitos a receita médica

De acordo com o Estatuto do Medicamento, para que sejam classificados como medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM), devem preencher um dos seguintes requisitos: possibilidade de constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica; possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam; contenham substâncias ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar e que se destinem a ser administrados por via parentérica.

Medicamentos não sujeitos a receita médica

Correspondem àqueles que não preenchem qualquer um dos requisitos supra mencionados para os MSRM e, desta forma, não é necessária a apresentação de receita médica para que possam ser dispensados. Estes produtos não são, normalmente, comparticipados pelo Estado, “salvo nos casos previstos na legislação que define o regime de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos” (DL n.º 176/2006, de 30 de agosto6). Dizem respeito a produtos que permitem o alívio, tratamento ou simples prevenção de sintomas ou síndromes menores que não necessitem de

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cuidados médicos. No entanto, é importante e imprescindível combater o seu uso indiscriminado, pois não existem substâncias verdadeiramente inócuas. Estes medicamentos que não requerem receita médica, são frequentemente utilizados em situação de automedicação razão pela qual o farmacêutico tem o dever de se dedicar especialmente ao esclarecimento do utente, para que este não tenha qualquer dúvida em relação ao uso do medicamento, incluindo a indicação terapêutica, o modo de administração, posologia, duração do tratamento, possíveis efeitos adversos mais comuns, contraindicações e interações mais importantes.

Produtos de protocolo da Diabetes

De acordo com a Portaria n.º 364/2010, de 23 de junho7 os preços máximos de venda ao público das tiras-teste para determinação de glicémia, cetonémia e cetonúria, das agulhas, seringas e lancetas destinadas aos doentes com diabetes são fixos. Relativamente à comparticipação do Estado nos custos de aquisição das tiras-teste mantém-se os 85% do preço de venda ao público e os 100% do Preço de Venda ao Público (PVP) das agulhas, seringas e lancetas destinadas aos utentes do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e subsistemas públicos. Na FS, estes produtos encontram-se armazenados numa armário específico, distinto dos restantes produtos.

Produtos cosméticos e de higiene corporal

Um produto cosmético e de higiene corporal é definido como “qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, nomeadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto e/ou proteger/manter em bom estado e/ou de corrigir os odores corporais”, de acordo com o descrito no DL n.º 189/2008, de 24 de setembro8, com posteriores alterações pelos DL n.º 115/2009, de 18 de maio9, DL n.º 113/2010, de 21 de outubro10, DL n.º 63/2012, de 15 de março11. Estão incluídos neste grupo de produtos, as preparações semissólidas para a pele, máscaras de beleza, produtos de maquilhagem, sabonetes, desodorizantes, produtos capilares, preparações para banho, produtos depilatórios, produtos para a barba, buco-dentários, produtos para as unhas, fotoprotetores, produtos para cuidados íntimos de higiene de uso externo, etc.

Trata-se ainda de um cuidado cada vez mais procurado e para o qual existe uma grande diversidade de marcas e produtos, pelo que o farmacêutico deve fazer um aconselhamento rigoroso e adequado, garantindo a qualidade e segurança na sua utilização com vista a satisfazer as necessidades do utente e sua fidelização. Cada utente é um caso particular e é importante conhecer os produtos e as necessidades de cada tipo de pele da forma mais rigorosa possível.

Na FS existe uma vasta gama e diversas marcas deste tipo de produtos expostos nos lineares dispostos pela zona de atendiemnto. Dentro de cada marca estão diferenciados por linhas, como por exemplo,

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pele seca, pele acneica, pele sensível e pele atópica, de forma a facilitar a visualização por parte do utente e o aconselhamento por parte do farmacêutico.

Produtos e medicamentos de uso veterinário

Segundo o DL n.º 148/2008, de 29 de Julho12, “Medicamento Veterinário” é definido como “todo o medicamento destinado a animais”. Na sua rotulagem é obrigatório a sua identificação recorrendo à utilização da expressão “USO VETERINÁRIO”. É obrigatório armazenar estes produtos em local distinto. Embora a equipa técnica da FS tenha formação nesta área, podem sempre aparecer situações para a resolução das quais essa formação seja insuficiente e é neste sentido que surge o projeto GlobalVet, que permite garantir uma boa intervenção e aconselhamento no ato da dispensa. Assim, FS tem à disposição (via telefone) um veterinário para esclarecer alguma dúvida. No caso de MSRM, estes são prescritos com receita médico-veterinária, regulada pela portaria n.º 1138/2008, de 10 de outubro13, mas não são comparticipados.

Dispositivos médicos

Dividem-se em invasivos e não invasivos, sendo definidos e regulamentados pelo DL nº 145/2009, de 17 de junho14.

Outros produtos

Existem ainda outros produtos disponíveis na FS como os destinados às grávidas, processo de amamentação, bebés, crianças, artigos de puericultura, artigos ortopédicos, produtos de alimentação especial, desde fórmulas para latentes, até alimentos para dietas com restrição calórica ou com necessidades energéticas especiais, entre outros.

Medicamentos Manipulados

Segundo o DL n.º 95/2004, de 22 de abril15, “medicamento manipulado é qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico”.

Os medicamentos manipulados ocupam uma pequena quantidade do mercado em Portugal, cuja justificação se prende essencialmente ao facto destes medicamentos, preparados em pequena escala, terem sido progressivamente substituídos por medicamentos produzidos em grande escala e a preços mais competitivos. Contudo, existem ainda pequenas lacunas na indústria farmacêutica, que cria a necessidade de recorrer aos medicamentos manipulados, tais como: associação de substâncias activas não disponíveis no mercado dos medicamentos industrializados; personalização da terapêutica permitindo assim uma correta adequação ao perfil fisiopatológico de cada utente (como por exemplo, a necessidade de preparação de medicamentos com dosagens mais baixas para uso pediátrico, ou ainda, em situações de alergia a um determinado componente do medicamento que se encontra a ser

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comercializado, existindo assim necessidade de o excluir da preparação); ausência de medicamentos industrializados no mercado, devido ao facto de se destinarem a um grupo específico e reduzido de doentes.

A preparação destes medicamentos na farmácia de oficina rege-se por um conjunto de Boas Práticas que obedecem à Portaria nº 594/2004 de 2 de junho16.

Durante o estágio na FS tive a oportunidade de executar a preparação de alguns manipulados: Álcool a 60º para de seguida preparar álcool a 60º saturado com ácido bórico; xarope simples para preparar de seguida uma suspensão oral de trimetropim a 1%. Para a preparação destes e outros manipulados, a FS tem ao seu dispor um laboratório equipado com todo o material e bibliografia necessária à preparação, acondicionamento, rotulagem e controlo dos manipulados preparados. Existe ainda a possibilidade de contactar o Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF) que tem à disposição o CIMPI, um centro de atendimento onde os profissionais podem esclarecer dúvidas sobre preparação de medicamentos, legislação, preços ou comparticipações.

Quando surge um pedido por parte de um utente para preparação de um medicamento manipulado, é necessário, em primeiro lugar, verificar se é possível preparar o manipulado na farmácia e o tempo necessário para a sua preparação. Assim, há que confirmar que existem no laboratório as matérias-primas necessárias ou se é necessário proceder à sua encomenda.

Quando se prepara um manipulado, o operador tem que efetuar o registo de movimento da matéria-prima, criar uma ficha de preparação (à qual se anexa fotocópia da prescrição) e calcular o seu preço de venda ao público

As fichas de preparação são arquivadas na farmácia em local apropriado por ordem cronológica. Relativamente às quantidades das matérias-primas utilizadas na farmácia, estas são controladas através de um registo realizado em fichas individuais para cada matéria-prima. Nesta ficha é registada cada entrada de uma matéria-prima e, posteriormente, subtraída cada saída desta para a execução de um manipulado.

Serviços adicionais prestados na farmácia

As farmácias foram evoluindo no sentido de não ser apenas um local onde se preparam e dispensam medicamentos, para passar a ser verdadeiros espaços de saúde, com elevada importância no que concerne a cuidados primários e primeira abordagem da situação patológica.

A FS é uma farmácia adaptada a estas novas necessidades onde são prestados outros serviços além dos anteriormente mencionados. Importante será referir que independentemente do serviço prestado nesta farmácia, é seu objetivo garantir sempre a melhor qualidade e o máximo profissionalismo. Assim, deixa de ser apenas propósito da farmácia preparar e dispensar medicamentos de qualidade, mas também contribuir para uma melhoria geral do estado de saúde da população e acima de tudo a atuar no sentido de prevenir o estado de doença. De acordo com Portaria nº 1429/2007, de 2 de novembro17, um dos serviços farmacêuticos possíveis a ser prestado nas farmácias é a administração

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de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação (PNV). Esta administração requer o preenchimento de um registo de vacinação enviado para a ANF mensalmente.

São ainda determinados parâmetros biológicos e físico-químicos como pressão arterial, glicémia, colesterol total, triglicerídeos, entre outros.

Entre os colaboradores da farmácia fazem parte uma podologista e uma psicóloga, que valorizam e enriquecem os serviços oferecidos por esta. São também efetuadas, frequentemente, formações aos profissionais de saúde que nela exercem funções bem como várias ações interventivas, dos mais diversos temas, dirigidas aos seus utentes.

Durante o estáfio na FS, tive oportunidade de observar a administração de vacinas e realizei todo o tipo de determinações biológicas e físico-químicas de forma autónima.

GESTÃO E CIRCUITO DO MEDICAMENTO

Uma farmácia, além de um local de prestação de cuidados de saúde, é uma entidade empresarial pelo que é necessária uma correta gestão, contínua e em constante modificação, que se adapte à variação das conjunturas económicas e legislativas. Nesta se inclui uma gestão de stocks otimizada que permite garantir um serviço de qualidade e para a qual é necessário ter em conta a seleção dos produtos a adquirir, a sua aquisição e o armazenamento dos produtos. Através destes critérios, é possível exerger um controlo estreito sobre as existências na farmácia sendo necessária uma informação detalhada acerca da rotatividade do stock, dos pontos de encomenda de cada produto, do stock de segurança e da quantidade a encomendar.

Gestão de Stocks

É objetivo da FS garantir a disponibilidade dos produtos para responder às necessidades dos seus utentes. No entanto, é da responsabilidade de uma boa gestão de stocks garantir o funcionamento racional e equilibrado da farmácia, evitando:

- um excesso de existências, que poderá resultar em prazos de validade curtos ou mesmo expirados e, claramente, a capital imobilizado;

- défice de stock que leva à rotura de produtos impossibilitanto vendas e a supressão das necessidades dos utentes e podendo levar à descredibilização da farmácia.

Assim, é importante evitar-se rotura de stock mas é fundamental efetuar encomendas de forma racional, garantindo que os produtos não permanecem tempo excessivo na farmácia (impedindo movimentação do capital) e tenham de ser devolvidos por expiração do prazo de validade (PV). Neste sentido, para que seja realizada uma boa gestão de stocks de forma a estabelecer o stock mínimo e máximo para cada produto é necessário considerar alguns fatores fundamentais: as condições comerciais oferecidas e o capital disponível (promoções, bonificações, descontos,

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condições de pagamento aplicadas pelos distribuidores grossistas e pelos laboratórios); a rotatividade, a sazonalidade e o PV do produto; a procura pelo produto, o espaço disponível para armazenamento, a existência de campanhas publicitárias nos meios de comunicação social; proximidade dos dias de serviço, entre outros.

Em complementaridade, segundo a Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio18, a farmácia tem de ter em stock pelo menos três dos medicamentos do grupo dos cinco medicamentos mais baratos de cada grupo homogéneo, com a mesma substância ativa, dosagem e forma farmacêutica. Contudo, é importante ter em conta que atualmente há uma grande facilidade em conseguir obter um produto no mesmo dia, e por isso, será vantajoso para a farmácia em termos financeiros manter o stock mínimo necessário para a prestação de um bom serviço.

Na FS a gestão do stock é um processo frequente, permitindo assim responder às necessidades reais dos utentes e fazer um controlo financeiro estreito.

Fornecedores

Normalmente, as encomendas são feitas pelas farmácias aos armazenistas/ grossistas, no entanto, podem ser efetuadas diretamente ao laboratório ou representante da marca. Na FS, o principal fornecedor é a OCP Portugal, seguindo-se a COOPROFAR, a AllianceHealthcare e a COFANOR. A escolha do fornecedor é feita de acordo com parâmetros que se mostrem uma mais valia para a farmácia como: garantia de qualidade dos produtos, rapidez e frequência de entrega, vantagens económicas que oferece, bem como, as condições e meios de pagamento,a flexibilidade na devolução de produtos e forma de atuar em qualquer problemática que possa surgir, entre outros que suprimam as necessidades diárias e os aspetos legais da farmácia.

As encomendas diretamente ao laboratório ocorrem, normalmente, quando as condições se mostram mais vantajosas, no que se refere a bonificações e campanhas promocionais.

Suplementos alimentares, produtos de cosmética, de puericultura, alimentação infantil e especial e produtos de grande rotação, são alguns exemplos de produtos encomendados ocasionalmente por esta via (apenas quando se justifica a aquisição do produto em alguma quantidade).

Realização e transmissão de encomendas

Todos os produtos que existem na farmácia apresentam uma ficha no sistema informático onde consta, entre outras informações, o stock mínimo e máximo estabelecido particularmente para cada um de acordo com as necessidades da farmácia. Assim, através destes valores de stock atribuídos e tendo em conta os produtos de saúde e medicamentos que foram vendidos até ao momento, o próprio sistema informático gera propostas de encomenda, que serão enviadas ao fornecedor apenas após aprovação pelo respetivo responsável. Todavia, é crucial para uma boa gestão de stock, que os colaboradores da farmácia tenham sempre em conta os fatores anteriormente mencionados, para que

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deste modo possam ser capazes de tomar as decisões corretas aquando da realização de uma encomenda, no que respeita a quantidade e ao momento certo para encomendar cada produto. As propostas geradas pelo sistema informático irão posteriormente dar origens às denominadas encomendadas diárias.

Relativamente às encomendas feitas diretamente ao laboratório, preenche-se manualmente ou via informática, uma nota de encomenda, que depois será usada para conferência da guia de remessa/ fatura que acompanha a encomenda. Tem vantagens a nível económico mas a quantidade a adquirir é mais elevada, o que se torna muito vantajoso para produtos com elevada rotatividade, pedidos em grandes quantidades ou com condições financeiras apelativas.

1. Encomendas diárias

Como já referido, as propostas geradas pelo sistema informático são avaliadas sendo analisado produto a produto, tendo em conta o histórico de vendas, o que permite avaliar se a proposta está adequada às necessidades do momento, ou se existe necessidade de aumentar ou diminuir as quantidades a encomendar. Durante a análise das propostas geradas é necessário ter em atenção as bonificações, descontos e promoções oferecidas pelos diferentes fornecedores, permitindo alterar um ou vários produtos para diferentes fornecedores se for mais benéfico. À encomenda em questão é possível acrescentar produtos que se considerem necessárias e que não estejam presentes na proposta inicial. Após avaliação e conferência da proposta de encomenda gerada pelo sistema informático, esta é enviada eletrónicamente para o fornecedor selecionado.

A elaboração de uma encomenda diária pode tornar-se uma tarefa complicada, pois além de ser necessário prestar atenção a todos os pormenores acima enunciados, o stock real pode não coincidir com o stock da farmácia no sistema informático. Com vista a solucionar este problema, quando à suspeita de os stocks não coincidirem, é efetuada uma contagem física dos produtos e respetiva correção dos desvios existentes.

Na FS efetuadam-se, normalmente, duas encomendas diárias (uma ao final da manhã e outra ao final da tarde), e tive a oportunidade de acompanhar este processo algumas vezes, onde me foram explicados pormenores importantes acerca da importância de uma encomenda racional para uma boa gestão.

2. Encomendas urgentes

Este tipo de encomendas ocorre pontualmente na farmácia, quando não está disponível um determinado produto em stock e são normalmente pedidas para um utente específico. A razão que justifica a inexistência do produto em stock pode dever-se a diferentes razões: quantidade encomendada insuficiente para as necessidades do momento, produto recentemente lançado no mercado, produto esgotado no fornecedor habitual ou outra razão pontual.

A necessidade de realizar encomendas urgentes surge então aquando do atendimento ao utente, razão pela qual tem de ser efetuadas o mais prontamente possível por forma a poder satisfazer eficazmente

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o utente. Usualmente, este tipo de encomenda é realizado por contacto telefónico, no entanto existe também a possibilidade de ser realizado por via electrónica através do SIFARMA 2000.

Após confirmação do envio dos produtos encomendados por parte dos fornecedores, é feita uma reserva eletrónica (via SIFARMA 2000) para o utente em questão.

Durante o meu estágio efetuei diversas encomendas urgentes, via telefone e a diferentes fornecedores, ao longo do tempo que estive no atendimento aos utentes.

3. Encomendas diretas

As encomendas diretas são efetuadas diretamente com os representantes dos laboratórios que se dirigem à farmácia, após marcação com a DT. A realização destas encomendas implica normalmente a compra de maiores quantidades, permitindo assim à farmácia usufruir das melhores condições oferecidas pelo laboratório. Durante a visita do delegado comercial é elaborada uma nota de encomenda, cujo duplicado fica arquivado na farmácia. Além disso, é estabelecido o prazo de entrega e o modo de receção da encomenda, que pode ser realizada através dos distribuidores grossistas ou de uma transportadora.

No decorrer do estágio, tive oportunidade de ver os procedimentos necessário para se proceder a estas encomendas.

Receção e verificação de ecomendas

O processo de receção e verificação de encomendas é fundamental, uma vez que a existência de erros neste processo levam a erros de stock.

Cada encomenda é acompanhada da fatura (original e duplicado), onde consta a identificação do fornecedor, da farmácia e onde deve estar descrito o número, data da fatura, o valor total a ser cobrado à farmácia, assim como algumas informações relativas aos produtos: o Código Nacional do Produto (CNP) de cada produto encomendado, o nome, a forma farmacêutica, a dosagem e o tamanho da embalagem, a quantidade pedida e a quantidade enviada, informação sobre a falta de produtos (esgotados, não comercializados, retirados do mercado), o PVP, o Preço de Venda à Farmácia (PVF), Imposto sob o Valor Acrescentado (IVA) aplicado e o número da banheira na qual se encontra. Sempre que são dadas bonificações à farmácia, estas vêm discriminadas à parte, juntamente com descontos financeiros. Quando são encomendados medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são enviadas, também em duplicado, as guias de psicotrópicos anexadas à fatura.

No início do mês, cada fornecedor envia um resumo das faturas do mês anterior e o valor total a pagar, que são sempre verificados e confirmados. Caso não exista conformidade é pedida reemissão, por telefone, da(s) fatura(s) em falta.

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Através do menu “Encomendas” do SIFARMA 2000 procede-se à receção selecionando, de todas as encomendas efetuadas a que se pretende rececionar em função do fornecedor, data, hora, tipo e situação. Caso não exista criada a referida ecomenda, esta é elaborada manualmente.

Na receção de uma encomenda é solicitada a introdução do número da fatura e depois pode proceder-se à receção propriamente dita. De proceder-seguida é necessário introduzir os produtos no sistema informático pela leitura ótica do código de barras. Neste processo é necessário ter em conta diversos aspetos: se o produto enviado corresponde ao encomendado, a integridade das embalagens, o PV, o PVP nos produtos marcados e o PVP nos produtos não marcados, tendo em conta a margem de lucro estabelecida e o PV. Por último, há que confirmar se o valor total da fatura é igual ao valor presente no sistema informático, assim como, valor do IVA e o número de unidades enviadas.

Quando, sem razão aparente, alguns produtos faturados não chegam com a encomenda, é feita uma reclamação ao distribuidor, por contacto telefónico, que envia o produto ou emite uma nota de crédito referente ao mesmo. Quando é enviado um produto que não foi pedido ou que se encontra em mau estado de conservação, a farmácia contacta o fornecedor no sentido de reclamar a situação e emite uma nota de devolução que envia ao distribuidor juntamente com o mesmo. Os produtos encomendados, mas não recebidos, são novamente encomendados a outro fornecedor antes da finalização da receção da encomenda.

A conferência de encomendas a fornecedores tem bases idênticas, destacando-se também a necessidade de confirmar se o recebido equivale ao encomendado e faturado.

De referir ainda que, aquando da receção de uma encomenda, os produtos de conservação no frio (aquelas cujas condições de conservação são a temperatura superior a 2ºC e inferior a 8ºC) são imediatamente confirmados, de acordo com os parâmetros já referidos, para que sejam armazenados no local devido o quanto antes. Só depois se inicia a receção informáticada encomenda, semrpe que possível por ordem alfabética de forma a ser mais fácil detetar qualquer erro.

Na FS, foi-me transmitida a importância da verificação minuciosa de uma encomenda, nomeadamente no que diz respeito ao valor da fatura e valor total da encomenda rececionada no computador, os quais devem coincidir para que se encontrem em conformidade; à importância da verificação cuidada das margens dos produtos de marcação, em função do preço a que vem faturado à farmácia de modo a que sejam feitos ajustes, caso se justifique; à quantidade enviada e faturada, que pode por lapso não ser a mesma e que terá reflexo no valor a pagar pela farmácia.

Marcação de preços

Numa fatura podem surgir dois tipos de produtos: medicamentos (sujeitos ou não a receita médica) e produtos de saúde éticos ou medicamentos e produtos de saúde não-éticos (NETT). Os primeiros são produtos que possuem PVP estabelecidos pela legislação em vigor, já no segundo caso, os produtos podem ser comercializados com margens de lucro definidas pela própria farmácia. O preço dos medicamentos e produtos de saúde éticos – que incluem todos os MSRM – é estabelecido

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estravés de margens fixas determinadas pelo DL n.º 112/2011, de 29 de novembro19 alterado pelo DL n.º 152/2012, de 12 de Julho20. Desta modo o PVP destes produtos é calculado utilizando a seguinte equação geral, onde a taxa sobre a comercialização de medicamentos diminui com o aumento do valor dos produtos (DL nº 48-A/2010 de 13 de Maio21):

PVP = Preço de Venda ao Armazenista (PVA) + margem de distribuição do grossista + margem de comercialização do retalhista + taxa sobre a comercialização de medicamentos + IVA

Na farmácia existem produtos sujeitos à taxa de IVA reduzida (6%) destacando-se a maioria dos MSRM bem como sujeitos à taxa máxima de IVA (23%), destacando-se, nesta categoria os cosméticos. Embora o maior volume de vendas se relacione com os MSRM comparticipados, faz sentido neste ponto referir os medicamentos de venda livre, bem como outros produtos que não têm uma margem de lucro estipulada por lei. Nestes produtos a margem de lucro é atribuída pela farmácia, e o seu preço calculado em função dela (tendo em conta o IVA a que estão sujeitos).

Armazenamento

Após terminada a receção da encomeda, segue-se o armazenamento dos produtos de acordo com as Boas Práticas de Farmácia e tendo em conta a estabilidade dos produtos com condições adequadas de humidade, temperatura e luminosidade, de fácil acesso e visibilidade.

Um dos principais objetivos da correta preservação dos medicamentos e produtos farmacêuticos é o de diminuir o tempo de chegada do produto até ao balcão, facilitando o contacto com o utente, e deste modo, permitindo promover um melhor serviço e garantir uma maior satisfação do mesmo. Os MSRM, MNSRM e parte dos produtos de saúde são armazenados em gavetas rolantes. Os psicotrópicos são armazenados em gaveta própria, fora do local de atendimento, impossibilitando assim o fácil acesso por estranhos ao serviço. Durante este processo é importante ter em conta e cumprir as regras First In First Out (FIFO) e First Expired First Out (FEFO).

Produtos em campanha ou produtos sazonais, produtos de puericultura e a maioria dos cosméticos são armazenados em lineares na zona de atendimento.

Efetuei todo o tipo de armazenamento, de acordo com as normas indicadas, ao longo de todo o tempo de estágio. Pude compreender que, mesmo parecendo algo simples, é de elevada significância o cumprimento das normas referidas para que uma boa gestão seja possível, bem como um atendimento otimizado.

Controlo dos Prazos de Validade

O controlo dos prazos de validade é de grande importância para a manutenção da qualidade dos produtos farmacêuticos, refletindo a qualidade do serviço prestado pelos profissionais de saúde e respetiva entidade que representa. Assim, e no sentido do dever de promoção e proteção da saúde

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pública por parte do farmacêutico (DL nº 288/2001 de 10 de novembro22), o controlo do PVs é um dos atos mais significativos do funcionamento de uma farmácia.

Na FS, o controlo dos prazos de validade compreende duas etapas, sendo realizado diariamente (aquando da receção das encomendas) e mensalmente. Todos os meses, e recorrendo ao SIFARMA 2000, são impressas listagens de todos os produtos cuja validade expira dentro de três meses, para todos os produtos existentes na farmácia. São então verificados todos os produtos das listagens e separados aqueles cuja validade corresponde à descrita na lista e corrigindo aquelas que possam estar erradas. Os produtos recolhidos são posteriormente enviados para os armazenistas ou respetivos laboratórios acompanhados de uma nota de devolução (ver capítulo referente à devolução de medicamentos).

De referir que na FS são ainda efetuados controlos de prazos de validade, mensalmente, onde são retiradas listagens para todos os produtos cuja validade expira dentro de seis meses, os quais são separados para local mais vísivel por forma a facilitar a venda e evitar devoluções.

Ao longo do estágio curricular efetuei todo o tipo de controlo de prazos de validade. Inicialmente aquando da receção de encomendas, confirmando se o produto recebido estava conforme com o prazo de validade da sua ficha de produto, e depois com as listagens de três e seis meses a partir da quinta semana de estágio.

Devolução de medicamentos

A devolução de um produto pode dever-se ao PV, como referido anteriormente, ou em situações como: recolha por indicação do Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) ou do laboratório que o comercializa; embalagem danificada; produtos enviados, mas que não foram pedidos; deterioração dos produtos e embalagem incompleta.

Através do sistema informático é elaborada uma nota de devolução, onde consta entre outras informações, a identificação da farmácia e do fornecedor ao qual se faz a devolução, o nome comercial, código e quantidade do produto a devolver e ainda o motivo da devolução. Após confirmação da devolução em causa são impressas três cópias, duas das quais são carimbadas, rubricadas e enviadas juntamente com os produtos para o fornecedor, sendo a outra arquivada na farmácia.

Em resultado da devolução, pode ser atribuída à farmácia uma nota de crédito com o valor referente aos produtos em causa, podem ser enviados produtos com PV alargado ou outros produtos em substutuição ou, caso a devolução não seja aceite, os produtos são reenviados à farmácia que faz uma quebra de stock e os coloca no VALORMED (para serem devidamente processados e destruídos). Neste último caso, há um prejuízo direto para a farmácia (quebras de stock). Relativamente às matérias-primas usadas para a preparação de medicamentos manipulados, estas são submetidas a um controlo rigoroso do seu PV.

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Após a análise do pedido por parte do fornecedor, processo que pode ser bastante demorado, procede-se a regularização da devolução no sistema informático.

Durante o estágio acompanhei e efetuei alguns processos de devolução, por diversas razões, bem como os respetivos procedimentos de regularização Comecei por fazê-lo logo que iniciei o estágio, na receção de encomendas, e acompanhei este procediemnto sempre que foi necessário efetuar alguma devolução até ao final do estágio.

Dispensa

Na farmácia comunitária, o ato farmacêutico centra-se principalmente na dispensa de medicamentos quer por indicação farmacêutica, quer por prescrição médica e esta é, idealmente, a ultima etapa do circuito dos medicamentos e produtos existentes na farmácia.

Para que a dispensa seja um processo de sucesso é essencial um bom conhecimento de todos os produtos e medicamentos existentes na farmácia de forma a colmatar as necessidades dos utentes o melhor possível. Neste sentido, o sistema informático é um aliado precioso do nosso trabalho individual e da nossa contínua curiosidade. Permite por em prática vários tipos de dispensa: normal, com ou sem comparticipações, suspensa (regularizar posteriormente); e emite documentos de faturação, calcula automaticamente as comparticipações e permite aplicar descontos aos produtos. É ainda uma mais valia deste sistema a existência de uma ficha para cada produto, que permite visualizar as informações de stock, preços, e características científicas mais importantes, auxiliando um bom aconselhamento.

No ato de dispensar, o farmacêutico tem de garantir o correto esclarecimento do utente recorrendo sempre à combinação de informação escrita e oral, promover a adesão à terapêutica uma vez que é o último profissional de saúde a contactar o utente, fornecer toda a informação sobre os medicamentos que estão a ser dispensados e esclarecer todas as dúvidas do utente, sugerir medidas não farmacológicas que sejam úteis e relevantes à situação em questão.

Iniciei a dispensa de medicamentos na quinta semana de estágio. Inicialmente observei as colegas que me explicaram todos os procedimentos necessários, e me alertaram para a importância de uma boa análise da prescrição, quer no sentido de evitar erros que prejudiquem a farmácia, quer com o objetivo de um bom aconselhamento e acompanhamento do utente, especialmente se for utente recorrente.

DISPENSA DE MEDICAMENTOS

O farmacêutico é o proffisional de saúde responsável pela dispensa de medicamentos, assim como por todas as ações relacionadas com o medicamento. Segundo o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos (2001), “a primeira e principal responsabilidade do farmacêutico é para com a saúde

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e o bem-estar do doente e do cidadão em geral, devendo pôr o bem dos indivíduos à frente dos seus interesses pessoais ou comerciais e promover o direito de acesso a um tratamento com qualidade, eficácia e segurança.”

No ato de dispensa de medicamentos o farmacêutico é o último profissional de saúde a contactar com o utente antes de ser iniciada a terapêutica e é seu dever assegurar a transmissão de todas as informações necessárias para que este melhore o seu estado de saúde, nomeadamente no que concerne a garantir que o utente recebe e entende toda a informação sobre os medicamentos que lhe são dispensados, que irá fazer uma utilização segura, eficaz e racional dos medicamentos dispensados; esclarecer todas as dúvidas que o utente possa ter sobre os medicamentos que lhe são dispensados, ou mesmo sobre a doença subjacente àquela medicação e aconselhar o doente no sentido de consultar o médico perante determinadas situações que exigem esse cuidado. Tudo isto deve ser feito sem esquecer os princípios éticos da profissão.

A dispensa do medicamento e o aconselhamento prestado variam de acordo com o serviço pedido, isto é, se estamos perante um aviamento de uma receita médica ou de um pedido voluntário do doente em relação a algum produto ou estado de saúde.

No ato da dispensa, é fundamental possuir o máximo de informação e conhecimentos para proceder a um bom aconselhamento, a qual não nos é, de todo, possível adquirir durante a formação curricular que nos é dada ao longo dos cinco anos de curso. Durante toda a formação na faculdade, os docentes tiveram o cuidado de nos alertar para tal situação, bem como para a importância da ação do farmacêutico no ato da dispensa, e para a necessidade e importância da formação prática, que adviria do exercício da profissão, além da formação teórica por eles fornecida. Dada a responsabilidade deste ato, durante o meu estágio recorri, sempre que surgiu a menor dúvida ou incerteza, ao conhecimento e prática das colegas pedindo conselhos, opiniões e até mesmo acompanhamento durante o atendimento em questão. Desta forma não só eu garanti que o utente saiu satisfeito e bem informado como o próprio se sentiu seguro e devidamente aconselhado.

Além do próprio ato de dispensar, é fundamental compreender e entender as necessidades próprias de cada um, essencialmente em situações especiais ou faixas etárias específicas que requerem outro tipo de atenção e cuidados, pelo que o farmacêutico tem que conseguir ajudar não só na explicação da farmacoterapia (dos efeitos terapêuticos, posologia, duração do tratamento, modo e via de administração, precauções especiais de utilização, possíveis efeitos secundários, interações e contraindicações) como também na prevenção do abuso medicamentoso ou até da automedicação.

Prescrição médica

Consiste na forma do médico comunicar ao farmacêutico a terapêutica a aplicar para o utente em particular. Trata-se de um ato de exclusiva responsabilidade médica.

Atualmente existe um modelo de receita médica (renovável e não renovável) eletrónico que se encontra em vigor desde o dia 1 de janeiro de 2003 no que diz respeito ao SNS, regulamentado pela

Referências

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