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Monitoramento de herbicidas em água subterrânea da microbacia do córrego do Espraiado, Ribeirão Preto, SP. - Portal Embrapa

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Capítulo 5 ■ - ■

Monitoramento de herbicidas

em água subterrânea da

Microbacia do Córrego

do Espraiado, Ribeirão Preto, SP

Sônia Cláudia do Nascimento de Queiroz Vera Lúcia Ferracini

Anderson Soares Pereira Marco Antonio Ferreira Gomes Gustavo Luiz dos Santos

(2)

C apítulo 5 - M onitoram ento de herbicidas em água subterrânea da Microbacía do Córrego do Espraiado.

Introdução

A região de Ribeirão Preto, localizada no norte do Estado de São Pajlo, é um pólo produtor de cana-de-açúcar que contribui com cerca de 3C % do açúcar e do álcool produzidos no País (PICOLI et al., 2005). A Vlicrobacia do Córrego do Espraiado, localizada nessa região, é uma das áreas de afloramento do Aqüífero Guarani onde, também, é intensiva a apicação de agrotóxicos. Trabalhos realizados por Gomes et al. (2001), Màtallo et al. (2003) e Pessoa et al. (2003), nesse local, identificaram os hebicidas tebutiuron, atrazina e diuron como produtos potencialmente coitaminantes do lençol freático, principalmente quando aplicados sob os Neassolos Quartzarênicos.

Em relação ao herbicida hexazinone, análises preliminares realizadas per Spadotto et al. (2002), m ostraram que ele apresenta potencial coisiderável de lixiviação, com conseqüente risco para o lençol freático. D iin te do exposto, e em função de demandas específicas sobre o conportam ento desses herbicidas, o presente capítulo apresenta um menitoramento dos herbicidas tebutiuron, hexazinone, atrazina e diuron coisiderando ainda que os mesmos foram selecionados com base na intensidade de uso (quantidade e freqüência de aplicação) e no potencial de lixiviação (EMBRAPA, 1999).

IVhterial e Métodos

Padrões dos herbicidas e solventes

O hexazinone (3-ciclohexil-6-dim etilam ino-1 -m e til-1,3,5-triazina- 2,41H,3H)-diona) (99,9 %) foi doado pela DuPont, o tebutiuron (N-[5-(1,1- dinetiletil)-1,3,4-tiadiazol-2-il]-N,N'-dimetil uréia) (99,5 %) foi adquirido da firna Dr. Ehrenstorfer (Augsburg, Alemanha), a atrazina (6-cloro-N-etil-N'- (1 -netiletil)-1,3,5-triazina-2,4-diamina) (99 %) e o diuron (3-(3,4-diclorofeni!)-

1,1 dimetilureia) (98 %) foram obtidos da ChemService.

Os solventes utilizados para extração foram grau P.R. e, para análise cronatográfica, o metanol utilizado foi grau HPLC.

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Parte 2 - Uso agrícola das áreas de afloram ento do Aqüífero Guarani no Brasil e impactos na qualidade.

Crom atógrafo líquido de alta eficiência

Foi utilizado um cromatógrafo líquido da Agilent, modelo 1.100 Series, constituído de uma bomba quaternária, a utoa mostra dor, desgaseificador e um detector espectrofotométrico de absorção no UV/Vis, de comprimento de onda variável.

M étodo analítico para a

determinação dos herbicidas em água

Extração líquido-líquido (método 1): um volume de 250 mL de amostra, água mineral natural Minazul, fortificada nas concentrações de 0,1 pg L 1; 0,5 |ag L'1 e 1,0 pg L \fo i extraído com 3 porções de 50 mL de diclorometano. Em seguida o solvente foi evaporado até cerca de 0,5 mL, utilizando um rotaevaporador (Büchi). O extrato foi seco com sulfato de sódio anidro, transferido quantitativamente para um tubo de ensaio e evaporado sob fluxo lento de nitrogênio. O resíduo foi redissolvido em 1 mL de água, filtra d o em m em brana de 0,45 pm sendo 100 pL analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A coluna utilizada foi da Mallinckrodt Baker, modelo Bakerbond HPLC, C18, 4,6 x 250 mm x 5 pm. As condições de operação foram:

Extração em fase móvel (método 1): água:metanol (50:50, v/v), eluição isocrática, vazão 1 mL min-1, tempo de corrida de 15 minutos e detecção no UV em 247 nm. Este método foi validado para a determinação de tebutiuron e hexazinone em água subterrânea.

Extração em fase sólida (método 2): foi utilizado um cartucho de estireno-divinilbenzeno da Supelco, contendo 0,25 g de sorvente e um volume de 6 mL. O cartucho foi condicionado com um volume de 5 mL de metanol seguido de 5 mL de água. Após o condicionamento, um volume de 75Ò mL da amostra foi passado, a uma vazão de 2 mL min-1, o cartucho foi seco sob vácuo durante 40 min. A extração das substâncias pré-concentradas foi efetuada usando 5 mL de metanol. O extrato foi seco sob fluxo lento de nitrogênio e ressuspenso em 1 mL da fase móvel, filtrado em membrana de 0,45 pm, sendo 100 pL analisados por cromatografia líquida de alta efi­ ciência. A coluna utilizada foi da Mallinckrodt Baker, modelo Bakerbond HPLC, C 18, 4,6 x 250 mm x 5 pm. As condições de operação foram: fase

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Capítulo 5 - M onitoram ento de herbicidas em água subterrânea da Microbacia do Córrego do Espraiado.

móvel água:metanol (50:50,v/v), eluição isocrática, vazãol mL m in 1, tempo de corrida de 15 minutos e detecção no UV de 0 min a 15 min 247 nm, de 15 min a 22 min 230 nm e de 22 min a 35 min 247 nm. Este método foi validado para a determinação de tebutiuron, hexazinone, atrazina e diuron em água subterrânea.

Validação dos métodos analíticos

Para a validação do método foram utilizadas amostras testemunhas fortificadas com o padrão dos pesticidas. As fortificações das amostras foram feitas aplicando uma certa quantidade dos pesticidas, com auxílio de uma m icropipeta calibrada, espalhando sobre as amostras. Amostras não fortificadas foram analisadas como testemunhas.

A validação dos métodos propostos foi obtida por meio da avaliação dos seguintes parâmetros: linearidade, limite de detecção (LOD), limite de quantificação (LOQ), recuperação (exatidão) e precisão (repetitividade e precisão intermediária).

Os métodos desenvolvidos foram validados e os critérios de aceitação foram (BOBELDIJK-PASTOROVA, 2000):

• L im ite de detecção para herbicidas em água: < 0 ,1 |ag L '\ estabelecido pela Comunidade Européia, (ECC, 1980).

Expressão dos resultados das análises: • < LOD : não detectado.

• Entre o LOD e LOQ: < LOQ. • LOQ: valor da quantificação.

Localização da área de estudo, coordenadas

geográficas e caracterização dos pontos de coleta de água

A área objeto de estudo situa-se entre as'coordenadas 21 °1 1 '44,51" e 21 °17'34,05" de Latitude Sul; 47°39'31,69" e 47°45'27,58" de Longitude Oeste, nos municípios de Ribeirão Preto e Cravinhos, SP, correspondendo à Bacia Hidrográfica do Córrego do Espraiado. Foram selecionados sete pontos de coleta de água, correspondentes a poços do tipo cisterna e semi- artesiano. A Fig. 1 apresenta o mapa de lo calização dos poços

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Parte 2 - Uso agrícola das áreas de afloram ento do Aqüífero G uarani no Brasil e impactos na qualidade.

213 216 219 222 225 228 231

s

E m ^ p a

M aio Am bie nte

Legenda □ Poços Hidrografia □ Bacia Ponto Latitude (S) (G.M S.SS) 21014'29,82" 21°1448,78" 21°14'50,10" 21°14’42,12" 21°15'47'34" 2 r i4 '1 0 . 1 4 " 21°14’10,02" Longitude (W) (G.M.S.SS) 47°42'32,60" 47°43'07,38" 47°43'10,26" 47°42'52,68" 47°43'43,20" 47°43’49,50" 47°43'50,30" UTM X 218.829 217.836 217,753 218,256 216.834 216,600 216,577 (km) Alt. Y (m) 7648,702 538 7648,101 524 7648,059 523 7648,314 524 7646,282 602 7649,269 629 7649,273 637 'A uto res (CNPMA/Embrapa):

Marco Antonlo Ferreira Gomes Anderson Soares Pereira

Sônia Cláudia do Nascimento de Queiroz Vera Lúcia Ferracini

; G u s ta v o lu iz dos Santos 6 km Jaguariúna, SP, janeiro de 2004 5 <o 213 216 219 222 225 228 231

Fig. 1. Localização dos pontos de coleta de amostras de água - Microbacia

do Córrego do Espraiado.

georreferenciados. A Tabela 1 mostra a localização e coordenadas latitude- longitu.de dos poços, e a Tabela 2 apresenta as coordenadas dos poços em UTM e respectivas altitudes.

A utilização do Sistema Global de Posicionamento por Satélite (GPS) possibilitou uma localização precisa dos pontos amostrados, permitindo maior agilidade no planejamento das amostragens.

Caracterização dos poços: tipo, profundidade total, nível estático e altura da lâm ina d' água

Os poços amostrados foram caracterizados pelo seu tipo, profundidade total, nível estático e al-tura da lâmina de água. A Tabela 3 mostra o tipo e

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---Capítulo 5 - M o nitoram ento de herbicidas em água subterrânea da Microbacia do Córrego do Espraiado.

Tabela 1. Localização e coordenadas geográficas (lat-long) dos poços

amostrados.

C oordenadas Poço Localização M unicípio

L a titu d e (S) L o n g itu d e (W ) 1 Sede da Fazenda Carbisa Cravinhos, SP 2 1 ° 1 4 '2 9 ,8 2 " 4 7 ° 4 2 '3 2 ,6 0 "

2 Sede princip al da Fazenda

Santa Helena Cravinhos, SP 2 1 ° 1 4 '4 2 ,7 8 " 4 7 ° 4 3 '0 7 ,3 8 " 3 Fundos da sede principal da

Fazenda Santa Helena Cravinhos, SP 2 1 ° 1 4 '5 0 ,1 0 " 4 7 ° 4 3 '1 0 ,2 6 "

4 Sede da Fazenda Santa Helena

- curva da estrada Cravinhos, SP 2 1 ° 1 4 '4 2 ,1 2 " 4 7 ° 4 2 '5 2 ,6 8 " 5 Sede da Fazenda Vai Paraíso Cravinhos, SP 2 1 ° 1 5 '4 7 ,3 4 " 4 7 ° 4 3 '4 3 ,2 0 "

6 Sede da Fazenda Santa

Tefezinha Ribeirão Preto, SP 2 1 ° 1 4 '1 0 ,1 4 " 4 7 ° 4 3 '4 9 ,5 0 “

7 Sede da Fazenda Santa

Terezinha Ribeirão Preto, SP 2 1 ° 1 4 '1 0 ,0 2 “ 4 7 ° 4 3 '5 0 ,3 0 "

Fonte: Q ueiroz e t al. (2004).

Tabela 2. Localização, coordenadas geográficas (UTM) e altitude (relação

ao nível do mar) dos poços amostrados.

Poço

C oordenadas (km . Zona 23) A ltitu d e

(m)

UTM (X) UTM (Y)

1 218,829 7.642,702 538 2 217,836 7.642,101 524 3 217,753 7.642,059 523 4 218,256 7.642,314 524 5 216,834 7.646,282 602 6 216,600 7.649,269 629 7 216,557 7.649,273 637

Fonte: Queiroz et al. (2004).

I

as respectivas profundidades dos poços, e a Fig. 2 apresenta o zoneamento das profundidades dos poços na Microbacia do Córrego do Espraiado, determinados em junho de 2004. Os poços amostrados são predominante­ mente do tipo cisterna e com profundidade total, nível estático è altura de lâmina de água baixos (poços 3, 5, 6 e 7), médios (poços 2 e 4) e alto (poço 1).

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Parte 2 - Uso agrícola das áreas de afloram ento do A qüífero Guarani no Brasil e impactos na qualidade.

Tabela 3. Tipo de poço, profundidade total, nível estático e altura da lâmina

de água nos poços amostrados na Microbacia do Córrego do Espraiado em junho de 2004. Poço Tipo Profundidade to ta l (m) Nível estático (m) A ltu ra da lâm in de água (m) 1 Semi-artesiano 39,0 30,0 9,0 2 Cisterna 8,0 2,8 5,2 3 Cisterna 4,0 1,0 3,0 4 Cisterna 9,0 3,5 5,5 5 Cisterna sub-superficial 1,3 0,5 0,8 6 Cisterna 9,0 6,1 2,9 7 Cisterna sub-superficial 1,5 0,6 0,9

Fonte: Queiroz et aj. (2004).

213 216 219 222 225 228 231

F ig .2 . Profundidade dos poços am ostrados.'

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Capítulo 5 - M o nitoram ento de herbicidas em água subterrânea da Microbacia do Córrego do Espraiado.

Recomenda-se a utilização dos valores de profundidade determinados e do mapa referente a esse monitoramento no planejamento de estudos referentes à hidrogeologia, fluxo de água subterrânea e piezometria na Microbacia Hidrográfica do Córrego do Espraiado.

Procedimentos de

am ostragem da água subterrânea

Com a seleção dos herbicidas, foi estabelecido o. esquema dos monito­ ramentos por meio de amostragem trimestral da água dos sete poços.

A sistemática de coleta de amostras de água obedeceu a uma captação direta ju n to aos poços utilizando-se de um coletor especial, conforme apresentado na Fig. 3. Este coletor foi introduzido de forma lenta e gradual no corpo d'água para evitar possível aumento de fluxo, o que poderia contribuir para eventual dispersão de moléculas de agrotóxicos (i.a) porventura presentes nesse corpo. Após a coleta, as amostras de água foram transferidas para frascos de polietileno de 1.000 mL, com tampas rosqueadas e com sistema de travamento, encaminhadas ao laboratório e submetidas às análises por cromatografia líquida de alta eficiência.

Fig. 3. (A) Detalhe do c o le to r m etálico; (B) Detalhe da colocação da água

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Parte 2 - Uso agrícola das áreas de afloram ento do Aqüífero Guarani no Brasil e impactos na qualidade.

Resultados e discussão

M étodo para a determinação dos herbicidas em água

Extração líquido-líquido (método 1)

Inicialmente tentou-se desenvolver um método simples que utilizasse materiais disponíveis no laboratório, com escolha do procedimento da extração líquido-líquido com diclorometano por ser uma técnica considerada clássica na extração de pesticidas em água. O solvente empregado na extração é um dos mais utilizados devido à capacidade de extrair substâncias tendo uma ampla gama de polaridades e de fácil evaporação, tornando a concentração da amostra rápida (QUEIROZ et al., 2001; QUEIROZ et al., 2004).

Inicialmente, foram analisados os herbicidas hexazinone e tebutiuron, utilizando o método 1.

O método baseado em extração líquido-líquido é mais trabalhoso que a extração em fase sólida, porém é mais barato uma vez que os cartuchos são caros, e a disponibilidade depende muitas vezes de importação.

Após um estudo intensivo das condições cromatográficas, utilizando uma coluna de fase reversa tipo C-18 e eluição isocrática com uma mistura de metanol/água 50:50, v/v, a resolução na linha de base dos herbicidas foi obtida. A Fig. 4 mostra os cromatogramas obtidos das amostras, testemunha e fortificada. Pode-se observar que não há picos de interferentes coeluindo nos tempos de retenção dos compostos estudados.

Após a otimização das condições de extração e cromatográficas, o método foi validado. A validação é necessária para garantir a confiabilidade dos resultados obtidos (QUEIROZ, 2001; BRITO et al., 2003; FERRACINI et al., 2005).

Na validação, o primeiro e mais simples parâmetro a ser avaliado é a linearidade, que é obtida plotando os valores de área versus a concentração da solução analítica. Realiza-se uma regressão linear pelo método dos mínimos quadrados e verifica se o coeficiente de determinação (r2) é adequado. Os desvios da linearidade muitas vezes são difíceis de serem detectados visivelmente, sendo assim a sua adequação foi verificada por meio do cálculo dos resíduos entre os vaJores medidos e os valores calculados

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---Capítulo 5 - M o nitoram ento de herbicidas em água subterrânea da Microbacia do Córrego do Espraiado.

Tempo de retenção (min.)

Fig. 4. Crom atogram as das amostras: A) branco e B) fo rtific a d a in ic ia lm e n te em

0,1 |ig L '. 1 = te b u tiu ro n e 2 = hexazinone.

Fonte: Q ueiroz et al. (2004).

a partir da equação de regressão (INMETRO, 2003). As curvas analíticas obtidas para o hexazinone e para o tebutiuron mostraram-se lineares na faixa de LOQ - 300 jug L'1, pois apresentaram valores de r2 de 0.997 e 0.998 respectivamente, e os gráficos dos resíduos não demonstraram tendências.

Os limites de detecção (LOD) e limites de quantificação (LOQ) foram calculados utilizando a razão sinal/ruído de 3 e 10 vezes, respectivamente. Os valores de LOD foram 0,02 jug L'1 e 0,03 |ig L'1, e LOQ foram 0,07 ^g L_1 e 0,09 ^g L \ obtidos após a uma pré-concentração de 250 vezes, que corresponde a uma concentração final de 18 ng L'1 e de 22 ^g L_1 para o hexazinone e para o tebutiuron, respectivamente. Esses resultados indicam que o método é suficientemente sensível para detectar a presença dos herbicidas em níveis baixos de concentração. As curvas analíticas estão apresentadas na Tabela 4.

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Parte 2 - Uso agrícola das áreas de a flo ra m e n to d o A q ü ífe ro G uarani no Brasil e im pactos na qualidade.

Tabela 4. Curvas analíticas dos herbicidas.

Herbicida a b r2

Hexazinone 2,5198 0,4508 0,9976

Tebutiuron 4,2456 0,6393 0,9987

N ota: Y = a + bx, a = co e ficie n te linear, b = co e ficie n te angular, r2 = co e ficie n te de determ inaçao. Fonte: Q u eiroz e t al. (2004).

A exatidão do método foi determinada por meio da obtenção da % de recuperação média das amostras fortificadas em triplicatas. Os valores obtidos se encontram descritos na Tabela 5 e estão dentro da faixa de 70 % -120 %, considerada aceitável .

A precisão, Tabela 2, foi calculada por meio de repetições realizadas no mesmo dia, nas mesmas condições crom atográficas e pelo mesmo analista, sendo este tipo de precisão denominado de repetitividade. Também foi avaliada em 3 dias diferentes a fim de determinar a precisão interme­ diária. Os valores obtidos foram < 8 %, indicando que o método está em consonância com a literatura, onde valores < 20 % são considerados acei­ táveis.

Tabela 5. Recuperações e precisões (RSD %) dos herbicidas hexazinone e

tebutiuron (n = 3).

Recuperações Repetitividade Precisão

H erbicida F o rtificação (jig L 1) m édias (% ) R.S.D. (% ) in te rm e d iá ria t2) R.S.D. (% ) Hexazinone 0,1 108,2 2,2 7,7 0,5 93,2 3,9 2,1 1,0 90,3 3,2 3,3 Tebutiuron 0,1 101,6 1,2 5,4 0,5 90,9 3,2 5,8 1,0 90,3 1,9 5,0

1,1 M e sm o dia , m esm o analista e m esm o e q u ip a m e n to . ' ® Três dias d ifere n te s, m esm o analista e m esm o e q u ip a m e n to . Fonte: Q u eiroz e t al. (2004).

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---C apítulo 5 - M o n ito ra m e n to de herbicidas em água subterrânea da M icrobacia d o ---C órrego d o Espraiado.

Extração em fase sólida

Foi desenvolvido um outro m étodo baseado em extração em fase sólida, para a determinação dos herbicidas hexazinone, tebutiuron, diuron e atrazina em água subterrânea. Esse método possui vantagens sobre o da extração líquido-líquido, uma vez que é menos trabalhoso e pode usar uma quantidade maior de amostra, dim inuindo assim os valores dos limites de detecção e quantificação do m étodo (QUEIROZ et al., 2006). Além disso, a matriz, água subterrânea, não apresenta matéria orgânica em quantidade significativa, e isso é vantajoso para a eficiência do cartucho.

As condições crom atográficas. foram estabelecidas com base nos trabalhos anteriores do laboratório. A resolução na linha de base dos herbicidas foi obtida, após um estudo das condições crom atográficas, utilizando uma coluna de fase reversa tipo C-18 e eluição isocrática com uma mistura de metanol/água 50:50, v/v. A Fig. 5 mostra os cromatogramas das amostras testemunha e fortificada com os padrões. Pode-se observar que não há picos de interferentes coeluindo nos tempos de retenção dos

Fig. 5. C ro m a to g ra m a s: a) am ostra te s te m u n h a ; b) am ostra fo rtific a d a com os p a drõ es. 1 = te b u tiu ro n , 2 = hexazinone, 3 = atrazina, 4 = d iu ro n .

Fonte: Q ueiroz e t al. (2 00 4 ).

VWD1 A, Wavelength = 247 nm, TT (TBNHEXADHT A002.D)

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Parte 2 - Uso*agrícola das áreas de a flora m e n to d o A q ü ífe ro Guarani no Brasil e im pactos na qualidade.

compostos estudados. Os picos que aparecem no início do cromatograma são provavelmente devido à presença de ácidos húmicos, que mesmo em baixa quantidade na amostra, após a pré-concentração, são detectados. Após a otimização das condições de extração e cromatográficas, o método foi validado.

As curvas analíticas obtidas m ostraram ser lineares na faixa de 50 ng L_1 a 1.000 ^g L \ pois apresentaram valores de r2 = 0,999 e os gráficos dos resíduos não demonstraram tendências.

Os limites de detecção (LOD) e os limites de quantificação (LOQ) do instrumento foram calculados utilizando a razão sinal/ruído de 3 e 10 vezes, respectivamente. Os valores do LOD e do LOQ, referentes ao método estão mostrados na Tabela 6. Esses resultados indicam que o método é suficien­ temente sensível para detectar a presença dos herbicidas em níveis baixos de concentração.

A exatidão do método foi determinada por meio da obtenção da % de recuperação média das amostras fortificadas em triplicatas. Os valores obtidos se encontram descritos na Tabela 7 e estão dentro da faixa de 70 % -120 %, que é a considerada aceitável.

A precisão, Tabela 7, foi calculada por meio de repetições realizadas no mesmo dia, nas mesmas condições crom atográficas e pelo mesmo analista, sendo esse tipo de precisão denominado de repetitividade. Também fo i avaliada em três dias d ife re n te s a fim de d e te rm in a r a precisão intermediária. Os valores obtidos foram < 18 %, indicando que o método está em consonância com a literatura, onde valores < 20 % são conside­ rados aceitáveis.

Tabela 6. Valores de limites de detecção (LOD) e de quantificação (LOQ) do

método, considerando um fator de pré-concentração de 750 vezes.

Tebutiuron Hexazinone

Atrazina Diuron Fonte: Q u eiroz e t al. (2004).

Pesticida LOD (H9 L1) 0,01 0,007 0,008 0,01 LOQ

(ng

l

1)

0,03 0,02 0,01 0,03 - 1 2 6—

(14)

Capítulo 5 - M o n ito ra m e n to de herbicidas em água subterrânea da M icrobacia do C órrego d o Espraiado.

Tabela 7. Recuperações e precisões (RSD %) dos herbicidas hexazinone

e tebutiuron (n = 3).

Recuperação R e p e titiv id a d e 01 Precisão

Herbicida Cone. (ng L 1) m éd ia (% ) R.S.D. (% ) Inter.® R.S.D. (% ) 0,1 85 9 Hexazinone 0,5 95 5 8 1,0 95 2 0,1 70 2 Tebutiuron 0,5 86 4 10 1,0 91 2 0,1 115 5 Atrazina 0,5 95 4 18 1,0 95 2 0,1 94 4 Diuron 0,5 91 2 8 1,0 93 2

1,1 Repetitividade: m esm o dia , m esm o analista e m esm o e q u ip a m e n to

Ul Precisão interm ediária: três dias d ifere n te s, m esm o analista e m esm o e qu ip a m e n to . Fonte: Queiroz e t al. (2004).

M onitoram ento dos herbicidas

O m onitoram ento desses princípios ativos em água subterrânea é de grande relevância nesse sistema hidrológico onde a vulnerabilidade é alta, e especialmente porque a água subterrânea, nesse caso, é a fonte primária (ou principal) de água potável que abastece a população, particularmente no Estado de São Paulo.

Os resultados das análises realizadas, Tabela 8, não indicaram a presença dos herbicidas em níveis que comprometem a qualidade da água. Todos os valores estão abaixo do limite de detecção do métodò, exceto na coleta de setem bro de 2005, no p o n to 7 onde sugere a presença do hexazinone a uma concentração de 0,06 |ag L_1, porém é necessária uma c o n firm a çã o p o r e s p e c tro m e tria de massas. A Fig. 6 a p re se n ta o cromatograma da amostra no ponto 7 onde podemos verificar o pico no tempo de retenção do hexazinone. O ponto 7 apresenta alta exposição à contaminação devido à proximidade do poço com a plantação de cana.

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---Parte 2 - Uso agrfcola das áreas de afloram ento do Aqüífero Guarani no Brasil e impactos na qualidade.

Tabela 8. Resultados das concentrações (ng L'1) obtidas nas análises das

amostras coletadas nos 7 pontos (6 cisternas e 1 poço profundo) localizados na Microbacia do Córrego do Espraiado, região de Ribeirão Preto, SP.

Herbicida

Data Hexazinone Diuron A trazina T ebutiuron

Novembro 2003 < LOD na na na

Março 2004 < LOD na na < LOD

Junho 2004 < LOD na na < LOD

Setembro 2004 < LOD na na < LOD

Dezembro 2004 < LOD < LOD < LOD < LOD Fevereiro 2005 < LOD • < LOD < LOD < LOD Março 2005 < LOD < LOD < LOD < LOD Junho 2005 < LOD < LOD < LOD < LOD Setembro 2005 0,06 ng L-’ < LOD < LOD < LOD Dezembro 2005 < LOD < LOD < LOD < LOD Limite de detecção do equipam ento (LOD); na = nãp analisada:

Fonte? Queiroz et al. (2004).

Fig. 6. C rom atògram a da am ostra coletada no p o n to 7, m ostrando o pico n o te m p o de

retenção d o hexazinone.

Fonte: Q ueiroz et al. (2004).

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Capítulo 5 - M o nito ra m e nto de herbicidas em água subterrânea da Microbacia do Córrego do Espraiado.

Conclusões

Na maioria das coletas não foram detectadas as presenças dos herbicidas atrazina, diuron e tebutiuron; porém há uma evidência da presença do hexazinone na coleta de setem bro de 2005, p o n to 7, concentração de 0,06 |jg L \ Mesmo com este resultado, há necessidade de confirmação por espectrometria de massas. Todavia, o monitoramento deve ter continuidade, pois possibilitará a definição de áreas críticas e, conseqüentemente, subsidiará a gestão estratégica dessas áreas, como etapa importante para a manutenção da qualidade da água para abaste­ cimento da população local, seja na área de abrangência da Microbacia do Espraiado seja nas regiões circunvizinhas que, em alguns casos, já atingem o perímetro urbano da Cidade de Ribeirão Preto.

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