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Representação gráfica do conceito de paisagem em Geografia através do desenho: manual de desenho para o ensino de paisagem e guia pedagógico com orientações ao professor

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

MESTRADO PROFISSIONAL

NEIMARA COSTA DE LIMA SANTOS

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CONCEITO DE PAISAGEM EM

GEOGRAFIA ATRAVÉS DO DESENHO

- Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem -

- Guia Pedagógico com Orientações ao

Professor-CAICÓ- RN 2019

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NEIMARA COSTA DE LIMA SANTOS

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CONCEITO DE PAISAGEM EM

GEOGRAFIA ATRAVÉS DO DESENHO

- Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem - - Guia Pedagógico com Orientações ao Professor-

Relatório Técnico acompanhado de produto educacional Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem e Guia Pedagógico com Orientações ao Professor, apresentado ao Programa de PósGraduação em Geografia -Mestrado Profissional- GEOPROF, do Centro do Ensino Superior do Seridó (CERES), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Geografia.

Orientadora: Prof.ª Drª. Tânia Cristina Meira Garcia

Linha de pesquisa: Saberes geográficos no espaço escolar

CAICÓ-RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - - CERES--Caicó

Santos, Neimara Costa de Lima.

Representação gráfica do conceito de paisagem em Geografia através do desenho: manual de desenho para o ensino de paisagem e guia pedagógico com orientações ao professor / Neimara Costa de Lima Santos. - Caicó, 2019.

174f.: il. color.

Relatório Técnico-Científico (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó. Programa de Pós-Graduação em Geografia.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Tânia Cristina Meira Garcia.

1. Geografia - Estudo e ensino. 2. Paisagens na geografia. 3. Aprendizagem ativa. 4. Produto educacional. I. Garcia, Tânia Cristina Meira. II. Título.

RN/UF/BS-Caicó CDU 71:37

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NEIMARA COSTA DE LIMA SANTOS

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CONCEITO DE PAISAGEM EM

GEOGRAFIA ATRAVÉS DO DESENHO

- Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem - - Guia Pedagógico com Orientações ao Professor-

Relatório Técnico acompanhado de produto educacional Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem e Guia Pedagógico com Orientações ao Professor, apresentado ao Programa de PósGraduação em Geografia -Mestrado Profissional- GEOPROF, do Centro do Ensino Superior do Seridó (CERES), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Geografia.

Aprovada em: 19/ 11/2019

_________________________________________________________ Prof.ª Drª. - Tânia Cristina Meira Garcia - UFRN

ORIENTADORA

_________________________________________________________ Prof.ª Drª. - Sandra Kelly de Araújo - UFRN

AVALIADORA INTERNA

_________________________________________________________ Prof.ª Drª. -Flávia Spinelli Braga - UERN

AVALIADORA EXTERNA À INSTITUIÇÃO

CAICÓ-RN 2019

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Dedico esse trabalho a todos os alunos do 6° ano do Ensino Fundamental da rede municipal de Russas/CE, espero que esse material possibilite a todos novas experiências com a Geografia.

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AGRADECIMENTOS

Foi uma longa jornada, marcada pela presença de pessoas maravilhosas, umas que já faziam parte da minha vida e outras que conheci ao longo do caminho.

À Deus, por toda força que me foi concedida em todos os momentos dessa trajetória. A minha família, em especial os meus pais Marineide e Marcelo e a minha irmã Neila, a presença de vocês foi fundamental durante o desenvolvimento desse trabalho. Obrigada por acreditar na minha capacidade.

Aos meus amigos e colegas de trabalho, que sempre torceram por mim, obrigada pelo carinho.

Aos meus alunos das escolas José Ricardo de Matos e Joaquim Simplício da Costa que contribuíram com os desenhos para a construção dos recursos didáticos.

A todos os professores do Mestrado Profissional em Geografia (Geoprof), seus ensinamentos ampliaram a minha visão sobre a docência, em especial a minha orientadora Tânia Cristina, obrigada pela dedicação e paciência durante as orientações e por sempre acreditar na concretização desse trabalho.

A meus colegas de curso, Roseane, Hermínio, Eloíza, Aurino e Joária, agradeço pela experiência compartilhada e pelo carisma nos momentos de angústia e alegria, vocês me ajudaram a seguir em frente ao longo do curso.

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RESUMO

Constatações resultantes da experiência profissional revelam que estudantes do Ensino Fundamental apresentam dificuldades em assimilar conceitos-chave da Geografia e, especificamente, aquele relativo à paisagem. Com base nesse antecedente definimos como problema de investigação responder: a representação gráfica através do desenho constitui estratégia eficaz para o ensino do conceito de paisagem para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental? Como objetivo geral definimos: apresentar a proposta de um manual instrucional de desenho acompanhado de um guia para o professor, ambos contendo orientações teórico-metodológicas sobre o conceito de paisagem para utilização no 6° ano do Ensino Fundamental, que contemple aspectos do ensino e da aprendizagem escolar desta categoria geográfica. A investigação teve aporte em três procedimentos: a pesquisa bibliográfica, a análise documental e a pesquisa exploratória. A pesquisa bibliográfica tentou dar conta do “estado da arte” acerca dos estudos sobre categorias geográfica e de análise, a paisagem e o desenho, tomando como referência Santos (1997), Callai (2010), Miranda (2005), Pillar (2012), Almeida (2014) e Pontuschka; Paganelli; Cacete (2009). A análise documental encampou o Projeto Político Pedagógico da escola campo de investigação e documentos do arquivo da Escola Municipal Raimundo Pelópidas de Araújo, localizada na cidade de Russas-CE, o que possibilitou a organização de informações que levaram a caracterização da instituição educativa, e a definição do perfil dos alunos participantes desse estudo. A pesquisa exploratória, a partir da estratégia de diagnóstico de domínio de conhecimentos, Mapa Falado, possibilitou validar o desenho como estratégia para o ensino de paisagem. Os dados coletados, sistematizados e analisados através da análise de conteúdo de Bardin (1977), apresentaram a paisagem do cotidiano do aluno, expressa através da linguagem gráfica, possibilitando constatar a potencialidade do desenho como recurso para o ensino. Os resultados nos permitiram responder afirmativamente a questão de pesquisa proposta, ao demonstrar a eficácia da estratégia do desenho como procedimento didático-pedagógico eficaz, o que nos direcionou para a elaboração do Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem, acompanhado do Guia Pedagógico com Orientações ao Professor. Esse estudo, ancorado na investigação e elaboração de produtos educacionais construídos como produto final de trabalho de conclusão de curso de mestrado profissional, coloca em evidência o GEOPROF como um programa de pós-graduação que oportuniza o professor que está no ensino básico a diversificar a sua prática através do contato com novas metodologias de ensino.

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ABSTRACT

Findings resulting from professional experience reveal that students of Elementary School have difficulties in assimilating key concepts of Geography, and specifically the one related to the landscape. Based on this antecedent, we defined as a research problem to answer: Is the graphic representation through drawing an effective strategy for the teaching of the landscape concept for 6th grade students? As a general objective we define: Present the proposal of an instructional manual of drawing, accompanied by a notebook for the teacher, both containing theoretical and methodological guidelines on the concept of landscape for use in the 6th year of elementary education, which includes aspects of teaching and school learning of this geographical category. The research has contributions in three procedures: the bibliographical research, the documentary analysis and the exploratory research. The bibliographical research tries to give an account of the state of the art about the studies on geographic categories and of analysis, landscape and drawing, taking as reference Santos (1997), Callai (2010), Miranda (2005), Pillar (2012), Almeida (2014) and Pontuschka; Paganelli; Cacete (2009). The documentary analysis, embarked on the Pedagogical Political Project of the research field school and documents of the archive of the Raimundo Pelópidas de Araújo Municipal School, located in the city of Russas-CE, which allowed the organization of information that led to the characterization of the educational institution, and the definition of the profile. of the students participating in this study. Exploratory research, based on the knowledge domain diagnostic strategy, Mapa Falado, made it possible to validate design as a strategy for landscape teaching. The data collected, systematized and analyzed through content analysis by Bardin (1977), presented the student's daily landscape, expressed through graphic language, making it possible to verify the potentiality of drawing as a resource for teaching. The results allowed us to answer the proposed research question in the affirmative, by demonstrating the effectiveness of the design strategy as an effective didactic-pedagogical procedure, which led us to the elaboration of the Drawing Manual for Landscape Teaching, accompanied by the Pedagogical Notebook with Orientations. to the teacher. This study, anchored in the research and development of educational products built as the final product of the professional master's degree completion work, highlights GEOPROF as a postgraduate program that enables the teacher in elementary school to diversify his / her practice through contact with new teaching methodologies.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Prova SMAEF (2018)...53 Figura 2- Capa do Livro Didático de Geografia, 6º Ano, adotado no Município de Russas (CE)...65 Figura 3- Percepção da paisagem pelo aluno...78

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Etapas e procedimentos para análise dos dados documentais...21

Quadro 2- Primeira etapa para análise do conteúdo dos desenhos...29

Quadro 3 - Segunda etapa para análise do conteúdo dos desenhos...29

Quadro 4 - Terceira etapa para análise do conteúdo dos desenhos...30

Quadro 5- Elementos retirados da fala dos alunos do 6° A...35

Quadro 6- Matriz com os elementos presentes na produção gráfica – desenho...36

Quadro 7 - Categorias relacionadas às produções gráficas...37

Quadro 8- Desenho dos discentes do 6° “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo selecionados para análise interpretativa...38

Quadro 9- Estrutura Curricular do Município de Russas/CE (2017)...50

Quadro 10- O conceito de Paisagem no livro didático adotado no Município de Russas/ CE...66

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Faixa Etária dos alunos do 6° ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo (Russas, CE)...24 Gráfico 2- Bairro de Residência dos alunos do 6° ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo (Russas CE)...25 Gráfico 3- Entrada dos alunos do 6° ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo, (Russas, CE)...26 Gráfico 4- Reprovação dos discentes do 6° “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo, (Russas, CE)...26 Gráfico 5-Resultado do desempenho dos alunos do 6º ano no exame SMAEF, Município de Russas (CE) 1º bimestre de 2018...52

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LISTA DE SIGLAS

AGE- Assessoria e Gestão Educacional BNCC- Base Nacional Comum Curricular

DNC’s- Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica GEOPROF- Mestrado Profissional em Geografia

IDEB- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

INEP- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDBEN- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

PCN’s - Parâmetros Curriculares Nacionais PPP- Projeto Político Pedagógico

PMCMV- Programa Minha Casa, Minha Vida SEMED- Secretaria Municipal de Educação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...15

1 A GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ... 42

1.1 A Geografia Escolar no Ensino Fundamental: Aspectos conceituais e metodológicos ... 42

1.2 A proposta curricular para o Ensino Fundamental no Município de Russas (CE) ... 49

2 O ENSINO DE PAISAGEM: COMPETÊNCIAS DA APRENDIZAGEM ... 54

2.1 A paisagem como categoria geográfica no ensino...54

2.1.1 O ensino do conceito de paisagem através da observação, descrição e comparação ... 58

2.1.2 O ensino da categoria geográfica paisagem: conhecimentos, habilidades e atitudes ... 60

2.1.2.1 A paisagem na Base Nacional Comum Curricular...61

2.1.2.2 A paisagem nos Parâmetros Curriculares Nacionais ...63

2.1.2.3 A paisagem no Livro didático adotado no Município de Russas/CE ... 65

3 ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ... 68

3.1 Ensino e a aprendizagem no Ensino Fundamental ... 68

3.2 O desenho na perspectiva da sua historicidade ... 69

3.3 O desenho no contexto da educação escolar: objetivos e técnicas ... 71

3.4 A produção do desenho infantil ... 75

3.5 A organização perceptiva na produção gráfica da paisagem através do desenho ... 77

3.6 Manual de Desenho e Guia para o Professor como recursos didáticos...80

3.6.1 Construção inicial do Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem e Guia Pedagógico com Orientações ao Professor ...81

CONSIDERAÇÕES E DESDOBRAMENTOS DO ESTUDO...84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...86

FONTES DOCUMENTAIS...89

SITES PESQUISADOS ...89

ANEXO A- Desenhos produzidos por alunos do Ensino Fundamental: Paisagem com destaque para os elementos naturais (categoria1) ... 90

ANEXO B- Desenhos produzidos por alunos do Ensino Fundamental: Paisagem com a introdução de elementos artificiais (categoria 2)...91

ANEXO C- Desenhos produzidos por alunos do Ensino Fundamental: Paisagem composta pela variedade de elementos naturais, artificiais e sociais (categoria 3)...97

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ANEXO D- Desenhos produzidos por alunos do Ensino Fundamental: Paisagem composta por elementos que fazem parte do imaginário afetivo do aluno (categoria 4 )...101 APÊNDICE A- Produto Educacional Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem...102 APÊNDICE B- Produto Educacional Guia Pedagógico com Orientações ao Professor...158

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INTRODUÇÃO

As transformações ocorridas na sociedade a partir das tecnologias refletem no ambiente escolar e assim a prática do professor vivencia processos de adaptações de acordo com essa realidade. Nesse contexto é possível pensar em novas propostas para trabalhar os conteúdos da disciplina.

No momento atual ensinar geografia, somente com base na descrição dos espaços e na memorização de nomes de rios e de países, torna-se obsoleto não possibilitando a concretização da finalidade desse conhecimento geográfico, como também não acompanha o ritmo dos alunos, estando essa geração dentro de um contexto social distinto das décadas passadas.

O ensino de geografia nos últimos dez anos vem sendo uma das vertentes mais discutidas pelos licenciados em congressos e eventos da área, por todo o Brasil. Como desdobramento desses debates, é notório o crescente número de dissertações e teses transformadas em livros, como também artigos1 publicados em periódicos e anais científicos, que vem possibilitando aos professores do ensino básico o contato com sugestões metodológicas as quais podem ser agregadas à prática.

Foi pensando na contribuição que as metodologias podem dar ao professor que, nesse trabalho, definimos como objeto de estudo a aprendizagem do conceito de paisagem a partir do uso de desenhos.

Ao centramos nosso estudo no conceito de paisagem, categoria central para o ensino da geografia escolar, propusemo-nos a apresentar uma proposta metodológica, com suporte na estratégia de uso do desenho, este último como elemento didático para apresentação,

1O ensino de paisagem, por exemplo, apresenta-se como um dos conceitos-chave da Geografia presente em anais de eventos e periódicos no ano de 2018. Os anais do IV Encontro de Práticas de Ensino em Geografia (EREPEG, 2018) realizado na cidade do Crato/CE, disponível em <https://erepeg.wixsite.com/anaiserepeg/edicao-atual>, apresentam quatro artigos que versam sobre a importância da construção do conceito de paisagem pelos alunos do ensino básico para o entendimento de outros conteúdos do currículo. A utilização de estratégias

metodológicas no ensino de paisagem é um ponto forte presente em alguns trabalhos. No artigo intitulado “A representação do espaço e da paisagem nas telas de videogame: possibilidades para o ensino de geografia” da Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia e do Departamento de Geografia da UFES (2018), disponível em: <http://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/20352>, apresenta como objetivo a

potencialidade do uso de jogos eletrônicos no processo de assimilação do conceito de paisagem, por alunos do Ensino Fundamental. Os Anais do Colóquio Internacional Crianças e Territórios de Infância realizado em Brasília/ DF, em 2018, apresenta o artigo intitulado “A utilização de uma maquete multissensorial para a aprendizagem do conceito de paisagem nas séries iniciais”, disponível em:<

https://www.even3.com.br/anais/territoriosdeinfancia/> propõe o ensino de paisagem a partir da utilização de maquetes para alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais com deficiência visual.

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construção e domínio do conceito teórico-prático de paisagem, por alunos do Ensino Fundamental.

Esta proposta está estruturada em dois produtos educacionais, por nós denominado e conceituado “Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem” acompanhado do “Guia Pedagógico com Orientações ao Professor”, direcionado para aplicação didática por professores do Ensino Fundamental no tratamento didático do conceito de paisagem e concebido pedagogicamente como recursos.

I. Justificativa

A elaboração do recurso didático “Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem” e do “Guia Pedagógico com Orientações ao Professor” surgiu a partir de inquietações presentes na nossa prática como professora de Geografia do Município de Russas/CE. Com essa experiência atestamos que o ensino dessa disciplina vem sendo cada vez mais desafiador, devido a diversos fatores. O primeiro está relacionado à escassez de recursos didáticos disponíveis nas escolas, para o ensino da geografia, em específico. O segundo fator resulta dos resultados alcançados pelos alunos nas avaliações externas aplicadas nas escolas do município, através do Sistema Municipal de Avaliação do Ensino Fundamental (SMAEF2, 2018), em que os alunos do 6° Ano da rede expressaram as suas dificuldades, mais significativamente, em questões que envolviam os conceitos-chave da Geografia e, em especial, o de paisagem.

Quanto ao uso do desenho como estratégia de ensino, surgiu a partir das experiências em sala de aula, durante o ensino de cartografia no que se refere à orientação e localização, a partir da utilização de atividades presentes nas obras de Almeida (2014).

A experiência se estendeu através de uma oficina aplicada por ocasião do trabalho com o conteúdo espaço urbano e rural com turmas do 7° Ano do Ensino Fundamental, em abril de 2018. A oficina foi resultante de uma experiência exitosa com aplicação de atividades utilizando metodologias ativas, no decorrer da disciplina Tecnologia, Informação e Comunicação e Ensino de Geografia, do Mestrado Profissional em Geografia (GEOPROF) ministrada pela Profª. Drª. Tânia Cristina M. Garcia, no período letivo 2018.1. Essa experiência foi significativa, pois pudemos constatar que os alunos conseguiram um bom desempenho em atividades que envolviam o desenho.

2

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II. Problema

A partir das constatações resultantes da experiência profissional e de formação e, visando estabelecer procedimentos próprios à investigação sobre o ensino de geografia, nos propusemos a responder a seguinte questão: a representação gráfica, através do desenho, constitui estratégia eficaz para o ensino do conceito de paisagem, para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental?

Na busca por responder a esta questão-problema definimos como balizadores:

III. Objetivos

Objetivo Geral:

Apresentar a proposta de um manual instrucional de desenho, acompanhado de um guia para o professor, contendo orientações teórico-metodológicas sobre o conceito de paisagem, para utilização no 6° ano do Ensino Fundamental, que contemple aspectos do ensino e da aprendizagem escolar, desta categoria geográfica.

Objetivos específicos:

a) Identificar as competências cognitivas – saberes da experiência - de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, no que se refere ao domínio do conceito de paisagem, à partir dos descritores: elementos naturais, artificiais e sociais e, situá-los no arcabouço da aprendizagem da Geografia Escolar;

b) Descrever a importância didático-pedagógica do uso do desenho como estratégia metodológica para o ensino e aprendizagem do conceito de paisagem em Geografia, inserindo-o como elemento de construção de um manual instrucional de aprendizagem;

c) Construir procedimentos instrucionais para o ensino-aprendizagem do conceito de paisagem, de modo a levar o aluno do 6º ano do Ensino Fundamental a, através do desenho, desenvolver as competências cognitivas – saberes escolares - referentes ao domínio do conceito científico de paisagem.

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IV. Conceitos, categorias de análise e descritores

Conceitos, categorias de análise e descritores referem-se a tomadas de decisões feitas pelo pesquisador que visam colocar em evidência os procedimentos de pesquisa, de modo a dar clareza e objetividade ao estudo, ajudando a evitar o surgimento de viés, quanto à análise interpretativa do objeto.

No nosso estudo, a definição desses elementos procedimentais tornou-se indispensável, devido à opção do método de análise dos desenhos, o qual exige uma predefinição do que é esperado dos participantes da pesquisa e da definição de quais os critérios de inclusão e exclusão adotados para análise das produções gráficas, quanto a validação do produto educacional.

Isso posto, ficam definidos como: a) Conceitos:

Paisagem: segundo Milton Santos, a partir da obra Metamorfoses do

espaço habitado: fundamentos Teórico e metodológico da geografia, a

paisagem aparece como sendo “Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” (SANTOS, 1997, p. 21).

Desenho: segundo Analice Dutra Pillar, através da obra Desenho e

escrita como sistema de representação, em que o desenho corresponde

ao “[...] trabalho gráfico da criança que não é resultado de uma cópia, mas da construção e da interpretação que ela faz dos objetos, num contexto sociocultural e em uma época” (PILLAR, 2012, p. 43). Seguimos também a acepção de Rosângela Doin de Almeida, no livro

Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola, em que “o

desenho de crianças é [...] um sistema de representação. Não é cópia dos objetos, mas uma interpretação do real, feita [...] em linguagem gráfica” (ALMEIDA, 2014, p. 27).

 Ensino: segundo Garcia (2009); Garcia, Sobrinho e Garcia (2014) se estrutura pela organização, acompanhamento e avaliação das competências do aluno, cuja característica fundamental é a

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sistematização das ações (planejamento) que levam ao encontro do objeto do conhecimento (conteúdo) com a pessoa do aprendiz.

 Estratégia de ensino: segundo a acepção de Almeida (2014, p. 75) corresponde a “um conjunto de situações relacionadas entre si, nas quais o aluno deve resolver problemas que vão exigindo cada vez mais abstrações”.

 Manual: na acepção de guia de estudo, sendo um material voltado para o aluno, tendo a finalidade de orientá-lo na compreensão do conteúdo e na resolução de atividades (MOORE; KEARSLEY, 2010).

b) Categorias3 de análise:

 Paisagem, na acepção de ilustração do espaço geográfico.

 Desenho, na acepção de pintura de objetos, cenas e cenários do espaço geográfico.

c) Descritores: a partir da categoria central “paisagem” foram definidos como descritores: elementos naturais, artificiais e sociais que serviram de base para avaliar as produções gráficas dos participantes da pesquisa exploratória.

V. Material e Método

Para a proposição dos recursos didáticos foram definidos procedimentos próprios a atividades de construção do conhecimento técnico-científico, os quais passamos a descrever.

A abordagem metodológica adotada para tratamento do objeto de investigação – o uso do desenho como estratégia para o ensino do conceito de paisagem – foi o da pesquisa aplicada.

Esta escolha se justifica pela necessidade de, ao nos inserirmos no ambiente da escola e intervirmos diretamente na sua realidade, termos como propósito produzir um conhecimento para aplicação prática, na busca por solucionar problemas emergentes.

Do ponto de vista dos procedimentos, para sistematização e discussão das informações levantadas através da produção gráfica – desenho – pelos alunos participantes do

3

No decorrer desse trabalho a palavra categoria aparece de duas formas: categoria de pesquisa e categoria geográfica. A categoria de pesquisa se refere ao descritor central do estudo, por exemplo, paisagem, em que a partir dele foram determinados outros descritores: elementos naturais, artificiais e sociais, que serviram de parâmetro para analisar os desenhos dos participantes da pesquisa. A categoria geográfica se refere ao conceito científico paisagem, trata-se da dimensão definida para o estudo.

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estudo, utilizamos a análise qualitativa, em consonância com Minayo (2009, p. 21), ao referir que:

[...] (a pesquisa qualitativa) trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos (...) é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e compartilhada com seus semelhantes [...] (podendo o) objeto da pesquisa qualitativa dificilmente [...] ser (traduzida) em números e indicadores quantitativos [...]

Sendo aplicado o método descritivo, o qual: “[...] têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2002, p. 42).

Do ponto de vista dos procedimentos, a investigação desenvolveu-se em três vertentes: a pesquisa bibliográfica, a análise documental e o levantamento empírico.

A pesquisa bibliográfica tentou dar conta do “estado da arte” sobre os estudos acerca do ensino de geografia e do desenho como estratégia de ensino. A pesquisa documental visou identificar as diretrizes da Política Nacional de Educação, nos âmbitos nacional e municipal, com sustentação nos documentos: Base Nacional Comum Curricular (2017), Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e Diretrizes da Educação Municipal de Russas/CE (2017). O intuito foi condensar informações indispensáveis para compreender o ensino do ponto de vista das competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) requeridas para o domínio do construto paisagem.

A base empírica do estudo teve como lócus a Escola Municipal Raimundo Pelópidas de Araújo, localizada na cidade de Russas-CE e desenvolveu-se em Setembro de 2018. Nesse período o levantamento das informações sobre a escola, sobre os alunos e sobre o ensino, foi realizado nos arquivos da secretaria da instituição. Inicialmente, obtivemos informações sobre a turma do 6° ano do Ensino Fundamental, informações estas referentes ao número de alunos matriculados, à idade e sobre a vida escolar, tendo estas últimas, como documento fonte, o histórico escolar. Nessa fase buscamos identificar dados sobre a entrada na escolarização, retenções por série/ano, resultados de aprendizagem, notas/conceitos em conteúdos componentes que tratem do ensino de geografia, o que nos forneceu elementos para construção do perfil escolar do grupo de alunos participantes do estudo.

O material analisado, que integra nosso estudo é referido pela escola como pertencente ao “Arquivo Dinâmico”, estando organizado por “Pasta do Aluno” onde estão contidos documentos informativos sobre a vida escolar. Os documentos que compõem essa

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pasta versam sobre alunos com matrícula ativa na escola e integram: histórico escolar, registro de nascimento, comprovante de residência, cartão do SUS, termo de compromisso do responsável que realizou a matricula, ficha com notas por bimestre.

Essa pasta, a cada ano letivo é atualizada pela secretaria da escola, permanecendo no arquivo dinâmico durante a permanência do aluno na instituição. Quando este sai da unidade de ensino, a documentação permanece na posse do estabelecimento, sendo transferida para o “Arquivo Estático”.

A consulta ao Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP, 2018) nos possibilitou, por sua vez, descrever as características gerais da instituição referentes à fundação, localização, quadro de funcionários, níveis de oferta de ensino e horários de funcionamento.

Para efeito de compreensão quanto ao método empregado para análise dos documentos consultados – documentos das políticas públicas, da instituição campo de pesquisa e da vida escolar dos alunos - informamos que partimos de uma adaptação da técnica empregada para análise de conteúdo (BARDIN, 1977, p. 45), que consiste em adotar “um conjunto de operações visando representar o conteúdo de um documento [...]”, seguindo para isso três etapas: 1) pré-análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação, conforme apontamos a seguir no Quadro 1, seguido da apresentação e discussão das informações coletadas.

Quadro 1 – Etapas e procedimentos para análise dos dados documentais

ETAPAS O QUE FOI FEITO?

PRÉ-ANÁLISE

Leitura do material: Projeto Político Pedagógico (2018) e arquivo dinâmico.

Extração das informações referentes aos parâmetros: características gerais da escola, número de alunos matriculados, faixa etária, turma, turno, bairro que reside, entrada na escolarização,

retenções por série/ano, resultados de aprendizagem (notas/conceitos).

EXPLORAÇÃO DO

MATERIAL Quantificação desses dados utilizando gráficos e tabelas elaboradas no Microsoft Office Excel.

TRATAMENTO DOS RESULTADOS, INFERÊNCIA E INTERPRETAÇÃO

Resumo das principais informações contidas nos parâmetros definidos.

No nosso estudo as informações coletadas nestes documentos serão apontadas nos Tópicos “A instituição escolar campo da pesquisa” e “Descrição do perfil dos alunos do 6º Ano do Ensino

Fundamental”.

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a) Discussão e análise dos dados resultantes da pesquisa documental

A instituição escolar campo da pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal Raimundo Pelópidas de Araújo, localizada no Bairro Nossa Senhora de Fátima situado a leste da cidade de Russas4, no Estado do Ceará.

O Bairro Nossa Senhora de Fátima vem apresentando, desde 2010, crescimento no mercado imobiliário, através da construção de casas e apartamentos por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV),5 em virtude do setor imobiliário investir em espaços mais afastados da cidade, visando preços baixos, como também maximizar os lucros obtidos através desses empreendimentos. Essa realidade proporciona a ocupação e a expansão do espaço urbano desse bairro (LIMA; FILHO, 2017).

A Escola Municipal Raimundo Pelópidas de Araújo foi criada pela Lei Municipal Nº656/99 de 26 de fevereiro de 1999, quando obteve a inscrição no CNPJ 04.503.253/0001-39, passando a funcionar com a oferta da Educação Infantil e o Ensino Fundamental.

De acordo com o Projeto Político Pedagógico (2018) a estrutura física da escola é composta por: 11 salas de aula, biblioteca, sala de professores, consultório odontológico, pátio, 12 banheiros, diretoria, secretaria, cozinha, depósito para merenda, área verde e de recreação, quadra coberta para esporte e laboratório de informática.

Apesar do espaço ser adequado arquitetonicamente, no documento são apresentados alguns problemas os quais impactam negativamente no funcionamento das atividades da escola, tais como: falta de água, grande número de carteiras quebradas, ausência de um parque para a educação infantil, ausência de manutenção do corte das árvores e controle do crescimento de mato, alambrados da quadra quebrados, biblioteca sem profissional para atendimento.

No ano de 2018, a escola tem computado o número de 626 (seiscentos e vinte e seis) alunos distribuídos entre os turnos da manhã e da tarde. O quadro de funcionários apresenta-se estável.

4

O município de Russas está localizado no nordeste do Ceará, situado a 162 quilômetros da capital do Ceará, Fortaleza, fazendo parte dos dez municípios que compõem o Baixo Jaguaribe. O rio Jaguaribe banha, no seu baixo curso, dez municípios antes de desaguar no mar, na cidade de Aracati (LIMA, A. et al. 2007).

5

O PMCMV é um programa de habitação popular criado pelo governo federal, no ano de 2009, tendo como um dos objetivos o acesso à população de baixa renda ao financiamento da casa própria. É um programa que recebe subsídio do governo, mas é operado integralmente pelo setor privado (FERREIRA, 2013).

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Segundo o PPP (2018), as maiores dificuldades enfrentadas, quanto ao processo de ensino e aprendizagem, são a falta de acompanhamento dos pais, famílias desestruturadas, indisciplina, falta de interesse dos alunos e a pouca oferta de recursos didáticos.

Os recursos disponíveis na escola para trabalhar os conteúdos de Geografia6 são o livro didático, lousa, globo terrestre e o mapa-múndi. A experiência como professora do Município me permite constatar que a realidade da escola pesquisada, no que concerne a pouca oferta de materiais didáticos que possam contribuir com a Geografia escolar, está presente também em outras escolas no munícipio.

O público alvo dessa instituição é bastante carente, com alunos provenientes de famílias de baixa renda. A escola atende, em sua maioria, alunos do próprio bairro e de outros bairros circunvizinhos e também algumas comunidades rurais.

A escola realiza a atualização do PPP anualmente com a participação de todos os seguimentos, direção, coordenação pedagógica, professores, representantes de pais e alunos e demais funcionários encontrando-se, no mês de Setembro de 2018, em fase de atualização.

Apesar da escola apresentar dificuldades de infraestrutura como mencionado, vem mostrando, nos últimos anos, crescimento em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). De acordo com o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2017, na etapa escolar dos anos iniciais, a escola alcançou a nota 6,5 superando a meta projetada de 5,4. Para os anos finais alcançou 5,9 ultrapassando a meta projetada de 4,1.

Descrição do perfil dos alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental

De acordo com os dados coletados na secretaria da escola, no ano de 2018, a instituição possuía duas turmas de 6° ano, ofertadas nos turnos matutino e vespertino. Destas definimos como grupo alvo do nosso estudo a turma do 6° ano A, turno manhã, que estava composta por 31 alunos matriculados. O critério utilizado para a escolha da referida turma foi o aceite da professora de Geografia da escola para que o estudo fosse aplicado à turma.

No Gráfico 1 apresentamos informações sobre a faixa etária dos alunos onde identifica-se que 49% encontram-se na idade prevista para essa série, de acordo com a Lei 11. 274/2006, em que amplia o Ensino Fundamental para 9 anos, segundo a qual nas séries iniciais a faixa etária ideal vai dos 6 aos 10 anos de idade e nos anos finais, a idade

6 Informações coletadas através de entrevista com a professora de Geografia da Escola Municipal Raimundo Pelópidas de Araújo, Russas, CE.

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corresponde a período que vai dos 11 aos 14 anos. No mesmo gráfico podemos verificar que 32% dos alunos estão com 12 anos, 16% com 13 anos e 3% com 19 anos.

Gráfico 1 - Faixa Etária dos alunos do 6° ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo (Russas, CE)

Fonte: Elaboração própria, a partir da pesquisa documental (2018).

Quanto ao bairro em que residem, podemos afirmar que 71% dos alunos moram no bairro Nossa Senhora de Fátima, onde a escola está situada, enquanto que 29% são provenientes de bairros próximos: Vila Ramalho, Tabuleiro do Catavento, Várzea Alegre, Campo Federal.

Identificamos ainda alunos que moram na zona rural, distante, em média de 2 a 5 km da instituição, como as comunidades: Buia, Garças e Poço Redondo. Como pode ser observado pelo Gráfico 2.

49%

32% 16%

3%

(25)

Gráfico 2 - Bairro de Residência dos alunos do 6° ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo (Russas, CE)

Fonte: Elaboração própria a partir da pesquisa documental, (2018).

O Gráfico 3 traz informações referentes a entrada do aluno na escola e o tempo em que estudam na instituição. De acordo com a análise podemos constatar que 3% dos alunos entraram em 2008 e frequentam a escola há 10 anos, 6% entrou em 2009 (9 anos), 19% entrou em 2010 (8 anos), 10% dos alunos entraram em 2011 (7 anos), 10% em 2014 (4 anos), 6% em 2015 (3 anos) , 13% em 2016 (2 anos), 10% em 2017 (1 ano) e 23% dos alunos entraram em 2018, considerados novatos.

Os dados mostram que existe um grande percentual de alunos que estudam na escola há mais de 5 anos, por terem cursado a educação infantil e o Ensino Fundamental anos iniciais nessa escola. Encontramos, também, entre esses, alunos novatos que iniciaram seus estudos na instituição no ano de 2018.

Podemos afirmar que a maioria dos alunos que entraram na escola deram continuidade aos estudos sem haver transferência, somente 2 (dois) alunos saíram um ano, mas no seguinte retornaram. 1 (um) aluno cursou o 2° ano, em 2013, em outra escola municipal e retornou em 2014, outro discente cursou o 2° ano, em 2014, em outra instituição da rede municipal, mas retornou em 2015.

Estas informações tornam-se relevantes, pois permitem que seja obtida uma avaliação mais fidedigna quanto ao domínio de competências escolares e, quanto aos resultados de aprendizagem no grupo, fatores que podem ser intervenientes em estudo da natureza do nosso. 71% 3% 3% 3% 3% 7% 7% 3%

Nossa Senhora de Fátima Várzea Alegre Vila Ramalho Campo Federal Tabuleiro do Catavento Sítio Garças Sítio Buia Sítio Poço Redondo

(26)

Gráfico 3 - Entrada dos alunos do 6° ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo, (Russas, CE)

Fonte: Elaboração própria a partir da pesquisa documental, (2018).

O Gráfico 4 apresenta os dados sobre o índice de reprovação da turma. De acordo com a pesquisa documental, 77% dos alunos nunca ficaram retidos em nenhuma série. 23% da turma já tiveram situação de retenção, entre esses encontramos 2 (dois) alunos que repetiram o 4° Ano, em 2016, 1 (um) aluno que repetiu o 5° Ano, em 2017, 1 (um) aluno que repetiu o 3° Ano, em 2014, e o 4° Ano, em 2016, 3 (três) alunos que reprovaram o 6° Ano, em 2017, encontrando-se em 2018 nesta série.

Gráfico 4 – Reprovação dos discentes do 6° Ano “A” da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo, (Russas, CE)

Fonte: Elaboração própria a partir da pesquisa documental, (2018). 3% 6% 19% 10% 10% 6% 13% 10% 23%

Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016 Ano 2017 Ano 2018

23%

77%

(27)

Em relação às notas e conceitos7, os alunos do 6° A obtiveram no SMAEF de Geografia a média de 6,08 no 1° bimestre, 6,48 no segundo bimestre e 5,07 no terceiro bimestre. A escola premia os alunos que conseguiram ficar com conceito adequado8 em cada disciplina. Essa premiação consiste em certificados e os alunos são levados a um passeio. De acordo com esses resultados, à média da turma no primeiro e segundo bimestre se enquadra ao padrão intermediário, no entanto, no terceiro bimestre houve um decréscimo para o crítico. Em relação aos alunos premiados do 6° A, no primeiro bimestre somente 1 (um) aluno foi premiado, no segundo bimestre 2 (dois) alunos e no terceiro bimestre 1 (um) aluno.

A terceira vertente utilizada, refere-se à metodologia empregada para validação do produto educacional “Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem” acompanhado do “Guia Pedagógico com Orientações ao Professor” cujo procedimento deu-se a partir da aplicação da estratégia didática já conhecida no ensino da Geografia, o “Mapa Falado” 9.

No nosso estudo utilizamos o “Mapa Falado”, como ferramenta auxiliar para identificar as competências dos alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental, no que se refere ao domínio do conceito de paisagem, por se tratar de uma técnica que busca identificar através de “[...] um desenho representativo do espaço ou território [o] objeto de reflexão. [...] (possibilitando que se discuta) diversos aspectos da realidade de forma ampla, sendo muito utilizada como técnica exploratória, no início de um diagnóstico” (FARIA, 2006, p. 23).

Para nós, o seu uso deu-se como procedimento de investigação de caráter exploratório e de validação, objetivando identificar o comportamento da amostra (alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental) no domínio de conhecimentos quanto ao conceito de paisagem.

Quanto ao modelo operacional, a técnica aplicada dividiu-se em duas partes, compostas pela abordagem bibliográfica e pela abordagem empírica.

A abordagem bibliográfica referiu-se à composição do aporte teórico, em relação a categoria paisagem (descritor do estudo), com fundamento em Santos (1997) e Callai ( 2010), cuja descrição e conceituação serviu-nos de base de mensuração, para identificar a competência dos alunos, quanto a esta dimensão de estudo e do ensino da Geografia.

7 A pasta individual de cada aluno não apresenta a situação dos alunos, em relação às notas atuais referentes ao ano de 2018, esses resultados somente serão agregados no final do ano letivo. Essas informações do

desempenho da turma foram disponibilizadas pelo coordenador pedagógico da escola campo de pesquisa. 8

Padrão de desempenho do aluno, o aluno que apresentar notas de (0,0 – 2,9) considera-se no muito crítico, alunos que pontuaram de (3,0 – 5,9) são considerados no Crítico, alunos que pontuaram (6,0 – 8,9) estão no intermediário, alunos que pontuaram (9,0- 10,0) estão no adequado.

9 Essa estratégia didática tem sido usualmente empregada em cursos promovidos pelo Ministério do Meio Ambiente (Brasil) como técnica de diagnóstico participativo, a partir de adaptações do modelo proposto por Miguel Expósito Verdejo (2006).

(28)

A aplicação do “Mapa Falado” foi controlada a partir da definição de descritores, os quais estruturam a matriz conceitual da nossa pesquisa, bem como da proposta do produto educacional.

A escolha e definição dos termos tomou como base os conteúdos de Geografia para o Ensino Fundamental, a partir dos referenciais e bases curriculares10 adotadas nas escolas públicas brasileiras, mais em específico, as que integram o sistema de ensino do Município de Russas/ CE.

Na ciência geográfica o aporte teórico ancorado em Santos (1997) e Callai (2010) serviram de guia para conceituação dos descritores relativos à categoria analítica paisagem, quais sejam: os elementos naturais, artificiais e sociais.

A abordagem empírica está composta por uma amostra de 23 alunos da turma do 6° ano do Ensino Fundamental da escola já identificada, sendo esta amostragem não probabilística. O critério de escolha da turma foi o nível escolar (Série/Ano) em que a paisagem é sugerida como conteúdo de ensino nos documentos11 reguladores do Ministério da Educação (Brasil) e na Proposta Curricular do município de Russas/CE.

Para verificação das competências dos alunos, quanto ao domínio dos elementos descritores da categoria geográfica paisagem utilizamos, portanto, o percurso metodológico descrito em seguida.

Para tratamento dos dados resultantes da produção gráfica (desenhos) pelos alunos, sistematizados na matriz exposta no (Quadro 6), a técnica empregada para interpretação tem como aporte a análise qualitativa de conteúdo, tendo como procedimento a extração de inferências válidas, a partir da observação dos elementos que compõem os descritores da pesquisa, referentes ao constructo paisagem. Essa técnica consiste em “um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) [...]” (BARDIN, 1977, p. 42).

Vários autores trabalham com essa técnica e, embora a nomenclatura seja diferente de acordo com cada autor, no que se refere à identificação das etapas, nesse estudo optamos pela terminologia sugerida por Bardin (1977), já mencionadas neste estudo, em passagem anterior, as quais passamos a discutir.

Segundo Bardin (1977) a etapa de “pré-análise” se refere à organização e leitura de todo material coletado, seja ele questionário, entrevista e no nosso caso a exposição oral dos

10 Diretrizes da Educação Municipal de Russas (2017).

(29)

desenhos produzidos pelos alunos. Nessa fase o pesquisador precisa definir os descritores para interpretação dos dados coletados, a partir do referencial teórico estabelecido para o estudo.

Na nossa investigação, essa etapa refere-se à análise da produção gráfica – desenho, feita pelos alunos participantes do estudo, cuja descrição se deu como indicado a seguir.

Quadro 2- Primeira etapa para análise do conteúdo dos desenhos

ETAPA AÇÃO

PRÉ-ANÁLISE

Definição das categorias de análise: paisagem e desenho. Definição dos descritores: elementos naturais, artificiais e sociais.

Organização e leitura do material coletado na aplicação da técnica “mapa falado”, em folha de anotações, desenhos e vídeo.

Transcrição das informações presentes no vídeo, relacionando com cada desenho; Relação das informações contidas em todo o material coletado.

Fonte: Elaboração própria a partir de Bardin (1977).

A segunda etapa “exploração do material” consiste no momento em que o pesquisador reune todas as informações contidas no material definido e extrai a essência destes, associados às categorias, palavras-chaves que tenham um valor significativo para a pesquisa. Segundo Bardin (1977, p. 101), “a fase de análise propriamente dita não é mais do que a administração sistemática das decisões tomadas [...] consiste essencialmente de operações de codificação, desconto ou enumeração, em função de regras previamente formuladas”. Para nós isso consistiu em:

Quadro 3 - Segunda etapa para análise do conteúdo dos desenhos

ETAPA AÇÃO

A EXPLORAÇÃO DO MATERIAL

Identificação dos elementos mais relevantes presentes no material a ser analisado (desenho, vídeo, folha de anotações).

Cada elemento que apareceu com frequência nos desenhos foi contabilizado.

Fonte: Elaboração própria a partir de Bardin, (1977).

Segundo Bardin (1977) a terceira etapa compreende o tratamento dos resultados, inferência e interpretação e consiste na comparação dos elementos encontrados no material de análise, com as categorias norteadoras definidas para o estudo, identificando os aspectos considerados semelhantes, ou seja, que apareceram com frequência e os elementos que estavam ausentes no material.

(30)

Quadro 4 - Terceira etapa para análise do conteúdo dos desenhos ETAPA AÇÃO TRATAMENTO DOS RESULTADOS, INFERÊNCIA E INTERPRETAÇÃO

Relação dos elementos presentes no material coletado com os descritores definidos para avaliação dos desenhos.

Descrição dos elementos que estavam presentes, intensamente nos desenhos, de acordo com cada descritor.

Descrição de elementos novos que surgiram nas produções gráficas. Descrição dos descritores que estavam ausentes nos desenhos.

Fonte: Elaboração própria a partir de Bardin, (1977).

b) Descrição e análise da aplicação da estratégia “Mapa Falado” como procedimento de investigação

Nesta seção, apresentamos a estratégia didática “Mapa Falado” como procedimento de pesquisa exploratória, objetivando validar a proposta de organização do produto educacional “Manual de Desenho para o Ensino de Paisagem” acompanhado do “Guia Pedagógico com Orientações ao Professor”.

Os dados, considerados como fragmentos de informações sobre o conceito de paisagem, foram coletados de forma sistemática, a partir das produções gráficas realizadas pelos alunos participantes12 desse estudo. As imagens produzidas e que se transformaram em uma base de evidências sobre o domínio dessa competência conceitual, tiveram como proposição e comando para execução da tarefa a seguinte prescrição:

Desenhe as paisagens que você encontrou no caminho da sua casa até a escola.

A sequência didática adotada pela investigadora, a partir desse comando seguiu o procedimento metodológico descrito a seguir:

PRIMEIRA FASE: Solicitação aos alunos que observassem a paisagem entre o trajeto casa/escola. (Tempo de aula utilizado para instrução aos alunos: 15 minutos)

Procedimento: No dia anterior à produção do mapa falado, os alunos receberam orientações para que observassem, com atenção, as paisagens que se encontram presentes no percurso que fazem de casa à escola, sendo informados que, na aula seguinte de geografia, seriam desenvolvida atividades que necessitariam das observações feitas por eles sobre o percurso

(31)

feito diariamente por cada um de casa até a escola (quer seja feito caminhando a pé ou usando qualquer meio de transporte).

 Sondagem: Foi perguntado oralmente se os alunos haviam compreendido as orientações sobre a “observação do trajeto”, momento em que foi utilizada uma folha de anotações para descrever o comportamento dos alunos em relação à compreensão sobre o primeiro passo da investigação.

 Adaptação: Caso fosse identificada alguma dificuldade de compreensão pelos alunos diante desse comando, a turma seria orientada novamente.

O que foi constatado após a execução da tarefa (27 de setembro de 2018): Após as orientações repassadas aos alunos, foi indagado se os mesmos tinham compreendido o que havia sido solicitado. Todos afirmaram que entenderam. Para averiguação foi solicitado que eles expressassem oralmente que tarefa eles tinham para casa. A maioria respondeu em voz alta: “Olhar com atenção as paisagens do caminho de casa a escola”.

SEGUNDA FASE: Apresentação da atividade com informação sobre o instrumento Mapa Falado (tempo de aula utilizado: 20 minutos).

Procedimento: Em sala de aula foi informando aos alunos que nessa aula estaríamos aprendendo um novo conceito em Geografia, o de “paisagem”. Esclarecemos que durante a aula não haveria exposição de conteúdo, sendo desenvolvida uma atividade conhecida como mapa falado, a qual consistia emdesenhar, a partir das orientações da professora, o percurso do trajeto realizado por eles, entre as suas casas e a escola. Eles deveriam representar pelo desenho “tudo” o que conseguiam lembrar desse caminho e que considerassem como sendo paisagem. Para a produção do desenho os alunos ocupariam suas carteiras individualmente e seriam disponibilizados lápis de cor e papel branco (folha tamanho A4). O tempo destinado para a produção gráfica seria de 40 minutos. Os alunos foram informados ainda que, após a conclusão dos desenhos, a sala de aula seria organizada em círculo, momento em que seriam compartilhadas (descritas oralmente), as informações contidas no material produzido por eles -desenho- aos colegas e que no transcurso da atividade seria utilizada uma câmera do celular, para registro da participação.

(32)

 Sondagem: Foi utilizada uma folha de anotações para descrever o comportamento dos alunos durante a proposição da tarefa, para identificação das dificuldades de compreensão da atividade.

 Adaptação: Caso fosse identificada alguma dificuldade de compreensão, as dúvidas que surgissem seriam sanadas e, se necessário, far-se-ia uma nova apresentação da atividade. Também seriam apresentados elementos de motivação dos alunos para produção.

O que foi observado após a execução da tarefa (28 de setembro de 2018): Com a presença de 23 (vinte e três) alunos e da professora de Geografia, regente da turma, a sequência didática da tarefa foi apresentada, sendo identificado o pronunciamento de um dos alunos que referiu “que bom que hoje a aula é assim... eu já copiei demais!”, levando a pesquisadora a inferir que a tarefa havia sido bem recepcionada pelo grupo.

TERCEIRA FASE: Proposição da tarefa informando sobre o que os alunos deverão desenhar. (Tempo de aula utilizado: 20 minutos).

Procedimento: Foi solicitado aos alunos que executassem um desenho do trajeto entre a casa e a escola, representando todos os elementos, objetos que eles observaram, de acordo com as orientações que foram dadas na aula anterior. Para realização da tarefa os alunos receberam (individualmente) uma folha de papel A4, lápis grafite, lápis de cor e giz de cera. (Esse material foi distribuído em cada carteira, para que cada estudante pudesse produzir seu desenho e pintar individualmente, colocando na parte inferior da folha o seu nome).

 Sondagem: Foi utilizada uma folha de anotações para descrição do que os alunos entenderam sobre o que seria desenhado, sobre seu comportamento durante a produção gráfica. (Seria descrito a presença de resistência quanto à realização da tarefa.).

 Adaptação: Caso fosse identificada alguma dificuldade de compreensão seria feita uma nova orientação evitando induzir os alunos quanto ao conceito de paisagem em investigação. Sendo

(33)

identificada alguma resistência quanto à execução da tarefa seria utilizada estratégias de motivação.

O que foi observado após a execução da tarefa (28 de setembro de 2018): Durante essa etapa os alunos não fizeram questionamento sobre o que foi solicitado, embora alguns mostrassem, através das expressões faciais e através de conversa com os colegas, dificuldades sobre o que seria paisagem. Mantiveram-se, no momento da execução do desenho, atenciosos e alguns, que sentam rotineiramente no final da sala, começaram a conversar, momento em que foi solicitado que dessem atenção a atividade. Em nenhum momento os alunos se omitiram de participar ou questionaram porque a aula estava acontecendo daquela maneira. Foi necessário fazer uma nova orientação (direcionando-os para o comando da atividade), pois demostraram timidez para fazer questionamentos, mesmo sentindo dificuldade.

QUARTA FASE: Distribuição do material para a realização da atividade (desenho do Mapa Falado)

Procedimento: Disponibilizado aos alunos o material para produção do desenho, foi informando que eles teriam 40 minutos para desenhar e finalizar a pintura. Durante a aplicação da atividade os alunos foram orientados a permanecer na sua carteira, de acordo com o mapeamento da escola13, mantendo silêncio sendo orientado a não utilizarem outro material. Esperava-se que durante essa etapa os alunos mantivessem atenção e participação.

 Sondagem: Foi feito o acompanhamento da produção pelos alunos sem fazer interferência.

 Adaptação: Caso fosse identificado hesitação ou comportamento inibido, incentivaria a produção do aluno.

O que foi analisado após a execução da tarefa (28 de setembro de 2018): No decorrer dessa etapa, a princípio os alunos ficaram preocupados com a estética do desenho, afirmando que o desenho estava feio, no entanto, foi aberto mais um momento demotivação das produções dos alunos, sem interferir nos elementos retratados no desenho.

13 Algumas escolas do município de Russas/CE adotam o mapeamento, em que consiste na organização dos alunos durante as aulas, evitando conversa e barulho entre grupos.

(34)

QUINTA FASE: Finalização da atividade por meio do compartilhamento dos desenhos por cada aluno. (Tempo utilizado da aula: 40 minutos)

Procedimento: Durante a apresentação dos alunos a pesquisadora foi anotando no quadro os “elementos” que compõem os descritores de uma paisagem, retirados das palavras e dos desenhos dos alunos e que pudessem ser associados ao conceito adotado na geografia escolar. Neste momento, foi utilizada a câmera do celular, cada aluno se identificou e falou sobre o que desenhou. Terminada a apresentação oral de todos os desenhos a pesquisadora concluiu a atividade organizando as informações e explicações dadas pelos alunos, para que juntos (pesquisadora e alunos), formulassem um conceito de paisagem. Nesse momento foi solicitado que os alunos consultassem o livro didático e verificassem o conceito que estava lá, e observassem se haviam chegado à mesma elaboração. Após o compartilhamento dos desenhos, foi recolhido todo o material utilizado na confecção dos desenhos e a aula foi finalizada com um agradecimento à turma pela participação na atividade e ao professor regente pela colaboração e disposição do tempo da aula para a realização da atividade.

 Sondagem: Foi acompanhada a apresentação dos desenhos pelos alunos, incentivando o aluno para que apresente o que elaborou.

 Adaptação: Caso algum aluno não quisesse compartilhar o desenho em voz alta para os demais colegas, seria solicitado que ele expusesse o material para o mediador da aula.

O que foi analisado após a execução da tarefa (28 de setembro de 2018): No decorrer dessa etapa a professora regente da turma prontificou-se a colaborar com a pesquisadora, gravando o compartilhamento das produções dos alunos. Durante a apresentação dos respectivos desenhos, a princípio, a turma ficou dispersa com conversas que não tinham relação com o que estava sendo trabalhado, assim foi preciso chamar atenção do grupo. Todos os alunos se prontificaram em compartilhar os desenhos e do momento da gravação. Enfatizaram elementos nos seus desenhos, no qual, foram reunidos na lousa para que a partir deles fosse definido, em conjunto com a turma, um conceito. O (Quadro 5) apresenta os elementos elencados pelos alunos.

(35)

Quadro 5- Elementos retirados da fala dos alunos do 6° Ano A

ELEMENTOS INSERIDOS NA LOUSA A PARTIR DA DESCRIÇÃO DOS DESENHOS PELOS SEUS AUTORES

Animais Pessoas Posto de gasolina Comércio Cerâmica Escola Mato Árvore Carnaúba

Fonte: Elaboração própria a partir do 5° passo da sequência didática (2018).

O conjunto de elementos presentes na lousa (Quadro 5) possibilitou aos alunos afirmarem que “paisagem é tudo aquilo que se vê”, “Toda paisagem possui árvores”. Neste momento alguns alunos gritaram alto “tem paisagem que não tem árvore” discordando da concepção dos demais colegas. A partir desse momento, foi aberto um momento de discussão entre os alunos, assim como foi solicitada a consulta do conceito no material didático.

Após averiguarem o conceito, no qual está expresso paisagem como sendo “tudo aquilo que vemos em determinado lugar, em dado momento”, os alunos ao final perceberam ser um equívoco afirmar que toda paisagem possui elementos naturais, também chegaram a conclusão que todos os elementos desenhados pela turma fazem parte da paisagem da cidade em que residem.

Assim, foi utilizada a matriz abaixo (Quadro 6) para inserção das informações presentes na produção gráfica dos alunos.

(36)

Quadro 6 - Matriz com os elementos presentes na produção gráfica – desenho DESCRITOR ELEMENTOS REFERENTES AO DESCRITOR QUANTIDADE DE ELEMENTOS PRESENTES NOS DESENHOS ELEMENTOS NOVOS QUE SURGIRAM NOS DESENHOS DESCRITOR AUSENTE NOS DESENHOS DESEMPENHO DO ALUNO: quanto a representação do elemento SIM NÃO ELEMENTOS NATURAIS Hidrografia Formas de relevo Vegetação Árvores (22) X ELEMENTOS ARTIFICIAIS Casas Prédios Chácaras Avenidas Calçadas Veículos Indústrias Bancos Lojas Escolas Sinais de trânsito Casa (20) Escola (5) Indústria de cerâmica (1) Supermercado (4) Veículo (4) Oficina (1) Posto de gasolina (1) Quadra de esporte (2) X ELEMENTOS SOCIAIS Símbolos (igreja, museu, rua, bairro, cidade) Rua (18) Cidade (23) Pessoas (8) Animais (5) X

Fonte: Elaboração própria (2018), a partir do instrumento Mapa Falado, e com base na análise de conteúdo de Bardin (1977).

De acordo com o (Quadro 6), todos os descritores definidos para o conceito paisagem estavam presentes na representação gráfica e possuíam relação com os elementos (parâmetros) definidos para avaliação. Quanto aos elementos naturais, as árvores estavam presentes em 22 (vinte e dois) desenhos, com destaque para as carnaúbas. Com relação aos elementos artificiais, os que mais se destacaram nos desenhos foram as casas. Os discentes também deram ênfase nos desenhos à rua em que residem e aspectos da cidade (casas de amigos, familiares e os mercadinhos que frequentam) expressando o cotidiano. Dessa forma os elementos sociais estavam presentes. Entre esses, também surgiram pessoas e animais, resultado do espaço vivido pelo aluno e das relações sociais existentes.

Das 23 produções gráficas, 4 desenhos foram escolhidos para análise, pela pesquisadora, levando-se em conta nessa abordagem, outras fontes de informações como as anotações, os vídeos e apresentação oral das crianças. O critério adotado para escolha dos quatro desenhos foi o maior número de elementos que estavam presentes nas produções e que seriam referências para representar os demais desenhos.

(37)

Sistematização e análise dos desenhos

O trabalho de interpretação das produções dos alunos foi iniciado com a sistematização das informações, a partir da análise dos desenhos produzidos, visando construir um corpus teórico sobre a compreensão do conceito geográfico “paisagem” e, deu-se inicialmente com o agrupamento das produções, aplicado o critério de similitude quanto a identificação dos descritores: elementos naturais, artificiais e sociais, o que nos levou às informações apresentadas no Quadro 7, a seguir.

Quadro 7 - Categorias relacionadas às produções gráficas14

Fonte: Elaboração própria a partir dos desenhos produzidos pelos alunos participantes do estudo (2018).

Considerada cada uma das quatro categorias apresentadas no quadro 7, foi escolhido um desenho representativo desse grupo, utilizando o critério de maior número de elementos caraterizadores como já informado.

Para cada um destes desenhos foi atribuído um título para identificação, o qual refere aspectos retirados da fala dos alunos produtores.

No Quadro 8 apresentamos a identificação das produções selecionadas para discussão.

14

Os desenhos estão disponíveis como anexo no final do trabalho, organizados a partir das 4 ( quatro) categorias, conforme o Quadro 7.

15 Categoria representada pelos desenhos 1 e 5 (ANEXO A). 16

Categoria representada pelos desenhos 2, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 (ANEXO B). 17 Categoria representada pelos desenhos 3, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 (ANEXO C).

18 Categoria representada pelo desenho 4 (ANEXO D). DESENHOS ELEMENTOS DA PAISAGEM REPRESENTADOS GRAFICAMENTE NÚMERO DE DESENHOS/SEMELHANÇAS COM AS CATEGORIAS DESENHO 1 Categoria 1:

Paisagem com destaque para os elementos naturais15.

2

DESENHO 2

Categoria 2:

Paisagem com a introdução de elementos artificiais16.

12

DESENHO 3

Categoria 3:

Paisagem composta pela variedade de elementos naturais, artificiais e sociais17.

8

DESENHO 4

Categoria 4:

Paisagem composta por elementos que fazem parte do imaginário afetivo do

aluno18.

(38)

Quadro 8 - Desenho dos discentes do 6° Ano A, da E. M. Raimundo Pelópidas de Araújo selecionados para análise interpretativa

Fonte: Elaboração própria a partir das produções dos alunos participantes do estudo, (2018).

Desenho 1- Eu desenhei as carnaúbas Desenho 2 - Passo sempre por essa cerâmica

Referências

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