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A promoção da educação ambiental através do desporto de aventura e natureza em meio escolar

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Academic year: 2021

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TIAGO ANDRÉ VAZ DE VIEIRA AMORIM

A PROMOÇAO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO DESPORTO DE AVENTURA E NATUREZA EM MEIO ESCOLAR

Percepção, Acções e Atitudes de Protecção Ambiental de Alunos de Desporto Aventura

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO VILA REAL - 2010

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no ramo de Ciências do Desporto e Educação Física, no Ensino de Educação Física no Ensino Básico e Secundário, realizada sob a orientação científica do Professor Doutor Luís Felgueiras e Sousa Quaresma

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho contou com a ajuda e colaboração imprescindível de algumas pessoas, a quem expresso os meus sinceros agradecimentos:

 Ao Professor Doutor Luís Felgueiras e Sousa Quaresma, orientador deste estudo, pelo seu apoio, sua dedicação, seu profissionalismo, conselhos, pela força que sempre me deu e sobre tudo, pelo acompanhamento sempre constante.

 À Dra. Claudia Leite pelos conselhos e ensinamentos, não só estatísticos, fundamentais para a concretização e realização do trabalho.

 Ao meu irmão pela persistência e energia transmitida para a conclusão desta tarefa.

 A todos os Professores que me acompanharam nesta caminhada académica, pelos seus conhecimentos e amizade transmitida, em especial à Professora Doutora Ágata Aranha e ao Professor Doutor Nuno Leite.  A todos as entidades a quem solicitei informações, pela sua disponibilidade

e colaboração.

 Aos meus colegas e amigos de curso, em especial a José Freire, Fernando Vale, Fábio Silva, Suzanne Barroso, pelo companheirismo, pela disponibilidade, pelo incentivo e pela colaboração em muitos momentos.  Aos meus amigos que, graças aos momentos de descontracção que me

proporcionaram, contribuíram igualmente para o atingir dos meus objectivos.

 Por último, agradeço aos meus pais e restante família pelo amor, apoio, carinho e tolerância no decorrer das diversas etapas da minha vida.

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RESUMO

O presente trabalho pretende avaliar o nível ético ambiental a que se encontram os praticantes de Desporto de Aventura e Natureza, neste caso especifico os praticantes de Orientação, do Desporto Escolar, da zona Norte de Portugal.

Assim, elaborou-se um modelo de avaliação, com trinta e uma questões de resposta fechada sobre Sustentabilidade, Conservação da Natureza, Reciclagem e Defesa dos Seres Vivos, sendo as respostas obtidas através de uma escala de

Likert de cinco pontos, que oscila entre os extremos “Discordo Totalmente” (valor

1) e o “Concordo Totalmente” (valor 5).

Os resultados obtidos demonstram que os praticantes apresentam um bom nível ético ambiental, sendo as dimensões Conservação da Natureza e Defesa dos Seres Vivos as mais valorizadas pelos inquiridos, seguidas da Reciclagem. A Sustentabilidade, apesar dos bons resultados, é aquela onde se verifica uma menor sensibilidade.

Face aos resultados obtidos, propõe-se a focalização dos conteúdos programáticos da Educação Ambiental na componente Sustentabilidade e nas práticas de redução e reutilização de resíduos.

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ABSTRACT

The present work intends to evaluate the environmental ethical of the practitioners of Adventure and Nature Sports, in particular the athletes of Orienteering at school sport in the North of Portugal.

In order to do so, an evaluation model was elaborated, with 31 questions of close reply to evaluate the following dimensions: Sustainability, Conservation of the Nature, Recycling and Defense of the Living Beings. The questions were classified through a scale of Likert of five points that oscillates between the extremities “Disagrees” (value 1 Total) and “Totally agree” (value 5).

The results showed that the practitioners present a good environmental ethical level, being the dimensions Conservation of the Nature and Defense of the Living Beings the most valued by the inquired ones, followed by the Recycling dimension. The Sustainability, although with good results, is the dimension less valorized by the practitioners.

Taking these results into consideration, we propose a greater focus of the programmatic contents of the Environmental Education in the Sustainability component and in the themes of waste reduction and reutilization.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ...I RESUMO...II ABSTRACT ... III ÍNDICE ... IV ÍNDICE DE FIGURAS ... VI ÍNDICE DE QUADROS ... VII LISTA DE ABREVIATURAS ... VIII

CAPITULO I - INTRODUÇÃO ...1

I.1 INTRODUÇÃO ...1

I.2 DEFINIÇÃO DO TEMA E OBJECTIVOS ...3

I.2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ... 3

I.2.2. OBJECTIVO GERAL ... 4

I.2.3. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ... 5

CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA ...6

II.1 DESPORTO DE NATUREZA E AVENTURA ...6

II.2. DESPORTO NATUREZA E AVENTURA E O IMPACTO AMBIENTAL ...8

II.3. DESPORTO NATUREZA E AVENTURA, O DESPERTAR PARA O PROBLEMA AMBIENTAL ... 10

II.4. OS PORTUGUESES PERANTE A QUESTÃO AMBIENTAL ... 12

II.5. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ... 13

II.6. DEFESA DA BIODIVERSIDADE ... 15

II.7. CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ... 16

II.8. RECICLAGEM ... 17

II.9. A PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM MEIO ESCOLAR PELO DESPORTO DE NATUREZA E AVENTURA ... 19

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CAPITULO III – METODOLOGIA ... 21

III.1. INTRODUÇÃO ... 21

III.2. INSTRUMENTO ... 21

III.3. PROCEDIMENTOS ... 23

III.3.1. PROCEDIMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO ... 23

III.3.2. PROCEDIMENTO DE RECOLHA DE DADOS ... 23

III.4. MODELO DE ESTUDO ... 24

III.4.1.VARIÁVEIS DEPENDENTES ... 24

III.4.2.VARIÁVEIS INDEPENDENTES ... 24

III.4.3.HIPÓTESES ... 25

III.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 25

III.5.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ... 26

III.5.2.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28

CAPÍTULO IV- CONCLUSÕES E PROPOSTA DE TRABALHOS FUTUROS .. 39

IV.1 – CONCLUSÕES ... 39

IV.2 - PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS ... 41

BIBLIOGRAFIA ... 43

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura III.1 – Distribuição dos participantes por Distrito e Sexo……….. Figura III.2 – Distribuição dos participantes por Idade e Sexo………. Figura III.3 –Distribuição dos participantes por grau de escolaridade………… Figura III.4 – Distribuição dos participantes por anos de prática de DAN……..

26 27 27 28

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro III.1- Dimensão Conservação da Natureza:Valor dos quartis das variáveis

observadas……….

Quadro III.2- Dimensão Defesa dos Seres Vivos: Valor dos quartis das variáveis

observadas……….

Quadro III.3- Dimensão Sustentabilidade: Valor dos quartis das variáveis

observadas……….

Quadro III.4- Dimensão Reciclagem: Valor dos quartis das variáveis

observadas...

Quadro III.5- Resultados do Teste de Kruskal-Wallis – Variável Sexo ……….. Quadro III.6- Resultados do Teste de Kruskal-Wallis – Variável Distrito……… Quadro III.7- Resultados do Teste de Kruskal-Wallis – Variável Idade……….. Quadro III.8- Resultados do Teste de Kruskal-Wallis – Variável Ano Escolar

Frequentado………..

Quadro III.9- Resultados do Teste de Kruskal-Wallis – Variável Anos de Prática… Quadro III.10- Resultados do Teste de Kruskal-Wallis – Variável Prática de

Desporto fora………...…….. 29 30 30 31 32 33 34 35 36 37

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LISTA DE ABREVIATURAS

AP - Área Protegida

BTT – Bicicleta Todo-o-Terreno CN – Conservação da Natureza DE – Desporto Escolar

DAN – Desporto de Aventura e Natureza

DREN – Direcção Regional de Educação do Norte EA – Educação Ambiental

ENEA – Estratégia Nacional de Educação Ambiental ETAR – Estações de Tratamento de Águas Residuais GFANC – German Federal Agency for Nature Conservation IA – Instituto do Ambiente

INamb – Instituto Nacional do Ambiente NPE – Novo Paradigma Ecológico

PNTN – Programa Nacional de Turismo de Natureza RNAP – Rede Nacional de Áreas Protegidas

RS – Resíduos Sólidos TN – Turismo Natureza

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CAPITULO I - INTRODUÇÃO

I.1 Introdução

Os grandes centros urbanos cada vez mais contaminados, com o crescente acumular de poluição a todos os níveis e o stress vivido no dia-a-dia, são factores que têm despertado nas pessoas uma vontade de procurar, nos seus tempos livres, espaços naturais. Pretendem assim um recuperar de sensações visuais, auditivas e olfactivas, que já não se encontram nas cidades. “Evidencia-se claramente um regresso das pessoas às zonas rurais, onde aqui o que manda é o relógio natural e não o mecânico” (Garcia & Pereira, 2002). Conforme evidencia Marinho (1999), as pessoas sentem-se atraídas pelo entretenimento, por sensações, pelo perigo, pela adrenalina. Elas procuram práticas alternativas e criativas de manifestação no seu lazer, tais como as actividades de aventura, e que para tal necessitam do meio natural como palco principal da sua prática.

“O desenvolvimento da prática de actividades como as que vimos referindo tem sido visto como uma forma de ajuda à conciliação das preocupações conservacionistas, com as de crescimento económico desses espaços. Neste contexto, perante a procura e as oportunidades que se vislumbravam para as áreas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), o governo português lançou, em finais dos anos 90, o Programa Nacional de Turismo de Natureza (PNTN)” (Jacinto e Sousa, 2003).

Com este programa pretendia-se criar uma oferta turística com o objectivo de proteger cada Área Protegida (AP), havendo assim um total respeito pelas comunidades locais, as suas tradições e aspirações sociais, designando por Turismo de Natureza (TN), todas as infra-estruturas que fazem parte dele, desde o alojamento às actividades turísticas e ambientais, para assim se usufruir do património natural.

As modalidades que fazem parte do TN, entre outras, são os chamados Desporto de Aventura e Natureza (DAN). Entre eles temos o pedestrianismo, Bicicleta todo-o-terreno (BTT), escalada, rappel, canoagem, parapente, espeleologia, montanhismo,

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orientação, que tem todos eles um desenrolar em diferentes meios biofísicos, mas em comum o espaço da natureza para a sua prática.

Por consequência desta nova maneira de sair do stress diário, fez com que houvesse um crescente aparecimento de empresas que prestam estes serviços à sociedade, levando assim a uma nova fonte de riqueza para os meios rurais. Mas nem tudo é positivo, pois este crescente explorar do meio natural, veio por em risco algumas partes e outras já degradas, uma vez que há um desgaste enorme dos espaços, para as suas práticas como relata Funollet, (1995).

Grande parte destas actividades é lúdica, não havendo normas estritas e institucionalizadas que permite assim a ocorrência de práticas anárquicas, podendo reflectir-se na segurança dos praticantes, como nos ecossistemas que são explorados. Constantino (1997) refere que é urgente a implementação de leis, para assim haver um maior controlo das actividades de DAN, pois este tipo de actividades exerce sobre o meio ambiente uma diminuição da diversidade de espécies, segundo Hammit e Cole (1987). Esta destruição é causada segundo GFANC (1997) devido a cinco factores: a prática das actividades, equipamentos utilizados na mesma, locais de acolhimento, estruturas básicas e desenvolvimento induzido indirectamente, por isso tudo o que seja necessário a prática de determinada modalidade. Mas para haver este tipo de actividades há outras modalidades de suporte que são necessárias para a realização das mesmas, como o campismo e a utilização de veículos para alcançar locais de difícil acesso.

Com todo este “contacto” com o meio natural, de maneira orientada e equilibrada, o ser humano deve entender a necessidade de preservar outras formas de vida, as quais contribuem para o equilíbrio da natureza.

A Educação Ambiental (EA), como uma das possibilidades de entender a natureza e preservá-la, deve ser adoptada e incorporada, uma vez que não se acredita na preservação do ambiente sem a colaboração humana de forma orientada e consciente” (Dias, Schwartz et al. 2006). Entende-se assim que tem de haver uma consciencialização humana de todas as riquezas que nos podem ser oferecidas pela natureza e o respeito que devemos ter então por ela.

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Do ponto de vista ecológico, o crescimento económico, o trabalho, e o ciclo produção-consumo, são benéficos para a qualidade de vida da sociedade, mas é preciso construir uma nova mentalidade individual e colectiva que proteja o Homem e a Natureza, pois é preciso que o Homem evolua ao longo dos tempos mas nunca com um custo elevado para o seu bem-estar e das gerações futuras.

Este é o ponto de partida do nosso estudo, compreender a que nível ético se encontram os praticantes de DAN, particularmente os praticantes de Orientação, nas escolas portuguesas da zona norte de Portugal, quer no seu dia-a-dia quer quando estão em prova ou em treino.

Trata-se de um desporto que simultaneamente depende mas também influencia o meio ambiente onde é desenvolvido, o qual se encontra em alguns locais já destruído ou fragilizado, devendo os respectivos praticantes ter uma atitude atenta e responsável face à natureza.

I.2 Definição do Tema e Objectivos

I.2.1 Delimitação do Tema

Dentro do âmbito da Educação Ambiental através do DAN, o tema central em estudo será “ A Promoção da Educação Ambiental através do Desporto de Natureza e Aventura em Meio Escolar”.

Trata-se de um tema muito actual, pois o mesmo reveste-se de considerável importância nos dias de hoje, sendo cada vez mais falados os problemas que a nossa sociedade sofre e cria em relação aos factores ambientais. Quando as actividades de DAN são desenvolvidas em meio escolar, maior deverá ser a ênfase a dar a estes problemas pois, como o público-alvo é bastante jovem, pode mais facilmente adquirir comportamentos correctos perante o ambiente, do que um público mais velho, com procedimentos instalados que poderão não ser os mais correctos.

Como refere Castillo, Fajardo. & Funollet (1995), com um desenvolvimento bastante grande dos DAN, há bastantes erros cometidos pelos praticantes destas modalidades, experientes ou não, que não respeitam o meio ambiente que utilizam

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para a prática da sua modalidade, fazendo por vezes com que matem ou ponham em riscos determinados ecossistemas.

Desta forma é necessário que haja então uma EA para que, no seu dia-a-dia ou quando estão a praticar DAN, haja um grande respeito pela natureza e um desenvolvimento sustentável, sendo assim realizado sem ser “à custa da qualidade de vida das gerações vindouras” (Pires, 2005).

Este tema irá ser desenvolvido numa perspectiva de identificação dos comportamentos ambientais que os alunos têm no seu dia-a-dia e quando estão a praticar DAN. Assim, o estudo será efectuado através de uma interpretação do nível ético ambiental a que se encontram os praticantes de DAN, concretamente os de Orientação, necessitando este tipo de atletas, assim como todos os que pratiquem DAN, do meio natural como palco principal na sua prática.

I.2.2. Objectivo Geral

Procurando dar resposta à falta de cidadania ambiental e à grande crise ambiental que se tem vivido ao longo das últimas décadas, o objectivo geral deste estudo é o identificar o nível ético ambiental a que se encontram os praticantes de DAN, neste caso especifico os praticantes de Orientação da zona Norte de Portugal, analisando os comportamentos que têm no seu dia-a-dia e também quando estão em treinos ou em provas no meio natural.

A análise do nível ético ambiental inclui a avaliação de quatro dimensões de EA, a saber: a Conservação da Natureza, a Sustentabilidade, a Defesa dos Seres Vivos e a Reciclagem, sendo também objectivo do presente estudo analisar a eventual influência de algumas das características dos praticantes de DAN no seu comportamento perante a natureza.

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I.2.3. Objectivos Específicos

São objectivos específicos deste estudo:

 Identificar qual o nível de EA nos praticantes de DAN;

 Analisar se o sexo dos praticantes é determinante para os seus comportamentos ambientais;

 Identificar se o Distrito da escola dos praticantes de DAN tem alguma influência no nível de EA observado

 Compreender se a idade dos praticantes e a sua escolaridade é determinante para os seus comportamentos ambientais;

 Compreender se os anos de prática de DAN resultam ou não em melhores comportamentos ambientais;

 Identificar se a prática fora do meio escolar de DAN influencia o comportamento ambiental dos praticantes;

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CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA

II.1 Desporto de Natureza e Aventura

A sociedade de hoje sustenta-se num pilar que é o trabalho. A rotina, a monotonia e o stress são parte deste ciclo, para que o Homem consiga encontrar um equilíbrio pessoal, (Lacruz e Perich, 2000)

Segundo Sancho (2001), a partir dos anos 50, nos países industrializados, viajar tornou-se mais fácil devido a vários factores como, o aparecimento do avião a jacto, um rendimento maior das famílias, o aparecimento das férias remuneradas e o aumento do tempo livre. Todos estes factores foram então condicionantes para que locais mais longínquos fossem procurados para o Homem se afastar do stress da vida moderna, pois estes locais fazem com que se saia da rotina das cidades, dai haver uma crescente procura pelo turismo de lazer rural e natural, (Urry, 1996)

O Homem contemporâneo caracteriza-se, neste contexto, por uma busca constante da sua afirmação numa sociedade cada vez mais competitiva. Uma das formas que o Homem encontrou para se afirmar perante a sociedade, foi através do DAN nos seus tempos livres, (Pereira, 2005). Tudo isto levou a que houvesse uma alteração nos hábitos desportivos levando à procura por locais e práticas desportivas ao ar livre.

Quer então isto dizer que valores relacionados com o esforço, rendimento e sacrifício, inerentes à sua prática desportiva reflectem a cultura moderna, em que cada um procura sobressair da forma mais positiva possível para se afirmar e criar assim uma personalidade desejada por todos. Lipovetsky (1989) refere que o esforço havia de estar na moda, assim que sensações como voar fossem possíveis, onde o prazer corporal se sobrepõe a uma ideia de vitória, sem horários fixos, transmitindo assim uma sensação valorizada de liberdade sem compromisso, sendo isto cada vez mais lógico na actualidade.

Segundo Walle (1997), o DAN é caracterizado por uma presença constante de riscos, sendo o risco da experiencia uma motivação acrescida para aqueles

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envolvidos em actividades de DAN, o qual é visto como uma condicionante para alcançar o êxito pessoal.

As actividades de DAN que hoje conhecemos são muito diferentes das suas origens, registando-se uma evolução ao longo do tempo, devido a factores de ordem desportiva e social. Foram criados novos espíritos de desafio deixando de lado a competição sentida nos outros desportos, nascendo assim um espírito de grupo e partilha entre os praticantes das modalidades de DAN, segundo Miranda et al (1995). Deixa de ser uma questão de “lutar contra”, para ser uma questão de “partilhar com” Lésélouc (2002), o que torna muito mais atractivas estas actividades desportivas, pois em vez de adversários directos passamos a considerar como oponentes as forças da natureza e a auto-superação de nós próprios. Segundo Quaresma (2008), o desempenho e a motivação dos participantes é despertado pela ausência de uma conclusão garantida.

Toda esta procura pelo risco, a exaltação e a superação, o individualismo, a procura pelas origens, e certamente a procura da natureza e os valores ecológicos, levam Gervilla (1993), a caracterizar a atitude da nossa sociedade contemporânea de individualismo, pluralismo, hedonismo, indeterminação e personalização. Pereira e Félix (2002) consideram ainda que a sociedade procura valores como a personalização e a busca do prazer, uma vez que cada um na sua actividade procura a felicidade e o sucesso.

A natureza é, neste âmbito, um cenário cada vez mais procurado para este tipo de actividades desportivas, como um espaço que se pretende amplo, cuja variabilidade se contrapõem com o quotidiano, como referem Miranda et al (1995) que consideram a variedade em torno do natural como contraposição do monótono do dia-a-dia. É assim normal que um palco como a natureza seja invadido por empresas de DAN estrategicamente instaladas em espaços, onde a riqueza natural é exuberante, de forma a garantir ao cliente o reencontro tão desejado com o meio natural, para assim ter os seus momentos de aventura e diversão, sem muitas vezes ter o cuidado necessário com a biodiversidade encontrada nesses locais.

Como testemunham Pereira e Félix (2002), a implementação e desenvolvimento de DAN por parte de empresas está associada ao consumo e à moda, de tal forma que

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na última década têm proliferado muitas empresas com variados programas neste contexto, adaptáveis ao que o consumidor quer praticar.

Todo este desenvolvimento se deve às novas formas de turismo que têm vindo aparecer como o Turismo Natural ou o Ecoturismo, que segundo Boo (2002) se definem como “a visita responsável a áreas naturais, visando preservar o meio ambiente e a promover o bem-estar das populações locais”.

II.2. Desporto Natureza e Aventura e o Impacto Ambiental

O aparecimento destas novas modalidades de DAN veio trazer uma grande procura por locais naturais nunca antes explorados, que Jacinto e Sousa (2003) definem como locais com pouca influência humana sobre o meio.

No caso português, e face à crescente busca por estes locais, o Governo viu-se obrigado a criar um Programa Nacional de Turismo de Natureza (PNTN), dentro da Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), para assim poder controlar melhor o mercado que foi criado e ao mesmo tempo proteger a natureza desta procura tão persistente (Jacinto e Sousa (2003)).

Os impactos ambientais podem, segundo a German Federal Agency for Nature Conservation (GFANC), GFANC (1997), ser divididos em cinco grupos: a prática das actividades, equipamentos de apoio, estruturas de abrigo, infra-estruturas básicas e desenvolvimento induzido indirectamente.

Há uma panóplia de DAN que são diferenciados por vários factores, desde os equipamentos que são utilizados por cada um, ao meio que cada modalidade utiliza para o seu desenvolvimento e o tipo de impacto que têm no meio natural, havendo contudo, neste último caso, factores em comum. Um desses factores é o ruído efectuado com a sua prática, que pode levar a que os animais se assustem e fujam do seu meio natural (Jacinto e Sousa, 2003).

Ainda de acordo com os mesmos autores, a deposição de lixo e o calcamento de plantas são outros dos factores comuns em termos de impacto ambiental, causando contaminação dos solos e águas e levando a alterações na Fauna e Flora, o que

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pode provocar o desaparecimento de espécies ou a sua emigração para novos habitats.

Todos estes impactos podem ocorrer durante a deslocação para o local de prática, ou resultarem do próprio desenvolvimento da modalidade, pois há factores que são característicos de determinado tipo de desporto. A título de exemplo compreende-se que o parapente terá um tipo de efeitos nefastos para o meio distintos dos originados pela prática do mergulho, pois o meio utilizado é diferente em ambos. O parapente, com aeronaves bastantes grandes e coloridas, faz com que haja uma perturbação da fauna, levando a que os animais abandonem esses locais, ou se desloquem para outros menos favoráveis que poderão levar a que sejam capturados por predadores ou mesmo que caiam e morram, isto no caso de crias que ainda estão nos ninhos e se assustam com o levantar das aeronaves nas arribas (Heras, 1999).

A canoagem cria um impacto na microecologia, especificamente em locais onde os peixes tenham desovado, e que com o passar das canoas possam ser destruídos (Singh, 1997). O bater das canoas em rochas ou em plantas provoca a sua erosão, o que origina, no primeiro caso, com que haja uma corrosão da rocha e da própria canoa, que pode levar a que esta fique danificada e possa poluir o rio. No segundo caso, a destruição da flora faz com que haja uma redução do alimento, levando a uma emigração das espécies desse local para outro (Roos e Tromp, 1994).

Segundo Jacinto e Sousa (2003), a rotina de BTT em determinado local pode fazer com que haja um estabelecimento de trilhos, pois a força exercida das rodas no solo é muito grande com derrapagens e acelerações, e dai poder resultar numa alteração de um curso de água que passe nesse local, levando a que se interrompa o percurso natural do mesmo.

O impacto causado na natureza pela escalada é provocado, em grande parte, pela presença do praticante, pois os mais belos locais para a realização da mesma estão associados a lugares onde as aves nidificam, havendo assim perturbação nos seus ninhos que pode levar ao abandono das crias ou que se coloquem em locais de fácil captura pelos predadores (Jacinto e Sousa, 2003).

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O pedestrianismo e o montanhismo são semelhantes num aspecto: é que em ambos há pisoteio dos percursos, o que leva a que haja uma destruição da vegetação rasteira, à compactação do solo e, por fim, a um terreno danificando visualmente pelos trilhos. O montanhismo tem um impacto acrescido que resulta da utilização na sua prática da escalada e do rappel, para além do pedestrianismo (Jacinto e Sousa, 2003). Nestas duas vertentes do DAN é por vezes utilizada a orientação, mas também pode ser vista como prova isolada de competição, onde os atletas andam espalhados por uma determinada área, não ligando por vezes aos trilhos traçados e fazendo corta-mato, provocando, mais uma vez, que o meio fique com mais percursos do que o seu natural.

Como ficou demonstrado, a prática de DAN apresenta um conjunto de impactos negativos no meio ambiente, nomeadamente ao nível do funcionamento dos seus ecossistemas. Mas, nem tudo são aspectos negativos pois grande parte dos praticantes de DAN, aqueles que são frequentes na sua experiência, tem um gosto especial pela natureza o que faz com que tomem atitudes proactivas para a preservação da mesma, no seu dia-a-dia ou quando estão em actividade, pois sabem que se destruírem o meio ambiente não poderão praticar os seus desportos (Jacinto e Sousa, 2003).

II.3. Desporto Natureza e Aventura, o despertar para o problema ambiental

Segundo Vaz (2007), a apreensão da sociedade para a extensão dos problemas ambientais tem sido lenta. Só com o decorrer das Conferências Internacionais, com inicio em Estocolmo (1972), e com maior impacto na sociedade na Eco 92, no Brasil, onde o seu objectivo principal foi de conciliar os desenvolvimentos sócio-económicos com a conservação dos ecossistemas, onde se observou um maior despertar para a questão ambiental. O autor refere, ainda, que só a partir de meados do século XX é que a sociedade se deparou que a exploração dos recursos ambientais seria nefasta para o Homem e para a Natureza, tendo, assim, de adoptar medidas para travar a degradação do meio ambiente.

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espaços naturais para fugir ao stress diário, levando a que o turismo surja nestes locais e com ele o problema da degradação ambiental. Consequentemente, como afirma Cruz (2003), conservação, degradação e preservação são conceitos ambientais muito comuns no vocabulário de hoje, o que se depreende que os cuidados com a natureza começam a surgir no senso comum, aplicados às actividades turísticas como o ecoturismo.

O tema ambiental é um assunto cada vez mais urgente a ser tratado pela sociedade moderna, visto que a protecção/conservação do meio ambiente para as gerações futuras depende das ligações estabelecidas entre o Homem e a Natureza. Como expõe Lima (2006), o Novo Paradigma Ecológico (NPE) estabelece que a dependência ecológica das sociedades se insere nas relações interdependentes dos ecossistemas, em que problemas como a poluição, escassez de recursos e o declínio da qualidade de vida implicam o surgimento ou criação de novas leis para que a natureza possa recuperar o que era, não podendo a humanidade deixar de estar sujeita às novas regras, num planeta que é finito.

A EA pode ser a forma de se iniciar a promoção educacional da sociedade. A actividade turística e mais propriamente o ecoturismo, visa um desenvolvimento económico e social sem destruir os elementos do meio ambiente, podendo transmitir aos turistas a ideia da participação consciente na protecção do meio ambiente, não apenas durante as férias mas também no seu dia-a-dia. Com tudo isto poderá atingir-se uma harmonia, em que quem pratica DAN em contacto com a natureza fica mais sensibilizado para estes problemas (Heras, 1999).

De acordo com Fortunato (2009), nem todas as pessoas têm oportunidade de desfrutar de momentos de prática de DAN, e mesmo os que têm essa oportunidade poderão nem sempre adoptar as medidas adequadas para proteger o ambiente, aquando da realização deste desporto e no seu quotidiano. É por isso necessário implementar na sociedade um respeito e protecção, uma ética ambiental, que o mesmo autor define como sendo a atitude de bem-estar com o próximo, não pondo assim em risco o bem comum, e colocando o sentido de comunidade à frente do bem individual.

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II.4. Os portugueses perante a questão ambiental

Para Lima (2006), a maioria dos portugueses define ambiente como sendo sobretudo a natureza e os elementos que a constituem, não deixando de parte ideias bucólicas que indicam uma eventual qualidade de vida perdida. A população mais jovem defende que o ambiente tem uma quantidade de limites, de riscos, ou de problemas que necessitam de ser resolvidos, tendo em conta a inter-relação Homem-Ambiente.

No mesmo estudo, Lima (2006), afirma que, para os portugueses os problemas que estão na origem da degradação do ambiente são a industrialização e o capitalismo, sendo a industrialização a principal causa. A relevância atribuída a ambos os problemas é tanto maior consoante maior for o nível académico, crescendo também à medida que nos aproximamos de centros urbanos. Como solução para esta deterioração da natureza são apontados três caminhos possíveis: em primeiro lugar, a acção da população para acabar com esta destruição, em segundo, a intervenção do poder político e, por último, o recurso à ciência como solução. Fica então assente que a responsabilidade civil tem um papel fundamental na protecção do ambiente, sendo construído um sistema autónomo alinhado no princípio da precaução, prevenção e poluidor-pagador. Vaz (2007) refere, ainda, que a reparação já passou à história, sendo fundamental agir previamente no sentido de prevenir e afastar a degradação do ambiente.

Em Portugal a EA começa a ter grande visibilidade a partir dos anos 90, altura em que se desencadearam um conjunto de acções cívicas e educacionais associadas a iniciativas governamentais. Porventura, foi a partir dos anos 70 que a Comissão Nacional do Ambiente, começou a desenvolver a EA, a qual foi renovada posteriormente pela Lei de Bases do Ambiente, ficando sob a responsabilidade do Instituto Nacional do Ambiente (INamb), posteriormente substituído pelo Instituto de Promoção Ambiental (IPAMB), e desde 2002 pelo Instituto do Ambiente (IA). A constituição do IA, que juntou o IPAMB e a Direcção-Geral do Ambiente, provocou uma certa insegurança e contestação por parte de associações do ambiente e de coordenadores de projectos de EA nas escolas, pois com esta fusão foram reduzidos os financiamentos a estes projectos (Ramos, 2006).

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O mesmo autor refere ainda que em Portugal, desde a década de 90, já foram implementadas seis Estratégias Nacionais de Educação Ambiental (ENEA), devido às sucessivas alterações dos departamentos ambientais e também devido às sucessivas trocas de governos e governantes, sendo necessária a intervenção de instituições não governamentais para se definir medidas concretas e estáveis para a ENEA. Como se pode verificar, ao longo da história de Portugal a EA não tem passado de um mero problema que anda de caneta em caneta, e as várias iniciativas tomadas são sempre definidas a médio e curto prazo, ou constantemente alteradas pelas razões acima expostas, não contribuindo para uma efectiva e concreta implementação de uma estratégia de EA. Segundo, Jovchecovitch (2000) é impossível que uma educação seja implementada numa sociedade num curto espaço de tempo, pois é através de uma manutenção ao longo das interacções no dia-a-dia, que o Homem consegue associar os ensinamentos adquiridos ao que circula na sua vida social e assim os assimilar na sua visão e actuação global.

II.5. Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Fortunato (2009), a reflexão sobre este conceito é elaborada na Carta da Terra apresentada em 1992 no Brasil, segundo a qual devemos esquecer a palavra desenvolvimento carregada de ideologias de consumismo, para assim se pensar numa sociedade que consiga encontrar a sua satisfação pessoal e global conservando as bases materiais que lhe dão sustento, e descobrindo o seu apoio para a formação de uma sociedade sustentável na educação de novos cidadãos críticos e capazes de uma acção política, para então se encontrar um novo caminho confortável para todos, deixando para trás práticas fatais ao ambiente como a poluição generalizada, desflorestação, perda da biodiversidade e a sobreexploração de recursos (Gonçalves et al, 2008).

Segundo Myszczuk e Wandscheer (2008) é necessário encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento social, crescimento económico e a utilização dos recursos naturais tendo em vista os limites da sustentabilidade da natureza, onde já não chega aplicar coimas aos infractores mas sim encontrar soluções para conciliar todas estas vertentes, onde a responsabilidade sobre o ambiente pertence ao poder político e também à sociedade.

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Segundo Milaré (2004), a economia e o desenvolvimento são inseparáveis do conceito de produção de bens, sendo a produção determinada em grande parte pelo consumo. Logo, se a produção deve ser sustentável, o consumo também o tem de ser, pois não se deverá produzir o que não se consome, nem podemos consumir o que não se produz, sendo necessário criar formas para controlar as actividades que possam vir a provocar danos no ambiente e promover a responsabilização de todos para esta causa.

Conforme Gonçalves et al (2008), a “Pegada Ecológica” é um conceito criado por Manthis Wackernagel e Wiliam Rees que permite calcular a área de terreno fértil necessário para sustentar o nosso estilo de vida. Cada ser vivo carece de um determinado espaço produtivo para sobreviver, pois dele depende a existência de mantimentos, de uma fonte constante de energia, da capacidade dos vários resíduos que produzimos serem absorvidos (para assim deixarem de ser uma ameaça), bem como da disponibilidade de matérias-primas para os procedimentos produtivos. O cálculo da nossa pegada ecológica é feito tendo em conta os seguintes aspectos: área de energia fóssil (absorção do excesso de CO2); terra arável (área de terreno agrícola fértil); pastagem (área para os animais se poderem nutrir); floresta (área necessária para a vida do homem); área urbanizada (área para construção de habitação); mar (pesca). Todas elas somadas dão então, pelo menos em teoria, o valor global que apresenta a área produtiva capaz de devolver o primário natural por cada um de nós consumido.

Todavia, há factores que não são aqui considerados, como os impactos naturais ou catástrofes, levando a que o valor obtido seja uma avaliação por defeito, não se podendo assim retirar conclusões precipitadas, mas sim considerar toda a informação obtida através dela, seja para a sensibilização ou EA.

Gonçalves et al (2008), referem ainda que a população mundial continua a aumentar e com esta igualmente o consumo, o que pode levar a que o espaço físico do planeta não suporte este crescimento, tendo a população de viver em concordância com a capacidade de carga do planeta, ou seja, de se ajustar ao que a Terra pode fornecer e não ao que desejaríamos que fornecesse.

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II.6. Defesa da Biodiversidade

Segundo Myszczuk e Wandscheer (2008), quando se fala em desenvolvimento sustentável temos que ter em consideração a biodiversidade na natureza, pois o nosso Planeta é rico nela, sendo que a Ciência não conhece mais do que 10% da mesma. Desses 10% grande parte já se arruinou, logo é necessário estabelecer regras para a utilização do meio ambiente de uma forma equilibrada, garantindo a sustentabilidade das espécies e a sua sobrevivência.

De acordo com D’Ávila e Gomes (2008), por biodiversidade entende-se a variedade e quantidade de espécies de uma comunidade ou ecossistema. Seguindo a ideia dos mesmos autores, para se compreender este conceito é necessário dominar outros conceitos como espécie e bioma, em que espécie se define como sendo seres que se reproduzem entre si dando seres férteis e reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos. Por bioma compreende-se o relacionamento de diferentes espécies numa determinada área geográfica, em que a relação entre eles resulta de diferentes interacções entre o solo, a vida animal, a vegetação e o clima. As componentes bióticas estruturadas a uma escala global vão dar origem às semelhanças e às diferenças existentes em distintas paisagens.

D’Ávila e Gomes (2008), o desaparecimento das espécies por extinção através da evolução ou adaptação é natural, mas a acção do Homem por vezes acelera este processo a três níveis:

Nível físico: alteração da temperatura, humidade, ventos, luminosidade, latitude, relevo;

Nível químico: modificação dos ciclos naturais de carbono, da água, de oxigénio; Nível social ou biótico: alterações nas relações de cooperação ou conflito que os seres vivos estabelecem entre si, pois as espécies entre si têm relações de interdependência e a quebra da sinergia ambiental pode interferir com a cadeia alimentar de uma espécie que precisava da primeira para sobreviver, ou, por outro lado, o aumento exagerado de uma espécie que competia com uma outra pode levar assim a extinção da segunda.

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Pelo exposto, as normas de protecção da diversidade das espécies tem duas funções fundamentais: a prevenção de danos na biodiversidade e a reparação quando um dano ocorre, sendo necessária a utilização de diversos questionários político-ambientais, convenções internacionais, fiscalizações, educação e informação para assim se proteger todos os recursos biológicos.

II.7. Conservação da Natureza

D’Ávila e Gomes (2008), consideram que as interferências humanas, directas ou indirectas, sobre os biomas causam alterações na qualidade do meio ambiente, degradação e desastres ambientais que afectam os ecossistemas, com impactos ao nível do solo, do relevo, da água e do clima, os quais são geralmente interdependentes e estão correlacionados. Neste contexto, é necessário assegurar a intervenção em todos estes recursos para garantir uma boa qualidade de vida para as gerações presentes e futuras.

O Mundo actual enfrenta grandes problemas ambientais que vão desde a escassez de água potável, à rarefacção da camada de ozono, aos lixos tóxicos, a mudanças climáticas e à poluição sonora, daí ser cada vez mais necessário optar por uma política de modelo ecológico que integre a componente social, económica e política em detrimento de modelos de desenvolvimento assentes em processos económicos sem controlo (Guillén, 2004).

Ao longo dos anos muitas medidas têm sido aplicadas e remodeladas para a Conservação da Natureza (CN), mas ainda há muito a fazer, pois anualmente são produzidas milhares de toneladas de compostos estranhos aos sistemas biológicos que provocam a destruição do ambiente. Todos estes compostos são denominados de xenobióticos, os quais representam uma fonte de contaminação para os ecossistemas (Fontaínhas-Fernandes et al, 2005).

Segundo Myszczuk e Wandscheer (2008), quando se fala em CN há dois factores de risco que são normalmente indicados: a poluição e a degradação ambiental. Por degradação ambiental compreende-se qualquer modificação adversa das particularidades naturais do meio ambiente sem interferência do Homem, já a poluição reflecte a interferência do Homem na alteração das qualidades do meio

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ambiente. Através do conceito de poluição deduz-se que o poluidor é a pessoa que directa ou indirectamente efectua do acto de poluir, dai ter-se criado o Princípio do Poluidor-Pagador o qual não tem como objectivo favorecer os poluidores no sentido em que poderiam poluir mediante pagamento, mas sim desencorajar comportamentos que danifiquem o meio ambiente. Seguindo a ideia dos mesmo autores, o Principio do Poluidor-Pagador visa obrigar os poluidores a corrigirem ou recuperarem o ambiente que degradaram, suportando eles os respectivos encargos e não lhes sendo permitida a continuidade da contaminação.

II.8. Reciclagem

O uso não sustentável dos recursos naturais associado ao grande crescimento populacional, o aumento alucinante da produção de resíduos das mais diversas naturezas, bem como a realização de queimadas a céu aberto, resultam no aumento da poluição do ar, solo e água, levando a que os recursos se comecem a esgotar e que a qualidade de vida venha a degradar-se.

Para tentar impedir este mal foi desenvolvida a Reciclagem a qual é acompanhada de ideias de Reduzir a produção de lixo e Reaproveitar os materiais usados, o que segundo Borba e Debortoli (2006), é também conhecido como a política dos 3R’s. Por reciclagem entende-se como um processo industrial que converte os Resíduos Sólidos (RS) em produtos semelhantes ao inicial, ou noutros produtos, tendo como funcionalidade poupar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é deitado fora.

Nos dias de hoje, segundo Demajorovic (1995), os resíduos são considerados como produtos importantes para o processo produtivo, mas para tal é necessário que revalidemos as nossas condutas de direito e dever face aos RS que produzimos diariamente. Conto (2006), acrescenta ainda que deveríamos alterar as nossas condutas e passar a tratar os resíduos de maneira diferente e não como mero lixo, pois como a própria palavra indica “coisa inútil, velha e sem valor e coisas indesejáveis”, sendo que para Borba e Debortoli (2006) o significado correcto de RS é “ todos aqueles resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que resultam da actividade da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospital, comercial e agrícola”. Os autores incluem também neste conceito as Estações de Tratamento de

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Águas Residuais (ETAR), resíduos gerados em equipamentos e instalações de controlo da poluição e líquidos, que em função das suas particularidades não possam ser lançados na rede pública de esgotos, ou obriguem para isso a resoluções tecnológicas.

De acordo com Demajorovic (1995), a dimensão do problema é de fácil percepção, pois basta imaginar as quantidades de RS que se produzem diariamente nos lares ou em cada indústria, o que evidencia a importância da contribuição por parte da sociedade no sentido de minimizar os efeitos negativos no meio ambiente, podendo assim separar os RS nas suas habitações para a sua reutilização e/ou reciclagem. Conforme Demajorovic (1995), as políticas de gestão de RS abrangem a recolha, o tratamento e a disposição dos produtos finais, mas hoje em dia há unanimidade em que para além disso deve também ser acrescentada uma política de produção em menor escala. Esta tem como objectivo uma nova abordagem de recolha e disposição final de resíduos, para que a quantidade de resíduos a serem reaproveitados seja cada vez maior e a quantidade a ser desperdiçada menor, criando-se assim um fluxo circular de materiais. Desta forma as políticas ambientais começam a concentrar-se na redução do volume de resíduos desde o processo de elaboração do produto ao seu ponto final, passando em todas as etapas da cadeia produtiva (Demajorovic, 1995).

O consumidor tem um papel activo e preponderante nesta matéria, pois cabe-lhe a ele adquirir hábitos de consumo ambientalmente correctos, comprando produtos que exijam menos embalagens ou produtos que possam ser reciclados, como ainda procedendo à separação e entrega voluntária de RS domésticos nos diversos ecopontos e pontos de recolha (Demajorovic, 1995).

A alteração de hábitos e valores é essencial mas complexa, numa sociedade em que predomina o costume do desperdício. Para tal, a informação e a legislação adequada poderão ser incentivos à redução, reutilização e à reciclagem dos RS, assim como a certificação legal que os resíduos receberão pelo tratamento e método final adequado (Demajorovic, 1995).

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II.9. A promoção da Educação Ambiental em meio escolar pelo Desporto de Natureza e Aventura

De acordo com Fontaínhas-Fernandes et al (2005), é necessário que a sociedade fique mais culta ambientalmente, sendo assim essencial a existência de uma educação formal e informal para que sejam traçadas estratégias preventivas e promovam a responsabilidade e participação social no exercício da cidadania, tendo a Escola, enquanto agência social por onde passam todos os jovens, o papel principal na EA.

Para Ferreira e Coutinho (2000), a escola actualmente ainda utiliza o sistema tradicional de ensino em que nas salas de aulas são expostas diferentes experiências e posteriormente os alunos são submetidos a uma prova onde têm de relatar o que lhes é pedido. Contudo, de acordo com os mesmos autores, se houver uma primeira fase, onde há a exposição e compreensão de conceitos dentro da sala de aula e posteriormente passarem para o meio natural, para assim criarem as suas próprias experiências, irá alimentar-se as suas próprias práticas, ligando-se afectivamente ao meio. Pretende-se, assim, criar uma correlação entre a população e o meio natural, pelo contacto directo com a natureza através de actividades de sensibilização integradas no meio e a própria EA, justificando-se que esta se inicie com as crianças ainda na pré-escola, pois a criação de conexões com o meio natural muito cedo facilita as aprendizagens dos conteúdos e conceitos da EA (Ferreira e Coutinho, 2000).

De acordo com um estudo realizado por Palmer (1998), professores que estavam ligados a EA, encontram a sua motivação para a referida prática em 90% dos casos nas suas experiências em actividades de DAN realizadas na sua infância. Já Chawla (1999), que entrevistou cinquenta e seis ambientalistas dos Estados Unidos da América e Noruega, verificou que estes destacaram invariavelmente duas fontes principais para o desenvolvimento ou interesse na defesa de causas ambientais: uma delas são as experiências vividas em ambientes naturais na infância e na adolescência, e a segunda os modelos de comportamento que as famílias demonstravam em relação à Natureza.

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Segundo Bernardo e Matos (2003), as práticas de DAN tornaram-se populares e já fazem parte dos currículos nacionais de Educação Física, o que faz com que também já sejam prática frequente no quotidiano das escolas nas aulas e no Desporto Escolar (DE). As características intrínsecas que estes desportos possuem e ainda o facto de por vezes serem praticados em meio natural, faz com que o comportamento e o bem-estar dos alunos melhore, o que torna relevante a existência de uma EA nestes casos pois, como afirmam Barros e Dines (2000), as pessoas envolvidas nestas actividades incorporam progressivamente uma ética conservacionista ambiental.

Surge assim uma oportunidade para haver uma proposta de EA, segundo Ferreira e Coutinho (2000), pois existindo uma possibilidade de os alunos poderem praticar este tipo de actividades, quer em aulas de educação física quer em modalidades de DE, é necessário educá-los de forma a terem comportamentos adequados ao meio que os vai envolver, pois se em contacto directo com a natureza forem expostos a medidas bem orientadas poderão adquirir o respeito pela natureza e a cultura visitada.

Todo este despertar para cuidados ambientais deve prevalecer a longo prazo e não só durante as actividades de exterior, para evitar a ideia dicotómica nos alunos/praticantes que os cuidados ambientais só deverão ser aplicados quando estão em meio natural e não no seu quotidiano, necessitando assim que a EA tenha uma área de intervenção grande no sentido em que essas práticas ambientais não constituam fugas à realidade do seu dia-a-dia, mas sim em actividades e práticas que deverão ser tomadas na sua vida diária, quer em meio natural quer em meio urbano (Rodrigues, 2009).

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CAPITULO III – METODOLOGIA

III.1. Introdução

Como já referido anteriormente, o presente trabalho tem como objectivo principal a avaliação do nível ético ambiental a que se encontram os praticantes de DAN no DE, concretamente os praticantes de Orientação das escolas da zona Norte de Portugal, bem como o estudo dos diferentes factores que possam influenciar o seu maior ou menor envolvimento com as questões ambientais.

Neste contexto, o presente capítulo apresenta, em primeiro lugar, o instrumento seleccionado para desenvolvimento deste estudo e os procedimentos associados à implementação do mesmo, seguindo-se uma descrição do conjunto de indivíduos que constituem a amostra analisada. Por fim, apresentam-se e discutem-se os resultados obtidos e são referidas as limitações identificadas na elaboração deste trabalho.

III.2. Instrumento

Para avaliar o nível ético ambiental a que se encontram os praticantes de DAN foi elaborado um questionário, sustentado na revisão bibliográfica efectuada e que se descreve nos capítulos anteriores.

Com o questionário produzido, pretendeu-se avaliar as percepções dos praticantes de DAN, quanto à questão ambiental, e integra as quatro dimensões seguintes:

Sustentabilidade - Esta dimensão está ligada à capacidade de conseguirmos satisfazer as nossas necessidades sem por em perigo as gerações futuras. Para tal os itens desta dimensão estão relacionados com a redução do consumo, o consumo de recursos renováveis e o respeito pela autodepuração dos ecossistemas.

Esta dimensão é composta pelas questões 13,14,15,16,17,18,19 e 24 do questionário.

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Defesa dos Seres Vivos – Dimensão relacionada com a protecção de animais e plantas, quer em actividades DAN, quer nas atitudes assumidas no dia-a-dia. Nos dias de hoje a biodiversidade de seres vivos é cada vez menor e como tal com esta dimensão pretendemos avaliar o respeito que os alunos tem para com os animais e plantas e apelar a sua sensibilidade para este problema.

Esta dimensão é composta pelas questões 1,2,5 e 6 do questionário.

Conservação da Natureza - A exploração da natureza por parte do Homem pode a por em perigo, os respectivos ecossistemas, e o próprio Homem. Como tal esta dimensão procura analisar a existência de comportamentos de salvaguarda da Natureza, quer a nível de beleza, quer a nível da qualidade das terras, água e ar.

Esta dimensão é composta pelas questões 3,4,7,20,21,22,23,25,26,27,28, 29,30 e 31 do questionário.

Reciclagem - O consumismo exagerado tem levado ao esgotamento de certas matérias-primas e como tal é preciso adoptar-se por utilizar outras e por outro lado reaproveitar matérias. Com esta dimensão pretende-se avaliar as políticas de reciclagem, política dos 3R’s e limpeza do meio ambiente.

Esta dimensão é composta pelas questões 8,9,10,11 e 12 do questionário. O questionário utilizado é composto por trinta e um (31) itens ou questões de resposta fechada, sendo as respostas obtidas através de uma escala de

Likert de cinco (5) pontos, que oscila entre os extremos Discordo Totalmente

(ao que corresponde o valor 1) e o Concordo Totalmente (ao qual corresponde o valor 5), sendo que nenhuma questão apresentada tem a sua cotação invertida.

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III.3. Procedimentos

III.3.1. Procedimentos para a elaboração do instrumento

A elaboração do questionário de avaliação do nível ético ambiental a que se encontram os praticantes de DAN baseou-se em quatro (4) conceitos fundamentais para uma boa conduta ambiental, correspondendo assim a cada conceito uma dimensão resultando o questionário final em quatro (4) dimensões.

Com o objectivo de efectuar um pré-teste ao questionário produzido, o mesmo foi aplicado a uma equipa de orientação do DE, constituída por vinte e sete (27) elementos, sendo ela uma amostra heterogénea. Desta forma, pretendia-se verificar a inteligibilidade do questionário, garantindo que as diferenças nas respostas correspondem a diferenças de opiniões e sentimentos e não a diferenças interpretativas relativamente ao item.

Nesta aplicação, com base nas recomendações de Bell (2004) e Ghiglione e Matalon (2001), avaliou-se o tempo médio de preenchimento, a nitidez e ambiguidade das questões, a existência de possíveis questões eticamente inoportunas, se na opinião dos inquiridos foi omitido algum tópico importante e, por fim, a agradabilidade do formato do questionário.

Terminado este procedimento, foi apresentada a versão final do questionário de avaliação.

III.3.2. Procedimento de recolha de dados

Antes de se dar início ao processo de recolha de dados, apresentou-se o estudo à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). O objectivo foi o de solicitar a validação e autorização para se poder aplicar a investigação, visto ser dirigida a pessoas maioritariamente menores de idade, e também para obter uma maior receptividade por parte da organização da 4ª Prova de Orientação do Circuito Regional Norte, onde foram aplicados os questionários.

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Após se ter em nossa posse a credencial emitida pela DREN, enviamos via e-mail um exemplar da mesma, juntamente com um exemplar do questionário a todas as escolas que iriam participar na prova e à própria organização, explicando os objectivos a atingir e a metodologia a adoptar no estudo, solicitando assim a autorização para a aplicação do questionário na data da Prova, 24 de Abril de 2010. No momento de preenchimento do questionário os praticantes tiveram a presença do investigador, para ser explicado inicialmente os objectivos do estudo e o modo de preenchimento do mesmo, tendo sido também salvaguardado o anonimato e a confidencialidade dos dados recolhidos, bem como o carácter voluntário do preenchimento. No caso de apresentarem algum tipo de necessidade de esclarecimento ou alguma dúvida o investigador também lá estava para ajudar na elucidação da mesma.

Como critério de inclusão na amostra, definiu-se que seriam incluídos todos os participantes que se encontrassem no dia da prova e que estivessem predispostos a participar na mesma.

III.4. Modelo de Estudo

III.4.1. Variáveis dependentes

Na medida em que a presente investigação pretende conhecer a que nível ético ambiental se encontram os praticantes de DAN no DE das escolas da zona norte de Portugal, as variáveis dependentes correspondem às dimensões assinaladas no ponto III.2.

III.4.2. Variáveis independentes

De forma a avaliar a influência de um conjunto de características dos praticantes de DAN no nível ético ambiental em que se encontram, foram criados subgrupos da amostra, de acordo com as seguintes variáveis independentes:

 Sexo;  Idades;

(34)

 Anos de Prática;  Distrito;

 Ano escolar frequentado;  Prática de DAN fora da escola.

III.4.3. Hipóteses

Face aos objectivos inicialmente propostos, constituiu-se o seguinte quadro de hipóteses:

Ho1 – O comportamento é influenciado pelo sexo do praticante.

Ho2 – O comportamento é influenciado pelo distrito de residência do praticante. Ho3 – O comportamento é influenciado pela idade do praticante.

Ho4 – O comportamento é influenciado pela escolaridade dos praticantes. Ho5 – O comportamento é influenciado pelos anos de experiência do praticante. Ho6 – O comportamento é influenciado pela prática de DAN fora da escola.

III.5. Análise Estatística

Tendo em consideração que todas as variáveis dependentes são variáveis ordinais e as variáveis independentes também são maioritariamente ordinais ou nominais, e que nenhuma das variáveis é normal (de acordo com os resultados obtidos da aplicação do teste de Kolmogorov-Smirnov), para testar as hipóteses acima indicadas foi necessário aplicar testes não paramétricos.

O teste não paramétrico utilizado para testar as referidas hipóteses foi o teste de Kruskal Wallis, o qual tem como hipótese nula que os diferentes grupos observados são idênticos em tendência central, pelo que quando a hipótese nula é rejeitada se pode concluir que pelo menos um dos grupos tem um parâmetro de localização distinto, ou seja, tem um comportamento diferente. Na aplicação do teste, adoptou-se um nível de confiança de 95% na análiadoptou-se dos resultados.

(35)

III.5.1. Caracterização da Amostra

Participaram neste estudo 156 alunos, sendo 87 do sexo masculino e 69 do sexo feminino, provenientes de 3 distritos do Norte de Portugal, 79 do distrito do Porto, 50 do distrito de Braga e 27 do distrito de Viana do Castelo.

A distribuição por sexo em cada distrito é heterogénea, conforme se pode observar do gráfico seguinte, predominado o sexo masculino no distrito do Porto, o feminino no distrito de Braga e estando a amostra relativamente equilibrada no distrito de Viana do Castelo.

Figura III.1 – Distribuição dos participantes por Distrito e Sexo

Os inquiridos têm idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos, com maior incidência entre os 12 e os 14 anos (67% dos participantes), como se verifica no gráfico seguinte. 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Porto Braga Viana do Castelo

Participantes por Distrito e Sexo

M F 70% 30% 36% 64% 48% 52%

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Figura III.2 – Distribuição dos participantes por Idade e Sexo

O ano escolar frequentado dos elementos desta amostra está compreendido entre o 3ºano e o 12º ano e, em consonância com o observado na distribuição por idade, também a maioria dos participantes frequenta o 3º ciclo de escolaridade.

Figura III.3 – Distribuição dos participantes por grau de escolaridade 0 4 8 12 16 20 24 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 N.º Idade

Distribuição dos participantes por idade e sexo

F M

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Relativamente ao número de anos prática de DAN, os participantes têm entre 1 mês e 7 anos de experiência, sendo que 57% dos inquiridos refere ter 1 ou menos anos de prática.

Figura III.4 – Distribuição dos participantes por anos de prática de DAN

Já no que concerne à prática desportiva fora da escola, esta é apenas efectuada por 35,3% dos inquiridos, sendo que a maioria se limita à prática de DAN integrada nas actividades escolares.

III.5.2. Apresentação dos Resultados e Discussão

Neste ponto são apresentados os resultados da aplicação do inquérito, começando por uma análise global das respostas dadas a cada uma das questões colocadas, através da interpretação das respectivas tabelas de frequência, seguindo-se uma análise dos resultados do teste de Kruskal Wallis aplicado para estudo da influência das variáveis dependentes nas respostas obtidas, conforme exposto no ponto III.4.3. Assim, da análise das tabelas de frequências obtidas para as questões colocadas, verifica-se que em 28 das 31 questões (90%) pelo menos 50% dos inquiridos assinalaram que concordam ou concordam totalmente com as questões

(38)

(questões 15, 17, 19), é maior a percentagem de inquiridos que concorda com as questões do que a que discorda.

Neste contexto, a primeira observação a reter dos resultados obtidos é que a generalidade dos participantes demonstra ter, em termos globais, um bom nível de ética ambiental.

Contudo, importa analisar se este desempenho se reflecte de forma equivalente em todas as dimensões ambientais consideradas. Os quadros infra apresentam o valor observado para os diferentes quartis das variáveis incluídas nas diversas dimensões em análise.

Quadro III.1 - Dimensão Conservação da Natureza: Valor dos quartis das variáveis observadas

Q3 Q4 Q7 Q20 Q21 Q22 Q23 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31

1º Quartil 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

2º Quartil 4 5 5 4 5 5 5 5 4 5 5 4 4 5

3º Quartil 4,75 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5

No que respeita à conservação da natureza, todas as variáveis assumem um valor superior a 3 para a mediana (2º quartil), sendo que 5 registam o valor 4 e 9 o valor 5. Isto significa que pelo menos mais de 50% dos participantes respondeu que concorda ou concorda plenamente com as questões apresentadas.

Numa análise mais detalhada, observa-se mesmo que, com excepção da questão Q3, mais de 75% dos inquiridos concorda com as questões integradas nesta dimensão. Assim, é evidente uma percepção da maioria dos participantes da necessidade de não danificar nem desenvolver qualquer acção que altere ou destrua o meio ambiente durante a prática do DAN.

A questão Q3, na qual a concordância com a mesma é menos expressiva (ainda assim representa 71% das respostas), diz respeito ao cuidado com o ruído excessivo que pode resultar da prática da DAN e perturbar o ecossistema onde esta decorre.

(39)

Quadro III.2 - Dimensão Defesa dos Seres Vivos: Valor dos quartis das variáveis observadas

Q1 Q2 Q5 Q6

1º Quartil 4 4 4 4

2º Quartil 5 5 4 5

3º Quartil 5 5 5 5

Relativamente às questões incluídas na dimensão “seres vivos”, verifica-se que em todas as questões mais de 75% dos inquiridos concordam com o exposto, uma vez todas as varáveis assumem o valor 4 ou 5 no 1º quartil. Acresce que para as questões Q1, Q2 e Q6, pelo menos 50% dos inquiridos concorda plenamente com as mesmas, o que é demonstrativo de uma forte percepção das atitudes a ter para não prejudicar os seres vivos aquando da prática do DAN.

Quadro III.3 - Dimensão Sustentabilidade: Valor dos quartis das variáveis observadas

Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q24

1º Quartil 3 4 3 3 3 3 3 3

2º Quartil 4 5 3 4 3 4 3 4

3º Quartil 5 5 4 5 4 5 4 5

Na resposta às questões constantes da dimensão Sustentabilidade, verifica-se que, ao contrário do que ocorre nas restantes dimensões, há uma maior variação nas respostas dadas às diferentes questões, verificando-se uma maior percentagem de inquiridos que não concorda ou é indiferente ao referido nestas questões.

Tal pode indicar uma menor percepção dos impactos das acções dos participantes na sustentabilidade do meio ambiente, sugerindo uma menor sensibilização para o tipo de atitudes subjacentes às questões apresentadas, tais como a poupança de água e energia e a adopção de atitudes menos poluentes. Trata-se de acções cujo impacto na conservação da natureza não é perceptível de forma imediata pelos participantes e talvez por isso não seja tão valorizado pelos próprios.

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utilização de lâmpadas de baixo consumo e a utilização de cantis nas actividades de DAN.

Face a estes resultados, entende-se que esta dimensão deveria ser mais trabalhada ao nível das acções de EA.

Quadro III.4 - Dimensão Reciclagem: Valor dos quartis das variáveis observadas

Q8 Q9 Q10 Q11 Q12

1º Quartil 4 4 3 3 3

2º Quartil 5 4 4 4 4

3º Quartil 5 5 5 5 5

No conjunto de questões relacionadas com a dimensão reciclagem observa-se novamente que cerca de 50% dos inquiridos concorda ou concorda totalmente com o referido, o que evidência alguma sensibilidade para a política dos 3R’s. Contudo, e apesar das constantes campanhas de sensibilização de que esta temática tem vindo a ser alvo, nomeadamente através da comunicação social, verifica-se que ainda 25% dos inquiridos é indiferente ou discorda das questões Q10, Q11 e Q12, as quais estão relacionadas com a adopção de uma atitude diária de aplicação da politica dos 3R’s, de sensibilização dos demais para o seguimento destes princípios e para a redução dos resíduos produzidos.

Importa agora analisar se os resultados globais atrás assinalados se reflectem de forma idêntica nos diferentes subgrupos da amostra, separados de acordo com as seguintes variáveis dependentes: sexo, distrito; idade, ano escolar frequentado; anos de prática de DAN e prática de DAN fora da escola.

Sexo

Da aplicação do teste Kruskal Wallis, verifica-se que, com 95% de confiança, em 17 questões as classificações atribuídas pelos participantes são significativamente diferentes consoante o sexo dos inquiridos.

Imagem

Figura III.1 – Distribuição dos participantes por Distrito e Sexo
Figura III.2 – Distribuição dos participantes por Idade e Sexo
Figura III.4 – Distribuição dos participantes por anos de prática de DAN

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