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ENSINO DO KUNG FU SOB A ÓTICA DE ALUNOS INSERIDOS NUM CONTEXTO DA PEDAGOGIA DO ESPORTE

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Contato: Rogério Cruz de Oliveira - rogerio.unifesp@gmail.com

Ensino do Kung Fu sob a ótica de alunos

inseridos num contexto da pedagogia do esporte

Kung Fu’s teaching from practioners perspectives in the sport’s

pedagogy background

Caio Ramos Toledo1 Ricardo Luis F. Guerra2 Rogério Cruz de Oliveira2 1Secretaria Municipal de Saúde de Santos 2Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista

Recebido: 26/03/2018 Aceito: 15/11/2018

RESUMO: O objetivo do estudo consistiu em compreender o ensino do Kung Fu sob a ótica de alunos

inseridos num contexto da pedagogia do esporte. Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa com cinco voluntários que participaram de 16 aulas de Kung Fu. O estudo foi desenvolvido numa universidade federal do estado de São Paulo e os voluntários foram membros da comunidade acadêmica, acima de 18 anos, com o desejo de praticar kung fu, com ou sem experiência prévia com a modalidade. O critério de exclusão utilizado foi a presença inferior a 75% das aulas. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de dois questionários abertos, respectivamente na primeira e décima sexta aula. O primeiro questionário tinha o intuito de mapear as expectativas iniciais dos voluntários quanto às aulas. Já o segundo tinha o objetivo de verificar se as expectativas tinham sido alcançadas, bem como os pontos positivos e os pontos a serem superados pela proposta. A análise de dados se deu por meio de categorias não apriorísticas. Os resultados revelaram que as expectativas iniciais dos alunos estiveram ligadas ao retorno da prática, à aprendizagem, à atividade física e à defesa pessoal. De acordo com os voluntários todas as expectativas foram alcançadas. Em relação aos pontos positivos da proposta os voluntários ressaltaram a aprendizagem, a didática, a integração, a aplicabilidade e o acesso, enquanto o espaço físico, a continuidade e o tempo foram apontados como aspectos negativos. Conclui-se que a ótica dos praticantes revelou a necessidade de se investir em propostas de ensino mais ampliadas. Tal pressuposto se alinha com as pedagogias críticas da Educação Física para o qual o ensino da cultura corporal deve permitir a descoberta de novos sentidos, ampliando assim a experiência das pessoas envolvidas.

Palavras-chave: Kung Fu; Lutas; Esporte; Ensino.

TOLEDO CR, GUERRA RLF e OLIVEIRA RC. Ensino do kung fu sob a ótica de alunos inseridos num contexto da pedagogia do esporte. R. bras. Ci. e Mov 2019;27(3):158-169.

ABSTRACT: The aim of the study was to understand the teaching of Kung Fu from the perspective of students inserted in a context of the pedagogy of the sport. A qualitative research was developed with five volunteers who participated in 16 Kung Fu classes. This research was developed in a federal university of São Paulo State (Brazil). The inclusion criteria were: people from this university, over 18 years old, people who wanted to practice kung fu, experienced or no. The unique exclusion criterion was 75% class attendance. Data collection was done through the application of two open questionnaires, respectively in first and last class. The first questionnaire was designed to reveal the original student’s expectations. The second questionnaire aimed to confirm if the original expectations were fulfilled, and know positive and negatives aspects from the classes as well. Data analysis was performed by non-a priori categories. We found students' expectations were linked to switch back to practice, learning, physical activity and self-defense, and all were achieved. Also, learning, didactics, integration, applicability and access were highlighted as positive aspects of the proposal, while physical space, continuity and time were pointed as negative aspects. It was concluded that the practitioners' perspective revealed the need to invest in more extended teaching proposals. This fact is in line with critical pedagogies from Physical Education area, in which the body culture teaching allow the discovery of new meanings, so broadening the people experience.

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Introdução

Para Paes1, o esporte é parte integrante da sociedade moderna, estando presente em todos os lugares, podendo ser considerado um patrimônio cultural da humanidade. Segundo Tubino2, o esporte possui três vertentes: o esporte profissional (ligado ao mundo da competição de alta performance), o esporte educação (desenvolvido no contexto escolar) e o esporte-participação (desenvolvido na esfera do lazer). Embora tal classificação seja passível de críticas, principalmente por relacionar a educação somente com a instituição escolar, desconsiderando seu papel nos diversos cenários sociais, é possível o entendimento de que todas as pessoas têm a possibilidade e o direito de acesso à prática esportiva3,4. Entretanto, frequentemente, o modelo de esporte difundido para as pessoas é o do esporte profissional, que, com sua racionalidade voltada ao resultado, impede a fruição do ensino esportivo em modelos mais flexíveis.

Nesse contexto, a alta performance passa a ser um modelo perseguido, evidenciando, quase sempre, rendimentos inalcançáveis para as demais pessoas, podendo haver valorização da técnica e encobrir os processos de aprendizagem mais amplos da prática esportiva. Para Kunz3, tal distorção extrapola para o aspecto do ensino, no qual se valoriza a técnica para se elevar o rendimento, tendo seus campos de significados e experimentações obscurecidos pelo domínio gestual. Com isso, o ensino se resume a aprender técnicas esportivas quase sempre advindas do modelo hegemônico.

Diversas críticas têm sido feitas a essa concepção de ensino, principalmente a que identifica sua limitação quanto à diversidade de experimentações e significados possíveis no ensino do esporte5-13. Noutro horizonte, se faz pertinente compreender o esporte em seu sentido amplo, que se traduz em toda forma do movimentar-se humano, bem como o próprio esporte em sua dimensão restrita de modalidade3.

À luz dessa perspectiva, foi desenvolvido a partir de uma intervenção no campo das lutas, especificamente em

Kung fu (KF), a qual esteve embasada nos pressupostos de alguns autores da pedagogia do esporte. Para Bento, Garcia e

Graça14, a pedagogia do esporte amarra-se concretamente ao compromisso de analisar, interpretar e compreender as diferentes formas de ação esportiva à luz de perspectivas pedagógicas. Nessa esteira, há possibilidade de se pensar um processo de ensino-aprendizagem que possibilite a apropriação do esporte distante do modelo tradicional.

Segundo Correia e Franchini15 existe uma lacuna na abordagem do tema das lutas na literatura brasileira. Em sua revisão de literatura, na qual 11 periódicos com pelo menos 15 volumes publicados foram revisados quanto ao tema, menos de 3% dos artigos acadêmicos se envolviam com artes marciais, lutas ou modalidades esportivas de combate. Para Rufino e Darido16, uma maior produção científica nessa temática possibilitaria sua melhor compreensão.

Partindo desse pressuposto, esse estudo tem o intuito de compreender novas possibilidades didático-pedagógicas do ensino do KF a partir do seguinte objetivo: compreender o ensino do Kung Fu sob a ótica de alunos inseridos num contexto da pedagogia do esporte.

Contextualização do Kung Fu

KF é o termo comumente usado para se referir às artes marciais chinesas, denominadas de wushu17,18,19. Entretanto, para Ferreira, Souza e Marchi Júnior20, também pode significar o domínio perfeito de uma arte, sendo o

wushu, o termo mais apropriado para arte marcial. Entretanto, devido ao fato de ser mais bem compreendido no

contexto brasileiro, esse estudo assumirá o termo KF como arte marcial.

É válido ressaltar que o termo “Kung” é o ideograma que significa “grande dedicação”, “trabalho duro” e ‘Fu’ é o ideograma que representa “experiência”. Assim, KF pode ser interpretado “[...] como sendo ‘Habilidade em executar alguma coisa’”17 (p.143), ou seja, a habilidade/conhecimento que advém da dedicação.

Assim, o KF é uma manifestação que está presente desde tempos remotos da civilização chinesa, mantendo uma relação dialética com os aspectos socioculturais e religiosos deste povo17. Além disso, o KF é expresso não

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somente como técnica de combate, mas também como um modo de vida, manifestando uma conduta moral e objetivando a preservação da saúde17,21,22.

Em síntese, o KF é uma arte marcial chinesa com diversas manifestações e que, culturalmente, está entrelaçado ao modo de pensar de toda uma sociedade, tendo em seu âmago sentidos filosóficos, religiosos e morais bem entrelaçados, o que também reflete em sua prática, a qual tem nomes e movimentos repletos de simbologias e significados17. Em relação à sua gênese, é possível encontrar diversas versões, muitas vezes conflitantes, em grande parte devido à escassez de documentos históricos confiáveis. Isso se deve às sucessivas dinastias que existiram na China23 que, para afirmar seu poder e reescrever a história, destruíam os vestígios da dinastia anterior como estratégia para legitimar seu direito de governança. Assim, ocorreram perdas de fontes históricas sobre o passado Chinês e, consequentemente, sobre a origem concreta do KF23. Para Ferreira, Marchi Júnior e Capraro18, transitar pela história do KF é trilhar caminhos repletos de lacunas e dificuldades. Por essa razão, o texto dessa seção está mais no ideário de uma breve contextualização do que de um registro histórico rigoroso e aprofundado, que, por limites impostos a um texto como esse, não seria possível.

Os registros que se têm apontam para práticas existentes desde o século II a.c. Entretanto, segundo Koppe24, o KF existe desde 2674 a.c., sendo que sua primeira aparição com o termo wushu é datada do século VI d.c.17. Foi neste período que o KF começou a ser massificado:

A evolução do wushu rumo a uma modalidade desportiva, sem deixar de ser marcial, começou por volta do século VI quando a China experimentou uma fase de prosperidade. A guerra se tornou menos frequente e a nobreza continuava a praticar o wushu mais por tradição ou para entretenimento do que por necessidade; as competições com regras bem mais civilizadas se tornaram comuns. O povo também passou a imitar a nobreza na prática do wushu, por razão de status. Esta parcela das técnicas praticadas por civis foi se diferenciando do restante praticado por militares profissionais22 (p.1).

Acredita-se que foram das técnicas de KF que se deu a gênese das diversas outras artes marciais asiáticas, sendo o atual território Chinês o berço das artes marciais23. Segundo o autor, o próprio KF tem diversas subdivisões de variedades técnicas de acordo com a origem geográfica, sua genealogia e situação política, contando com centenas de estilos catalogados23.

A difusão do KF no ocidente está relacionada diretamente ao cinema e a atores icônicos como Bruce Lee, Jet Li, Jackie Chan e David Carradine, o que, para Ferreira, Marchi Júnior e Capraro18, foi marcante. Segundo Gutierrez, Cheung e Acevedo23, esse processo despertou interesse das pessoas na prática desta modalidade desconhecida até então. Para o autor, anteriormente a este tipo de mídia já existiam chineses no ocidente, mas estes eram marginalizados e suas manifestações ignoradas. Isto se deve em grande parte à forma como se deu a colonização da China e posterior imigração para o ocidente, cujos povos trataram os chineses como inferiores23. Tal fato pode ser comparado com a capoeira no Brasil, a qual, para Stotz e Falcão25, também sofreu um processo de marginalização.

Segundo a International Wushu Federation26, o KF possui representantes em 146 países nos cinco continentes do mundo, além de ser reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) desde 1991. Esse é um dado que reforça o crescimento do KF no mundo, demonstrando assim a necessidade de um estudo sistematizado sobre seus modos de aprendizado.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa que, segundo Minayo27, responde a questões muito particulares, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Nessa ótica, temos o pesquisador como elemento principal, o que, segundo Marconi e Lakatos28, é uma das características da abordagem

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qualitativa de pesquisa.

A pesquisa foi desenvolvida numa universidade federal do estado de São Paulo e aprovada pelo comitê de ética da mesma instituição (nº CAAE: 21571213.8.0000.5505). Participaram da pesquisa cinco voluntários de ambos os sexos, os quais foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão:

 Pessoas vinculadas à mesma instituição universitária dos pesquisadores do estudo, sendo alunos, professores ou demais servidores;

 Idade acima de 18 anos;

Desejo de praticar o KF;

 Com ou sem experiência prévia na modalidade.

Como critério de não inclusão tivemos uma única prerrogativa:

 Presença inferior a 75% das aulas.

O quadro 1 apresenta o perfil geral dos voluntários do estudo, do qual podemos destacar a experiência pregressa em Lutas, grande variabilidade em termos de tempo de prática (seis meses a cinco anos) e serem adultos jovens. Todos os voluntários assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para fins de preservação do anonimato optou-se pela identificação dos voluntários pela letra inicial de seu nome.

Quadro 1. Perfil dos voluntários.

Identificação Sexo Idade Vínculo

institucional

Prática em Lutas

Prática em KF

Voluntário B Feminino 25 Estudante 5 anos 5 anos

Voluntário L Masculino 30 Técnico 4 meses 4 meses

Voluntário V Masculino 25 Estudante 1 ano Não tem

Voluntário E Masculino 40 Técnico 6 anos 6 meses

Voluntário R Feminino 40 Estudante 6 meses Não tem

Fonte: os próprios autores.

Essas informações foram obtidas por meio da aplicação de questionário aplicado na 1º aula com os alunos.

Os voluntários participaram de 16 aulas com duração de 2 horas estruturadas à partir de uma proposta pedagógica de ensino do KF calcada na pedagógica do esporte. As aulas foram ministradas por um dos autores desse estudo, o qual é mestre em KF e que, na época da pesquisa, era aluno do curso de Educação Física da instituição.

Os dados foram coletados por meio de dois questionários abertos que objetivavam captar a ótica dos voluntários sobre o processo de ensino a que foram submetidos. Tendo em vista sua aplicação no contexto específico do estudo, não se trabalhou com questionários validados. Para Triviños29, em pesquisas qualitativas nas quais a participação dos voluntários é um dos elementos chave para o fazer científico, os instrumentos de coleta de dados precisam reunir características sui generis. “Neste sentido, talvez sejam a entrevista semi-estruturada [sic], a entrevista aberta ou livre, o questionário aberto [...] os instrumentos mais decisivos para estudos os processos e produtos nos quais o investigador qualitativo está interessado" (p.138)29.

O primeiro questionário tinha o intuito de mapear as expectativas iniciais dos voluntários quanto às aulas. Nesse sentido, foi feita a seguinte pergunta: “Por que você se interessou em participar dessa pesquisa?”. Já o segundo questionário tinha o objetivo de verificar se as expectativas iniciais dos alunos tinham sido alcançadas, bem como os pontos positivos e os pontos a serem superados pela proposta. Nesse interim, três questões foram propostas, a saber: 1 - “Sua expectativa inicial com a participação no projeto foi atendida?”; 2 - “Liste e comente os pontos positivos”, e; 3 -

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“Liste e comente os pontos que podem ser melhorados”.

Havia ainda a opção de se trabalhar com a entrevista semiestruturada, porém, entendemos que o conteúdo dos questionamentos que seriam feitos, em algum momento, poderia constranger os voluntários e impedi-los de se pronunciar de forma mais livre e aberta, principalmente no segundo questionário, que tinha o caráter avaliativo da proposta. Embora saibamos que o questionário também possui limitação como instrumento de coleta de dados, pois nem todo voluntário pode ter apreço em se pronunciar pela escrita30, no caso desse estudo, se mostrou mais adequado por reduzir o desconforto dos participantes na avaliação da proposta.

Os dados foram analisados por categorias não-apriorísticas, as quais “[...] emergem totalmente do contexto das respostas dos sujeitos da pesquisa [...]”31 (p. 614). A elaboração das categorias obedeceu às premissas do referido autor quanto à frequência e a relevância implícita.

A proposta pedagógica

Para elaboração da proposta pedagógica do estudo recorreu-se à Gomes et al.32 e Daolio33, pois se compreendeu que as contribuições dos autores possuíam íntima relação com os propósitos de uma intervenção sob a égide da pedagogia do esporte.

Em Daolio33, nos apoiamos no modelo pendular (Figura 1) proposto para os jogos coletivos.

Figura 1. Modelo pendular. Fonte: Daolio11.

Em nossa ótica, a principal contribuição do modelo pendular se dá pela ênfase tardia na técnica, o que, para esse estudo é fundamental. Na perspectiva da pedagogia do esporte, a técnica é entendida como o modo de fazer, aliada a dimensão tática, que seria a razão do fazer33. Dessa forma, um dos princípios considerados foi o respeito à diversidade técnica existente na prática do KF. Isso implica que não foram privilegiados os gestos técnicos do contexto profissional do esporte, sendo estes inseridos na proposta como uma das possibilidades, mas não como horizonte a ser perseguido.

Tal pressuposto também se encontra presente em outros trabalhos, ressaltando a pertinência do ensino ampliado34-38. É importante ressaltar que a principal contribuição deste modo de ensino é fomentar praticantes mais autônomos e inteligentes33. Não se trata, porém de ignorar a técnica, muito menos

[...] secundarizar as formas eficientes de execução esportiva, mas de colocá-la no tempo correto da aprendizagem, a fim de se evitar, ou o abandono precoce de qualquer forma esportiva devido à frustrações, ou a especialização também precoce de uma única forma, fato tão nefasto quanto o anterior33 (p. 101).

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Nesse sentido, o ensino tradicional dos esportes, voltado apenas ao aperfeiçoamento técnico, é oposto à proposta pedagógica desenvolvida no estudo, que, em síntese: considerou o conhecimento prévio dos alunos e não teve uma supervalorização da técnica.

Já em Gomes et al.32, recorremos aos princípios condicionais para as lutas, a saber:

 Contato proposital: Nos moldes de uma luta o contato é proposital;

 Fusão ataque/defesa: O ataque e a defesa ocorrem de forma simultânea, ou quase simultânea, gerando assim uma dinâmica única e praticamente impossível de se repetir, tendo as ações um tempo extremamente curto para serem tomadas;

 Imprevisibilidade: Pelas dinâmicas acima apresentadas uma luta sempre é imprevisível, as ações dificilmente se repetem;

 Oponente/alvo: O alvo nas lutas é personificado no oponente;

 Regras: Todas as lutas, assim como em qualquer outro esporte, existem regras.

Nesse interim, a proposta foi dividida em quatro blocos (Quadro 2), com foco na manifestação de Taolus (Rotinas):

1. Bloco introdutório: permitindo o contato dos alunos à modalidade;

2. Bloco técnico-tático: Instrumentalizar os alunos dentro da modalidade em questão; 3. Bloco tático-técnico: Desenvolver os aspectos táticos dentro da modalidade; 4. Bloco competitivo: Permitir a vivência dentro das regras específicas da modalidade.

Quadro 2. Proposta pedagógica.

Bloco Objetivo Conteúdo Estratégias

metodológicas Princípios condicionais privilegiados Nº de aulas Introdutório Conhecimento prévio Princípios do KF Vivências corporais e rodas de conversa Oponente/Alvo e contato proposital 3

Técnico-tático Ampliar repertório corporal Golpes traumáticos, introdução às formas Vivências corporais e rodas de conversa Oponente/Alvo e contato proposital 6 Tático-técnico Razão da utilização das técnicas

Defesa Pessoal Vivências corporais e rodas

de conversa

Fusão ataque/defesa e imprevisibilidade

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Competitivo KF competitivo Formas Vivências

corporais

Regras 2

Fonte: os próprios autores.

É importante ressaltar que esta intervenção não fez uma introdução às lutas em geral, etapa que seria similar aos “Princípios Operacionais” do Modelo Pendular. Desse modo ela se encontra inserida, prioritariamente, entre as regras de ação e os gestos técnicos do modelo pendular de Daolio33, por isso a ênfase nos elementos técnico-táticos.

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Resultados e discussão

O questionário aplicado na primeira aula teve o intuito de realizar um diagnóstico inicial dos alunos, atendendo a premissa de Daolio e Velozo11, para os quais há necessidade de conhecer o público com quem se trabalha para entender com maior profundidade suas necessidades.

De forma bem pontual e sintética os voluntários afirmaram que suas expectativas iniciais quanto à participação na pesquisa eram:

Porque gostaria de voltar a praticar KF (B).

Porque já participei do Projeto anterior1, e também por querer aprender um pouco mais dessa arte marcial fascinante! (L).

Por aprender mais sobre essa arte marcial e sua cultura (V).

A possibilidade da prática de atividades físicas, em meu ambiente de trabalho e com um fim pedagógico. Compreender técnicas básicas de defesa pessoal (E).

Me interessei porque estava sentindo uma enorme necessidade de praticar alguma atividade, e, não tinha tempo, nem dinheiro (R).

As respostas acima nos permitiu identificar quatro categorias de análise:

 Retomada/Continuidade da prática do KF: voluntários “B” e “L”;

 Aprendizagem/Aprofundamento: voluntários “L” e “V”;

 Atividade física: voluntários “E” e “R”;

 Defesa Pessoal: voluntário “E”.

A diversidade das expectativas já era esperada, haja vista o perfil heterogêneo dos voluntários. Entretanto, em que pese essa diversidade, foi possível notar duas grandes vertentes: 1 - o conteúdo do KF como centro das expectativas de três voluntários (B, L e V) ao se pronunciarem quanto à retomada/continuidade ou aprendizagem/aprofundamento nessa modalidade de luta, e; 2 - o que o KF pode proporcionar como atividade física e/ou defesa pessoal (voluntários “E” e “R”). Em nossa leitura, respectivamente, um interesse contemplativo (o KF por ele mesmo) e outro funcionalista (o KF como meio para outros fins).

Compreendemos que o interesse contemplativo se alinha às especificidades da modalidade, pois sua história revela que se trata mais de uma cultura do praticante do que uma prática desenvolvida no tempo livre das pessoas. Nesse sentido, já era esperado esse tipo de expectativa. Por outro lado, nos surpreendeu a vertente funcionalista alinhada à atividade física, já que essa não figura na tradição do KF18,19,20.

Entretanto, em tempos de efusivo discurso em prol de um estilo de vida ativo, no qual Fraga39 afirma que os investimentos possuem ênfase na informação, a ideia do KF como tempo e espaço de atividade física possui certa coerência. Embora o instrumento da pesquisa não cobrisse outro questionamento que permitisse aprofundar a resposta dos voluntários, o que é um limite do estudo, salienta-se a força do discurso contemporâneo no que tange à importância da atividade física, que foi capaz de penetrar até mesmo no universo das lutas. No caso específico desse estudo, do KF. Por outro lado, faz-se necessário ressaltar que o voluntário “E” era iniciante na modalidade (6 meses de prática de KF) e o voluntário “R” não tinha experiência, o que pode justificar essa espécie de “desvirtuamento” da tradição.

Em relação à defesa pessoal compreende-se que ela está no mesmo horizonte de compreensão das técnicas de combate, historicamente presentes no KF. Além disso, pode ser relacionada a preocupação com a frequente e crescente violência na sociedade atual. Para Prado40, grande parte desta preocupação se deve à cultura do medo implementada por

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setores da mídia de forte tendência reacionária em busca de audiência, que se utiliza da espetacularização da violência e gera medos auferidos para transmissão de ideologias.

Sabe-se que a violência é, frequentemente, associada com as lutas em geral, por isso mesmo o discurso do voluntário “R” possui certa coerência. Entretanto, isso não é exclusividade do KF. Num estudo com capoeiristas, Melo e Barreira41 afirmam que, embora não seja uma prática deliberada, as experiências de briga podem acontecer na capoeira, mesmo com formas de controle da hostilidade que marca o fenômeno. Na esfera do taekwondo, Pimenta e Marchi Júnior42 afirmam que a modalidade exerce uma violência simbólica sobre seus espectadores, praticantes e nos praticantes de outras lutas. Isso acaba por corroborar a coerência com o discurso de “R”, que se aproximou da prática do KF por defesa pessoal.

Já no que se refere ao questionário aplicado na última aula foram propostas três questões que permitissem alcançar o objetivo do estudo. Na primeira questão (“Sua expectativa inicial com a participação no projeto foi atendida?”) todas as respostas foram positivas, a saber:

Sim e até superada. Aprendi muitas coisas novas que não tinha conhecimento, tanto na questão filosófica e histórica da arte marcial, quanto golpes novos e explicação das possibilidades de uso dos golpes (B).

Sim. Minha expectativa era conhecer um pouco, praticar um pouco, sobre KF e gostei muito. Espero que este projeto possa virar uma extensão (L).

Sim, gostei bastante de ter participado desse projeto (V).

Totalmente. Honestamente, superou, pois esperava algo básico e o mestre soube conduzir com dinâmica e didática adequadas (E).

Superada (R).

O conjunto das respostas nos permite compreender que o desenvolvimento do projeto foi coerente com o referencial utilizado, com destaque nas respostas dos voluntários “B” e “E” os quais citaram aspectos relacionados à aprendizagem e à didática, já que eram duas dimensões da proposta pedagógica que procuraram se distanciar dos tradicionais modelos de ensino das lutas, que discutiremos melhor a seguir.

Quanto aos pontos positivos as respostas dos voluntários foram:

Integração com alunos de outros cursos e funcionários; Relaxamento; Aprendizagem de novos golpes; Facilidade de acesso, por ser na faculdade (B).

Aprender sobre mais de um estilo, suas diferenças, suas origens, etc.; Dicas para corrigir minha postura (coluna ereta), que agora tento aplicá-las no dia a dia; Aula sobre armas – satisfez mais uma expectativa minha (L).

Aprendemos várias coisas sobre Kung Fu além da modalidade de arte marcial, como ensinamentos de cultura chinesa para serem usados em nosso cotidiano (V).

Didática e dinâmica. Extroversão e praticidade. Dedicação, entusiasmo e didatismo (E). Humildade do líder, Paciência do líder, Comunhão com os colegas de treino, Harmonia (R).

Tais respostas nos permitiram elaborar seis categorias de análise, quais são:

 Aprendizagem: voluntários “B”, “L” e “V”;

 Didática: voluntários “E” e “R”;

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 Integração: voluntários “B” e “R”;

 Facilidade de acesso: voluntária “B”.

Nas categorias aprendizagem e didática pode-se perceber aspectos ligados a um ensino mais amplo do que o ensino puramente técnico, o que coaduna com Lotti e Oliveira43, para os quais o modelo pendular permite um processo de ensino mais aberto, nos quais haja uma aprendizagem significativa, na qual a relação com o cotidiano, percebida neste estudo pelos voluntários “L” e “V”, se revela como pertinente.

Já na categoria integração, há uma oposição dos achados desse estudo com o clássico ambiente do universo das lutas. Para Rufino e Darido44, o ensino das lutas em contextos não formais de ensino é norteado por doutrinas e crenças tradicionalistas, as quais privilegiam aprendizagens mecânicas. Em Breda, Galatti e Paes45, citadas em Rufino e Darido46, as aulas de lutas, tradicionalmente, ocorrem num formato de repetição de movimentos do professor/mestre por parte dos alunos. Nesse modelo de ensino, a integração apontada nos nossos achados ficaria limitada, o que não ocorreu. Por outro lado, essa mesma tradição traduz-se numa forte característica no universo das lutas, que, não abordada na proposta pedagógica desenvolvida nesse estudo, não nos permite inferir qual seu lugar no contexto da pedagogia do esporte, sendo este um limite do estudo.

No que se refere à facilidade de acesso descrita pela voluntária B é possível perceber a importância da oferta de lugares diversos de práticas corporais, o que se alinha com Faria9, a qual relata que a existência de quadras poliesportivas nos espaços públicos das cidades limita e direciona a população. No caso desse estudo, a oferta de aulas de KF no contexto universitário pode ser considerada um grande privilégio.

Em relação a terceira e última questão, relacionada aos pontos que podem ser melhorados, os voluntários responderam:

Espaço físico poderia ter tatame e ser melhor ventilado; maior disponibilidade de horários; poderia contar como atividade extracurricular (horas); Confecção de uniformes (B).

Sem sugestões. O projeto, como ministrado, atende a seus propósitos para leigos ou não praticantes como eu (L).

Houve pouco tempo para aprofundar as técnicas passadas. Além do local de treinamento que às vezes não conseguia atender as necessidades para o treinamento eficiente (V). Tornar uma atividade contínua, a exemplo de um projeto de extensão (E).

O projeto se tornar extensão (R).

Exceto pelo voluntário “L”, que não se pronunciou, o conjunto das outras respostas nos permitiu identificar três categorias de análise:

 Espaço físico: voluntários “B” e “V”;

 Continuidade: voluntários “E” e “R”;

 Tempo: voluntários “B” e “V”.

Sobre o espaço físico, é válido ressaltar que as aulas foram desenvolvidas em uma sala de piso frio com cerca de 50 m² de espaço livre e que a não refrigeração da sala se deu por conta de um ar condicionado com defeito. Tais considerações nos remetem ao entendimento de que espaços alternativos às práticas corporais, no caso desse estudo uma sala comum para atividade de KF, são prejudiciais não só ao bom desenvolvimento da aula como ainda constituem limites que podem gerar descontentamento, insatisfação e/ou abandono da prática, fato esse também corroborado por

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Alencar et al.47.

Por outro lado, os mesmos autores, que elaboraram um estudo no qual aplicaram e avaliaram uma proposta pedagógica no trato com o conteúdo de lutas nas aulas de Educação Física Escolar, a qual o KF era uma das modalidades, apresentaram proposições que se distanciaram dos limites espaciais, exceto, pelo conteúdo de quedas no judô, que careceu de adequação necessária à segurança e conforto dos alunos. Nessa esteira, nos parece que, independente das limitações existentes, as lutas, e no caso específico deste estudo, o KF, podem ser desenvolvidos nos mais diversos contextos.

Nessa perspectiva, é que compreendemos que, mesmo num cenário improvisado, dois voluntários se pronunciaram em favor da continuidade da intervenção na instituição, se manifestando favoráveis à criação de um projeto de extensão que ofertasse o KF. Embora as aulas não tenham tido continuidade como projeto de extensão, como assim desejaram os voluntários “E” e “R” (os mesmos que no início relatavam expectativas relacionadas à atividade física e à defesa pessoal), foi possível continuar com as aulas de KF por mais dois meses. O intuito dessa continuidade foi o de cumprir os preceitos éticos da Resolução 466/201248 que permite a continuidade como forma de retorno social ao grupo investigado.

No que se refere à categoria “tempo”, as considerações dos voluntários “B” e “V”, respectivamente, disponibilidade de mais horário e maior tempo de aprofundamento das técnicas, de certo modo, fazem sentido. Num universo de 16 aulas não é possível avançar em muitos aspectos. Entretanto, é válido ressaltar que a proposta pedagógica não tinha como objetivo o aprofundamento técnico, mas sim um contato com a modalidade no contexto de uma proposta pedagógica distinta do tradicional e dentro do espaço de 16 aulas. Assim, podem-se compreender as duas afirmações alinhadas ao horizonte da continuidade das aulas.

Outras questões levantadas, as quais se referiram ao uso de uniforme e computar as horas como atividade extracurricular, compreendemos como de desnecessário cumprimento, pois, respectivamente: era desejado alcançar um maior público e cobrar qualquer espécie poderia limitar a participação de voluntários, e; não se fazia pertinente certificar os voluntários para não comprometer o critério de interesse na proposta.

Conclusões

O ensino do KF sob a ótica de alunos inseridos num contexto da pedagogia do esporte é revelador da necessidade de se ampliar as possibilidades de aprendizagem significativa ao encontro da complexidade do se movimentar humano. Tal pressuposto se alinha com as pedagogias críticas da Educação Física, principalmente na direção de Kunz5, para o qual o ensino do esporte, transcendendo a dimensão do “fazer”, deve permitir a descoberta de novos sentidos, ampliando assim a experiência das pessoas envolvidas.

É possível afirmarmos ainda que o Modelo Pendular para o ensino dos esportes coletivos elaborado por Daolio33 é passível de apropriação no contexto das lutas. Ao propor um processo de aprendizagem no qual a técnica ganha centralidade de forma tardia, a proposta acaba por permitir um cenário pedagógico mais fértil. Nessa esteira, as contribuições de Gomes et al.32 tornam-se igualmente relevantes. Além do pioneirismo de transpor a teoria de Daolio para o contexto das lutas, os autores acabaram por elencar pressupostos teóricos e pedagógicos que, em nossa avaliação, elevam o debate dessa prática corporal nos cenários mais amplos (escola, esporte e lazer).

Em tempos nos quais o esporte, em seu conceito mais amplo(na perspectiva do se movimentar humano)5, tem sido cada vez mais anunciado como ferramenta importante para vida em sociedade, principalmente pelos seus benefícios à saúde e à qualidade de vida das pessoas, por que não discuti-lo por diferentes prismas, inclusive o pedagógico? Por que não pensa-lo como um conteúdo cultural no qual as diferentes pessoas deveriam ter o direito ao acesso? Compreendemos que o desenrolar desse debate, no mínimo, culminaria no desenvolvimento de potenciais

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propostas pedagógicas que contemplariam os interesses dos múltiplos atores sociais.

Nesse horizonte, compreendemos ser latente o investimento em estudos que se inserem na compreensão, análise e/ou proposição de métodos de ensino que extrapolem os modelos tradicionais das práticas corporais, da atividade física e do exercício físico, que, se ainda não caíram em desuso, ao menos devem ser repensados.

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