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Sífilis congênita precoce: casos internados no Hospital Infantil Joana de Gusmão e no Hospital Universitário.

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Academic year: 2021

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(2)

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Lücio José Botelho, ao Dr. Antônio Fernando Barreto de Miranda e ã Dra. Vera Lúcia Paes Cavalcanti Ferreira, pelo eâ tímulo, colaboração e orientação. A

1

\

(3)

ÍNDICE » RESUMO . . . . . . . . . . ... . . . . . . ... . . . . . ... . . . . ... INTRODUÇÃO . . . . ... . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . .. OBJETIVOS... . . . . . . ... ... . . . . . . ._ MATERIAL E METODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . .. RESULTADOS . . . . ... . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . _. DIScUsSÃO... . . . . . ... . . . . . . . . . . . . ... cONcLUSõES... . . . . . ... . . . . . . ... RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . _... SUMMARY . . . . ... . . . . . . . ... . . . . ... . . ... . . . . . . . . . . .. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . ... . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . ..

ANEXOOIOOOCOCIIOO I I I I I I OIOIIIDOOIOI I I I I I O 00.00. I I I O I O O I IIICOI

Pág 03 05 07 08 09 18 21 22 23 24 27

(4)

4

I - RESUMO

Os autores estudaram 59 casos de Sífilis Congênita Precoce internados no Hospital Dfihntil Joana de Gusmão e Hospital Univer

sitârio, no período entre maio de 1980 ã março de 1985. Estes ca sos foram estudados segundo os dados de identificação, gestacio- nais e neonatais, e a renda familiar.

Queixa principal, causa de internação e manifestações clí nicas também foram considerados.

Os autores finalizando, discutem a realização do pré-natal sendo este um dos principais objetivos do trabalho.

(5)

II - INTRODUÇÃO

O nome Sífilis é devido a Jerónimo Fracastorius (1530), de Verona, que publicou uma obra ("Syphilis sive morbus gallicus" )

em que deaxeve a enfermidade sofrida pelo pastor mitológico Sifi

1o. Desde entao, a sífilis tem sido objeto de extensa e pitores

ca literatura (2, 5).

O fato de que o foco inicial da Sífilis teria surgido nas Antilhas e, sido levada ã Europa pela tripulação de Colombo, pro

pagando-se rapidamente devido às condições da época, (20) é con-

siderado atualmente apócrifo (2, 5).

~

Até Felipe Ricord (1799-1889) nao se havia estabelecido ma neira definitiva de separar a Sífilis da gonorréia (2).

A Sífilis é causada pelo Treponema Pallidum, descoberto

por Schaudinn e Hoffmann (1905) (2, 4, 5, 20), o qual atravessa a mucosa ou a pele, com solução de continuidade (lesão) e passa

ao sangue em poucas horas,. alcançando todos os órgãos. É uma

doença exclusivamente humana, altamente democrática e cosmopoli

ta. A transmissão ocorre, na maioria dos casos, por contato dire

to, sendo que o contato indireto é de difícil comprovação. Trans

fusões sanguíneas e infecção intra-uterina (Sífilis Congêniuflsão as outras maneiras de instalação da Sífilis no organismo (7, 12)

~

Relatório da Organizaçao Mundial de Saúde (6, 36) revela que, em 1970/71 de dez países europeus seis relataram diminuição

dos casos de Sífilis e apenas um relatou aumento. Observa o mes-

mo relatório que na América do Sul e Central, em 1970/71, de 14

países, cinco revelaram aumento do número de casos, enquanto que nove reportam decréscimo. Citam Goldemberg e co1aboradoresCL 29) que, realizando levantamento em convocados para o Serviço Mili-

tar no Estado de São Paulo de 1968 a 1971, encontraram um coefi

ciente de 12,51 por 1000 em 1968, 9,4 em 1969, 9,13 em 1970 e

9,49 por 1000 em 1971.

Em levantamento realizado no laboratório do INAMPS de Flo

(6)

_Q5_

de dezembro de 1979 a fevereiro de 1980, uma taxa de 2,95% de so ros reagentes pelo VDRL. No mesmo período, no Laboratório Cen- tral do Departamento Autónomo de Saúde Pública (9, 38), enamnxou -se 3% de positividade na população em geral.

Com o aumento dos casos de Sífilis houve um aumento parale

lo dos casos de Sífilis Congênita. Martino e colaboradores ( 14,

5) referem que a freqüência cresceu, registrando~se um caso de Sífilis Congênita a cada três dias, aproximadamente, diagnosjcan do 212 casos entre abril de 1974 e junho de 1976, no Rio de Ja- neiro.

Segundo oflünistêrio da Saúde do Brasil (15, 49), Sífilis Congênita são os casos de Sífilis com ou sem manifestações clíni cas, com sorologia positiva em menores de dez anos de idade. '

A

Sífilis Congênita Precoce (SCP) (16), ê aquela em que as manifes

tações clínicas se apresentam logo após o nascimento ou pelo me- nos durante os primeiros dois anos de vida. A gestante sifilíti- ca não tratada, poderá ter um feto natimorto, um recêm-nascido in fectado ou excepcionalmente um recém-nascido sadio.

As manifestações na criança podem assumir diversos graus de

gravidade, desde.uma forma mais grave, septicemia maciça, onde a

mortalidade ê alta, até casos atípicos sem sintomatologia exube- rante e com freqüência elevada. A SCP não ê uma doença hereditá ria, haja visto que ê de origem materna e há transmissão ao feto por via placentária após o quarto mês de gestação (2, 16). O termo congênita tem raízes na crença de que a Sífilis era uma en

fermidade hereditária, o que ainda era o verdadeiro até fins do sênfln passado (2).

Com o presente estudo abordamos a dificuldade diagnóstica e enfatizamos o aspecto preventivo da SCP, posto que, a Sífilis torna-se uma entidade mórbida, com os meios diagnósticos e tera

pêuticos, altamente detectável e de fácil tratamento, a exemplo da China, que erradicou a Sífilis (21, 72).

(7)

_Q7_

III - OBJETIVOS

Estudar SCP, a partir dos casos internados no Hospital Infan til Joana de Gusmão (HIJG) e Hospital Universitário (HU), em

Florianópolis, de Maio de 1980 â Março de 1985, inclusive. Demonstrar a dificuldade diagnóstica, a partir do levantamen

to das hipóteses diagnósticas, registradas no momento da in- ternação.

~

Salientar as formas de manifestaçao clínica da SCP, encontra

das nos casos estudados.

~

Estabelecer o número de maes que relataram ter realizado o prê-natal, nos casos de SCP estudados, considerando a procg

dência.

(8)

_Q3_

Iv - MATERIAL E ME'roDos

O nosso trabalho é um estudo retrospectivo dos casos inter nados de SCP, no HIJG e HU em Florianópolis, no periodo de Maio de 1980 ã Março de 1985.

~

A seleçao dos casos foi realizada junto aos livros de re- gistro dos Hospitais e, a pesquisa desenvolvida com os prontuá

rios do S.A.M.E. (Serviço de Arquivo Médico e Estatística), num

total de 59 casos, sendo 56 do HIJG e O3 do HU.

»

Foi realizado levantamento bibliográfico para uma correta

valorização dos dados encontrados em prontuário, condução da dis cussão e conclusão do presente trabalho.

Para a coleta dos dados utilizamo-nos de um protocolo, on- de salientamos os dados de maior valor, segundo a bibliográüa es

tudada (Vide anexo n9 l).

Estudou-se os casos considerando-se a, faixa etária, sexo, raça e procedência. Enfocamos, também, a queixa principal, a cau sa de internação, a clínica mais freqüente e os métodos diagnós- ticos. Voltamos a nossa atenção para as informações de pronlário sobre a realização, ou não, do pré-natal e sobre a renda fimmliar.

Em nosso trabalho não consideramos a terapêutica empregada, posto que, nao seria um dado de valor para o fim a que nos propg

mos.

Nas tabelas realizadas, utilizamos valores percentuais com

a casa decimal aproximada da seguinte maneira: para vakues.ufimis. ou maiores ã 5 na 29 casa decimal, acrescentamos uma unidade ã l? casa e, para os menores ã 5 mantivemos o valor.

Nos gráficos, utilizamos a forma de histograma.

A metodologia deste trabalho foi baseada nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Normas ABNT so- bre documentação, edição atualizada pela Comissão de Estudos de

(9)

V-- RESULTADOS

l - Idade

_09_

A faixa etária atingida, nos 59 casos estudados, foi de um dia

ã oito meses de idade.

TABELA I - Distribuição em faixa etária dos casos de SCP intxnados

no HIJG e HU, em Florianópolis, de Maio/80 ã Março/85.

Idade n9 de casos porcentagem porcentagem

acumulada l

H-4

7 dias 05 8

h--

30 dias 12 l

F--

3 meses 29 3

F--

6 meses 12 6

k-4

9 meses Ol 08,5 20,3 49,2 20,3 01,7 08,5 28,8 78,0 98,3 100,0 Total 8 5 9 100,0

Fonte: S.A.M.E. do HIJG e do HU.

2 - Sexo

Dos 59 casos estudados, 30 são do sexo masculino e, 29 do xo feminino.

3 - Raça f

S8

Dos 59 casos estudados, 55 são de raça branca e, 04 de raça negra.

(10)

~

4 - Distribuiçao Anual

FIGURA I Distribuiçao em períodos anuais dos casos de SCP inte_

Dos 59 casos estudados, 06 foram internados no ano de]980,14

_l0_

no ano de 1981, 12 no ano de 1982, 14 no ano de 1983, 10

ano de 1984 e, 03 no ano de 1985.

nados no HIJG e HU, em Florianópolis, de Março/80 ã Mafiy85.

NQ de casos 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 1980* 1981 1982 1983 1984 1985** Ano Fonte: S.A.M.E. do HIJG e do HU.

* Início: mês de maio de 1980.

(11)

5 - Óbito

-ll-

Dos 59 casos estudados, O8 (l3,6%) tiveram êxito letal.

6 - Dados Neonatais

Relacionados a idade gestacional e o peso ao nascer, na tabe- la abaixo, dos casos estudados.

TABELA II - Dados neonatais dos casos de SCP internados no HIJG

e no HU, em Florianõpolis, de Maio/80 ã Março/85. IDADE GES AcIoNAL` PESO AO NASCER PRE-TERMO Ã TERMO nÇ %' n? % ~ NAO CONSTA n9 % TOTAL % Menos de 2500g 2500g e mais Não consta 06 50,0 05 '4l,7 01 02,4 39 \92,9 01 20,0 - -E - 01 08,3 02 04,8 04 80,0 100 100 100 TOTAL 08 13,6 44 74,6 07 11,9 100

(12)

7 - Queixa Principal

...l2_

Dos 59 casos estudados, as queixas que constam nos pnnnxários,

fornecidas pelo informante como causa principal de sua procu- ra do serviço médico, foram diversificadas, conforme tabela abaixo.

TABELA III - Distribuiçao em queixas principais dos casos interna

dos de SCP no HIJG e no HU, em Florianópolis, de Maio/80 ã

Março/85.

QUEIXA PRINCIPAL . % %

acumulada

Grastrointestinal

Dificuldades _, e dor ã mobiliza

i

çao de MM

Vias Aéreas

Queda do Estado Geral Ictericia

A

Coriza e Obstrução nasal

Lesões de pele Crise convulsiva Cianose História Epidemiológica Febre 24,4 18,6 18,6 10,2 08,5 03,4 03,4 03,4 03,4 03,4 01,7 24,4 44,0 62,6 72,8 8l,3 84,7 88,l 91,5 94,9 98,3 100' TOTAL 100,0

(13)

_l3..

8 - Causa da Internação

Agrupamos os casos estudados em duas categorias de causa de internação, aqueles internados com hipótese diagnóstica de SCP ou encaminhados com diagnóstico e, os internados ou enca

minhados por outras patologias, nos quais foi feito o diag

nóstico de SCP no decorrer da internação.

TABELA IV - Causa de.Internação dos casos de SCP internados no HIJG e no HU, em Florianópolis, de Maio/80 ã Março/85.

CAUSA DE INTERNAÇAO, n9 % %

acumulada Hipótese diagnóstica SCP 25 42,4 42,4 Encaminhado por SCP 02 03,4 4 45,8

Outra patologia ~ 23 39,0 84,8

«Encaminhado por outra patologia 09 15,3 100,0

TOTAL 59 100,0

(14)

_14_

9 - Clínica _

Nos 59 casos estudados analisamos a freqüência das

manifesta-~

çoes clínicas, de acordo com o quadro clínico de SCP(2,4,

ML

17). '

~ ~

TABELA V - Distribuiçao em formas de manifestação clínica dos ca- sos internados de SCP no HIJG e no HU, em Florianópolis, de

. Maio/80 ã Março/85. MANIFESTAÇÕES CLINICAS* . nç % Hepatomegalia 38 64,4 Esplenomegalia 27 45,8 ~ Lesoes de pele . 26 44,1 em

Dor ao manuseio e manifestaçoes mio-os

teoarticulares em

MM

É 24 40,7 Rinite , 23 39,0 Febre 13 22,0 Icterícia 4 12 20,3 Equimose e petêquias 03 05,1 Irritabilidade 02 03,4 Hipertelurismo 02 03,4 Nariz em sela 01 01,7

FONTE: S.A.M.E. dO HIJG e dO HU. _

* No total os dados extrapolam 59 e Mm%,

respectivamente, pos to que diversos sintomas aparecem juntos em um mesmo paciente.

(15)

_15-

10 - Exames Complementares

Nos casos estudados fixamo-nos nos exames complementares, la boratoriais e radiológicos, específicos para a Sífilis. Fo-

ram considerados os exames laboratoriais: pesquisa de Trepo- nema em campo escuro, V.D.R.L. (Venereal Disease Research Laboratory) no soro e no líquor, qualitativa e quantitativa-

mente, e IgM F.T.A.-A.B.S. (IgM Fluotescent Treponemal Anti body Absorption Test) no soro e no líquor, (ll, 17) e os exa mes radiológicos: raio X.de ossos longos e raio X de crâ- neo. (10, 19).

Onde, 93, 2% dos casos estudados têm exame laboratorial pg

sitivo e, 40,7% apresentaram manifestações radiológicas.

TABELA VI - Exames complementares realizados nos casos de SCP in-

ternados no HIJG e no HU, em Florianópolis, de Maio/80 ã

Março/85. 3 \ \ LABORATÓRIO Pos1TIvo '~ NAGATIVO TQTAL RAIO x no % nv % ' ne % ~, Com manifestaçoes 23 95,8 01 04,2 24 100 Sem manifestações* "07 70,0 ;03 30,0 10 100 Sem laudo 14 100 - - 14 100 Nãonnealizado 10 100 - - 10 100 Não consta 01 100 - - 01 100 TOTAL 55 93,2 04 06,8 59 100

(16)

ll - Prê-natal e Procedência

_l6_

Dos casos estudados chamou-nos a atenção o fato de que 50,8%

das mães de filhos com SCP informaram ter realizado pré-naüfl.

Consideramos importante relacionã-lo com a procedência dos

pacientes.

TABELA VII - Prê-Natal e procedência dos casos

de SCP internados no HIJG e no HU, em Florianópolis, de Maio/80 â Março/85.

PRE-NATAL sim Não Não consta PROCEDÊNCIA n9 % n9 % n? % Total n9 % Grande Florianópolis Outras Localidades* Bairros Periféricos Centro Interior da Ilha Não consta 13 07 06 03 01 56,5 53,8 46,2 50,0 50,0 07 02 06 02 30,4 15,4 46,2 100 03 04 01 03 01 13,0 30,8 07,7 50,0 50,0 23 100,0 l3 100,0 l3 100,0 06 100,0 02 100,0 02 100,0 TOTAL 30 50,8 17 28,8 l2 20,3 59 100,0

FONTE: S.A.M.E. do HIJG e dO HU.

*

Consideramos outras localidades, todos casos não procakmtes da Grande Florianõpolis

(17)

l2 - Renda Familiar

Dos 59 casos estudados, observamos que todas as faixas sala- riais foram acometidas.

TABELA VIII - Distribuição em faixas salariais dos casos de SCP

_l7..

internados no HIJG e no HU, em Florianópolis, de Maio/80 Março/85. SALÁRIO* n‹;> % % acumulada Menos de l 08

lk-~

2 l7**

2%--

3 04*** 3

P--

4 O3

4+--5

03 5 e mais 05**** Nao consta l9***** 13,6 28,8 06,8 05,1 05,1 08,5 32,2 13,6 42,4 49,2 54,3 59,4 67,9 100,0 7 TOTAL 59 100

FONTE: S.A.M.E. do HIJG e do HU

*Segundo FORNECI - Sindicato Patronal das Indústrias Têx-

teis.

**0l caso de filho adotivo. ***02 casos de filhos adotivos. ****03 casos de filhos adotivos.

***** ' * “

01 caso de filho adotivo, O3 casos de maes solteiras e O4

casos em que consta a profissão: 02 jardineiros, Ol pescador e 01

(18)

_13_

VI - Discussão

Os 59 casos estudados abrangeram uma faixa etária compre- endida entre um dia de vida e oito meses, sendo que do total, 49,2% (29 casos) situaram-se entre um e três meses de idade, e

uma porcentagem acumulada de 78,0% (46 casos) de um dia a três meses. Segundo Marcondes (16), o quadro clínico da SCP está pre sente na maioria dos casos nos primeiros dois ou três meses de vida.

Em relação ao sexo não houve predomínio, sendo 30 casos do sexo masculino e 29 do sexo feminino (4, 16). Quanto ã raça, obtivemos franca maioria de raça branca (55 casos - 93,2%), po rêm não encontramos em literatura predominância racial, sendo um dado epidemiologicamente insignificante, a partir da distribui-

çao racial em nossa regiao.

Ao longo dos cinco anos, observa-se que o número de casos de SCP anual mantêm-se, aproximadamente, inalterado, reiterando

literatura pesquisada (7, 12, 17).

O número de õbitos encontrado foi de 08 casos (l3,6%). A SCP ê causa de prematuridade e insuficiência ponderal do

recêm-nascido (16, 17). Em nosso trabalho encontramos 12 casos

(20,3%) de peso ao nascer inferior ã 2500g e 8 casos (l3,6%) de

idade gestacional (13) inferior ã 37 semanas (prê-termo). Em 6 casos (l0,l%) houve baixo peso (inferior a 2500g) e prematurida- de e em 39 casos (66,l%) o peso ao nascer foi igual ou superior

ã 2500g e a idade gestacional ã termo.

Em 62,6% dos casos, as queixas principais que fizeram com que o paciente fosse conduzido ao serviço mêdico, estavam entre

gastrointestinaisé(l5 casos - 25,4%), dificuldade e dor ã mobili

zação de MM (membros) (11 casos - 18,6%) e problemas de vias aêreas(não foram consideradas obstrução nasal e coriza, constitu

~

indo um item ã parte),Na literatura pesquisada nao houve referên

cia ã sintomatologia gastrintestinal, como manifestação da SCP.

(19)

-19-

coriza, lesões laríngeas (choro rouco) e brõnquicas, sendo que a

mais característica ê a pneumonia alba, que ê uma pneumonite in- tersticial considerada por alguns incompatível com a vida. Emlmë

so estudo as queixas de problemas de vias aéreas não se relacio- nam com as manifestações acima descritas. Aliando as queixas gas trointestinais ãs queixas de problemas de vias aéreas, obtivemos 37% de queixas não relacionadas ã SCP. Demonstra-se, assim, a di

ficuldade que ë apresentada ao profissional mêdico na condução

diagnõstica de SCP, a partir do primeiro contato com o paciente. Outrossim, salientamos a dificuldade diagnóstica apresaüan

do 0 número de casos internados por outras patologias, que não SCP: 32 casos(54,3%Lcujos casos tiveram seu diagnóstico firmado no transcorrer de seus períodos de internação hospitalar.

~

A manifestaçao clínica mais comum encontrada foi hepatome- galia (64,4%), seguida de esplenomegalia (45,8%), lesões de pele (44,1%), dor ao manuseio e manifestações mio-oesteoarticulares -

em MM (40,7%) e rinite (39,0%). Segundo Rocha (17), Bittencourt

e Menezes (17) hepaxesplenomegalia obteve uma porcentagem de

~

71,0%, sendo que lesoes de pele, segundo Rocha (17), obteve 41,0%

~

Dor ao manuseio e manifestações mio-osteoartioulares, jã citada anteriormente como importante queixa principal, consta como sig-

nificativa manifestação clínica (10, 17, 19). Quanto ãs demais

manifestações clínicas, febre, icterícia, equimose e petêquias ,

~

irritabilidade, hipertelurismo e nariz.em sela, sao compatíveis com a literatura.

Com relação aos exames laboratoriais encontramos sorologia

5 .

um

positiva em 93,2% (55 casos), chamando a atençao para possíveis falhas laboratoriais no resultado'dos exames (7).

A

radiologia

teve 40,7% (24 casos) de manifestações compatíveis com a SCP. Se gundo Chawla (19) num estudo de 55 casos de SCP com manifestagns

õsseas, 40% tiveram suspeita clínica, confirmada radiologicamene

te.Märcondes (16) enfatiza a importância e a freqüência das le

,V _..

soes õsseas. '

~z

Levando-se em consideraçao que, a gravidez exerce efeito supressivo sobre sintomas e lesões visíveis da Sífilis,

(20)

dificul-...20_

tando o diagnóstico clínico, sô sendo descoberta pela positivida- de do exame sorolõgico; que, o Pré-Natal consiste de, no minimo,

3 consultas e execução de exames complementares, dos quais consta

a sorologia para Lues, (1, 18) chamou-nos a atenção o número de mães que relataram ter feito o pré-natal, 30 casos (50,8%). Con- jugamos a este dado a procedência dos pacientes..Observamos que

13 casos de SCP são de pacientes de outras localidades, nos quais houve 7 casos (53,8%) onde consta a realização do Pré-Natal.

A renda familiar dos pacientes, onde houve maior número de casos de SCP, foi de menos de 3 salários mínimos, numa porcaüngan acumulada de 49,2%. Contudo,todas as faixas salariais foram atin gidas.

Finalizando, consideramos importante registrar o alto núme- ro de prontuários incompletamente preenchidos, dificultando as conclusões de pesquisa retrospectiva.

I

(21)

....2l_

VII - concnusõlzs __-í_____-í

A SCP atinge um maior n9 de casos na faixa etãria de Ol dia

ã três meses de idade.

Não hã predominância de sexo.

~

Hã predominância da .raça branca, pela condiçao êtnicaderxm-

sa região.

~

Observa se que a distribuiçao anual mantêm-se praicwmumecxmã

tante.

Observou-se que 44,0% das queixas principais analizadas não

mantinham relação com SCP coincidindo com 45,8% de causa de

~ ~

internaçao por outras patologias que nao SCP.

A sintomalogia da SCP ê variadajtexigindo que sempre Êça par

te do diagnóstico diferencial. 2

~

As manifestaçoes clínicas predominantes foram hepatoespleno-

megalia, lesões de pele, dor ao manuseio e manifestações mig

-osteoarticulares em MM e rinite.

a sorologia para lues ê altamente positiva, sendo 0 melhor

método laboratorial para diagnosticar SCP.

Todas as faixas de renda familiar foram atingidas, com pre- domínio das faixas abaixo de 3 salários mínimos.

1

(22)

_22_

VIII - RECOMENDAQÕES

- Tendo em vista os resultados observados ficam as seguintes queã toes:

-- O prê-natal está sendo corretamente realizado pelo pnfifisskmal

médico?

~ ` ~ 4 4

-- A informaçao prestada, quanto a realizaçao do pre-natal, e confiável? Ou, a anamnese está sendo deficiente?

~ Pensamos ser a melhor recomendaçao:

Realizar o prê-natal dentro dos critérios mínimos a que ele se‹fis- põe, isto já seria uma grande vitõria na profilaxia da SCP.

(23)

_23_

IX - SUMMARY

The authors have studied 59 cases of early congenital sy- philis in patients of Joana de Gusmão Hospital for Infants and Federal University Hospital, during the period of May 1980 to

March 1985. The cases were studied following the data fromziden tification, pregnancy, newborn and family income.

It was also considered the Chief complaint, admission cau se and clinical manifestations.

To conclude the authors discuss the performance of exams, being this the principal aim of the present work.

(24)

_z4_

X ~ BIBLIOGRAFIA

BELFORT, Paulo. Assistência Prë-Natal. Doenças Infecciosas e

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19.

20.

21.

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$

\

(27)

Nome: N9 Registro: Idade: Sexo masculino ( ) feminino ( ) Raça:

Procedência:

ANEXO I

PROTOCOLO

~ ~

Data da internaçao: Óbito sim ( ) nao ( )

Renda familiar:

Queixa principal (fornecida pelo informante):

Causa da Internaçao Hospitalar: ~

Manifestaçoes Clínicas: Exames Radiolõgicos: Exames Laboratoriais

_.27..

pesquisa de treponema em campo escuro Ç ) não ( ) sim ( )

sorologia para Lues Ç ) não sim

FTA-Ass L ) não sim

Líquor ( ) não sim

Pré-Natal L ) não Q Idade Gestacional: `//¬(¬_«-`(` \¢`.×`.z`.× + + .f`f` `.z~» O O + quantativo.. Exames: sim: local exames solicitados Peso ao nascer: () 1 +

Referências

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