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A relação professor-aluno e o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem

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Academic year: 2021

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CAICÓ DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE

PEDAGOGIA

FRANCISCA ALDECIR MENDES COSTA DE ARAÚJO

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

CAICÓ – RN 2019

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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da Professora. Dra. Christianne Medeiros Cavalcante e Co orientação da professora Dra. Kátia Regina Lopes Costa Freire.

CAICÓ – RN 2019

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Araujo, Francisca Aldecir Mendes Costa de.

A relação professor-aluno e o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem / Francisca Aldecir Mendes Costa de Araujo. - Caicó, 2019.

39f.: il.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ensino Superior do Seridó, Pedagogia.

Orientadora: prof.ª Dr. ª Christianne Medeiros Cavalcante. Co-Orientadora: Prof.ª Dr.ª Kátia Regina Lopes Costa Freire.

1. Distúrbios da Aprendizagem - Monografia. 2. Professores e alunos - Monografia. 3. Relação professor-aluno - Monografia. 4. Aprendizagem ativa - Monografia. 5. Ensino-Aprendizagem -

Monografia. I. Freire, Christianne Medeiros Cavalcante. II. Freire, Kátia Regina Lopes Costa. III. Título.

RN/UF/BS-Caicó CDU 37.062:159.953.5

Elaborado por MARTINA LUCIANA SOUZA BRIZOLARA - CRB-15/844

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da Professora. Dra. Christianne Medeiros Cavalcante e Co orientação da professora Dra. Kátia Regina Lopes Costa Freire.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Christianne Medeiros Cavalcante - UFRN

Orientador (a)

___________________________________________________ Prof. ª Dr. ª Kátia Regina Lopes Costa Freire - UFRN

Co orientador (a)

__________________________________________________ Prof. ª Esp. ª Joseane Batista de Araújo – Creche Municipal D. Oscarina de

Medeiros Torres Examinador (a)

CAICÓ - RN 2019

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Quero agradecer primeiramente a Deus, pois desde o início de minha vida acadêmica senti que foi uma oportunidade dada a mim pelo Senhor.

Ao meu Sogro Antônio in memoriam, que sempre me incentivou a buscar crescer, ele foi um pai para mim.

A minha Família, por me dar forças sempre que necessitei e a terem acreditado em mim e na minha capacidade.

A minha mãe que sempre foi guerreira tendo criado a mim e a minha irmã sozinha.

A meu padrasto que em um dia quando pensei em desistir me encorajou a não seguir com a ideia a diante.

Ao meu esposo Fábio Costa que desde o princípio me encorajou a encarar a graduação.

As minhas filhas Fabrícia e Nicole pela compreensão pelos tantos momentos em que precisei deixar de dar a atenção devida a ambas.

A minha irmã Aldenira que sempre esteve me auxiliando em momentos que precisei.

As minhas colegas Fafá, Luana, Renata, Mayara, Cíntia e Valdeniza pelo companheirismo, que sempre tivemos no decorrer dos trabalhos, quase sempre estivemos juntas, nos momentos de risadas, estresses, choros enfim guardarei vocês sempre em minha vida, foram umas amigas e irmãs que a UFRN me presenteou.

Quero agradecer também aos meus professores, pela contribuição que cada um teve em meu crescimento acadêmico.

Em especial, agradeço a minha orientadora, a professora Christianne Medeiros Cavalcante, pela paciência e por todos ensinamentos durante a elaboração do presente trabalho.

Agradeço ainda à professora Kátia Regina Lopes Costa Freire pelas grandes contribuições na escrita do texto deste trabalho.

E por fim a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram neste percurso em que percorri.

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O professor desempenha um importante papel na vida de seus alunos como mediador do conhecimento, no entanto, às vezes em sua trajetória encontra crianças com dificuldades de aprendizagem. Considerando essa situação, propomos uma reflexão. Assim, o presente trabalho tem por objetivo geral refletir sobre as práticas desenvolvidas pelos professores para identificar as dificuldades de aprendizagem dos discentes. Quanto aos objetivos específicos, pretendeu-se: analisar as contribuições da relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem; compreender a definição de dificuldades de aprendizagem; identificar quais estratégias o professor utiliza para identificar as dificuldades dos alunos e relacionar as referências que subsidiam suas escolhas. A metodologia de caracterizou como sendo de cunho qualitativo, cujos sujeitos foram professores da rede pública municipal da cidade de Caicó, os quais lecionam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Nos resultados, constatou-se que, para chegar ao diagnóstico dos alunos com dificuldades de aprendizagem, são realizadas observações, sondagens e conversas com eles e famílias, todavia, destaca-se um fator relevante para o diagnóstico, a convivência, que se coloca como elemento intimamente ligado a afetividade. Com base no exposto, faz-se importante salientar que, que nem sempre as dificuldades de aprendizagem estão diretamente ligadas a algum distúrbio ou transtorno que impossibilita o desenvolvimento da criança, mas sim na forma de o professor ensinar, seus planejamentos e objetivos de aula, os métodos e estratégias de ensino utilizadas pelo mesmos em sala de aula, entre outros aspectos.

Palavras-chave: Dificuldades de aprendizagem. Relação professor-aluno.

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The teacher plays an important role in the life of its students as mediator of knowledge, however, sometimes in its trajectory it finds children with learning difficulties. In view of this situation, we propose a reflection. Thus, the present work has the general objective to reflect on the practices developed by the teachers to identify the learning difficulties of the students. The specific objectives were: to analyze the contributions of the teacher-student relationship in the teaching-learning process; understand the definition of learning difficulties; identify which strategies the teacher uses to identify the difficulties of the students and relate the references that subsidize their choices. The methodology was characterized as having a qualitative character, whose subjects were teachers of the municipal public network of the city of Caicó, who teach from the 1st to the 5th year of elementary school. In the results, it was verified that, in order to arrive at a diagnosis of students with learning difficulties, observations, surveys and conversations with them and families are carried out, however, a relevant factor for diagnosis and coexistence is highlighted. element closely related to affectivity. Based on the above, it is important to emphasize that, not always learning difficulties are directly related to some disorder or disorder that makes it impossible for the child to develop, but rather in the way the teacher teaches, his lesson plans and objectives, the teaching methods and strategies used by the same in the classroom, among other aspects.

Keywords: Learning difficulties. Teacher-student relationship.

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1 INTRODUÇÃO ... 7

2 A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: FUNÇÕES E PAPÉIS DOS SUJEITOS ... 11

2.1 FUNÇÕES DO PROFESSOR ... 11

2.2 FUNÇÕES DO ALUNO ... 12

2.3 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO ... 14

3 DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM ... 17

4 METODOLOGIA ... 22

4.1 PERCURSO INVESTIGATIVO ... 24

5 ANÁLISE DOS DADOS ... 26

6 CONCLUSÕES ... 33

REFERÊNCIAS ... 35

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1 INTRODUÇÃO

A relação professor-aluno é um tema que tem sido uma das principais preocupações dentro e fora da escola. O que se observa, é que as práticas educativas, não conseguem atender as demandas de formação muito em função da diversidade existente nas salas de aula.

Neste contexto, entendemos que o professor desempenha um importante papel na vida de seus alunos, quando age como mediador do conhecimento. No entanto, às vezes em sua trajetória encontram crianças com dificuldades de aprendizagem e pensando neste contexto me veio à memória um fato que aconteceu comigo.

Quando criança, exatamente aos 8 anos passei por uma determinada situação na qual senti uma grande tristeza misturada a um sentimento de incapacidade que não sabia se foi por falta de mérito meu ou da pessoa que me fez passar pela situação.

Sempre busquei em pensamento e refletia querendo uma resposta para o que vivenciei. Tudo ocorreu quando fui reprovada no 3º ano dos anos iniciais. Conheci uma professora que despertou em mim diversos aprendizados, porém não percebeu que eu sentia uma grande dificuldade em resolver contas, pois embora conhecesse a tabuada e mentalmente realizasse as adições, subtrações, multiplicações e divisões não entendia como se dava o processo na hora de distribuir cada número na ordem correta, cheguei na recuperação e reprovei sem que ela compreendesse como me ajudar naquela minha dificuldade.

Por esta razão, decidi pesquisar sobre o tema: A relação professor-aluno e o processo de ensino aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem, numa tentativa de conhecer como os professores trabalham atualmente para identificar as potencialidades e dificuldades de seu alunado.

Nesse sentido, e considerando a experiência relatada anteriormente, as questões norteadoras foram: que estratégias o professor usa para conhecer o aluno? Utiliza de avaliação diagnóstica? Que critérios ou aspectos consideram nesta ação? Como identifica as potencialidades e/ou dificuldades dos alunos? Que referenciais subsidiam suas escolhas?

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Com base nisso, o presente trabalho tem como objetivo geral refletir sobre as práticas desenvolvidas pelos professores para identificar as dificuldades de aprendizagem dos discentes. Quanto aos objetivos específicos, pretendeu-se: analisar as contribuições da relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem; compreender a definição de dificuldades de ensino-aprendizagem; identificar quais estratégias o professor utiliza para identificar as dificuldades dos alunos e relacionar as referências que subsidiam suas escolhas.

Osti e Brenelli (2013, p. 417) em seus estudos afirmam que cresce a cada ano no Brasil o número de crianças que são encaminhadas para serviços especializados de reforço escolar ou tratamentos de dificuldades de aprendizagem. A partir de seus estudos pontuam que muitos alunos estão sendo “[...] encaminhados sem existir efetivamente um problema na aprendizagem, o que pode vir a comprometer a vida do escolar, influenciando na sua autoestima, acarretando problemas comportamentais e até mesmo falta de interesse pelo aprender”.

A partir de seus estudos, afirmam ainda que.

Essa realidade, tornou o Brasil campeão mundial de dificuldades de aprendizagem, uma vez que milhares de crianças chegam ao final do primeiro ciclo do ensino fundamental com extrema dificuldade em certos conteúdos escolares, como leitura, escrita e cálculo. Ambos refletem que essas dificuldades são produzidas no processo de ensino e aprendizagem, o que evidencia que o sistema educativo está “doente”. (OSTI E BRENELLI, 2013, p. 418).

Ao refletir sobre o que nos colocam Osti e Brenelli (2013, p. 418), ao afirmarem que a sala de aula, é um espaço amplo, uma estrutura física, social e afetivo e que afeta muito o desenvolvimento intelectual dos alunos. Compreendemos que este fator é significativo para a construção de uma auto imagem mais positiva pelo aluno e que demanda uma segurança e interesse em aprender.

O professor precisa analisar seu aluno, fazendo avaliações diagnósticas sempre que se fizer necessário, pois sabemos que alguns aprendem rapidamente enquanto que outros têm um raciocínio mais lento, e que ambos têm habilidades e inteligências diferenciadas.

Pelo fato que já expliquei anteriormente, escolhi abordar este tema na minha monografia.

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Na história vivenciada por mim, a afetividade teve papel relevante na aprendizagem, uma vez que a afetividade contribui tanto para o sucesso no desempenho escolar pois podem melhorar a aprendizagem dos conteúdos escolares, catalisando os interesses dos alunos. De acordo com La Taille (1992): Quando se trata de analisar o domínio dos afetos, nada parece haver de muito misterioso: a afetividade é comumente tratada como uma “energia”, portanto como algo que impulsiona as ações. Vale dizer que existe algum interesse, algum móvel que motiva a ação. O desenvolvimento da inteligência permite, sem dúvida, que a motivação possa ser despertada por um número cada vez maior de objetos ou situações. Todavia, ao longo desse desenvolvimento, o princípio básico permanece o mesmo: a afetividade é a mola propulsora das ações, e a razão está ao seu serviço (LA TAILLE, 1992, p.65).

Em outras palavras, podemos então afirmar que, a afetividade entre professor e aluno, impulsiona uma ação positiva, ou seja, estimula o aluno a buscar aprender com entusiasmo. Pois aprendemos através do estímulo.

Portanto, espera-se que este trabalho contribua com a divulgação e reflexão de um tema relevante e ainda que desperte nos docentes, a preocupação não apenas de transmitir o conteúdo para seus alunos, mas estar observando se o grupo está conseguindo compreender e para aqueles que não compreendem rapidamente buscar métodos para ajuda-los a aprender da melhor forma. Entendo que não adianta avançar deixando muitos para trás, devemos que estar compromissados em fazer o nosso melhor.

A metodologia se caracteriza como uma pesquisa de campo que utilizou uma abordagem qualitativa. Contamos também com o levantamento bibliográfico para conhecer o que outros autores apresentam a respeito de nossa temática. As instituições que serviram de campo para a realização da pesquisa foram duas escolas da rede pública de ensino municipal da cidade de Caicó, cujos sujeitos foram seis professores que lecionam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental nas referidas instituições.

O trabalho se organiza em introdução, desenvolvimento (sendo esta seção dividida em dois tópicos: a relação professor-aluno: funções e papéis dos sujeitos; dificuldades e transtornos de aprendizagem), metodologia, análise dos dados, conclusões e referências.

Nesta introdução é feita uma breve explanação acerca da temática abordada, além de apresentar o problema de pesquisa, objetivos (geral e

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específicos), bem como a relevância do tema para a formação acadêmica e profissional do pedagogo e, por fim, a estrutura do presente trabalho.

No desenvolvimento, o primeiro tópico, intitulado “a relação professor-aluno: funções e papéis dos sujeitos”, traz uma contextualização das principais funções tanto do professor como do aluno, frente à educação, destacando a afetividade como sendo fator de suma relevância para o processo de ensino-aprendizagem, a qual se dá a partir da relação harmoniosa entre ambos sujeitos. Já no tópico “dificuldades e transtornos de aprendizagem” é feita uma discussão tratando de questões mais específicas que podem influenciar no desenvolvimento educacional dos alunos e também contribuir para o fracasso escolar dos mesmos, como é o caso das dificuldades de aprendizagem, sendo estas originadas por diversos fatores, incluindo a prática pedagógica do professor.

Em seguida, tem-se a metodologia, onde são especificados: o tipo de pesquisa, tipo de abordagem, instituições investigadas, sujeitos participantes, bem como os procedimentos metodológicos e instrumentos utilizados para a realização da pesquisa.

Tem-se ainda as conclusões da pesquisa, espaço destinado às considerações finais sobre tudo o que foi discutido no decorrer do trabalho, em síntese, é neste tópico que o autor faz sua reflexão geral acerca dos resultados obtidos com sua pesquisa. Por fim, e não menos relevante, são apresentadas as referências utilizadas para dar fundamento à pesquisa.

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2 A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: FUNÇÕES E PAPÉIS DOS SUJEITOS

A relação do professor para com o aluno é um dos determinantes para o sucesso ou fracasso escolar. Todavia, muitos professores ainda não se dão conta do quanto é importante o seu papel na vida dos alunos. Desse modo, propõe-se aqui uma reflexão sobre a formação do professor, seu papel dentro do contexto da inclusão, considerando que não pode ocorrer uma educação adequada às necessidades dos alunos se este profissional não possuir conhecimento e disposição.

Nesse processo, entendemos ainda que cabe ao docente se reinventar a cada dia, procurando se colocar no outro lado do muro, onde está o seu aluno, e assim analisar as possíveis causas do não aprendizado deste. Muitas crianças são rotuladas por serem preguiçosas, ou desinteressadas, porém podem existir outras razões que as tenham levado aos déficits de aprendizagem. Saber ouvir, conhecer suas limitações pode fazer um enorme diferencial.

O professor necessita desenvolver com seu alunado, uma relação de respeito, autoridade e afetividade, e desta maneira conseguir conhecer as particularidades de seus discentes, procurando compreende-los quando necessário, pois quando somos vistos como fracassados não almejamos a vitória, pois sentimos que não somos capazes de nada, porém ao sermos motivados procuramos dar o nosso melhor e mostrar nosso potencial, e desta forma podemos ser surpreendidos com os resultados.

2.1 FUNÇÕES DO PROFESSOR

O professor tem uma função importante na sua sala de aula, ele é o mediador do conhecimento naquele espaço. Porém, deve saber que além das teorias e dos conteúdos, necessita descobrir a cada ano como trabalhar com seu alunado, pois a cada ciclo adentram nas salas de aulas novas crianças com suas individualidades, o que requer um novo desafio anualmente. O respeito é algo que deve ser conquistado e não imposto, no dia-a-dia aprendemos como lidar com os alunos, qual maneira está sendo mais positiva ou negativa e através do diálogo tudo pode ser transformado.

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Paulo Freire (2011) destaca este tema em um de seus livros quando diz que a educação não acontece sem que haja um diálogo, e desta maneira compreende-se que, entre o educador e o educando deve existir uma troca de aprendizagens, pois quando o educador entende que não é o dono do saber e abre caminhos para no momento em que está ensinando, não apenas transmitir, mas receber também o conhecimento pelo educando, este mostra que é aberto ao diálogo e prova o quanto pode ser positivo este modelo de ensino.

Libânio (1994) apresenta o professor como não apenas o transmissor de conhecimento, mas aquele que sabe o momento em que seu aluno está necessitando ser ouvido e compreendido, ou seja, o trabalho do professor deve ir além de passar conteúdos e esperar do aluno que este apenas assimile. Deve haver uma preocupação se ele não está aprendendo e pensar o porquê e como ajudá-lo a superar sua dificuldade.

O professor é um facilitador de aprendizagens, e desta maneira cabe a este investigar quando seu aluno está desenvolvendo como o esperado, como também ao perceber que o aprendizado não está ocorrendo, buscar identificar as causas para que a partir dos problemas encontre meios para reverter o quadro insatisfatório. O professor necessita conhecer medidas para intervir e auxiliar o processo de aprendizagem de seus alunos. Buscar soluções para assim mediar o conhecimento de uma forma significativa.

Nesse caminho, ampliar, cada vez, mais o conhecimento discente, superando suas expectativas, ou seja, organizando atividades mais estimulantes para aqueles com potencialidades mais avançadas, novos desafios. Estes precisam de uma estimulação maior, porém aqueles o mesmo ocorre quando os alunos mais lentamente que o docente proporcione outras medidas e métodos que facilitem o seu aprendizado.

2.2 FUNÇÕES DO ALUNO

O aluno é uma pessoa que adentra no espaço escolar, com o intuito de adquirir instruções e aprendizados dos quais lhes servirá de aporte em sua vida adulta. Ao chegar à escola o aluno adentra em um espaço novo trazendo consigo conhecimentos adquiridos em seu contexto familiar, fruto das relações que estabelece com seus pares. É onde acontece o início da educação e instrução.

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Os membros da família funcionam como os primeiros professores, eles nos mostram o mundo de acordo com seus pensamentos e crenças. No lar, usualmente, ocorrem as relações de amor, e é lá que se aprende a enfrentar os primeiros desafios da vida. Ao lado dos familiares vivenciam as primeiras vitórias e derrotas.

Aprende-se as primeiras palavras, dá-se os primeiros passos e então é chegado o momento de ampliar os saberes, pois necessita-se engatinhar em novos territórios. É com este propósito que os pais encaminham os filhos a escola formal. E neste sentido é primordial que a instituição esteja preparada acolhendo a criança, respeitando-a, e instruindo-a fazendo assim o seu papel, porém cabe a criança também que ela saiba sobre os seus direitos e deveres para com a escola e toda a comunidade escolar.

Pois da mesma maneira que é importante para a criança sentir-se seguro e bem acolhido no espaço escolar, é também importante que a mesma seja instruída por seus familiares sobre os seus deveres de retribuir o mesmo respeito e acolhimento para com seus professores, colegas, e toda a instituição da qual faz parte. Na instituição ele desenvolve diversos aprendizados através da troca de conhecimento que ocorre entre o professor versus aluno e seus pares. Cada criança vem de uma realidade diferente e cabe ao professor adaptar os conteúdos de uma forma que melhor seja absorvida por seu alunado.

O aluno quando é acompanhado de perto por seu professor tende a desenvolver suas habilidades com melhor êxito ao mesmo tempo em que se não está dando a resposta adequada também é percebido a tempo de serem corrigidas as falhas quando estas existirem. Em alguns casos existem alunos que por algum motivo não conseguem chegar ao professor e dialogar, para expor seus anseios. Este necessita ser instruído a se tiver dúvida perguntar, cabe ao educador desenvolver maneiras de fazer com que seus alunos interajam mais uns com os outros, para que seja construída no aluno retraído, uma mudança positiva. Sabemos que cada criança tem suas particularidades ou mesmo alguma razão para que esta reaja de tal modo.

A preparação das crianças e jovens para a participação ativa na vida social é o objetivo mais imediato da escola pública que deve ser alcançado através das instruções de ensino, realizadas pelo professor. A instrução proporciona o domínio dos conhecimentos sistematizados e promove o

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desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. (LIBÂNIO, 1994). O aluno bem preparado consegue ser bem-sucedido em diversas áreas de sua vida.

2.3 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

A escola, um local onde se forma cidadãos para viverem em uma sociedade melhor, trabalha-se todos os dias com várias crianças, de crenças, famílias, realidades, meio social e necessidades diferentes, em que muitas delas nunca receberam um ato de afeto, um carinho, um elogio, um incentivo e buscam um lugar para que possam receber esse acolhimento. Na perspectiva Walloniana:

A afetividade [...] não é apenas uma das dimensões da pessoa: ela é também uma fase do desenvolvimento humano, a mais arcaica. O ser humano foi, logo que saiu da vida puramente orgânica, um ser afetivo. Da afetividade diferenciou-se, lentamente, a vida racional. Portanto, no início da vida, afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas, com o predomínio da primeira (LA TAILLE, 1992, p.90).

A teoria da afetividade foi proposta por Henri Wallon, considerado um dos grandes teóricos que discute sobre as contribuições da afetividade no processo de aprendizagem. Sua teoria é a psicogenética do desenvolvimento da personalidade, por meio dela ele fala sobre como esse afeto influi nesse processo.

Neste campo de atuação, o professor pode se tornar cumplice de seus alunos, para isso é preciso desenvolver sua sensibilidade para as diferenças existentes. Além disso, compreender que a escola em que trabalha possui estreita relação com a sociedade local e que é preciso saber quem é cada um dos alunos. Este é um caminho para se estabelecer vínculos, criar cumplicidade e construir um processo de ensino aprendizagem mais significativo. Ser capaz de estabelecer um dialogo direto com alunos e pais pode contribuir para esse processo.

É tarefa também do professor, tornar seus alunos mais confiantes em si mesmos, trabalhando o diálogo e o respeito, estimulando no aluno a vontade de

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aprender, de conhecer, de participar, de interagir para que possa haver uma agradável troca de conhecimentos e saberes.

Em relação ao vínculo afetivo entre aluno e professor, Freire (1996) diz que:

O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem, cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE, 1996, p.33).

Diante do exposto, percebe-se claramente que a afetividade é uma grande aliada do professor, pois facilita a sua prática pedagógica em sala de aula. Quando existe uma boa relação afetiva entre professor e aluno, é possível perceber as dificuldades de aprendizagens que as crianças têm e assim o professor pode pensar sua prática pedagógica buscando métodos que possam suprir tais dificuldades dos alunos. De acordo com Sawaya (2009):

Somos sujeitos inseridos em uma cultura, em um ambiente social, temos uma história e somos pessoas que demonstram e sentem emoções, expressam afetividade, sentimentos, etc. Buscamos por meio da discussão sobre afetividade, compreendê-la como componente da educação, buscando refletir sobre tal conceito na dinâmica das relações humanas, mais especificamente, na prática pedagógica de professores de Educação Infantil (SAWAYA, 2009, p.39).

Alguns estudiosos apontam que o brincar, a afetividade e a prática pedagógica do professor estão estrelaçados, quando se trata de ensino e aprendizagem estes três fatores devem ser trabalhados juntos para que haja um melhor desenvolvimento do aluno.

Os estudos realizados na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp (SP) apontam que “[...] o afeto, apesar de ser um aspecto subjetivo na relação professor-aluno, pode ser objeto de pesquisa” (LEVY, 2006, p.12). Em seu trabalho, o autor faz uma abordagem sobre livro “Afetividade e Práticas Pedagógicas”, lançado pela editora Casa do Psicólogo, onde o Psicólogo Sérgio Antônio da Silva Leite, um dos organizadores do livro em questão, fala sobre a importância do aspecto emocional no processo cognitivo, o mesmo diz que: “a escola sempre trabalhou com a ideia de que essa relação é construída por

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experiências de natureza cognitiva, mas os dados que levantamos mostram que a relação sujeito-mediador-objeto é também marcadamente afetiva” (LEVY, 2006, p.12). O Psicólogo fala ainda que em relação às práticas pedagógicas, a afetividade é revelada, pelo professor através de sua organização da aula, na sua metodologia utilizada e a partir do seu planejamento.

Entender como a afetividade pode contribuir para o processo de desenvolvimento educacional e, contudo, nas práticas pedagógicas dos professores, certamente não possui uma única resposta. No entanto, é recomendável ter certo cuidado para não generalizar a afetividade como sendo a única forma de se promover a aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano, isso é fato, mas é necessário reconhecer que a dimensão afetiva contribui de forma positiva no que diz respeito às práticas pedagógicas do professor.

Por meio da afetividade, professor e aluno passam a manter uma relação mais harmoniosa em sala de aula, o que vem a ser de grande contribuição para que o professor conheça melhor seus alunos, principalmente no que tange suas principais dificuldades de aprendizagem, tema que será discutido a seguir.

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3 DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

A dificuldade de aprendizagem dos alunos sempre existiu, mas suas denominações e causas eram desconhecidas. Nos deparamos com o fato de mesmo diante do conhecimento, ainda rotularem os alunos de desinteressados ou preguiçosos. Geralmente, devido às dificuldades de aprendizagem, seu ritmo de aprendizado é mais lento, o que exige uma maior atenção por parte do docente, para desenvolver métodos diferenciados de acordo com a necessidade daqueles que não estão tendo êxito em acompanhar as aulas.

Costuma-se dizer que uma criança tem dificuldade de aprendizagem quando ela não consegue acompanhar seus colegas de sala no processo de aprendizagem, neste caso, podemos nos questionar como é que uma criança que não tem deficiência mental ou intelectual apresenta um baixo rendimento escolar? Bem, deficiência intelectual e dificuldade de aprendizagem são coisas distintas, portanto não podem ser confundidas.

A deficiência intelectual é um tipo de desenvolvimento cognitivo abaixo da média, com características específicas e pode vir associada ou não a uma síndrome, como por exemplo, a síndrome de Down. Já as dificuldades de aprendizagem aqui abordadas podem ser de origem social, devido à falta de oportunidades educacionais de qualidades. Mas também existem os distúrbios ou transtornos de aprendizagem, que têm base neurofisiológica ou psicossocial e diagnosticadas como: dislexia, discalculia, disortografia, entre outras. Sendo assim, algumas crianças apresentam insucesso escolar devido algumas dificuldades de aprendizagem ou aos transtornos mencionados.

Segundo Sánchez (1998) as dificuldades de aprendizagem são classificadas em acadêmicas e não acadêmicas, como podem ser vistas abaixo:

As primeiras dizem respeito às habilidades utilizadas na escola e que seriam afetadas com as dificuldades de aprendizagem, como por exemplo, a leitura, a aritmética, a escrita, etc. Já as não acadêmicas correspondem às dificuldades que podem ser apresentadas no cotidiano e que se manifestam por problemas de memória, visual, fonológicos, etc. (SÁNCHEZ, 1998 apud BOSSOLAN, 2011, p.20).

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Nesse sentido, tem-se que a causa da dificuldade pode estar ligada ao tempo de cada criança aprender e que devemos buscar, enquanto educadores, estratégias que venham a possibilitar uma melhor absorção dos conteúdos, no entanto, quando falamos no quesito distúrbio ou transtorno, estes estão ligados à fatores neurológicos e/ou psicossocial.

Assim, compreendemos que, embora o educador em sua prática pedagógica cotidiana faça uso de estratégias que atuam nas transformações neurobiológicas que produzem aprendizagem, em geral, desconhece como o cérebro e o sistema nervoso como um todo funciona.

Diante disso, pode-se dizer que, o professor, embora qualificado para atuar em sala de aula, e buscando meios que sejam favoráveis à sua prática pedagógica, tais como metodologias, recursos didáticos, estratégias de ensino, entre outros fatores, seu conhecimento não é o bastante para entender o cérebro dos seus alunos. Ou seja, há diversos fatores que contribuem para o insucesso escolar, além das dificuldades de aprendizagem, por exemplo, os chamados Distúrbios ou Transtornos de aprendizagem que assim como a aprendizagem tem sido objeto de pesquisa.

Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, o retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências. (COLLARES E MOYSÉS, 1993, p. 32).

Outro conceito que merece atenção, nesta discussão, é o de Deficiência Intelectual, que na maioria das vezes é confundido com dificuldade de aprendizagem.

Deficiência Intelectual ou deficiência Cognitiva, no decorrer dos tempos, já obteve diversas nomeações, como por exemplo: “retardo mental, excepcional, retardado, deficiente, entre outros” (TÉDDE, 2012, p.2). Nos dias de hoje, alguns estudos realizados na área mostram que a forma mais correta de chamar é “Pessoa com deficiência Intelectual”.

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Deficiência intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social. Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas (ALMEIDA, 2010).

Algumas pessoas tratam a deficiência intelectual como sendo uma doença, no entanto Honora & Frizanco (2008, p. 103) dizem que: “a deficiência intelectual não é considerada uma doença ou um transtorno psiquiátrico, e sim um ou mais fatores que causam prejuízo das funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro”. Ainda de acordo com os autores acima, a deficiência intelectual pode afetar até quatro áreas relacionadas à capacidade e necessidade das pessoas, que são: motora, cognitiva, comunicação e socioeducacional.

Diante disso, é necessário esclarecer que o professor deve estar atento ao comportamento do aluno e não somente fazer uso de testes e provas pra avaliar seu aluno com dificuldade de aprendizagem, observar o desenvolvimento da sua aprendizagem de um modo geral. É importante observar o aluno dia-a-dia, quando o mesmo está realizando trabalhos em grupo, exercícios, atividades extraclasse, pois a partir das observações do professor muitas coisas podem ser reveladas e analisadas. Diante deste conhecimento, acerca do seu aluno, o professor pode dar os encaminhamentos necessários, se for o caso de acompanhamento psicológico ou psicopedagógico.

Nesse contexto, faz-se necessário que o professor repense sua prática pedagógica, refletindo sobre suas ações e interferências no processo de aprendizagem do aluno. Portanto, considera-se a sala de aula é um espaço onde adentram variados perfis de alunos, cada um trazendo consigo outros saberes, marcas de situações vividas com sua família e no contexto em que vivem. Logo, acredita-se que, quando o professor passa a conhecer melhor o meio em que o aluno está inserido, é possível identificar as principais causas das suas dificuldades de aprendizagem e buscar meios para saná-los, evitando assim o fracasso escolar.

São muitos os fatores que podem contribuir para o fracasso escolar, tais como, a desestruturação familiar, a indisciplina, a relação família-escola, as, entre outros diversos.

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O emocional da criança, por sua vez, também deve ser levado em conta, pois numa sala de aula cada criança vem de um contexto diferente, algumas vivem em ambientes de harmonia e felicidade onde não lhes falta carinho, atenção e afeto, e neste mesmo ambiente existem aquelas que têm seus lares desestruturados, que falta desde o amor entre a família até mesmo o alimento, a roupa, dentre outros. É a chamada desigualdade social, que este relevantemente presente entre as famílias. Uma criança sem afeto dentre as outras faltas citadas acima é uma criança sem autoestima e que por vezes não gera comportamentos positivos para esta. Quando não estamos bem internamente não sentimos vontade de realizar as tarefas como devem ser feitas, e quando estamos bem internamente nosso comportamento é totalmente positivo. Existem crianças que se quer sentem vontade de retornar para seus lares, pois as vezes na escola é onde se sentem seguras e em paz, algo que não existe em seus lares.

No Brasil, atualmente tem-se vivenciado um crescente aumento nos índices que indicam o fracasso escolar, porém, como já mencionado, essa complexa dimensão não possui uma única pessoa culpada, mas sim, diversas, como ressalta Rodrigues e Chechia (2017). Com vistas nisso, faz-se necessário pensar em alternativas que venham a mudar essa realidade.

De acordo com Rodrigues e Chechia (2017, p.30):

O fracasso escolar no Brasil precisa ser repensado à luz de modelos pós-modernos, já que causam tanto sofrimento e prejuízo aos alunos e aos pais e este fracasso foi estabelecido recentemente quando instaurada a escolaridade obrigatória (fim do século XIX) e se tornou uma grande preocupação no mundo capitalista. Do ponto de vista social, apesar de estudado e debatido os problemas da educação brasileira, não se criou mecanismos capazes de acionar a eficiência, apenas se ampliou os números de vagas, ocorrendo uma desigualdade na distribuição do conhecimento gerando formação precária e desinteresse pelo trabalho escolar. É preciso apoiar a educação nos segmentos: aprender a conhecer, aprender a fazer, a ser, para atender as demandas e preocupar-se com o ideal da escola.

Como nota-se, o sistema educacional possui grande poder na vida do ser humano, pois é no âmbito escolar que são trabalhadas diversas questões problemáticas, contudo, a escola está sempre pensando em soluções para estes problemas. Neste caso, do fracasso escolar, aponta-se o professor como peça

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fundamental para reverter essa situação, principalmente quando o fracasso é ocasionado pelas dificuldades de aprendizagem.

Além dos fatores mencionados, pode-se ainda incluir nesta listagem, as dificuldades de aprendizagem, como mostrado anteriormente, e a relação professor-aluno, que vem a ser de fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, acredita-se que o sistema educacional pode grandes capacidades para mudar tal realidade, tendo em vistas que a partir da atuação do professor é possível que este conheça as particularidades dos seus alunos, bem como suas dificuldades de aprendizagem.

Nesse contexto, ressalta-se a importância da relação professor-aluno, pois a partir do momento que professor e aluno passam a manter uma relação harmoniosa, em sala de aula, é possível que o professor perceba coisas que antes não via, tais como os motivos que ocasionam as dificuldades de aprendizagem. Ressaltando que tais dificuldades também contribuem para o fracasso escolar.

Sendo assim cabe ao docente compreender seu papel com seu alunado e buscar metodologias que incentive seus discentes a desejarem mudar sua realidade através do conhecimento. Toda criança é capaz e apesar de elas próprias não sentir dessa maneira, o professor necessita passar para ela esse sentimento, para que elas comecem a acreditar que podem sim mudar a história de suas vidas.

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4 METODOLOGIA

A metodologia nada mais é que o percurso pelo qual o pesquisador irá caminhar em busca de suas respostas. Seu objetivo é definir e apresentar o tipo de pesquisa que será desenvolvida. Através dela serão definidos fontes e instrumentos para realizar a coleta de dados. Através dela podemos explicar todo o conjunto de métodos utilizados e o caminho percorrido.

Todavia, torna-se elementar diferenciarmos metodologia e método. A metodologia busca uma resposta válida que tenha fundamentos, enquanto que o método consiste em um:

Conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (LAKATOS E MARCONI, 2003, p. 83).

Nessa dimensão, Fonseca (2002), explica que methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, “A palavra método vem do grego, methodos, composta de meta: através de, por meio, e de hodos: via, caminho1”, significa o estudo dos

caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica. O ato de pesquisar é buscar uma solução para as inquietações das quais sentimos o desejo de compreender um pouco mais acerca de um assunto. Começamos pela insatisfação e a necessidade de procurar respostas que nos deixem satisfeitos. Procuramos organizar diversas informações através de revistas, livros, internet ou mesmo entrevistas com pessoas. Em seguida fazemos as leituras necessárias, analisamos cada fato apresentado até que chegar num entendimento mais definido acerca do nosso objeto de investigação.

Segundo Gil (2007, p. 17), pesquisa é definida como:

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(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

Todavia, a realização de uma pesquisa requer a compreensão não apenas do que seja uma pesquisa, mas dos desdobramentos que seu conceito nos traz. Enquanto processo carece de planejamento. Nessa ação, faz relevante definirmos que abordagem seguiremos, que tipo de pesquisa realizaremos e daí, quais estratégias serão necessárias para atingir nosso objetivo. Isto que fazemos agora, iniciamos a apresentação do nosso percurso investigativo, mas não sem antes discutir e compreender um pouco mais sobre tal ato.

Partimos de nossos objetivos, os quais foram refletir sobre as práticas desenvolvidas por professores para realizarem o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem discente, buscamos ainda descrever as estratégias adotadas e identificar quais aportes teóricos subsidiaram suas práticas. Para dar conta e tais desejos de conhecimento, nos situamos no contexto da abordagem qualitativa. Propondo-nos a desenvolver uma pesquisa, cuja abordagem foi qualitativa, necessário se fez descreve-la. A abordagem qualitativa não é representada por números, pois busca o aprofundamento da compreensão de um grupo social, ou de uma organização, de um evento, de um sujeito, dentre outros. Os pesquisadores que abraçam a abordagem qualitativa aprendem que esta não se concretiza a partir de um único modelo de pesquisa comum para todas as ciências. É uma abordagem que se centra na perspectiva da compreensão, e sendo assim, precisa de muitas formas de aprender o fenômeno, se é que seja possível. Nas ciências sociais e humanas, como em nosso caso, é mais do que importante e crucial trabalhar com variadas fontes e formas de pesquisa. Como coloca Goldenberg (1997, p. 34):

Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.

Para reforçar a compreensão de pesquisa qualitativa, temos Creswell (2007, p. 188), que explica que “[...]a pesquisa qualitativa é uma pesquisa interpretativa, com o investigador geralmente envolvido em uma experiência

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sustentada e intensiva com os participantes” a qual ele tem que conviver com questões sociais, pessoais, éticas.

Cientes disso, descrevemos o caminho percorrido, para construção de todo esse trabalho.

4.1 PERCURSO INVESTIGATIVO

Esta pesquisa caracteriza como sendo um estudo de campo, realizada da seguinte maneira: Inicialmente visitamos duas instituições, onde na oportunidade foi apresentada a proposta. Em ambas fomos recebidas de forma positiva por seus gestores. Neste mesmo dia deixamos os termos de consentimento livre esclarecido, para que cada gestor assinasse para autorizar a aplicação de questionário.

Após o consentimento dos docentes, agendamos a visita seguinte para receber os questionários devidamente respondidos. Os docentes levaram os questionários para suas residências e responderam para posterior devolução. A partir das respostas do questionário realizamos nossas análises, a partir dos dados coletados.

Melhor explicando, o questionário, segundo Gil (2007, p.128) pode ser definido:

Como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.

O questionário aplicado foi organizado a partir de seis questões abertas que versaram sobre: dificuldades de aprendizagem dos seus alunos; forma e periodicidade de diagnóstico; métodos utilizados pelos professores em sala de aula; ações desenvolvidas pela escola. a fim de melhor conhecer como se dá o processo de ensino-aprendizagem e relação entre professores e alunos das instituições investigadas.

Contamos também com o levantamento bibliográfico para conhecer o que outros autores apresentam a respeito de nossa temática. Segundo Amaral (2007, p.1):

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A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.

Neste percurso, tivemos os contributos de La Taille, Oliveira e Dantas (1992) que fazem uma discussão acerca das teorias psicogenéticas propostas por Piaget, Vygotsky e Wallon, ressaltando a afetividade entre professor-aluno como sendo de suma relevância para o desenvolvimento da criança. Aragão (2010), trata sobre a função do psicopedagogo que trabalha com o diagnóstico e intervenção voltadas para crianças com dificuldades de aprendizagem, em instituições clínicas. Rodrigues e Chechia (2017), apontam o fracasso escolar como sendo ocasionado devido algumas implicações no processo de ensino e de aprendizagem, como por exemplo, as dificuldades de aprendizagem.

Nossos sujeitos foram professores da rede pública de ensino municipal da cidade de Caicó, os quais lecionam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental nas referidas instituições. A escolha das instituições se deu pelos seguintes motivos: termos conhecimento do trabalho desenvolvido pelos docentes, através das atividades de estágio supervisionado realizados no decorrer da graduação.

A equipe é muito preocupada em envolver os pais no ambiente escolar, se algum aluno cai em seu rendimento buscam rapidamente conversar com os eles para juntos estar procurando uma solução e resolver o problema. Outro ponto foi a proximidade com a residência desta pesquisadora, tornando o acesso mais viável.

Ambas ficam situadas na zona leste da cidade de Caicó. A primeira conta uma estrutura bastante satisfatória, pois dispõem de salas de aulas espaçosas, com móveis em bom estado, banheiros apropriados, cozinha, sala de informática, parque, pátio enfim, pouco deixa a desejar. No entanto a segunda não conta com o mesmo perfil, pois funciona em um prédio alugado pela prefeitura, porque apesar de ter sede própria, esta é considerável desproporcional para a demanda de alunos que utilizavam daquele espaço.

O prédio atual é maior que o próprio, porém ainda não é o suficiente para a demanda de alunos. Conta, com 5 salas de aula, sala de informática, cozinha, banheiros apropriados, parque de madeira, no entanto não há nesta um pátio para que as crianças tenham um espaço para se socializarem melhor.

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5 ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo tem por finalidade discutir e analisar os resultados obtidos na pesquisa, que foi desenvolvida em duas escolas da rede pública de ensino, situadas no município de Caicó-RN, onde buscou-se compreender a importância da relação professor-aluno para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem. Para tanto, foram aplicados questionários com quatro professoras atuantes no Ensino Fundamental Anos Iniciais (1º ao 5º ano). Tais questionários foram compostos por cinco questões abertas (ver apêndice A), com a finalidade de obter-se informações referentes às dificuldades dos alunos, métodos utilizados, forma de avaliação, entre outros aspectos correlacionados.

Inicialmente, a fim de melhor conhecer os sujeitos da pesquisa, traçamos o perfil profissional dos mesmos, que pode ser observado no quadro abaixo.

Quadro 1 – Perfil dos professores participantes da pesquisa

Fonte: Autora (2019).

Como pode-se notar, todas as professoras que participaram da referida pesquisa possuem graduação em pedagogia, curso de exigência para atuação nos anos iniciais do Ensino fundamental, com exceção da professora F que não especificou nenhuma informação sobre sua formação. Com base no exposto, segue o que estabelece a LDB atualizada (2017, p.41).

Art. 62 - A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena,

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em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental […] (BRASIL, 2017, p.41).

Ainda sobre a formação das professoras, buscou-se saber se as mesmas possuíam cursos de pós-graduação, ficando esclarecido que a maioria possui cursos de especialização, sendo as professoras A, C e D especialistas em Psicopedagogia, enquanto que a professora B é especialista em Formação do Educador em Práticas Interdisciplinares. Já as professoras E e F não especificaram nenhuma informação a respeito. Com isso, nota-se um certo interesse por parte dos professores participantes da pesquisa, no sentido de estarem buscando uma formação continuada, a fim de manter-se atualizados e qualificados diante das especificidades educacionais que estão surgindo a cada dia no âmbito escolar, e também fora dele, como é o caso dos profissionais que atuam na área da Psicopedagogia.

A psicopedagogia oferece melhor reflexão sobre a aprendizagem de todos os sujeitos envolvidos. O objeto de estudo dela é compreender o aprender e o não-aprender. Onde existirem situações de aprendizagem, há espaço de reflexão psicopedagógica. Ela tem o seu olhar voltado sobre o ser humano em processo de construção de conhecimento, considerando as dimensões subjetivas e objetivas, auxiliando na busca da minimização dos problemas de aprendizagem e potencialização do aprender (WOLFFENBUTTEL, 2005 apud ARAGÃO, 2010, p.10).

Nesse sentido, tem-se que os profissionais especializados em Psicopedagogia, podem atuar em duas áreas: institucional e clínica. Na área clínica, a psicopedagogia ganha intensidade na história de sua origem e evolução a partir da década de 1980, quando mostrou sua atuação com bastante eficiência e desde então vem se destacando grandiosamente nesta área de atuação. A psicopedagogia clínica é realizada terapeuticamente. O psicopedagogo que atende em clínicas se concentra em descobrir o porquê o sujeito não aprende, para auxiliá-lo. Em relação à função do psicopedagogo em instituições escolares, este tem sua atuação voltada para suspeitas de diagnósticos e encaminhamentos para demais profissionais, dependendo das necessidades particulares de cada aluno, além da prevenção e tratamento das dificuldades de aprendizagem, contribuindo assim para o sucesso escolar dos

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alunos, ou seja, visa transformar a realidade escolar, como ressalta Vercelli (2012).

Quanto às questões abertas, primeiramente, buscou-se saber como os professores identificam as dificuldades de aprendizagem dos seus alunos, ou seja, quais são suas estratégias para alcançarem esta finalidade. As respostas dadas pelas docentes podem ser observadas abaixo.

Através de observações e questionamentos para identificar dificuldades mais gerais (atenção, coordenação motora, compreensão do que está sendo exposto pela professora ou colegas, entre outros) e por meio de avaliações escritas individuais para saber o nível de leitura e escrita e dos conhecimentos matemáticos (PROFESSORA A, 2019). Através do dia a dia em sala de aula, e também realizo atividade diagnóstica (PROFESSORA B, 2019).

Através de diversas atividades, tanto escritas como orais (PROFESSORA C, 2019).

A partir da convivência diária com cada um, assim podemos observar as dificuldades e também os avanços do aluno (PROFESSORA D, 2019).

Através de sondagens (PROFESSORA E, 2019).

Através de conversas com as crianças e familiares, além das atividades escolares, de artes, educação física, entre outras (PROFESSORA F, 2019).

De acordo com as respostas acima, é possível perceber o uso frequente de atividades como meio de realizar o diagnóstico, acerca das dificuldades de aprendizagem dos alunos, como é o caso das professoras A, B, C e E, apesar de as mesmas mencionarem também outras formas para se chegar ao diagnóstico como, por exemplo, as observações, sondagens e conversas. Entretanto, destaca-se a fala da professora D, que menciona um fator de suma relevância para o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem dos alunos, a convivência, que consiste em um aspecto intimamente ligado a afetividade.

Segundo Wallon (1975), a afetividade é algo que vem a ser conquistado com o tempo, é como se fosse um voto de confiança e credibilidade, ou seja, no momento em que uma pessoa consegue ganhar a confiança de outra, elas passam a ter uma relação mais próxima, a qual ele denomina como afetividade. Isso, de fato, pode contribuir positivamente no processo de ensino-aprendizagem, quando o professor ganha a confiança do aluno e a partir disso

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começam a desenvolver um trabalho harmonioso entre ambos. Portanto, a convivência vem a ser algo fundamental para a construção da relação afetiva entre professor-aluno, e consequentemente, para o processo de Ensino-aprendizagem de alunos com dificuldades de Ensino-aprendizagem.

Dando continuidade, foi questionado às professoras sobre a periodicidade com que o diagnóstico é realizado, durante o ano letivo, podendo as respostas serem vistas a seguir.

Observações e questionamentos diários e avaliações escritas nas primeiras semanas de aula e ao final de cada bimestre (PROFESSORA A, 2019).

No início e término de cada bimestre (PROFESSORA B, 2019). No início e final de cada bimestre (PROFESSORA C, 2019).

Eu gosto de estar sempre observando. Como não trabalho só com diagnóstico, tento observar diariamente (PROFESSORA D, 2019). Geralmente é feito de trinta em trinta dias (PROFESSORA E, 2019). No decorrer das atividades diárias (PROFESSORA F, 2019).

Diante do exposto, nota-se que a frequência com que é feito esse diagnóstico varia de acordo com cada profissional, por exemplo, as professoras A, B e C realizam o diagnóstico sempre no início e ao final de cada bimestre. Já as professoras D e F fazem isso por meio de observações e atividades realizadas no dia a dia, o que possibilita um diagnóstico mais preciso, devido se dá de forma contínua. Assim, a cada dia, o professor pode perceber se há novas dificuldades surgindo, se as existentes estão sendo sanadas, se o aluno está apresentando avanços, entre outros aspectos relevantes. Logo, faz-se necessário enfatizar, novamente, a importância da relação professor-aluno para o processo de ensino-aprendizagem de alunos com dificuldades de ensino-aprendizagem.

Em seguida, buscou-se saber quais os métodos utilizados pelas professoras para ajudar seus alunos com dificuldades de aprendizagem. As respostas estão expostas abaixo.

Intervenções mais específicas de acordo com o nível de cada aluno, durante as aulas; jogos apropriados em grupos de alunos que requerem um mesmo tipo de intervenção; atividades escritas diferenciadas; conversa com os pais sobre a dificuldade da criança e orientações para ajuda em casa (PROFESSORA A, 2019).

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Realizo um acompanhamento individual diariamente, juntamente com a auxiliar de sala. Estamos sempre buscando estar mais próximos dos alunos com dificuldades de aprendizagem (PROFESSORA B, 2019). Atividades diferenciadas, ajuda individual (PROFESSORA C, 2019). Procuro sempre envolvê-los em todas as atividades, e dar-lhes oportunidades iguais a todos (PROFESSORA D, 2019).

Trabalhos em grupo ou em dupla, com apresentações (PROFESSORA E, 2019).

Atividades diferenciadas (PROFESSORA F, 2019).

Como pode-se notar, a maioria das docentes mencionam fazer “atividades diferenciadas”, como é o caso das professoras A, C e F, mas elas não especificam que tipo de atividades são estas, não explicam o sentido de serem diferenciadas, nem ao menos citam exemplos. Por outro lado, pode-se destacar as falas das professoras B, D e E que realizam um acompanhamento individualizado, diariamente, realizam atividades em grupo e buscam melhorias para seus alunos com dificuldades de aprendizagem, contribuindo assim para o melhor desempenho dos mesmos. Na literatura, estudiosos que realizam suas pesquisas neste âmbito, como indicam alguns métodos eficientes no processo de ensino-aprendizagem de alunos com dificuldades, por exemplo, a ludicidade, as brincadeiras, os jogos, entre outros.

A ludicidade – vista então como alguma coisa sem muita importância no processo de desenvolvimento humano – hoje é estudada como algo fundamental no processo, fazendo com que cada vez mais se produzam estudos de cunho científico para entender sua dimensão no comportamento humano e se busquem novas formas de intervenção pedagógica como estratégia favorecedora de todo o processo (SANTOS, 2008, p.18).

Nesse sentido, tem-se a ludicidade como sendo essencial para motivar os alunos aos estudos, possibilitando-os aprender de forma prazerosa e que isso leve-os a construção do conhecimento. Os jogos e brincadeiras, quando trabalhados de forma lúdica fazem com que a criança tenha uma aprendizagem significativa do conteúdo estudado. Dessa forma, os jogos e brincadeiras são considerados facilitadores da aprendizagem, além de possibilitar uma melhor relação entre professor e aluno.

Na questão seguinte, foi questionado se os alunos buscam auxílio dos professores quando sentem dificuldades. Quanto as respostas dadas, todas as

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professoras participantes da pesquisa, afirmaram que “sim”, geralmente os alunos os procuram para solicitar ajuda com suas dificuldades de aprendizagem. Com vistas nisso, pode-se dizer que existe uma boa relação professor-aluno em ambas as escolas, considerando o fato de que os alunos se sentem à vontade para solicitar ajuda aos seus professores, caso contrário, seria bem provável que isso não acontecesse.

Por fim, procurou-se saber o que a escola tem feito para melhorar o aprendizado do aluno que demonstra dificuldade em acompanhar o mesmo ritmo dos demais colegas de classe. Que ações desenvolvem. Abaixo, pode-se ver as respostas obtidas para este questionamento.

Oficinas pedagógicas para os professores nos dias de planejamento (PROFESSORA A, 2019).

Até o momento, nenhuma ação foi desenvolvida (PROFESSORA B, 2019).

Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Sala de Recursos Multifuncionais (PROFESSORA C, 2019).

Realizamos atendimento na Sala de Recursos Multifuncionais, que ajuda muito. Trabalhamos coletivamente tentando dar sempre o melhor possível (PROFESSORA D, 2019).

A escola convida, primeiramente, a família para conversar e depois planeja algumas ações para serem desenvolvidas na sala de aula, tendo como alvo os alunos que demonstram dificuldades de aprendizagem (PROFESSORA E, 2019).

Procura a família. Leva o aluno para a sala de apoio (PROFESSORA F, 2019).

A partir das falas acima, pode-se perceber que, as escolas estão focando suas ações, em relação aos alunos com dificuldades de aprendizagem, no Atendimento Educacional Especializado (AEE), que é realizado na Sala de Recursos Multifuncionais (ou sala de apoio, como menciona a professora F). Contudo, vale salientar que, conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), o AEE é prioritário para o público alvo da Educação Especial, sendo este constituído de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Logo, alunos com dificuldades de aprendizagem não se encaixam neste público.

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Geralmente, o que acontece é que, os professores das salas regulares identificam que o aluno apresenta alguma dificuldade de aprendizagem e o encaminham para o AEE, atribuindo a responsabilidade para os profissionais atuantes nas Salas de Recursos Multifuncionais, embora não correspondam ao que está definido nos documentos que orientam a oferta de educação especial na atualidade.

Com vistas nisso, acredita-se que, a forma mais indicada de trabalhar as dificuldades de aprendizagem dos alunos que as apresentam, seriam por meio de ações a serem desenvolvidas dentro da própria sala de aula, que deve-se dar início por meio de uma boa relação entre professor e aluno, enfatizando ainda a teoria da afetividade, proposta por Wallon (1975).

Para tanto, além de estabelecer uma relação afetiva com os alunos, sugere-se como ações a serem trabalhadas pelos professores, com aqueles alunos que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem: realizar planejamentos diários, buscar orientações com o coordenador pedagógico, ou até mesmo com o psicopedagogo (caso haja na escola), buscar novos métodos de ensino e recursos didáticos a serem utilizados em suas aulas, facilitando assim a compreensão dos conteúdos, por parte destes alunos. Por exemplo, o uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, que atualmente tornou-se parte essencial na vida do ser humano, no trabalho, na escola, entre outras atividades exercidas no seu dia a dia. Portanto, acredita-se que, se utilizadas com fins educativos, as tecnologias podem contribuir de forma positiva para o desenvolvimento cognitivo de crianças com dificuldade de aprendizagem.

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6 CONCLUSÕES

Diante das discussões realizadas no presente trabalho, pode-se dizer que os objetivos traçados, inicialmente, foram alcançados de forma satisfatória, considerando que foi feita uma reflexão acerca das práticas desenvolvidas por professores para identificar as dificuldades de aprendizagem dos discentes. Para tanto, foi feita uma pesquisa em duas escolas da rede pública de ensino, situadas no município de Caicó-RN, a fim de identificar quais estratégias os mesmos utilizam para identificar as dificuldades dos alunos e relacionar as referências que subsidiam suas escolhas.

A partir da pesquisa realizada na literatura, foi possível analisar as contribuições da relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem, sendo estas relevantes para o desenvolvimento do aluno com dificuldades de aprendizagem, principalmente se levar em conta a teoria da afetividade, pois a partir da existência da relação afetiva, o professor passa a conhecer melhor as especificidades, dificuldades de cada aluno em particular e assim pode pensar em formas de desenvolver sua prática pedagógica de maneira que venha a promover o sucesso escolar dos alunos.

Quanto ao conceito de dificuldades de aprendizagem, pôde-se compreender que este diferencia-se de deficiência intelectual e transtornos de aprendizagem, como muitos pensam. Dessa forma, ficou sabido que tais dificuldades podem ser definidas como acadêmicas (cujas habilidades escolares são comprometidas, podendo acarretar no mau desempenho do aluno/fracasso escolar) e não acadêmicas (afeta a memória, o visual, o fonológico, entre outros). Com base nisso, o referido trabalho teve como foco esta primeira definição, considerando as habilidades afetadas no âmbito educacional.

Em relação à pesquisa realizada nas escolas, com os professores atuantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, constatou-se que, para chegar ao diagnóstico dos alunos com dificuldades de aprendizagem, são realizadas as observações, sondagens e conversas. Entretanto, destaca-se um fator relevante para o diagnóstico, a convivência, um aspecto intimamente ligado a afetividade. Sobre a periodicidade com que é feito tal diagnóstico, a maioria dos professores afirmaram fazer diariamente, de forma contínua.

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Tratando-se dos métodos utilizados pelos mesmos, para tentar sanar as dificuldades de aprendizagens dos alunos, em sua grande maioria, os professores disseram fazer “atividades diferenciadas”, porém, não especificam que tipo de atividades são estas, deixando muito a desejar neste quesito.

Outro fator mencionado, foi o fato de que os alunos com dificuldades de aprendizagem costumam pedir ajuda aos professores quando necessitam, comprovando assim a existência de uma boa relação professor-aluno em ambas as escolas.

Por fim, foi possível perceber que, as principais ações desenvolvidas pelas escolas investigadas, em relação aos alunos com dificuldades de aprendizagem, tratam-se de atendimentos realizados nas salas de recursos multifuncionais, espaço este destinado para o Atendimento Educacional Especializado – AEE, dos alunos público da educação especial, grupo este composto por pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, como estabelece a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).

Com base no exposto, faz-se importante salientar que, que nem sempre as dificuldades de aprendizagem estão diretamente ligadas a algum distúrbio ou transtorno que impossibilita o desenvolvimento da criança, mas sim na forma de o professor ensinar, seus planejamentos e objetivos de aula, os métodos e estratégias de ensino utilizadas pelo mesmos em sala de aula, entre outros aspectos.

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REFERÊNCIAS

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