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COMEMORANDO O DIA INTERNACIONAL NELSON MANDELA (COM GALERIA DE FOTOS)

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N20120718n

COMEMORANDO O DIA INTERNACIONAL NELSON MANDELA

(COM GALERIA DE FOTOS)

Mendes Bota pronunciou o discurso de encerramento da evocação do Dia Internacional Nelson Mandela, organizada pela Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, da Assembleia da República, no dia 18 de Julho de 2012.

O evento contou com a participação de 30 jovens africanos da Academia Ubuntu, patrocinada pelo Instituto Padre António Vieira, que assistiram e intervieram na reunião da Comissão, e da Orquestra Gera Jazz, que congrega jovens da periferia de Lisboa, e deu um espectáculo na Sala do Senado.

Honrou o evento, com a sua presença, o Vice-Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. Presentes, além do presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Fernando Negrão, várias personalidades, entre as quais Maria Barroso, Rui Marques, presidente do Instituto Padre António Vieira e Hanna de Beer, Encarregada de Negócios da Embaixada da África do Sul.

Durante a sessão de evocação do exemplo de Nelson Mandela, usaram também da palavra Carla Rodrigues (PSD), Manuel Seabra (PS), Raul de Almeida (CDS-PP), Bruno Dias (PCP) e Catarina Martins (BE).

As comemorações terminaram com um convívio entre os deputados, os jovens, e outros convidados, nos Claustros do Palácio de S. Bento.

Discurso de Encerramento da sessão comemorativa

“Dia Internacional Nelson Mandela – o tributo da Assembleia da República”, pelo Presidente da Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, Deputado Mendes Bota

Assembleia da República, 18 de Julho de 2012

Senhor Vice-Presidente da Assembleia da República Senhoras e Senhores Deputados

Senhora Encarregada de Negócios da Embaixada da África do Sul Distintos Convidados,

Senhoras e Senhores

De certa forma, Nelson Mandela representa hoje a soma de tudo o que há de mais primário e de mais nobre no ser humano. Da já longa história entre opressores e oprimidos conhecemos os pormenores, principalmente que o número dos segundos é sempre superior ao dos primeiros.

É neste embate que surge um embrião que, devidamente nutrido, gestado no peito dos injustiçados, sempre se consubstanciou no surgimento de grandes esperanças e, no encalço destas, de grandes líderes.

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Para as massas de sul-africanos sufocadas pelo Apartheid, Nelson Mandela foi esse líder. É um homem do passado, sim. Do passado, não necessariamente porque integra a lista de laureados com o Prémio Nobel da Paz, mas porque provém dessa casta de raros homens para quem a própria vida representa um pequeno preço na perseguição de causas maiores.

É desse passado de luta contra a segregação racial e em defesa dos direitos humanos que a Campanha de Desafio ou o Dia do Protesto são marcos indeléveis.

Mas é uma entidade viva, portanto, uma entidade que caminha entre nós, acostando-nos aqui e ali com os exemplos e as palavras que sempre invocam o melhor de cada um. Aqui também, Mandela é um homem do presente.

Em boa verdade, contudo, é também um homem do futuro. Parecem distantes os dias de idealismo exacerbado trazidos pelas grandes convulsões sociais de séculos passados. Nunca, como hoje, existiram tantas causas, ideais, argumentos e opiniões, e tantos ‘mártires’ dispostos a carregar a sua bandeira ao mostruário das nossas praças e avenidas.

Porém, todos juntos, não fazem um todo coerente. O que fica dos inexpugnáveis triunfos alcançados pelo homem nos últimos dois séculos é uma sensação de embriaguez que ainda hoje nos tolda a compreensão de que a luta pelas liberdades é uma questão existencial – não se extingue com as épocas nem na política.

Na realidade, transcende esta última, assim como transcende as conquistas, sejam elas sociais, tecnológicas ou científicas; o seu faro penetra longe no futuro e jamais falha em trazer um S.O.S. dos nossos descendentes em aflição.

Nelson Mandela terá sido, porventura, o último grande líder do século passado, onde Churchill foi o primeiro – noutras circunstâncias, é certo. Para isso serviu-se meramente do poder das suas convicções e de um espírito de abnegação que, pelos parâmetros do mundo moderno, apenas podemos considerar de sobre-humano.

No entanto, poucas coisas serão mais humanas do que este apelo à auto-determinação. Os nossos irmãos timorenses sabiam-no enquanto eram derrubados pelas balas indonésias; os sul-africanos sabiam-no na chacina de Boipatong; e sabemo-lo nós, também no fundo dos nossos corações – quando o sangue nos ferve contra qualquer injustiça transmitida na televisão, sabemo-lo, quando um qualquer tirano é desenraizado por uma Primavera em ascensão, sabemo-lo;

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cada homem e mulher virtuosos puderam facilmente aceder, se não fisicamente, então por meios que ofuscam mesmo os parâmetros da ciência – e assim se fez uma revolução.

Por amor ao seu povo? Sim. Em nome de valores? Certamente. Paz, justiça, tolerância, diálogo intercultural, integração. Mas, acima de tudo, para permanecer fiel a esse colosso de dignidade sem o qual não poderemos apelidar-nos de Homens, não poderemos integrar a Grande Aventura Humana.

Creio que foi Voltaire quem melhor o disse: “discordo com tudo o que diz, mas lutarei até à morte para que tenha o direito de dizê-lo.”

Dois séculos volvidos, enquanto um jovem líder negro do ANC se apresentava na barra dos arguidos, uma outra figura emergiu desse caos de injustiça e perseguição, não mais um homem, mas Madiba!, para carregar a tocha pelas suas próprias palavras: “durante a minha vida

dediquei-me à luta do povo Africano. Lutei contra o domínio branco e lutei contra o domínio negro. Nutri o ideal de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas vivem juntas, em harmonia, e com iguais oportunidades. Trata-se de um ideal que espero ver atingido enquanto viver. Mas se tal for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer.”

Impõe-se talvez dizer que hoje não celebramos feitos alcançados, mas sim feitos em constante florescimento. Uma grata lembrança do maior dos traços do Homem: o dom da dádiva. E essa, talvez tenha sido a maior conquista do Senhor Mandela, a quem a Assembleia da República hoje presta o seu respeitoso tributo.

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Referências

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