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5ªJornadaCientíficaeTecnológicadaFATECdeBotucatu 24a27 deoutubrode2016,botucatu SãoPaulo,Brasil

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HISTÓRICO DAS ABELHAS Apis mellifera L. NO BRASIL E A INFLUÊNCIA DO

PROMOTOR L® (SUPLEMENTO AMINOÁCIDO VITAMÍNICO) EM ÁREAS DE

CRIA E RESERVA DE ALIMENTO

Daniel C. B. de Barros1; Samir M. Kadri2; Rodrigo Zaluski3; Ricardo de Oliveira Orsi4.

¹Mestrando em Zootecnia –FMVZ – UNESP- Campus Botucatu – daniel.brambila@hotmail.com

2Doutor em Zootecnia – FMVZ – UNESP – Campus Botucatu

3Doutorando em Zootecnia – FMVZ – UNESP – Campus Botucatu 4Professor Doutor – FMVZ – UNESP – Campus Botucatu

INTRODUÇÃO

A produção de mel, pólen, própolis, cera, geleia real e apitoxina também são de grande importância para a geração de emprego e renda, sendo que o Brasil possui grande possibilidade de maximizar a produção desses produtos, devido a sua extensão territorial e riqueza de flora apícola. Atualmente um dos desafios da apicultura é aumentar a produtividade, sendo que para isso uma das condições necessárias é garantir a manutenção das colmeias durante os períodos de escassez de floradas, quando geralmente ocorrem grandes perdas de enxames. O período de escassez de floradas conhecido como entressafra, geralmente prejudica a sobrevivência das abelhas devido à deficiência de nutrientes, o que compromete o desenvolvimento, manutenção e reprodução das colônias, diminuindo o tempo de vida destes insetos e favorecendo o aparecimento de doenças. Uma das alternativas para manutenção dos enxames nesse período é o fornecimento de alimentação artificial energética e proteica, procurando atender as exigências nutricionais das abelhas. Atualmente uma alternativa utilizada por muitos apicultores, visando reduzir os altos custos de fornecer algumas dietas para a manutenção dos enxames, é a utilização de um suplemento alimentar conhecido como Promotor L®. O objetivo deste trabalho é evidenciar o histórico das abelhas Apis mellifera L. no Brasil e a influência do suplemento aminoácido vitamínico Promotor L® na produção de seus enxames (área de cria e reserva de alimento).

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DESENVOLVIMENTO

As abelhas Apis mellifera L., 1758 (Hymenoptera: Apidae) são amplamente distribuídas no planeta, devido a sua dispersão natural e as introduções artificiais realizadas pelo homem, durante o processo de colonização de novos continentes (WHITFIELD et al., 2006). Essas abelhas são as mais difundidas no mundo, principalmente devido a sua produção de mel, sendo conhecidas mais de 26 subespécies (CLARKE et al., 2002).

No Brasil, a primeira introdução de abelhas europeias foram da subespécie Apis mellifera mellifera que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, em 1839. Entre 1870 e 1900, foram introduzidas no Sul do país, abelhas italianas da subespécie Apis mellifera ligustica e abelhas austríacas Apis mellifera carnica (CRANE, 2000).

Pouco mais de 100 anos após a introdução destas subespécies europeias, que não se adaptaram a região Neotropical, apresentando baixa produtividade, algumas rainhas de abelhas da subespécie africana Apis mellifera scutellata foram importadas para iniciar um processo de melhoramento genético, estabelecido em 1956. As rainhas de abelhas africanas foram introduzidas em colônias na cidade de Rio Claro, São Paulo. Em 1957, vinte e seis enxames de abelhas africanas enxamearam e iniciaram um processo de cruzamentos naturais com as abelhas de subespécies europeias, dando origem a um híbrido fértil chamado de abelha africanizada, com características de comportamento predominantes do parental africano (CLARKE et al., 2002; PINTO et al., 2005).

As abelhas africanizadas são mais defensivas, possuem alta capacidade para enxamear, tolerância a doenças, e adaptam-se bem a climas mais frios e apresentam alta produtividade. Após o desenvolvimento de técnicas apropriadas para manejar as abelhas africanizadas, a apicultura no Brasil teve grande crescimento. Atualmente a apicultura tem grande importância para geração de emprego e renda, contribui para o aumento da produção de cultivos agrícolas e manutenção dos ecossistemas terrestres, devido à polinização realizada por essas abelhas (WOLF, 2007).

O período conhecido como entressafra, em que ocorre escassez de alimento na natureza (néctar e pólen), geralmente prejudica a sobrevivência das abelhas devido à deficiência de nutrientes, o que compromete o desenvolvimento, a manutenção e a reprodução das colônias, diminuindo o tempo de vida destes insetos e favorecendo o aparecimento de doenças

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(STANDIFER et al., 1977; SANFORD, 1996).

Para evitar a perda de enxames durante os períodos de escassez de florada alguns apicultores oferecem alimentação energética e proteica para as abelhas. A alimentação artificial possibilita a manutenção dos enxames, além de preparar as colmeias para o período de produção (PAULINO, 2013).

O alimento artificial pode ser disponibilizado na forma líquida, pastosa ou sólida, procurando atender as exigências nutricionais das abelhas, tendo função de subsistência ou atuando como estimulante. A alimentação de subsistência é feita visando suprir a ausência da alimentação natural coletada nas flores. A alimentação estimulante é feita com antecedência de aproximadamente dois meses do início da florada principal, e serve para estimular a postura da rainha, aumentando a população de abelhas, consequentemente aumentando a produção apícola (WOLF, 2007).

Diversos são os alimentos energéticos utilizados no preparo da alimentação artificial para abelhas: mel residual (50 % de mel + 50 % de água), xarope de açúcar com água (60 % de água + 40 % de açúcar), xarope de açúcar invertido (5 kg de açúcar + 1,7 litros de água + 5 g de ácido tartárico ou cítrico), rapadura de cana de açúcar (fornecida em forma de pasta) e garapa de cana- de açúcar, são os alimentos mais utilizados pelos apicultores. O xarope de açúcar é o alimento energético de subsistência mais utilizado na alimentação das abelhas (PAULINO, 2013).

É fundamental o fornecimento de uma alimentação balanceada para a manutenção dos enxames, sendo que muitas dietas vem sendo testadas a fim de reduzir os custos que o apicultor tem para realizar a alimentação artificial e garantir boas colheitas (SCHAFASCHEK, 2008).

Uma das alternativas que vem sendo testadas para fornecer alimentação balanceada as abelhas em período de escassez de alimento é a suplementação do xarope de açúcar com o complexo de aminoácidos Promotor L® (RURAL CENTRO, 2013).

A suplementação dos enxames com o Promotor L® na entressafra vem sendo utilizada por muitos apicultores devido ao alto custo de fornecimento de algumas dietas (CASTAGNINO, 2006).

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aminoácidos essenciais. As vitaminas do Promotor L® encontram-se solubilizadas, tal como os

aminoácidos, permitindo uma disponibilidade completa do produto e grande rapidez de assimilação. Em virtude de sua composição, o Promotor L® é considerado um bio estimulante completo de grande utilidade nas mais diversas situações de desequilíbrio orgânico, verificada nas diferentes espécies de animais sujeitas a uma alimentação incompleta e desequilibrada (CANTO e FIBRA, 2013).

Lengler et al. (1996) observou que o desenvolvimento de áreas de cria em enxames suplementados com o Promotor L® não apresentou diferença significativa quando comparada a outros tratamentos, no entanto a área de reserva de alimento demonstrou aumento significativo após a suplementação.

Estudos realizados por Castagnino et al. (2006), utilizando o Promotor L® associado ao

açúcar invertido para estimular o crescimento da população de abelhas africanizadas, não apresentou resultado satisfatório para o aumento da área de cria de enxames, quando comparado com exames alimentados somente com açúcar invertido, além de ser observada a mortalidade de alguns enxames que receberam o suplemento.

Pinto et al. (2008) ao avaliar áreas de cria e reserva de alimento em colmeias de abelhas africanizadas suplementadas com diferentes dietas, incluindo o Promotor L®, não encontraram diferenças significativa entre os tratamentos.

Estudos realizados por Santos et al. (2008), verificaram que após o fornecimento de alimentação artificial, ocorria aumento naárea de cria, possibilitando maior produção apícola.

CONCLUSÕES

Conclui-se que a utilização do suplemento Promotor L® não tem efeitos comprovados sobre a manutenção e crescimento dos enxames. Na literatura os efeitos da suplementação de enxames utilizando Promotor L® permanecem inconclusivos, não se conhecendo se os efeitos observados em alguns estudos se devem ao alimento energético fornecido, ou ao Promotor L®. Considerando o fato de que muitos apicultores utilizam esse suplemento na alimentação de abelhas Apis mellifera, tornam-se necessários estudos mais aprofundados sobre seu papel na manutenção de enxames em períodos de entressafra.

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REFERÊNCIAS

CANTO E FIBRA. Promotor L. Disponível em:

<http://www.cantoefibra.com.br/Framefarma/PromotorL.htm>. Acesso em: 17 de setembro de 2016.

CASTAGNINO, G. L.; ARBOITTE, M.Z.; LENGLER, S.; GARCIA, G.G.; MENEZES, L.F.G. Desenvolvimento de núcleos de Apis mellifera alimentados com suplemento aminoácido vitamínico, Promotor L. Santa Maria: Ciência Rural, v. 36, n. 2, p. 685-688, 2006.

CLARKE, K.E.; RINDERER, T.E.; FRANCK, P.; QUEZADA-EU´AN, J.G.; OLDROYD, B.P. The Africanization of honeybees (Apis mellifera L.) of the Yucatan: a study of a massive hybridization event across time. Sydney: Evolution, v. 56, p.1462-1474, 2002.

CRANE, E. The world history of beekeeping and honey hunting. 2ª ed. London: Routledge Chapman & Hall, 682 p., 2000.

LENGLER, S.; LENGLER, C.B.; NEUMAIER, R.; CASTAGNINO, G.L.B. Efeito residual da alimentação suplementar no desenvolvimento de colmeias de abelhas africanizadas no outono. Anais... Simpósio Estadual de Apicultura do Paraná: CBA, Confederação Brasileira de Apicultura. Pato Branco, Paraná, p. 178-179, 1996.

PAULINO, F.D.G. Alimentação em Apis mellifera L.: Exigências nutricionais e alimentos. Anais... 1° Simpósio de Nutrição e Alimentação Animal - XIII Semana Universitária da Universidade Estadual do Ceará - UECE, Ceará, p.56-70, 2013.

PINTO, M.A.; RUBINK, W.L.; PATTON, J.C.; COULSON, R.N.; JOHNSTON, J.S. Africanization in the United States: replacement of feral European honey bees (Apis mellifera L.) by an African hybrid swarm. Texas: Genetics, n.170, p. 1653-1665, 2005.

PINTO, M.R.; ORENHA, C.E.; LEITE, F.P.L.; DALLMANN, P.R. Avaliação de áreas de cria e de reserva de alimento em colônias de Apis mellifera africanizadas submetidas à

diferentes dietas. (2008) Disponível em:

<http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R1080-3.pdf>. Acesso em: 13 de setembro de 2016.

RURAL CENTRO. Manejo de abelhas pode aumentar produção de mel. Disponível em: <http://ruralcentro.uol.com.br/noticias/manejo-de-abelhas-pode-aumentar-producao-de-mel-e m-500-64850>. Acesso em: 17 de setembro de 2016.

SANFORD, M.T. Protein management: the other side of the nutritional coin in apiculture. Anais... Congresso Brasileiro de Apicultura - Confederação Brasileira de Apicultura. Teresina, n.11 , p. 51-57, 1996.

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SANTOS, W.D.; BARBOSA, R.S.; ALVES, T.T.L. Alimentação artificial em Apis: implicações para a apicultura catarinense. Anais...17º Congresso Brasileiro de Apicultura e de Meliponicultura. Belo Horizonte, n.2, p. 87-93, 2008.

SCHAFASCHEK, T.P. Efeito da suplementação alimentar sobre as características produtivas e reprodutivas de Apis mellifera L., 1758. Santa Catarina: Biotemas, v.21, n.4, p. 99-104, 2008.

STANDIFER, L.N.; MOELLER, F.E.; KAUFFELD, N.M.; HERBERT Jr., E.W.; SHIMANUKI, H. Supplemental feeding of honey bee colonies. United States: Agriculture Information Bulletin, n.413 , p.8-21, 1977.

WHITFIELD, C.W.; BEHURA, S.K.; BERLOCHER, S.H.; CLARK, A.G.; JOHNSTON, J.S.; SHEPPARD, W.S.; SMITH, D.R.; SUAREZ, A.V.; WEAVER, D.; TSUTSUI, N.D. Thrice out of Africa: Ancient and recent expansions of the honey bee, Apis mellifera. USA: Science, n.314, p. 642-645, 2006.

WOLFF, L.F. Alimentação de enxames em apicultura sustentável. Pelotas: Circular

Técnica nº 63, 2007. Disponível em:

<http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/circulares/Circular_63.pdf>. Acesso em: 15 de setembro de 2016.

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