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Sumário

Apresentação

03

Introdução

04

Da Denúncia

05

Do Planejamento

06

Da Ação e de seus Desdobramentos

07

Anexos

11

Leis, Decretos e Portarias

11

Fluxo das Denúncias Trabalho Escravo e Degradante

36

Organograma GERTRAF

37

Quadros das Operações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel

38

Valores Pagos em Rescisões Contratuais

60

Quadro Geral das Ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel

62

(4)

Apresentação

A

existência de trabalhadores em situação de escravidão no

País, que basicamente se concentra no meio rural nas regiões Norte e Centro-Oeste, tem levado o Ministério do Trabalho e Emprego a adotar medidas de cunho ostensivo e, por outro lado, a elaborar programas de prevenção.

No primeiro caso, diante da possibilidade prevista no Dec. 55.841,

de 15 de março de 1965, foi criado um Grupo Especial de Fiscalização Móvel para agir diretamente nos casos de prática de trabalho escravo diante das denúncias provindas de vários pontos do território nacional.

O Grupo foi criado em 1995, pela Portaria n.º 550 de 14 de junho

de 1995, sendo também, o braço operativo do Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado - GERTRAF, criado pelo Exmo. Sr. Presidente da República em 1995. Ao longo destes cinco anos, um rico aprendizado foi e está sendo proporcionado aos seus participantes, tendo sido alcançando excelentes resultados.

O Grupo Especial de Fiscalização Móvel, executa a ação de fiscalização prevista no PPA 2000/2003, que conta com mais 4 ações: a de campanha de conscientização, mapeamento de novos focos de trabalho escravo e degradante, normatização e, ainda, a assistência temporária ao trabalhador vítima do trabalho escravo e degradante, todos a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego, por intermédio da Secretaria de Inspeção do Trabalho.

É inquestionável a necessidade de continuidade do trabalho

desenvolvido pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel que está sendo, a cada momento, aprimorado tendo em vista a sua maior eficiência e valorização de seus avanços.

O combate ao trabalho escravo é um desafio que o Governo

Acidente com carro da Fiscalização Móvel

Federal se dispôs a enfrentar com seriedade e determinação. Para o sucesso das ações que estão sendo executadas e a realização de novas metodologias de enfrentamento do problema, é de suma importância a participação de nossos parceiros, que vão continuar contribuindo em um trabalho conjunto proporcionando um compartilhamento do êxito almejado, principalmente, na

elaboração de programas de prevenção da prática do trabalho escravo. Com o apoio de todos comprometidos nesta jornada, c o n s e g u i r e m o s d e b e l a r a propagação dessa prática que atenta contra a redução das d e s i g u a l d a d e s regionais e sociais, a busca do pleno emprego, a valorização do trabalho e a dignidade da pessoa humana, princípios estabelecidos na Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, maio de 2001.

VERA OLÍMPIA GONÇALVES Secretária de Inspeção do Trabalho e Coordenadora Nacional da Fiscalização Móvel

(5)

Introdução

A

criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, instituído pela

Portaria MTb n.º 549 e 550, ambas de 14.06.95 e coordenado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, possibilitou ao Ministério do Trabalho e Emprego estabelecer mecanismos mais adequados de ação, o que permitiu à fiscalização do trabalho atuar de forma eficiente no combate ao trabalho escravo.

A

criação da Fiscalização Móvel se deu frente às seguintes necessidades:

W Centralizar o comando para diagnosticar e dimensionar o

problema;

W Garantir a padronização dos procedimentos de supervisão direta

dos casos fiscalizados;

W Assegurar o sigilo absoluto na apuração das denúncias;

W Deixar a fiscalização local livre de pressões e ameaças.

A

Fiscalização Móvel é a estrutura operacional do Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado – GERTRAF no combate ao trabalho escravo. Subordinado à Câmara de Política Social do Conselho de Governo, o GERTRAF é coordenado pelo Ministério do Trabalho e integrado por representantes do Ministério da Justiça; do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal; do Ministério da Agricultura e do Abastecimento; do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Previdência e Assistência social. O objetivo do Grupo Executivo é o de implementar ações articuladas entre as diversas áreas do governo uma vez que, além do cunho eminentemente trabalhista, a questão do trabalho escravo envolve aspectos sociais, econômicos, criminais e ambientais, entre outros.

Para descentralizar as ações da Fiscalização Móvel, foram criadas, através da Portaria n.º 369, de 29.03.96, seis coordenações regionais. Esta medida tem propiciado um planejamento de melhor qualidade e uma atuação ágil e eficiente.

Negociação com empregadores rurais

O presente documento objetiva, com a experiência vivenciada pela Fiscalização Móvel, registrar as várias etapas do processo, na expectativa de que isto possa servir de referência ao planejamento de ações futuras para combater o trabalho escravo e degradante.

Além de serem apresentadas a seguir, as várias etapas em que se subdivide o trabalho da Fiscalização Móvel, como a denúncia, o planejamento, a ação e seus desdobramentos, são anexadas na parte final, entre outras informações, as cópias das Portarias 549/95 e 550/95 relativas aos procedimentos e criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, cópia do Decreto que cria o GERTRAF e o Quadro Geral das Operações Realizadas pela Fiscalização Móvel, no período de junho-1995 a abril de 2001.

(6)

D A D E N Ú N C I A

Recebida a denúncia, cabe ao Coordenador Regional da Fiscalização Móvel apurar a sua atualidade, a veracidade dos fatos e a viabilidade da ação. Para tanto, são estabelecidos contatos com órgãos oficiais, entidades sindicais e organizações não governamentais, com o objetivo de precisar as informações relativas à:

Localização – identificação do município, das condições de acesso, dos pontos

estratégicos de entrada na área, da existência de pista de pouso, das possibilidades de comunicação e da disponibilidade de guia para acompanhar a equipe.

Condições da área denunciada – informações quanto ao número de

trabalhadores, à existência de vigilância armada, ao local de residência do proprietário ou preposto e ao grupo econômico a que pertence a propriedade denunciada.

D O P L A N E J A M E N T O

Confirmadas as informações preliminares, e comprovada a necessidade de realizar a ação, compete ao Coordenador Regional da Fiscalização Móvel elaborar a proposta de ação, submetendo-a a aprovação da Secretaria de Inspeção do Trabalho.

Para isso torna-se necessário:

W Definir o período de realização da ação;

W Dimensionar o tamanho e a composição da equipe, a partir da situação

denunciada, considerando o número de trabalhadores e o grau de risco da área a ser percorrida. Para compor a equipe são convidados Auditores Fiscais do Trabalho – Fiscais, Engenheiros e Médicos do Trabalho. Em geral, a equipe mínima é composta de 3 Fiscais, 1 Médico e 1 Engenheiro, além de Agentes da Polícia Federal e, eventualmente, de representantes dos Ministérios Públicos, IBAMA, FUNAI, dentre outros;

W Estabelecer contatos com a Polícia

Federal, solicitando acompanhamento e indicação da equipe para participar da ação;

WIdentificar entre as Delegacias Regionais

do Trabalho aquelas que deverão disponibilizar os veículos necessários. Cientificar-se quanto às condições em que os mesmos se encontram solicitando, quando for o caso, os reparos necessários;

WFazer reservas de vôos e solicitar diárias

e passagens para os componentes das equipes de fiscalização móvel;

(7)

W Providenciar autorizações para que os Auditores Fiscais do

Trabalho possam conduzir os veículos oficiais, caso a coordenação decida dispensar motorista;

W Estimar e solicitar recursos necessários para cobrir, durante a

viagem, as despesas com combustíveis, materiais e serviços de terceiros;

W Providenciar todo o material de expediente necessário e, ainda,

máquinas fotográficas, filmadoras, mapas, materiais de primeiros socorros, ferramentas e motosserras, quando for o caso. Outro material fundamental são as Carteiras de Trabalho e Previdência Social – CTPS a serem expedidas durante o trabalho de inspeção;

W Eleger cidade-pólo observando um mínimo de condições em

relação à possibilidade de contar com parceiros. Para esta seleção, deve-se levar em conta aspectos estratégicos como segurança, facilidades de comunicação e infra-estrutura de hotéis. É desejável que a cidade-pólo seja a sede da comarca;

W Marcar a data e o local de encontro de todos os participantes,

inclusive de representantes de outras entidades que eventualmente integrem a equipe e, ainda, do guia ou do informante, quando disponível;

W Buscar informações cadastrais que possam traçar o perfil da

propriedade e do empregador.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho, após a análise do planejamento enviado pelo Coordenador Regional, deve adotar os seguintes procedimentos:

W Encaminhar memorandos às Delegacias Regionais do Trabalho

requisitando tanto os Auditores Fiscais do Trabalho como as viaturas necessárias;

W Estabelecer contato prévio com a Polícia Federal e formalizar

a solicitação dos Agentes para acompanhar a ação;

(8)

W Providenciar a emissão de passagens e diárias dos componentes

da equipe envolvidos na ação; providenciar a liberação de suprimentos de fundos para o pagamento das despesas que venham a ocorrer durante a viagem;

W Estabelecer contato com os Coordenadores Regionais para conferir

as informações contidas no planejamento encaminhado, em função de alterações posteriores eventualmente ocorridas.

D A A Ç Ã O E D E S E U S D E S D O B R A M E N T O S

Com a chegada de todos os componentes da equipe ao local estabelecido como ponto de encontro, realiza-se uma primeira reunião quando são traçadas as diretrizes da ação a ser realizada, efetuados os esclarecimentos ao Grupo e transmitidas as orientações de conduta. Estas últimas se referem a:

W Segurança – orientações de responsabilidade dos membros da

Polícia Federal;

W Disciplina – informações sobre como abordar o empregador, os

intermediários e os trabalhadores;

W Pontualidade – estabelecimento de horários rígidos para o início

das atividades diárias;

W Formas de deslocamento – necessidade de deslocamento em

comboio durante toda a viagem.

No decorrer do percurso até o local onde será realizada a ação de fiscalização são anotados todos os pontos considerados importantes para posterior elaboração de um mapa, capaz de orientar o grupo, com segurança, para os retornos necessários; são também efetuadas anotações quanto a locais de abastecimento, de alimentação e telefone e colhidas informações quanto às condições das estradas federais, estaduais e vicinais.

Ao chegar ao local cabe à equipe:

W Verificar as condições de trabalho e

entrevistar, em separado, aqueles trabalhadores que se mostrarem mais dispostos a prestar informações à equipe da fiscalização;

WDocumentar a ação fiscal com fotografias,

filmagens, gravações de depoimentos e relatos tomados a termo;

WRastrear a área para apreensão das armas

irregulares e prisão, se for o caso. Esta atribuição é de competência da Polícia Federal; proceder à investigação nos pontos de venda (cantina ou armazém) de gêneros alimentícios, instrumentos de trabalho, Equipamentos de Proteção Individual – EPI e medicamentos. Nesta etapa são apreendidos cadernos, notas, vales, outros documentos comprobatórios do endividamento ilegal dos trabalhadores promovidos pelos “gatos” ou pelos proprietários e, ainda, documentos em branco assinados pelos trabalhadores. Estes documentos deverão ser anexados ao Relatório de ação fiscal e posteriormente utilizados como provas;

WApreender, se for o caso, motosserras em

situação irregular ou com uso inadequado;

WIdentificar os casos de violência física, maus

tratos e omissão de socorro. Neste último caso, providenciar atendimento médico ao trabalhador acidentado, verificando a emissão de Comunicado de Acidente de

(9)

Trabalho – CAT, bem como a possibilidade do exame de corpo de delito;

W Identificar junto aos trabalhadores, quais os que desejam

sair do local e retornar ao município de origem.

Efetuado esse levantamento, a equipe se dirige à sede do estabelecimento rural que pode ser um escritório, a residência do administrador ou um barracão, para expor a situação encontrada e, dependendo do caso, tomar as seguintes medidas:

W Examinar a documentação solicitada e lavrar os autos de

infração correspondentes às irregularidades constatadas na área trabalhista. Por orientação da Coordenação Nacional, a lavratura dos Autos de Infração deve priorizar os atributos que caracterizam descumprimento dos direitos fundamentais dos trabalhadores tais como: salário, registro, jornada, água potável, alojamento, alimentação e Equipamento de Proteção Individual – EPI;

W Notificar e definir prazo para apresentação de documentação

mínima, quando necessário;

W Promover interdições;

W Solicitar ao empregador a presença de fotógrafo para fazer

as fotos 3x4 para a expedição de CTPS para os trabalhadores;

W Solicitar providências quanto à necessidade do pagamento

de salários atrasados, verbas rescisórias e demais obrigações. Os registros em CTPS são imediatos e com a data retroativa ao início do vínculo;

W Solicitar ao empregador providências quanto ao transporte

adequado e recursos para cobrir despesas de alimentação dos trabalhadores até o local de origem. Muitas vezes, a retirada dos trabalhadores, especialmente dos menores de

16 anos e daqueles que estão se sentido ameaçados, Transporte irregular de trabalhadores

constrangidos ou doentes, é feita imediatamente. Determina-se o deslocamento dos mesmos para uma pensão na localidade mais próxima, ficando as despesas de alojamento e alimentação a cargo do empregador. Para algumas situações inesperadas, sobretudo na ausência de representantes da empresa, busca-se o apoio da Prefeitura local, da Comissão Pastoral da Terra, da entidade sindical ou de alguma ONG existente no local;

W Apresentar e conduzir à Delegacia de Polícia mais

próxima aqueles que deverão ser presos ou indiciados. Este procedimento, em geral, ocorre em função de casos de omissão de socorro, flagrante de violência contra trabalhadores e porte ilegal de armas por “gatos”, gerentes ou fazendeiros.

(10)

Retorno dos trabalhadores às localidades de origem “Alojamento” de trabalhadores

Caso o empregador se proponha a cumprir suas obrigações, encerra-se a ação com o retorno dos trabalhadores, tendo antes sido ouvidos aqueles que foram vítimas de agressões físicas ou de outro tipo de crime. Testemunhas também são ouvidas, bem como os “gatos” e os vigilantes acusados de práticas de exploração de trabalho escravo.

Nessa etapa, é fundamental a participação na equipe de um Delegado da Polícia Federal capaz de tomar as medidas adequadas quanto aos procedimentos a serem adotados no que se refere aos ilícitos penais.

Quando não há possibilidade de pagamento imediato das verbas devidas é feita uma rodada de negociação da qual participam representantes do empregador, comissão de trabalhadores escolhida pelo grupo, com a mediação de Auditores Fiscais do Trabalho. Quando possível, é solicitada a presença de um representante do sindicato laboral.

Durante todo o período em que a equipe se encontra no campo, a Coordenação Nacional, em Brasília, efetua o monitoramento da ação.

Após o encerramento da ação de fiscalização são adotados os seguintes procedimentos:

W Reunião final para avaliação do trabalho e discussão dos

tópicos considerados importantes para o Relatório de Fiscalização;

W Depósito das armas e equipamentos apreendidos nas

Superintendências Regionais da Polícia Federal e do IBAMA, respectivamente;

W Acompanhamento de trabalhadores até o Ministério

(11)

W Elaboração do Relatório de Ação Fiscal de forma circunstanciada, ao qual devem ser anexadas cópias dos Autos de Infração, Fichas

de Verificação Física, fotografias, filmes, cópias de Termos de Depoimentos, Termos de Apreensão, enfim, de todos os documentos apreendidos durante a ação considerados importantes para produzir provas em processos a serem instaurados pelos Ministérios Públicos Federal e do Trabalho.

E, finalmente, o encaminhamento de cópias autenticadas dos Relatórios aos Ministérios Públicos Federal e do Trabalho para propositura de ações nos seus âmbitos de competência. Quando se tratar de situações que apresentam fortes indícios de trabalho escravo, cópia do Relatório é também encaminhada ao Ministério Extraordinário de Política Fundiária, para subsidiar o processo de Reforma Agrária. Outras cópias são enviadas à Delegacia Regional do Trabalho no estado onde a ação foi realizada, ao órgão ou entidade que efetuou a denúncia e, eventualmente, a outros interessados.

(12)

Anexos

Leis, Decretos e Portarias

(13)

Lei Complementar Nº 76, de 6 de julho de 1993

Dispõe sobre o procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei complementar:

Art. 1º O procedimento judicial da desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária, obedecerá ao contraditório especial, de rito sumário, previsto nesta lei Complementar.

Art. 2º A desapropriação de que trata esta lei Complementar é de competência privativa da União e será precedida de decreto declarando o imóvel de interesse social, para fins de reforma agrária.

§ 1º A ação de desapropriação, proposta pelo órgão federal executor da reforma agrária, será processada e julgada pelo juiz federal competente, inclusive durante as férias forenses.

§ 2º Declarado o interesse social, para fins de reforma agrária, fica o expropriante legitimado a promover a vistoria e a avaliação do imóvel, inclusive com o auxílio de força policial, mediante prévia autorização do juiz, responsabilizando-se por eventuais perdas e danos que seus agentes vierem a causar, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Art. 3º A ação de desapropriação deverá ser proposta dentro do prazo de dois anos, contado da publicação do decreto declaratório.

Art. 4º Intentada a desapropriação parcial, o proprietário

poderá requerer, na contestação, a desapropriação de todo o imóvel, quando a área remanescente ficar:

I - reduzida a superfície inferior à da pequena propriedade rural; ou

II - prejudicada substancialmente em suas condições de exploração econômica, caso seja o seu valor inferior ao da parte desapropriada.

Art. 5º A petição inicial, além dos requisitos previstos no Código de Processo Civil, conterá a oferta do preço e será instruída com os seguintes documentos:

I - texto do decreto declaratório de interesse social para fins de reforma agrária, publicado no Diário Oficial da União;

II - certidões atualizadas de domínio e de ônus real do imóvel;

III - documento cadastral do imóvel;

IV - laudo de vistoria e avaliação administrativa, que conterá, necessariamente:

a) descrição do imóvel, por meio de suas plantas geral e de situação, e memorial descritivo da área objeto da ação;

b) relação das benfeitorias úteis, necessárias e voluptuárias, das culturas e pastos naturais e artificiais, da cobertura florestal, seja natural ou decorrente de florestamento ou reflorestamento, e dos semoventes;

c) discriminadamente, os valores de avaliação da terra nua e das benfeitorias indenizáveis.

V - comprovante de lançamento dos Títulos da Dívida Agrária correspondente ao valor ofertado para pagamento de terra nua; (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

VI - comprovante de depósito em banco oficial, ou outro estabelecimento no caso de inexistência de agência na localidade, à

(14)

disposição do juízo, correspondente ao valor ofertado para pagamento das benfeitorias úteis e necessárias. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

Art. 6º O juiz, ao despachar a petição inicial, de plano ou no prazo máximo de quarenta e oito horas:

I - mandará imitir o autor na posse do imóvel; (Redação dada pela LCP 88, de 23/12/96)

II - determinará a citação do expropriando para contestar o pedido e indicar assistente técnico, se quiser; (Redação dada pela LCP 88, de 23/12/96)

III - expedirá mandado ordenando a averbação do ajuizamento da ação no registro do imóvel expropriando, para conhecimento de terceiros.

§ 1º Efetuado o depósito do valor correspondente ao preço oferecido, o juiz mandará, no prazo de quarenta e oito horas, imitir o autor na posse do imóvel expropriando. (Revogado pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 1º Inexistindo dúvida acerca do domínio, ou de algum direito real sobre o bem, ou sobre os direitos dos titulares do domínio útil, e do domínio direto, em caso de enfiteuse ou aforamento, ou, ainda, inexistindo divisão, hipótese em que o valor da indenização ficará depositado à disposição do juízo enquanto os interessados não resolverem seus conflitos em ações próprias, poderá o expropriando requerer o levantamento de oitenta por cento da indenização depositada, quitado os tributos e publicados os editais, para conhecimento de terceiros, a expensas do expropriante, duas vezes na imprensa local e uma na oficial, decorrido o prazo de trinta dias. (Renumerado pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 2º O Juiz poderá, para a efetivação da imissão na posse, requisitar força policial. (Renumerado pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 3° No curso da ação poderá o Juiz designar, com o objetivo de fixar a prévia e justa indenização, audiência de conciliação, que

será realizada nos dez primeiros dias a contar da citação, e na qual deverão estar presentes o autor, o réu e o Ministério Público. As partes ou seus representantes legais serão intimadas via postal. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 4º Aberta a audiência, o Juiz ouvirá as partes e o Ministério Público, proprondo a conciliação. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 5° Se houver acordo, lavrar-se-á o respectivo termo, que será assinado pelas partes e pelo Ministério Público ou seus representantes legais. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 6° Integralizado o valor acordado, nos dez dias úteis subseqüentes ao pactuado, o Juiz expedirá mandado ao registro imobiliário, determinando a matrícula do bem expropriado em nome do expropriante. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

§ 7° A audiência de conciliação não suspende o curso da ação. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

Art. 7º A citação do expropriando será feita na pessoa do proprietário do bem, ou de seu representante legal, obedecido o disposto no art. 12 do Código de Processo Civil.

§ 1º Em se tratando de enfiteuse ou aforamento, serão citados os titulares do domínio útil e do domínio direto, exceto quando for contratante a União.

§ 2º No caso de espólio, inexistindo inventariante, a citação será feita na pessoa do cônjuge sobrevivente ou na de qualquer herdeiro ou legatário que esteja na posse do imóvel.

§ 3º Serão intimados da ação os titulares de direitos reais sobre o imóvel desapropriando.

§ 4º Serão ainda citados os confrontantes que, na fase administrativa do procedimento expropriatório, tenham, fundamentadamente, contestado as divisas do imóvel expropriando.

(15)

processual civil, poderá requerer que a citação do expropriando seja feita pelo correio, através de carta com aviso de recepção, firmado pelo destinatário ou por seu representante legal.

Art. 9º A contestação deve ser oferecida no prazo de quinze dias se versar matéria de interesse da defesa, excluída a apreciação quanto ao interesse social declarado.

§ 1º Recebida a contestação, o juiz, se for o caso, determinará a realização de prova pericial, adstrita a pontos impugnados do laudo de vistoria administrativa, a que se refere o art. 5º, inciso IV e, simultaneamente:

I - designará o perito do juízo;

II - formulará os quesitos que julgar necessários;

III - intimará o perito e os assistentes para prestar compromisso, no prazo de cinco dias;

IV - intimará as partes para apresentar quesitos, no prazo de dez dias.

§ 2º A prova pericial será concluída no prazo fixado pelo juiz, não excedente a sessenta dias, contado da data do compromisso do perito.

Art. 10. Havendo acordo sobre o preço, este será homologado por sentença.

Parágrafo único. Não havendo acordo, o valor que vier a ser acrescido ao depósito inicial por força de laudo pericial acolhido pelo Juiz será depositado em espécie para as benfeitorias, juntado aos autos o comprovante de lançamento de Títulos da Dívida Agrária para terra nua, como integralização dos valores ofertados. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

Art. 11. A audiência de instrução e julgamento será realizada em prazo não superior a quinze dias, a contar da conclusão da perícia.

Art. 12. O juiz proferirá sentença na audiência de instrução e

julgamento ou nos trinta dias subseqüentes, indicando os fatos que motivaram o seu convencimento.

§ 1º Ao fixar o valor da indenização, o juiz considerará, além dos laudos periciais, outros meios objetivos de convencimento, inclusive a pesquisa de mercado.

§ 2º O valor da indenização corresponderá ao valor apurado na data da perícia, ou ao consignado pelo juiz, corrigido monetariamente até a data de seu efetivo pagamento.

§ 3º Na sentença, o juiz individualizará o valor do imóvel, de suas benfeitorias e dos demais componentes do valor da indenização.

§ 4º Tratando-se de enfiteuse ou aforamento, o valor da indenização será depositado em nome dos titulares do domínio útil e do domínio direto e disputado por via de ação própria.

Art. 13. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado e, em ambos os efeitos, quando interposta pelo expropriante.

§ 1º A sentença que condenar o expropriante, em quantia superior a cinqüenta por cento sobre o valor oferecido na inicial, fica sujeita a duplo grau de jurisdição.

§ 2º No julgamento dos recursos decorrentes da ação desapropriatória não haverá revisor.

Art. 14. O valor da indenização, estabelecido por sentença, deverá ser depositado pelo expropriante à ordem do juízo, em dinheiro, para as benfeitorias úteis e necessárias, inclusive culturas e pastagens artificiais e, em Títulos da Dívida Agrária, para a terra nua.

Art. 15. Em caso de reforma de sentença, com o aumento do valor da indenização, o expropriante será intimado a depositar a diferença, no prazo de quinze dias.

(16)

da sentença, será levantada a indenização ou o depósito judicial, deduzidos o valor de tributos e multas incidentes sobre o imóvel, exigíveis até a data da imissão na posse pelo expropriante.

Art. 17. Efetuado ou não o levantamento, ainda que parcial, da indenização ou do depósito judicial, será expedido em favor do expropriante, no prazo de quarenta e oito horas, mandado translativo do domínio para o Cartório do Registro de Imóveis competente, sob a forma e para os efeitos da Lei de Registros Públicos. (Redação dada pela LCP 88, de 23/12/96)

Parágrafo único. O registro da propriedade nos cartórios competentes far-se-á no prazo improrrogável de três dias, contado da data da apresentação do mandado. (Incluído pela LCP 88, de 23/12/96)

Art. 18. As ações concernentes à desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária, têm caráter preferencial e prejudicial em relação a outras ações referentes ao imóvel expropriando, e independem do pagamento de preparo ou de emolumentos.

§ 1º Qualquer ação que tenha por objeto o bem expropriando será distribuída, por dependência, à Vara Federal onde tiver curso a ação de desapropriação, determinando-se a pronta intervenção da União.

§ 2º O Ministério Público Federal intervirá, obrigatoriamente, após a manifestação das partes, antes de cada decisão manifestada no processo, em qualquer instância.

Art. 19. As despesas judiciais e os honorários do advogado e do perito constituem encargos do sucumbente, assim entendido o expropriado, se o valor da indenização for igual ou inferior ao preço oferecido, ou o expropriante, na hipótese de valor superior ao preço oferecido.

§ 1º Os honorários do advogado do expropriado serão fixados em até vinte por cento sobre a diferença entre o preço oferecido e o

valor da indenização.

§ 2º Os honorários periciais serão pagos em valor fixo, estabelecido pelo juiz, atendida à complexidade do trabalho desenvolvido.

Art. 20. Em qualquer fase processual, mesmo após proferida a sentença, compete ao juiz, a requerimento de qualquer das partes, arbitrar valor para desmonte e transporte de móveis e semoventes, a ser suportado, ao final, pelo expropriante, e cominar prazo para que o promova o expropriado.

Art. 21. Os imóveis rurais desapropriados, uma vez registrados em nome do expropriante, não poderão ser objeto de ação reivindicatória.

Art. 22. Aplica-se subsidiariamente ao procedimento de que trata esta Lei Complementar, no que for compatível, o Código de Processo Civil.

Art. 23. As disposições desta lei complementar aplicam-se aos processos em curso, convalidados os atos já realizados.

Art. 24. Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário e, em especial, o Decreto-Lei nº 554, de 25 de abril de 1969.

Brasília, 6 de julho de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

(17)

Lei nº 8.629,

DE

25

DE FEVEREIRODE

1993

Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.

(ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: MPV 1.632-09, DE 12/02/98)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Esta lei regulamenta e disciplina disposições relativas à reforma agrária, previstas no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.

Art. 2º A propriedade rural que não cumprir a função social prevista no art. 9º é passível de desapropriação, nos termos desta lei, respeitados os dispositivos constitucionais.

§ 1º Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social.

§ 2º. Para os fins deste artigo, fica a União, através do órgão federal competente, autorizada a ingressar no imóvel de propriedade particular para levantamento de dados e informações, mediante comunicação escrita ao proprietário, preposto ou representante.

(Redação dada pela MPV 1.632-09, de 12/02/98)

§ 3º. Na ausência do proprietário, do preposto ou do representante, a comunicação será feita mediante edital, a ser publicado, por três vezes consecutivas, em jornal de grande circulação na capital do Estado de localização do imóvel. (Incluído pela MPV

1.577-04, de 02/10/97)

§ 4º. Não será considerada, para os fins desta Lei, qualquer modificação, quanto ao domínio, à dimensão e às condições de uso do imóvel, introduzida ou ocorrida até seis meses após a data da comunicação para levantamento de dados e informações de que trata o § 2º. (Incluído pela MPV 1.577-04, de 02/10/97)

Art. 3º (Vetado)

§ 1º (Vetado)

§ 2º (Vetado)

Art. 4º Para os efeitos desta lei, conceituam-se:

I - Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agro-industrial;

II - Pequena Propriedade - o imóvel rural:

a) de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais;

b) (Vetado)

c) (Vetado)

III - Média Propriedade - o imóvel rural:

a) de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais;

b) (Vetado)

Parágrafo único. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária a pequena e a média propriedade rural, desde que o seu proprietário não possua outra propriedade rural.

Art. 5º A desapropriação por interesse social, aplicável ao imóvel rural que não cumpra sua função social, importa prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária.

(18)

§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor ação de desapropriação.

§ 3º Os títulos da dívida agrária, que conterão cláusula assecuratória de preservação de seu valor real, serão resgatáveis a partir do segundo ano de sua emissão, em percentual proporcional ao prazo, observados os seguintes critérios:

I - do segundo ao quinto ano, quando emitidos para indenização de imóveis com área inferior a 40 (quarenta) módulos fiscais;

II - do segundo ao décimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área acima de 40 (quarenta) até 70 (setenta) módulos fiscais;

III - do segundo ao décimo quinto ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área acima de 70 (setenta) até 150 (cento e cinqüenta) módulos fiscais;

IV - do segundo ao vigésimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área superior a 150 (cento e cinqüenta) módulos fiscais.

Art. 6º Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão federal competente.

§ 1º O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável total do imóvel.

§ 2º O grau de eficiência na exploração da terra deverá ser igual ou superior a 100% (cem por cento), e será obtido de acordo com a seguinte sistemática:

I - para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos respectivos índices de rendimento estabelecidos pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea;

II - para a exploração pecuária, divide-se o número total de Unidades Animais (UA) do rebanho, pelo índice de lotação estabelecido pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea;

III - a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste artigo, dividida pela área efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), determina o grau de eficiência na exploração.

§ 3º Considera-se efetivamente utilizadas:

I - as áreas plantadas com produtos vegetais;

II - as áreas de pastagens nativas e plantadas, observado o índice de lotação por zona de pecuária, fixado pelo Poder Executivo;

III - as áreas de exploração extrativa vegetal ou florestal, observados os índices de rendimento estabelecidos pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea, e a legislação ambiental;

IV - as áreas de exploração de florestas nativas, de acordo com plano de exploração e nas condições estabelecidas pelo órgão federal competente;

V - as áreas sob processos técnicos de formação ou recuperação de pastagens ou de culturas permanentes, tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas, mediante documentação e Anotação de Responsabilidade Técnica. (Redação dada pela MPV 1.632-09, de 12/

02/98)

§ 4º No caso de consórcio ou intercalação de culturas, considera-se efetivamente utilizada a área total do consórcio ou intercalação.

(19)

§ 5º No caso de mais de um cultivo no ano, com um ou mais produtos, no mesmo espaço, considera-se efetivamente utilizada a maior área usada no ano considerado.

§ 6º Para os produtos que não tenham índices de rendimentos fixados, adotar-se-á a área utilizada com esses produtos, com resultado do cálculo previsto no inciso I do § 2º deste artigo.

§ 7º Não perderá a qualificação de propriedade produtiva o imóvel que, por razões de força maior, caso fortuito ou de renovação de pastagens tecnicamente conduzida, devidamente comprovados pelo órgão competente, deixar de apresentar, no ano respectivo, os graus de eficiência na exploração, exigidos para a espécie.

§ 8º São garantidos os incentivos fiscais referentes ao Imposto Territorial Rural relacionados com os graus de utilização e de eficiência na exploração, conforme o disposto no art. 49 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964.

Art. 7º Não será passível de desapropriação, para fins de reforma agrária, o imóvel que comprove estar sendo objeto de implantação de projeto técnico que atenda aos seguintes requisitos:

I - seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;

II - esteja cumprindo o cronograma físico-financeiro originalmente previsto, não admitidas prorrogações dos prazos;

III - preveja que, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área total aproveitável do imóvel seja efetivamente utilizada em, no máximo, 3 (três) anos para as culturas anuais e 5 (cinco) anos para as culturas permanentes;

IV - haja sido aprovado pelo órgão federal competente, na forma estabelecida em regulamento, no mínimo seis meses antes da comunicação de que trata o § 2o do art. 2o. (Redação dada pela MPV

1.632-09, de 12/02/98)

Parágrafo único. Os prazos previstos no inciso III deste artigo

poderão ser prorrogados em até 50% (cinqüenta por cento), desde que o projeto receba, anualmente, a aprovação do órgão competente para fiscalização e tenha sua implantação iniciada no prazo de 6 (seis) meses, contado de sua aprovação.

Art. 8º Ter-se-á como racional e adequado o aproveitamento de imóvel rural, quando esteja oficialmente destinado à execução de atividades de pesquisa e experimentação que objetivem o avanço tecnológico da agricultura.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo só serão consideradas as propriedades que tenham destinados às atividades de pesquisa, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área total aproveitável do imóvel, sendo consubstanciadas tais atividades em projeto:

I - adotado pelo Poder Público, se pertencente a entidade de administração direta ou indireta, ou a empresa sob seu controle;

II - aprovado pelo Poder Público, se particular o imóvel.

Art. 9º A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

§ 1º Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus de utilização da terra e de eficiência na exploração especificados nos §§ 1º a 7º do art. 6º desta lei.

(20)

disponíveis quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo da propriedade.

§ 3º Considera-se preservação do meio ambiente a manutenção das características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, na medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde e qualidade de vida das comunidades vizinhas.

§ 4º A observância das disposições que regulam as relações de trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como às disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais.

§ 5º A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais é a que objetiva o atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel.

§ 6º (Vetado.)

Art. 10. Para efeito do que dispõe esta lei, consideram-se não aproveitáveis:

I - as áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de reprodução e criação de peixes e outros semelhantes;

II - as áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração agrícola, pecuária, florestal ou extrativa vegetal;

III - as áreas sob efetiva exploração mineral;

IV - as áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas por legislação relativa à conservação dos recursos naturais e à preservação do meio ambiente.

Art. 11. Os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo

a levar em conta o progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional, pelos Ministros de Estado Extraordinário de Política Fundiária e da Agricultura e do Abastecimento, ouvido o Conselho Nacional de Política Agrícola. (Redação dada pela MPV

1.632-09, de 12/02/98)

Art. 12. Considera-se justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos: (Redação dada pela MPV 1.632-09,

de 12/02/98)

I - localização do imóvel;

II - aptidão agrícola;

III - dimensão do imóvel;

IV - área ocupada e ancianidade das posses;

V - funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias;

§ 1o Verificado o preço atual de mercado da totalidade do

imóvel, proceder-se-á à dedução do valor das benfeitorias indenizáveis a serem pagas em dinheiro, obtendo-se o preço da terra a ser indenizado em TDA. (Redação dada pela MPV 1.632-09, de 12/02/98)

§ 2o Integram o preço da terra as florestas naturais, matas

nativas e qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo o preço apurado superar, em qualquer hipótese, o preço de mercado do imóvel. (Redação dada pela MPV 1.632-09, de 12/02/98)

§ 3o O Laudo de Avaliação será subscrito por Engenheiro

Agrônomo com registro de Anotação de Responsabilidade Técnica -ART, respondendo o subscritor, civil, penal e administrativamente, pela super-avaliação comprovada ou fraude na identificação das informações. (Incluído pela MPV 1.632-09, de 12/02/98)

(21)

Art. 13. As terras rurais de domínio da União, dos Estados e dos Municípios ficam destinadas, preferencialmente, à execução de planos de reforma agrária.

Parágrafo único. Excetuando-se as reservas indígenas e os parques, somente se admitirá a existência de imóveis rurais de propriedade pública, com objetivos diversos dos previstos neste artigo, se o poder público os explorar direta ou indiretamente para pesquisa, experimentação, demonstração e fomento de atividades relativas ao desenvolvimento da agricultura, pecuária, preservação ecológica, áreas de segurança, treinamento militar, educação de todo tipo, readequação social e defesa nacional.

Art. 14. (Vetado.)

Art. 15. (Vetado.)

Art. 16. Efetuada a desapropriação, o órgão expropriante, dentro do prazo de 3 (três) anos, contados da data de registro do título translativo de domínio, destinará a respectiva área aos beneficiários da reforma agrária, admitindo-se, para tanto, formas de exploração individual, condominial, cooperativa, associativa ou mista.

Art. 17. O assentamento de trabalhadores rurais deverá ser efetuado em terras economicamente úteis, de preferência na região por eles habitada.

Parágrafo único. (Vetado.)

Art. 18. A distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária far-se-á através de títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de 10 (dez) anos.

Parágrafo único. O órgão federal competente manterá atualizado cadastro de áreas desapropriadas e de beneficiários da reforma agrária.

Art. 19. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente de estado civil, observada a seguinte ordem preferencial:

I - ao desapropriado, ficando-lhe assegurada a preferência para a parcela na qual se situe a sede do imóvel;

II - aos que trabalham no imóvel desapropriado como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatários;

III - aos que trabalham como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatários, em outros imóveis;

IV - aos agricultores cujas propriedades não alcancem a dimensão da propriedade familiar;

V - aos agricultores cujas propriedades sejam, comprovadamente, insuficientes para o sustento próprio e o de sua família.

Parágrafo único. Na ordem de preferência de que trata este artigo, terão prioridade os chefes de família numerosa, cujos membros se proponham a exercer a atividade agrícola na área a ser distribuída.

Art. 20. Não poderá ser beneficiário da distribuição de terras, a que se refere esta lei, o proprietário rural, salvo nos casos dos incisos I, IV e V do artigo anterior, nem o que exercer função pública, autárquica ou em órgão paraestatal, ou o que se ache investido de atribuição parafiscal, ou quem já tenha sido contemplado anteriormente com parcelas em programa de reforma agrária.

Art. 21. Nos instrumentos que conferem o título de domínio ou concessão de uso, os beneficiários da reforma agrária assumirão, obrigatoriamente, o compromisso de cultivar o imóvel direta e pessoalmente, ou através de seu núcleo familiar, mesmo que através de cooperativas, e o de não ceder o seu uso a terceiros, a qualquer título, pelo prazo de 10 (dez) anos.

Art. 22. Constará, obrigatoriamente, dos instrumentos translativos de domínio ou de concessão de uso cláusula resolutória que preveja a rescisão do contrato e o retorno do imóvel ao órgão alienante ou concedente, no caso de descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas pelo adquirente ou concessionário.

(22)

Art. 23. O estrangeiro residente no País e a pessoa jurídica autorizada a funcionar no Brasil só poderão arrendar imóvel rural na forma da Lei nº 5.709, de 7 de outubro de 1971.

§ 1º Aplicam-se ao arrendamento todos os limites, restrições e condições aplicáveis à aquisição de imóveis rurais por estrangeiro, constantes da lei referida no caput deste artigo.

§ 2º Compete ao Congresso Nacional autorizar tanto a aquisição ou o arrendamento além dos limites de área e percentual fixados na Lei nº 5.709, de 7 de outubro de 1971, como a aquisição ou arrendamento, por pessoa jurídica estrangeira, de área superior a 100 (cem) módulos de exploração indefinida.

Art. 24. As ações de reforma agrária devem ser compatíveis com as ações de política agrícola, e constantes no Plano Plurianual.

Art. 25. O orçamento da União fixará, anualmente, o volume de títulos da dívida agrária e dos recursos destinados, no exercício, ao atendimento do Programa de Reforma Agrária.

§ 1º Os recursos destinados à execução do Plano Nacional de Reforma Agrária deverão constar do orçamento do ministério responsável por sua implementação e do órgão executor da política de colonização e reforma agrária, salvo aqueles que, por sua natureza, exijam instituições especializadas para a sua aplicação.

§ 2º Objetivando a compatibilização dos programas de trabalho e propostas orçamentárias, o órgão executor da reforma agrária encaminhará, anualmente e em tempo hábil, aos órgãos da administração pública responsáveis por ações complementares, o programa a ser implantado no ano subseqüente.

Art. 26. São isentas de impostos federais, estaduais e municipais, inclusive do Distrito Federal, as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, bem como a transferência ao beneficiário do programa.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de fevereiro de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

(23)

Lei nº 9.777, de 29 de dezembro de 1998

Altera os arts. 132, 203 e 207 do Decreto-Lei 2.848, de 7-12-40 - Código Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 132, 203 e 207 do Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 132 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.”

“Art. 203 Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.”

“§ 1º Na mesma pena incorre quem:

I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.”

“Art. 207...

Pena - detenção de um a três anos, e multa.

“§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de dezembro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

(24)

Decreto n.º 1.538, 27 de junho de 1995

Cria o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, da Constituição.

DECRETA:

Art. 1º - É criado Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado – GERTRAF, com a finalidade de coordenar e implementar as providências necessárias à repressão do trabalho forçado.

Art. 2º - Compete ao GERTRAF:

I – elaborar, implementar e supervisionar programa integrado de repressão ao trabalho forçado;

II – coordenar a ação dos órgãos competentes para a repressão ao trabalho forçado, indicando as medidas cabíveis;

III – articular-se com a Organização Internacional do Trabalho – OIT e com os Ministérios Públicos da União e dos Estados, com vistas ao exato cumprimento da legislação pertinente;

IV – propor os atos normativos que se fizerem necessários à implantação do Programa previsto no inciso I.

Art.3º - O GERTRAF será subordinado à Câmara de Políticas Sociais do Conselho de Governo e integrado por um representante dos Ministérios:

I – do Trabalho;

II – da Justiça;

III – do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;

IV – da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária;

V – da Indústria, do Comércio e do Turismo.

§ 1º Poderão ser convidados a participar dos trabalhos do GERTRAF representantes de outros órgãos ou de entidades públicas ou privadas.

§ 2º Os membros do GERTRAF, e seus respectivos suplentes, serão designados pelo Ministro de Estado do Trabalho, mediante indicação dos Ministros de Estado a que estiverem subordinados.

§ 3º O Ministério do Trabalho prestará o apoio técnico-administrativo aos trabalhos do GERTRAF, cabendo ao seu representante coordenar as atividades do Grupo Executivo.

§ 4º A participação no GERTRAF será considerada serviço público relevante, não ensejando qualquer remuneração.

Art. 4º - O GERTRAF, no prazo de trinta dias, a contar de sua criação, elaborará e submeterá à aprovação do Ministro de Estado do Trabalho o regimento interno que disciplina o seu funcionamento.

Art. 5º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º - Revoga-se o Decreto de 3 de setembro de 1992, que institui o Programa de Erradicação do Trabalho Forçado e do Aliciamento de Trabalhadores (Perfor).

Brasília, 27 de junho de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

(25)

Decreto n.º 1.982, de 14 de agosto de 1996

Dá nova redação ao caput e aos incisos do art. 3º do Decreto n.º 1538, de 27 de junho de 1995, que cria o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, da Constituição;

DECRETA:

Art. 1º O caput e os incisos do art. 3º do Decreto n.º 1538, de 27 de junho de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3º O GERTRAF será subordinado à Câmara de Políticas Sociais do Conselho de Governo e integrado por um representante:

I

- do Ministério do Trabalho;

II- do Ministério da Justiça;

III- do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;

IV- do Ministério da Agricultura e do Abastecimento;

V- do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo;

VI- do Ministério da Previdência e Assistência Social;

VII- do Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário de Política Fundiária.”

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de agosto de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

(26)

Portaria n.º 549 de 14 de junho de 1995

Estabelece procedimentos para a atuação da fiscalização móvel, a que se refere o § 1º, do artigo 3º, do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto n.º 55.841, de 15 de março de 1965.

O Ministro de Estado do Trabalho, no uso das atribuições legais que lhe confere o inciso IV, do artigo 87, da Constituição Federal;

CONSIDERANDO que compete à União organizar, manter e executar a Inspeção do Trabalho, conforme dispõe o inciso XXIV, do artigo 21, da Constituição Federal;

CONSIDERANDO a necessidade de ação fiscal mais ágil e eficiente no que concerne às Normas de Proteção ao Trabalho, especialmente, visando coibir a prática de trabalho escravo, forçado e infantil;

CONSIDERANDO a necessidade de preparação de Agentes da Inspeção do Trabalho para operações dessa natureza,

RESOLVE:

Art. 1º - Atribuir competência à Secretaria de Fiscalização do Trabalho – SEFIT, para ouvida a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST, convocar Agentes da Inspeção do Trabalho para integrar Grupo Especial de Fiscalização Móvel, indicando o Coordenador de cada grupo.

Parágrafo Único – o Agente da Inspeção do Trabalho, especialmente, convocado ficará diretamente subordinado à SEFIT, pelo tempo necessário ao cumprimento da ação fiscal móvel e das atividades internas necessárias, pontuadas na forma da IN

Intersecretarial n.º 08, de 15 de maio de 1995.

Art. 2º - Os Grupos Especiais serão treinados e formados na atividade de campo, com atuação fiscal em todo território nacional, inclusive no que compete à Norma Regulamentadora n.º 3 da Portaria n.º 3214/78.

Art. 3º - Os Autos de Infração e Notificações para Depósito de Fundo de Garantia – NDFG, decorrentes da ação fiscal móvel terão prioridade na tramitação, sendo processados na Delegacia Regional do Trabalho da Unidade da Federação onde ocorreu a referida ação.

Parágrafo Único – O Coordenador do Grupo Especial encaminhará à SEFIT, relatório circunstanciado da ação fiscal móvel desenvolvida, anexando as respectivas cópias de Autos de Infração e Notificações para o Depósito do Fundo de Garantia – NDFG, no prazo máximo de sete dias após a conclusão da ação.

Art. 4º - A Autoridade Regional, da localidade onde estiver ocorrendo a ação fiscal móvel, dispensará ao Grupo Especial o apoio necessário ao desenvolvimento de suas tarefas externas e internas.

Art. 5º - Os veículos dos órgãos regionais, poderão ser a qualquer momento requisitados pela SEFIT, para atender fiscalização móvel rural, especialmente aqueles adquiridos com esta finalidade.

Parágrafo Único – A Autoridade Regional colocará à disposição do Grupo Especial, motorista oficial e os suprimentos de fundos necessários, sempre que solicitado pelo Coordenador.

Art. 6º - A atuação da fiscalização móvel poderá ser desenvolvida em conjunto com representantes do Ministério Público Federal e do Trabalho e do Departamento de Polícia Federal, na conformidade do Termo de Compromisso, firmado em 8 de novembro de 1994.

Art. 7º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

(27)

Portaria n.º 550, de 14 de junho de 1995

Cria grupo especial para a implantação da fiscalização móvel, a que se refere o § 1º, do artigo 3º, do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto n.º 55.841, de 15 de março de 1965.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso das atribuições legais que lhe confere o inciso IV do artigo 87 da Constituição Federal;

CONSIDERANDO a necessidade de se estatuir procedimentos com vistas à efetiva implantação da fiscalização móvel, estabelecida no § 1º, do artigo 3º, do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto 55.841, de 15 de maio de 1965,

RESOLVE:

Art. 1º - Criar, no âmbito do Ministério do Trabalho, sob a coordenação da Secretaria de Fiscalização do Trabalho – SEFIT, com a colaboração da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST, grupo especial para implantação da fiscalização móvel, nos termos do § 1º, do artigo 3º, do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto 55.841, de 15 de março de 1965, composto dos seguintes Agentes da Inspeção do Trabalho:

- Mário Pedro Lorenzoni - CIF 00968-7

- Eduardo de Barros Vieira - CIF 01927-5

- Celso Martins Costa - CIF 01619-7

- José Pedro Alencar - CIF 00977-6

- Alano Batista Maranhão - CIF 40030-1

- Leandro Ramalho França Silva - CIF 30341-1

- Hyram Ribeiro Freire de Carvalho - CIF 30033-1

Art. 2º - Este grupo especial terá as seguintes atribuições:

a) formar outros grupos especiais para a atuação fiscal móvel, visando, especialmente, potencializar o combate ao trabalho escravo, forçado e infantil;

b) apresentar à SEFIT, no prazo de trinta dias, as metodologias e procedimentos adequados para a implantação da fiscalização móvel;

c) iniciar a formação dos grupos especiais, imediatamente após o cumprimento das providências a que se refere a letra “b”, devendo no prazo de noventa dias, ter formado e treinado pelo menos seis grupos iniciais, que agirão como multiplicadores para formação e treinamento dos grupos subsequentes;

d) atuação fiscal plena em todo o território nacional.

Art. 3º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

(28)

Portaria n.º 101, de 26 de janeiro de 1996

Dispõe sobre o encaminhamento de relatório de fiscalização do trabalho rural ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, para os fins da Lei Complementar n.º 76, de 06 de junho de 1993.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

Considerando que, em muitas propriedades rurais, os trabalhadores têm sido submetidos diuturnamente, a formas degradantes de trabalho, desrespeitando-se os direitos trabalhistas básicos;

Considerando que as disposições que regulam as relações de trabalho têm sido reiteradamente infringidas nas propriedades rurais, apesar da ação da fiscalização do trabalho, descaracterizando-se a função social da propriedade;

Considerando que, de acordo com o art. 184, caput da Carta Magna, compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social;

Considerando que a função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, aos requisitos de: aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente, observância das disposições que regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores, conforme o art. 186 da Constituição Federal;

Considerando que, de acordo com a Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, art. 9º, § 4, a observância das disposições que regulam as relações de trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho como às disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parcerias rurais;

Considerando que, nos termos da referida Lei, a exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais é que objetiva o atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais ao imóvel;

Considerando que, nos termos do art. 2º da Lei n.º 8.629/93, a propriedade rural que não cumprir a função social é passível de desapropriação, respeitados os dispositivos constitucionais;

Considerando que a ação da desapropriação é proposta pelo órgão federal executor da reforma agrária, resolve:

Art. 1º O Ministério do Trabalho ao constatar, por via da Fiscalização, que em função dos dispositivos violados, os trabalhadores naquela propriedade, são submetidos a formas degradantes de trabalho, desvirtuando a função social da propriedade, encaminhará relatório circunstanciado ao Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária – INCRA, a fim de subsidiar a proposta de ação de desapropriação, de acordo com o art. 2º, § 1º, da Lei Complementar n.º 76, de 06 de junho de 1993.

Art. 2º Para os fins previstos no artigo 1º desta Portaria, a Secretaria de Fiscalização do Trabalho – SEFIT ou a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST, à vista dos relatórios expedidos pela fiscalização móvel, verificará a reincidência no descumprimento dos normas das normas trabalhistas básicas e as de segurança e saúde e emitirá relatório circunstanciado.

Parágrafo único – O relatório será instruído com cópias autênticas dos autos de infração lavrados e cópias das decisões proferidas na forma do parágrafo único do art. 635 da Consolidação

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das Leis do Trabalho 0 CLT, bem como cópias das notificações e orientações emitidas pelo agente da inspeção do trabalho.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

(30)

Portaria n.º 369, de 26 de março de 1996

Institui a Coordenação Nacional, as Coordenações Regionais e estabelece procedimentos adequados às ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais que lhe confere o inciso IV, do artigo 87, da Constituição Federal e

CONSIDERANDO que compete à União organizar, manter e executar a Inspeção do Trabalho, conforme dispõe o inciso XXIV, do artigo 21, da Constituição Federal;

CONSIDERANDO a necessidade de consolidar a Polícia Nacional de Fiscalização com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento das Relações do Trabalho, por intermédio de ações dirigidas, ágeis e eficientes, como instrumento de transformações social;

CONSIDERANDO a necessidade de estruturar, de forma descentralizada, os Grupos Especiais de Fiscalização Móvel., conforme estabelecem as Portarias n.º 549, de 14 de junho de 1995 e a de n.º 550, de 14 de junho de 1995;

CONSIDERANDO a necessidade de coibir a prática de formas degradantes de trabalho,

RESOLVE:

Art. 1º Criar, no âmbito do Ministério do Trabalho, a Coordenação Nacional e as Coordenações Regionais, com o objetivo de planejar e coordenar ações dos Grupos Especiais de Fiscalização Móvel nos termos do § 1º do artigo 3º do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo Decreto n.º 55.841, de 15 de março de 1965.

Art. 2º As Coordenações Regionais estarão submetidas a uma Coordenação Nacional, vinculada à Secretaria de Fiscalização do Trabalho, a qual atuará em conjunto com a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.

Art. 3º A Coordenação Nacional terá as seguintes atribuições:

I – coordenar e supervisionar as atividades das Coordenações Regionais;

II – estruturar e apoiar tecnicamente as Coordenações Regionais;

III – gerenciar, definir ações e divulgar resultados das atividades desenvolvidas;

IV – planejar ações articuladas com outras entidades em nível nacional;

V – disponibilizar recursos para atender às demandas das Coordenações Regionais;

VI – promover reuniões periódicas com as Coordenações Regionais e outras entidades.

Art. 4º As Coordenações Regionais terão as seguintes atribuições:

I – prestar apoio técnico ao Grupo de Repressão ao Trabalho Forçado – GETRAF, criado pelo Decreto n.º 1.538, de 27 de junho de 1995;

II – planejar e executar ações articuladas com outras entidades;

III - estruturar e apoiar tecnicamente as equipes de trabalho;

IV – elaborar diagnóstico de sua respectiva região sobre questões relativas às formas degradantes de trabalho, encaminhando relatório à Coordenação Nacional, no prazo por ela fixado;

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desenvolvidas, no âmbito de sua competência;

VI – convocar quando necessário e através da Coordenação Nacional, Agentes da Inspeção do Trabalho para execução de ações específicas;

VII – solicitar recursos à Secretaria de Fiscalização do Trabalho – SEFIT e à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST, para a execução das ações necessárias;

VIII - promover reuniões periódicas com as equipes e outras entidades, sempre que se fizer necessário;

IX – elaborar relatório de cada ação fiscal móvel e enviar à Secretaria de Fiscalização do Trabalho – SEFIT;

X – acompanhar a tramitação dos processos de multas originárias da Fiscalização Móvel, inclusive para a caracterização da reincidência, com vistas à adoção das medidas previstas na Portaria n.º 101, de 12 de janeiro de 1996.

Art. 5º Caberá ao Secretário de Fiscalização do Trabalho, na condição de Coordenador Nacional, de comum acordo com o Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho, designar dentre o quadro de Agentes da Inspeção do Trabalho Coordenadores e Subcoordenadores Regionais.

§ 1º Para efeito deste artigo, serão designados 1 (um) Coordenador e 1 (um) Subcoordenador para cada uma das regiões, assim divididas:

REGIÃO 01

Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, Roraima e Amapá.

REGIÃO 02

Piauí, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

REGIÃO 03

Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

REGIÃO 04

Mato Grosso, Rondônia e Tocantins.

REGIÃO 05

Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

REGIÃO 06

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

§ 2º Os Coordenadores Regionais ficarão permanentemente em “atividade especial”, conforme previsto no item 6, alínea f, da Instrução Normativa Intersecretarial n.º 08, de 15 de maio de 1995, encaminhando relatórios quinzenais à Coordenação Nacional, sem prejuízo da obrigatoriedade de preenchimento e encaminhamento de Relatório Especial (RE – SFIT) à Delegacia Regional do Trabalho de sua lotação.

§ 3º Os Subcoordenadores Regionais ficarão em “atividade especial” apenas durante o tempo necessário ao cumprimento das tarefas solicitadas pelos Coordenadores Regionais, ao final das quais retornarão às suas atividades normais , sendo necessário a apresentação à Coordenação Regional de relatório específico quanto à cada tarefa realizada, sem prejuízo da obrigatoriedade de preenchimento e encaminhamento de Relatório Especial (RE – SFIT) à Delegacia Regional do Trabalho de sua lotação, relativo ao tempo permanecido à disposição da Coordenação Regional.

Art. 6º Os Subcoordenadores Regionais prestarão apoio aos Coordenadores Regionais no desempenho de suas atribuições, substituindo-os nos seus afastamentos e impedimentos legais.

Art. 7º Os Grupos Especiais de Fiscalização Móvel terão as seguintes atribuições:

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I – participar do planejamento e execução das ações fiscais;

II – participar das reuniões regionais de avaliação;

III – atender a convocação da Coordenação Regional;

IV – exercer a mediação para solução dos conflitos coletivos decorrentes de cada operação;

V – elaborar relatório conjunto sob orientação do Coordenador ou Subcoordenador Regional.

Art. 8º As Delegacias Regionais do trabalho prestarão apoio administrativo necessário ao desenvolvimento das atividades internas e externas das Coordenações Regionais.

Art. 9º A atuação dos Grupos Especiais de Fiscalização Móvel poderá ser desenvolvida em conjunto com representantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Departamento de Polícia Federal, em conformidade com o Termo de Compromisso firmado em 8 de novembro de 1994 com o Ministério do Trabalho.

Art. 10. Caberá à Secretaria de Fiscalização do Trabalho, ouvida a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, a expedição dos atos complementares necessários ao fiel cumprimento da presente Portaria.

Art. 11. Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

PAULO PAIVA

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