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PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA QUALIDADEDA OBRA

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PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA

A AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA

QUALIDADEDA OBRA

Alberto Casado Lordsleem Júnior (UPE)

alberto.casado@oi.com.br Carolina Mendonça de Moraes Duarte (UPE) carol-md@uol.com.br Eliana Cristina Barreto Monteiro (UPE) nana.monteiro@uol.com.br

A busca pela modernização e a abertura da economia brasileira, com foco na qualidade e produtividade, atinge também o setor da construção civil. Isto pode ser evidenciado com a crescente mobilização pela certificação de sistema de gestão daa qualidade pelas construtoras brasileiras. Os referenciais normativos voltados ao setor da construção são baseados na norma ISO 9001:2000, sendo fortemente ancorados na medição de desempenho para a melhoria da eficácia dos processos. Nesse contexto, o presente trabalho descreve a metodologia desenvolvida para avaliar quantitativamente a qualidade da obra. A pesquisa realizada buscou identificar e ponderar os parâmetros mais relevantes que caracterizam a qualidade de uma obra, cuja composição permitiu a proposição de um indicador simples e prático de avaliação de desempenho. Para tanto, adotou-se a consecução da pesquisa em 03 etapas distintas: a primeira etapa consistiu no desenvolvimento e aplicação piloto da metodologia em 03 obras distintas; a segunda etapa decorreu das observações e dos resultados preliminares, a partir dos quais se buscou o refinamento das variáveis utilizadas na avaliação em 05 empresas construtoras e, na terceira etapa, aplicou-se a metodologia modificada em mais 03 obras durante 03 meses. Os resultados obtidos através do indicador e das observações efetuadas permitiram a identificação e ponderação dos parâmetros mais importantes para a avaliação da qualidade da obra, além da realização de análise comparativa entre as obras das empresas participantes da pesquisa.

Palavras-chaves: Indicador de desempenho, qualidade, obra, gestão da construção

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2 1. Introdução

A indústria da construção civil vem atravessando uma fase de transformações, visando a uma melhoria da qualidade de seus processos e produtos. Esse fato se deve à necessidade de sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo, caracterizado principalmente pela expansão do setor imobiliário.

De acordo com Lordsleem Jr., Franco e Bezerra (2007), tem-se observado novas formas de organização e atuação no setor, fortemente marcada pelo aumento do market share, expansão geográfica e diversificação através da realização de parcerias, joint ventures, perspectivas de investimentos públicos em habitação, oferta de ações das empresas em bolsa de valores, aumento da oferta de crédito imobiliário pelas instituições bancárias e a entrada de capital estrangeiro.

Notadamente, segundo Valor Econômico (2007), o crédito imobiliário praticamente dobrou no ano de 2006, atingindo R$ 9,5 bilhões, sendo que o mês de dezembro teve o maior volume de empréstimos em 20 anos - R$ 1,03 bilhão. Pela primeira vez em 18 anos, o mercado imobiliário superou 100 mil unidades financiadas, com 115,5 mil; considerando os recursos do Fundo de Garantia para habitação popular repassados pela Caixa Econômica Federal, o total aplicado no setor imobiliário chegou a R$ 16,3 bilhões.

É este o cenário em que se inserem hoje as empresas de construção, no qual o acirramento da competição está ainda associado à obrigação vital de atendimento às exigências dos clientes, consumidores, acionistas, parceiros, investidores e da sociedade. Como conseqüência, percebe-se o aumento do interesse pelo acompanhamento do desempenho das empresas construtoras; tanto pelos diversos agentes participantes do empreendimento, como também pelas demais partes interessadas.

2. Referencial teórico

Segundo Souza et al. (1995), os indicadores consistem em expressões quantitativas que representam uma informação gerada, a partir da medição e avaliação de uma estrutura de produção, dos processos que a compõem e/ou dos produtos resultantes. Os indicadores servem para: controle, previsão, estimativa, tomada de decisão, identificação de problemas, solução de problemas, avaliação de melhorias.

Diversos autores (LORDSLEEM JR., 2002; LANTELME e FORMOSO, 2003; SOUZA, 2005) enfatizam a importância da medição de desempenho através de indicadores para a obtenção de eficiência e eficácia nos diversos processos que constituem o sistema de produção das empresas.

Particularmente, os objetivos da qualidade medidos e quantificados através de indicadores, permitem expressar a evolução de um determinado processo, produto ou negócio da empresa, sendo fundamentais para o monitoramento do Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ e, conseqüentemente, do progresso da empresa.

Conforme Lantelme e Formoso (2003), o setor da construção civil no Brasil já reconhece a importância da implementação de sistemas de medição de desempenho. A importância é principalmente percebida nas empresas que vêm investindo em programas formais para melhoria de desempenho e certificação de sistemas de qualidade.

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forneça informações quantitativas da qualidade das obras de construção. Essa situação decorre, provavelmente, da complexidade em se ter apenas um indicador representativo da qualidade e a quantidade de variáveis envolvidas na definição da qualidade de uma obra. Diante do exposto, a metodologia a seguir apresentada visa dar uma contribuição para que as construtoras tenham disponível ferramenta inovadora inserida nos seus SGQ’s, servindo para apoiar as decisões e também alertando sobre a necessidade de intervenção nos diversos níveis hierárquicos das empresas (estratégico, tático e operacional).

3. Objetivo

Este artigo tem por objetivo descrever o desenvolvimento e a implantação de uma metodologia para a avaliação quantitativa da qualidade das obras. A pesquisa realizada buscou identificar e ponderar os parâmetros mais relevantes que caracterizam a qualidade de uma obra e seu desenvolvimento foi motivado pela premissa da necessidade em estabelecer indicador de desempenho quantitativo para medir a qualidade das obras de construção, tendo em vista a inexistência de metodologia específica.

Tal premissa fundamenta-se no fato de que as avaliações dos Sistemas de Gestão da Qualidade realizadas através das auditorias internas e externas (certificação e manutenção) resultam em informações qualitativas e/ou não permitem expressar quantitativamente a qualidade das obras.

4. Metodologia

A metodologia utilizada para o desenvolvimento desta pesquisa consistiu num estudo de caso subdividido em 03 etapas distintas, quais sejam:

− etapa 01: aplicação piloto de metodologia de avaliação da qualidade da obra;

− etapa 02: adaptação e aprimoramento da metodologia: composição e ponderação dos critérios (parâmetros) de qualidade da obra;

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A etapa 01 consistiu na aplicação piloto da metodologia de avaliação quantitativa da qualidade da obra em 03 empreendimentos de uma empresa construtora da cidade de São Paulo, durante o período de 03 meses.

Na etapa 02, a metodologia aplicada de forma piloto foi aprimorada e adaptada, considerando os resultados e as observações preliminares obtidos. Além disso, os critérios de avaliação da qualidade foram refinados através de uma pesquisa complementar junto a 05 empresas construtoras, buscando ponderar os requisitos mais importantes considerados na avaliação da qualidade de uma obra

Em seguida, numa terceira etapa, foi possível aplicar a metodologia modificada em outras 03 obras de diferentes empresas construtoras, durante 03 meses, desta feita na cidade do Recife/PE.

A seguir essas etapas são detalhadamente descritas, preservando-se a identificação das empresas e das obras constituintes da pesquisa.

5. Análise de resultados

5.1 Etapa 01 - desenvolvimento e aplicação piloto da metodologia de avaliação quantitativa

O desenvolvimento da metodologia de avaliação quantitativa da qualidade das obras objetivou inicialmente servir como ferramenta gerencial de acompanhamento e verificação sistemáticos da adequação e utilização do Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ.

Para tanto, foi criado o Indicador de Qualidade Ponderado – IQP, resultante da coleta de dados efetuada em cada avaliação (visita) na obra e o Indicador de Qualidade Ponderado Mensal - IQPM, resultante da média mensal do IQP em cada obra (média aritmética das visitas realizadas em um mesmo mês).

A tabela 1 apresenta os critérios de avaliação, a descrição e a ponderação dos pesos constituintes da metodologia.

Critérios de avaliação Descrição Pesos

Treinamento P, PES, FVS, FVM e Política da qualidade 10% Plano da qualidade da obra Site na internet, projeto do canteiro, segurança do trabalho 5% Planejamento da execução da obra Planejamento da execução da obra 5%

Projeto

Coordenação de projeto

10% Análise crítica de projeto (registros)

Controle de revisão e distribuição de projeto

Aquisição Informações para aquisição, TEM 5%

Controle de operações e fornecimento de serviço

Acompanhamento do serviço por FVS 40% Visto associando FVS à medição

Acompanhamento do material por FVM

20% Identificação de materiais armazenados

Armazenamento de materiais (TAM) Rastreabilidade e laudos

Controle de dispositivos de medição e

monitoramento Verificação e calibração de equipamentos de medição 5% Onde: P: Procedimento; PES: Procedimento de Execução de Serviço; FVS: Ficha de Verificação de Serviço; FVM: Ficha de Verificação de Material; TEM: Tabela de Especificação de Material; TAM: Tabela de Armazenamento de Material.

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Os pontos atribuídos a cada critério de avaliação, durante a realização das visitas, foram assim distribuídos:

− 0 (zero): o processo está em não conformidade grave ou não existe; − 5 (cinco): o processo existe, porém necessita atualização/correção; − 10 (dez): o processo está conforme.

As seguintes orientações foram consideradas na aplicação dos pontos em cada critério de avaliação:

− treinamento (P, PES, FVS, FVM e Política da qualidade): verificação se estava sendo efetuado o acompanhamento e a atualização dos treinamentos, segundo uma periodicidade pré-estabelecida, de novos serviços e funcionários e a existência dos registros pertinentes; − plano de qualidade da obra:

site na internet: verificação se estava sendo atualizado e representava a realidade da obra;- projeto do canteiro: verificação se estava sendo atualizado e representava a realidade da obra, considerando o fluxo logístico;

segurança do trabalho: verificação da existência, atualização e implantação do Programa de Controle do Meio Ambiente do Trabalho - PCMAT, Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO, cronograma de implantação das medidas de segurança, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e comunicação prévia de início da obra à Delegacia Regional do Trabalho - DRT.

planejamento da execução da obra: verificação do cumprimento das metas estabelecidas no cronograma na data da visita (avaliação), considerando a última reprogramação;

− projeto:

coordenação de projeto: verificação da existência do Cronograma de projeto, seu acompanhamento e atualização. Quando a coordenação está sendo desenvolvida externamente, verificar o acompanhamento de prazo;

análise crítica de projeto (registros): verificação da existência de evidências do acompanhamento das revisões de projetos na obra como e-mail, atas de reunião, fax ou no carimbo da própria planta;

controle de revisões e de distribuição de projetos: verificação se a planilha de controle das revisões de projetos está atualizada e a distribuição está conforme junto aos usuários. − aquisição: verificar em algumas Requisições de Fornecimento - RF se estão sendo

especificados os itens da TEM dos materiais controlados. − controle de operações e fornecimento de serviço:

acompanhamento dos serviços por FVS: verificar se as FVS representam/espelham a realidade da qualidade identificada nos serviços em execução e se estão sendo aplicadas no tempo correto da seqüência de liberação dos serviços e/ou suas etapas;

visto associando FVS à medição: quando aplicável no ato da medição dos serviços controlados, deverão ser vistadas as FVS correspondentes aos serviços que estão sendo medidos. Caso não possa associar a medição à verificação da FVS, verificar se, pelo menos mensalmente, o engenheiro responsável pela aprovação das medições efetua o fechamento das FVS e o acompanhamento das pendências.

acompanhamento do material por FVM: através da identificação dos materiais existentes no canteiro e seu adequado armazenamento estabelecido na TAM; além da rastreabilidade e laudos;

controle de dispositivos de medição e monitoramento: verificação e calibração de equipamentos de medição.

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A aplicação piloto da metodologia foi realizada durante o período de setembro a novembro de 2005, em 03 obras na cidade de São Paulo/SP, conforme apresenta a tabela 2.

Obra A Obra B Obra C

Tipo Unidade de Ensino Comercial Residencial

Número de funcionários (próprios

+ subcontratados) 305 100 45

Nº de pavimentos-tipo 8 25 24

Nº de pavimentos de garagem 2 3 2

Área total construída 20.377,00 m² 17.694,00 m² 11.140,00 m² Certificação NBR ISO 9001:2000 e SiQ-C NBR ISO 9001:2000 e SiQ-C NBR ISO 9001:2000 e SiQ-C Início e término da obra Dez/04 - Dez/05 Mai/04 - Nov/05 Jul/05 - Jan/07

Tabela 2 – Caracterização das obras pesquisadas em São Paulo/SP

A figura 1 apresenta os resultados obtidos durante os três meses de coleta de dados nas três obras em que a metodologia foi aplicada.

Setembro/05

3,4

8,3

7,1

O bra A O bra B O bra C

Outubro/05

5,0

8,5 9,0

O bra A O bra B O bra C

Novembro/05

5,8

8,3

7,0

O bra A O bra B O bra C

Critério de avaliação do IQPM: 0 até 4,9: qualidade CRÍTICA.

5 até 6,9: qualidade INSATISFATÓRIA. 7 até 10: qualidade SATISFATÓRIA.

Figura 1 – Resultados obtidos e critérios de avaliação do IQPM

Cabe ressaltar que os critérios de avaliação do IQP orientavam a necessidade de intervenção dos diversos níveis hierárquicos existentes, quais sejam: a qualidade crítica exigia a participação da superintendência em ações corretivas ainda não implementadas ou sem conscientização da obra; a qualidade insatisfatória exigia a participação da diretoria e demais gerências em ações que auxiliassem rapidamente à mudança da obra; enquanto, a qualidade satisfatória permitia à manutenção da condução de ações pela engenharia da obra.

Pode-se perceber pelos resultados apresentados na figura 1, a necessidade de intervenção na obra A. Particularmente, o detalhamento dos relatórios das visitas realizadas apontavam irregularidades em praticamente todos os critérios de avaliação no mês de setembro/05, o que culminou em ações que atenuaram a avaliação nos meses subseqüentes.

Outro aspecto analisado e resultante desta aplicação piloto, considerou a necessidade de ampliar a faixa de pontos atribuídos a cada critério de avaliação, atendendo à demanda

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estabelecida e as sugestões colocadas pelos engenheiros das obras participantes da pesquisa. 5.2 Etapa 02 - adaptação e aprimoramento da metodologia: composição e ponderação dos critérios (parâmetros) de qualidade da obra

A partir dos resultados obtidos na aplicação piloto, percebeu-se a necessidade de um refinamento da avaliação, visto que os critérios de pontos adotados apresentaram-se muito restritos. Assim, os critérios anteriormente utilizados para avaliar a qualidade da obra (0, 5 ou 10 pontos), foram substituídos por valores mais abrangentes, como apresentado na tabela 3. Observou-se ainda a possibilidade da introdução de uma classificação qualitativa (péssima, ruim, fraca, regular, boa e ótima) associada ao IQP ou ao IQPM obtidos, gerando uma subdivisão da situação da qualidade da obra.

Critério de pontos Resultado Qualidade Situação

0: o processo não existe. 0 PÉSSIMA

CRÍTICA (0,0 a 4,9)

2: o processo está em não conformidade grave. 0,1 a 2,9 RUIM 5: o processo existe, porém não esta sendo

aplicado corretamente ou em sua totalidade. 3,0 a 4,9 FRACA 7: o processo existe, porém necessita de

pequena atualização ou correção. 5,0 a 6,9 REGULAR

INSATISFATÓRIA (5,0 a 6,9)

9: o processo esta conforme, porém é possível

implementar melhoria. 7,0 a 8,9 BOA SATISFATÓRIA

(7,0 a 10,0)

10: o processo está conforme. 9,0 a 10 ÓTIMA

Tabela 3 – Novos critérios de pontos, de resultados e da situação da qualidade

Percebeu-se também a necessidade de adequação dos pesos atribuídos aos critérios de avaliação, possibilitando a calibração dos pontos à percepção de importância do que efetivamente interessa à qualidade da obra. Para tanto, foi desenvolvido um elemento operacional (questionário), posteriormente aplicado em cinco empresas construtoras da cidade do Recife/PE, junto aos Representantes da Direção e engenheiros de obras, o qual considerou a coleta dos seguintes dados:

− identificação e caracterização da empresa e da obra: levantamento das principais características de cada empresa e obra participante da pesquisa;

− planilha de avaliação da qualidade: ponderação dos critérios de avaliação da qualidade mais relevantes a serem avaliados numa obra.

Os critérios de avaliação foram estabelecidos tomando-se por base os requisitos da norma “Sistema de Certificação de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil – SiAC (Especialidade Técnica Execução de Obras)”, pertencente ao Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H, 2007).

A tabela 4 apresenta os critérios de avaliação selecionados aplicados na pesquisa e os resultados obtidos para a ponderação da importância na qualidade da obra.

Critérios de avaliação

(Requisitos SiAC) Descrição Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 dos Pesos Média

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Política da Qualidade.

Infra - Estrutura Infra - Estrutura 5% 10% 10% 15% 10% 10%

Planejamento da Obra

Plano da Qualidade da Obra (Projeto

do Canteiro, Segurança do Trabalho) 15% 20% 20% 30% 20% 21% Planejamento Físico

Projeto Controle de alterações de projeto Análise crítica de projetos 10% 10% 10% 10% 20% 12%

Aquisição Informações para aquisição 15% 10% 25% 10% 5% 13%

Operações de produção e fornecimento de Serviço Controle de operações (FVS, FVM, Tempo adequado) 20% 15% 10% 15% 15% 15% Validação de processos (Concreto,

Argamassa) Identificação e Rastreabilidade Preservação do Produto (Armazenamento e Proteção de Serviços) Melhoria Ação corretiva 10% 10% 10% 10% 10% 10% Ação preventiva

Controle de materiais e de serviços de execução controlados de da obra

100% 100% 100% 100% 100% 100% Tabela 4 – Critérios de avaliação (requisitos SiAC) e pesos modificados: resultados obtidos na etapa 2

Cabe ressaltar que as orientações utilizadas na primeira etapa para a aplicação dos pontos em cada critério de avaliação foram mantidas nessa segunda etapa.

A partir dos resultados apresentados na tabela 4, verifica-se que são poucas as diferenças entre os pesos para os critérios de avaliação estabelecidos pelas empresas participantes da pesquisa. No entanto, comparando-se os resultados apresentados na tabela 4 com aqueles ilustrados na tabela 1, percebem-se diferenças expressivas nos seguintes critérios de avaliação: recursos humanos, planejamento da obra e operações de produção e fornecimento de serviço.

É importante salientar que essas diferenças podem ser justificadas pelo contexto de aplicação da avaliação, no qual as empresas objetivaram maximizar distintamente a importância de um critério em detrimento do outro. Outro aspecto a ser salientado diz respeito à introdução de novos critérios de avaliação, anteriormente não considerados, como infra-estrutura e melhorias.

5.3 Etapa 03 – aplicação da metodologia simplificada

Após o aprimoramento e adaptação da metodologia, deu-se início à aplicação e coleta de dados nas obras. Para tanto, foram selecionadas obras de 03 empresas dentre as participantes da segunda etapa da pesquisa.

A tabela 5 apresenta as informações coletadas em cada obra, bem como algumas de suas principais características.

Obra 1 Obra 2 Obra 3

Tipo Residencial Residencial Residencial

Número de funcionários

(próprios + subcontratados) 28 29 85

Nº de pavinentos-tipo 28 21 17

Nº de pavimentos garagem 2 2 4

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Certificação da empresa NBR ISO 9001:2000 e SiAC NBR ISO 9001:2000 e SiAC NBR ISO 9001:2000 e SiAC Início e término da obra Jan/06 - Mai/09 Jun/06 - Dez/09 Jan/05 - Abr/08

Tabela 5 – Caracterização das obras pesquisadas na cidade do Recife/PE

A figura 2 apresenta os resultados obtidos na coleta de dados nas três obras em que a metodologia foi aplicada na cidade do Recife/PE.

Obra 1 Obra 2 Obra 3

8,7 9,2 9,1 Mês 01 Mês 02 Mês 03 6,9 5,4 6,0 Mês 01 Mês 02 Mês 03 7,2 8,8 8,8 Mês 01 Mês 02 Mês 03

Figura 2 – Resultados obtidos do IQP nas 03 obras de Recife/PE nos 03 meses de aplicação da metodologia

A tabela 6 apresenta uma análise comparativa entre os IQP’s de uma mesma obra, considerando os 02 fatores de ponderação: o primeiro referente à ponderação individual dada pela empresa na etapa de aprimoramento da metodologia, e o segundo o peso médio obtido das 05 empresas participantes.

IQP Obra 1 IQP Obra 2 IQP Obra 3

PI PM PI PM PI PM

Mês 01 8,9 8,7 6,8 6,9 7,5 7,2

Mês 02 9,1 9,2 5,5 5,4 8,6 8,8

Mês 03 9,1 9,1 6,1 6,0 8,9 8,8

Onde: PI – Peso Individual estabelecido pela empresa; PM – Peso médio. Tabela 6 – Ponderação individual x Ponderação média

Pode-se perceber pelos resultados obtidos e apresentados na tabela 6 que, há pouca diferença entre o IQP de uma mesma empresa considerando a ponderação própria estabelecida ou a média do conjunto. Essa situação se deve preponderantemente ao fato de que os pesos estabelecidos por cada uma das empresas serem próximos da média do conjunto.

Outro aspecto importante observado diz respeito à aproximação dos resultados quantitativos da avaliação qualitativa. Essa percepção está embasada na análise comparativa efetuada na oportunidade em que foram realizadas as visitas nas obras.

6. Conclusão

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qualidade de uma obra, permitindo ao usuário indicar as possíveis fontes de melhorias a serem contempladas para que a empresa possa considerar em sua análise e levar adiante as ações julgadas necessárias.

De um modo geral, na análise dos resultados obtidos é importante levar em consideração: − a ponderação utilizada no indicador deve ser calibrada conforme a finalidade a que se

destina, entre outras: promover a efetiva aplicação de um procedimento, conscientizar sobre a importância dada pela empresa ao cumprimento de algum processo ou atividade, verificar a uniformidade do SGQ da empresa em todas as obras, orientar a aplicação dos recursos disponíveis;

− os resultados obtidos quantitativamente aproximam-se da avaliação qualitativa. Essa percepção, particularmente, foi efetuada na oportunidade em que foram realizadas as visitas nas obras;

− o indicador pode ser um elemento de busca de inovações tecnológicas, visto que identifica focos específicos de atuação (critérios de avaliação);

− o indicador pode ser utilizado como benchmarking, permitindo a avaliação comparativa entre as obras da empresa (benchmarking interno) e desta com as obras de outras empresas (benchmarking externo);

− a metodologia é inovadora e pioneira, devendo ser utilizada com critério, merecendo os devidos ajustes em função da experiência em seu emprego e das particularidades de cada empresa.

Cabe destacar que a metodologia proposta está inserida num contexto de realização de visitas técnicas regulares (periódicas) pelo Representante da Direção (RD) para implantação, acompanhamento, manutenção e melhoria do SGQ nos canteiros de obras.

A aplicação da avaliação não deve ser o foco principal de atuação do RD na obra, mas o resultado das atividades desenvolvidas durante as visitas técnicas, sendo aplicada apenas ao final dessas atividades (discussão de procedimentos, treinamentos, acompanhamento da programação da obra, entre outras).

É importante citar que a avaliação deve ser utilizada com o propósito de balizar a necessidade de ações e em qual nível as mesmas devem ser adotadas, constituindo-se na ferramenta operacional de atuação em obra e de gestão para indicar a necessidade de correções e melhorias no SGQ.

Referências

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Referências

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