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NOTA TÉCNICA NOVA ESTRUTURA DE PONDERAÇÃO DOS IPC S

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Academic year: 2021

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NOTA TÉCNICA

NOVA ESTRUTURA DE PONDERAÇÃO DOS IPC’S

Dada a rapidez com que ocorrem as transformações sócio-econômicas, a construção de índices de preços requer uma estrutura de ponderação continuamente atualizada que permita identificar as mudanças ocorridas na estrutura de consumo ao longo do tempo.

A literatura que trata destes temas mostra que as economias em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, caracterizam-se por possuir estruturas de consumo pouco estáveis, em decor-rência, dentre outros fatores, de flutuações do nível e distribuição da renda, e também devido à introdução dos novos produtos no mercado. Em função disto, apesar dos altos custos envolvi-dos, é recomendável manter a base de ponderação dos índices de preços ao consumidor tão atu-alizada quanto possível.

A disponibilização da presente nota técnica tem por objetivo apresentar, a todos os usu-ários dos índices produzidos pela Fundação IPEAD/UFMG, as novas alterações efetuadas na estrutura de ponderação. Estas alterações foram baseadas nas informações sobre despesas fami-liares extraídas da POF de 2008/09 no município de Belo Horizonte.

1. IPCA – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO

Os resultados da POF 2009 mostraram um decréscimo de 11 produtos (-4,35%) para composição do IPCA, em decorrência do acréscimo de 63 novos produtos e da exclusão de 74 produtos, que perderam importância econômica significativa na estrutura deste índice.

A tabela 1 apresenta as variações observadas entre os pesos das estruturas de 2009 e 2003 para o IPCA. O peso do grupo Alimentação sofreu uma redução de 4,03 pontos percentu-ais, representando uma variação negativa de 22,47%. No grupo Não Alimentares, foi registrado um acréscimo de 4,03 pontos percentuais no seu peso, equivalente a um aumento de 4,91%.

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pesos nos demais subgrupos sendo, 39,24% para Habitação (15,29% ante 10,98%), 6,22%

Ali-mentação fora da residência e 4,26% no subgrupo Pessoais.

Em nível dos itens componentes do IPCA, só se verificou aumentos de pesos nos itens

Artigos de Residência (69,58%), Alimentação em Restaurante (25,94%), (22,30%) no item En-cargos e Manutenção, 6,14% em Despesas Pessoais e 2,45% para Saúde e Cuidados Pessoais.

A maior retração relativa de peso observada foi no item Bebidas em Bares e Restaurante (-58,32%), seguida por Produtos de Elaboração Primária (-36,73%), Produtos Industrializados 34,93%), Produtos In-natura 26,01%) e Transporte, comunicação, energia e IPTU (-8,05%).

Tabela 1: Estrutura POF 1996 versus Estrutura POF 2009 – IPCA

Estrutura Peso POF

2003 Peso POF 2009 Diferença Absoluta Variação (%) INDICE GERAL 100,00 100,00 - - ALIMENTACAO 17,94 13,91 -4,03 -22,47 ALIMENTACAO NA RESIDENCIA 12,61 8,26 -4,36 -34,55 PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 6,96 4,53 -2,43 -34,93

PROD. ELABORACAO PRIMARIA 4,25 2,69 -1,56 -36,73

PRODUTOS "IN-NATURA" 1,40 1,04 -0,36 -26,01

ALIMENTACAO FORA DO DOMICILIO 5,32 5,65 0,33 6,22

ALIMENTACAO EM RESTAURANTE 4,07 5,13 1,06 25,94

BEBIDAS EM BARES E RESTAURANTE 1,25 0,52 -0,73 -58,32

PRODUTOS NAO ALIMENTARES 82,06 86,09 4,03 4,91

HABITACAO 10,98 15,29 4,31 39,24

ENCARGOS E MANUTENCAO 7,05 8,62 1,57 22,30

ARTIGOS DE RESIDENCIA 3,93 6,67 2,74 69,58

PESSOAIS 44,19 46,07 1,88 4,26

VESTUARIO E COMPLEMENTOS 5,15 4,99 -0,16 -3,21

SAUDE E CUIDADOS PESSOAIS 9,41 9,64 0,23 2,45

DESPESAS PESSOAIS 29,62 31,44 1,82 6,14

PUBLICOS 26,90 24,73 -2,16 -8,05

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2. IPCR – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR RESTRITO

Os resultados da POF 2009 trouxeram o acréscimo de um produto (0,45%) para compo-sição do cálculo do IPCR, em decorrência do acréscimo de 76 novos produtos e da exclusão de 75 produtos, que perderam importância econômica significativa na estrutura deste índice.

Na tabela 2 são apresentadas as variações observadas entre os pesos das estruturas de 2009 e 2003 para o IPCR. O peso do grupo Alimentação caiu de 21,34% em 2003 para 18,58% em 2009 (-12,91%). Em conseqüência da perda de peso do grupo Alimentação, o grupo dos

Produtos Não-Alimentares apresentou um aumento de 2,76 pontos percentuais no seu peso,

correspondente a uma elevação de 3,50%.

Desagregando-se a estrutura do IPCR por subgrupo e análogo ao verificado no IPCA, o subgrupo Alimentação na Residência apresentou a queda mais acentuada dentre os subgrupos (-22,62%), seguido por Pessoais (-14,34%). Entre os demais subgrupos que compõem o índice, observou-se crescimento dos seus pesos, subgrupo Habitação registrou maior elevação relativa (34,11%), no subgrupo Públicos, verificou-se crescimento de 26,28% para 30,11% no seu peso (14,84%). O aumento de 13,95% na ponderação do subgrupo Alimentação Fora do Domicílio configurou-se como a menor alta dentre os cinco subgrupos componentes do IPCR.

O item Vestuário e Calçados foi o detentor da maior queda dentre os 11 itens que com-põem o IPCR (-31,81%) e o item Artigos de residência foi o que apresentou o maior aumento (42,32%) seguido do item Alimentação em Restaurante de 4,07% em 2003 para 5,29% (30,01%), assim como foi verificado no IPCA. Produtos de Elaboração Primária teve redução superior a 30% em seu peso de 6,12% para 4,24%. Os pesos dos itens Vestuário e calçados e

Bebidas em Bares e Restaurantes caíram 31,81% e 26,94%, respectivamente. O item Saúde e Cuidados Pessoais perdeu 1,86 ponto percentual de 8,67% em 2003 para 6,80%. Em 2003, o

peso do item Produtos Industrializados era 7,87% caindo para 6,34% em 2009. O peso do item

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Tabela 2: Estrutura POF 1996 versus Estrutura POF 2009 – IPCR

Estrutura Peso POF

2003 Peso POF 2009 Diferença Absoluta Variação (%) INDICE GERAL 100,00 100,00 - - ALIMENTACAO 21,34 18,58 -2,76 -12,91 ALIMENTACAO NA RESIDENCIA 15,68 12,10 -3,55 -22,62 PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 7,87 6,34 -1,53 -19,41

PROD. ELABORACAO PRIMARIA 6,12 4,24 -1,87 -30,61

PRODUTOS "IN-NATURA" 1,69 1,54 -0,15 -8,62 ALIMENTACAO FORA DO DOMICILIO 5,66 6,45 0,79 13,95

ALIMENTACAO EM RESTAURANTE 4,07 5,29 1,22 30,01

BEBIDAS EM BARES E RESTAURANTE 1,60 1,17 -0,43 -26,94

PRODUTOS NAO ALIMENTARES 78,66 81,42 2,76 3,50

HABITACAO 13,14 17,59 4,48 34,11

ENCARGOS E MANUTENCAO 8,18 10,56 2,38 29,13

ARTIGOS DE RESIDENCIA 4,96 7,06 2,10 42,32

PESSOAIS 39,24 33,76 -5,63 -14,34

VESTUARIO E COMPLEMENTOS 7,47 5,09 -2,38 -31,81

SAUDE E CUIDADOS PESSOAIS 8,67 6,80 -1,86 -21,49

DESPESAS PESSOAIS 23,10 21,72 -1,39 -6,01

PUBLICOS 26,28 30,11 3,90 14,84

TRANSP,COMUNIC,ENERGIA E IPTU 26,28 30,18 3,90 14,84

Cabe ainda destacar que, a partir da POF 2009, os pesos utilizados para o cálculo do IPCR referem-se às famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, em vez de 1 a 6 salários mí-nimos, como anteriormente. Tal alteração se deve, segundo o IBGE, ao fato de que, a nova fai-xa assegura uma cobertura de 50% das famílias com chefes assalariados, o que anteriormente era assegurado apenas quando se considerava as famílias com 1 a 6 salários mínimos. O IPCA continua contemplando as famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.

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3. CONCLUSÕES

Os resultados apresentados nesta nota técnica deixam clara, a grande importância da atualização dos pesos para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor de Belo Horizonte. A estrutura sócio-econômica segundo a POF de 2003, implícita no sistema de pesos que vinha sendo utilizada, já se encontrava desatualizada, não conseguindo expressar a efetiva estrutura de consumo da população. Desse modo, a implantação da nova estrutura para o IPCA e o IPCR, permite retratar de forma mais efetiva a trajetória da inflação na capital mineira.

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