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O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FACE DA CONCORDATA

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Academic year: 2021

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O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FACE DA

CONCORDATA

VASILIO, E. A.

RESUMO

O presente trabalho trata a respeito do plano de recuperação judicial, abordando suas vantagens perante a antiga lei de falência e concordata, em especial sobre recuperação das empresas. Analisando seus aspectos históricos e princípios, mostrando a necessidade da transição da antiga concordata para a nova recuperação de empresas, que abre a possibilidade de reestruturação das empresas economicamente viáveis que passam por dificuldades, e pela chamada crise econômico-financeira, buscando sempre a função social da empresa.

Palavras-chave: viabilidade, recuperação judicial, crise econômica.

ABSTRACT

The present work is about the plan of reorganization, discussing its advantages before the old bankruptcy law and bankruptcy, especially on the recovery of companies. Analyzes its historical aspects and principles, showing the need for transition from the old to the new arrangement corporate recovery, which opens the possibility of restructuring of viable businesses that are in trouble, and so-called economic-financial crisis, always seeking social function of the company.

Key-words: feasibility, judicial, economic crisis.

I

INNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

O presente trabalho tem como objetivo abordar a Lei de Recuperação de Empresas e Falências, com ênfase no instituto do plano de recuperação judicial, que é aquele que irá estabelecer o futuro da empresa. Dessa forma, sanear a crise econômico-financeira do empresário ou da sociedade empresária, buscando preservar sua atividade e, assegurar seu fim social.

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Portanto, apesar de a recuperação judicial guardar certa semelhança com a concordata, especialmente a preventiva, não se confunde com esta, não só pela diferença essencial de estar à concordata contida como um favor legal, mas, principalmente, por terem objetivos distintos, não há mais a primazia do direito dos credores, mas, sim, a intenção de proporcionar a preservação da empresa, da fonte produtora.

F

FUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOOTTEEÓÓRRIICCAA

A Lei de Recuperação de Empresas e Falências veio para atualizar o nosso

sistema até então utilizado, esta reforma foi necessária em vista da necessidade de se dar maior segurança jurídica às partes envolvidas pela crise do devedor e delinear um caminho mais seguro na busca pela efetiva recuperação da empresa que se encontra em dificuldade econômico-financeira e, não somente a liquidação como ocorria na disciplina do revogado Decreto-Lei 7.661 de 1945. Para este fim, mencionado decreto possuía como mecanismo o instituto da falência e o da concordata que acabou por não ser mais compatível com a economia atual, que necessita de mecanismos capazes de preservar empresas que se mostrarem viáveis devido às implicações geradas no mercado com a falência de uma empresa. A alguns princípios que devemos levar em consideração para aplicação da lei de Falência e Recuperação Judicial, a preservação da empresa, separação dos conceitos de empresa e de empresário, recuperação das sociedades e empresários recuperáveis, retirada do mercado de sociedades ou empresários não recuperáveis, proteção aos trabalhadores, redução do custo do crédito no Brasil, celeridade e eficiência dos processos judiciais, segurança jurídica, participação ativa dos credores, maximização do valor dos ativos do falido, desburocratização da recuperação de microempresas e empresas de pequeno porte e rigor na punição de crimes relacionados à falência e à recuperação de empresas.

Um dos objetivos apontado por Rubens Approbato Machado:

“A Recuperação Judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos

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credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estimulo à atividade econômica” 1.

No sistema anterior, as alternativas da lei eram a concordata preventiva ou suspensiva e a falência. Agora, a nova lei, além de eliminar a concordata, cria dois novos procedimentos, a recuperação extrajudicial e a recuperação judicial, além de manter, e aprimorar, o instituto da falência.

Também passaram a ser contempladas na Lei de Recuperação de Empresas, a situação das micros e pequenas empresas, que não eram abrangidas na antiga Lei de Falências e agora gozam de um regime especial.

Em estudo realizado pelos consultores Humberto Lucena Pereira da Fonseca e Marcos Antônio Köhler, à Consultoria Legislativa do Senado Federal, que esclarecem com propriedade as principais inovações da Lei de Recuperação de Empresas, observa-se:

“A conjuntura inaugurada no Brasil pela LRE, de modo algum implica em fácil transição, de um modelo limitado e anacrônico, criado sob a ótica vigente na primeira metade do século passado, para um modelo baseado no entendimento das causas e efeitos da falência sob aspecto mais amplo e harmônico à contemporaneidade, mas que se encontra ainda em fase de evolução. Sendo que, a LRE se resume na efetiva recuperação de empresas em crise, porém viáveis, visando a sua perenidade, restando comprovado que o desaparecimento destes entes gera uma cadeia de prejuízos com a eliminação de empregos, redução na arrecadação tributária, bem como, se tem por certo que outras conseqüências imprevisíveis ao mercado e a toda sociedade, inescapavelmente, surgirão”

2.

Deste modo apesar de ser um acordo entre o devedor empresário e

seus credores, deve-se ter em mente que nem toda empresa merece ou deve ser recuperada, pois o ônus dessa reorganização recai sobre a sociedade brasileira. Por isso, o Judiciário deve ser criterioso nessa definição e apenas as empresas viáveis devem ser objeto de recuperação. E o empresário deve se mostrar digno desse benefício.

1MACHADO, Rubens Approbato. Comentários à Nova Lei de Falência e Recuperação de

Empresas, Doutrina e Prática. 2° edição. São Paulo: Editora Quartier Latin do Brasil, 2007. P 29.

2FONSESA, Humberto Lucena Pereira da. KÖHLER, Marcos Antônio. A nova lei de falências e

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CONCLUSÃO

Antes da edição da Lei de Recuperação de Empresas e Falência em vigor hoje, sucedia frequentemente aplicar-se o dispendioso processo da Lei de Falência e Concordata. A presença de mecanismos capazes de punir com eficácia as empresas inadimplentes é essencial para aumentar a eficiência e a produtividade da economia de um país.

A imposição de uma punição correta é basilar para o bom funcionamento do mercado de crédito. Tal situação poderá ocasionar o fechamento de empresas saudáveis, viáveis que passam por meros problemas de liquidez temporários. Por outro lado a punição não pode ser tão singela a ponto de gerar insegurança no mercado, mostrando que o grande desafio é encontrar um meio termo.

A Lei de Recuperação de Empresas e Falência chegou para extinguir a figura da concordata, a qual há muito já não era utilizado para o fim destinado, que seria a recuperação efetiva de uma empresa. Com a recuperação judicial a empresa com dificuldades financeiras reconhecidas pelo Poder Judiciário já poderia ter sua viabilidade econômica analisada por meio da apresentação de um plano de recuperação.

Sendo que este plano não fica mais limitado há previsão legal, mas será aberto para discussão entre credores e devedor. Havendo acordo entre as partes o juiz homologará o plano, dando sequência assim a recuperação judicial.

A recuperação judicial trouxe meios variados para a recuperação da empresa em crise, e não apenas a dilatação de prazos de pagamento ou remissão de dívidas. A empresa em crise utilizará o plano de recuperação para mostrar os meios que empregará para obter o sucesso e a superação da crise econômico-financeira, ficando claro assim quais os “remédios” que serão utilizados para sanar a crise e obter a aceitação do plano de recuperação por seus credores.

Por fim, são visíveis as mudanças trazidas pela Lei de Recuperação de Empresas e Falência, uma vez que acompanha evolução da sociedade, trazendo mais garantias aos credores e ao devedor. Sendo esta, o meio mais eficaz e menos oneroso para que a empresa se recupere e volte a cumprir sua função social.

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R

REEFFEERRÊÊNNCCIIAASS

FONSESA, Humberto Lucena Pereira da. KÖHLER, Marcos Antônio. A nova lei de falências e o instituto da recuperação extrajudicial. Senado Federal.

Texto para discussão nº 22.

MACHADO, Rubens Approbato. Comentários à Nova Lei de Falência e Recuperação de Empresas, Doutrina e Prática. 2° edição. São Paulo:

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