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ANSIEDADE, AUTOCONFIANÇA E ESTADOS DE HUMOR EM ATLETAS DE FUTSAL MASCULINO

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Recebido em: 21/03/2011 Emitido parece em: 18/04/2011 Artigo inédito

ANSIEDADE, AUTOCONFIANÇA E ESTADOS DE HUMOR EM ATLETAS DE FUTSAL

MASCULINO

Marcelo Callegari Zanetti1, 2, Flávio Rebustini2, Altair Moiolli2, Mauro Klebis Schiavon2 Afonso Antonio Machado2, 3

RESUMO

Estudar as emoções no esporte contemporâneo parece bastante relevante, já que tal estado apresenta relação bastante próxima com o desempenho esportivo e a saúde física e psíquica. Neste sentido buscamos identificar a variação nos níveis de ansiedade, autoconfiança e estados de humor apresentados por atletas de uma equipe de futsal masculino sub 21, da cidade de São José do Rio Pardo – SP, participante dos Jogos Regionais de 2010, realizado na cidade de Americana – SP. Ao analisarmos os dados constatamos deterioração das variáveis investigadas com o passar dos jogos, o que demonstra que tais indivíduos não souberam lidar adequadamente com os resultados alcançados. Palavras-chave: Estados emocionais, atletas, tecnologia.

ANXIETY, SELF-CONFIDENCE AND MOOD STATES IN FUTSAL ATHLETES ABSTRACT

Studying emotions in contemporary sports seems quite relevant, since such a state has close relationship with athletic performance and physical and mental health. In this sense we seek to identify the variation in levels of anxiety, self-confidence and mood states of athletes submitted by a futsal team, of the city Sao José do Rio Pardo - SP, participant in the Regional Games 2010, held in the city of Americana - SP. When analyzing the data we found deterioration of the variables investigated over the games, which demonstrates that these individuals were unable to adequately deal with the results.

Keywords: Emotional states, athletes, technology. REVISÃO DE LITERATURA

Estudar o contexto esportivo parece cada vez mais instigante e complexo, já que a cada dia, mais e mais variáveis integram o dia-a-dia de atletas, técnicos e dirigentes. Variáveis como: maior número de competições, problemas de ordem econômica e social, uso exacerbado de recursos tecnológicos como computadores e celulares conectados a redes sociais, entre outros acabam agindo diretamente nos estados emocionais e consequentemente no rendimento físico destes atletas. Neste sentido, procuramos investigar os níveis de ansiedade, autoconfiança e estados de humor em atletas de futsal masculino e propor estratégias que possam auxiliar tais indivíduos a lidar adequadamente com tais estados.

Dentre tais estados, um que nos chama bastante atenção é a ansiedade, que para Machado (2006) é a resposta emocional determinada de um acontecimento, que pode ser agradável, frustrante, ameaçador, entristecedor e cuja realização ou resultados depende não apenas da própria pessoa, mas também de outros. Moraes (1990) afirma ainda que existe uma relação entre ansiedade e desempenho, e que esses parecem variar de acordo com vários outros fatores como tipo de esporte, dificuldade da tarefa, traço de personalidade do atleta, ambiente, torcida. Salientando, consequentemente, que técnicas de intervenção podem ajudar os atletas a controlarem seus níveis de ansiedade, contribuindo para um melhor desempenho.

Para Weinberg e Gould (2001) a ansiedade é um estado negativo caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão, associado com agitação do corpo. Já para Cozzani et al., (1997), a ansiedade é um sentimento de insegurança causado por uma expectativa de algum perigo, ameaça ou desafio existente. Porém, para Grünspun (1966), todos os seres humanos sofrem, desde o nascimento, de certo grau de ansiedade inevitável, que é capaz de preparar o indivíduo para suportar a ansiedade comum que

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a vida lhe causará nos anos subsequentes. Para Viscott (1982) a ansiedade é o medo de perder algo, seja este real ou imaginário, e seu grau dependerá da severidade da ameaça e da importância da perda para o indivíduo, ou seja, se o nível do valor atribuído à vitória for muito alto, poderá elevar demasiadamente o nível de ansiedade.

Segundo Spielberg (1966) há dois tipos de ansiedade: estado de ansiedade e traço de ansiedade, no qual, o estado de ansiedade é caracterizado por sentimentos de apreensão e tensão, acompanhados por ou associados à ativação do sistema nervoso autônomo enquanto que traço de ansiedade é a predisposição do indivíduo a manifestar ansiedade. Liebert e Morris (1967) também dividiram a ansiedade em cognitiva e somática, no qual a ansiedade cognitiva estaria relacionada a pensamentos duvidosos, expectativas e autoavaliação, já a ansiedade somática refere-se a autopercepção dos elementos fisiológicos, diarreias, aumento da pressão arterial e de batimentos cardíacos, tensão muscular, perda do controle motor, tremedeira, suor na mão e palidez facial. Divisão esta adotada tanto no instrumento desta pesquisa, como na análise dos dados.

Guzmán et al., (1995) acreditam que certamente, nas competições desportistas, um alto nível de ansiedade é fator interveniente no desempenho esportivo, já que a sintomatologia da ansiedade produz efeitos negativos no rendimento e aprendizado do desportista como a inibição de suas habilidades motrizes finas, a diminuição da capacidade de tomada de decisão, entre outros. Os sintomas que referem ser causados pela ansiedade podem ser tanto físicos como psicológicos:

Físicos: aceleração da pulsação por minuto, aumento da pressão sanguínea, aumento da tensão muscular, dificuldades respiratórias, sudorese, enjoos náuseas e boca seca;

Psicológicos: desconfiança, pensamentos negativos, preocupação irritabilidade, dificuldades em estabelecer atenção, aumento de conflitos pessoais, diminuição da capacidade de processar a informação, alterações de pensamento, diminuição do comportamento de autocontrole, cansaço, insônia, dificuldades de relaxar, distração, preocupação e irritação.

Ao abordar as respostas psicofisiológicas da ansiedade, Frischknecht (1990) diz que quando se está ansioso, os batimentos cardíacos aumentam, se consome mais oxigênio, a pressão arterial aumenta, a respiração se torna mais rápida. Podem acontecer náuseas, delírio, secura da boca, sensação de cansaço, fraqueza, bocejo frequente, começa-se a tremer ou a entrar em atividade nervosa como roer unhas, agitar as pernas, dificuldades de respirar e de dormir.

Segundo Junior et al., (2006) indivíduos com índice altos de ansiedade tendem a apresentar desempenho ruim ao ser defrontarem com alguma situação estressante, ao contrario daquelas que apresentam níveis baixos de ansiedade. Neste sentido, os indivíduos que se deparam com situações difíceis, durante uma competição como: torcida, familiares e mídia podem apresentar: dificuldade de concentração e baixo desempenho atlético.

Segundo Granell e Cervera (2003), a disposição do esportista para alcançar determinadas metas é consequência de um estado dinâmico caracterizado pelo nível alcançado por um atleta em relação à sua capacidade física e psíquica, pelo grau de aperfeiçoamento e por suas capacidades de execução e domínio de habilidades. Já, para Bompa (2002), durante o treinamento, o atleta reage a vários estímulos, alguns dos quais podem ser previstos com mais exatidão do que outros, com base na coleta de informações fisiológicas, biomecânicas, psicológicas, sociais e metodológicas, o que requer do treinador um instrumental científico para garantir que o processo de treinamento seja ancorado em avaliações objetivas que meçam a reação do atleta à qualidade e à carga dos exercícios, podendo-se, assim, planejar de modo apropriado os futuros programas. Porém, o treinamento esportivo não é um hábito da civilização contemporânea, já que, na antiguidade clássica treinava-se sistematicamente para atividades militares ou olímpicas. Já, atualmente, os atletas preparam-se para atingir um objetivo específico, melhorando as funções orgânicas e suas habilidades e capacidades de trabalho, bem como, desenvolver fortes traços psicológicos que permitam com que os mesmos enfrentem tarefas árduas.

Já, em relação ao esporte competitivo Gimeno et al., (2007) acreditam que seu principal objetivo é que os atletas rendam o máximo dentro de suas possibilidades, buscando conseguir uma medalha, bater um recorde, ganhar uma prova, manter seu rendimento, ser conhecimento internacionalmente, superar classificações de anos anteriores, entre outros; geralmente confrontando outros atletas e equipes esportivas.

Ré et al., (2004) acreditam ainda que, quanto mais importante for o evento, mais gerador de estresse e ansiedade ele será. Portanto, a disputa de uma final de campeonato é mais estressante do

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que um jogo normal da temporada, mas não se sabe se o tipo de competição é capaz de provocar situação semelhante em seus participantes. O desempenho físico, técnico e tático em situação real de competição parece exercer forte influência sob os aspectos psicológicos, que também influem diretamente sob o desempenho físico, técnico e tático. Portanto, o nível de desempenho do atleta provavelmente será influenciado por experiências anteriores, motivação, ansiedade, autoconfiança entre outros fatores, podendo interferir decisivamente nas situações causadoras de estresse e na maneira de lidar com ele. Parece que o estresse experimentado depende muito mais do valor dado pelo indivíduo à competição do que a competição propriamente dita, já que os melhores atletas, comparativamente aos de menor sucesso, parecem vivenciar significativamente menos estresse.

Samulski (2002) considera ainda que nos momentos que antecedem a competição, o atleta se encontra em estado de intensa carga psíquica. Este estado caracteriza-se, pela antecipação da competição, e consequentemente antecipa as oportunidades, riscos e consequências. Esta fase denominada de estado pré-competitivo, frequentemente é acompanhada, de medo, temor, insegurança e incerteza, sentimentos típicos de um grande nível de ansiedade.

Segundo Gouvêa (1997), a ansiedade está intimamente ligada ao comportamento motor e ao desempenho esportivo, sendo que por meio dela é possível avaliar a cognição, isto é, o pensamento e o desempenho motor do atleta. Relacionando o desempenho motor com a ansiedade, Magill (1998) acredita que as tarefas de alta complexidade são melhores desempenhadas com níveis baixos de ansiedade, ao passo que tarefas menos complexas exigem níveis mais elevados para o ótimo desempenho. Como as habilidades esportivas apresentam diferentes níveis de complexidade, pode-se considerar que diferentes modalidades exigem níveis de ansiedade distintos para o ótimo desempenho. Neste sentido Oxendine (1970), acredita que níveis elevados de ansiedade prejudicam o desempenho em comportamentos com alta demanda de precisão, ao passo que, para comportamentos que não demandam precisão, mas sim velocidade e resistência muscular, níveis de estado de ansiedade altos são mais efetivos.

Assim como a ansiedade-estado, o humor ou estado de ânimo também pode interferir significativamente no desempenho esportivo, pois é uma emoção transitória, um tônus afetivo do indivíduo, que modifica a forma de percepção das experiências reais, ampliando ou reduzindo seu impacto. Esta disposição afetiva pode transitar entre dois polos extremos, o eufórico e o apático, variando de acordo com as situações encontradas no ambiente. A percepção subjetiva no estado de ânimo leva em conta não somente o pensamento (cognição), mas também o sentimento do atleta em determinadas ocasiões, por exemplo, uma vitória importante pode resultar na felicidade e na alegria, onde o atleta se sentirá revigorado e certamente enfrentará uma nova situação de desconforto com maior otimismo e encorajamento, por outro lado, um atleta deprimido ou desanimado tende a desistir ao se confrontar com um desafio ou disputa (DALGALARRONDO, 2000).

Lane (2001) sugere que a dimensão mais importante do humor é a depressão, tendo em vista sua natureza desmotivante e consequente influência negativa sobre as outras dimensões do humor. Para Vieira et al., (2008) o estado de humor de um atleta altera-se dependendo das experiências passadas, de sua percepção da situação e da forma como irá lidar com as expectativas e pressões exercidas pelo ambiente, tais como: o técnico, a torcida e os familiares. Nestas situações, o esportista de alto rendimento está exposto a um estresse constante, pois não há um controle exato da situação. Por isso, este indivíduo deverá saber lidar tanto com as vitórias (sucesso) quanto com as derrotas (frustrações), o que leva a um maior contato com suas emoções e, desta forma, exigindo um maior controle de seus afetos e estados de humor.

Após discutirmos as questões teóricas apresentadas pela literatura, apresentaremos os aspectos metodológicos, resultados e algumas conclusões.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Na presente pesquisa foram investigados 10 atletas da equipe de futsal masculino sub 21 de São José do Rio Pardo, com idades entre 16 e 20 anos (17,7±1,4) participantes dos Jogos Regionais da cidade de Americana – SP. Os dados foram coletados entre os dias 21 e 23 de julho de 2010. Para a obtenção dos níveis de ansiedade cognitiva, somática e autoconfiança utilizamos o CSAI-2 (Competitive State Anxiety Inventory – 2). Buscando o perfil de estados de humor dos atletas optamos por utilizar a

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Escala de Humor de Brunel (Brums). Todas as coletas foram realizadas 1 (uma) hora antes da realização de cada jogo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após tabularmos os dados pudemos perceber diminuição nos níveis de ansiedade cognitiva (18,40/17,64/14,25) com o decorrer dos jogos e aumento no nível de ansiedade somática (12,50/14,09/12,38) do jogo 1 para o 2 e diminuição do 2 para o 3. A autoconfiança (28,70/25,45/21,88) diminuiu a cada jogo (Tabela 1).

Confrontado os dados frente aos encontrados na literatura, constatamos que para Hernandez e Gomes (2002) é comum encontrarmos maior nível de ansiedade cognitiva na estreia, devido à dúvida e insegurança gerada frente ao desconhecido. Porém, como apontado por Zanetti e Machado (2010), o nível médio de ansiedade cognitiva tende a diminuir com o passar dos jogos devido ao conhecimento das equipes adversárias em ação.

Em relação à ansiedade somática que apresentou aumento do jogo 1 para o 2 e diminuição do 2 para o 3 acreditamos que ela possa estar mais atrelada aos resultados obtidos pela equipe, já que a equipe de São José do Rio Pardo não conseguiu nenhuma vitória no certame, apresentando os seguintes resultados: Jogo 1: São José do Rio Pardo 2 x 6 Pedreira, Jogo 2: Iracemápolis 5 x 2 São José do Rio Pardo e Jogo 3: São José do Rio Pardo 1 x 4 Artur Nogueira. O aumento da ansiedade somática pode ter sido facilitado pela necessidade da vitória no segundo jogo, já que, um resultado negativo quase inviabilizaria a continuidade desta equipe na competição. No jogo 3, a equipe investigada já estava praticamente fora da competição, dependendo da vitória, mas também da difícil combinação de resultados de outras equipes. Esta situação, pode ter facilitado a diminuição da ansiedade somática do jogo 2 para o 3. Tal fato também parece explicar a considerável diminuição dos níveis de autoconfiança com o passar dos jogos, proporcionado possivelmente pela sequência de resultados negativos obtidos pela equipe.

Para Freitas et al., (2009), os momentos que antecedem a competição foram identificados como importantes, no que concerne à ansiedade. Para estes autores esse fato foi percebido nas afirmações:

sinto ansiedade enquanto espero o início do jogo (60,8%) e antes de competir meu coração bate mais rápido que o normal (53,4%). Porém ainda para estes autores, embora alguns estudos confirmem tais

evidências, esse fenômeno necessita ser analisado de forma cautelosa, já que para Schmidt (1993), o desempenho depende de um nível ótimo de ansiedade, portanto é importante que saibamos que níveis muito baixos de ansiedade para determinados esportes podem tornar os atletas apáticos e proporcionar menor desempenho.

Tabela 1. Comportamento do nível de ansiedade cognitiva, somática e autoconfiança.

Cognitiva Somática Autoconfiança

Jogo 1 18,40 12,50 28,70

Jogo 2 17,64 14,09 25,45

Jogo 3 14,25 12,38 21,88

Em relação ao comportamento dos estados de humor percebemos diminuição da tensão (0,93/0,77/0,63), vigor (2,93/2,82/2,34) e confusão (0,28/0,27/0,13) e aumento nos níveis de depressão (0,03/0,25/0,63), raiva (0,15/1,18/0,41) e fadiga (0,23/0,36/0,63) do jogo 1 para o 2 e do jogo 2 para o 3 (Tabela 2).

Tais resultados nos demonstram claramente que uma competição como os Jogos Regionais, no qual, os atletas jogam quase que diariamente o estresse e cansaço podem ir se acumulando, conforme demonstrado pelo aumento da fadiga. Os resultados negativos, conforme abordados anteriormente também podem ter gerado desconfortos de ordem emocional e potencializado o aumento destes níveis e de outros estados emocionais (aumento da depressão e raiva). A diminuição dos níveis de tensão e confusão talvez obedeça ao raciocínio adotado quando tratamos da ansiedade cognitiva, onde apontamos embasados em outros estudos (HERNANDEZ e GOMES, 2002, ZANETTI e MACHADO, 2010) que o conhecimento das equipes adversárias pode ajudar tais atletas a lidar com a questão da

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insegurança. Já, a queda no nível de vigor pode ter sido influenciada diretamente pela sequência de jogos, além dos resultados negativos obtidos pela equipe.

Tabela 2. Comportamento dos estados de humor.

Tensão Depressão Raiva Vigor Fadiga Confusão

Jogo1 0,93 0,03 0,15 2,93 0,23 0,28

Jogo2 0,77 0,25 0,18 2,82 0,36 0,27

Jogo3 0,19 0,63 0,41 2,34 0,63 0,13

CONCLUSÕES

Ao estudarmos as questões relativas à ansiedade, autoconfiança e estados de humor destes atletas nos propusemos a verificar como os mesmos lidam com tais estados durante o desenrolar de um campeonato, que neste caso foram os Jogos Regionais de Americana. Como era de se esperar, não é fácil para nenhuma equipe superar uma derrota, principalmente quando em menos de 24 horas estes mesmos atletas tem de entrar novamente em quadra. Esta situação nos parece bastante complexa quando falamos de atletas de alto nível, que dirá atletas amadores com média de idade inferior a 18 anos. Ficou evidente que com o passar dos jogos e os resultados ruins obtidos pela equipe, os atletas apresentaram níveis de ansiedade, autoconfiança e estados de humor aquém do esperado para a prática esportiva. Tal constatação nos leva a refletir se realmente cuidamos adequadamente dos estados emocionais vivenciados por estes atletas quando estão sobre a pressão de uma competição esportiva.

Será que estes atletas, levando em conta a faixa etária, já não se cobram demais quando não atingem seus objetivos, que na maioria das vezes é a busca incessante pela vitória? Será que nossa conduta como técnicos, preparadores físicos ou dirigentes tem sido a mais adequada no trato com estes indivíduos ou estamos apenas reforçando o que eles sabem muito mais que nós. Que eles ganharam ou perderam?

Estas perguntas no formato de reflexão têm o papel de questionar nossa prática de trabalho no sentido de adotarmos uma nova postura na condução dos estados emocionais vivenciados por estes indivíduos, que entram em nossas escolinhas de esportes muitas vezes por amar aquela modalidade, que com o passar do tempo acaba se tornando um fardo demasiado grande para carregar.

Sentimentos como alegria, amor, satisfação continuam fazendo parte desta prática esportiva ou já cederam lugar para a raiva, medo e frustração? Questões que poderão ser respondidas não apenas com títulos, mas com cada vez mais atletas vivenciando os benefícios de uma competição. Reflitamos! REFERÊNCIAS

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1 UNIP – Campus de São José do Rio Pardo; Academia Conexão Saúde.

2 Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte – LEPESPE/I.B./UNESP – Rio Claro. 3 UNESP – Campus de Rio Claro.

Rua dos Possebons, 115 - Santo Antônio São José do Rio Pardo/SP 13720-000

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