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Avaliação do Índice de Adiposidade Visceral em mulheres com excesso de peso

Unitermos:

Adiposidade. Sobrepeso. Composição Corporal.

Keywords:

Adiposity. Overweight. Body composition.

Endereço para correspondência:

Carolina Araújo dos Santos Universidade Federal de Viçosa.

Avenida P.H. Rolfs, s/n, Campus Universitário – Viçosa, MG, Brasil – CEP: 36570-000

E-mail: carolaraujors@hotmail.com

Submissão:

14 de agosto de 2014

Aceito para publicação:

5 de outubro de 2014

RESUMO

Introdução: O Índice de Adiposidade Visceral (Visceral Adiposity Index - VAI) é um índice desenvolvido a partir de parâmetros antropométricos e bioquímicos, com o intuito de estimar disfunções de adiposidade relacionadas ao risco cardiometabólico. Objetivo: Os objetivos deste estudo foram aplicar o VAI e verificar sua correlação com variáveis antropométricas, bioquímicas, de composição corporal, níveis pressóricos e com os componentes da síndrome metabólica em mulheres com excesso de peso. Método: Estudo de delineamento observacional com 32 mulheres com idade de 20 a 45 anos e índice de massa corporal entre 25 e 31 kg/m². O estudo consistiu em avaliação antropométrica, bioquímica, da composição corporal e da pressão arterial. Foi calculado o VAI, avaliado sua correlação com os demais parâmetros e a amostra foi caracteri-zada segundo os pontos de corte disponíveis na literatura. Resultados: A média do VAI foi 2,05 (±1,39) e o índice apresentou correlação positiva com o número de componentes da síndrome metabólica (ρ=0,641; p=0,000), com a pressão arterial sistólica (ρ=0,534; p=0,002) e dias-tólica (ρ=0,412; p=0,019), VLDL (ρ=0,855; p=0,000) e razão colesterol total/HDL (ρ=0,508; p=0,003). Ao utilizar os diferentes pontos de corte propostos na literatura, observou-se que o risco de desfechos negativos associados a complicações cardiometabólicas variou de 25,0% a 71,9%, dependendo do critério utilizado. Conclusão: O VAI associou-se a alterações nos níveis pressóricos e nos componentes da síndrome metabólica em mulheres adultas com excesso de peso, mas não foi verificada sua relação com medidas de composição corporal, indicadores de lesão hepática, marcadores inflamatórios e de resistência insulínica.

ABSTRACT

Background: The Visceral Adiposity Index (VAI) is an index developed from anthropometric and biochemical parameters with the goal of estimating adiposity disorders related to cardiometa-bolic risk. Objective: The objectives of this study were to apply the VAI and verify its correlation with anthropometric, biochemical, body composition, and pressoric level variables and with the components of the metabolic syndrome in overweight women. Methods: Cross-sectional study of 32 women aged 20 to 45 years old and with body mass index between 25 and 31 kg/m2. The study consisted of an anthropometric and biochemical evaluation, of the body composition, and of the blood pressure. The VAI was calculated, its correlation with the other parameters was evaluated, and the sample was characterized according to the cut-off points available in the lite-rature. Results: The mean VAI was 2.05 (± 1.39) and the index had a positive correlation with the number of components of the metabolic syndrome (ρ=0.641; p=0.000), with systolic (ρ=0.534; p=0.002) and diastolic (ρ=0.412; p=0.019) arterial pressure, VLDL (ρ=0.855; p=0.000), total cholesterol/HDL ratio (ρ=0.508; p=0.003). When using the different cut-off points proposed in the literature, the risk of negative outcomes associated to cardiometabolic complications was found to range between 25.0% and 71.9% depending on the criterion adopted. Conclusion: The VAI was associated to changes in the pressoric levels and in the components of the metabolic syndrome, but not with measures of adiposity and indicators of liver injury and insulin resistance in adult overweight women.

Carolina Araújo dos Santos1 Sandra Tavares da Silva1 Josefina Bressan2

1. Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.

2. Nutricionista. Professora Associada do Departamento de Nutrição e Saúde. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, Minas Gerais, Brasil.

A

Artigo Original

Avaliação do Índice de Adiposidade Visceral em

mulheres com excesso de peso

(2)

INTRODUÇÃO

O padrão de distribuição da gordura corporal exerce

grande influência sobre o risco cardiometabólico1. O

excesso de gordura intra-abdominal ou visceral associa-se diretamente à patogêneassocia-se da resistência insulínica e ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, relacio-nando-se mais fortemente a anormalidades metabólicas

do que a adiposidade corporal total e subcutânea1,2.

Destaca-se sua associação com o risco aumentado para diabetes, dislipidemias, hipertensão arterial, ateroscle-rose, anormalidades pró-trombóticas, maior mortalidade

e sua relação com a síndrome metabólica (SM)3.

Devido à complexidade da avaliação da distri-buição da gordura corporal, grande atenção tem sido dispensada a métodos de avaliação de adiposidade que forneçam informação sobre sua quantificação e

distribuição4,5. Considerando que os métodos

padrão-ouro para avaliação da gordura visceral apresentam alto custo e que a medida da circunferência da cintura, de forma isolada, não distingue a gordura subcutânea

da visceral, foi desenvolvido por Amato et al.6 o Índice

de Adiposidade Visceral (Visceral Adiposity Index – VAI). Com base em parâmetros antropométricos (perímetro da cintura e Índice de Massa Corporal) e bioquímicos (triglicerídeos e HDL), o VAI tem o objetivo de estimar disfunções de adiposidade visceral associadas ao risco cardiometabólico. Foi demonstrada associação entre o

VAI e eventos cardiovasculares e cerebrovasculares6 e o

índice apresentou melhor capacidade preditiva para a incidência de diabetes quando comparado à utilização

de seus componentes isolados7.

A simplicidade das medidas utilizadas no cálculo o torna um índice facilmente aplicável na prática clínica e em estudos populacionais para avaliação do risco de

complicações relacionadas à obesidade visceral6,8.

Entre-tanto, mais estudos ainda são necessários9 e, segundo

revisão de literatura realizada, até o presente momento, não foram identificados estudos conduzidos no Brasil.

Assim, este estudo teve como objetivo aplicar o VAI e verificar sua correlação com variáveis antropométricas, bioquímicas, de composição corporal, níveis pressóricos e com os componentes da síndrome metabólica, além de caracterizar a amostra em relação aos pontos de corte disponíveis na literatura.

MÉTODO

Estudo de delineamento transversal com amostra de conveniência, composta por mulheres que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: idade entre 20 e 45 anos; Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 31 kg/

m2; peso estável há pelo menos três meses; ausência de

doenças crônicas segundo autorrelato; não tabagistas e que não faziam uso de medicamentos (exceto contra-ceptivos orais).

As etapas do estudo incluíram: avaliação antropo-métrica; coleta de sangue; avaliação da composição corporal e aferição da pressão arterial. Os proce-dimentos foram realizados em um mesmo dia após jejum de 12 horas. O peso corporal (kg) foi obtido em

balança eletrônica digital (Toledo®) com capacidade de

150 kg e precisão de 50 g e a estatura (m) aferida com

antropômetro vertical (SECA modelo 206®), segundo as

recomendações de Jellife10. O perímetro da cintura (PC)

foi aferido no nível umbilical e o perímetro do quadril (PQ) foi mensurado na região glútea correspondente à maior protuberância do quadril.

A partir das medidas de peso e estatura foi calculado

o IMC (IMC = peso (kg) ÷ altura (m2). Foi determinada a

relação cintura-quadril (RCQ) e, por meio da divisão do perímetro da cintura (cm) pela estatura (cm), foi calculada a relação cintura-altura (RCA).

Na avaliação bioquímica foram avaliados parâmetros relacionados ao perfil lipídico (triglicerídeos (TG), coles-terol total, HDL, LDL, VLDL, razão colescoles-terol total/HDL, razão LDL/HDL), metabolismo de carboidratos (glicemia de jejum e insulina), indicadores de lesão hepática (tran-saminase glutâmico-oxalacética – TGO e tran(tran-saminase glutâmico-pirúvica – TGP) e marcadores inflamatórios (ceruloplasmina, complemento C3 e ácido úrico). As

análises foram realizadas no Cobas Mira Plus (Roche®)

no Laboratório de Análises Clínicas da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.

Para a avaliação da resistência insulínica, foi calcu-lado o índice Homeostasis Model Assessment of Insulin

Resistance Index (HOMA-IR) segundo Matthews et al.11. Para a aferição da pressão arterial, foi utilizado o método indireto, com técnica auscultatória e esfigmomanômetro

de coluna de mercúrio12. A composição corporal foi

avaliada por meio de Bioimpedância Elétrica

(Bioelec-trical Impedance Analysis - BIA) (Biodinamics, Modelo

310®) e por Radioabsormetria de Feixes Duplos (Dual

Energy X-Ray Absorptiometry - DEXA) (Lunar Densiometry -

GE®) com auxílio do software Encore 2010 (versão 13.3).

A análise do perfil lipídico foi realizada de acordo com a IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de

Cardio-logia13 e a avaliação da pressão arterial segundo as VI

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão12. O diagnóstico e a

identificação dos componentes da Síndrome Metabólica foram realizados segundo as recomendações da I Dire-triz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome

(3)

O VAI foi calculado segundo a fórmula proposta por

Amato et al.6 para o sexo feminino, utilizando PC (cm),

IMC (kg/m²), TG (mmol/L) e HDL (mmol/L): VAI

mulheres = PC x TG x 1,52 36,58 + (1,89 x IMC) 0,81 HDL O cálculo do VAI foi realizado no Microsoft Excel 2010 e as análises estatísticas no software Statistical Package

for the Social Sciences (SPSS) (versão 17.0).

A amostra classificada segundo os diferentes pontos

de corte já propostos para o VAI10,13,14. Foi utilizada

a correlação de Spearman entre o VAI e as variáveis avaliadas, adotando-se para a classificação de sua magnitude os valores recomendados pelo British Medical

Journal: 0,00 - 0,19 ausente ou muito fraca; 0,20 - 0,39

fraca; 0,40 - 0,59 moderada; 0,60-0,79 forte e

0,80-1,00 muito forte15. Foi considerando p < 0,05 como

indi-cativo de significância estatística para todas as análises. O protocolo do presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Univer-sidade Federal de Viçosa (nº 147/2011) e as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Participaram do estudo 32 mulheres, com idade média de 31,4 anos (DP: 7,5). O VAI médio foi de 2,05 (±1,39), variando de 0,49 a 6,33.

Foram verificadas associações significativas entre o VAI e parâmetros relacionados ao risco cardiometabó-lico (Tabela 1). O índice apresentou correlação positiva forte com o número de componentes da SM e correlação moderada com a pressão arterial sistólica, diastólica e com a razão colesterol total/HDL. Foi também verificada correlação muito forte com TG e VLDL e correlação nega-tiva moderada com os níveis de HDL. Ressalta-se que as correlações com TG e HDL já eram esperadas, uma vez que se tratam de variáveis utilizadas na construção do índice. Não foram observadas associações com a gordura corporal total (avaliada por BIA e DEXA), com os indicadores lesão hepática, resistência insulínica e com marcadores inflamatórios.

Ao categorizar a amostra em relação à mediana do índice (1,65) (Tabela 2), as mulheres com VAI inferior à mediana (VAI 1) apresentaram maiores níveis de HDL, enquanto no grupo com mulheres com VAI igual ou maior que a mediana (VAI 2) foram identificados maiores valores para pressão arterial sistólica e diastólica, TG,

VLDL, razão colesterol total/HDL e maior número de componentes da SM. Os resultados corroboram a asso-ciação existente entre valores elevados do índice com alterações metabólicas, especificamente, relacionadas ao perfil lipídico e aos níveis pressóricos.

DISCUSSÃO

Acredita-se que este seja o primeiro estudo realizado no Brasil avaliando o VAI em mulheres adultas com excesso de peso, o qual identificou associações com o perfil lipídico, com os níveis pressóricos e com o número de componentes da SM. O valor do índice igual a um (VAI=1) é atribuído a indivíduos saudáveis, com distribuição normal de gordura

e níveis de HDL e TG adequados6, e, considerando que

84,4% (n=27) das mulheres apresentaram pontuação superior, sugere-se a presença de disfunções de adiposi-dade na maioria da amostra.

O VAI apresentou correlação significativa com os componentes da SM, corroborando os resultados obtidos

por Kumpatla et al.1, Amato et al.6, Amato et al.8 e

Vong-suvanh et al.16. Considerando que a SM se relaciona

diretamente com doenças cardiovasculares, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a

cardiovas-cular em 2,5 vezes13, reforça-se a capacidade preditiva

do índice em relação a eventos cardiometabólicos.

No estudo de Petta et al.17, o VAI esteve

independente-mente associado com menores valores de adiponectina,

confirmando os resultados obtidos por Al-Daghri et al.9,

que também demonstraram forte associação inversa do índice com os níveis de adiponectina. O VAI foi consi-derado um marcador de disfunção do tecido adiposo

e Amato et al.8 sugerem que o índice possa ser um

indicador de fatores de risco não clássicos, como altera-ções na produção de adipocinas, aumento da atividade lipolítica e aumento de ácidos graxos livre no plasma.

A correlação positiva com os níveis pressóricos obser-vada para mulheres com excesso de peso também foi

identificada por Petta et al.17 em indivíduos com doença

hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e por Oh

et al.2 em mulheres com síndrome do ovário policístico.

No estudo de Amato et al.8, o VAI correlacionou-se com

eventos cardiovasculares e cerebrovasculares e com todos os parâmetros da SM, entre eles a pressão arterial e o HDL, semelhante ao encontrado no presente estudo. Estudos encontraram relação entre o aumento nos valores

do VAI e alterações no metabolismo da glicose9,16, e com a

resistência à insulina2,9. No presente estudo, entretanto, não

foram identificadas associações do índice com a glicemia, insulina de jejum e com a resistência insulínica avaliada pelo HOMA-IR. Também não foram verificadas associações com indicadores de lesão hepática e marcadores inflamatórios.

(4)

Em estudos que utilizaram o VAI em diferentes contextos clínicos, os resultados indicam a presença de associação com anormalidades lipídicas e/ou fatores de risco para eventos cardiovasculares. Em indivíduos com acromegalia, o VAI mostrou-se associado diretamente à atividade da doença, aos níveis de TNF-α e inversamente

aos níveis de adiponectina e sensibilidade insulínica18.

Os autores sugerem que a correlação significativa com

os níveis de TNF-α indique atividade pró-inflamatória na

presença de disfunções do tecido adiposo visceral. Em indivíduos com DHGNA, o VAI esteve associado com esteatose, atividade necroinflamatória e com a carga

viral17, embora em estudo semelhante tais resultados não

tenham sido confirmados16.

No trabalho de Knowles et al.3, com 1518 adultos,

dife-rentes medidas de adiposidade foram comparadas quanto à predição de risco cardiovascular. Foram avaliados o PC, IMC, RCQ, RCA e o VAI. Todas as medidas de adiposidade

Tabela 1 – Caracterização e correlação de Spearman (ρ) do Visceral Adiposity Index (VAI) em mulheres com excesso de peso.

Parâmetro Média (±DP) Mediana (min – máx) ρ p

Peso (kg) 72,7 (±7,89) 71,83 (57,8 – 90,7) 0,097 0,599 IMC (kg/m²)* 27,85 (±1,91) 27,68 (25,07 – 31,37) 0,046 0,803 PC (cm)* 93,87 (±7,99) 96,5 (77,8 – 108) 0,156 0,394 PQ (cm) 110,25 (±12,54) 108,5 (99 – 171) 0,025 0,893 RCQ 0,85 (±0,08) 0,87 (0,53 – 0,97) 0,234 0,198 RCA 0,58 (±0,04) 0,58 (0,50-0,67) 0,193 0,290 PAS (mmHg) 108,78 (±13,96) 109,5 (89 – 149) 0,534 0,002 PAD (mmHg) 74,28 (±11,21) 70,5 (60 – 100) 0,412 0,019 Gordura corporal (%)a 33,46 (±3,93) 34,6 (26,3 – 41,6) 0,142 0,437 Gordura corporal (kg)a 24,55 (±4,94) 20,05 (16,7 – 33,9) 0,115 0,532 Massa magra (kg)a 47,52 (±6,07) 47,9 (22,3 – 56,8) 0,149 0,415 TMB (kcal)a 1466,41 (±122,69) 1457,7 (1234 – 1726) 0,126 0,494 Gordura corporal (%)b 40,38 (±5,14) 41,4 (30,9 – 51,6) 0,131 0,476 Gordura corporal (kg)b 29,47 (±6,39) 28,75 (19,9 – 44,8) 0,119 0,518 Massa magra (kg)b 40,41 (±3,22) 40,7 (33,2 – 46,6) -0,011 0,952 Colesterol total (mg/dL) 177,90 (±30,38) 175,5 (103 – 245) 0,157 0,392 HDL (mg/dL)* 48,34 (±10,41) 47 (31 – 73) -0,497 0,004 Triglicerídeos (mg/dL)* 108,46 (±64,60) 90 (32 – 312) 0,855 0,000 VLDL (mg/dL) 21,69 (±12,92) 18 (6,4 – 62,4) 0,855 0,000 LDL (mg/dL) 107,86 (±26,69) 109,1 (37 – 164,2) 0,031 0,865 Colesterol total/HDL 3,81 (±0,92) 3,74 (2,04 – 6,31) 0,508 0,003 LDL/HDL 2,34 (±0,77) 2,38 (0,84 – 3,90) 0,298 0,098 Glicemia de jejum (mg/dL) 87,25 (±7,86) 87,5 (71 – 99) 0,036 0,844 Insulina (UI/mL) 7,49 (±4,50) 6,6 (1,12 – 27,5) 0,040 0,826 HOMA-IR 1,63 (±1,08) 1,28 (0,26 – 6,21) 0,042 0,819 Ácido úrico 3,10 (0, 75) 2,90 (1,60-5,00) 0,284 0,115 TGO 21,18 (7,61) 20,00 (9,00 – 56,00) -0,039 0,833 TGP 14,90 (6,32) 13,00 (6,00 – 33,00) 0,003 0,985 Ceruloplasmina 37,87 (14,93) 32,90 (25,30 – 100,00) 0,055 0,763 Complemento C3 144,32 (26,58) 137,65 (114,0 – 221,6) 0,151 0,408 Nº de componentes SM 1,66 (1,04) 2,00 (0 – 4) 0,641 0,000

*Variáveis utilizadas na construção do VAI; DP: desvio-padrão; mín: valor mínimo; máx: valor máximo; IMC: Índice de Massa Corporal; PC: perímetro da cintura; PQ: perímetro do quadril; RCQ: relação cintura-quadril; RCA: relação cintura-altura; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; TMB: taxa de metabolismo basal; HOMA-IR: Índice HOMA; TGO: transaminase glutâmico-oxalacé-tica; TGP: transaminase glutâmico-pirúvica; SM: Síndrome Metabólica. aBioimpedância elétrica; bDEXA

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Tabela 2 – Mediana dos parâmetros* avaliados, segundo valores do Visceral Adiposity Index (VAI).

Parâmetros VAI 1 (< 1,65) Mediana (min – máx) VAI 2 (≥ 1,65) p**

Pressão Arterial Sistólica (mmHg) 98 113 0,002 0,599

Pressão Arterial Diastólica (mmHg) 67,5 78,0 0,017 0,803

HDL (mg/dL)* 52,5 43 0,017 0,394

Triglicerídeos (mg/dL)* 72,5 110 0,000 0,893

VLDL (mg/dL) 14,5 22 0,000 0,198

Colesterol total/HDL 3,51 4,2 0,008 0,290

Nº de componentes SM 1,00 2,00 0,000 0,002

VAI 1: VAI inferior à mediana; VAI 2: VAI igual ou superior à mediana; SM: Síndrome Metabólica. * Resultados não significativos foram omitidos da tabela. **Teste de Mann-Whitney.

de correlacionaram fortemente com os níveis de TG e a análise da curva ROC (Receiver Operating Characteristic) revelou o que VAI, o PC e a RCA foram os melhores predi-tores para os componentes da SM.

A comparação dos valores obtidos com os pontos de corte propostos indica risco de desfechos cardiometabó-licos negativos em até 71,9% das avaliadas. Destaca-se a necessidade de mais estudos, especialmente com amostras representativas, para o estabelecimento de pontos de corte específicos para a população brasileira. Apesar do pequeno tamanho amostral, os resultados sugerem associações importantes do índice com parâ-metros de risco.

CONCLUSÃO

Embora não haja consenso quanto ao melhor método indireto de avaliação da adiposidade visceral, o VAI apre-sentou correlação com variáveis relacionadas ao risco cardio-metabólico, especificamente, com os níveis pressóricos e com os componentes da síndrome metabólica. No entanto, não foram identificadas associações com as medidas de compo-sição corporal e com parâmetros inflamatórios, sugerindo-se cautela na sua utilização na prática clínica.

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Local de realização do trabalho: Laboratório de Metabolismo Energético e Composição Corporal (LAMECC). Universidade

Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil.

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