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O Juiz e a Democracia - O Guardião das Promessas - Antoine Garapon.pdf

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Antoine Gampon

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O juiz e a democracia

O guardião das promessas

Tradução: Maria Luiza de Carvalho

(2)

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A lei de ll de março de 1957 proíbe cópias ou reproduções destinadas a uma utilização coletiva. Toda e

qualquer HOW pr s l çã OU r¢Pr0dl1Çã0. integral Ou parcial. feita por quaisquer 1n_‹=_:_i_os_.,§‹j:_rn_ ____________________________________________________________________________________ .. -

....-.._.-__---.~----" ' ....-.._.-__---.~----" ' ' : :': :::::: " 'consentime'n'to"do"aütõf'õ`ü"dë'§`ëü"rëpfëšëii`täiite`j `ë'ili'ciiii"e`ë5ñšt`ifüi"c'öiitravenção sancionada pelos

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Copyright © 1996 by Antoine Garapon

Todos os direitos reservados no Brasil pela Editora Revan Ltda. Nenhuma q

parte desta publicaçao podera ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletronicos, seja via cópia xerográ ca, sem a autorização prévia da editora.

Publicado no original com o título Le Gardieu des Pmmesses, i

por Editions Odile Jacob, Paris. 1

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artigos 425 e seguintes do Código Penal. Preparaçrio de texto Anne Marie Davée

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Revisão

Dalva Silveira `

Roberto Teixeira Rogério Corrêa Jr.

C A Claire, Marie, Pierre e Beatrice.

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Traços do Ofício 1

1' Este livro deve muito a muitos. Primeiramente, a Olivier Mongin: sem

A seu encorajamento e suas criticas, sempre pertinentes, eu nunca teria ousado

lançar-me numa empreitada tao audaciosa. A Irène Thëry, que me apontou o exemplo a ser seguido; a Pascal Bruckner, a Xavier Galmiche e a meu irmão Paul Garapon, que releram pacientemente o manuscrito. 'A Iacques Lenoble e a Iean De Munck que, através de um contrato de pesquisa com o Centro de

Filo-* ' Impressão

(Em papel Offset 75g, após paginação eletrônica, em tipo Palatino, c. 11 / 13) ' Ebal

CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte z

Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. .

6193;

99- l503 211099

il sofia da Universidade Católica de Louvain-la-Neuvefme proporcionaram

con-1 Mía. diçõesde trabalho i11eStimâU€iS. A Paul RÍCCl?MTz_€?'1 mz' 0 luffm 3599 ensaio deve

tanto e que me deu a honra de redigir seu prefacio. _ _ __ __

Garapon, Antoine, 1952- '''''''''''''' c nf" ' c'””*;“'*1“”;;L`

O juiz e a democracia: o guardião das promessas /

Antoine ¿;a,,,p0n¡ tradução Mm, mz, de ¢a,¬,a¡h0_ _ Rm V O livro é fruto de muitos anos de trabalho no Institut de Hautes Etudes

de Janeiro: Revan, 1999_ iq! sur la Iustice. Esta aventura jamais teria sido possivel, não fosse a confiança

272 po f inicial com que me distinguirarn Hubert Dalle e Iacqiies Commaille, líem coliäo

Tradução de: Le gardien des pmmesses os~presiden_tes sucessivos -Í Pierre Drai, Robert Badinter eMarceauT onlg. a

ISBN 85__“06_l76_9 nao sobreviveria sem oapoio efetivo de Myriam Ezratty e de Pierre ruc e, ea

amizade de seus principais parceiros - Pierre Bouretz, Yves Dezalay, Alain

l. Juízes. 2. Democracia. 3. Organização judiciária. - Glrmídet' Robert Iacob' Daniel Lecn.¿b'z'çr{'panzel ÍÍlud?t' $e1:g10lí0peZf=Ra¿]l/-rfëond

L Título Verdier - e, nalmen te, sem a equipe que os assiste. Denis Sa as, cujo ia ogo

cotidiano éfon te de enriquecimento permanente, e Anne Avi/, sem aqual, nunca

. é demais dizer, nada disso teria sido possível. ' ' .

cou -_ 347.9 ' 221099 008011 E -_-¡-_-'__n,-_-:J-__,____.__..¬¬.--uv-var..-ii..-.____...___i 'ú :Í1 in gn Í* 'i Zi'-.._~.'*'¬-7-'_:\3:.*;'Sf';'E.'_'f.'*'C~f;'i'ü2*:t7›t-:r_~7_-:~r=:~rrf¢f:¬‹“.r¿*:1*:':',¬:-:¢:::r:rr_¬¬-¬-«-‹-.P |‹:', aii 'I \"i ii 2 ':‹n.-.nrzr --I..-.:v.-¡I .-_---vw-ru-/¬.'-^*zvz*--=_~ (I lr ii: |i_ I' 1 '.-/''...›-4.¬;-.¬-_--5-_v,-r\.,n_u.__..'.-_f_,/\ ir '. -\-..-_¬-n¡- rluva-¬.wI...|'.\-J- -'nii {›:. i‹'-_-_ .e¡`-_1;¬-\';';:_.f"'__._1u__f-_'~_-I_Ana450..1

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Sumário

PREFÁCIO ... ..

INTRODUÇAO ... ..

Primeira parte

.

Os impasses da democracia jurídica

Capítulo I: A república tomada pelo direito ... .. O FIM DA EXCEÇÃO JACOBINA ... ..

O das imunidades ...

A exteriorização dos conflitos ... .. A DESNACIONALIZAÇÃO Do Diaisrro ... .. Lei, um instrumento caduco? ... ..

O surgimento defontes de direito supranacionais ... .. Uma revolução jurídica ... _.

Politização da razão judiciária, judicialização da razão política ... ._ A Nox/A CENA DA DEMOCRACIA ...

Um lugar de visibilidade ... .. Uma inversão de lugares ... .. Da celebração da unidade à divisão assumida ... .. Uma sociedade condenada a um deslocamento permanente ... ..

C.apíLul.o._.1I;_Q¬vader.iaiäitddos

... ..

O Desvio AR1s'rocRÁTico ... ..

O dualismo francês ... .. Controle sociológico e ligação politica ... _. Independência externa e independência interna ... .. Um funcionamento aristocrático ... .. Controle politico da magistraturafrancesa ... .. O controle por uma hierarquia que nãofunciona mais ... ..

A TENTAÇÃO Porurisrn ... _.

Um acesso direto ã verdade ... ._ Inclinação cultural dos sistemas inquisitórios ... ._

(4)

Sacralização da verdade, desconsideração do processo

Idealização da regra,.ocultação dos arranjos ... __

Uma total irresponsabilidade política ... _. 73 Capítulo III:_ A_ilusão da democracia direta ... _.

... ._ 70 ... ._ 71

... _. 75

Capítulo V: A incerteza das 'normas ... ._ 121 Evoi.uCÃo DA DELINQÚÊNCIA ... ... ._ 123 A delinqüência iniciãtica dos adolescentes .... ... _. 124 A diluição das referências sociais e os ”inclassificáveis" ... _. 126

A impossibilidade de situar-se através do drama ... _. 128

Paociassos msrizutoos PELA MÍDIA ... _. 76 ' ~

Iiicesto e inserçaofamiliar ... ._ 129

Midia, diretor e ator ao mesmo tempo ... .. 77 Dimensão orddlica da toxicomania ... ._ 131

umef-WSÍÍÍZÚÇÍÍO S plemenf ' de ]U5f1Ç --- -- 79 Dívida inversa ... _. 132

Uma etica da narrativa ... __

O processo perpétua ... ._

O Miro DA rRANsPARÊNciA ..._... _. 84

... ._ 81 ~

MErAMoRFosEs DA v1oi.ÊNCiA ... ._ 133

. . . - . - . .-A.LÓGÍCA-.m.ESPETÁCUto--_-::3-.-.'.'.---.°.'-"-.-02nun":.J.-.:-.H."-:"_“.""".-nnH.--_".-._...tl-:I:-:‹.-:-::-:-.-;-:-::-:--82*----~---H -- -- -- ---"---H-^-Ô"šäië'|Fz:› /Ei-6'íñ'üè?Íídö'_':'5E^I:š;ií'_;_;_;:.:E:::Ino."H".'H.HH."".“."“."'-nn."H....H..HOHI'H":;l';::;"Í35""""""'

... ._ 83

Capítulo VI: A magistratura do sujeito ... __ 139

Íefefeeee mefe Pele hemem de fille Peleflmçã ¡ --- -- 84 UM MAIOR CONTROLE Do Juiz ..._. 140

Tmllsllefeleeie de “ções e verdade dem0CWÍÍ1C --- -- 86 ` A destituição de qualquer autoridade tradicional ... _. 141

Uma norma comum sem costumes comuns? ... _. 143

DEVERTAM A5 AUDIÊNCIA5 SER FIT-ÍVIADAS? --- -- 83 "A virtude pública da indiferença " ... _. 144

A armadilha dos processos pedagógicos ... _.... ._ 90

Mídf , Ilm ÍIZZÍOTI-dílde dE_flÍlÍ0 ... .-. ... .. INTERIORIZAÇÃO DO DIREITO ___________________________________________________________________________________ __

, '_ Cada cidadão consagra-se legislador ... ..._. 147

- Capltulo IV: A OPÇÚO pelo Penal --- -- 97 Da proibição da droga ii incitação comedida ... _.-ze... ._ 148

IDENTIFICAÇÃO com A vt'riMA ... ._ 98 AS AÇÕES DE TUTSLA DAS PSSSOAS FRASES __________________________________________________________ 149

Do ativismo dos juizes ao ativismo associativo ... _.

A jurisdição das emoções ... _;-_ ... ... _. 98... __ 99 A magistratura do sujeito ... ._ 150

O l€gÍSlL`l£ÍlO?' ÍTTCICI-Olílll ... ._ 101 Capítulo julgar! apesar de tudo _____________________________________________ __ 155

Consenso na efusão ... ._ 102

S As “sentenças emocionais” ... ._ 103 '

A DIFICULDADE Do LECisLADoR ...__ _55

Questões que não podeni ser decididas ... __ 156

...__...--_..__....-- DÍABOLWÉÇAO DO OUTRÚ --- -- 104 Uma complexidade inextricdvel ... ._ 158

_ O retorno da mecânica sacrificial ... ._ 105 - ~ ° f ° ' 53

Sobre dimensoes insuperaveis ... ._ _

Uma “sociedade de litigantes ... _. 107 A IUSHÇA ENTRE A ¡DEA¡_¡ZAÇAO E A DIASOUZAÇAO ________________________________________________ __ 160

O individualismo medroso ... ... _. 109 - - - ~ ° ' _____________________________________ __ '

A eeteleelfzeçãe de Proibído --- 110 Um debate em situação ... _. 162

Do controle social ao controle lateral ... ._ 111

l

INvERsÃo DE Posições

A proibiçao da negaçao de justiça - ... _. _61

_ -1----_--- --- --- --111 DIZER 0 Jusro ... ._ 163

S uma Pefeeleçãe mhmfele de lfleilšfe --- ~~ 113 Que seja dita a justiça ... ._ 165

Me” direito e e medida de direito"''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' '''''''' " 114 Assegurar a_continuidade da democracia ... _. 167

Uma confusão perigosa ... _. 114

“Não ouvir nem o temor, nem a afeição ” ... ._

A incapacidade de representar os laços sociais ... ._ 117... ._ 115

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Segunda parte A SANCAO, ALEM DA PENA E DA SEGURANÇA ... 214

_ _ ` _ Igualdade diante da justiça e individualização da pena ... ._ 215

A ]1zlSl`lçt1 111111161 6l€1'l10CT6IC1l1 7611071616161 Uma resposta sistemática e diversificada ... ._ 216

A continuidade do espaço público ... ._ 218

~ Uma violência limitada ... ._ 219

_ A pena articulada a uma palavra ... __ 220

Capítulo VIII: Preservar as referências coletivas ... ._ 171 Dignidade - um bem comum ..._. 222

FUNDAMENTARA AUTORIDADE ..._ 172 Capítulo XI: Promover 0 debate ... ._ 225

Ambivalência das expectativas a respeito da justiça ... _. 172

A autoridade como im_ia carência ... _. 174 NOVAS FORMAS DE IUSTIÇA ... _. 226

... _.Uma_ autoridade _que. coloque. o. poder. eincena

_--.._...._._..._....-..-....__.__...__...___..-...-.---O.-direito.pos.itivo.dassociedades.homogêneas¡.___....____._¡_.___.___.._..___.._...._..._._._.__._-226.-As proniessas do “direito providência” ... _. 227

AUTOEIZAR O PODER ... ... _. 177 Os novos lugares ..._ ... _. 228

' justiça informal e justiça descentralizada ... _. 231

UM EQUIVALENTE MODERNO DA RELIGIÃO? ..._ 182 Novas relações entre o Estado e a sociedade civil ..._ 232

_ O trágico da democracia ... ... _. 185 Unia resposta ã crise de representação politica? ... __ 233

. O papel do Ivlinistério Publico ... _. 234

WA, Capítulo IX: Despertar o pacto democrático -... ._ 187

` - UM Novo ATO DE JULCAR ... 237

A MEMORIA Dos LUGARES ..._ 188 Uma nova concepção de ação coletiva correta ... ._ 237

Um universo de distância ...- 139 O enterro de um critério único de verdade ... _. 238 _

_ Recordar as origens ... 191 Um ato de julgar contextualizado ... _. 239

_ Sublimar a violência ... _. 193 _

Autorizar um debate racional ... ._ 195 Capítulo XII: O 110220 6Spaç0 dO ÍUÍZ ... ..243

REANIMAR O SUJEITO DE DIREITO ..._. 196 A IMPARCIALIDADE REAVALIADA ..._ 245

A falta e O Castigo ... ._ 196 _ Promoção da imparcialidade ou racionalização da parcialidade? ... _. 246

O Sintoma e O tratalnento ... .. 197 Regras claras ... _. 248

O sujeito de direito acima do indivíduo ... _..._. 198 Regras realistas ... 250

O sujeito de direito como condição e finalidade da democracia ... 201' ' Regras respeitadas ..._. 250

_ Sem palavra comum não há sujeito de direito ... 202

"777""7 77:* JÃ ré islcriçlêiozííím espaço comum ..._. 203 . A ÉTICA REABIUTADA ... ._ 251

` i " " " " A ética posta ri parte nos sistemas inquisitórios ... ._ 252

Capítulo X: Sancivnar c reintegrar ... 205

A zefzfêziaiz as jzzmmziao ..._. 254

Uma outra matéria' além do coiiteiido juridico de seus julgamentos ... ._ 255

A EXATA DISTÂNCIA, ALEM Do SACRIFICIO E DA TERAPIA ... 206 Institucionalizar a ética? ... _. 256

Regm de fÍíT€ÍÍ0i f gm de julgamento ... _.'..206 A ética dos jornalistas ... _. 257

A DIGNIDADE, ALÉM Dos DIREITOS E DAS NECESSIDADES ... _. 208 A REPRESENTATIVIDADE RECUPERADA ..._. 259

Das garantias formais ã idéia de dignidade ..._ 210 _ Um antídoto ãfuncionarização ... ._ 260

O processo como uma trégua ... -211 Uma solução para a crise de legitimidade ... ._ 262

Um diálogo sob influências ... ._ _212- Uma aproximação da democracia ... .. 262

Permitir ao sujeito assumir compromissos ... 213 Uma nova de nição de interesse geral ... .. 264

(6)

CoNcL'UsÃo ... ..

As elites desprevenidas

... ... .. 265

Novos desafios políticos

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PREFÁCIO

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O livro de Antoine Garapon surge em momento oportuno, mo-mento em que se toma gritante a contradição entre a in uência cres-cente que a justiça exerce sobre a vida coletiva francesa e a crise de legitimidade com a qual se defrontam, nos países democráticos, todas as instituições que exercem alguma forma de autoridade. A tese maior dolivro estabelece que, juntas, justiça e democracia devem ser criticadas e corrigidas. Neste sentido, este livro, de autoria de um juiz, pretende

ser um livro político.

-O encontro entre o ponto de vista do direito e o da democracia começa a partir do diagnóstico: com Philippe Raynaud, quando fala da "democracia governada pelo direito”, ele se recusa a ver na extre-ma jurisdicionalização da vida pública e privada a expressão de uextre-ma simples contaminação do espírito processual dos Estados Unidos"; é essencialmente na sociedade democrática que ele vê a fonte do fenô-meno patológico. É sobretudo na própria es_trutura da democracia que deve ser procurada a razão para o fim das imunidades - que isenta-vam tanta gente importante e o próprio Estado jacobino - de ações

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--iu<2_i5iêiS;.áo0 .ego-E9_p01í_tig0.911€ Se dá 0 enfraq e ime fo da lei

Haci-onal, corroída tanto pelas altas instâncias jurídicas, como pela multiplicidade e diversidade dos locais de jurisdição. A mudança do papel do juiz dependerá da transformação da própria democracia. Para explicar o que aparece, primeiramente, como uma in ação dojudici-ário é preciso recorrer às causas da crise de legitimidade do Estado. E reportar-se à esfera do próprio imaginário democrático, no íntimo da consciência do cidadão, onde a autoridade da instituição política é re-conhecida.

O autor reserva a primeira metade de seu livro para justific°är'üm diagnóstico que liga os destinos do judiciário aos da política naquilo que parece, superficialmente, uma simples inversão de posição entre o judiciário e a política, na qual apenas o judiciário seria o agente

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l-reivindicador -- o petit juge' tornando-se o símbolo desta usurpação num só sentido. Seo ativismo jurisdicional é paradoxal, ele o é na me-dida em que afeta “a democracia jurídica” como um todo.

A preocupação em unir os dois destinos - do judiciário e da polí-tica - explica por que o autor acolhe com reservas aquilo que se deve chamar de “ativismo jurisdicional”. Longe de qualquer corporativismo, de qualquer honraria pro ssional, são os desvios ligados a esse fenô-meno do ativismo os primeiros a serem destacados: seja com os juízes ao assumirem novos compromissos, seja com indivíduos elevados pela mídia à condição de guardiães da moral pública, despertando assim “o

...-H---vel-ho---demônio--inquisitório;-sempre-presente:-no::imaginári~U~latino**;'°"

Somente como alerta são válidas as comparações entre os sistemas anglo-saxão e francês, porém elas permitem apenas distinguir os caminhos específicos, tanto lá_ como aqui, tomados por esses mesmos desvios. A esse respeito, A. de Tocqueville permanece, do começo ao fim do livro, o analista perspicaz da divergência de caminhos adotada pelo fenôme-no maciço da jurisdicionalização da vida política. No que concerne à França, Garapon é cruel: “Eis a promes_s_a ambígua da justiça moderna: os petits juges livram-nos dos políticos venais; e os grandes, da política tout court.”

Não é possível prosseguir no duplo diagnóstico d_o declínio da po-lítica e do crescimento do jurídico, sem falar sobre o que constitui o nú-cleo básico deste último e, conseqüentemente, sobre aquilo que ocasiona a derrapagem do sistema. A idéia-chave do livro é a caracterização do "embasamento jurídico da justiça" pelo distanciamento - mais precisa-mente pela conquista da devida distância - em relação tanto ao réu quan-to ao cidadão. A razão maior de o tema da devida distância ter sido abor-dado logo no início do livro é que a ilusão de uma democracia direta-, mantida e até criada inteiramente por toda a engrenagem da mídia, reve-la-se como a grande tentação que ronda tanto a justiça quanto a política: assim, pode-se constatar, sempre através da mídia, o novo credo dos juízes perseguidos pelo velho sonho da justiça redentora, enquanto a democra-cia representativa é estrangulada pela ação da democrademocra-cia direta.Ao mes-mo tempo, e sempre sob pressão da mídia, perde a justiça o seu espaço protegido, priva-se ela do distanciamento dos fatos no tempo e da reser-va de suas iniciatireser-vas profissionais. A deliberação política toma-se

su-* Petit juge, denominação com que na França certa mídia sensacionalista e certos meios político-financeiros qualificam os jovens juízes formados pela Escola Nacional da Magistratura, com sede em Bordeaux. Em geral têm menos de 40 anos, são quase metade dos 6.300 magistrados em exercício; 550 são juízes da instrução, 44% são mulheres. Têm por característica tratar todos os processos com rigor e na estrita aplicação da lei. (N. da R.)

14 H-2 --I-¿_-3 <.-¡-if.” .Q-_" U \. N \. E -._ ¬.-.--._J i _f"'. '-.. \ A

Ãqualquer outro tipo de julgamento que não o do juiz.” 'llma

norma-la

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pér ua devido ao massacre publicitário com pretensões a justiceiro e pela fraude nas pesquisas, que reduz a eleição a uma sondagem virtual. O leitor talvez se surpreenda com a virulência deste ataque contra os efei-tos perversos da ação da mídia. No entanto, Luna vez compreendido que à mesma ameaça são submetidas a posição de. terceiro na relação jurídica e a mediação institucional na relação política, não será surpresa Ver Garapon juntar-se a Claude Lefort em sua denúncia da ideologia invisí-vel da mídia.

Para além deste julgamento rigoroso, pode-se continuar manten-do o diagnóstico duplo que constitui a originalidade da primeira parte "da"obra'."'Pa'r'a"ä'cabar'cö`iñ`õ"processo'unilateralll `ö"q`üë`šë`të`r`r`1`"tentado"

fazer com a justiça _ sob o pretexto de sua invasão em todas as esferas da vida pública e privada, é na própria democracia que se deve antes de tudo procurar a falha. Além do mais, é na democracia, chamada por Tocqueville de Igualdade de Condições, que se deve procurar o início de

'“---.,._. rude. az--fr* "ra c .

estava entao inventar, criar art1f1çialn1e;1tg,fabr1car (todas essas pa-lavras são empregadas por Garapoii) as-;_u__t__‹_:;_r;i,ç_l_,ê__1_,c1e,.P.‹;›r não chegar lá é "que asgcieqdêpclšiççseliremete aos jü1zes.âê_«.demanda da justiça vemf do

todos os desvios' essa “Íz ' "' sf' não_ ç P, ç çoderia se dar_ o

$não_à$ custasdaswhierarquias aniigas, das tradições naturais, que de' f'

signavam a posição de cada_um__e_ restrP1:§g1ͧ1¿1_1:š;1,S¿,,ÍÉÇf?1ÊÍ<.'Íš'.l e con

ito-<' esamparo dal301,ÍfÍ@ "o direito tornando-se all timímofallcómíimi em uma sociedade que não mais a possui". Frases do mesmo tom se acumulam à medida que se avança a leitura: "A democracia não tolera comum sem costgL1_¬_¿__‹f:__s,¿ç_o_;_,11,`L¿r1s. . ."! Mais adiante, o leitor se perguntará séàleslšedfãgnósfftico rigoroso admite também a mesma terapia tanto para a justiça como para a democracia. Entre indivíduos dispersos, que o efeito perverso da “igualdade de condições” obrigaqa obedecer, poder-se-ão alg{ií "d'išÍ e"1ÍEonlt_i¡arllrëiisñconsidleraídèos lcidaídíãos?

_ O autor prossegue de maneira intrépida sua descida aos infernos

i de uma democracia desnorteada: 'invasão de contratos que aliviam a

Q perda de um mundo comum; controle judiciário que não pode mais

dizer em nome do que é exercido;_reforço da função asilar da prisão em vez de proteção aos mais frágeis;_ interiorização da norma por falta de

regras externas reconhecidas, todos esses sintomas dão razão a François 2

Ewald:UQuanto menos__o_direito for assegurado, mais a sociedade é _ ,

.,._,¡.__Ê Q Êorçada a tomä " Mas:seajustiçašervépara rezinutrodiuzirld

Ê. “/ posteriori as intervenções que deveriam ter sido feitas a priori, em nome

do que será exigido prudência dos indivíduos quando a responsabili-dade presumida do delinqüente se tornar o objetivo distante da

(8)

1 -I If 1 M " “âízu | E I › \ .l

ca maior de tutela, na nova versão do Estado provedor que se ergue com dificuldade sobre as ruínas do antigo Estado?

Encontramo-nos então dentro de um círculo vicioso que o recuo das práticas democráticas e a progressão de novas idéias e argumentos jurídicos esboçam. Quem sai perdendo é o próprio sujeito em sua du-pla capacidade de réu e de cidadão. O verdadey ë§i§uf-ação, tanto política quanto judiciária, é que'airesponsabilidade iêfare-senta simultaneamente o postulado de qualqueFdefesa~da'd'‹-21/nocracia e, como força contrária, de qualquer barreira da jurisdicionalização cres-cente, e o objetivo perseguido por todo e qualquer empreendimento

víàà' a'ó'°'à"'féeõ quisià"aos1à'çõs"âõe'ià'iâ;"Nós'ü1 iiiõà~;"õàpí i1ó>é.° '¿:'õ s'à=

grados ao diagnóstico da sociedade judicializada e-de ` ' ada é

fei-to um balanço das expressões contemporâneas sobr *_ agilidade. bem

da verdade, tudo se passa como se a crise democrática e o in aço

jurí-dico fossem provocados apenas por decorrerem de uma terceira fonte, a saber, precisamente ‹m1_í§ de fragilidade. É a uma

rela-ção triangular inquietante que o debate entre justi a ' olí_tica cede

lu-gãrI<íQ§§pD]itiz§ç§›¿j_L_1ris'dicionalização, fragi da ;Ainda pior, o

judiciário é empurrado"p"à`fa`ã'lir 1a de frente po stituições políticas

.-.em vias de decomposição, e confrontado com uma tarefa impossível: pressupor que as formas de tutela da justiça, substitutas da represslão¿,{ffz_-'í"

qtêrri cpmo função criar, ou seja, proporcionar o surgimento do nov_Q.___ `

E sob o ângulo desse paradoxo da tutela e sob o signo de tarefa impossível que essa função suscita, entre a coação e o conselho -que se podem classificar todas as patologias -que este livro acumula, antes de se arriscar na dupla análise do cidadão e do réu.

_ ' 210.8, impasses* do ii{1__dividuali$IIL9'z111a.s_ojurista _

_t§fiT_1,u1fJ§1_‹?1.lILš!E_íIafprópri_ê1___Ç1_§:__falar.Nao perdendo de vista o perfil do _j¿i_i__2.___c_orr'i.‹_)_t‹-1-_rcei_ro dentro dos con itos, ele vê na identificação emocio-/¿/

F7"-E 'Í 7* E _' ""`:""" -í . _. . ___]

nal com as vitimas o sintoma mais claro do abandono da posiçao

im---- _' K 7' Í AÍ" ' W K ã-“im

parcialj- identifiç_§}_çf§¶_Ç}__ _$§}f1,3_9§io11.€1_l_Fcom as vítimas, que teria sua contrapartida na diabolz_zg_ção_çlg__culpac@Chega-se inclusive aos

limi-i€..S._£'l° línâllieieetoiâoos.s.oi'ioo‹o-oori?_o.-i_1.1i1?oofo Polo ffoooooo os todo 1

* l ii d1,S'f_an_C1arrÊnto simbólico e__q_ue marca o retorno __daH;v_e_ll1_a_jded¿gi¿_. l

sacrificial. __ surgi_mento da lógica vitimária pode então ser vista como um entrave à tentativa da justiça deéituar a função tutelar, mais adian-te descrita como paradian-te inseparável das condições necessárias para a de-mocratizaçao da sociedade. Evitar-se-á, com isso, ceder ã lamentaçãö `````` " na descriçao de outras atitudes que___r_na_r_c_a_m_a_ id;-ntidadei assumidasx

bojo om@1,i_a_i2o.r.tuii¬ero!_ol_iL1£1i<'=Í'-11¢ífi.i.L.11ãÊ!1i_1.i1mié'fÍ¢ _»z..l

f “_” --..

tras or-mas-de---violência. Restava apenas anexar esses males sociais aos 16 _ r ` \ ...-_If-..._ -f IL__.\i'f":_:'1 _/ -r?'\_`:¡'\-.

_£""* grandes paradoxos que estruturam este livro; com efeito, nledo do

tz-

osfoooofz i<1ooo; oo.oão.ooio o vío.'...moz di_oP_o1iaooão.d

culpado, tudo isso

ä( a omesmo abandono dap%i@m aeáro :

-'~ --m E _ __ _ __ - ..-=-f-¬.,

, O consenso se forma em tomo de sofrimentos e não mais de valores

l. comun`sƒ"1`fãta-se,-dó prinÕ1'p¬io"ao Fciespolitizaro suje , seja

ele vítima ou acusador, e até mesmo justiceiro autoproclamado. E o gran-de triângulo que se es_facela: litigante, réu, juiz.

A nova fragilidade constitui, é verdade, um desafio de amplitude inédita que se origina para além da esfera política. Ao menos dá o que pensar politicamente: é à falta de referências comuns que se deve ligar venção jurídica, que aparecem, então, como efeito dos fenômenos de marginalização característicos da nova criminalidade. Eis por que en-contramos ao fim da primeira parte não um vencedor, mas um juiz perplexo,lrespons_áqvelp_ela_ reabili_taç_a`o_c_1_e _u_m_a_instânçia política da qual ele deveria ser apenas ‹_:_z"g_ë_1;f_¡-“›.1!1Í_€.'f'.-.___ fl

'P Coloca-'se então a questão de saber se nos processos seria melhor tentar atenuar a insipiência da norma, em sua dimensão judiciária e.

política. Esta é a questão que domina a segunda parte do livro. Ora, as gp

terapias tanto do judiciário como da política nao dispoem de qualquer

1 - _.-1

credibilidade, salvo se o judiciário recusar a alta valorização que lhe e insidiosamente atribuída, e se ele retorna à sua função n1_.í1lima_,__qu_e__é_ ao mesmo tempo sua posição ótima, a s_aber,a tarefa deffdizer o 'rei of. Não punif `oíf¬repafãr,*mas, co fã palavra exalta, clelsiÊgÊ~{a`r'*õl`criTnPe e, assim, colocar a vítima e o delinqüente em seus devidos lugares, em benefício de uma peça de linguagem que se estende da qualificação do delito até o pronunciamento da sentença, ao término de um verdadeiro debate de palavras. Ajustiça prestará favor à democracia, que també é obra da palavra, do discurso, ao cumprir firmemente, com modést_if:

sua obrigação, para com "a linguagem, de todas as instituiçoes a maior J

o julgamento significa recondução à pátria humana, quer dizer, a da lingua. ffÍ gem. Antes mesmo de sua função de autorizar a violência legítima, a justiça é a palavra.

O julg§}¿1_Í_l_€:“1_1Ít.‹1-é.iun.dizei:_o.Íí§.§Ãf;l_l. Tudo o mais é decorrenteiad p__1¿i_r_ga_-;H çao dloijassadom continuidade dapes_sp§_š_ta§j_i1z_ém,:ze.sobremdo.za a_fi_ri§_1laç_ãoh_da_çg__ntii¿uiçlaEfe..ÍcÍól'§sÍj3açQ_p1Í1blíÇQƒCompreende-se: se o jul-gamento é um ato da palavra pública, todos seus efeitos, inclusive a de-tenção - que vem ser uma exclusão -, devem ter lugar no mesmo espa-çopúblico; seja em se tratando de penas complementares, de relações humanas, familiares, de trabalho, etc. Essa defesa é política: significa que, apesar de privado da liberdade, o detento permanece um cidadão e que

17 ianto'Õ'de šëréflitöudas"iiišt'âiiëi`äš"políticaš"q`üäiitõ"ã"éxj5ãHšãõiEi`ã*iñtëi*-"""" J l _.-. `l.`¬\?."\“L"".__.l"¡-1-rn.-1.-1-.-_-._.|"."'I'-.¬-f-.¬--_.-_.-_.»..-f-¬ i f

-É-'H'u?'1."'V'r''H-\n`5'\`.'I'_{'IÍ.'='.I¬.-Í

_. ›.' II ~:l *.".¬:.*.-._rT:¬.".'T"*:""z¬¬'--r-=-.-*_*-f¬-"'1*-°¬--‹~'-›¬-›---¬--vø-¬..._...__ n..g_ -,A_\._-_._.¡_-_. ur-\..¬ .-i. :firr\ r-¬_u --c -u¬‹"A.¬.' \.1--.«

(9)

-na--..¢.'._¬,._¡h_,,_,`_,,d¬_"_'_,._'_ :_; :_f-__§__r___._~_y_;1_3._ƒ__\..¡.4_¿¡.¢..| ¡.\_n..:¢un..¡. ›. '. F i _. :L J.:-w.I __\__ Lz-tn.-za.-.n. i l 1 l -_-.--,.,-,¡¡-__._.,

l

44~_._.-_..-t-_..-_-;_;; l l Jl \ na `l I _ I l 1 i ! -T _-.--=-ø É. I l i 1'

a finalidade dessa privação visa ã recuperação de todas as capacidades jurídicas que integram um cidadão completo. E a promessa à comunida-de comunida-de lhe restituir um cidadão.

De que forma a autoridade viria a constituir um momento

subtrai-_.:J`.¢¢:,› 1.-rf _ iu ' :_ IU..1' ' V _;/'* .f 'T '_ - .f '°`:'”" T do/W *Rj _' S ` " Ó \ :WW V. xzaf ' ovjjjvu _ / /` U _.. ...n-‹ -If I'-I~\r-‹.“¬"`"~

*x partir dai, considerar a justiça em vez da política como o último recurso jƒ

não poderia levar a um efeito enganoso em relação a falta que afeta o substituto tanto quanto o modelo político? O desaparecimento de um mtmdo comum se revela, finalmente, como a melhor tese defendida no

do ao com roinisso democrático seauma autoridade indiscutí ' - . .. . - _ . .' . . . . ..

P ' vel esubs \livro, na sua parte terapeutica e no'seu diagnostico. Pois a substituiçao

tituída sim lesmente or uma “aut ridad ` tív 1 ' - .. ` . - .

P P ~ °_ ,, ' e dlscu e ou uma autonda nao vale a cura, mas, eventualmente, o agravamento: "A posiçao da

jus-de freqüentemente posta em discussao ? E como pojus-deria ojus-debate per- _ _f¡ƒ,..z- . , - _ r . . ..

` ,manente.s_obre-1eg1Âii11Ji!_1§.Ele. erÊr autogq Í . -_ ade' se a ë ña da (hsm 5619- 5-ev-L _ . z -~ .Í VV -zzz -~ z-z\._¡Í __ tanto ela propria contribuitiçaeparadoxal. ela reage ao perigo de desmtegraçao,paraa qual, entre-f ~ 0 ~ nfO subtitulo mais perturbador pode-se di-1

'-¬~ a óia a enas no restí 'o do.. .rocédiinento Elãi ró T fi'aE1`T C " " ' . ` . , s . ' , . z .

¬-P P ---Ê---r="gi'““"" “P F lscussao se não . zer, o que mais desarma no hvro e este: “A autoridade necessaria e

im-réstaloutrailsaída, a_ expectativa de que o juiz possãTT'lë"g*ihinar _a_ ação po-_. ff z ,.‹ z '

z _ _ ¬ zz -z oz z z -‹ - z LÁ ossivel Ai Garapon parece adotar sem reservas as teses de Gauchet:

- ---~--ií §oz-o§-f-11z1111I -I-Q-Sliloifzo‹-.o@mZor.ooÍosoo-So-oioioz-dioi orim-ossos-Sin1¬... ..

.z

. «

.

..

-

~

l5_ól_iças, cultivar a verdade”, só pode trazer de volta as ilusões da ativida-- - - - "" ___ Uma sociedade que sardemn regune-de'exceçao'"e°se'toma-iiidepen-_

2-- - › \¿>“ dente partindo de uma comunidade antecedente, tal sociedade, dita

de jufíaiizâ :dë uiicrâaàs ñõí i éifõ capíiíiíãieísípõr qúëí ëíšimó mais ~

r as

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1

:. a von erco ou se ormí as* e ara n tais com . -- .. . _.

«zé-._ .-51 _ po ' . O auton a e precedeu.” Confesso que nao vejo soluçao para esse paradoxo no

recur-_ çxfad _ ä _ f_,____üI__ -d -Gs _ z . _ ,,A .d d À ipada, tem mais necessidade deautoridade o que aque a que a

._ asse ura os la os com as ori ens'o oder a roe ão ara futur .g. , Ç .. 8 '. P _' ,p, 1 Ç P O O I LA proposto pela formula de Montesquieu: “Nao a ausencia de run mes---~ . . - .. A .

autoridade e fundaçao,'__o_poder, mov çao As regras conservam o o- ' - - .z z

--z--z- -a a cv o --- ,, , tre, mas a aceitaçao de seus pares como mestres. Se um dos pares e

con-der, a utõi ade preserva a regra. po er e que_pode; e a '

a _ e,_a a que aquí oriza ue constrangimento

processualesta-rá algum dia ã altura dessa ambição? Eu acreditaria piamente que a auto-ridade é efêmera, que ela decorre de convicções preestabelecidas, cuja crítica leva, altemadamente, ao fracasso, à substituição, à renovação: Caso

"“ contrário, a posição do juiz se transformaria naquela de um terceiro

so-berano, com um pouco menos de poder do que um tirano. “O juiz, diz

ainda Garapon, não deve colocar-se na posição de terceiro o ue

Q demogracianão_c_ess_a_de__i1egar.f' Ou seja, o que-seria de um luto que não interiorizasse de uma maneira ou de outra o objeto do amor perdido gl

para elevá-lo ao nível de estruturação simbólica? ', J

A bem da verdade, todo o restante da segunda parte repousa so- Í É bre um primeiro movimento de recomposição em que é dito, no limiar desse novoconceito,-que-se-visaráazš-'gãfazer-e-eami-nhogia ingtifggã Q, 'i

}11ë1.1;ii1.1.Çl9rÇ,15=iq_uoloS__Ç1i1e a__,fiindar-a›mÍfi

' '

T J

Mas, se é insistindo as.sim_sQbre o elo a serpreservado _ entre a

`siderado mestre, supõe-se ainda que sua frágil sabedoria seja reconheci-da como superior e digna de ser obedecireconheci-da. Em vez de abandonar-me ã tarefa de Sísifo e recriar permanentemente uma instância simbólica, pro-cu'rarei,_de minha parte, a saída do paradoxo junto a Rawls, falando de “convicções bem avaliadas", de “tolerância numa sociedade pluralista”, de “consenso por recortes”, de ”desacordos razoáveis”, todas essas ex-pressões fque pressupõem a retomada de heranças culturais, hoje frag-mentadas, mas, em última instâi_1cia,serrip_reni__Q__`vadoras. Evocaria

tam-bém com Charles Taylor, emilgie Sources o t _ Sel , possível in uência

de fortes heranças,_ainda pr' A , não interpre adas quanto às suas

promessas não cumpridas, advindas da cultura judaico-cristã, do racionalismo, do iluminismo, e do grande romantismo alemão e anglo-saxão _do século XD(. Sem heranças múltiplas e mutuamente criticadas, não vejo como se poderá sair do "sim dmidQ Va_z_i_o_._Tal-vez 'ainda' 'não tenhamos esgotado as fontes do simbolismo marcadas

J-Ezs ça e 6 :uso público cia palavra _que devecomeçgr todá -de \ pelo triplo carimbo .da antigüidade, da exterioridade e da superioridade.

- a o - za -- --o rw- se-~--r-~-r~~~-' o z f F a erradamente ilustrado pela aventura do Terror e dos totalitarismos, que

restauração ou mesmo de instauraçãowdo elo, queq__permgn_e;;eqg_Q_b em

- -- _. - ¬-z __ T. _- -z - - - - zz- - - tt -r - ---- -J 'I pretenderam recomeçar do zero ecriar um homem pretensamente novo. ..

_ de§t_a_1;e_flexao % a sal5ér,*olaço“entrelo justificável e o cidadão - a di - ""v

_ --.-.-...M-~-. --~--- ' Garapon também afirma, sem reticências aparentes, depois de ouvir as

culdade entao resta emprosseguir nesta via sem tropeçar no obstáculo

es i itima ao da 'autoridade em sua fun a fun _ V V - .z . _ l . . ._ . , . ..»»

---1; "'”I"` -o -z r ;ç~r--Q»-. .Êl.ÊfiO_ra.f.fl9.¶lle dlíres. . '''''''' " beneficiando-se recisamente de sua dimensão simbolica. _

.â eito__a osi ão do terceiro no lano uridico comot b' ' """-T '.. P . .. . . _. . . .

2 zr' _ . P z ...l ' am emoda mSt.1.tP“ _ _ \/'I Aenfasesobreadimensao simbolica dojudiciario Constitui sua

Pro-_, ° _ P fissao de fé, que acompanha todo o seguimento do livro Ajustiça é

cha-9 .

.- J . ,I-. .4__, z

-I _ :i_ÊaQ__C_1_e,med.iaço'es_,ndplãno político¡`"]á"ifoi dito que o uso da alavra 'À _

-= 'g 'bj' f r t -- - _ _ _ __ ___ ___ z.

u ma e O exerclclo do poder 1.180 dlêpoem ambos de legmmldade' A mada a preencher a função de instituição cadeira, quando faz do

'f/l

. _ . . '““`““ * I ~z- onfidências de uma sociedade desencantada, que a justiça, enquan o

â~(¿1l.Ê_t-1;‹,Ê.Êi..1_ÊlC_'_<...t.ffll.lt°Pêra a_ll1$Í1.Ç.€1.C9.919.-P.Ê1.1Í?F a dem°°faEiÊ'¿?T¡e“Ía~-- representa o justo élegitimadaase colocar como instituição identificadora, lr

. ' -' ~ -- ' ' . r .1. z¬. .›'. ..-. .'. ' .H _>,_ .1 z ,_:¬__-_ ___ I ' '”--'' . 1 Q ' '¡\.' 1 .} gi' P/ _ J .. -' Í¡"` :\_ Í".T "- _", E" ' ~ Ê . - ' ' 15 l _{

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19

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(10)

f I I-Í-Ó :.. 'E.-".'-_,_,-..-'_' ,_-hƒq..-ulv-'I 'Í ...ø lí H ._H.--Q ‹-I. \›~ ~ I I. E

Éšlíâtfä e de pua realização aceita sem restrições, a cena aparente nos

li-a A Q , _ ^ 0

qua uma cerimonia da palavra instaura a exata distancia entre âoqos os reus. Masgda perplexidade lembrada mais acima volta de forma o orosa por ocasiao da defesa corajosa em favor do ritual do processo.: C,°ml° §01ÍCÍÍdf: h<>,];<-2, após as declarações sobre "a autoridade indispen-âavf GÂUÍIÍOÊSIVGI z que odesdobramento simbólico repita a experiência Zâo un aÇd0- .Desse vez, e Garapon que evoca o mundo da Bíblia, a

ra-r " o ~ za z F-1 ff" ¬ ea --~-refer”

l.\.-T» --8 ega, âtLU.11S_ _1§_Ê1_Q_1'°fna}.1a› U§}.1Il.-..1I.Q,_S'aoÍ.uis, Carlos Magng, ap_o__le_ap. Que reconciliaçao com a figuraqdo__pai a_ssassinaÊiö O iéiímii-iria

TT *if r:;"-Ú¿í.:_v r

,__,...

secretas. O autor conhece tudo sobre o peso, as resistências, os precon-ceitos e medos que entravam a conquista da idéia da_sanção-reintegra-_ç_ão,às custas da idéia da__sai3_çao-1;›_L1Dií;§1.Q;.a esse preço, a

iviolênciairesi-dual da punição poderia fazer parte de uma instituição justa. Mas a função do reformador é a de pensar, de dar sentidoa run reformismo que não cederia nem ao ceticismo de Foucault, nem à obsessão das pes-soas pela segurança. [A fé na palavra pública é a plena convicção que*/_f""

.‹ mobiliza um @£oriiiism0.zâ¢iQn.õ.1,..li°e_i~z1¬iai;gpSujëiiofzssun rlcóinpró

rf "`" E E v -- ¬ -P _- l *`“'n`Íis§Õ§é_mantê-lo dentro do círculo'dápalavra pública co iumíaohõ-"

Ê/a zl-tmdade ‹'Í:t-1"SE um ÍCQHQ anterior! uma?? ____'_ H _,---:-" " - ~ -- - . ._

-.-.-.--ef aas.o.1daaa1â‹1aarssaizse.-zzfezizsg ezaaíenquapfo

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1aHa1dado.l ofoeoaV1VofLm1da? .Q.1iia'o..iziosmsi1.é:...‹:on.aicia.

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--apoiando-se neste conhecimento: autoridade é a força da orga1iização.2fÍ-Íi% _. - - . , .

~ - . »--- _..- z- a "~'“' aprovaçao/reprovaçao. E, para nao sucumbir a uma nova especie de

_ O É: ça. [Fundamentaçaq repetiça_Q,PareceÊtre-(-šarapon res onšiliil' ""“'” " C

I -.__|E';'-~:;;'_ _ fa ' ' ' ' - ' " ' f W . O . - - z u 0 A

--lr - P i P . utopia, esta sim, reformista, o autor se apoia em sua experiencia e na de

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_ -.

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¡-dimento pela total carga dessa relaçao entre fundamentação e repetição:

:IP I . . . H I

:_/T ara os modernos, o quadro, portanto, e o que substittu a tradiçao. ' Recorrer ao momento da fundação, por definição impossível, é tão mais 5_i__1e_cessario e vital quanto maior for o pluralismo.” A idéia de um futuro mau8urf¶ÉÍ,01`~dfÍ5lPel1.$.ÊÉÍÊ!.ê_€lÊHšÍ m011__1__š,fr1to.inaugui;a.l? E não es eramos

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me1n,,_I.ivre"e..aos..p.resos. Entre a cultura da vingança e a utopla o um

--- mundo sem penas, ha lugar para uma pena inteligente , onde a

san-ção seria pensada além da pena, segundo seu sentido etimológico de

seus pares, bem como em proposições precisas em quese manifesta o caráter profissional.

Não gostaria de terminar estas páginas de introdução, que são ape-nas notas de leitura, sem destacar o peso deste livro na defesa da demo-cracia. Iá vimos em seu diagnóstico o quanto o ativismo jurídico foi

tri-. tri-._ ._r____ __- P

demais da mdO jhe u

- d _ . . ~ . ..

_'__'g}¡tO1-¡¿_j_¿¿¡ ¿_j__¿:¿.__ na fajtà de 0uh_a,,»_, ra f a ea *ag ea-esem-Eenhe ÍPÉPÊI dia-¬ butário do desaparecimento do fator político; a transiçao para uma

pos-l' T¬"_"_m"~`“"`"`“' ' tura militante, nas duas frentes, era assegurada pela idéia do parentesco

I

o As paginas que se seguem sobre o espetáculo dado no recinto do

tribunal, da reconstituição da transgressão e de sua reabsorção pela palavra mediadora, são realmente notáveis. A grande idéia de unir

es-;âí“.:.fí;§:*â::.€.°;:.a¿?.§rraffseaeraaaff

°ferda

isto é um sujeito cu]'as ca Êiciêleilo alclmdl O mdwlduo pãlçologlco -T cidadlão. O réu é uin cid[ádãoaSe§1`Itned1aäi`m(?nte O ClaSS1 Cam'colnO

Tud H , _ I _ . ujei o O e ,ireito e estado de direito.

o se apoia ne principio da funçao simbolica, portanto, da palavra comum, nas individualidades psicológicas que se identificam com s_,ei_i_¬ ' ÚÍI11I1e11Í0-E-S..€:LlS Cl€S<êl0S-_R€Í9!ÊlÊ.Ê01I}_0 umleitmcäj/Ê) desafiffque

onstitui para uma sociedade dessacralizada e para um indivíduo de-:orientado a preservação de um momento de autoridade, quer dizer, o

?WPfo8oa am@%gíti.ma.e..da...di1" a Sãgsimbólmgf

O que e dito em seguida sobre o compromisso entre a função de âantçao .e de reintegraçao da detenção decorre diretamente da tese da disdancia exata em umespaço publico continuo, garantia da continui-al e dosujeito de direito. A esse respeito, numa abordagem puramen-te psi_quiatrica, logo, puramen-terapeutica, a sanção dá, paradoxalmenpuramen-te, uma vi-SEIQ que se apro2›2LUJ_š1_-C1Q_§êÇri Çía1 €:_gu`e deixa a vítima radicalmente à Parte. do ÊÍUPOKÊÍÍTÊ É-'×P1ãÇa0 6 terapia; há passagens que permanecem

-._-._ _- . .

, h""~-_. _ .__.-....-_... --..-.--"*

20

e da solidariedade entre a posição de terceiro da justiça, geradora da exa-tadistância entre réus, e_o_papel_me._Ç_1i_ê.ÇlQF.Ê1.Ê5_in$gÍ¡P¿§ões_representaü- M _vas do estado de diréi't:Í_\_,Este é o último aspecto"_d_a reconstrução, rëáfiif-ç_q

mado nas¬úil't`-iinas páginas do livro. O perigo de uma nova forma de uto-pia em matéria jurídica, que se acrescentaria ao ativismo jurídico denun-_ciado, só pode ser conjurado se o problema da representaçã_Qp§1í§cã voltarfaolmešinö' tempo,ijã"discusÍsão;Se diešejárifnos aproximar o lugar

da justiça dos réus. devei.1ios_a.o.iii§šs.i11o tampodeaaialz

_ ..

..

oao"oo11a”oa1'1aoÍšoJa.o×asofadamo fo_P11ofiooioiia ..aada;¿ Um "novo ato

1.gari' requer-luinclontextölde*nature a política, a saber, o destaque

\

d . emocraciaassociativaeparticipatitía. inevitável que a chave das

instituições judiciárias esteja nas mãos dos políticos, uma vez que, na

' França, o judiciário não é um poder distinto do exlecutivo e do legislativo,

mas Sim uma autoridade. Logo, é importante que não se espere do nosso autor qualquer invocação mágica de independência da justiça, bem como de qualquer retorno a uma tentação redentora. Em última análise, é o mesmo poder de julgar 'que faz o juiz e o cidadão.

o

Paul Ricoeur

I 'I' .À ~ë .I,` .__---` \3-,. -¬--..¿_.."... \ | .\ ¬ _-.` ø' j/T F _.' ..›' j_g_~.›\/ IV. v _:,Í¡

'

21

Á f .Í. 1 ¡I-uea representa-gi i I -"_.-¬.-_._-_---.-_-~¬» --uvn-¬r.-_- ¬-.-_-....¬¡-...._..L..¡-r_r_¬- r`¬-v-v--\-u-.-11 I I \ 1 1 |r r) ¡r I 'Ê r | I* U' N/J.I-\uø‹-Iufw---u.-ø|uz¬.r_p`.-1,,-y .\\ .__| fl .:\ '.= :I I?

(11)

i I _;-u ,._¬_`,_._.._..--V. v -.¬.¡.-_.-..|..-...n_.._

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i INTRODUÇÃO

_ -n---hà--i--.--‹n---n.---‹ nn----1---..----Q--_. ._ __...--.U_.-.-.---.uu-H...""...H...H.-...-...--..-....--"-4.H-..--....-.-..-H...-...H....--...-...-...-.-...-.-_..-.----.-.-.

O que se lê nos jomais de hoje? Que duas autoridades políticas de-vem comparecer diante de um tribunal, acusadas de cumplicidade no tráfico de in uência. Que um juiz espanhol prepara-se para prender o antigo secretário de Estado de Segurança. Que o desemprego multiplica o número de famílias endividadas e que os juízes são cada vez mais soli-citados. Que o ministro da Justiça declarou esperar que os promotores fossem mais autônomos. Que a cobertura de questões judiciárias de po-líticos locais provoca problemas para os jomais intimamente associados à sua cidade, habituados a uma vida urbana mais tranqüila. Que o Con-selho de Estado declarqu ter aceito pela primeira vez recurso apresenta-do por um militar e por um preso contra sanções disciplinares.

Hoje, os grandes debates sociais são freqüentemente realizados por ocasião de processos de grande repercussão - tais como o do desmoronamento do estádiode Furianiƒ o do caso do sangue contaminado" -que mantêm em alerta a opinião pública durante semanas. Sem falar do caso I. O. Simpson, nos Estados Unidos, transmitido ao vivo pela televi-são, e que manteve a América em suspense por mais de um ano. Na França, 0 caso do menino Grégory tomou proporções inacreditáveis. No seu auge, várias centenas de jornalistas"e'šlivë.rá i_nÕ__localparacobrirwo que não passava de um caso policial banal. Articulando-se em torno de um fato real e ultrapassando as restrições ideológicas, o combate

judiciá-* Estádio Furiani, cidade de Bastia, Córdoba, na disputa da semifinal da copa da França, dia 05.05.1992, parte da arquibancada malconstruída cai, provocando 15 mortos,.2.177 feridos e co-moção nacional, com condenação de vários políticos e empreiteiros. (N.da R.)

" O escândalo “do sangue contaminado" permanece há 15 anos, e ainda não terminou, na Fran-ça. Relaciona-se com a contaminação, com AIDS, de pessoas que receberam transfusão de sangue quando, naquele país, o Estado é responsável pela saúde pública. Diversos processos judiciais, condenações e demissões de ministro vêm ocorrendo desde então em função do caso, e a alter-nância de governos de esquerda e de 'direita enseja excessos verbais e campanhas de difamação na mídia, em particular em anos de campanha eleitoral, quando o drama do sangue contamina-do é utilizacontamina-do contra adversários políticos. (N. da R.)

(12)

i I i E

` dia um pouco mais, sua autoridade. Os juízes são chamados a se

mani-Í e " """"`(juãiëíiíl`ii`ët`íüiš`rFi)."O"jüiä"ë`i*i`öi*iiiã'l'iri'ëñte"dešigñãd'ö`Eöiiiö `árb'ifrö`de"cós`-"" .' i j_ -1. l l If i '.:]

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.ih ao controle do juiz.As últimas décadas viram o contencioso explodir e as _.-_-_____` . 'ø "` 4. . s__z ip, ¡, li-_..

rio permite a uma democracia desorientada melhor referenciar-se ao se )

ideiiti car com pessoas que a televisão toma tão próximas. _

_ É O controle crescente da justiça sobre a vida coletiva é "um dos mai- 1

nos dez anos atrás, quando o juiz não conhecia essas questões com a mesma acuidade, seja porque a dência ainda não as tivesse levantado¿____ seja porque os vínculos sociais eram mais sólidos oüfõ Estado. não tãto/_

qualificado. 1 _ "

Essa exigência é absoluta. Tudo e todos devem, daí para a frente, ser julgados: a lei, pelo Conselho Constitucional; a política econômica do governo, pelo-Tribunal de Luxemburgo; o funcionamento das

institui-íçeetar .em um númeríl de Êeteres da gde Soeialdcede di? mais extejnso' / ções penais e disciplinares, pelo Tribunal de Estrasburgo; os ministros, .

rimâiramenlte, na vi a P0 ztica; quailiq o se vidu eseiip/Q W/:GI P0_1` ele 1 i ,_ _; ' pelo Tribunal de Justiça da República; os políticos, pela justiça penal co- u_u,

mun O aqm O que os amencanos C amam ea um ahvlsmo lu me I .._.Í:Ê.[...mum..A.maioria..dessas.jurisdições.não_existia.há..algumas.déCae§ i*._W

-a ores f-atos politicos deste fin-al do século XX".1 N-ad-a m-ais pode esc-ap-ar jíírisdições crescerem e se multiplicarem, diversi cando e afirmando, cada

'I'.""""'1Iu-_,,,`_`____“__¿" :-'¡_._-_.._,._¡

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fl!,Í` V:¡I'J_-Iff._.-_-;._.:H'

O apelo a justiça e de alcance geral: ninguem e intocavel. A ms-tituição judiciária parece ancorar-se num sentimento de justiça que as décadas de marxismo e de bem-estar previdenciário acabaram tumes, até mesmo da moralidade política: a atualidade cotidiana nos

ofe-rece múltiplos exemplos que não dizem respeito apenas a Luna única

femme O1í.üca`Isto se Verifica igualmente na vida intemaeiolml' euendo' _por adormecer. Esta nova sensibilidade traduz uma demanda moral: _ ,z

pela primeira vez a partir de 1945, a sociedade conseguiu mstituir mn ' .- ¬ a a aa - i a a a ea - .A

. . _ _ _ _ . a es era de umairfsfãncia ue nomeie o bem e o male fixe a.in`usti-a '

tribunal penal intemacional para os crimes cometidos na ex,-Iugoslavia, *Í P q 1

_ _ _ . _ . a na memóriacoletiva. O debate sobre a bioética revelou a

e tambem julgar os autores do genocidio em Ruanda. Na 'vida economica «_ a-Rj zw . 1 z za -_ --a ¬ aa. a a z

_ . _ _ - _ . - tl. in uietude deummundo des rovidodeautoridaçde su erior a

ro-i ualmente aro-inda ue de manero-ira maro-isbranda os ne c ef `*‹¬./J . qm . aa a -aapaf" na '¬*"" sã. TR i eae"

g _ ' .q . _ _ _ Í go 105 Pr eremo cura' de umúoutro da democraciêiílue lhe apaziguaria as

questões-anommeto de ellbltragem a pubhcldade da ]uShça` Apesar dlsso' .oe ele- e-xiesteneeiais. Eis-nos equi, talvez, em face de um momento de per-_

se

_ ' _ _ , _ . cupar com a questãp da sobrev fêneia, da segurança externa, graças

anos, na França. Vimos o juiz desempenharumpapel importante na vida ___ ' Í? - fa -. u aa .aa aa a aa a az az - a a . -z-%¿/

I lh b üd _ _ 1 t Í, _ d b, ,ti .eq ao_ im da guerraçfria_,açdemocracia olhapara siçpropriaçeçççse interro- ,

piora ,-sao- e su me }as,.piäncipa menle eãn mp teria et ioe cal, queís- gap sobre seus fungamePtOraiS_ que _ a ¿

063 quase que 1mP0551Ve15 e Serem lu ga 35° S O aeee eee rea men e ¿¬,_~i›"¡`-?'H W Essa demanda de justiça é,_ enfim, universal, como demonstra a

im-?a_ md” Socäzz' Onde Càlwz Ííltfrvãmšlín Êf lšgs Soclals uâlpeetantes' (ÊOÊO a* portancia inedita que eo crime contra a humanidade asstuniu nos ultimos

01 Ofaso 3 greve 05 P1 O 05 3 ef-._ 3 l?ÊÊ"5°Í~*- Qllflzf a Seele Ê1 \ anos. Os rocessos Barbie e Touvier,* que tiveram larga repercussão,

es-de

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_ “ae _'j15CaaPenÊ\5f 0 PÊP9 e er1_ 9 eu _e_]unS .a' __...e_ÍenteO tão aí ara lernbrá-lo. A' mesma 'usti a deve ser a licada não a enas a

de conc soams, e atémesmo amrnador P .. ` ` ' J Ç P P

H--ff' H . ,br laa z aa - a- ,¿ a d l_ É * qualquer relaçao (homem/mulher; chefe/empregado,

govemante/go-_ÊJ;1m,e_ p_°___heaPLÍ 1eefeQLn°fP_°LÊ.×em,P_2â.í-- .z_ÊzEÍÊ1ÍeʧÊz9zz.zaÊ...ae--“Í a) aa vemados, pais/filhos etc.), mas igualmente a todos os homens, sejam

"' .f

ef.:

quenela' ienes Pslqälaeas e asslstelgrtef Sofnele Serenl Pmeessadosbpor quais forem sua cultura-e o -Estado que os abrigou. Pois se tudo e todos

nao* eezunflaremfef PÊOS ou malus' a Os a enançëza e meãzme e adne' são réus, espera-se igualmente tudo da justiça; não.apenas Luna

compe-gaçao nao emais a ora enuante. sso acontece tam em na vi aprwa a, a tência ilimitada, mas também uma zijus ça tota1zz_ A ljus ça não pode

tal ponto que alguns chegam a falar, após a lei de 1975 sobre o divórcio, ¬_ ~ a ` _

a 't

em ”ménage à trois". O juiz de menores deve supostamente distinguir os ¡ƒ.=eiƒz . _ ,_ _ _' _- __, _ _ _, _ 1

' ` ea fl . ,¡_ . . _ . .

-metgdes educativos normals daqueles que não O Sãe e traçar, caso a Caso, =_` H. Í Klaus Barbie, nascido em 1913 na Alemanha, chefe da Gestapo nazista na cidade de Lyon em

a f t . t d.f lt 1 . t , 1 1 _. . , `*a aa 1941. Responsável pela tortura e morte de centenas de patiiotas franceses (0 mais famoso entre

Ion elra en re a 1 erença eu ura aeel ave e aque a que nao male O e eles sendo ean Moulin Fo e ara aAmerica Latina no fim da erra evive no Peru com onome

. _ _ ' I ' )- s P ' ' ` SU . `

O juiz torna-Se igualmente uma rgferênçia Para 0 zndzvídzzg pel-didgj 159- ,__, - de Klaus Altmann até 1972, quando é reconhecido. O govemo francês pede sua extradição,

po-.¿ lado sem raízes _ produzido por nossas Sociedades ___ ue rocura no rem Altmann Barbie, avisado, foge. Novamente reconhecido na Bolivia, a França consegue sua

É ' _ I _ I _ _ . ' q P extradição, e ele e condenado a 'prisão perpetua em 1987. Faleceu de cancer no hospital carcerário

confronto com a lei o ultimo res uicio de identidade Voltemos elo me- de L on em 1991

_ q _ p y _ a _ - a

Í __ _ Q : Í ,_ ¬ _ Í _ _ ou _ __ Paul Touvier foi, durante a 2° Guerra Mundial, chefe da milícia francesa colaboradora dos

nazis-, R R I ,,L _ 1 1. . h. . ,, _ _ _ . _ _ tas. Após viver mais de 40 anos escondido em casas de amigos e até em_cpnventos, é preso em 24

Le Seagãllajagàsi pe 3 P9 mque et la P 1¡°5°Ph1e f 5'f“”"°"5 de I” de"'°C'“"ef Per15' Gelhmard / de maio de 1989 na cidade de Nice. E condenado, em abril de 1994, a prisao perpétua, por crimes

_ contra a humanidade. (N. da R.) -24 25 i E i I. Ap; n' '¬T'4'-.¬rr-¬ø-r¬r |-¬J'/42M": '-*I 'f .____'.-.in r-1|-,-w g_-vii-.¬n;',-.'-¡H‹|'¢:'-.T'\.' `f'_-fz". »¬1-fl'.'I' .›._ 1 `_"\T`›f'“'I'-?'.€_'.~T'‹'*-¬"~=I'-'¬'.?¬_"'T=¬_'~"'f\'. m fffef» ÉÊ: '.'Ê'Í-\ |

(13)

L I 1 i i I I' 4.... I I i I E i | 1 zl A J¡_‹"`¡f'sz-e:ee_:2e`__r¿ J31-fÍÍ`¡'-11:19NUM 'lu - - '\ A Á. _; nu ."` :,;¡_I .af .. »' 4% ; fe. '_\ Et Í:-eee_=e'› i_\ -; \. / s-. :'\.I._ V- "| _ _ u Ie- 1' --.5'Ê-' , . ...-ui 'nun'---n ~i_... 1 \. s --Jr '.'z ~,.,-. ` Essa reviraloltajuediçiaria d - . . a c _ . z - - - -' _... ve na um - - - - i

e_,,¿›- e___ 1uadeaa°_Éftamâtetttgtdde-_rdeeel deetelefaaeesdeaetl antadego rentes. Aprimeira procura u_m pa_lei_eati_v o_a_o desapa§egu_i1ei_i_jg d_Q_ oder?

v E E a rj* fr rf -2. F*-"" - - . Ite':.(*¡e)'v.`Jjie~<`:'6-{_À¡:.--f`‹-.Q.-':...»..L_.e;.-it.--¿~_z,e., " QJQ-' e . \. .. _-- *"-. ‹.' ' i .z 1. --¬~z ~ , er» 'v __"¿' _-\ "- . ._- 1 .

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ais se contentar em dizer 0 que e Íttstef eta deve ainda atatttttt e deetdtt' própri identidade que corre o risco de falhar' a do individuo, a da vida

Prextmer e guardar eeetenetae' eenethet e resolver' tulgat e eemmaeaa a social e a do político.\O juiz surge como um recurso contra a implosão

Eata Ptegteaaae~da1dattea aaa e hemegetteat se alguna eentetteteses , j z das sociedades demoëráticas que não conseguem¡administrar de outra

xptedttamf eutfee eeem em des"-90› 0V05 delltee Surgem e ettttea /E forma a complexidade e a diversificação que' elas mesmas geraram. O

eepereeem' Eaee mevtmente e Patadexalt ao mesmo tempe em que -' *ÍÍÍ É sujeito, privado das referências que lhe dão- uma identidade e que

ô.=fo.-.-_,,

J-:'”lÁ"”Àfa”ff*=f¬~v~‹›.-Wi?-.~3

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-z traditorios - cujos efeitos convergem e se reforçam: de um lado, o en- jr e ultimos a Preencher uma funçao da autoridade __ ejerieaje quase que

. , , _

fraquecimento do Estado, sob pressão do mercado; e, de outro, o des- ' parental ___ abandonada Polos andgoa andares.

. m.°f° ame f° S1mb°11<f° de h°m@f}¬ 2 da ãe led de d@m°°f ¢°S-

A i uiàçâo às Estado' ¡à;5ífëä"óf"é"â"fiägiiiaâ'aë"a'õ"ia15 zTzaäõ':"'

“da Petttt a.Í.I.ÊÉ1Êtett°teaeÊtten°"" cratico dão ao direito o papel de protagonista, mas por motivos

dife-escndd'0 e 015 tettemettes ePetentemettte mtttte dttetetttes^ ' ' __e ate eeney /' _ politico, e entao ao jtuz que se recorre para a salvaçao. Os juizes sao os,. , - ... . '- ~z t- .~

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peça de um mecanismo mais complexo, que necessita de outras engrenea-_-_ -t - un] subsanl-to P 1.aa rali -ao .Úmaeé -o¡z¡.¿e.o.n`taieaeaseeoamornoaelš

Êenei ezeme eeftfagueelmentide E.Stade' O pa-egreeee de eemedede.e1ge% primeira cauesaeetëiiieeeorigem externa e afeta s instituições política; a

z . . _. .â _ _ _ ' ='.,,'__-¬\_i

se cetleberamdos naeritos ,de uma .r€C1UÇa0 de fegtasf Ptetttetam tegtda' f estruturam sua personalidade, procura no contato com a justiça uma ' 37»

mea aeee-9 e te a e5Pee1e~ Ettttmf esse aumente de Pedef da lusttça / muralha contra o desabamento interior. Em face da decomposição do .s'~,i=»í›»*

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eeeefez male eem as metanetaa peheeaa ttadtetettala' sua tmgdagem e a e tam a interpretação deste fenômeno desconcertante: o que existe eme?

de dlršeltef dee dtreltea de heetem na Europa' dos dttettea das matem' __ comum entre o crescimento de poder dos grandes escritórios de

advo-' as na menee _' e e sua geameeee' e Pteeeeee' O enftequeetmente de E cacia inteniacionais, os famosos Law Firms, e o aumento do número de

do, ao mesma tempo ein.que despreza o poder tutelar do Estado, multi- Ç.. eeIi;`j€-f-ársabolnosƒ por Tooduavijjaeduee eaedamo acía tanetoeee euuaeae O1-"'ae¡;f'_z'

plica a recorrencia ao juridieo. Esse movimento duplo _ fluxo do direito/ Izaçao polia-ea-auãnet deadeaaaaCO1Oaa a iaaaldada da cond¡_

e refluxo do Estado -- é facihnente percebido e, de resto, seria ele assim M" ef; -fa í ›~ E - n. d ~ - t da'-ea “afrimanto a,

eu ,e H_ _ el H _ _ _ [çoes em seuama_&o.§)\Íao eaee¿1zi1;._aeç¿a_o__e e jus ça so

ao novo. istoria ores provavelmente nao teriam dificuldade em en- e f plo, nos dois sentidos, (da dos a do abando¬n~oe tanto das instituições

contrar precedentes historicos. Mas, detendo-nos nessa constatação, __ e _,-' - ea of '¬"*f*'eeeE ° ' 7

_ _ , _ H -*_ quanto da sociedade democratica que par llíam a mesma fragilidade.

areriscamo-nos a deixar ízle lado uma ouítra explicaelao para a ascensao do __; Nao sana a jasaça convocada Paraepeeteeêaee? Qeeeeeee meie e eleeeee

äfazz teefaeâ-Ret-É-eÍãe¡¡Íãt¬i¿.äÊÊÊÊ-aaätepe-egtea e fa. __tea.ttfneÉte__medtta_na _____ çeragia_:_so]2__suaedupla forma de organização política eesoeiael - se

1ete1Ãeê..e__s.eIi.t..u..-..Ê....e..-2._äsmeet Êtgeetadâe; e _ 1 __ jr- emancipa, mais ela procura na"j¶§hça`uma espeç_i_e_ de O

ru a ace eraçao a expansao juri ica nao e conjuntura , mas i s .jr que traduz a profunda unidade nu fenômeno do ¿.u_1e¡¿1_1e¿1j¿0_de_,pQde¡¿_,da

. \ f ø o A a n / - ¡¡ I -- e e e I e _ ee e ee e

ligada a proporiaedmanuca das sociedades democraticas. Nos nao nos _ e-elueueaeeed eelvagnal-da ¬_. ta1¢0m0_a1¡1_f01-matiça _ e vmçulede e fl-age

tornamos mais litigantes porque as barreiras processuais cairam. A ex- / _ ' " i *` " ' '

plosão do número de processos não é um fenômeno jurídico, mas soci- ¿Ç/ ¿

al. Ele se origina da depressão social que se expressa e se reforça pela , expansão do direito.” O prestígio contemporâneo do juiz procede me- ,i nos de uma escolha deliberada do que de uma reação de defesa em face- Â/

1 e , - _ . , . , . V _ I e

de um quadruplo desabamento. politieo, simbolico, psiquico e j justiça a guarda dosans_n_n:aen1antos_e . _ . se

normativo. Apos a embriaguez da liberaçao, descobre-se que e nossa z' »-~Ne.an.aa~ñ¡õ:~aaa'§aajantuS¡aSn{d'e×agerado pela jusuça pode e0ndu_

__a ea __ a a zir a um impasse. A transferência irracional de todas as- frustrações

mo-2 ].K. Lieberman, The Lƒtigious Society, Nova Iorque, Basic Books, 1981, p. 186. defnas Pat-'Íeea justiça: 0 entu5Ía5m0 ingênut) pela sua Ônipotênctaz P0"

i

. Estado é apenas a conseqüência da globalização da economia: o merca'=2 1 \\se deteetee em teaee as democracias? H _ _ e

l"~ A.)--t"* ¡"t . 'H--¬-.-«¡~.__-Ç. --À ff.-:L-'-Ç

ƒções, refutar suas heranças para reinventarseu destino, mas poder-se-"`~ -._ _~e f' ia viver sem memória? O juiz passa a ser o último guardião de

promes-ff Á_ sas tanto para 0 sujeito como para a comunidade política. Por não

con-ej,log]can}en§e,eaef_orça_daee1¿'ued§§Ósjeuizesesó podem assumir talposiçao _ sagnndae interna a mais annopologloaj oonoama a šddieadmeeaedšedamogd

* ~-tt se ette°ntta_tettt_ttma _tteVa Vteae Pdtttteaf 'Pete apatetttetttettte eta ttae se Esses dois fatos, relativamente estranhos um`ao outro,

possibili-_.-...__

r li`dade_e~à_mgn.ória.; O destino das sociedades é esquecerees'uas`"t?ãäi¡“eee

:y¡'_.‹.

-kz servarem a memória viva dos_j_{a_lores que os fformam, eles conf.i:.-f am

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v ..'.f eae.. . . wii? . -%.=` ze, ar: _' !l1'{ø"'-" \-"'.' I eee te:-"'ffe_e=$'‹¿`*š;

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(14)

ljnquietantes, fenômeno que ne1_1_hy§1j1ê1_.democr.¿1Çi§._cons§g@, verdadei-í_rarnente,_elii'_rii11ar_:ÍA mídia, sob o pretexto de assegurar a máxima

trans-' _ _ _.-¬. ú»--um-un..-...-¡----1,«__¡-1-u¡,-_° .-›-_--~-"' """"f'._.-V-A-I\"h| H,Í ,¬

dem voltar-se contra a própria justiça: é o que tentaremos mostrar na ff;

primeira parte deste livro. A invocação indiscriminada do direito e dos {¿;.f'

direitos tem por efeito submeter ao controle do juiz aspectos inteiros da jf vida privada, antes fora de_ qualquer controle público. Pior, essa ”judicialização” acaba por impor uma versão penal a qualquer relação - política, administrativa, comercial, social, familiar, até mesmo amoro-sa -, a partir de agora decifrada sob o ângulo binário e redutor da rela- J ção vítima/ agressor. Essa liniíuagçmjurídica simplista, enraizçandozse-¬É. ' numa lógica Jsaciificial que acreditávamos definitivamente co1_¬¿t-_r_o_l_á_‹:l_a,

_t_.‹:.1_11š.<>1I1.‹>.

ãëdêtâúi§§€1§ÊáQmrç§gš..*

¬"x=_\__¡______-`

-.-=i:.'.".."::;.=.:`~Ez'--parência, arrisca-se a privar o cidadão de garantias mínimas -_c_c;___1n¿o¡ ,pres111.1_çã9_de inocência -, mantendo a ilusão de uma democracia

dire-ta- Trafa do-Sedeiuíãèszserá zqllnvzzv lrlos H0S@

ff@_8ÊP1'€1¢_PëS@¿11ã0§_fj.!//-¡;1_t¿1_c_l_c¿s_a,1u:-.:ia.no1,z¿a¿_forrna de controle . tão detestável _q}_1_a_ntg_a gahbu-_.i

roaac__iaÂ\Não acabariam os advogadosporimvpwof m sobrecusto jurídi-'E cõãqualquer transação social, multiplicando barreiras imaginárias? Os juristas são tentados a abusar dessa posição dominante - inédita na

Fran-ça -- para resgatar a democracia; Até esgotar suas riquezas. o '

os com¿idaznos_a_reexaminar a posi-i QO da jus çasnumâ dfííliocracia renovada: tema qge,ser,áç_9bjetoda«zse-gp_ndg_pan'Le._I.ratando-se de um movimento que deposita sua força numa crise dupla -. das instituições políticas e da própria sociedade democrática -, as respostas são ao mesmo tempo institucionais e soci-ais. A democracia não desmorona, ela se transforma pelo direito. Os dois modelos precedentes -_- direitqçforirial _ç1Q_Es_tagl__o liberal, direito materiaJ_do_Esta‹;lo.prgvedor _ estão hojepor um fio, e delo de direito e de deirfocracia está"'nascei1“dmoÍ"Vei 'ó:nos, assim em

T;_-7' 'J I

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ii

um inomento capita dahišt'ór1aÍda_just1ça e de mudança de rumos em . nossas democracias. Para compreendê-los, e se possível antecipar sua evolução, o confronto do direito continental europeu com outro grande sistema, o da Common Law, será um guia precioso. Esse diálogo entre os dois modelos parece não poder ser concluído de maneira definitiva. Com efeito, o desafio é saber como a justiça poderá constituir uma refe-rência coletivabastante forte -~ tanto para as deliberações públicas, como para os__ir_1divíduos -, sem ameaçar os valores democráticos. O que obrigará, no final, a propor novas relações entre o juiz e a

comuni-dade política. _ ' `

A justiça é um assunto difícil, 'que pode tornar-se rapidamente apologéticoou polêmico, dois gêneros hoje bastante difundidos. É, no

28 J' 1 'lt I 1 \" /i .,.Lc...« z

21

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entanto, uma questão apaixonante, na condição de concentrar os sofri-mentos, as contradições e os impasses de nossas sociedades modernas. Através da justiça, a aspiração democrática é confrontada com o cerne social, com as paixões democráticas,_com‹ a ação desmedida dos ho-mens, com o absurdo da violênciae oenigma do mal. Assumir a parte humana da justiça significa falar tanto de paixões como da razão, de emoções como de argumentação, de mídia como de processos, de pri-são como de liberdade. Nossa democracia talvez tenha menos necessi-dade de construções - ou de desconstruções - teóricas doque de _n9ya§_._.referências ..para.-assumir_.as... .'Íme.día.ç.õ.e$...i111p§:.1ÍÍ!.?:ii.ä$zÍÍ_..qL1§:. ..S.ã.Q. _ _ ._ .__ nossas jurisdições. Este livro, de um juiz que se volta para sua experi-ência em meio de carreira, não pretende ser nem acadêmico, nem polê-mico, mas sim político, pois busca medir as resistências encontradas pela virtude da justiça, quando submetida à prática do julgamento, e

confrontar a intenção democrática com sua realização. .

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Primeira parte

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Os impasses da democracia

jurídica

Referências

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