TERMO DE REFERÊNCIA Contrato por Produto - Nacional
1 Antecedentes e Justificativa
A partir da última década do século passado, a gestão de riscos tomou impulso e passou a fazer parte da agenda dos executivos das grandes corporações. Alguns organismos internacionais, preocupados com a segurança do sistema financeiro mundial, estruturaram fóruns para a discussão do assunto, merecendo destaque o Comitê da Basiléia. Essa preocupação foi motivada por fatos que abalaram a credibilidade do sistema financeiro mundial, devido às grandes perdas ocorridas em instituições financeiras, sendo o caso do Barings Bank o mais emblemático.
Embora o impulso maior tenha ocorrido no âmbito das instituições financeiras, também no setor público podem ser verificadas iniciativas para a implantação da gestão de riscos. A Norma Australiana1, que estabelece as diretrizes para avaliação e gerenciamento de riscos em instituições públicas, é um exemplo. Assim, gradativamente, o setor público vem tomando consciência da necessidade de gerenciamento dos riscos aos quais está sujeito, uma vez que podem afetar o equilíbrio das suas contas, devendo, portanto, ser identificados, avaliados, mensurados e gerenciados.
No caso brasileiro, a Lei complementar 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, assim estabelece em seu parágrafo primeiro do artigo primeiro: “A
responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que
se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar” [grifo nosso]. Percebe-se que o legislador teve a
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preocupação de deixar claro que a gestão de riscos é um elemento importante para a eficácia da gestão pública e não pode ser desprezada.
É nesse contexto que se destaca o papel da Secretaria do Tesouro Nacional – STN que, como Órgão Central dos Sistemas de Administração Financeira Federal e de Contabilidade Pública Federal segundo a Lei 10.180/2001, tem entre suas competências a realização de ações voltadas ao alcance e manutenção do equilíbrio financeiro do Governo Federal e ao aprimoramento da qualidade do gasto público, visando à consecução de uma política fiscal sustentável. Entre essas ações, destaca-se a prevenção de riscos.
É importante destacar que o Tribunal de Contas da União - TCU, por meio do acórdão 1.779/2005, recomendou à STN estudar a viabilidade e conveniência de implantar uma área de gerenciamento de riscos operacionais. Tal recomendação foi ratificada pelo acórdão TCU 1.832/2006.
Preocupada com o assunto e tendo em vista a existência de diversos riscos que possam afetar o equilíbrio das contas públicas, a Secretaria estabeleceu em seu planejamento, como um dos seus objetivos estratégicos para o período de 2011-2014: “desenvolver e consolidar a gestão integrada de riscos da STN”.
Esse objetivo abrange não apenas os riscos operacionais, mas a gestão integrada de todos os riscos da instituição, especialmente os riscos de crédito, de mercado, de liquidez e operacional, além de outros normalmente mencionados como riscos corporativos.
Desse modo, a Secretaria do Tesouro Nacional iniciou no ano de 2011 o desenvolvimento de metodologias especializadas e adequadas ao setor governamental, a partir da identificação dos tipos de riscos aos quais a instituição encontra-se exposta e da descrição das metodologias pré-existentes para a sua mensuração e avaliação.
Já em 2012, visando à implantação do gerenciamento de riscos de forma integrada, a instituição vem avançando na avaliação das metodologias previamente identificadas e no desenvolvimento de novas metodologias de gestão de riscos
adequadas à realidade da instituição, tendo como parâmetro experiências similares e a bibliografia especializada. Tais metodologias serão devidamente documentadas, visando à futura capacitação dos servidores responsáveis pela gestão integrada de riscos no âmbito da STN.
Definidas essas metodologias, constitui relevante e necessário passo a especificação, em linhas gerais, dos instrumentos de coleta e processamento de informações e da estruturação dos relatórios que subsidiarão a tomada de decisões de curto, médio e longo prazos pelo corpo diretivo. Esse trabalho constitui requisito para o futuro desenvolvimento do sistema informatizado de suporte à gestão integrada de riscos.
Contudo, impende salientar que tal especificação constitui tarefa complexa, cujo desenvolvimento demanda conhecimentos especializados. É certo que a STN possui em sua estrutura unidade responsável por identificar e coletar demandas de sistemas de informação e de automação de processos. Contudo, tal unidade tem sofrido ao longo dos anos com a constante evasão de seus técnicos para Órgãos Públicos sem que haja a sua imediata reposição.
Por tal motivo, para que possa dar maior vazão ao tratamento do estoque de demandas por sistemas informatizados, a Secretaria evidencia a necessidade e propõe a contratação de consultor especializado para a especificação de sistema visando à automação do processo de gestão integrada de riscos da STN.
É importante ressaltar que a implantação do referido projeto permitirá à STN contribuir para a melhoria da gestão do gasto público na medida em que viabiliza a redução de perdas financeiras por meio da gestão preventiva de riscos aliada à ação proativa na mitigação dos riscos identificados.
Nota-se pois, que o projeto proposto encontra-se em consonância com a LRF, que reconhece a prevenção de riscos como requisito para a gestão fiscal responsável, e com os objetivos específicos do PREMEF, definidos na revisão substantiva “F”, que enfatiza a melhoria e a eficiência dos gastos públicos
2 Objeto
Contratação de Consultor Sênior em Tecnologia da Informação.
3 Objetivo da Contratação
Elaboração e desenvolvimento de modelo conceitual que contemple os requisitos necessários para a geração de dados essenciais à estruturação da sistemática de monitoramento integrado dos riscos de mercado, crédito, liquidez e operacional a que a STN está exposta.
4 Órgãos Envolvidos
O trabalho será realizado e supervisionado pela Coordenação-Geral de Gestão de Riscos Operacionais da STN, órgão do Ministério da Fazenda.
5 Escopo do Trabalho
Estudar a Sistemática de Gerenciamento de Riscos visando a apresentação de um modelo conceitual que permita o monitoramento dos riscos a que a STN está exposta;
Elaborar modelo conceitual para cada uma das vertentes de risco existentes na sistemática (mercado, liquidez, crédito e operacional) e sua consolidação;
Elaborar modelos funcionais para todos os modelos conceituais construídos, definindo os modelos de importação e carga de dados;
Analisar e estabelecer junto às áreas da STN e eventuais intervenientes externos um modelo de captação periódica dos dados necessários ao funcionamento da sistemática;
Realizar levantamento de necessidades de relatórios e consultas para avaliação dos riscos de forma a atender a COGER e demais áreas envolvidas;
Elaboração e entrega de documentação técnica pata todos os modelos desenvolvidos;
Treinamento para todos os servidores indicados pela COGER sobre o trabalho realizado.
6 - Produtos Esperados
Produto Descrição Prazo
(dias)
Prazo
Acum %
1 Plano de trabalho detalhado cobrindo toda a consultoria. 10 10 4%
2 Relatório contendo os modelos conceituais com os requisitos necessários para estruturação da sistemática para monitoramento do risco de mercado e do risco de liquidez a que a STN está exposta, baseado nas especificações e metodologias já definidas nas regras de negócios, identificando: as áreas da instituição envolvidas, as informações necessárias, o mapeamento dos dados a serem capturados, a forma de captura dos dados e o desenho de relatórios e consultas de interesse da COGER e das demais áreas.
45 55 15%
3 Relatório contendo o modelo conceitual com os requisitos necessários para estruturação da sistemática para monitoramento do risco de crédito a que a STN está exposta, baseado nas especificações e metodologias já definidas nas regras de negócios, identificando: as áreas da instituição envolvidas, as informações necessárias, o mapeamento dos dados a serem capturados, a forma de captura dos dados e o desenho de relatórios e consultas de interesse da COGER e das demais áreas.
35 90 12%
4 Relatório contendo os modelos conceituais e funcionais com os requisitos necessários para coleta e carga de dados do risco de mercado e do risco de liquidez a que a STN está exposta.
50 140 15%
5 Relatório contendo os modelos conceituais com os requisitos necessários para estruturação da sistemática para monitoramento do risco operacional a que a STN está exposta, baseado nas especificações e metodologias já definidas nas regras de negócios, identificando: as áreas da instituição envolvidas, as informações necessárias, o mapeamento dos dados a serem capturados, a forma de captura dos dados e o desenho de relatórios e consultas de interesse da COGER e das demais áreas. O presente Relatório também contemplará a consolidação de todas as vertentes de risco.
30 170 12%
6 Relatório contendo os modelos conceituais e funcionais com os requisitos necessários para coleta e carga de dados do risco de crédito a que a STN está exposta.
35 205 12%
7 Relatório contendo os modelos conceituais e funcionais com os requisitos necessários para coleta e carga de dados do risco operacional a que a STN está exposta e para integração de todas as vertentes de risco sistematizadas.
45 250 12%
8 Documentação técnica e treinamento para a equipe indicada pela
COGER, envolvendo todo o trabalho da consultoria. 50 300
7 Qualificações Profissionais
O Profissional a ser contratado deverá comprovar graduação em Tecnologia da Informação ou graduação em outra área com pós-graduação em Tecnologia da Informação.
Deverá ter pelo menos 10 (dez) anos de experiência em especificação de sistemas de informações voltados à gestão pública e experiência comprovada de, no mínimo, 5 anos em gerenciamento de projetos segundo o modelo do PMI. Além disso, deverá ter disponibilidade para trabalho em Brasília – DF. Estes itens são obrigatórios e a não comprovação de qualquer um deles, provocará a eliminação do candidato.
8 Seleção de Profissionais
A Seleção dos candidatos será feita por comissão criada pela COGER composta por servidores da instituição a fim de selecionar o consultor (a) a ser contratado (a). A seleção dos profissionais será dividida em duas fases: análise curricular e entrevista.
Na análise curricular, o candidato será avaliado segundo os critérios a seguir:
a) Conhecimentos em modelagem UML, processo de desenvolvimento de software, especificação e modelagem de requisitos;
b) Conhecimento em modelagem de negócios;
c) Experiência em banco de dados Access com VBA;
d) Conhecimento em condução de treinamentos e encontros técnicos; e) Conhecimento em risco de mercado e de liquidez;
f) Conhecimento em risco de crédito; g) Conhecimento em risco operacional.
Para cada um dos critérios será considerada a seguinte pontuação: 10 (dez pontos) para os critérios plenamente atendidos; 5 (cinco pontos) para os critérios parcialmente atendidos; 0 (zero ponto) para os critérios não atendidos.
Para a fase de entrevista serão considerados os seguintes elementos:
Requisitos Pontuação
Experiência em banco de dados Access com VBA 0-10
Experiência na condução de grupos de trabalho 0-10
Experiência com modelagem de negócios 0-10
Experiência em mapeamento de processos 0-10
Experiência em desenvolvimento de sistemas 0-10
Experiência em projetos que exijam interface com o SIAFI 0-10
Experiência como docente em treinamentos de TI 0-10
Clareza na comunicação 0-10
Não há a necessidade de comprovação prévia de conhecimento das tecnologias, o que será avaliado durante a entrevista. A experiência será comprovada, inicialmente, por meio do currículo (tempo de serviço, conhecimento e atividades realizadas), podendo ser exigidas, adicionalmente, outras formas de comprovação, a critério da Comissão.
A nota final do candidato será composta pela soma das notas auferidas na fase de análise curricular e na fase de entrevista. O candidato que obtiver a maior nota no cômputo geral sagrar-se-á vencedor do certame.
9 Disposições Gerais
O consultor terá que manter sigilo total de todas as informações a que tiver acesso durante o projeto. O mesmo não poderá, em hipótese alguma, divulgar resultados, parciais ou totais, ou fazer qualquer comentário sobre as informações, levantamentos realizados e conteúdo dos produtos gerados sem a expressa autorização da STN.
Os prazos estabelecidos no item 10 deste Termo de Referência poderão ser alterados desde que devidamente justificado pelo Consultor e aprovado pela COGER.
Todos os documentos e arquivos relativos aos produtos deverão ser gravados e entregues em mídia ótica (CD ou DVD).
A aceitação dos produtos levará em consideração a qualidade e a adequação dos produtos entregues e o seu pagamento dependerá de ateste conferido pelo Supervisor do Contrato.
Os direitos autorais dos serviços técnicos serão de exclusividade da STN, que poderá fazer uso, publicar e/ou divulgar seus resultados, sem restrições de quaisquer natureza.
10 Localidade do Trabalho
Brasília - DF
11 Período para o Desenvolvimento dos Trabalhos
Dez meses
12 Supervisores
Supervisor Nacional: Líscio Fábio de Brasil Camargo Cargo: Subsecretário da STN
Supervisor do contrato: Márcio Leão Coelho
Cargo: Coordenador-Geral de Gestão de Riscos Operacionais da STN
13 Esclarecimentos
As dúvidas sobre o projeto poderão ser dirimidas por demanda, e deverão ser solicitados por meio do email coger.df.stn@fazenda.gov.br. Caso haja grande demanda de esclarecimentos poderá ser feita uma teleconferência com o PNUD e os interessados.
Os interessados em participar do certame devem encaminhar curriculum vitae e informações adicionais para georf.codin.df.stn@fazenda.gov.br, até o dia 01/11/2012.