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Avaliação mecânica de revestimentos a base de tintas epóxi

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Avaliação mecânica de revestimentos a base de tintas epóxi

Danielton Gomes dos Santos1, Marco Antônio dos Santos2

1Ms. em Engenharia de Materiais, professor do IFCE, danielton_santos@yahoo.com.br, 2Dr. em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, professor da UFCG, santos@dem.ufcg.edu.br

Resumo – Neste trabalho avaliou-se a resistência à fratura de revestimentos a base de tintas epóxi aplicados em substrato metálico do tipo aço manganês (ASTM A 516 Gr. 60). Desta forma foram confeccionados corpos de prova de tração de secção transversal retangular (Norma ASTM E 8M). Analisou-se o revestimento a baAnalisou-se de tintas epóxi do tipo I, II e III. Os revestimentos foram submetidos a testes de aderência por tração (Norma ASTM 4541). Os ensaios de tração, com a finalidade de determinar a resistência à fratura do revestimento, foram realizados à temperatura ambiente com os seguintes níveis de cargas: 30 %, 50 %, 70 %, 90 %, 110 %, 120 % e 130 % do limite de escoamento do substrato. Os revestimentos apresentaram uma boa resistência ao aparecimento da trinca durante os carregamentos, visto que apenas a tinta tipo I apresentou trincas ao nível de 110 % da tensão de escoamento do substrato. Testes de aderência, por tração, realizados nos revestimentos com as tintas epóxi apresentaram uma resistência de 15 MPa, valor consistente para estes revestimentos. Palavras-chave: Tintas protetoras, Resistência à fratura, Revestimentos.

Abstract – In this workevaluated the fracture resistance of coatings based on epoxy paints applied to metal substrate type manganese steel (ASTM A 516 Gr. 60). Thus were fabricated rectangular cross-section of tensile specimens (ASTM E 8M). It analyzed coat based on epoxy paints of the type I, II and III. The coatings were subjected to tensile adhesion tests (ASTM 4541). Tensile tests with the purpose to determine the fracture resistance of the coating were carried out at room temperature with the load levels: 30 %, 50 %, 70 %, 90 %, 110 %, 120 % and 130 % of the yield strength of the substrate. They showed good resistance to occurrence of the crack during loading, since only the paint type I presented cracks at the level of 110% of the yield strength of the substrate. Tensile adhesion tests performed on coatings with epoxy paints revealed a 15 MPa strength, consistent value for these coatings. Keywords: Protective coatings, Resistance fracture, Coatings

I.INTRODUÇÃO

Para aumentar a resistência mecânica (à tração, ao impacto e à flexão) de uma estrutura, pode-se fazer uso de revestimentos, pois os mesmos agem como barreiras entre o componente mecânico e o ambiente muitas vezes agressivo. Atualmente a sociedade tem conhecimento de um grande conjunto de possibilidades de proteção em ambientes corrosivos e abrasivos que quando utilizados de modo adequado permitem aumentar a vida útil de uma estrutura, assim como alongar os períodos entre as manutenções necessárias. A eficiência do tipo de proteção utilizado está no reconhecimento da corrosividade do ambiente no qual a estrutura será exposta e na escolha apropriada do revestimento. Os revestimentos protetores são películas aplicadas sobre a superfície metálica que dificultam o contato da superfície com o meio corrosivo, objetivando minimizar a deterioração da mesma pela ação do meio. Daí a importância de se avaliar como esses revestimentos são influenciados por fatores como: rugosidade superficial, processos de aplicação, tipos de revestimentos etc. Muito embora os revestimentos protetores sejam usados nas mais diversas aplicações industriais, contudo pouco se sabe sobre o comportamento dos mesmos quando submetidos a carregamentos. Assim, a relevância do presente trabalho está no enfoque sobre resistência à fratura de revestimentos protetores quando submetidos a carregamentos de tração.

A pintura industrial consiste na aplicação de uma película, em geral orgânica, entre o meio corrosivo e o material metálico que se quer proteger, essa película possui espessura inferior a 1 mm e pode ser aplicada em instalações industriais, portuárias, embarcações e estruturas metálicas diversas. As tintas são usadas com a finalidade de se obter uma proteção por barreira. Para que se tenha um bom aproveitamento do revestimento, alguns cuidados precisam ser tomados, entre eles estão: limpeza adequada da superfície, primeira demão, camada intermediária e camada de acabamento. A aderência de um revestimento é influenciada pela rugosidade superficial do substrato, Figura 1. Ao se fazer, por exemplo, um lixamento, o aumento da área adesiva pode ser aumentado cinco vezes. A vantagem da rugosidade superficial é caracterizada somente se o

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revestimento penetra completamente em todas as irregularidades superficiais [1].

Figura 1 - Esquema da ligação mecânica entre substrato e revestimento.

Fonte: [1]

A espessura da camada é em função da aplicação em serviço. A norma ISO 4527 [2] que trata das especificações de revestimentos de níquel-fósforo não especifica as espessuras das camadas, mas sugerem valores de acordo com as aplicações a que os revestimentos se propõem. A seguir, na Tabela 1, se tem exemplos de espessuras com as suas respectivas aplicações de acordo com a referida norma, [2].

Tabela 1 – Espessuras mínimas requeridas pela norma.

Condição de serviço (corrosividade) Espessura

(µm) Muito amena: para aplicações

eletrônicas

0.1 Leve: proteção contra corrosão em

ambientes fechados secos

5 Moderada: ambientes de atmosfera

industrial, ambientes fechados com condensação de umidade

13

Severa: exposição a sais alcalinos em elevada temperatura, ambiente não-marinho mas exposto ao ar livre

onde frequentemente pode ocorrer molhamento devido à chuva ou ao

orvalho

25

Muito severa: ambientes marinhos e outros ambientes de extrema agressividade, exposição a ácidos, a

elevadas temperaturas e pressões

75

Excepcionalmente severa: aplicação na exploração de petróleo

125 Os revestimentos se apresentam como camadas que se superpõem formando o revestimento como um todo. Assim, as falhas nos revestimentos podem ser por falta de coesão entre as camadas e por falta de adesão entre as camadas e o substrato.

As falhas de adesão podem ocorrer devido a uma má limpeza da superfície, por exemplo. As falhas de coesão podem ser ocasionadas por diversos motivos, como sujeiras entre as camadas, por exemplo.

Os defeitos nos revestimentos reduzem a resistência dos mesmos, entre eles podemos citar a) os “olhos de peixe” que são crateras que se caracterizam por um centro formado por uma zona uniforme de pintura, cercado por uma depressão seguida de uma borda de tinta que tem um formato similar a um olho de peixe, daí a sua denominação; b) Escorrimentos que se manifestam em superfícies verticais onde as tintas tendem, por ação da gravidade, a se deslocar enquanto líquidas, em forma de onda ou gotas até a parte inferior da mesma; c) as bolhas que se apresentam como protuberâncias semiesféricas que variam de tamanho e intensidade; d) a "casca de laranja" que é uma aspereza ou ondulação que lembra o aspecto rugoso da casca de uma laranja; e) o descascamento do filme de tinta do substrato, parcial ou totalmente, que consiste na perda de aderência entre a película e o substrato ou entre demãos; f) as crateras que são pequenas depressões semiesféricas numa película; g) as porosidades que se manifestam nos revestimentos de pinturas na forma de pequenas descontinuidades em forma de orifícios; h) poeiras e/ou grãos abrasivos, [3-5].

II. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste estudo, utilizou-se como substrato uma chapa de aço ASTM A 516 Gr. 60, espessura 6 mm da USIMINAS – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais. A Tabela 2 apresenta as propriedades mecânicas do aço em estudo.

Tabela 2 – Propriedades mecânicas do aço ASTM A 516 Gr. 60.

Propriedade Mecânica Limite de escoamento (MPa) Limite de resistência (MPa) ε (%) 335.5 484 19.035

As dimensões dos corpos de prova foram estabelecidas tomando-se como base a norma de tração ASTM E 8M [6] Na Figura 2, apresentam-se as dimensões dos corpos de prova de tração.

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Figura 2 – Projeto e desenho do CP de tração (unidades em mm).

Fonte: Autores.

A. Corpos de prova revestidos com tintas epóxi Para a execução dos revestimentos com tintas epóxi, nove corpos de prova foram enviados ao Centro de Pesquisas (CENPES) da PETROBRÁS. Sendo aplicados três tipos de tintas protetoras desenvolvidas para a proteção contra corrosão. Os três tipos de tintas usadas nos revestimentos foram denominados de (T1, T2 e T3), algumas características dos revestimentos podem ser observadas na Tabela 3 (baseada em [7]). O perfil de rugosidade do substrato para as tintas foi de 80 µm, valor este alcançado através de um jateamento abrasivo a seco.

Tabela 3 – Algumas características das tintas protetoras epóxi Novolac

Tipo I De cura térmica ou à temperatura

ambiente

Tipo II Sem solventes, de cura à temperatura

ambiente

Tipo III Sem solventes, de cura à temperatura

ambiente, pigmentada com flocos de vidro ou cargas cerâmicas

Fonte: [7]

Nas Figuras 3 a 5, pode-se observar os corpos de prova revestidos com os três tipos de tintas protetoras: série T1, Figura 3, série T2, Figura 4 e série T3, Figura 5.

Os ensaios de tração foram realizados no Laboratório Multidisciplinar de Materiais e Estruturas Ativas (LAMMEA) da UFCG nas condições normais de temperatura (ambiente) e os corpos de prova submetidos a cargas de 30 %, 50 %, 70 %, 90 % e 100% do limite de escoamento do substrato.

Figura 3 – Revestimentos de tintas série T1 (perfil de rugosidade do substrato de 80 µm).

Fonte: Autores

Figura 4 – Revestimentos de tintas série T2 (perfil de rugosidade do substrato de 80 µm).

Fonte: Autores

Figura 5 – Revestimentos de tintas série T3 (perfil de rugosidade do substrato de 80 µm).

Fonte: Autores

Durante a aplicação da carga, a velocidade de deslocamento do atuador da máquina de ensaios foi de 0,5 mm/min, sendo observado nos ensaios se havia iniciado alguma trinca no revestimento e para qual valor de carregamento.

Os testes seguiram a seguinte estratégia: os corpos de prova eram tracionados para cada nível de carga estabelecido, descarregados e, então, eram analisados através de microscopia óptica. Caso não houvesse a

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ocorrência de trinca o corpo de prova era então recarregado ao nível seguinte de carga até a verificação da trinca. Como para cada tipo de revestimento tinha-se disponível três corpos de prova, estabeleceu-se a seguinte dinâmica de testes: a) o primeiro corpo de prova era ensaiado com os seguintes níveis de cargas: 30 %, 50 %, 70 %, 90 % e 100 % da tensão de escoamento do substrato. Caso durante o carregamento de 100 % da tensão de escoamento do substrato surgisse a trinca, então; b) o segundo corpo de prova era carregado com os seguintes níveis de carga: 30 %, 50 %, 70 % e 90 % (o objetivo, nesse caso era verificar se o inicio da fratura não teria ocorrido para o nível de carga anterior); c) o terceiro corpo de prova de cada série era, então, ensaiado continuamente até alcançar o carregamento 90 % da tensão de escoamento do substrato, com o intuito de verificar se a interrupção do carregamento poderia ter alguma influência nos resultados. Caso a trinca não fosse identificada neste nível de carga, o ensaio continuaria até a carga em que a primeira trinca (ou o início de fratura do revestimento) fosse observada.

B. Teste de aderência dos revestimentos de tintas protetoras

O teste de aderência foi realizado nas dependências do CENPES-PETROBRAS. Para isso, utilizou-se o aparelho pneumático PATTI 110. Este teste, do tipo tração, seguiu a norma (ASTM 4541 – Métodos padronizados para determinar a aderência de revestimentos usando aparelhos portáteis) (1995). Este aparelho é um medidor que tem uma fonte de pressão (linha de ar comprimido) própria e um sistema de ajuste e controle que permite a escolha de diferentes cargas para o arrancamento do revestimento, Figura 6.

Figura 6 – Esquema do pistão pneumático.

Fonte: [8]

III. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Resultados dos ensaios de tração em revestimentos de tintas protetoras

A série T1 foi a única série dos revestimentos com tintas protetoras que apresentou trincas. Isto se deu para o carregamento de 110 % da tensão de escoamento do substrato. Nas Figuras 7 e 8 observam-se as trincas encontradas para o revestimento do tipo T1 (submetido a uma carga de 110 % da tensão de escoamento do substrato). Nos outros dois corpos de prova desta série também foram observadas trincas para este mesmo nível de carregamento. Na Figura 7 (a) observa-se o surgimento de trincas a partir de pequenos defeitos de processo do tipo crateras. Dessa forma revestimentos de tintas protetoras que apresentam defeitos dessa magnitude e deste tipo, quando submetidos a carregamentos acima da tensão de escoamento do substrato, apresentam a possibilidade de serem iniciadores da fratura do revestimento (neste caso, para a tinta do tipo Novolac T1). Na Figura 7 (b) observa-se uma trinca que se originou na região central do corpo de prova. Aparentemente, neste caso, não se nota nada na superfície do revestimento que pudesse ter facilitado o inicio da fratura e, portanto, o inicio da fratura deve ter ocorrido pelo fato do carregamento ter ultrapassado o limite de resistência do revestimento (tinta do tipo T1).

Figura 7 – Trincas na série T1 (a) (acima) e (b) (abaixo). Aumento: 100X.

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O primeiro corpo de prova da série T1 apresentou 12 trincas, distribuídas entre as bordas do corpo de prova e a região central. Também foi utilizado o microscópio eletrônico de varredura (MEV) com o intuito de se verificar se a trinca alcançava o substrato, o que não foi observado. Assim muito embora a trinca tenha surgido para esse nível de carregamento, a mesma não atravessou o revestimento, conforme pode ser verificado na Figura 8. Esta é uma característica interessante já que embora se tenha notado trincas para este nível de carregamento, o efeito protetor da tinta (do revestimento) ainda se faz presente.

Figura 8 – Trinca na série T1. Aumento: 1000X (MEV).

Fonte: Autores

O segundo corpo de prova da série T1 apresentou 16 trincas também entre as bordas e a região central. O terceiro corpo de prova da série T1 apresentou 12 trincas também entre suas bordas e a região central. As regiões que apresentaram trincas em maiores quantidades foram próximas as bordas (cerca de 3 mm da borda do corpo de prova), possivelmente pelo fato da região próxima a borda ter grande concentração de tensão, o que facilita o surgimento de trincas a partir dessa região. A série T2 e a série T3 não apresentaram trincas para os níveis de carregamentos entre 30 % e 110 % da tensão de escoamento do substrato, Figuras 9 e 10.

Este resultado é muito bom para fins de aplicação destes revestimentos, por exemplo, em tubulações que no momento de montagem podem ser submetidas a carregamentos nesta faixa.

Prosseguindo-se com os testes, as séries T2 e T3 foram submetidas a níveis de carregamentos de 120 % e 130 % com o objetivo de determinar até que limite de carga poder-se-ia submeter estes revestimentos sem que surgissem trincas.

Figura 9 – Revestimento do tipo T2 submetido a um carregamento de 110% da tensão de escoamento do substrato (a) (acima) e (b)

(abaixo). Aumento: 100X.

Fonte: Autores

Figura 10 – Revestimento do tipo T3 submetido a um carregamento de 110% da tensão de escoamento do substrato. Aumento: 100X.

Fonte: Autores

A série T2 submetida a níveis de carregamentos de 120 % e 130 % da tensão de escoamento do substrato apresentou pequenas trincas na superfície do revestimento (duas a cinco trincas não passantes). Em geral, estas trincas localizavam-se próximas a borda do corpo de prova (2 a 3 mm da borda). Na Figura 11 tem-se uma imagem da superfície do revestimento depois de submetido ao carregamento. As trincas observadas para estes carregamentos também não atingiram a superfície do substrato, Figura 12.

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Figura 11 – Trincas no 1º (acima) e 3º (abaixo ) corpos de prova da série T2. Aumento: 100X.

Fonte: Autores

Figura 12 – Trincas no 3º corpo de prova da série T2. Aumento de 200X (MEV).

Fonte: Autores

A série T3 de corpos de prova também foi submetida a níveis de carregamentos de 120 % e 130 % do limite de escoamento do substrato apresentou maiores quantidades de trincas do que a série T2.

O primeiro corpo de prova da série T3 apresentou, para o carregamento de 120 % do limite de escoamento do substrato, em geral, 10 trincas superficiais que partiam das bordas do corpo de prova, Figuras 13 e 14, esse fato também pode estar relacionado com os efeitos da concentração de tensão que há nas regiões próximas a borda, o que facilita o inicio de uma trinca nessas regiões.

Figura 13 – Trincas do 1º corpo de prova da série T3. Aumento de 50X.

Fonte: Autores

O segundo corpo de prova da série T3, carregado a 120 % e 130 % do limite de escoamento do substrato, não apresentou nenhuma trinca durante o ensaio, conforme se observa na Figura 15.

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Figura 14 – Trincas do 1º corpo de prova da série T3. Aumento de 100X (acima) e 200X (abaixo), (MEV).

Fonte: Autores

Figura 15 – Revestimento da série T3, 2º corpo de prova.

Fonte: Autores

O terceiro corpo de prova da série T3 também foi carregado a 120 % e 130 % do limite de escoamento do substrato. Para o carregamento de 120 % este apresentou inúmeras trincas e para o carregamento a 130 %, o

revestimento do corpo de prova praticamente estilhaçou, Figuras 16 e 17.

A série T3 para, esses níveis de carregamentos (de 120 % a 130 % da tensão de escoamento do substrato), quando comparada com a série T2 apresenta um comportamento mais suscetível a formação de trincas. Na série T3, para os carregamentos nos níveis de 120 a 130 % da tensão de escoamento do substrato, em geral, as trincas alcançaram a superfície do substrato. Portanto, a série T3 é inadequada para ser usada como tinta protetora para estes níveis de carregamentos. Muito embora a série T3 tenha apresentado a maior espessura de camada de revestimento para as tintas aqui estudadas, quando comparada com a tinta T2 (espessura menor) a mesma apresentou maiores quantidades de trincas superficiais, isto pode estar relacionado ao fato de a tinta T3 ter na sua constituição a presença de pigmentos com flocos de vidro.

Figura 16 – Trincas do 3º corpo de prova da série T3.

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Figura 17 – Trincas do 3º corpo de prova da série T3. Aumento de 50X (acima) e 100X (abaixo) (MEV).

Fonte: Autores

Assim, pode-se verificar que as tintas T1 atendem as condições de serviço de excepcional severidade, Norma ISO-4527 (2003) desde que não ultrapassem o limite de escoamento do substrato. A tinta T2, apresentou melhores resultados que a tinta T1, pois atendem as condições de serviço de excepcional severidade para níveis de carregamento acima de 110 %, fato este comprovado por a mesma apresentar o início de uma trinca (pequenas trincas superficiais, ou seja, não passantes) somente para níveis de 120 e 130% da tensão limite de escoamento do substrato. Isto pode estar relacionado devido a tinta T2 não ter tido a influência conjunta de solventes nem de pigmentos com flocos de vidros. A tinta T3, por sua vez, também atende as condições de serviço de excepcional severidade para níveis de carregamento de 110 % da tensão limite de escoamento do substrato, mas quando a carga é elevada para níveis de 120 % e 130 % observa-se, então, a presença de inúmeras trincas (muitas delas profundas, alcançando a superfície do substrato), possivelmente pelos motivos já comentados anteriormente.

Resultado do teste de aderência das tintas protetoras As amostras submetidas aos testes de aderência suportaram cargas superiores a 15 MPa, o que atende aos requisitos mínimos estabelecidos pela norma N-2912 [7] para utilização das tintas epóxi Novolac.

IV. CONCLUSÕES

As tintas do tipo Novolac, estudadas, apresentaram um bom comportamento no que tange a resistência ao início de uma trinca no revestimento, visto que para as séries T2 e T3 não se observou a presença de trincas para os carregamentos propostos até 110 % da tensão limite de escoamento do substrato. A série de revestimentos do tipo T1 (tinta Novolac) apresentou trincas para carregamentos de 110 % da tensão limite de escoamento do substrato, revelando assim um comportamento diferente em comparação com as outras tintas. Entretanto, como as pequenas trincas observadas foram superficiais (não alcançavam a superfície do substrato), pode-se considerar que mesmo nestas condições, este revestimento ainda atende as aplicações a que se destina desde que se realize o devido reparo em momento adequado.

Para carregamentos de 120 % da tensão de escoamento do substrato todas as séries de tintas protetoras (revestimentos poliméricos) apresentaram trincas. Para aplicações gerais, as tintas que melhor se adéquam são as tintas T2 e T3, pois suportam carregamentos de 110 % do limite de escoamento do substrato sem apresentarem trincas superficiais. O teste de aderência dos revestimentos com tintas epóxi Novolac alcançaram valores superiores a 15 MPa, atendendo assim aos requisitos mínimos estabelecidos pela norma N-2912 (Norma Petrobrás) para utilização das mesmas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Petrobrás pela aplicação dos revestimentos, bem como a CAPES e a UFCG pelo apoio à pesquisa.

REFERÊNCIAS

[1] SCHWEITER, P. A. Paint and Coatings: Applications and Corrosion Resistance, Taylor & Francis Group, Boca Raton, Florida, 2006.

[2] INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 4527. Metallic coatings: autocatalytic (electroless) nickel phosphorus alloy coatings: specification and test methods, 2003.

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[3] JUNIOR, A. A. Defeitos em películas de tintas.

Disponível em:

<http://www.silaex.com.br/defeitos_em_pel%C3% ADculas_de_tintas.htm>. Acesso em: 23 nov. 2015.

[4] ALMEIDA, N. L. Pinturas falhas e defeitos.

Disponível em:

<www.embratecno.com.br/PINTURA%20-%20FALHAS%20E%20DEFEITOS.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2015.

[5] CONDESSA, R. Pintura industrial na proteção

anticorrosiva. Disponível em:

<http://tratamentoanticorrosivo.blogspot.com/2011 /03/tintas-e-resinas.html>. Acesso em: 23 nov. 2015.

[6] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E 8M - Standard Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials, 2004.

[7] PETROBRÁS, Norma Técnica N-2912. Tintas Epóxi Novolac, 2010.

[8] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM 4541 - Standard Test Method for Pull-Off Strength of Coatings Using Portable Adhesion Testers, 1995.

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