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ABALAABALA, T
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RADIÇÃORADIÇÃOI
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NICIÁTICANICIÁTICA EEM
M
AÇONARIAAÇONARIA Neste sNeste singelo estudo ingelo estudo que iremos que iremos empreender, empreender, viajaremos peviajaremos pelo antigo lo antigo imaginário dimaginário dee religiosos, místicos e sábios antigos. Trataremos sobre a tradição denominada Cabala. Esta religiosos, místicos e sábios antigos. Trataremos sobre a tradição denominada Cabala. Esta tradição pertence à essncia de muitas escolas de sabedoria, tanto do passado quanto do tradição pertence à essncia de muitas escolas de sabedoria, tanto do passado quanto do presente.
presente. ! ! primeiro primeiro desa"io desa"io # # aquele aquele de de con$ecermos con$ecermos uma uma linguagem linguagem que que nos nos pareceráparecerá estran$a no princípio. %or#m, na medida em que preenc$ermos de signi"icado cada uma estran$a no princípio. %or#m, na medida em que preenc$ermos de signi"icado cada uma dess
dessas as palpalavraavras s que que apreaprenderndermosmos, , descdescobriobriremremos os a a capcapaciacidade dade de de adapadaptaçtação ão que que elaelass possuem,
possuem, na na busca busca que que cada cada um um de de n&s n&s reali'a reali'a naquilo naquilo que que se se convencionou convencionou c$amar c$amar dede (ist#rios.
(ist#rios.
Eis uma parte da
Eis uma parte da traditradição que ção que nossos antepasnossos antepassados nos legaram, preservada no seiosados nos legaram, preservada no seio de antigas culturas e agora universali'ada, sinteti'ada e conservada no interior de nossos de antigas culturas e agora universali'ada, sinteti'ada e conservada no interior de nossos templos.
templos.
Cabala # "undamentalmente uma tradição mística vinculada ao conte)do religioso Cabala # "undamentalmente uma tradição mística vinculada ao conte)do religioso judaico.
judaico. ! ! ensinamento ensinamento original original teria teria sido sido dado dado ao ao patriarca patriarca *braão *braão por por (el+itsede+.(el+itsede+. !utras "ontes citam que esta tradição # ainda mais anterior, tendo sido recebida pelo !utras "ontes citam que esta tradição # ainda mais anterior, tendo sido recebida pelo pr&prio
pr&prio *dão *dão pelo pelo arcanjo arcanjo a'iel, a'iel, sendo sendo mais mais tarde tarde transmitida transmitida a a seu seu "il$o "il$o -et$, -et$, e e assimassim sucessivamente de geração em geração. Esta "iloso"ia se "undamenta sobre os tetos sucessivamente de geração em geração. Esta "iloso"ia se "undamenta sobre os tetos sagrados da Tora$, contudo não se limitando a estes.
sagrados da Tora$, contudo não se limitando a estes.
Ela reclama para o /omem uma $erança espiritual desde a muito esquecida, mas Ela reclama para o /omem uma $erança espiritual desde a muito esquecida, mas que deve ser resgatada pelo es"orço individual em direção a 0eus para que possa receber a que deve ser resgatada pelo es"orço individual em direção a 0eus para que possa receber a revelação. Esta revelação recebida # o pr&prio Con$ecimento, 0aat$ em $ebraico e 1nosis revelação. Esta revelação recebida # o pr&prio Con$ecimento, 0aat$ em $ebraico e 1nosis em grego.
em grego.
*ssim c$egamos à etimologia do termo Cabala ou Cabala, que possui rai' na *ssim c$egamos à etimologia do termo Cabala ou Cabala, que possui rai' na palavra
palavra $ebraica$ebraica Qibel Qibel , , quque e sisigngni"i"icicaa receber receber . . %ort%ortantanto, Cabao, Cabala ou Cabla ou Cabala siala signigni"ic"icaa
ECE23(ENT!, sendo uma cincia que nos permite aper"eiçoar os canais que nos ligam ECE23(ENT!, sendo uma cincia que nos permite aper"eiçoar os canais que nos ligam à "onte de verdadeira lu' e vida4 0eus. *ssim, preparamo5nos para receber este in"luo à "onte de verdadeira lu' e vida4 0eus. *ssim, preparamo5nos para receber este in"luo divino e compartil$á5lo.
divino e compartil$á5lo.
*lguns importantes tetos surgiram a partir do con$ecimento dos antigos cabalistas, *lguns importantes tetos surgiram a partir do con$ecimento dos antigos cabalistas, compilaç6es de tradição oral e comentários místicos da
compilaç6es de tradição oral e comentários místicos daTorahTorah, os , os quais estão contiquais estão contidos nosdos nos
livros
livros Sepher ha YetzirahSepher ha Yetzirah 78ivro da 9ormação:, 78ivro da 9ormação:, Sepher ha Zohar Sepher ha Zohar 78ivro do Esplendor:, 78ivro do Esplendor:, Sepher ha Bahir
Sepher ha Bahir 78ivro da 3luminação:, sendo estes os principais livros desta tradição. 78ivro da 3luminação:, sendo estes os principais livros desta tradição.
Na idade
Na idade m#dia, dm#dia, durante urante a invasão a invasão árabe árabe na na península península ib#rica, ib#rica, a toler;ncia a toler;ncia isl;micaisl;mica para com
para com outras culturas outras culturas permitiu o permitiu o surgimento de surgimento de uma idade uma idade de ouro de ouro no desenvolvimentono desenvolvimento da "iloso"ia judaica. 9oi neste período que vieram à lu' alguns dos importantes livros da "iloso"ia judaica. 9oi neste período que vieram à lu' alguns dos importantes livros citados anteriormente.
citados anteriormente.
Tamb#m neste período de abertura "ilos&"ica, a cabala "oi absorvida e sincreti'ada Tamb#m neste período de abertura "ilos&"ica, a cabala "oi absorvida e sincreti'ada por outras tradiç6es.
por outras tradiç6es. 8ivros cabalísticos são 8ivros cabalísticos são editados em latim e in"luenciam editados em latim e in"luenciam o pensamentoo pensamento ilumi
iluminista e $erm#tnista e $erm#tico, al#m de "lorico, al#m de "lorescer um escer um CabalCabalismo Cristismo Cristão que via nestes lião que via nestes livrosvros "ontes de comprovação e da grandiosidade do (essias, con"orme os trabal$os posteriores "ontes de comprovação e da grandiosidade do (essias, con"orme os trabal$os posteriores de <o$ann euc$lin 7=>??5=?@@: Anorr von osenrot$ 7=B=5=BD:, *t$anasius Airc$er de <o$ann euc$lin 7=>??5=?@@: Anorr von osenrot$ 7=B=5=BD:, *t$anasius Airc$er
7=BF=5=BDF: %ico della (irandola 7=>B5=>>: e de <acques 1a""arel 7=BF=5=BD=:, entre outros.
! surgimento das sociedades iniciáticas "irmou5se sobre a busca da liberdade de pensamento, da renascença grega e $erm#tica, da revalori'ação do $omem como indivíduo e sua capacidade de ligar5se ao divino atrav#s do con$ecimento e do auto5aper"eiçoamento.
* cincia cabalística serviu como mapa do camin$o, indicando a "orma de atingir o ideal $umano em sua plenitude. Esta busca # a reali'ação da 1rande !bra, que permite ao ser $umano revalori'ar sua condição de imagem e semel$ança com o %ai Celestial.
Essas sociedades iniciáticas, em oposição ao obscurantismo intelectual imposto pelo catolicismo romano medieval, deram nascimento ao movimento rosacruciano, que unindo5 se ao templarismo e às associaç6es de construtores livres desencadeou um dos maiores sincretismos simb&licos4 a "rancomaçonaria. *ssim como a maçonaria dos primeiros tempos, o rosacrucianismo era "ormado por grupos de $omens livres, que se reuniam secretamente cultivando a busca intelectual, moral e espiritual, conservando este con$ecimento atrav#s de símbolos.
-obre a Cabala, ela se divide em quatro tipos4Prática, Dogmática, Literal e Oral. 5 * Cabala Prática trata da parte ritualística, talismãs, magias e cerimoniais,
objetivando ligar a essncia divina ao $omem, elevando5o a uma condição superior. 5 * Cabala Dogmática está representada por toda a literatura sagrada.
5 * Cabala Literal se ocupa das palavras, letras e seus valores num#ricos como essncia do sagrado. G subdividido emGuematria 7valor num#rico de algumas palavras e sua
relação com outras palavras como mesmo valor:,Temurah 7combinação das letras de
uma palavra com outras, alterando seu valor e signi"icado: e Notarikon 7criação de
termos e palavras a partir do início de "rases, "ormando acrHnimos:.
5 * Cabala Oral # aquela transmitida no interior das escolas iniciáticas, de (estre a 0iscípulo. Ela # a revelação dos mist#rios que são transmitidos atrav#s de c$aves que permitem abrir os portais do oculto.
!s (estres Cabalistas criaram alguns modelos para compreensão de 0eus, da criação, das leis universais, das $ierarquias e da nature'a visível e invisível.
! modelo mais "amoso # de Etz Haim 7Irvore das Jidas:. Ela # dividida em =F valores
ou sephiroth e @@ letras ou shemoth. !s valores são as es"eras ou regi6es e as letras são os
camin$os 7 sineroth: que ligam um valor a outro.
* Irvore tamb#m pode ser dividida em trs pilares4 Pilar a !e"eriae 5 esquerdo 7%ilar Negro:
Pilar o E#$il%brio K centro
Pilar a Mi&eric'ria 5 direito 7%ilar 2ranco:
!s pilares da -everidade e (iseric&rdia tamb#m são c$amados, respectivamente, de 2. e <., e são citados em @L CrHnicas 333, =M.
*s =F sep$irot$ e as @@ letras ou s$emot$ são c$amadas de os @ camin$os da -abedoria.
Em Cabala isto "a' analogia com a palavra Lev 78amed52et$: que signi"icacoraço
e tamb#m possui o valor de @. %ortanto podemos di'er que estes @ camin$os nos levam ao coração da -abedoria de 0eus.
*rquetipicamente, a Irvore Cabalística "a' analogia ao corpo do /omem (acroc&smico ou !"am #a"mon. Este /omem Celeste nada mais # do que o Templo
niversal, do qual o $omem terrestre # micro5cosmicamente o templo particular. Este templo # dividido em > partes que correspondem aos > mundos da Cabala4 A(IL)T* 7Emanação: K morada das essncias divinas representadas pelos nomes de 0eus.
BRIA* 7Criação: K corresponde aos anjos diretores que auiliaram na criação do universo.
+ET(IRA* 79ormação: K a pr&pria criação, representada pelas coletividades de seres e as $ierarquias de tudo o que "oi criado ou "ormado.
A!!IA* 7*ção: K aspecto "ísico de toda a criação, mundo das inter5relaç6es dos seres e das coletividades.
*s =F sep$irot$, que representam os valores essenciais da criação, são assim c$amadas4
Aet$er Coroa %rimum (obile /oc$ma$ -abedoria Es"era do Oodíaco
2ina$ 3nteligncia Es"era de -aturno /esed (iseric&rdia Es"era de <)piter 1ebura$ <ustiça Es"era de (arte Tip$aret$ 2ele'a Es"era do -ol Net'ac$ Jit&ria Es"era de Jnus
/od 1l&ria Es"era de (erc)rio Pesod 9undamento Es"era da 8ua
(al+ut$ eino Es"era dos Elementos
! termo Cabala como recebimento # muito mais amplo. %ara receber pressupomos que algo # transmitido.
0eus, quando criou o universo, doou sua in"inita lu', a qual tamb#m # vida. G da pr&pria nature'a de 0eus doar em abund;ncia. %or isto, temos que saber receber estas
dádivas. Este aprendi'ado se "a' atrav#s do estudo do simbolismo da composição do universo, aprendendo a reali'ar o camin$o de retorno àquele estado ideal de -er /umano, na sua concepção mais elevada.
(as esta lu' não pode ser recebida na sua integralidade. 3sto porque, como di'em os antigos sábios, ningu#m v a "ace de 0eus que não morra. Esta lu' maior desce por escalas desde a mais alta região celestial at# as mais densas obscuridades da mat#ria.
! iniciado busca atrav#s do recebimento das primeiras lu'es, escalando atrav#s dos @ camin$os da sabedoria, c$egar at# o cume desta montan$a santa. Neste camin$o ele resgata os "ragmentos da Qpalavra perdidaR, palavra santa, nome impronunciável, que entre os $ebreus era c$amado de Shemamphorash, o Qnome bem pronunciadoR. esgatar o
con$ecimento deste nome # entrar na intimidade de 0eus, # eperimentar a realidade da essncia divina. 3sto # Con$ecimento, 1nosis4 $aath... a sep$ira$ que não # contada,
porque se perdeu na queda ad;mica. G o mist#rio do L camin$o que possibilita a reintegração entre o /omem e a 0ivindade.
-egundo o -ep$er Pet'ira$, o mundo "oi criado com Teto 7-ep$er:, N)mero 7-ep$ar: e Comunicação 7-ipur:. 3sto corresponde à divisão trina do al"abeto $ebraico4 * "orma, o valor num#rico e a pron)ncia ou nome das letras. Este al"abeto tamb#m # dividido em letras simples 7=@:, letras duplas 7M: e letras mães 7:, somando ao todo @@ e correspondendo aos camin$os da Irvore das Jidas que ligam as -ep$irot$.
*s =@ letras simples correspondem às =@ constelaç6es 'odiacais, que os astr&logos antigos c$amavam de C#u 9io, composto pelas Estrelas 9ias.
*s M letras duplas correspondem aos M planetas, que se movimentam dentro do cinturão 'odiacal.
*s letras mães correspondem às essncias divinas ou elementos primordiais 7*r, 9ogo e Igua:. ! >L elemento não era contado, pois a Terra seca $avia sido retirada do Caos primitivo, não tendo sido proveniente de 0eus.
! estudo da simbologia preservada nos templos e rituais maçHnicos constitui um verdadeiro tesouro dos antigos mist#rios.
Como maçons, aprendemos a soletrar as primeiras letras, que são os primeiros símbolos recebidos na 8u' da iniciação. *trav#s do silncio nos esva'iamos dos preconceitos e embarcamos em uma viagem atrav#s das "ormas e conte)dos do templo, dos gestos, toques e palavras. Essa linguagem simb&lica nos ensina um novo idioma outrora perdido4 o 3dioma da *lma. G ele que nos "ala ao coração 78ev: nos levando pelos @ camin$os de sabedoria, na busca do verdadeiro con$ecimento, o qual ja' no "undo pro"undo de n&s mesmos.
CONCL)!ÃO
* Tradição 3niciática "undamenta5se nos tetos sagrados e na simb&lica preservada ao longo de muitos s#culos. Ela toma vida e signi"icado atrav#s da capacidade do $omem de buscar a 0eus, o aper"eiçoamento moral e espiritual, o eercício das virtudes e o respeito às leis de "luo e re"luo do universo. * essncia da Cabala # saber receber, sem estancar o processo desta corrente universal. %ara isso devemos imitar o pr&prio *rquiteto Eterno, tamb#m doando e repartindo as compreens6es e ensinamentos que alcançamos atrav#s do estudo e re"leão. !s símbolos, como entes universais, tamb#m possuem uma miríade de possibilidades de interpretaç6es.
Cabe a cada um de n&s aprendermos a desenvolver esta leitura intuitiva para que as portas descon$ecidas de n&s mesmos possam ser "ranqueadas e possamos encontrar o
tesouro oculto em nosso interior.
8embremos daquele que ainda não sabendo ler nem escrever, por não ter aprendido a juntar os símbolos, na medida em que re)ne este novo al"abeto, vai "ormando "rases, e com elas a revelação da *rte eal se "a' diante de seus ol$os.
! templo maçHnico # um pequeno universo, um re"leo da Criação e do /omem, onde os maçons descobrem o quão importante # a sua participação no mundo e na $umanidade, tomando para si a responsabilidade de perseverar na criação de uma sociedade mel$or, mais justa e mais $umana, à imagem e semel$ança do 1rande *rquiteto do niverso.
PAULO ROBERTO SILVEIRA DE SOUZA - M M
A CONHECIMENTO E HARMONIA – GORGS
PORTO ALEGRE - RS