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II Seminário dos Estudantes de Pós-Graduação

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Academic year: 2021

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Caracterização do Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE) e relação com o

Planejamento Urbano e Ambiental na Regional Petrovale, município de Betim,

MG.

Fernanda Raggi (1); Arnaldo Freitas de Oliveira Júnior (2), Vitor Campos Moura Costa(3). (1 ) Mestranda em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental. Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus

Bambuí Rod Bambui / km Medeiros 5. CEP: 38900-000 . Bambuí , Minas Gerais. ( 2 ) Professor Orientador - CEFET/IFMG; (3) Mestrando em Relações Internacionais - PUC MINAS.

RESUMO

O planejamento dos municípios brasileiros tem gerado preocupação, na medida em que é utilizado de forma corretiva e não preventiva nos Planos Diretores. Em Minas Gerais, o Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE-MG) tornou-se instrumento regulatório do uso e ocupação do solo, efetivando o Planejamento Urbano e Ambiental. O objetivo deste trabalho foi avaliar o ordenamento territorial da Regional Petrovale, localizada no município de Betim/MG, a relação com o Zoneamento Ecológico Econômico estabelecido para o Estado de Minas Gerais e a adequação ao Planejamento Urbano e Ambiental formalizado no Plano Diretor municipal. A metodologia utilizada contemplou a Revisão Sistemática, Revisão Bibliográfica, e estudo de caso por meio do Ad Hoc, Overlay Mapping e classificação do zoneamento segundo o ZEE-MG. em uma imagem obtida pelo software Google Earth foi delimitado o ZEE-MG, em Zona Exclusivamente Industrial (ZEI), Zona de Uso Urbano (ZUU) e Área de Preservação Permanente (APP), e identificada semelhança ao Plano Diretor do Município de Betim, onde o Pólo Petroquímico foi classificado como Zona de Atividades Especiais (ZAE I), a Regional Petrovale como Zona Residencial Mista (ZRM) e as áreas naturais como Áreas de Interesse Ambiental (AIA). Mesmo havendo regulamentação corretiva, após a ocupação, o zoneamento se mostrou de acordo com o proposto para Minas Gerais no papel, mas os conflitos reais sócio-ambientais ainda são presentes na região.

Palavras-chave: Zoneamento Ecológico e Econômico - Planejamento Urbano e Ambiental - Petrovale

INTRODUÇÃO

No Brasil, o planejamento das áreas metropolitanas tem sido objeto recente de preocupação dos governos, diante de um debate sobre o modelo de cidade reivindicado pela sociedade: cidade como palco de políticas sociais compensatórias ou cidade como estratégias para o desenvolvimento e expansão econômica e social?

As diferentes realidades das áreas metropolitanas exigem um planejamento específico que combine os princípios de eficiência no desenvolvimento das atividades econômicas, de qualidade de

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vida adequada para seus habitantes, de qualidade de desenho urbano e preservação dos recursos naturais (UGEDA JÚNIOR, s.d).

A concepção de planejamento tem sido focada na questão físico territorial, em escala local, apontando para um projeto de cidade ideal a partir da definição de padrões adequados de organização do espaço físico previstos em instrumentos de planejamento, ordenamento e regulação de uso e ocupação do solo.

Em Minas Gerais, o Zoneamento Ecológico e Econômico (ZEE) tornou-se instrumento regulatório para a elaboração de diagnósticos de uso e ocupação do solo nos municípios, por meio da divisão do território em zonas distintas e formalização nos Planos Diretores Municipais. Representa, assim, ferramenta primordial para a efetivação do ordenamento ambiental e efetivação do Planejamento Urbano e Ambiental.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o ordenamento territorial da Regional Petrovale, localizada no município de Betim/MG, a relação com o Zoneamento Ecológico Econômico estabelecido para o Estado de Minas Gerais e a adequação ao Planejamento Urbano e Ambiental formalizado no Plano Diretor municipal.

MATERIAL E MÉTODOS

Este artigo foi realizado na Regional Petrovale, localizada no município de Betim/MG, que compreende uma área urbana sob as coordenadas 19°59’41.77” S e 44°06’58.59”O, à 843m de elevação, e um Pólo Industrial, sob as coordenadas geográficas 19°58’36.44” S e 44°05’48.04”O, à 825m de elevação. A metodologia foi delineada por meio de uma Revisão Sistemática e estudo de caso.

A Revisão Sistemática é uma forma de pesquisa que utiliza uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca e síntese da informação selecionada. Permite incorporar um espectro maior de resultados relevantes, ao invés de limitar as conclusões à leitura de somente alguns artigos (Sampaio & Mancini, 2007). Foram selecionadas palavras-chave a fim de realizar busca ativa de tópicos sobre uma plataforma específica. Os termos selecionados foram "Planejamento Urbano e Ambiental", "Planejamento

Urbano e Ambiental Petrovale", "Zoneamento Ecológico Econômico", "Zoneamento Ecológico Econômico Petrovale". As plataformas utilizadas para a busca foram Google

(<www.Google.com.br>) e Google Acadêmico (<https://scholar.google.com.br/>). Como metodologia para o estudo de caso foi adotado o protocolo de SÁNCHEZ (2010), composto de visita a campo (Ad Hoc), caracterização qualitativa por meio de imagens de satélite segundo o Google Earth (Overlay Mapping) e classificação segundo o ZEE de Minas Gerais e Plano Diretor Municipal de Betim (Lei 4574/2007).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir dos filtros utilizados na revisão sistemática foi possível elaborar o Quadro 01 a seguir, com os resultados da busca ativa de artigos.

Filtro GOOGLE GOOGLELE ACADÊMICO

Palavras-Chave RES. SEL. RES. SEL.

Planejamento Urbano e Ambiental 1.820.000 1 98.800 1

Planejamento Urbano e Ambiental Petrovale 7.250 1 32 1

Zoneamento Ecológico Econômico 155.000 1 20.900 1

Zoneamento Ecológico e Econômico Petrovale 594 1 5 0

Quadro 01 - resultado dos filtros realizados para a revisão Sistemática e número de resultados obtidos e selecionados. RES = resultado do filtro; SEL = número de artigos selecionados a partir do filtro.

Os artigos foram selecionados de acordo com a afinidade e correlação com o tema, uma vez que são raras as publicações sobre a área de estudo. A bibliografia utilizada também foi a relacionada com o Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado de Minas Gerais e Planejamento Urbano e Ambiental em sua concepção ampla.

Como resultados do estudo de caso, foi realizada uma busca da área de estudo, utilizando o software Google Earth, em junho de 2016. A imagem obtida encontra-se na Figura 01 e compreende a área total da Regional no município de Betim, com 10.985.000 m2 (11 km2). A partir desta imagem, foi delimitado o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) com base no proposto para o Estado de Minas Gerais (ZEE-MG) (Figura 02).

Segundo o IPPUB (Instituto de Pesquisas Públicas e Urbanas de Betim) (2014), em 1968 surge a zona industrial da região, com posterior estabelecimento de áreas de invasão e ocupação urbana em seu entorno.A necessidade de ordenamento fez com que o município de Ibirité regulamentasse loteamentos mas não o perímetro urbano. A região passou por processo de expansão urbana precária e, também em 1968, foi aprovado o primeiro Plano Diretor de Betim, mas este não contemplava a delimitação do zoneamento para a região, que foi estabelecida somente em 1996 com a primeira revisão do documento.

Em 2007 o Plano Diretor passou por sua segunda revisão, por exigência do Estatuto das Cidades, abrangendo um zoneamento diferenciado para empresas petroquímicas e criando o Pólo Industrial - Zona de Atividades Especiais (ZAE I), delimitado em Vermelho na Figura 02 e com área total de 2.274.200m2 (2.3 km2); a Regional Petrovale - Zona Residencial Mista (ZRM), delimitada em azul e com área total de 1.312.409m2 (1.3 km2), e Área de Interesse Ambiental

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(AIA), delimitada em roxo e com área total de 2.341.584 m2 (2.3 km2), tentando adequar a lei à

uma situação já estabelecida antes de sua criação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Zoneamento Ecológico Econômico constitui ferramenta essencialmente norteadora para a tomada de decisão dentro do Planejamento Urbano e Ambiental, assegurando alternativas políticas e técnicas de negociação e decisão coletiva sobre o futuro comum dos municípios metropolitanos. Assim, o ordenamento territorial deveria concentrar-se em projetos estruturadores que orientassem uma visão de futuro, de longo prazo, de modo a evitar o imediatismo dos governos e ações meramente compensatórias e reparadoras.

Figura 01 - Delimitação da área de estudo à esquerda. Fonte: adaptado de Google Earth, acesso em junho de 2016. À direita, detalhe da área de estudo em escala gráfica, elaborado com auxílio do software Erdas Imagine, 2014.

Figura 02 - Zoneamento Ecológico Econômico da área de estudo segundo o ZEE-MG. Em vermelho, ZEI (Zona Exclusivamente Industrial); em azul, ZUU (Zona de Uso Urbano); em roxo, APP (Área de Preservação Permanente. Fonte: Adaptado de Google Earth, acesso em junho de 2016. .

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A ocupação desordenada na Regional Petrovale, antes da criação do Plano Diretor, proporcionou a elaboração de um documento corretivo ao invés de preventivo, mas que pretendeu se adequar ao ZEE-MG. A regularização da zona urbana devido ao interesse social se fez necessária, já que a ocupação,em muitos casos, ocorreu sem a definição de loteamentos, devido ao atrativo de desenvolvimento da área pelo Pólo Industrial. As revisões do documento pretenderam ações imediatistas para sanar um problema, uma vez que o Pólo Industrial não realizou nenhuma expansão, mas resultaram no aumento da vulnerabilidade social e das áreas naturais, uma vez que os conflitos reais de ocupação urbana e industrial frente à pressão de ocupação e poluição sob os recursos naturais locais são constantes e as lacunas deixadas no Plano Diretor permitem uma organização formalizada no papel mas um desarranjo ainda estabelecido na área de estudo.

AGRADECIMENTOS

Ao professor Arnaldo Freitas de Oliveira Júnior pelas orientações e ao Instituto Federal de Minas Gerais campus Bambui pela oportunidade de ingresso no programa de Mestrado em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental, participação neste II Simpósio de Estudantes de Pós-Graduação e divulgação de parte do trabalho de dissertação.

REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETIM. Plano Diretor Municipal, Lei n°4575/07. Disponível em <http://www.betim.mg.gov.br>. Acesso em junho de 2016.

CREPANI, E., et.al. Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento aplicados ao Zoneamento Ecológico-Econômico e ao ordenamento territorial. INPE, 2001. Disponível em <https://www.ufpe.br/latecgeo/images/PDF/senso%20e%20geoprocessamento.pdf>. Acesso em junho de 2016.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed.São Paulo: Atlas, 2010.

INSTITUTO DE PESQUISAS E POLÍTICAS URBANAS DE BETIM (IPPUB). Uso e Ocupação do solo de Betim. <Disponível em <http://www.dpurb.betim.mg.gov.br>. Acesso em junho de 2016.

SAMPAIO, R.F.; MANCINI, M.C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, jan./fev. 2007. ROSA, A.C., et.al. Zoneamento urbano-ambiental em áreas de riscos de acidentes com substâncias químicas perigosas nos municípios de Ibirité e Betim, MG. Anais do X Encontro Nacional da Anpur, 2003. Disponível em <www.anpur.org.br/anais>. Acesso em junho de 2016.

SÁNCHEZ, L.H. Avaliação de Impacto Ambiental - conceitos e métodos. Rio de Janeiro: Ofitexto, 2010. SCOLFORO, J;R.S., et.al.Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado de Minas Gerais. Lavras: Editora UFLA, 2005.

UGEDA JÚNIOR, José Carlos. Urbanização brasileira, Planejamento Urbano e planejamento da paisagem.São Paulo: Universidade Estadual Paulista,s.d.

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