AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS E FAMÍLIA
2018
Avaliação
cabeça e pescoço
P rofa . Dr a . L il ia d e S ou za Nog ue ira
Objetivos da aula
Ao final da aula, você deverá ser capaz de:
Analisar os principais componentes do exame físico da cabeça e pescoço
Identificar os principais tópicos da entrevista e métodos propedêuticos aplicados ao exame da cabeça e pescoço
Identificar e registar as anormalidade encontradas no exame físico da cabeça e pescoço do adulto/idoso
Avaliação da cabeça e do pescoço
Exame da cabeça e pescoço inclui:
Cabeça e face Olhos Orelhas Nariz Boca Pescoço
Entrevista
TCE recente Cefaleia
Rigidez no pescoço
Problemas de tireóide (sinais indicativos) História patológica pregressa
História familiar
História pessoal e social (história ocupacional, esportes,
estresse, uso de drogas, nutrição)
Cabeça – posição vertical na
linha média do tronco (ereta e imóvel)
Atentar para: movimentos
anormais, tremores,
manutenção da inclinação da cabeça
Crânio – normocefálico
Tamanho, formato, contorno e simetria
Observar presença de lesões, protuberâncias,
crostas, lêndeas, descamações, perda anormal do cabelo
Formato e simetria das pálpebras, sobrancelhas,
sulcos nasolabiais e boca
Observar coloração da pele, textura, distribuição
de pêlos
Observar anormalidades como: edema, falta de
expressão, palidez, hirsutismo, lesões de pele, acnes, variações da pigmentação
Características faciais – expressões e contornos Analisar em repouso, em movimento e com
expressão
Assimetria leve pode ser comum
Atentar para movimentos involuntários dos
músculos faciais (contrações musculares espasmódicas)
Face - inspeção
Face - inspeção
Assimetria
Crânio: de frente para trás
Simétrico e liso, ossos indistinguíveis
Protusões normais: frontal, parietal, occiptal
Observar presença de massas, deformidades, depressões, edema,
sensibilidade
Palpar artérias temporais (atentar pra dor, espessamento,
endurecimento)
Avaliar a articulação temporomandibular (ATM)
Cabelo
Movimentação do couro cabeludo sobre a calota
Textura, cor e distribuição (secos x quebradiços, condições higiene...)
Cabelos – quantidade, distribuição, linha de
implantação e padrão de perda
Cabeça - palpação
Cabeça e face - palpação
Suspeita de anomalia vascular cerebral (ex: diplopia)
Auscultar artéria temporal (atentar para sopros)
Cabeça - ausculta
Pescoço
Inspeção: observar assimetrias, massas, edema, cicatrizes
ou gânglios linfáticos visíveis
Observar amplitude do movimento e simetria (solicitar
movimentação ativa da cabeça)
Atenção para dor e
contratura muscular
Pescoço
Linfonodos – palpe sequencialmente
Achado normal: linfonodos pequenos, móveis,
isolados e indolores
Pescoço
Pescoço
Traqueia - posicionada na linha média
Os anéis cartilaginosos da traqueia devem ser
distintos e indolores
Pescoço
Identifique o osso hioide e as cartilagens tireoide e
cricoide – devem se mover durante a deglutição
Pescoço
Tireoide
Inspeção: solicite ao paciente que incline um pouco a
cabeça para trás e degluta – atentar para achados
anormais = aumento e assimetria na movimentação da glândula
Pescoço
Tireoide
Palpação (acesso anterior ou posterior): tamanho, formato e
consistência da glândula, presença de nódulos (lisos ou irregulares, macios ou duros), dor
Pescoço
Artéria carótida
Visualizar, palpar e auscultar (sopros?)
Veias jugulares
Visualizar presença de distensão jugular – 45º
História
Dificuldade na visão (uso de óculos ou lentes) Dor - características
Secreções - características Uso de medicamentos
Trauma
Cirurgia ocular prévia
Histórico familiar (miopia, hipermetropia, astigmatismo,
glaucoma, daltonismo, outros)
História pessoal (história ocupacional e atividades de lazer,
lentes corretivas, uso de EPI, tabagismo)
Acuidade visual (Tabela de Snellen)
Testar com lentes corretivas (distância – 6 metros)
Olhos
Acuidade visual (Tabela de Snellen)
Testar com lentes corretivas (distância – 6 metros)
Olhos
Teste do campo visual
Teste de confrontação – medida da visão periférica
Motilidade ocular extrínseca
Movimentação dos olhos
1 2 3 4 5 6
Motilidade ocular extrínseca
Atentar oscilações rítmicas dos olhos (nistagmo) ou
desvios oculares
Posição e alinhamento
Estrabismo, exoftalmia, enoftalmia
Sobrancelhas
Tamanho, extensão, movimentação e textura dos fios
Área orbitária
Verificar presença de edema, lesões
Pálpebras
Observar posição, cor, curvatura e distribuição dos cílios,
habilidade de piscar bilateralmente
Olhos fechados: obs fasciculações, fechamento incompleto
(lagoftalmia), presença de xantelasmas (irregular, coloração amarelada)
Identificar a ocorrência de descamação, vermelhidão, edema Olhos abertos: pálpebra superior deve cobrir uma porção da
íris (mas não a pupila)
Ptose palpebral
Pálpebras
Evertidas (ectrópio) ou invertidas (entrópio)
Pálpebras
Observe os cílios (direção, presença de crostas), presença de
hordéolo (terçol), alergias
Palpe para identificar nódulos , sensibilidade ou qualquer
outra anormalidade
Everta a pálpebra se anormalidade (ex: corpo estranho)
Conjuntiva e esclera
Realizar leve tração da pálpebra para visualização
Conjuntivas: rosa sobre a pálpebra inferior e branca sobre a
esclera
Esclera: branco porcelana a amarelo claro (dependendo da
raça)
Atentar para exsudato, presença de pterígio (crescimento
anormal da conjuntiva), pigmentação da esclera (amarelas ou esverdeadas)
Presença de vermelhidão (com ou sem secreção purulenta):
conjuntivite
Sangue vermelho e brilhante: hemorragia subconjuntival
Olhos
Aparelho lacrimal
Palpe a borda orbitária inferior, próximo ao canto
interno. Ducto lacrimal: ligeira elevação
Se presença de volume na região, everta a pálpebra e
inspecione a glândula lacrimal
Olhos
Córnea
Transparente, brilhante e avascular
Presença de um anel fino e branco ao longo da margem da íris
= Arco corneano (arco senil). Anormal em indivíduos com menos de 40 anos
Íris e pupilas
Íris: deve ser nitidamente visível. Observe quanto ao tamanho,
forma, simetria, cor
Pupilas: simétricas e fotorreagentes
Testar a reação das pupilas com um foco de luz (lateralmente)
Reação consensual
Pupilas
Tamanho Normal Midriática (> 7mm-variações) Miótica (< 2mm-variações) Simetria Isocóricas Anisocóricas Reação à luz Reflexo fotomotor + Reflexo fotomotor- 1 Pupilas normais – isocóricas 2 Pupilas midriáticas 3 Pupilas mióticas 4 Pupilas anisocóricas
Pupilas
História
Presença de otalgia, irritação, secreção, vertigem, zumbidos Perda auditiva
Presença de riscos de problemas auditivos (Ex: ruído
industrial)
Disponibilidade de dispositivos de proteção Uso de drogas ototóxicas (ex: furosemida) História repetitiva de acúmulo de cerume História familiar
Observar atentamente o comportamento do paciente Avaliar a integridade das estruturas e acuidade
auditiva
Pavilhão auricular: inspecionar tamanho,
forma, simetria, cor (semelhante a face), implantação e condições de higiene
Palpar a região. Consistência deve ser firme,
móvel e sem lesões de pele
Atentar para dor, edema, hiperemia,
assimetria, tonalidade azulada ou presença de nódulos
Inspecionar o meato acústico quanto a
corrimento e odor fétido. Atentar para saída de líquor pelo canal
Palpar processo mastoide e pressionar o
trago para verificar presença de dor (processo infeccioso)
Canal auditivo e tímpano
Inserir o espéculo – 1,0 a 1,5cm
Observar corrimento, descamação,
vermelhidão excessiva, lesões,
Observe a resposta do paciente às perguntas
(comportamento, necessidade de repetição)
Verificar a resposta do paciente à voz sussurrada
Solicitar que o paciente tape o ouvido não testado
Posicionar-se lateralmente ao paciente, 30 a 60 cm de
distância da orelha
Sussurrar uma combinação de letras e números (3, T, 9) com
suavidade. Dica: exalar completamente antes de sussurrar
Solicitar que o paciente repita a combinação Realizar o procedimento com a outra orelha
Teste de Weber com diapasão (vibração do som
através dos ossos cranianos para a orelha interna)
Avaliação da audição
Teste de Rinne (compara a condução óssea com a
condução aérea)
Avaliação da audição
História
Trauma no nariz
Alergias, secreção nasal, epistaxe ou resfriados
frequentes (investigar cor, odor, características, quantidade, sintomas associados às secreções)
Uso de medicamentos
Dificuldade para respirar Dor sinusal
Ronco
Nariz: inspecionar quanto a desvios na forma,
tamanho e cor
Pele deve ser lisa, sem edema, com a mesma cor
da face
Mucosa: deve ser rosada e úmida
Palpação (ponte nasal ao ápice): observar
sensibilidade, presença de massa ou desvios
Testar a permeabilidade, ocluindo cada narina
alternadamente
Testar olfato
Foco de luz nas narinas (inclinação da cabeça):
observar presença de corrimentos, dilatação ou estreitamento, lesões, vermelhidão, sangramentos, exsudato, edema, desvio ou perfuração de septo
Se disponível, utilizar espéculo
Seios da face
Palpar os seios frontais e maxilares
Edema ou dor à palpação pode indicar infecção,
Boca e orofaringe
História
Uso de próteses dentárias
Mudança de apetite ou de peso recentemente Uso de produtos à base de tabaco
Consumo de álcool
Práticas de higiene dental Lesões na boca
Problemas dentários Dor
Inspecionar e palpar os lábios quanto à simetria, cor,
textura, hidratação e presença de lesões
Lábios: róseos e simétricos (remover batom)
Atentar para lábios secos, fissuras, edemas, lesões,
placas, nódulos e ulcerações
Observar a coloração dos lábios. Atenção: palidez,
cianose, cor vermelho-cereja
Observar a oclusão dentária (solicitar que o paciente
cerre os dentes). Observar má-oclusão, protrusão (superior ou inferior)
Com auxílio de abaixador de língua e boa
iluminação:
Avaliar a qualidade da higiene dental, alinhamento e ausência
de dentes (solicitar retirada da prótese), presença de cáries, coloração (café, cigarro), halitose
Mucosa oral: deve ser vermelho-rosada, lisa, úmida e macia Gengiva: deve ter aspecto róseo e se ajustar hermeticamente
ao redor do dente
Retraia os lábios superior e inferior
Verifique cor, hidratação, textura e presença de
lesões na mucosa
Lesões devem ser palpadas (dor, tamanho e
consistência)
Atentar para lesão em placa branca que não pode ser
removida –pré-maligna ou maligna
Palpar a gengiva (especialmente na região abaixo da
prótese)
Atenção: sangramento gengival, edema e dor local
Vermelho-fosca, úmida e brilhante, levemente
enrugada na superfície e lisa nas laterais. Superfície ventral: altamente vascularizada e com pregas
Inspecionar assoalho da boca e superfície ventral da
língua, bem como seu posicionamento (tamanho e exteriorização) e presença de saliva
Puxar a língua com uma gaze para avaliar as bordas
laterais e palpá-la
Raspar levemente margens brancas ou vermelhas
(resíduo alimentar ou lesão????)
Atenção para presença de nódulos, ulcerações
Paciente deve inclinar a cabeça
para trás
Avaliar palato mole e palato duro Observe cor, formato, textura ou
existência de proeminências
Parede posterior da faringe: rósea, lisa e brilhante Tonsilas se fundem com a cor rósea da faringe
Abaixador de língua: avaliar faringe, úvula, tonsilas Atenção para reflexo faríngeo (vômito)
Note a ocorrência de edema, petéquias, lesões,
exsudatos, hipertrofia
Objetivos da aula
Ao final da aula, você deverá ser capaz de:
Analisar os principais componentes do exame físico da cabeça e pescoço
Identificar os principais tópicos da entrevista e métodos propedêuticos aplicados ao exame da cabeça e pescoço
Identificar e registar as anormalidade encontradas no exame físico da cabeça e pescoço do adulto/idoso
Barros ALBL. Anamnese e exame físico: avaliação
diagnóstica de enfermagem no adulto. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2010
Bickley LS, Szilagyi PG. Bates: propedêutica médica. 10ª
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010
Jarvis C. Exame físico e avaliação de saúde para
enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012
Potter PA, Perry AG. Fundamentos de enfermagem. 7ª
ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009
Seidel HM, Ball JW, Daims JE, Benedict GW. Mosby:
guia de exame físico. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007