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PROTOCOLO DE PREVENÇÃO PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO (UP)

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PROTOCOLO DE PREVENÇÃO PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO (UP)

Danos não intencionais decorrentes do cuidado são eventos adversos que acarretam lesões mensuráveis nos pacientes afetados, óbito ou prolongamento da internação, não atribuídos à evolução natural da doença (HIATT, 1989). É um fenômeno que pode ser decorrente de erros de profissionais de saúde, da má prática profissional, proveniente da organização hospitalar ou devido as comorbidades dos pacientes (MENDES, 2007).

Fruto do sucesso das campanhas 100 mil vidas e posteriormente cinco milhões de vidas nos Estados Unidos lançadas pelo Institute for Healtcare Improvement (IHI), organização sem fins lucrativos, o Brasil em 2008 adotou as metas desta iniciativa através do IQG – Instituto Qualisa de Gestão, uma instituição privada ligada a ONA – Organização Nacional de Acreditação. Nestas campanhas foram classificadas para implantação, intervenções para melhorar a segurança dos pacientes. Dentre estas, está incluída a prevenção de úlcera por pressão (UP) com base em Guidelines ( ZAMBON, 2009).

UP é uma lesão na pele e nos tecidos e ou estruturas subjacentes, geralmente localizada em proeminências ósseas e em tecidos moles, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento, que pode provocar uma isquemia e levar a morte celular devido à diminuição de fluxo sanguíneo (DUARTE ET AL, 2009; CAMPBELL, PARISH, 2010; ANDERS, 2010; SCEMONS, ELSTON, 2011; AVELAR et al., 2010).

A UP é considerada um evento adverso em que a pele do individuo está sendo submetida à pressão, fricção e ou cisalhamento. Pacientes restritos ao leito, cadeiras, ou quando arrastados ao invés de erguidos para um reposicionamento, ou outra ação, estão vulneráveis a esta adversidade (ALVES et al., 2008).

O aumento da expectativa de vida, associada aos avanços da medicina moderna tornando possível a sobrevida de pacientes com doenças graves e letais, tem provocado, em ambiente hospitalar, o acréscimo de indivíduos expostos para o desenvolvimento de UP (WADA et al, 2010). Pacientes com UP, além de encontrarem-se mais suscetíveis para o risco de infecção, tem recuperação e internação prolongada, gerando custos elevados e conseqüente aumento da taxa de

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mortalidade. Dada a complexidade da situação, justifica-se a necessidade da atuação de uma equipe multidisciplinar, sendo um desafio principalmente para a enfermagem que presta o cuidado direto com o paciente e atende o mesmo de forma integral (ALVES et al, 2008; SILVA et al., 2011; MACIEL, 2008).

As taxas de incidência na literatura apresentam variações que se devem às características dos pacientes e do nível de cuidado. P

acientes com cuidados críticos apresentam incidência entre 8 a 40% (CUDDIGAN, 2012), cuidados de longa permanência incidência de 2,2 % a 23,9% ,

cuidados agudos 0,4% a 38%

e Home-care entre 0% a 17% (GOLDBERG, 2012).

O real número de pacientes com UP no Brasil, ainda é desconhecido, visto que o registro do agravo e a obtenção da taxa de ocorrência (prevalência e incidência) ainda são pouco frequentes em nosso meio. Os dados existentes são apenas estimativos e os verdadeiros números de casos e custos são desconhecidos. Esta situação é uma inquietação, principalmente pela indisponibilidade de protocolos institucionais de prevenção com base nas recomendações amparadas pelas melhores evidências científicas (DOMANSKY, BORGES, 2012).

1.1 ESTRATÉGIAS

O resultado da avaliação periódica dos fatores de risco para formação das UP orienta a aplicação de medidas assistências de prevenção (AVELAR et al, 2010). Portanto as estratégias são:

• Aplicação de escalas cujos escores são preditores de risco para o desencadeamento de UP. As escalas mais conhecidas são de Norton, Gosnell, Waterlow e Braden (PRAZERES, SILVA, 2009);

• Inspeção da pele.

1.2 PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO

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É uma medida instituída através de escores que avaliam diariamente ou a cada mudança de estado clínico os fatores que a maioria das escalas preconizam: a imobilidade, inatividade incontinência, desnutrição e comprometimento do estado mental ou da sensibilidade e as condições da pele principalmente em áreas de pressão.

1.2.2 Objetivo

Instituir um instrumento de avaliação de risco informatizado e estabelecer condutas conforme o escore para evitar que o paciente desenvolva úlcera por pressão. 1.2.3 Material Necessário • Luva de procedimento • Computador • Impressora • Caneta

• Impressos para Relatórios de Enfermagem

1.2. 4 Abrangência

O protocolo de prevenção de UP onde está previsto a aplicação da escala de Braden (de escolha por ser validada no Brasil) e a inspeção da pele, deve ser aplicado pelo enfermeiro em todos os pacientes internados na instituição.

1.2. 5 Descrição do procedimento

1.2.5.1 Todo o paciente ao internar na unidade de internação, o enfermeiro deve nas primeiras 6 horas, inspecionar a pele e aplicar a escala de Braden;

1.2.5.2 Após a avaliação da pele e aplicação da escala, o enfermeiro deve registrar os escores de risco de UP em prontuário eletrônico;

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1.2.5.3 O paciente que não apresentar risco de UP deve ser reavaliado mediante alteração do seu estado clínico;

1.2.5.4 O paciente que apresentar risco de UP deve ser submetido às intervenções de prevenção, conforme o escore de UP;

1.2.5.5 O paciente de risco em acompanhamento deve ser reavaliado diariamente; 1.2.5.6 Medidas terapêuticas são instauradas a todo paciente que internar com UP conforme o protocolo institucional de cuidados com lesões de pele.

1.3. INDICADOR

Indicador - Escala de Braden: identificador do processo

Numerador: número de pacientes submetidos à aplicação da escala de Braden Denominador: total de pacientes observados

Fórmula do indicador: (numerador/ denominador) X 100

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1.3 ANEXOS Escala de Braden Escala de Braden Escores Variáveis 1 2 3 4 Total Percepção sensorial: Capacidade de reagir significativamente à pressão relacionada ao desconforto Totalmente limitado

Muito limitado Levemente limitado

Nenhuma limitação

Umidade:

Nível ao qual a pele é exposta à umidade

Completamente molhada

Muito molhada Ocasionalmente molhada

Raramente molhada

Atividade:

Grau de atividade física

Acamado Confinado à cadeira Anda

ocasionalmente Anda freqüentemente Mobilidade: Capacidade de mudar e controlar a posição do corpo

Totalmente imóvel Bastante limitado Levemente limitado Não apresenta limitações Nutrição: Padrão usual de consumo alimentar

Muito pobre Provavelmente inadequado Adequado Excelente Fricção e Cisalhamento Problema Problema em potencial Nenhum problema Total

Adaptação de Paranhos & Santos, 1999 Escore de 19 a 23 pontos – indica sem risco para ocorrência de úlcera por pressão (UP)

Escore de 15 a 18 pontos – indica risco leve para a ocorrência de UP Escore de 13 a 14 pontos – indica risco moderado para ocorrência de UP Escore de 10 a 12 pontos – indica risco elevado para ocorrência de UP Escore < de 9 pontos – indica risco muito elevado para ocorrência de UP

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES AR et al. A importância da assistência de Enfermagem na prevenção das úlceras por pressão em pacientes hospitalizados. Revista Ciências da Saúde. 2008; 26 (4):397 – 402.

ANDERS J, HEINEMANN A, LEFFMANN C, LEUTENEGGER M, PRÖFENER F, KRUSE W R. Decubitus ulcers: pathophysiology and primary prevention. Deutsches

Ärzteblatt International. 2010; 107(21): 371–82.

AVELAR AFM et al. 10 Passos para a segurança do Paciente. COREN-SP - São

Paulo: 2010. Disponível em: http://inter.coren-sp.gov.br/sLesões de

Peleites/default/files/10_passos_seguranca_paciente.pdf. Acesso em 20 de janeiro de 2012.

CAMPBELL C, PARISH LC. The decubitus ulcer: facts and controversies. Clinics in

Dermatology. 2010; 28(5): 527–32.

CUDDIGAN, J. Critical care In: Pieper, B. Pressure ulcers: prevalence, incidence, and implications for the future.National Pressure Ulcer Advisory Panel.Evidence. 2 ed. 2012. Washington, DC: NPUAP.

DOMANSKY RC.; BORGES EL (org.). Manual para prevenção de lesões de pele: recomendações baseadas em evidências. Rio de Janeiro: Editora Rubio; 2012. DUARTE AB et al. Avaliação clinica e epidemiológica das Úlceras de Decúbito em enfermaria de medicina interna do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre. Revista Momentos e Perspectivas em Saúde. 2009; 2(22): 9-13.

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GOLDBERG, M. General acute care. In: Pieper, B. Pressure ulcers: prevalence, incidence, and implications for the future.National Pressure Ulcer Advisory Panel.Evidence. 2 ed. 2012. Washington, DC: NPUAP.

HIATT HH, BARNES BA, BRENNAN TA, LAIRD NM, LAWTHERS AG, LEAPE LL et al. A Study of Medical Injury And Medical Malpractice. N ENG J MED. 1989; 321:480-4.

MACIEL EAF. Prevalência de feridas em pacientes internados em um hospital

filantrópico de grande porte de Belo Horizonte. 2008. p. 91. Dissertação de

Mestrado (mestrado em enfermagem). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.

MENDES, W. Avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospital no

Brasil. 2007.112p. Tese de doutorado (Doutorado em Ciências na área de Saúde

Pública). Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2007.

PRAZERES SJ, SILVA ACB. Úlceras por Pressão. In: PRAZERES, S. J. Tratamento

de Feridas: teoria e prática. Porto Alegre: Moriá Editora, 2009.

SCEMONS D, ELSTON D. Nurse to Nurse: cuidando de feridas em Enfermagem. São Paulo: Artmed; 2011. 12 Wada A, Neto NT, Ferreira MC. Ùlceras por Pressão.

Revista Médica de São Paulo. 2010; 89( 3):170-7.

SILVA RCL. Feridas fundamentos e atualizações de Enfermagem. 3ed. São Paulo: Yendis, 2011.

ZAMBON, L. S. Introdução à campanha “5 Milhões de Vidas” do Institute of

Healthcare Improvement IHI. 2009. Disponível em:

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/gerenciamento/2345/introducao_a_campanha_% E2%80%9C5_milhoes_de_vidas%E2%80%9D_do_institute_of_healthcare_improvement_ihi

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WADA A, NETO NT, FERREIRA MC. Úlceras por Pressão. Revista Médica de São Paulo. 2010; 89( 3):170-7.

Referências

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