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ESCOLA DA PRÁTICA: da pauta a distribuição, experiência de ensino de Ciberjornalismo e de jornal laboratório.

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FÓRUM NACIONAL DE PROFESSORES DE JORNALISMO – FNPJ XII ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE JORNALISMO VIII CICLO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE JORNALISMO MODALIDADE DE TRABALHO: Relato

GRUPO DE TRABALHO: Produção Laboratorial – Eletrônicos

ESCOLA DA PRÁTICA: da pauta a distribuição, experiência de ensino de Ciberjornalismo e de jornal laboratório.

Gerson Luiz Martins 1

gmartins@nin.ufms.br Palavras-chave:

Ciberjornalismo, Webjornalismo, Ensino de jornalismo, Jornalismo, Jornal Laboratório.

1. Introdução

Escola da Prática é um projeto de ensino, pesquisa e extensão iniciado em 2006 quando das atividades no Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. O projeto havia sido desenvolvido numa parceria entre a empresa Widea de Campo Grande (MS) e a Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, desde 2003. No princípio, a empresa Widea, administrada pelo Sr. Maurício Vargas manteve contato com o curso de Comunicação da UCDB para experimentação de um sistema de publicação para jornalismo na internet. A empresa desenvolveu o sistema para comercializar entre as empresas

jornalísticas que tinham interesse em criar um portal jornalístico associado ou não às suas atividades no jornalismo impresso, televisivo ou de rádio. No ínterim, a Widea comercializou o sistema com vários empresas, como por exemplo Campo Grande News (www.campograndenews.com.br), TV Morena

(www.tvmorena.com.br) – Campo Grande, Governo de Estado de Mato Grosso

do Sul, TV Centro América – Cuiabá, MS Record (www.msrecord.com.br) - Campo Grande, entre outros, que utilizam o sistema até a presente data, com as devidas atualizações.

A parceria com a Universidade Católica Dom Bosco não frutificou e a

proposta de uso acadêmico ficou congelada por três anos. A partir da relação de amizade entre o orientador do Projeto Escola da Prática atual e o Sr. Maurício Vargas, o mesmo ofereceu para que pudesse ser utilizado o sistema no ensino de ciberjornalismo na UFRN. Ciente das potencialidades de publicação do sistema e aliado a perspectivas de pesquisa e extensão proporcionado pelo sistema, iniciou-se as atividades de ensino tendo como base o sistema

News.com desenvolvido pela Widea no segundo semestre de 2006. O sistema

1 Jornalista graduado pela UFMS, mestre em ciências da comunicação e doutor em jornalismo pela

ECA/USP, professor adjunto III do Curso de Jornalismo da UFMS, coordenador do Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo da UFMS, registrado no CNPq e membro do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online da UFBA, consultor “ad-hoc” em jornalismo no INEP/MEC e da FACEPE – Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.

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News.com, onde está baseado o Projeto Escola da Prática, foi disponibilizado em sua primeira versão, a partir da base desenvolvida para o jornal Primeira Hora

(www.primeirahora.com.br) de Rondonópolis, MT que não foi continuada a

comercialização. O sistema News.com disponibiliza vários recursos para

publicação de notícias na internet, como por exemplo, cadastro de repórteres, sistema de revisão de matérias, cadastro de fotos, publicação de fotos, correio eletrônico interno, criação e gerenciamento de editorias, galeria de fotos, criação de “pop-up”, gerenciamento de banners. Essa diversidade de recursos facilita o processo de ensino de ciberjornalismo: pauta, apuração, redação, edição, difusão e ainda possibilita a experimentação de novos recursos, novos formatos, o que proporciona base para a pesquisa acadêmica nessa

especialidade. E ainda, dado que o portal se nivela a qualquer portal jornalístico na internet, proporciona a veiculação de notícias locais para a comunidade, numa atividade de extensão. As matérias, notícias produzidas pelos alunos são publicadas e estão acessíveis ao público leitor, ao receptor da localidade.

O trabalho do projeto ainda é recente, tem apenas dois anos e meio e, dado a diversidade de turmas trabalhadas, ainda não foi possível programar

inovações significativas que possam ser aproveitadas e consolidadas na produção jornalística na internet. O projeto de ensino, pesquisa e extensão Escola da Prática durou 1,5 anos na UFRN e quando chegou no momento de maturação e, portanto, de inferir ou experimentar novas possibilidades foi transferido, junto com o orientador, para o Curso de Jornalismo da

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, onde foi desenvolvido em 2008 em precárias condições laboratoriais. Enquanto na UFRN o projeto tinha disponível um laboratório de informática quase que exclusivo com 20

computadores com um ano de uso – num trabalho com 20 alunos por turma – , na UFMS não houve condição, pois o trabalho foi desenvolvido no único laboratório de redação do curso, a UFMS não dispunha de laboratório de informática em condições de uso, e com número insuficiente de computadores, apenas três com possibilidades de uso, para um trabalho com 15 alunos por turma. Em 2009, há uma expectativa melhor, pois o Departamento de Jornalismo receberá nestes dias 20 novos computadores que comporão o novo laboratório de redação, inclusive para uso do Projeto Escola da Prática. O projeto foi

cadastrado na Pró-Reitoria de Pesquisa e na Pró-Reitoria de Extensão da UFMS para solicitar mais equipamentos, tanto computadores como máquinas de fotografia e impressora, além de material de consumo.

2. Processo de produção Escola da Prática

O processo de produção laboratorial do Projeto de Ensino Escola da Prática está inserido na disciplina obrigatória Redação e Expressão Oral em Jornalismo I, oferecida para os alunos do segundo ano (terceiro e quarto semestres) e na optativa – temporariamente – Ciberjornalismo I e II. Com a reforma da matriz curricular do Curso de Jornalismo da UFMS, implantada em 2009, o projeto será desenvolvido na disciplina obrigatório Redação para Ciberjornalismo e

Laboratório de Ciberjornalismo oferecidas no 5º e 6º semestres respectivamente. No trabalho na disciplina Redação e Expressão Oral em Jornalismo I, que tem duração de 144 horas ou um ano de atividade, faz-se, inicialmente, uma

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depuração de texto dos alunos. Dado que muitos estudantes de jornalismo desenvolvem e produzem para Blog’s, é imprescindível averiguar o nível e a qualidade dos textos que produzem. A partir da revisão dos textos produzidos pelos alunos nessa primeira fase, faz-se orientação sobre alguns problemas de textos e recomendações para com a estrutura básica da notícia. Este é um outro detalhe importante, o projeto tem como objetivo principal trabalhar com a produção de notícia, as matérias de reportagem são aceitas, mas de forma qualificada, ou seja, produzida a longo prazo e como matérias especiais. Outro detalhe que merece destaque, os alunos que participam da disciplina e do projeto são orientados a não produzirem notícias sobre esporte. Nas reuniões de pauta do projeto, é vedado matérias de esporte. Esse fato se justifica pela forte tendência dos alunos produzirem textos estratificados de acordo com os “vícios” perpetrados pela imprensa profissional.

Antes do início do processo de produção, os participantes são orientados sobre o uso do sistema News.com, suas potencialidades, suas características e suas peculiaridades. Para essa orientação, é convidado o diretor técnico da empresa Widea que faz uma palestra sobre as características do sistema.

O processo de produção é realizado de forma semanal, o que imprime uma das características da Escola da Prática, edição semanal, com duas turmas, o que permite inserção de notícias pelo menos duas vezes por semana, embora que os alunos-repórteres que tenham maior facilidade de produção sejam livres para publicação de suas matérias, depois de revisadas, em menor periodicidade. A produção das notícias da Escola da Prática começa com a reunião de pauta. Para esta, se sugere aos alunos que tragam, para as aulas/reuniões de pauta,

propostas de pauta. Aqui há outra característica da produção, todas as pautas trabalhadas são exclusivamente de caráter local, ou seja, serão matérias que os repórteres-estudantes possam produzir “in loco”. Não é permitido proposta de pauta de abrangência nacional ou internacional, salvo se a pauta tiver gancho com acontecimentos locais, por exemplo, a campanha para sediar a Copa 2014. Depois da reunião de pauta, que acontece uma vez por semana em cada turma, no geral são duas vezes por semana, os repórteres-estudantes são orientados a apurar as notícias “in loco”, também não é admitido apuração via telefone, o uso do telefone é exclusivo para agendar entrevistas. O processo de apuração deve durar, no máximo, quatro dias. Os repórteres-estudantes possuem uma credencial (crachá) que os identificam em todos os locais de apuração das matérias e serve para facilitar o acesso aos locais e fontes. Após concluída a apuração e antes do processo de publicação, as matérias são revisadas, primeiramente pelo próprio “repórter”, depois pelo editor-estudante

responsável pela editoria. Depois desse processo, o “repórter”, em sala de aula, faz o trabalho de publicação no sistema, que compreende a redação e a revisão pelo editor geral, notadamente o professor responsável. Dado que muitos têm facilidade de manuseio no sistema, é permitido que a primeira redação da matéria seja lançada diretamente no sistema, o que facilita o acesso dos editores às matérias para revisão. Se esse processo não for possível, os “repórteres” escrevem a matéria no processador de texto, submete ao editor para revisão e somente depois disso é lançado no sistema, muitas vezes num processo de “copiar e colar”. Com a matéria inserida no sistema, depois da revisão final do editor geral, faz-se uma revisão de publicação, ou seja, conferência da foto, das legendas, da inserção de hiperlinks e outros.

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Depois do processo de publicação, inserção no sistema e ainda antes da liberação geral das matérias, faz-se uma reunião para definir a capa da edição. Os alunos-repórteres, editores e o orientador discutem qual a matéria será, conforme a configuração do sistema, Destaque Principal, Destaque com Foto, Destaque Secundário, Destaque Simples, Veja Mais e Últimas Notícias. Nesta última categoria são inseridas todas as matérias.

Como procedimento padrão do Projeto, todos os alunos são orientados a assinar as matéria, realizado de forma automática pelo sistema, a partir do cadastro dos “repórteres”. Importante destacar também que o processo de produção de fotos é inerente à produção das matérias, os “repórteres” são orientados a produzir fotos quando fazem a apuração. Todas as matérias são apuradas de forma individual, ou seja, cada “repórter” é responsável por uma pauta, excepcionalmente é liberado mais de um “repórter” para fazer a mesma matéria.

3. Considerações Finais

O projeto Escola da Prática está em fase incipiente, neste momento está relacionado principalmente como projeto de ensino e de extensão. A proposta é ampliar para um projeto de pesquisa, onde os alunos possam promover o desenvolvimento do ciberjornalismo por meio de recursos experimentais seja de sistema de publicação, de apuração, de redação e de publicação. No ano de 2008, o principal fato que atrapalhou o desenvolvimento do projeto foi as precárias condições laboratoriais do curso de Jornalismo da UFMS. O laboratório de redação não atendia minimamente as necessidades do projeto, não foi possível responsabilizar os “repórteres” por um número satisfatório de matérias e, muitas vezes, foram obrigados a produzir nos computadores domésticos. O projeto, é importante destacar, não possui qualquer mecanismo para transporte dos estudantes, a produção, apuração das matérias é realizada por conta,

decisão e responsabilidades pessoais.

Não obstante todas essas dificuldades, a expectativa pela produção

jornalística e o interesse dos estudantes é grande, há uma forte dedicação e o relato original de varias e proveitosas experiências.

Há também uma expectativa de, com o uso intensivo do sistema News.com, o projeto possa sugerir ou mesmo recomendar melhorias, fato que motivou a continuidade de cessão e suporte ao sistema pela empresa Widea, que associou seu nome a uma iniciativa acadêmica.

Relato de ex-alunos, da UFRN, que passaram pelo Projeto Escola da Prática, destacam a importância da experiência e sinalizam melhorias nas etapas posteriores da formação ou ainda, depois de formados, na atividade

profissional e mesmo no gosto pela área de ciberjornalismo, ainda incipiente nas matrizes curriculares dos cursos de Jornalismo.

4. Referências Bibliográficas

KOVACH, Bill e ROSENSTIEL, Elementos do Jornalismo. O que os jornalistas devem saber e o público exigir. São Paulo, Geração Editorial, 2003.

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KUCINSKI, Bernardo. Jornalismo na era virtual. Ensaios sobre o colapso da razão ética. São Paulo, UNESP, 2005.

LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro, Record, 2001.

LAGE, Nilson. Estrutura da Notícia. São Paulo, Ática, 1987.

MACHADO, Elias. O Jornalismo digital em Base de Dados. Florianópolis, Calandra, 2006.

MACHADO, Elias. O ciberespaço como fonte para jornalistas. Salvador, Calandra, 2003.

MARCONDES FILHO, Ciro. Jornalismo fin-de-siécle. São Paulo, Scritta, 1993. MELO, José Marques de. A opinião no jornalismo brasileiro. Petrópolis, Vozes, 1996.

PALÁCIOS, Marcos e MACHADO, Elias. Modelos de jornalismo digital. Salvador, Calandra, 2003.

SALAVERRÍA, Ramón. Redacción periodística en internet. Pamplona, EUNSA, 2006.

WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Porto Alegre, Sulina, 2003.

Complementar:

1. ADGHIRNI, Zélia Leal e RIBEIRO, Gilseno de Souza Nunes. Jornalismo online e identidade profissional do jornalista. Trabalho apresentado no GT de Jornalismo do X ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO - COMPÓS. Brasília, 2001.

2. LAGE, Nilson. Características da Linguagem Jornalística. Florianópolis, UFSC, 2001. In: www.jornalismo.ufsc.br/bancodedados

3. JAMBEIRO, Othon. A internet e o futuro do jornalismo. Mídia e Política. Brasília, UnB, 2006. In: www.midiaepolitica.unb.br.

4. RIBAS, Beatriz. Características da notícia na Web - considerações sobre modelos narrativos. In:

www.facom.ufba.br/jol/pdf/2004_ribas_caracteristicas_noticia_web.pdf

5. MIELNICZUK, Luciana. A Pirâmide Invertida na época do Webjornalismo: tema para debate. In:

www.facom.ufba.br/jol/pdf/2002_mielniczuk_piramides_invertidas.pdf

6. MIELNICZUK, Luciana. Características e implicações do jornalismo na Web. In: www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf

7. MIELNICZUK, Luciana e PALACIOS, Marcos. Considerações para um estudo sobre o formato da notícia na Web: o link como elemento paratextual. In: http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuck_linkparatextual.pdf

8. BARBOSA, Suzana. A informação de proximidade no jornalismo online. In: http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_barbosa_informacaoproximidade.pdf

9. PALACIOS, Marcos. Hipertexto, Fechamento e o uso do conceito de não-linearidade discursiva. In:

www.facom.ufba.br/jol/pdf/1999_palacios_hipertexto_naolinearidade.pdf 10. SALAVERRÍA, Ramón. Los diarios frente al reto digital. In:

Referências

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