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THAÍS MESQUITA 188 pessoas estão em Fortaleza na fila por um leito em hospitais como o Leonardo da Vinci 481 PACIENTES

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THAÍS MESQUITA 188 pessoas estão em Fortaleza na fila por um leito em hospitais como o Leonardo da Vinci

481 PACIENTES

ESPERAM VAGAS EM LEITOS DE UTI DE COVID-19 NO CEARÁ

Ceará e Fortaleza medem

forças pelo Nordestão no

1° Clássico-Rei do ano

PÁGINAS 19 E 20

ESPORTES

10 anos de guerra na

Síria: a revolução que

virou tragédia

PÁGINAS 4 E 5

REPORTAGEM

Dia Mundial Sem Carne suscita

debate sobre o consumo de

alimentos de origem animal

PÁGINAS 1 E 3

VIDA&ARTE

Após passagem de Bolsonaro

por Tianguá, ocupação de

UTIs chega a 100%

PÁGINA 6

POLÍTICA

Lockdown é renovado por

mais uma semana no Ceará

CIDADES, PÁGINA 13; ECONOMIA, 12; ÉRICO FIRMO, PÁGINA 8

CAMILO ESTENDE DECRETO DE ISOLAMENTO SOCIAL RÍGIDO ATÉ O DIA 28

100% DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO ESTÃO EM ALERTA “ALTO” OU “ALTÍSSIMO”

PELO AVANÇO DA PANDEMIA

LEVANTAMENTO DA ABRASEL ESTIMA QUE ATÉ 71,4% DOS BARES E

RESTAURANTES PODEM SER ENCERRADOS DEVIDO ÀS RESTRIÇÕES

RESPIRADORES

Senai reativa Central de Ventiladores Mecânicos e Equipamentos

Respiratórios para ajudar no combate à Covid-19 ECONOMIA, PÁGINA 11 THAÍS MESQUITA

EDIÇÃO DE HOJE

Edição fechada a 0h30 28 páginas

SÁBADO

􀣔􀩚/􀢝/􀣔􀛨 WWW.OPOVO.COM.BR

ANO XCIV - EDIÇÃO Nº 31306 FORTALEZA - CE / R$ 3,00

COMBATE À COVID-19

93 ANOS

O POVO MAIS

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SÁBADO

FORTALEZA - CEARÁ - 20 DE MARÇO DE 2021

FAROL

Temperatura Máxima

34

⁰C

Temperatura Mínima

24

⁰C

Nublado ESTADAO CONTEUDO

HUM...

O suplente de Major Olímpio, empresário Alexandre Giordano, tem empresas em Juazeiro do Norte desde a época do então prefeito Raimundão. Também esteve envolvido em escândalo com o governo do Paraguai por conta de negócios com a Itai-pu, em 2019.

Nova

atual Crescente21/3 Cheia28/3 Minguante4/4

ESTA COLUNA É PUBLICADA DE SEGUNDA A SÁBADO

FALE COM O ELIOMAR:

ELIOMAR DE LIMA

CHARGE \ Clayton

CHARGE@OPOVO.COM.BR

TÁBUA DAS MARÉS

HOJE

 MARÉ BAIXA 2h22min / 0,8 metro  MARÉ ALTA 8h45min / 2,4 metros  MARÉ BAIXA 14h52min / 0,8 metro  MARÉ ALTA 21h21min / 2,2 metros

AMANHÃ

 MARÉ BAIXA 3h10min / 1,0 metro  MARÉ ALTA 9h27min / 2,2 metros  MARÉ BAIXA 15h51min / 0,9 metro  MARÉ ALTA 22h27min / 2,0 metros

LUA

TEMPO EM FORTALEZA

FONTES: OBSERVATÓRIO NACIONAL E FUNCEME

Volkswagem

suspende

produção no

Brasil por 12 dias

| DEVIDO À PANDEMIA |

A Volkswagen vai suspender por 12 dias, a partir de quar-ta-feira, 24, a produção em to-das as suas fábricas no Brasil em razão do agravamento da pandemia. Até 4 de abril, serão suspensas as atividades das fábricas da montadora em São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos, em São Paulo, além da unidade paranaense, em São José dos Pinhais.

“Com o agravamento do nú-mero de casos da pandemia e

o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fi m de preservar a saúde de seus empregados e familiares”, informa a compa-nhia em comunicado.

Só serão mantidas atividades essenciais nas fábricas, e os empregados de áreas adminis-trativas farão trabalho remoto. A medida, acrescenta a monta-dora, foi tomada em conjunto com os Sindicatos locais. (AE)

DIVULGAÇÃO/ IMPRENSA VOLKSWAGEM

MONTADORA alemã anunciou a suspensão

de atividades até dia 4 de abril

ELIOMARDELIMA@OPOVO.COM.BR | BLOGDOELIOMAR.COM.BR

As irmãs do Carmelo de Fortaleza dedicaram ontem 10 minutos de orações, no Dia de São

José, pelo fi m da Covid-19. /// Tem liderança do setor lojistas que se encontra isolado em casa. Recuperando-se da Covid-19. /// Os vereadores Raimundo Filho (PDT) e Michel Lins (Cidadania)

vão tirar licença neste mês e assumir, respectivamente, as Regionais 11 e 3. Com status de secretário. /// Ex-prefeito de Campos Sales e ex-deputado Moésio Loyola testou positivo para a Covid-19. /// Só lembrando: “E o governador prorrogou o lockdown...”

TRF-5, SEDIADO

no Recife, que decidiu: Ministério

da Defesa pode manter no site texto que celebra o golpe militar de 64 como “marco para democracia brasileira”. Agh! MINISTÉRIO PÚBLICO

do Ceará, que está 100% na avaliação dos Portais de Transparência dos MPs brasileiros. Levantamento é referente a 2020.

CAMILO PEDE À RECEITA PRORROGAÇÃO DO SIMPLES

O

governador Camilo Santana (PT) encaminhou

ofício ao secretário da Receita Federal, José Bar-roso Tostes Neto, com um pedido de prorrogação dos débitos do Simples relativos aos meses de março, abril e maio. A informação é da secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba, adiantando que tal decisão cabe a Tostes Neto que também é presidente do Comitê Gestor do Simples Nacional. “Isso não é ato do Governo

do Estado, postergar o pagamento do Simples”, acentua a se-cretária, lembrando que 95% das empresas cearenses aderi-ram ao Simples. o pleito de Camilo ocorre depois que o presi-dente da CDL Fortaleza, Assis Cavalcante, expôs, nesta coluna, queixa dos empresários do comércio sobre falta de recursos para pagar o imposto em razão do setor estar fechado por con-ta do lockdown. O Comitê Gestor do Simples terá reunião vir-tual na próxima semana.

MAIS UM

Mais um profissional de impren-sa morre vítima da Covid-19 no Ceará: o radialista e blogueiro Jonas Melo, que participava de programas da Cidade AM. Foi o quarto óbito do setor em Forta-leza, em menos de um mês..

CIVILIDADE

No primeiro encontro virtual de Camilo Santana, ontem, com prefeitos para tratar de ações contra a pandemia, a presença de dois adversários declarados: Roberto Pessoa (Maracanaú) e Vitor Valim (Caucaia). Por que o inimigo da hora é a Covid-19.

EPA!

A morte do senador Major Olím-pio deixou a área política as-sustada. Ex-militar, praticava exercícios físicos diariamente e se vangloriava de ter uma saúde de ferro, apesar de ter sido con-tra algumas medidas restritivas baixadas pelo governador João Doria (SP).

FEITO BOLO

Mais de mil médicos já assinaram o “Manifesto em Defesa da Vida, pela Ciência e pelo SUS”, uma ofen-siva ao negacionismo apregoado por bolsonaristas no tocante ao enfrentamento à Covid-19.

INTOLERÂNCIA...

O Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Ceará, criado nas últimas eleições, está de volta. Pessoas que se senti-ram alijadas ou alvos de violên-cia política podem denunviolên-ciar pelo http://bit.ly/Observatório-Debnuncias. Tudo será apurado sigilosamente.

...JAMAIS

Bom lembrar que o Observa-tório da Intolerância Política e Ideológica é acompanhado pela Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado, Conselho Estadual de Direitos Humanos e OAB/CE. A ordem é combater a Intolerância em to-dos os sentito-dos.

ECOS 􀣔􀩚􀣔􀣔

O secretário das Cidades, Zezinho Albuquerque, vai se filiar ao PP, que é presidido por seu filho,o deputado fe-deral AJ Albuquerque, por um simples fato: entrou em atrito com os Ferreira Go-mes. Mas permanecerá na equipe camilista.

ASSALTO AO BC

A CNN Brasil exibe ama-nhã, às 19h15min, o último episódio da série “Assalto ao Banco Central de Forta-leza”. Dentro do programa CNN Séries Originais, com Evaristo Costa. Entre de-poimentos, de Luís Henri-que Campos, ex-O POVO, Henri-que também cobriu o caso.

10,66

por cento do seu volume to-tal registrava ontem o açude Castanhão. Subiu 17 centíme-tros nas últimas 24 horas.

SOBE

DESCE

(3)

W W W. O POV O.C OM.B R

SÁBADO

FORTALEZA - CEARÁ - 20 DE MARÇO DE 2021

FAROL

3

MOBILIZAÇÃO GLOBAL PELO CLIMA

O dia de ontem, 19, foi marcado por

uma série de protestos em países com

manifestantes reivindicando ações

diretas de governos e  de lideranças

para lidar com a crise do clima, na

Intitulada Mobilização Global pelo Clima.

No Sri Lanka, um grupo montou um painel,

em frente a um teatro, em Colombo,

simbolizando a greve climática, com o

dizeres “Stop Ecocide” (“Parem o ecocídio”,

em português). O mural, montado pela

Associação de Jovens da Cociedade

de Conservação da Natureza e da Vida

Selvagem do Sri Lanka, acabou sendo

removido por policias da delegacia do

meio ambiente local. Na foto, uma jovem

ativista do clima participa da manifestação,

usando uma máscara ligada a uma planta,

alertando sobre a origem do oxigênio

necessário à vida humana.

PROTESTO PELO

FIM DO “ECOCÍDIO”

ISHARA S. KODIKARA / AFP

NAS REFINARIAS

PANDEMIA

A Petrobras anunciou ontem, 19, que o preço mé-dio da gasolina em suas refi narias terá redução de R$ 0,14 por litro, o que representa uma queda de 4,95%. É a primeira redução este ano. O reajus-te começa a valer a partir hoje, 20. O preço médio do combustível fi cará em R$ 2,69 por litro. O diesel não sofre alteração, permanecendo em R$ 2,86 por litro. O impacto do reajuste nas refi narias, porém, não repercute de forma imediata no custo da gaso-lina nos postos de combustível. De acordo com nota divulgada pela estatal, as variações para mais ou para menos estão associadas ao mercado interna-cional e à taxa de câmbio e têm infl uência limitada sobre o valor repassado aos consumidores fi nais. Esta é a primeira redução anunciada em 2021. Des-de janeiro, o preço médio da gasolina já havia sofri-do seis aumentos. Com o novo anúncio, o combustí-vel passa a acumular alta de R$ 46,2% desde o início do ano. Já o diesel subiu 41,6%. (Agência Brasil)

Com expectativa de entrega até o fi m do ano, o Governo Federal assinou dois contratos para adquirir imunizantes contra a Covid-19. Um compra 100 milhões da Pfi zer/BioNTech e ou-tro 38 milhões da Janssen, do conglomerado Johnson&Johnson. Porém, este último grupo ainda não tem autorização da Anvisa para ser utilizado no Brasil. Além da vacina da Pfi zer, autorizada em 23 de fevereiro para uso defi -nitivo, podem ser aplicadas no País as vaci-nas da Coronavac e de Oxford/AstraZeneca, permitidas apenas para uso emergencial. Em relação a esta compra do Governo, a Janssen pode ser aplicada em dose única enquanto a Pfi zer/BioNTech necessita de duas doses. Com isso, a expectativa, a partir da negociação, é imunizar 83,6 milhões de brasileiros. Das do-ses, 5% são destacadas para perdas operacio-nais. (Ítalo Cosme)

Petrobras anuncia 1ª

redução do preço da

gasolina este ano

Governo compra 138

milhões de vacinas

Pfi zer e Janssen

EDIÇÃO: DOMITILA ANDRADE | DOMITILA.ANDRADE@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

| EDUCAÇÃO |

Veto ainda passará por parlamentares

Autor diz que vai lutar para

reverter veto de Bolsonaro

ao PL da internet gratuita

VINÍCIUS LOURES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO Idilvan Alencar (PDT) é o autor do PL Após o anúncio do veto

in-tegral do presidente Jair Bol-sonaro ao Projeto de Lei nº 3.477/20, que prevê o acesso à internet, com fi ns educacio-nais, a alunos e professores da rede pública de educação, o autor, o deputado federal cearense Idilvan Alencar (PDT), se manifestou em suas redes sociais afi rmando que irá “tra-balhar para derrubar mais esse veto e corrigir essa injustiça”. O veto ainda será analisado pelos parlamentares, que poderão mantê-lo ou derrubá-lo.

O texto havia sido aprovado em fevereiro pela Câmara e pelo Senado e defi nia que o governo federal destine recursos para estados e municípios aplicarem em ações que garantam internet gratuita, em razão da adoção do ensino remoto durante a pande-mia de Covid-19. O recurso teria origem no Fundo de Universa-lização dos Serviços de Teleco-municações (Fust), em doações e em outros recursos previstos na lei orçamentária.

Em mensagem aos parla-mentares, publicada ontem, 19, no Diário Ofi cial da União, Bolsonaro diz que a medida é inconstitucional e contraria o

interesse público ao aumentar a “alta rigidez do Orçamento, o que difi culta o cumprimento da meta fi scal e da Regra de Ouro”. Além disso, contrariaria a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois o texto não apresenta a es-timativa do respectivo impacto orçamentário e fi nanceiro.

“O governo federal está em-pregando esforços para apri-morar e ampliar programas específi cos para atender à de-manda da sociedade, por meio da contratação de serviços de acesso à internet em banda lar-ga nas escolas públicas de edu-cação básica”, diz a mensagem. Idilvan, por sua vez, criticou o veto e a postura do presiden-te e do Ministério da Educação (MEC). “O presidente é contra tudo que é importante para a educação. A pandemia está em descontrole e não temos previ-são de retomada das aulas pre-senciais. Também não há ações por parte do MEC para auxiliar os profi ssionais da educação e estudantes a se adaptar à nova realidade. A cada medida fi ca mais claro o projeto desse governo: o desmonte da edu-cação pública”, pontuou. (com

Agência Brasil)

O ex-lateral Branco, de 56 anos, teve uma piora em seu quadro de Covid-19 e precisou ser intubado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Copa Star, Rio de Janeiro (RJ), onde estava internado desde a última terça-feira, 16. O campeão do mundo em 1994 teve uma piora clínica na noite de quinta-feira, 18, e passou a precisar de ventilação mecânica por aparelhos, conforme boletim médico.

113 tartarugas-de-pente, espécie criticamente ameaçada de extinção, foram devolvidas ao mar na Praia do Futuro, na manhã de ontem, 19. A ação aconteceu graças a Diego Gomes, funcionário de uma barraca de praia, que durante a madrugada impediu que os animais fossem em direção ao asfalto e contatou os órgãos competentes (Instituto Verdeluz e Corpo de Bombeiros) para que as tartarugas fossem devolvidas em segurança para o mar.

EX-LATERAL BRANCO É INTUBADO

MAIS DE 100 DEVOLVIDAS AO MAR

QUADRO DE COVID􀒀􀛨􀙄

TARTARUGAS􀒀DE􀒀PENTE

LUCAS FIGUEIREDO/CBF

DIVULGAÇÃO/CORPO DE BOMBEIROS

É pouco, né? Mas é o que a nação pode dar.

São 44 bilhões de endividamento, tá?”

JAIR BOLSONARO

O presidente avaliou ontem, 19, na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, que é “pouco” o valor do novo auxílio emergencial que será pago a vulneráveis durante a pandemia de Covid-19. As parcelas, nesta rodada, serão de R$ 150 a R$ 375 cada

(4)

4

WWW. OP OVO.C OM. BRSÁBADO

FORTALEZA - CEARÁ - 20 DE MARÇO DE 2021

REPORTAGEM

| TRAGÉDIA |

Após dez anos de confl ito armado, a Síria expulsou 6,6 milhões de

habitantes, produzindo um dos maiores deslocamentos de refugiados desde a

Segunda Guerra Mundial. A guerra civil síria já matou 388,6 mil pessoas

Viver na Síria nos últimos dez anos tornou-se, por si só, um ato de sobrevivência. Há uma déca-da experienciando uma guerra civil, que desencadeou uma cri-se humanitária cri-sem preceden-tes, o país hoje é um sombra da revolução. Os ventos que der-rubaram regimes autoritários e ditaduras em parte do Oriente Médio e do Norte da África du-rante a Primavera Árabe não so-praram o sufi ciente na Síria. Se para a história a revolução nas-ceu na Tunísia, foi em território sírio que ela foi enterrada.

Em 2011, no início dos levan-tes na região, países como Egito, Líbia e Tunísia exigiam maior liberdade e o fi m de ditaduras continuadas. A Síria havia pro-vado essa herança ditatorial onze anos antes quando o atual governante, Bashar Al-Assad, sucedeu seu pai Hafez. No cargo desde o início do século, Bashar é fi lho de outro ditador que gover-nou entre 1971 e 2000.

Para o sírios, a primave-ra começou nos muros de um colégio: “Sua hora vai chegar, doutor”, escreveram estudantes pedindo a queda de Al-Assad, oftalmologista de formação, ao verem ditadores da região cain-do um a um em nações vizinhas. O governo sírio, vendo a força das revoltas na região, dobrou a aposta no autoritarismo. A res-posta à pichação foi prender e torturar os jovens responsáveis

por ela; ato que provocou pro-testos por todo o país.

Com o tempo, militares aban-donaram o Exército e formaram centenas de grupos e milícias re-beldes contra o governo que, por sua vez, aliou-se a outros grupos da região para aumentar sua força. Não demorou para que potências estrangeiras entras-sem no cálculo da guerra com dinheiro, armamento e solda-dos. Estavam reunidos os ingre-dientes para uma guerra civil.

Há anos a questão deixou de ser uma disputa entre grupos pró e contra Assad. Com a evo-lução da guerra, organizações extremistas com objetivos pró-prios ocuparam vácuos deixados no poder. Dentre elas o grupo autoproclamado Estado Islâmi-co (EI) e a Al-Qaeda. Em termos de países, a oposição ao regime sírio conta com Estados Unidos, Arábia Saudita (inimiga do Irã), Turquia e União Europeia (UE). Assad equilibra-se no poder com o apoio direto e indireto de paí-ses como Rússia, China e Irã.

Ainda é impossível deter-minar quando e como a guerra acabará. Mesmo com o país em ruínas e dividido em diversos grupos, Assad chegou a um pon-to onde não pode mais largar o osso. Para especialistas em rela-ções internacionais, não há como os grupos rivais perdoarem o governante, investigado inclu-sive por crimes de guerra como a utilização de armas químicas. Caso abandone o poder, Assad teria de viver como asilado po-lítico em algum país aliado ou encarar a ira dos rebeldes e pos-sivelmente a morte.

VÍTOR MAGALHÃES

vitor.magalhaes@opovo.com.br

Mundo

EDIÇÃO: ÍTALO CORIOLANO | CORIOLANO@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

AFP - RAMI AL S

A

YED

SÍRIOS pintam muro onde existia um

edifício destruído pela guerra

Dez anos de guerra na Síria:

as chagas de uma crise humanitária

as chagas de uma crise humanitária

as chagas de uma crise humanitária

Guerra matou 388,6 mil

pessoas em uma década

Massacre.

Balanço da OSDH

Dez anos depois, o confli-to deixou ao menos 388.652 mortos, segundo levanta-mento divulgado no último domingo, 14, pelo Observató-rio SíObservató-rio dos Direitos Huma-nos (OSDH). O OSDH estima que 117,3 mil civis, dentre eles mais de 22 mil crianças, mor-reram desde o início da guer-ra vítimas principalmente de ataques do governo e de mi-lícias aliadas; responsáveis pela maioria das mortes.

Segundo a ONU, cerca de 6,6 milhões de refugiados sírios estão espalhados pelo mundo, a maior parte em países vizinhos como Tur-quia e Líbano. Estima-se ain-da que outras 6,7 milhões de pessoas estejam deslocadas dentro da própria Síria.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lançou relatório em fevereiro deste ano no qual aponta em núme-ros o impacto do confl ito na vida dos jovens sírios. Pesquisa CICV/Ipsos, entrevistou 1,4 mil sírios de 18 a 25 anos na Síria, no Líbano e na Alemanha. Mais de um terço deles disse que um familiar próximo ou amigo foi morto no confl ito e 62% disse-ram que precisadisse-ram abando-nar suas casas, seja na Síria ou viajando para o exterior.

O ativista Abdul Jarour, disse que não considera ser o mesmo que vivia na Síria. “Sou outra pessoa. Absorvi uma nova cultura, uma nova língua. Hoje sou brasisírio (...) Comecei a ir aos jogos para ver como é o povo brasileiro e me apaixonei. Me tornei corintia-no. Quando você está no cam-po é todo mundo junto, todo mundo gritando. Ninguém sabe sua identifi cação social, sua riqueza”, disse em entre-vista à Agência Brasil.

Jovens sírios também contaram parte da expe-riência de guerra. Ahmad, hoje com 24 anos, disse que estava no nono ano quando os problemas começaram. “Tudo estava bem até o dia 26 de novembro de 2011. Os dias seguintes foram de ten-são em nossa vila e as escolas foram fechadas. Aquele foi o último dia em que abri um livro escolar”. Aos 14 anos, ele viajou da Síria ao Líbano. “Andei por uma hora, depois subi num caminhão de com-bustível. Não tinha muito espaço, então fiquei na parte de cima. Estava frio e ven-tando, podia sentir isso em meus ossos. Não achei que fosse chegar vivo”, relatou à Cruz Vermelha.

Com 13 anos de idade, a jo-vem síria Youssef Ilia viajou por países como Turquia e Grécia durante cerca de um mês, para encontrar o irmão na Alemanha. “Por três dias, éramos 45 ou 47 pessoas em um pequeno barco. Era real-mente perigoso. Ficamos no mar por uma hora e meia até a fronteira grega”, lembra. O diretor-geral do CICV, Ro-bert Mardini, destacou que a maioria dos jovens perdeu a infância e a adolescência para a guerra e seus desdobramen-tos. “Essa geração vai carregar nos ombros a maior parte da responsabilidade e do traba-lho de reconstrução quando o confl ito acabar”.

mil crianças morreram desde o início da guerra, vítimas de ataques do governo

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w w w. o p o v o . c o m . b r

Sábado

Fortaleza - CearÁ - 20 de Março de 2021

5

RepoRtagem

Na

yeF al

-aBoUd / aFP

Guerra na Síria completou 10 anos

no dia 15 de março com mais de 388 mil mortes, dentre eles 22 mil crianças segundo observatório de direitos humanos

Dez anos de guerra na Síria:

e humanitária

Estudioso do populismo e de regimes autoritários, o cientista político Fábio Gen-tile explica que o quadro sírio ainda é trágico. “Não me pa-rece que teremos melhorias a curto prazo. O cenário ainda é de guerra, bombardeios, vio-lações de direitos humanos e migração em massa. A Síria é um quebra-cabeça que não sa-bemos onde vai dar”, declara.

Professor de relações in-ternacionais e presidente do Instituto Brasil África, Bosco Monte explica que a Síria foi um “ponto fora da curva” na dinâmica da Primavera Árabe. O país foi o único a não conse-guir mudanças significativas ou derrubar o próprio regime. Segundo Monte, a comuni-dade internacional falhou ao dar respostas aos sírios. “Os imigrantes estão fugindo aos montes ainda hoje e os campos de refugiados estão lotados. Os países mais ricos não de-ram uma resposta adequada à população”, defende.

Gentile, por sua vez, anali-sa que a guerra na Síria tor-nou-se parte de um conflito de interesses entre potências mundiais, como EUA, Rússia, China e parte da União Euro-peia (UE). “Não é uma dispu-ta pelos recursos, é mais uma questão de controle geopolí-tico da área onde a Síria está localizada. Quem controla a região, tem domínio estraté-gico de uma via direta entre Europa e Ásia. Em partes, isso explica porque a guerra está demorando tanto”, pontua.

O pesquisador considera

ainda que a consolidação de Rússia e China como potên-cias internacionais contribui para que o conflito se estenda. “Naquela época (da Primavera Árabe) Rússia e China estavam mais preocupadas com suas situações políticas e econômi-cas internas, mas agora que se consolidaram, encaram os EUA e a UE para defender seus próprios interesses interna-cionais”, explica, acrescen-tando que, com isso, a Síria se torna também um “laboratório estratégico para as novas re-lações internacionais”.

No Conselho de Segurança da ONU, países que são contra o regime de Assad tentaram, em pelo menos três opor-tunidades, aprovar projetos que aplicariam sanções eco-nômicas e diplomáticas ao governo sírio. Russos e chi-neses, membros permanen-tes do conselho, têm optado por vetar os textos, inviabi-lizando muitas das sanções.

(Vitor Magalhães)

“Um ponto

fora da curva

na primavera

Árabe”, afirma

especialista

| gUeRRa |

O país foi o único entre os que

tiveram revoltas a não conseguir mudanças

profundas ou derrubar o próprio regime

A Síria é um

quebra-cabeça que

não sabemos onde

vai dar”

Fábio Gentile,

(6)

6

www.opovo.com.brSábado

Fortaleza - CearÁ - 20 de Março de 2021

política

Logo depois da visita do pre-sidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Tianguá, no interior do Ceará, o município registrou ocupação de 100% dos leitos de UTI para pacientes acometidos de Covid-9.

O índice se manteve nesse patamar de exaustão da rede local por 13 dias seguidos após a passagem da comitiva presi-dencial, um recorde desde o iní-cio da pandemia, em março do ano passado.

Quando esteve na cidade no dia 26 de fevereiro, para assi-nar ordem de serviço de uma obra viária, Tianguá apresen-tava taxa de ocupação de UTIs em 80%.

Mesmo com o estado sob de-creto de isolamento e no pior momento da doença em terri-tório cearense, e apesar das ad-vertências do Ministério Públi-co para que não descumprisse normas de saúde, o presidente causou aglomerações, abraçou apoiadores e dispensou o uso de máscara, item essencial para evitar a contaminação.

Ao lado de deputados esta-duais e federais, Bolsonaro de-sembarcou em Tianguá e, logo na chegada, determinou que as barreiras de proteção que im-pediam aglomerações em área restrita fossem retiradas.

Rapidamente, uma multidão se formou próximo ao palco, sem qualquer tipo de distan-ciamento entre si. Na saída, o presidente voltaria a desrespei-tar medidas recomendadas por autoridades sanitárias.

Durante a cerimônia, Bol-sonaro foi acompanhado de ao menos três deputados fe-derais do Ceará: Domingos Neto (PSD), Capitão Wagner

(Pros) e Jaziel Pereira (PL) – o trio usava máscara.

Dois dias antes da ida de Bol-sonaro ao município, em 24/2, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 90% em Tianguá, mas cairia para 80% no dia se-guinte, 25/2 – número que se preservou dali a 24 horas, vés-pera de sua chegada.

Um dia após a visita do pre-sidente, contudo, a ocupação foi a 100%, permanecendo nesse teto por quase uma quinzena. A taxa só baixaria no dia 11/3, para 90%. No dia 15/3, porém, voltou a 100%. Foi a 66,67% dia 16/3, com a aquisição de 11 leitos por parte da Prefeitura, que passou de 10 para 21, dobrando a capacidade de atendimento.

Ontem, todavia, a quase to-talidade dos leitos já havia sido preenchida mais uma vez: a taxa era de 95,24%. Antes de fevereiro de 2021, a última vez que Tianguá havia estado com 100% dos leitos ocupados por pacientes com Covid tinha sido em julho do ano passado, no auge da pandemia.

O POVO procurou todos os

parlamentares que estiveram com Bolsonaro na cidade para comentar o aumento da taxa de ocupação de UTIs depois da vi-sita do presidente ao Ceará, mas apenas um deputado respondeu. “Eu mantive contato com várias pessoas de lá, inclusive para aderirem ao tratamento precoce, e, segundo informa-ções, aumentou na região todi-nha, e Bolsonaro esteve apenas em Tianguá”, argumenta o de-putado estadual Delegado Ca-valcante (PSL).

“Acredito que não tenha ne-nhuma relação com isso”, afirma o pesselista, que reitera: “Au-mentou foi em todo canto”.

Em Caucaia, onde o presi-dente também esteve naquele mesmo dia 26/2, a taxa de ocu-pação de leitos de UTI hoje é de 100%. Em Fortaleza, é de 91,7%.

| ceará |

Presidente visitou Tianguá no

dia 26/2. Cidade registrou 100% de ocupação de leitos pelos 13 dias seguintes

Após passagem de Bolsonaro

por Tianguá, ocupação de

UTIs chega a 100%

JUlIo CaeSar bolsonaro provocou aglomerações em tianguá Henrique araújo henriquearaujo@opovo.com.br

edIçÃo: ÍTalo coriolano | CorIolaNo@oPoVo.CoM.Br | 85 3255 6101

Bolsonaro aciona STF contra

“toque de recolher” em 3 estados

Pandemia.

Bahia, DF e Rio Grande do Sul

Em uma nova ofensiva con-tra governadores, o presidente Jair Bolsonaro acionou na noi-te desta quinta, 17, o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar os decretos estaduais da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul, que de-terminaram “toques de reco-lher” para conter o avanço da pandemia da covid-19. O pre-sidente considera que as me-didas são “uma decisão política desproporcional”. Bolsonaro entrou com a ação no STF no momento em que o País passa pelo pior momento da pande-mia do novo coronavírus, com recordes sucessivos no número de óbitos diários.

Na avaliação de Bolsonaro, os decretos afrontam as ga-rantias estabelecidas na De-claração dos Direitos de Liber-dade Econômica e “subtraíram parcela importante do direito fundamental das pessoas à lo-comoção, mesmo sem que hou-vessem sido exauridas outras alternativas menos gravosas de controle sanitário”.

O presidente também quer que o STF estabeleça que me-didas de fechamento de ser-viços não essenciais exigem a aprovação de leis locais, por parte do Poder Legislativo, não podendo ser determinadas unilateralmente por decretos de governadores.

“Tendo em vista o caráter geral e incondicionado dessas restrições à locomoção nos es-paços públicos, elas podem ser enquadradas no conceito de “toque de recolher”, geralmen-te associado à proibição de que pessoas permaneçam na rua em um determinado horário. Trata-se de medida que não co-nhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico bra-sileiro”, diz trecho da ação as-sinada pelo próprio presidente. Integrantes do governo ad-mitem reservadamente que o “timing” da ofensiva no Supre-mo não é favorável aos pedidos do presidente, em virtude do estágio atual da pandemia.(AE)

“Bolsonaro é aliado da morte e

do vírus”, diz Rui Costa (PT)

Repercussão.

Governadores

Considerado aliado do pre-sidente Jair Bolsonaro, o go-vernador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que os decretos contestados no Supremo Tribunal Federal “não têm nada de inconstitucionais”. “Foram editados dentro da competência a mim estabeleci-da na própria constituição e na lei”, registrou.

O governador do Rio Gran-de do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por sua vez, disse que o presidente “coloca energia em confronto, desprezan-do a gravidade da pandemia, quando poderia colocá-la em ajudar, conseguindo vacinas para a população”.

Na mesma toada que Leite, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou em áudio divulga-do no site divulga-do governo estadual que o presidente “além de não ajudar, faz questão de tentar atrapalhar”. “Essa ação no STF é a tentativa dele de mais uma

vez demonstrar que é aliado da morte e do vírus. Mais uma vez ele está tentando acelerar o número de mortes e acelerar a contaminação no Brasil. Ele vive da crise, vive do colapso. Como é incapaz de gerir o País, a minha sensação é que ele quer aprofundar a crise do País pra tentar polarizar uma parcela da sociedade. Infelizmente, ele é só adepto desse tipo de retórica de baixo nível e de pouco apreço com a vida das pessoas”, disse o governador.

O deputado federal e ex -presidente da Câmara, Ro-drigo Maia (DEM-RJ), também criticou o presidente Jair Bol-sonaro por ir ao STF para der-rubar decretos que restrin-gem a circulação de pessoas. “Bolsonaro dobra a aposta da irresponsabilidade e irracio-nalidade, jogando governa-dores e prefeitos na cova dos leões”, escreveu em seu perfil no Twitter. (Agência Estado)

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Desde que a pandemia de Covid-19 se abateu sobre o País, as Casas Legislativas de Brasília têm debatido formas de miti-gar os danos econômicos ge-rados por ela. De lá pra cá, os deputados apresentaram 245 propostas visando contemplar empresários, empresas em vias de decretar falência, desem-pregados endividados, servido-res federais e outros segmentos prejudicados pela crise.

O número é oriundo de le-vantamento do O POVO com base no site da Câmara dos De-putados. O Parlamento dispo-nibilizou aba com dados refe-rentes ao que foi apresentado e ao que já se tornou lei.

Seriam 256, mas essa abor-dagem excluiu textos que pro-põem implementação ou pror-rogação de auxílio financeiro, e outros que fazem menção à Lei 13.982 - a que instituiu o auxílio emergencial -, no sentido de al-terá-la de algum modo.

Os projetos apresentados estão agrupados em uma aba intitulada “economia”. Das 65 matérias que se tornaram nor-ma, estas não agrupadas por assunto, pelo menos 12 são de parlamentares e referentes ao cenário econômico.

Do conjunto das 65, confor-me os dados da Câmara dos Deputados, 32 são medidas provisórias (MPs), de autoria do governo Bolsonaro. A maio-ria versa sobre a liberação de créditos ou destinação de re-cursos, como a liberação de R$ 5 bilhões para minimizar os im-pactos do novo coronavírus no setor de turismo.

Ou ainda a destinação de crédito extraordinário de R$ 418,8 milhões para reforçar o orçamento de ministérios em virtude da pandemia. Há ain-da a famosa MP 936/2020 que permitiu a redução de salários e jornada de trabalho, ou até mesmo a suspensão de contra-tos trabalhistas.

Dos projetos de parlamen-tares aprovados, dois cearen-ses detêm a autoria exclusiva sobre eles: Denis Bezerra (PSB) e Eduardo Girão (Podemos). O senador consta no sistema da Câmara porque uma casa atua como revisora no caso de uma proposta nascer na outra - aqui, o Senado.

Bezerra levou adiante pro-posta de suspensão do paga-mento devido por estudantes ou ex-estudantes ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O beneficiário do pro-grama precisava estar inadim-plente em no máximo 180 dias antes de 20 de março de 2020. Os efeitos da lei se estenderam até 31 de dezembro.

“Atingiu aí diretamente em torno de 2 milhões de brasilei-ros, que são esses usuários do Fies, além da suspensão do pa-gamento, previu também a re-negociação de dívidas com até seis meses de inadimplência. Acima de seis meses teria que fazer a renegociação (da dívi-da), explica Bezerra.

Girão, por sua vez, apro-vou linha de crédito especial

| PROPOSTAS |

Ao longo da pandemia,

deputados discutiram ações para atenuar efeitos da crise sobre trabalhadores e empresários. Muitas

foram aprovadas ou estão em debate. Por outro lado, matérias que poderiam colaborar não avançaram

Como a Câmara dos deputados

reagiu aos danos eConômiCos

gerados pela Covid-19

Marcelo caMargo/agência Brasil

Câmara tem discutido e aprovado

projetos contra crise econômica

CarLOS HOLaNDa

carlosholanda@opovo.com.br

destinada a profissionais libe-rais. “É uma linha de crédito es-pecial destinada a profissionais liberais que tiveram problema de solução ou de continuidade do seu trabalho, naquele mo-mento, especialmente no ano de 2020, que parou tudo. E ai fi-cou água atrasada, luz, questão dos funcionários, do aluguel, do condomínio. E aí ficou sem capital de giro”, afirma. Nos próximos dias, O POVO trará material especial sobre esse e outros projetos oriundos no Se-nado Federal neste período.

Outras matérias ficaram pelo caminho na Câmara, como a proposta de Deuzinho Filho (Pros), suplente de deputado que propôs a elevação da Con-tribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para o setor de mineração que, segundo ele, é beneficiário de incentivos e, na crise, poderia dar contribuição.

Eduardo Bismarck (PDT), por sua vez, apresentou pro-jetos para direcionar recursos do pouco conhecido Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para o combate ao vírus. O pedetis-ta pedetis-também pretende proibir a incidência de juros e outros encargos bancários sobre o va-lor usado do cheque especial e da dívida do cartão de crédito. Um modo, ele diz, de “fazer com que o sistema bancário não lu-crasse exorbitantemente em cima dessas pessoas.”

“A dificuldade hoje de apro-var quaisquer desses projetos é o próprio governo, que nega a crise que vivemos e quer trans-ferir a responsabilidade de so-lução para os governadores. Não corta na própria pele. As medidas duras estão sobrando apenas para as pessoas comuns como na PEC Emergencial. O governo não faz seu dever de casa”, diz.

LEIA MAIS NA 11

milhões de créditos extras foram aprovados para reforçar caixa dos ministérios

R$ 418

propostas foram

apresentadas na câmara para amenizar danos econômicos

245

Das 65 aprovadas, pelo menos, vieram de

parlamentares e se atêm aos estragos da crise na economia

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POliTícA

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Fortaleza - cearÁ - 20 De Março De 2021

JUNTOS

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SÁBADO

FORTALEZA - CEARÁ - 20 DE MARÇO DE 2021

POLÍTICA

CAUCAIA em dia de

lockdown. Depois não funciona e culpa é das medidas

O QUE ACONTECE ONDE

TEM LOCKDOWN E

ONDE TEM CLOROQUINA

O

s últimos dias ofereceram demonstrações práticas dos

resultados de algumas das medidas mais discutidas contra a Covid-19. Araraquara, no Interior de São Paulo, decretou lockdown em 21 de fevereiro. Na semana pas-sada, o Município conseguiu zerar a fila de internações. Segundo a Prefeitura, a média móvel de casos caiu 53%. Os óbitos ainda seguem altos. Afinal, a morte é um processo mais avançado da doença, posterior ao contágio, a confirmação e à eventual busca por internação. Entre o tratamento e o óbito, pode levar até bas-tante tempo. Então, as mortes de agora podem ser de pessoas que se contaminaram lá atrás. Espera-se que, com menos casos de Covid-19, menos gente buscando hospitais e, em particular, menos gente esperando internação e sem ter leito, o número de casos fatais também seja reduzido. O resultado é fruto de sacri-fício. O lockdown no Município, durante uma semana, chegou a ser muito duro e deixou as ruas, de fato, desertas. Fez até algo que Camilo Santana já negou aqui — fechou supermercados para atendimento presencial. Postos de combustível, por algum tempo, só podiam abastecer veículos públicos.

O Ceará também tem exemplo para observar. Mombaça, no

Sertão Central, entrou em lockdown em 25 de fevereiro, há 23 dias. Em Fortaleza, começou nove dias depois. Ontem, no O POVO no Rádio, na rádio O POVO CBN, o prefeito Orlando Filho (MDB) disse que as internações no hospital de campanha do Município foram reduzidas de 31 para 16. O Município que entrou como regra de exceção agora acompanha a recomendação para o Estado todo. Segue em lockdown, pela regra geral. Mas, já constrói condições para uma transição.

Aliás, vale lembrar, o chamado isolamento social rígido começou

em Mombaça, com decreto municipal. Foi acompanhado por outros municípios. O decreto estadual começou por Fortaleza. Depois foi ampliado para o resto do Estado. Quando a reabertura começar — todos hão de torcer para se seja no dia 29 — é possível que também ocorra de forma regionalizada, observando a situação de cada região. No ano passado, a gestão foi assim e ela faz sentido. Quem atacou o problema de início e de forma mais contundente já colhe o benefício com menos casos e menos pressão sobre os hospitais. Poderá também se beneficiar com abertura mais cedo. Claro, isso depende da região de saúde. Não se vai, afinal de contas, liberar só Mombaça com o entorno em outra situação.

Temos também exemplos de quem seguiu outros caminhos.

ÉRICO

FIRMO

ESTA COLUNA É PUBLICADA DE TERÇA A SÁBADO ERICOFIRMO@OPOVO.COM.BR ESTA COLUNA É PUBLICADA DE TERÇA A FABIO LIMA

A APOSTA NA CLOROQUINA

Desde o ano passado, Uberlândia (MG) adotou protocolo

do “tratamento precoce”, prescrevendo hidroxicloroquina e ivermectina, e disponibilizou os medicamentos nas farmácias da rede pública. No último dia 4 de março, Bolsonaro visitou o Município e provocou aglomerações. O Governo de Minas Gerais decretou lockdown na região, mas a Prefeitura se insurgiu e disse que não iria obedecer.

Só ontem Uberlândia registrou 20 mortes. Em uma semana,

foram 145 óbitos. E esse número foi uma queda em relação às semanas anteriores, pois o Município vinha com recordes de mortes há quatro semanas seguidas. Na semana passada haviam sido 179 mortes. Desde o começo do mês, Uberlândia tem ocupação dos leitos de UTI de 100%.

A EFICÁCIA DO LOCKDOWN

Em todo lugar o lockdown será eficaz? Se funciona, por que o

Ceará está nessa situação pela segunda vez? Bom, já escrevi que fazer lockdown no ano passado controlou os casos e permitiu a reabertura. Mas, não era garantia de que nunca mais os casos iam aumentar. O vírus não foi erradicado, as aglomerações nunca foram liberadas, mas aconteceram.

O lockdown será mais eficaz quanto mais rigorosamente

for seguido. Quanto menos rigor houver, mais vai durar. Isso depende fundamentalmente das pessoas, de cada um. Nada mais descarado que as pessoas que boicotam o lockdown, pregam desobediência e depois dizem que não funciona.

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), é alvo de in-quérito Polícia Federal (PF) por críticas feitas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) duran-te entrevista a uma emissora de rádio de Sobral. O documento é assinado pelo presidente e pelo ministro da Justiça, André Men-donça. O caso está na Justiça Fe-deral do Distrito FeFe-deral (DF). A base do documento é o artigo 145 do Código Penal, que versa sobre crime contra a honra.

O pedetista afi rmou em no-vembro do ano passado, após as eleições, que a população havia dado uma resposta de re-púdio “ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar à economia do País e seu desrespeito à saúde pública.” Também chamou Bol-sonaro de “ladrão”.

“Qual foi o serviço do Moro no combate à corrupção?”, ques-tionou Ciro, numa das falas que embasam a abertura do inqué-rito. “Passar pano e acobertar a ladroeira do Bolsonaro. Por exemplo, o Coaf, que descobriu a esculhambação dos fi lhos e da mulher do Bolsonaro, que rece-beu R$ 89 mil desse Queiroz, que foi preso e é ladrão, ladrão pra valer, ligado às milícias do Rio de Janeiro. E onde estava o senhor Sergio Moro? Acobertando”, dis-se o pedetista à rádio.

À reportagem do Estado de S. Paulo, que informou a abertu-ra do inquérito, Ciro disse: “Fui informado da abertura desse inquérito há cerca de dez dias. Estou pouco me ligando”.

O ex-ministro se junta a

| LEI |

Documento é assinado pelo presidente e pelo ministro

da Justiça, André Mendonça, que alegam crime contra honra

Ciro Gomes vira alvo da PF

por críticas a Bolsonaro:

“Estou pouco me ligando”

CAMILO

O governador Camilo Santa-na reagiu: “So-lidariedade ao amigo e grande brasileiro Ciro Gomes. Investi-gação deve ser para quem sa-bota medidas preventivas de combate à Covid, que tem matado milha-res de brasilei-ros, e não para quem luta pela democracia e pelo Brasil”

THAÍS MESQUITA

CIRO Gomes chamou

Bolsonaro de “ladrão”

outros nomes nomes que têm sido alvo de ações jurídicas do governo Bolsonaro contra ad-versários. Na última quinta-fei-ra, 18, ao menos cinco pessoas foram detidas em Brasília de-pois de estenderem uma faixa em frente ao Palácio do Planal-to na qual associavam o chefe do Executivo ao nazismo - os manifestantes foram liberados à noite, após agentes da Polícia Federal entenderem que não havia qualquer infração à Lei de Segurança Nacional (LSN).

Antes disso, porém, o Minis-tério da Justiça já havia acio-nado a PF para apurar suposto cometimento de crime contra a segurança nacional em duas situações, uma delas em Tocan-tins. Nesse caso, a queixa ofi cial era de que um sociólogo tinha ameaçado a ordem institucional

ao veicular, em outdoor, mensa-gem que compara Bolsonaro a um “pequi roído”, ou seja, a algo sem préstimo, na expressão po-pular local.

Outro que foi alvo de repre-sentação é o youtuber Felipe Neto, intimado pela PF depois de ter se referido a Bolsonaro como “genocida” - uma juíza acabaria anulando a ação um dia depois, também sob argu-mento de que não maculava a LSN. A denúncia contra Neto foi apresentada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republi-canos-RJ), fi lho do presiden-te. Em resposta, Felipe Neto anunciou que está organizando uma frente de advogados com o intuito de defender, gratui-tamente, cidadãos que forem processados por criticar o pre-sidente Jair Bolsonaro.

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ECONOMIA

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disparou um movimento pela volta do Refis (programa de parcelamento de débitos tri-butários). Na visão dele, após a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do auxílio emergencial, a prioridade é cuidar da “saú-de financeira” das empresas e pessoas físicas afetadas pelo impacto da pandemia que pas-sa por uma segunda onda ain-da mais forte do que a primei-ra em 2020. Ele quer agilizar a tramitação do novo Refis nos próximos 30 dias.

O próprio Pacheco já tem um projeto, apresentado no ano passado, e designou o líder do governo no Senado, Fer-nando Bezerra (MDB-PE), como relator. Bezerra este-ve na quinta-feira, 19, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o novo programa. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o líder do governo já fez também as primeiras reuniões técnicas na Recei-ta Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e com o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.

Pacheco, segundo auxiliares, quer também encampar a pro-posta para uma nova rodada de repatriação de recursos de con-tribuintes que estão no exterior e não foram declarados à Recei-ta com o argumento de reforçar os cofres do governo. Se a pro-posta avançar, será a terceira rodada. Ele já avisou a Guedes que não vai esperar a reforma tributária, como queria a equi-pe econômica, já que a proposta não avançará rápido.

O presidente do Senado

apoia também uma proposta para revisão dos valores dos imóveis e outros ativos, o que possibilitará ao governo arre-cadar o Imposto de Renda ante-cipadamente com alíquota mais baixa. A proposta foi defendida há poucos dias pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em 2019, o presidente Jair Bolsona-ro fez referência a essa pBolsona-ropos- propos-ta, mas ela não avançou na Re-ceita, que na época avaliava que a medida iria beneficiar apenas quem já estivesse engatilhado para vender os ativos e pagar menos tributo.

Na proposta original do pro-jeto de Refis de Pacheco, há vá-rias modalidades de pagamento dos débitos, com parcelamento variando em 145 parcelas e até 175 parcelas (mais de 14 anos). Há uma opção de redução de 90% dos juros de mora e 100% das multas devidos. Para quem parcelar em até 175 vezes, a re-dução dos juros é de 50% e de multa de 25%. As condições devem variar nas negociações para aprovação do teto.

Além do projeto de Pacheco, há mais dois projetos de cria-ção de um novo Refis no Con-gresso: do senador Chico Ro-drigues (DEM-RR) e de Ricardo Guidi (PSD-SC).

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apoia o Refis, mas não se manifestou ainda sobre a possibilidade de avançar com o projeto pela Câ-mara ou Senado. Como o pro-jeto do Senado tem o carimbo do próprio presidente da Casa, a expectativa entre os empre-sários é que haja mais chance de ser encampado e com está-gio mais avançado, já que tem relator designado e conver-sando com o governo.

Segundo a presidente da Fe-deração Nacional das Indústrias de Redes de Telecomunicações

| MOvIMENtO |

Presidente do

Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), quer agilizar a tramitação de novo Refis nos próximos 30 dias

Congresso articula

mais um Refis e

repatriação sem multa

MarCelo CaMargo/agênCia Brasil

A posição da receita é sempre fazer um

refis com regras mais rigorosas ediçÃo: AdAilmA mendes | adailMa.Mendes@oPoVodigital.CoM

e Informática (Feninfra), Vi-vien Suruagy, as empresas têm pressa por causa do agrava-mento da pandemia e piora do cenário econômico, depois de um ano já muito difícil em 2020. “A pressão será forte para ter o Refis aprovado até julho”, diz. Ela representa 137 mil empre-sas que empregam 2,25 milhões de trabalhadores. Ela defende um Refis de até 240 meses e desconto de juros de 70%.

Ex-secretário da Receita, Jorge Rachid disse que a situa-ção atual requer uma avalia-ção aprofundada. Para Rachid, que estava à frente do Fisco na época da Refis da crise de

2016-2017, “o risco que ocorre é estimular os contribuintes que tem condição de pagar e param de pagar como fonte de finan-ciamento”. Mas ele ponderou que, no contexto atual de “guer-ra”, não dá para pegar a “caixi-nha que era utilizada lá atrás. “É um modelo diferente. Tem que acompanhar o ambiente de inadimplência”, recomendou.

A posição da Receita é sem-pre fazer um Refis com re-gras mais rigorosas do que o anterior para não estimular os devedores contumazes. O Fisco sempre se posicionou contrário aos inúmeros Refis.

(Agência Estado)

O Diário Oficial da União pu-blicou ontem, 19, resoluções que reduzem e zeram as alí-quotas do Imposto de Impor-tação sobre diversos bens de capital e equipamentos de in-formática e telecomunicações. A medida foi anunciada na úl-tima quarta-feira, 17, após ser aprovada pelo Comitê Executi-vo de Gestão (Gecex), da Câma-ra de Comércio Exterior do Mi-nistério da Economia (Camex). As novas alíquotas entram em vigor em sete dias. Os bens de capital são máquinas e equipa-mentos usados na produção.

Em nota, na ocasião da aprovação na Camex, o Minis-tério da Economia informou

que a medida vai reduzir cus-tos e aumentar a competiti-vidade de diversos setores da economia e beneficiar os con-sumidores, que pagarão me-nos para comprar itens como computadores e celulares.

Por causa da desvalorização do real no último ano, esses produtos tiveram alta consi-derável de preços no País. As resoluções nº 171/21 e nº 172/21 especificam os bens de capital, de diversos setores, e equipa-mentos de informática e te-lecomunicações que tiveram as alíquotas zeradas. No caso da Resolução nº 173/21, são os produtos que tiveram a alí-quota de importação reduzida.

De acordo com o Ministério da Economia, os preços deverão ficar de 2% a 5% mais baratos para o consumidor e a medida provocará perda de arrecada-ção de R$ 1,4 bilhão neste ano. Como a mudança ocorreu num imposto regulatório (usado para regular a economia), o go-verno não precisa elevar outros impostos ou cortar gastos para compensar a perda de arreca-dação, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal para os demais tipos de tributos. Atual-mente, as tarifas de importação desses produtos variam de zero a 16% para as mercadorias que pagam a tarifa externa comum (TEC) do Mercosul, e agora vão

variar de zero a 14,4%.

Com a redução, uma má-quina que paga 10% de impos-to para entrar no País pagará 9%. Um eletrônico tarifado em 16% passará a ser tarifado em 14,4%. Os itens com tarifas em 2% terão redução maior e a alíquota zerada. Entre os pro-dutos beneficiados estão celu-lares e computadores do tipo laptop, equipamentos médicos de raio-X e microscópios ópti-cos, máquinas para panificação e fabricação de cerveja e bens de capital relacionados à cons-trução civil, como guindastes, escavadeiras, empilhadeiras, locomotivas e contêineres.

(Agência Brasil)

| IsENçãO |

As novas alíquotas entram em vigor em sete dias

Governo reduz Imposto de Importação

sobre bens de capital e informática

percentual de imposto de importação a ser pago por algumas máquinas

9%

imposto para a entrada de alguns eletrônicos no Brasil

14,4%

“A pressão será

forte para ter o

Refis aprovado até

julho”

vivien suruagy,

presidente da Federação nacional das indústrias de redes de telecomunicações e informática

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Fortaleza - CearÁ - 20 de Março de 2021

ECONOMIA

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| AgIlIdAdE |

Central de ventiladores mecânicos e

equipamentos respiratórios foi reaberto pela instituição, que

prevê até três turnos de trabalho se necessário

Senai:

não vai ter

filas, o respirador

que chegar será

consertado

baixo

custo

a economia do conserto na Central chega a ser dez vezes menor do que o valor gasto com aparelhos novos. thais Mesquita

senai Ceará reabre Central

de Ventiladores Mecânicos e equipamentos respiratórios

A contaminação por Co-vid-19 que levou os hospitais do Estado a chegarem próximo ao limite de atendimento moti-vou a reativação da Central de Ventiladores Mecânicos e Equi-pamentos Respiratórios pelo Serviço Nacional da Indústria no Ceará (Senai-CE). Em ceri-mônia na manhã de ontem, 19, o diretor regional Paulo André Holanda assegurou o conserto de todos os equipamentos que chegarem à unidade da Jacare-canga, em Fortaleza, e projetou até mais um expediente para os técnicos, se for preciso.

“O Senai está apto para fazer os consertos, chegando, a gente já vai consertando, não vai ter fila”, assegurou.

Para dar conta do traba-lho, 20 técnicos trabalham em dois turnos juntamente com o pessoal da Secretaria da Saú-de (Sesa) do Estado do Ceará. Ao ser perguntado sobre a de-manda, Holanda afirmou que, “se for preciso, a gente trabalha em três turnos”.

A Central do Senai Ceará, desde sua criação em 2020, foi reconhecida como uma das estruturas com mais efi-cácia entre todas do Brasil. Ano passado 300 aparelhos foram restaurados.

Os equipamentos repara-dos pela Central do Senai são essenciais no tratamento de um dos principais sintomas da Covid-19, que é a insuficiência respiratória. Por isso a atenção maior das autoridades de saúde para com os respiradores.

A economia do conserto, uma vez que o Senai tem capa-cidade de confeccionar peças

que estejam faltando ou que-bradas, chega a ser dez vezes menor do que o valor gasto com aparelhos novos, segundo con-tabilizou o diretor regional.

“Para se ter uma ideia, com cada aparelho desses, nós gastamos, em média, R$ 2 mil. Se a gente fizer um cál-culo, assim, aproximado, cem aparelhos desses foram con-sertados. Sairia por R$ 200 mil ao todo. Agora, se a gente fosse comprar cem aparelhos, era praticamente aí R$ 2 mi-lhões”, calculou.

O objetivo, de acordo com o Senai, é ganhar velocidade, rapidez e dinamismo nos con-sertos, utilizando técnicas de Engenharia Reversa para pro-dução de peças que faltam, en-tre outros métodos, evitando a demora da importação. Na prática, as técnicas são foca-das em desmonte do aparelho para conferir como ele funcio-na, detectar os defeitos e fazer

A decisão do Banco Central de subir os juros em ritmo mais forte, ofuscada na quin-ta-feira pelo exterior negativo, acabou tendo mais impacto no mercado de câmbio ontem, 19, com o ambiente externo mais ameno. O real foi de longe a melhor moeda dos emergen-tes na sexta-feira e, na mínima do dia, chegou a cair para R$ 5,45, o menor nível desde 25 de fevereiro.

Operadores relataram en-trada de fluxo externo, com a visão de que o BC pode elevar os juros em até 1 ponto por-centual em maio. Com isso, o dólar acumulou queda de 1,34% na semana, a segunda consecutiva de baixas. Mas no ano ainda sobe 5,3%.

No fechamento, o dólar en-cerrou a sexta-feira em queda de 1,51%, a R$ 5,4853, o pri-meiro pregão em que a moe-da norte-americana termina abaixo de R$ 5,50 desde o dia 24 de fevereiro. No mercado futuro, o dólar para abril cedia 1,35%, a R$ 5,4885 às 17h38.

O efeito da surpresa com o Comitê de Política Monetária (Copom) foi sentido na quinta apenas na abertura do pregão, pois os juros longos america-nos passaram a subir e diluí-ram o impacto no real, observa o Cleber Alessie, da corretora Commcor. Ontem, passada a piora externa da quinta-feira, os ativos domésticos, espe-cialmente o real, encontram espaço para precificar o Co-pom surpreendentemente mais ‘hawkish' (mais duro).

Este efeito mais forte da perspectiva de altas de juros tende a ser limitado pela fren-te se o Congresso não andar com a agenda de reformas, alerta Alessie.

A economista-chefe da Ar-mor Capital, Andrea Damico, destaca que a surpresa com o Copom e as intervenções ex-traordinárias do BC ajudaram o real ter um desempenho um pouco melhor que seus pares, mas esta situação pode não perdurar. “O agravamento da pandemia e o elevado risco fis-cal percebido continuam pe-sando sobre a moeda”, alerta em sua carta semanal.

A consultoria internacional TS Lombard elevou a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, de 4% para 5% ao final deste ano. Para o economis-ta responsável por Brasil da TS, Wilson Ferrarezi, a visão é que o BC quer agir de forma mais agressiva agora na ele-vação dos juros para evitar ter que ser forçado a fazer isso de forma ainda mais forte lá na frente, comenta em relatório.

(Agência Estado)

Dólar fecha

abaixo de R$

5,50 com Banco

Central e Selic

MErCAdO

o ajuste para que volte a operar. Os respiradores mecâni-cos são levados ao Senai pela Sesa, que cataloga os defeitos, os destinos e faz a desinfecção deles antes de enviar para o reparo. Depois, o material vai ser calibrado, homologado e volta para a unidade de saúde da qual saiu.

Holanda explicou que ain-da é difícil mensurar quantos equipamentos devem receber nesta nova temporada de con-sertos, porque vai depender do agravamento da crise pan-dêmica e do uso intensivo de-les nos hospitais. No entanto, garante que estão preparados para a demanda.

“Nós estamos neste enfren-tamento, fazendo isso com bas-tante dignidade, porque a gente precisa dar nossa contribuição para salvar vidas”, finalizou.

(Adailma Mendes e Armando de Oliveira Lima)

JUNTOS VAMOS VENCER

Nós estamos neste

enfrentamento,

fazendo isso com

bastante dignidade,

porque a gente

precisa dar nossa

contribuição para

salvar vidas”

paulo andré Holanda,

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Fortaleza - CearÁ - 20 de Março de 2021

ECONOMIA

| LEvANtAMENtO AbrAsEL |

De acordo com pesquisa, 84%

71,4% do bares e restaurantes podem

fechar as portas com lockdown

No dia em que o governador Camilo Santana (PT) anunciou a prorrogação do lockdown no Estado para até 28 de março, a Associação de Bares e Restau-rantes no Ceará (Abrasel-CE) revelou um levantamento no qual informa que apenas 32% das empresas do setor con-seguiram manter o funciona-mento. Em nota, a Abrasel-CE destaca que, com a medida res-tritiva, a ameaça de fechamen-to e demissões é maior.

Já projetando uma am-pliação do lockdown até 1º de abril, a Associação alerta para o fechamento de até 71,4% das empresas. O pagamento de funcionários (76,1%) e con-tas dos serviços básicos (76%), como água e luz, são os prin-cipais custos que não são mais suportados pelos empresários, segundo a pesquisa.

Mas a parcela de negócios

sem dinheiro para quitar os compromissos é maior quan-do o assunto são os impostos. De acordo com a Abrasel, “84% estão sem condições de realizar o pagamento dos tributos fede-rais, 77,5% os tributos estaduais e 70% os tributos municipais”.

Quando o assunto é o des-ligamento dos funcionários, a pesquisa diz que 87,8% dos estabelecimentos já tiveram que demitir e ainda indica que “84,5% das empresas irão reali-zar novas demissões, sendo que 63,3% dessas empresas preci-sarão demitir até 30% de todos seus funcionários atuais, en-quanto os outros 36,7% devem demitir mais de 50% dos seus colaboradores”.

“Fica registrada nossa contribuição com dados so-bre o panorama atual dos mais de 20 mil bares, restau-rantes, similares e microem-preendedores individuais que empregavam cerca de 120 mil pessoas antes da pan-demia, e que movimentam desde o agricultor familiar

até as indústrias de alimen-tação e bebidas no Estado do Ceará, com intuito de gerar informação de qualidade na demonstração evidente do quadro caótico e na neces-sidade urgente de medidas para a retomada pela sobre-vivência e reparação do setor de alimentação fora do lar”, diz Taiene Righetto em nota.

Ainda no começo da semana, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) divulgou estudo no qual afasta a ideia de que o setor seja ponto de disseminação de Covid-19 e propõe o retor-no gradual das atividades.

Os empresários do setor cri-ticaram algumas ações do po-der público no combate à pan-demia, como o descontrole dos terminais, e reforçou o possível fechamento de mais empresas.

Leia mais nas páginas 13 e 14

BarBara MoIra

o pagamento de funcionários e de contas como

água e luz são os principais custos que não são mais suportados pelos empresários

armando de oliveira lima

armando.lima@opovo.com.br

Aviso

excepcionalmente, não temos a coluna da jornalista Neila Fontenele.

estendido

(13)

13

CIDADES

W W W. OPOV O.CO M.BR

SÁBADO

FORTALEZA - CEARÁ - 20 DE MARÇO DE 2021

Na noite de ontem, 19, o de-creto que estabelece lockdown em todo o Ceará foi prorrogado por mais uma semana pelo go-vernador Camilo Santana (PT). As medidas, que estariam em vigor até amanhã, 21, seguem iguais ao que já está em vigor e passam a valer até o próximo dia 28. O anúncio foi feito após reunião do Comitê de Enfrenta-mento ao Coronavírus, por meio das redes sociais, e ocorreu um ano depois do primeiro decreto de isolamento que fechou co-mércio e serviços no Estado, em 19 de março de 2020.

A decisão foi motivada pelos índices da pandemia no Esta-do, que continuam preocupan-tes. “A equipe de profi ssionais da Sesa (Secretaria da Saúde do Ceará) estão trabalhando 24 horas (por dia), e o diálogo é permanente com o prefeitos dos municípios. Mas a situação, repito, exige todos os cuidados possíveis para que possamos garantir a diminuição da trans-missão e o atendimento da po-pulação no sistema de saúde.”

Na ocasião, também foi anun-ciado que o Ceará assinou o con-trato de compras diretas da va-cina russa Sputnik V. “Nossa luta é para que todos os cearenses te-nham acesso à vacina o mais rá-pido possível”, comentou Camilo em publicação no Instagram.

O contrato assinado é para a aquisição de 5,87 milhões de doses, e a previsão é de que as vacinas comecem a chegar ao Brasil no próximo mês. O go-vernador ressaltou que a úni-ca forma de sair da pandemia

é por meio da imunização. “É uma das maiores efi cácias en-tre as vacinas que estão apre-sentadas no mundo inteiro e está sendo regulamentada pela Anvisa (Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária). Em breve, vamos ter mais uma vacina no Plano Nacional de Imunização (PNI)”, afi rmou na transmissão.

Como exemplo da gravidade do atual momento da pandemia no Ceará, o governador citou a fi la de espera para transfe-rência de pacientes, apesar da constante abertura de novos leitos pelo Governo. De acordo com o IntegraSus, plataforma da Sesa, 902 pacientes esta-vam aguardando leitos até as 19h07min de ontem. Destes, 491 estavam na fi la para Unidades

| PANDEMIA |

Medidas serão válidas até 28 de

março. Anúncio foi feito um ano depois do primeiro decreto que fechou comércio e serviços no Estado

LOCKDOWN NO CEARÁ􀪱

DECRETO É PRORROGADO POR

MAIS UMA SEMANA

THAIS MESQUITA

ISOLAMENTO social rígido é mantido

em Fortaleza por mais uma semana

VACINA

O contrato assinado é para a aquisição de 5,87 milhões de doses, e a previsão é de que as vacinas comecem a chegar ao Brasil no próximo mês. GABRIELA CUSTÓDIO gabrielacustodio@opovo.com.br

EDIÇÃO: REGINA RIBEIRO | REGINARIBEIRO@OPOVO.COM.BR | 85 3255 6101

Ä

JÚLIO CAES

AR

HOSPITAL Regional Norte em

Sobral registra lotação máxima em UTI para casos de Covid

98% dos

municípios

em alerta

“altíssimo”

Covid-19 no CE

Todos os 184 municípios cea-renses estão em nível de alerta “alto” ou “altíssimo” pelo avan-ço da pandemia da Covid-19, de acordo com dados desta sexta-feira, 19, do IntegraSUS, plata-forma da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

No Estado, 172 municípios enfrentam a classifi cação “al-tíssimo”, estágio mais preocu-pante da crise na saúde defi ni-do pela secretaria, enquanto os outros 12 estão em alerta “alto”. Os dados são referentes às se-manas epidemiológicas 9 e 10, intervalo entre os dias 28 de fe-vereiro e 13 de março.

Apenas 2% da população cearense não estão vivendo em nível de alerta “altíssimo”, de acordo com dados do Ins-tituto de Geografi a e Estatís-tica (IBGE). Além da Capital, grandes municípios do Estado também enfrentam a situação, entre eles Sobral, Juazeiro do Norte e Quixadá. Entre as ci-dades em nível “alto”, Jaguari-be tem a maior população, com cerca de 34 mil habitantes.

De acordo com os critérios de-terminados para a classifi cação mais urgente, a cidade precisa ter ocupação de leitos superior a 95%, assim como taxa de letali-dade igual ou superior a 3%. For-taleza é um dos municípios que enfrenta essa situação e tem seis unidades de saúde com capaci-dade de leitos de UTI esgotada.

O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, está com taxa de ocupação de 100% na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes Covid-19 e de 106,98% na enfermaria. Ao todo, são 110 leitos de UTI ativos — todos ocupados. Na enfermaria, a plataforma Inte-graSus, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), indica que há 43 leitos ativos e 46 ocupados. Os dados foram atualizados no sistema da Sesa às 17h03min desta sexta-feira, 19.

A superintendência de Sobral, que atende a região Norte do Estado, apresenta dados alarmantes. A taxa de ocupação das UTIs da região é de 98,98%. Ao todo, são 196 leitos de UTI exclusivos para Covid-19, dos quais 194 estão ocupados. Os leitos estão em cinco unidades de saúde da

região: o HRN (100%), o Hos-pital São Lucas (100%), a San-ta Casa de Misericórdia de Sobral (100%), o Hospital de campanha Covid-19 Hospital dr. Francisco Alves (96%) e o Hospital Maternidade Mada-lena Nunes (95,24%).

Em relação aos leitos de enfermaria, a taxa de ocu-pação está em 81,78%. De um total de 236 leitos, 193 estão ocupados. Na região, seis unidades de saúde estão com taxa igual ou superior a 100%: Hospital Municipal de Cariré (125%), Hospital De-putado Murilo Aguiar (110%), Hospital Regional Norte (106,98%), Hospital Fernando Teles Camilo (100%), Hospital Maternidade São José (100%) e Hospital São Lucas (100%).

Na região, 140 pacientes estão aguardando um leito.

Destes, 46 estão na fi la de es-pera para leitos de UTI e 94, para leito de enfermaria. Es-ses dados foram atualizados pela Sesa às 7h15min desta sexta-feira, 19, no IntegraSus.

Ainda segundo a plataforma, a superintendência de Sobral acumula 97.426 casos confi r-mados de Covid-19. É o equiva-lente a 19,7% dos diagnósticos no Estado. Além disso, 1.866 óbitos causados pela doença ocorreram na região — 14,5% do total de mortes no Ceará.

Na mesma transmissão ao vivo em que anunciou a prorrogação do decreto de isolamento social rígido no Estado, por meio das redes sociais, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que um novo hospital de campanha será aberto na região, anexo ao HRN.(Gabriela Custódio)

| HOSPITAL REGIONAL NORTE |

Na enfermaria, ocupação é de 106%. Na superintendência de Sobral,

que engloba 55 municípios, taxa de ocupação é de 98,98% na UTI

HRN tem 100% de lotação na UTI

de Terapia Intensiva (UTI) e 411 para enfermaria.

Na transmissão ao vivo, o governador fez um comparati-vo entre o total de leitos aticomparati-vos, nas unidades da Sesa, perten-centes ao Estado ou convenia-dos, atualmente e no pico da primeira onda da pandemia, em maio de 2020. No ano pas-sado, havia 911 leitos de UTI e

pacientes estão na fi la de espera por leitos de UTI e enfermaria no Ceará

902

2.040 de enfermaria. Hoje são

1.159 leitos de UTI e 3.023 leitos de enfermaria.

Foram registrados 4.825 no-vos casos de Covid-19 no Ceará de quinta, 18, para sexta-feira, 19. O Estado acumula 494.049 casos confi rmados e 12.799 óbi-tos, segundo atualização do In-tegraSus às 17h25min de ontem. Oito mortes ocorreram nas 24 horas anteriores.

Há ainda 345.614 pessoas já recuperadas da doença e 72.733 sob investigação, aguardando resultado de exames já rea-lizados. A taxa de letalidade, atualmente, é de 2,6%; no co-meço de maio de 2020, a taxa era de 7,7%. Foram realizados até agora 1.576.426 exames.

Referências

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