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A questão metafísica: da realidade observada, às artes e irrealidades na ciência

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A questão metafísica: da realidade observada,

às artes e irrealidades na ciência

JORGE EUGENIO RENNER

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Compreender a realidade é problema filosófico eterno. No entanto, as con-tradições na filosofia são tão flagrantes, que, por sua via a compreensão do mun-do exigiria o sucesso em um labirinto inextrincável. O presente texto procura mostrar como, em basados nos conhecimentos científicos atuais sobre o mundo sensível e a racionalidade das noções filosóficas tradicionais, porém mediante metodologia mais adequada, é possível chegar a visão da realidade no mundo clara e objetiva, conquistando assim um ponto de visada novo. Para isto, propõe--se enfoque mais claro sobre a realidade física, distinta dos domínios do mental, o dos sentimentos, o das artes, o do espiritual. Fica caracterizada a metafísica como fruto de elaborações mentais e reconhecidas as principais produções da mente, tais como a matemática e conceitos culturais como o infinito, o tempo, o espaço, a continuidade, a causalidade, multiversos, o acaso, o Nada, sem referen-tes observáveis na ciência e que distorcem a visão do mundo, com papel maléfico na cultura .2

1. Filosofia

Da filosofia são esperadas contribuições para orientar até as demais ciências, pois prima pelo uso intransigente da razão, racionalidade rigorosa, instruída por regras do bem pensar lógico, abrangente a todo o conhecimento conquistado e, supostamente, adotando metodologia adequada. De fato, decorridos mais de dois milênios de suas conquistas, a partir de quando uma ‘Filosofia’ se instituiu com esse nome no mundo ocidental, deveríamos ter encontrado resultados à altura de tantas expectativas. No entanto, a filosofia não o fez e deixa confuso quem imagina adotá-la em suas ações práticas. Os resultados insuficientes da filosofia ficam evidentes ao observamos quão poucas pessoas se dedicam a seu estudo, apesar de seu potencial para orientar a vida de cada um.

1 FFLCH/ USP - Mestre em Filosofia, 2011 ITA – Engenheiro de eletrônica, 1961

2 Agradeço as importantes sugestões do Prof. Dr. Osvaldo Pessoa Jr e dos colegas R.Gohn e S.Konishi.

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Seus críticos mais frequentes são os adeptos do ceticismo, que, desde a an-tiguidade vêm apregoando a impossibilidade de conclusões a partir do pensar filosófico. Não se trata de simples ideologia, superada por ser antiga. Montaigne a ressuscitou, para grande contrariedade de Descartes, e até na atualidade o ceti-cismo se insinua com o anúncio do pirronismo, atualizado como neopirronismo, de Porchat Pereira. O eminente filósofo brasileiro o justifica (PEREIRA, 2007: 39), lembrando o

desacordo permanente entre as diferentes posições da filosofia dogmática da anti-guidade, as recíprocas condenações e desmentidos, a infinita multiplicidade de suas opiniões inconciliáveis, a contestação incessante dos argumentos adversários.

Ainda assim, pensadores de tendências radicalmente opostas, como o es-tudioso da pesquisa científica Karl Popper, se expressam de forma análoga (PO-PPER, 2007: 54):

A controvertida questão de saber se a Filosofia existe ou tem qualquer direito a existir é quase tão antiga quanto a própria Filosofia. Repetidamente têm surgido movimentos filosóficos novos que conceituam os velhos problemas filosóficos dan-do-os como pseudoproblemas; e que contrapõem o pernicioso absurdo da Filosofia à procedência da ciência significativa, positiva, empírica.

Ora, na atualidade do novo século, considerações próprias da ciência e da filosofia, sugerem a elaboração de uma nova visão do mundo, com metodolo-gia adequada, na qual a realidade, por um lado, e a identificação do não-real, por outro, fiquem mais claras e até evidentes, facultando, ainda, a compreensão das artes e das concepções espirituais. Por esta via deverão ser superados pseu-doproblemas filosóficos, evitadas aporias ontológicas e até mesmo certos para-doxos matemáticos. Estes e outros fantasmas, de modo ingênuo apoiados pela ciência e difundindo-se por seu auxílio, confundem o conhecimento humano e, em decorrência, as noções gerais de ética, estética, do espiritual, assim dando até relativo embasamento às denúncias dos céticos.

A observação destas dificuldades na filosofia chama a atenção para o fato de que as diferentes tradições filosóficas se apoiam em bases, fundamentos e prin-cípios divergentes. É sabido que nos demais ramos da ciência os fundamentos é que determinam seu rumo inicial e desenvolvimento. Ora, isto sugere um reexa-me cuidadoso da reexa-metodologia a ser adotada também na filosofia.

2. Metodologia indispensável

2.1 Linguagem

No exame dos métodos da filosofia, é interessante observar como, apesar de todos os cuidados adotados pelos diferentes autores, esporadicamente tem ocor-rido falta de uniformidade na linguagem adotada. Tem havido questionamentos

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por termos de acepções múltiplas (‘causa’, ‘mundo’, ‘onda’), que só aparente-mente se referem a um só significado, divergindo na questão em foco. Ocorrem desacordos que poderiam ser evitados pela remoção de expressões ambíguas ou traduções imprecisas. As dificuldades com os termos filosóficos técnicos e os conflitos semânticos decorrentes indicam que a linguagem e os idiomas distintos constituem obstáculos potenciais à discussão filosófica, sendo latentes geradores de pseudoproblemas.

Já Aristóteles havia estabelecido normas e critérios a serem adotados na re-dação de proposições lógicas, que passaram a ser obrigatórias não somente na filosofia, mas na transmissão de todo saber humano, dada a importância de evitar termos ambíguos e para escapar de imprecisões. O próprio termo ‘metafísica’ admite interpretações múltiplas, havendo ‘metafísicas’ díspares em cada campo da filosofia.

Então, abdicando da elegância da linguagem técnica, própria da filosofia tra-dicional, acadêmica, pode ser adotada a linguagem comum, assim usufruindo da simplicidade do linguajar diário. Com certos cuidados no emprego das expres-sões, é possível escapar de excessivas definições de termos técnicos, se comple-tadas com esclarecimentos para distingui-las de outros equivalentes.

2.2 Senso comum

O emprego do bom-senso é tradicional na filosofia sob a denominação de ‘senso comum’, mesmo quando isto não é explicitamente declarado. Não há como evitá-lo na introdução de algum tema, uma proposição. Isto ocorre no uso de expressões do tipo ‘é evidente que…”, ‘fica claro que...’. Apesar do fato de haver dissenções sobre o que seja este ‘senso comum’, ele foi o adotado já pelos primeiros filósofos e tomado como óbvio, por não haver outro que permitisse o início do discurso filosófico. Constituiu um primeiro patamar de racionalidade para Aristóteles e Descartes, assim como para muitos outros, todos zelosos pelo rigor lógico. Assim sendo, o bom senso acaba constituindo o primeiro alicerce e fundamento básico de qualquer teoria ou sistema filosófico, por mais elaborados e complexos que sejam.

Estendendo tal procedimento, convém adotarmos o senso comum como o válido no estabelecimento dos critérios, no julgar das proposições, nas conclu-sões em geral. Reconhecidas suas limitações e ingenuidade só aparente, continua indispensável seu controle rigoroso pela razão, esta ainda confirmada pela ciên-cia, de modo a dar segurança à confiança nela depositada.

Entretanto, enquanto a filosofia segue o caminho da racionalidade rigorosa, é importante também estar atento a outras vias de chegar a saberes mais amplos – pela estética, pela intuição moral, pela mística.

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2.3 Os pressupostos

Como dito acima, os pressupostos em que se fundamenta qualquer visão fi-losófica determinam seu rumo e sucesso. Todas as ciências adotam fundamentos, axiomas, princípios para a formulação de suas proposições, suas teorias, mes-mo que nem sempre declarados, explícitos. É importante observar comes-mo alguma pequena alteração em algum de seus axiomas pode mudar toda a estrutura da teoria resultante. Isto fica bem patente na matemática moderna e na geometria: simples alteração nos axiomas muda estruturalmente as conclusões obtidas. Sen-do assim, não deixa de ser curioso que os embasamentos da filosofia, os fatos e fenômenos em que se assenta, chamados muitas vezes de ‘princípios’, ou sim-ples pressupostos sem destaque, não sejam objeto de debates frequentes. Afinal, nenhuma das ciências, sobretudo a filosofia, pode prescindir de fundamentação sólida para exibir resultados consistentes.

Apesar de a estruturação inicial ser requisito de racionalidade necessária em qualquer ciência, os pressupostos nem sempre são enunciados. Ao invés, é fre-quente ser imposto ao leitor o assentimento tácito a ‘princípios’, podendo deixar despercebida alguma inexatidão, imprecisão, pequeno desvio. O exame históri-co dos modos de pensamento expõe eshistóri-colas filosóficas defensoras de teorias e visões conflitantes. Os constituintes de seus pressupostos (princípios, axiomas e definições) apesar de postos como óbvios e inquestionáveis, são polêmicos e questionados. Esta situação torna oportuna e necessária uma revisão de todo o patrimônio filosófico, já possível na atualidade graças à luz obtida pelas conquis-tas das ciências humanas e físicas nos séculos recentes.

2.4 O conhecimento aproximado

São as limitações humanas para o conhecimento do mundo que tornam pru-dente renunciar à busca de algum conhecimento absoluto, como o daquelas ver-dades ‘claras e evidentes’, próprias do rigor matemático de Descartes, do saber absoluto visado por Schelling e Hegel, e abdicar da perfeição formal proposta pela lógica positivista. A pesquisa incessante dos cientistas e a procura contínua da verdade pelos filósofos aumentam progressivamente o conhecimento da rea-lidade; no entanto, a busca da perfeição no saber exige compreensão e paciência, pois a meta pretendida está sempre um pouco mais distante. Resignados, con-vém ficarmos à espera de estudos futuros, do desenvolvimento de novas teorias e aperfeiçoamento de seus modelos teóricos.

2.5 A realidade

Os êxitos alcançados pela filosofia da ciência sugerem realizar-se o estudo do mundo da mesma forma, pela observação experimental dos objetos e fenô-menos. Foi este o ‘bom senso’ adotado por alguns filósofos, como Bacon, que conduziu a ciência às vias experimentais. Outros depois insistiram na importância

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dos experimentos para confirmar ideias, hipóteses, suspeitas sobre fenômenos apenas vagamente observados. As ciências empíricas notabilizaram-se pelo su-cesso obtido mediante a construção de modelos teóricos e seu seguimento ra-cional rigoroso, pela lógica, pelo cálculo. Ao serem utilizadas técnicas novas na engenharia, resultados antes inimagináveis provocaram as revoluções industrial e tecnológica e facilitaram muito a vida prática, indicando que o conhecimento científico, adquirido desta forma, correspondia à realidade observada e a fenô-menos de fato existentes.

Portanto, como fundamento de outras considerações, convém reconhecer que o mundo que encontramos, aquilo que vemos, é real. Importantes partes da filosofia, como a ontologia, estudam o ser e suas concepções por caminhos da me-tafísica, apresentando demonstrações complexas da realidade por vias racionais e labirintos sem fim de ideias. Aqui, como ponto de partida, aceitaremos por ‘bom senso’ o universo que vemos como sendo real para estudá-lo cuidadosamente.

De fato, é o mencionado bom senso que impõe, por ser suficiente, o reco-nhecimento do mundo físico como constituindo a realidade. O mundo existe, é real? Por ser anterior à nossa percepção, independe de nosso acreditar. Na imensa maioria das pessoas esta questão nem se coloca, semelhante dúvida jamais existiu.

De qualquer modo, para compreender este mundo, é preciso aceitá-lo. O conhecimento é uma forma de aproximação do objeto visado. Essa tese ‘realista’ tem sido adotada há milênios e seus acertos estão na base da ciência moderna, empírica, das teorias confirmadas pela experimentação, ainda que rejeitada por alguns antigos e outros atuais. O método experimental, ao exibir sucessos após sucessos de realizações, confirma indiretamente que aquilo que observamos é, de fato, real.

2.5 O real não observável

Não obstante esta deveria a primeira realidade a ser considerada segundo os crentes em divindade, não é este escopo das ciências da natureza. Depois de Aris-tóteles, filósofos eminentes como Tomás de Aquino, Descartes e Kant bem que tentaram demonstrar racionalmente a existência de um ser Criador; utilizaram, porém, fundamentos metafísicos questionáveis. As ciências naturais, no entanto, não chegam a abordar temas como os da espiritualidade e do sobrenatural, por estarem fora de seu escopo. Sob o ponto de vista filosófico, tais temas pertencem ao domínio da fé – das decisões da vontade, apoiada ou não pela razão. Se, por um lado, não é possível afirmar ou negar cientificamente alguma realidade divina como Deus, por outro, não se pode negar sua existência.

2.6 O mundo observável

Nos milênios que nos antecederam, foi possível construir um edifício de riqueza científica mais que gigantesca. Ela nos permite compreender aspectos

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da natureza a partir da primeira infância, ao cursarmos escolas, treinos de capa-citação, universidades, captando o legado das gerações anteriores. O resultado é esse progresso científico e tecnológico que presenciamos.

O que vemos, o que observamos? Este mundo, a natureza em toda sua vas-tidão, contém o que denominamos corpos, incluindo os nossos, que se movi-mentam e apresentam processos ativos, fenômenos observáveis. Parte mais im-portante dela somos nós mesmos, nossas mentes, contemplando-a num gesto contorcionista de reflexão cerebral a meditar sobre si mesma.

Para analisar toda essa complexidade do que logramos observar, convém e mostra-se surpreendentemente eficaz, reduzi-la a um mínimo de categorias e, ainda assim, abrangentes a todos os entes observáveis do universo, os conhecidos e os ainda incógnitos: corpos, mentes e as relações entre eles – permitem descre-ver a realidade observável toda, completa.

Corpos em movimento. Os corpos são constituídos de matéria e energia

fí-sica em movimento, podendo ser convertida uma na outra. Há corpos que vemos

e outros que detectamos por instrumentos: esta mesa, um vírus, a estrela distan-te e a energia de sua luz, nossos cérebros; são objetos que podemos ver, sentir, perceber, medir. Os fenômenos observados na natureza são processos múltiplos, constituídos pelo movimento dos corpos, seja por mudança de sua posição rela-tiva, seja pela transferência de energia física de um a outro, ou, na área biológica, pelo crescimento, degeneração, morte.

Mentes. Nossas mentes permitem a observação do mundo. Se, por um lado,

as conhecemos por seus efeitos, muito mais ignoramos a seu respeito. Seus mo-vimentos internos e as relações das mentes entre si constituem processos e mani-festações estudados pela filosofia da mente, da fenomenologia e da neurociência.

Relações. Os corpos mantêm relações entre si. As mais evidentes são as de

sua posição relativa, a atração ou repulsão mútua (gravitacional, eletromagné-tica), as relações por contato direto. A isto se acrescentam as transferências de energia física (calor, radiação, energia de movimento). As mais relevantes são, porém, de uma parte, as relações das mentes humanas entre si e, de outra, das mentes com o restante do universo.

2.7 A natureza oculta

Distintos dos descritos acima, são os objetos e fenômenos observáveis, porém ainda não observados, não detectados. Além das constatações atuais da ciência empírica, algumas teorias e observações conduzem à conclusão de haver mais ma-téria, fenômenos outros, uma realidade imensa à espera de descobertas efetivas e dos quais a ciência tem apenas alguns indícios de realidade, indicadores teóricos.

A exemplo, está aí toda a cosmologia, com os cálculos da astrofísica, segun-do os quais a maior parte da matéria segun-do universo, a chamada ‘matéria escura’ e a ‘energia escura’ continuam ocultas e até superam em quantidade a massa dos

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corpos e da energia detectados até o presente. Outro exemplo, na biologia, são os vírus ainda não detectados, porém passíveis de observação, embora ainda não encontrados.

3. O conhecimento da realidade

3.1 Representações:

É tradicional atribuir o nome de representações às imagens que formamos do mundo, hábito que já vem dos gregos antigos. Um processo complexo ocorre a partir das sensações originadas em cada um de nossos sentidos e partes de nosso corpo, as percepções sensoriais, processadas pelo cérebro. Por essas percepções ouvimos sons, temos sensações de contato, vemos imagens e delas resultam visões do mundo físico. Na atualidade, a psicologia e a neurociência apresentam detalhes interessantíssimos desses processos, em especial no cérebro: observa-mos corpos físicos, seus movimentos, a energia radiante, tomaobserva-mos consciência em nossas mentes e formamos um quadro geral, uma representação de conjunto, incorporando também nossos gostos, tendências, intuições.

São pouco conhecidos os mecanismos pelos quais a mente capta impressões do meio circundante, gerando uma visão do mundo. Ela pode corresponder à reali-dade em maior ou menor grau. É importante ressaltar como poderosas forças men-tais podem distorcer o quadro real. De fato, dos múltiplos sinais captados da rea-lidade, dos objetos e fenômenos, nossos sentimentos e nossa vontade selecionam um ou outro aspecto do que é observado, além de uma triagem volitiva do que é memorizado. A estas distorções é preciso acrescentar falhas naturais do processo mental, sempre imperfeito. Sendo assim, nem sempre o que temos em mente cor-responde ao que realmente é, com fidelidade. Afora as imperfeições próprias do processo mental, falhas em informações captadas pelos instrumentos de observa-ção utilizados ocasionam visões apenas aproximadas do que a realidade é. A essas representações, já por si imperfeitas, acrescentamos inúmeras construções mentais próprias, já que o poder da criação autônoma não tem limites. Apesar disso, são indispensáveis à realidade vivida, já que, para cada um o mundo é como ele o vê.

Na ciência. O uso rigoroso da razão para a compreensão da natureza

con-duziu o mundo à adoção de métodos adequados no estudo de cada objeto e fenômeno, configurando os procedimentos científicos. Os métodos empíricos empregados na física, química, biologia, resultaram em maior clareza a respeito de cada detalhe observado, medido. Sua metodologia é a do desenvolvimento de teorias, da construção de modelos teóricos e sua comprovação. Procede-se por descrições detalhadas e verificações experimentais de cada ponto, de modo a obter em cada experimento a confirmação ou negação da teoria testada.

Pelo recurso a modelos matemáticos, que visam reproduzir a realidade fí-sica encontrada, uma simulação do real permite aproximação maior no estudo e conhecimento dos objetos e fenômenos, assim conseguindo seu emprego e

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controle. O sucesso da simulação é devido ao encadeamento lógico dos entes matemáticos, a ponto de algumas proposições poderem ser demonstradas por mais de um modo. Esta consistência da matemática corresponde à harmonia das leis físicas no universo, as quais são observadas em toda sua extensão. É por isso que mais de uma teoria pode explicar os mesmos fenômenos físicos. Como exemplo, está a nova e simples dedução das leis do eletromagnetismo a partir da lei de Coulomb, dispensando as complexas 4 equações de Maxwell (SILVA, 2019).

Alguns exemplos ilustrativos de simulação matemática:

• Enquanto os primitivos, para contarem algo como, digamos, 227 ovelhas do curral, para dividi-los em grupos iguais, associavam uma pedrinha a cada uma (em latim ‘calculus’ significa pedra), e, da mesma forma, o so-roban oriental movia uma conta, a aritmética elementar passou a reali-zar uma analogia associando a cada ovelha um número natural, 1,2,,3.... Assim, as 4 operações fundamentais criadas na aritmética tornaram-se ferramentas úteis e rotineiras para os criadores. Contudo, as ovelhas reais são diferentes uma da outra, enquanto suas representações aritméticas constituem números indiscerníveis entre si. Este modelo matemático, as-sim as-simples, é limitado, não permitindo a distinção entre ovelhas novas e velhas, sadias e doentes. Ainda que a analogia seja adequada aos objeti-vos visados, o conhecimento é limitado.

• As matemáticas atuais permitem raciocínios rigorosos e complexos, para isto definindo ‘espaços’ nos quais cada ente tem suas caraterísticas e funções bem claras e suas relações com os demais entes bem defini-das. Apesar de na matemática aplicada à solução de problemas físicos, tais espaços abrigarem números ‘complexos’, ‘imaginários’, sem qual-quer correspondência com quantidades reais, surpreendentemente, nos resultados matemáticos obtidos, as variáveis adotadas têm o poder de reproduzir as propriedades encontradas nos entes físicos reais. Há

corres-pondência efetiva entre as grandezas matemáticas, produtos da mente,

inexistentes, e os objetos e fenômenos medidos.

• Isso ocorre nas geometrias: a euclidiana, da antiguidade, a mais intuitiva, formou a base de todo o saber científico atual. No entanto, ela apenas se aproxima do observado na natureza. Há superfícies que considera-mos ‘planas’, por aproximação a um plano geométrico euclidiano, apesar de nada haver de absolutamente ‘plano’ – as superfícies são irregulares. Tampouco há algo como a reta geométrica, pois tudo é curvo, até mesmo a trajetória da luz; o ‘ponto’ não existe na natureza como tal.

• Assim, para calcular o volume do espaço ocupado por certa mesa, usa-mos a geometria espacial: a mesa sugere aproximadamente um parale-lepípedo e seu volume é fácil calcular.

• Constroem-se teorias matemáticas formidáveis que bem reproduzem al-guns fenômenos da física quântica. Esta aceita formulações várias e

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admi-te inadmi-terpretações muito divergenadmi-tes entre si quanto à sua correspondência com a natureza (PESSOA, 2003: 4). Visto que podemos criar, por de-duções, representações de objetos não observados, verifica-se que nem sempre a configuração de algum ente matemático, consistente no âmago de certa teoria, assegura-lhe a existência, a realidade de objeto ou fenô-meno físico que se procura fazer-lhe corresponder, ainda que por um processo matemático elegante.

Contudo, os modelos assim criados não possibilitam entrar na essência das coisas, ficando longe do conhecimento da ‘coisa-em-si’, como assumido por importantes correntes filosóficas, tanto antigas, como a de Platão e Aristóteles, quanto modernas, como a de Kant. Os modelos teóricos, embora deem a ilusão de conhecimento imediato do real, não passam de criações mentais imitativas do observado, ainda que as constatações sejam consistentes entre si.

Mesmo os mais simples dos números, os naturais, apesar da denominação sugestiva, não passam de criações mentais, como o são todas as matemáticas. Como todas demais construções por raciocínios, constituem recursos que podem dar a ilusão de realidades. A metafísica, tanto a tradicional como a atual, abriga todas estas formas de raciocínio e elaborações filosóficas, frequentemente dando o status de realidade a entes assim concebidos. Se bem que a crença em números como sendo factuais, entes concretos, pareça ingênua na atualidade , convém lembrar que Pitágoras (séc. VI AC) já concebia o universo todo fundado em nú-meros ontologicamente existentes; Platão (séc. IV AC) atribuía realidade concreta a ‘ideias gerais’, tais como um ‘cavalo ideal’, arquétipo desses animais.

3.2 As artes – O conhecimento estético

O conhecimento do mundo pode dar-se também por modos não racionais. Mesmo sem o preliminar da racionalidade, há formas importantes de aproxima-ção da realidade, tais como pela estética, pela moral e a mística. Por suas cria-ções, como o ressalta Jacques Maritain, os artistas, adquirem “conhecimento não conceitual do mundo e seus segredos”. Deste modo, “revelam para si mesmos os segredos das obras que produzem, em criação intuitiva ou emotiva, pelo impacto que recebem da realidade, na vida inconsciente do espírito e nas profundezas da subjetividade” 3 (MARITAIN, 1952: 16). Suas criações artísticas estabelecem

rela-ções com os que as contemplam, evocando emorela-ções, sentimentos, ideias.

Da mesma forma, mesmo sem estudos de filosofia ou ética, muitos são os que têm visão moral do mundo clara, bem sabendo distinguir o honesto do de-sonesto, já no início da infância, adquirida ora por intuição, ora pela realidade infundida em suas vidas.

O conhecimento místico, também pode ter sua origem na intuição. Assim o é considerado pelos escolásticos, ao se referirem à simpatia ou conaturalidade,

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levando as pessoas à contemplação e à vida em realidade própria, de amor em busca da divindade. [MARITAIN, 1952: 22]

3.3 A metafísica

Pela Metafísica, termo cunhado para designar obras deixadas por Aristóteles, nas quais ele descrevia o que existia ‘além do físico’, o termo tornou-se tradicio-nal. Ciência inicialmente dedicada à compreensão do real não observado, foi ex-pandida às áreas do divino. Na filosofia escolástica vigorou soberana até a Renas-cença; seus fundamentos incluíam noções do saber religioso, tido como revelado, introduzindo na filosofia a noção de sagrado. Por Descartes e Hume, a filosofia da modernidade interveio rechaçando tais fundamentos e rejeitando a metafísica de então. Apesar disso, séculos posteriores retomaram o campo de várias formas, incorporando à metafísica problemas novos. Atualmente, deveríamos até com-preender várias ‘metafísicas’, cada qual adotando critérios filosóficos próprios. Isto ocasionou ambiguidade nos conceitos, justamente em áreas estratégicas da filosofia nas quais as definições são difíceis e frequentemente imprecisas. Se bem que as contribuições à metafísica ocorridas nos movimentos do empirismo, do iluminismo, do idealismo, da fenomenologia e da filosofia da ciência tenham sido importantes pelo rigor e racionalidade dos conceitos, isto se deu às custas de maiores dificuldades para a compreensão do mundo. Na atualidade, a metafí-sica constitui um campo aberto. Sob essa denominação, os estudos continuam, quer por aqueles que lhe atribuem a importância de constituir o fundamento da filosofia, quer por seus oponentes, que a acusam de não reconhecer os novos saberes científico e filosófico. Neste contexto de imprecisões, torna-se mais útil adotarmos o termo “mental” para o que se refere às ‘metafísicas’ tradicionais. Nesse mundo mental, ou ‘metafísico’, é estudado um indescritível universo de entes reais uns, fantasiosos, virtuais outros, segundo os critérios de cada um dos filósofos, pensadores. Icônico exemplo é o discurso inaugural universitário de Heidegger em 1929, “O que é Metafísica?”, ao desenvolver suas reflexões sobre o Nada, assumindo-o como real (HEIDEGGER, 1973: 223).

É amplo o mundo da mente, o de nossa imaginação. Na fenomenologia, no estudo da consciência, cada filósofo elabora livremente sua concepção própria a respeito das experiências da consciência, da filosofia e do Absoluto, como o fez Hegel em sua Fenomenologia do Espírito (HYPPOLITE, 2003).

3.4 Sobre o que não há 4

A metafísica é um exemplo da ilimitada capacidade humana para criar repre-sentações ficcionais, meros produtos da imaginação, e, ainda assim, racionais e tão coerentes entre si quanto o mundo real, o que aparece. Permitem, às vezes, serem confundidos com os objetos ocultos da natureza, mencionados acima (item 3.3).

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Além do que é real, pensamos no que ‘não-há’. Nossas representações men-tais podem aplicar-se ao irreal, simplesmente presumido. Como os entes mate-máticos ‘virtuais’, podemos conceber outros sabidamente fantasiosos e, ainda assim, proceder a seu processamento racional, de cálculo, de planejamento ar-ticulado; ou podemos entregar-nos a devaneios, movidos livremente por sen-timentos, emoções, conscientes ou não. Não há limites para as concepções da mente. É isto que permite criarmos na ciência mundos matemáticos, geométri-cos, lógigeométri-cos, definidos por ‘espaços’ e ‘tempos’ ilimitados, aplicáveis ou não à interpretação e melhor compreensão da realidade experimental.

3.5 As irrealidades na ciência

No mundo mental assim descrito, são singularmente interessantes algumas abstrações profundamente arraigadas em todas culturas, milenares, e estrutural-mente incrustadas na filosofia e até na ciência racional e rigorosa. As principais são o tempo e o espaço. Imitando Hume, somos tentados a afirmar que os tra-tamos com credulidade e até ingenuidade, só por estarmos a eles acostumados, sendo extremamente difícil deles nos desapegarmos.

O tempo. Do tempo já desconfiavam alguns filósofos, o mais referido

sen-do Santo Agostinho (séc. IV). Na natureza não há como observar algo como o tempo, no sentido absoluto, como rotineiramente o tratamos. Não faz parte da constituição do universo, como a matéria e ou a energia, porém, mede seus mo-vimentos relativos. A medição dá-se por algum tipo de relógio, de pêndulo, pelo deslocamento de algum astro, ou por uma oscilação atômica. Por exemplo, no crescimento de uma planta, há comparação com outros movimentos e resulta a duração dada em dias. Einstein, ao apresentar sua Teoria da Relatividade Restrita, sempre tratou de intervalos de tempo, durações – jamais de tempo absoluto, sem começo nem fim.

Ora, os ‘tempos’ (intervalos) medidos podem ser compreendidos na física como varáveis auxiliares matemáticas, facilmente substituíveis por outras gran-dezas, estas sim observáveis e mensuráveis. Um exemplo é a distância percorrida pela luz durante um dado (intervalo de) tempo: um milissegundo é o intervalo de tempo que a luz demora para percorrer cerca de 300 km. Assim sendo, em vez de ‘um milissegundo’, pode-se dizer ‘300km-luz’ – tão simples como ‘um ano’ é equivalente a ‘uma volta’ em torno do sol.

O espaço. De forma análoga é metafísico o conceito de espaço. Físicos

emi-nentes, como Ernst Mach (MACH apud GAZINELLI, 2005:20) já denunciaram como “metafísicas as ideias de espaço e tempo absolutos e o éter”, porque não há como observá-los, preferindo referir-se ao “referencial das estrelas”. Conclui--se que é preferível referirConclui--se a lugares que os objetos ocupam em relação aos demais. Assim como intervalos de tempo resultam da comparação de movimen-tos, as distâncias entre os corpos resultam da comparação com dimensões de outros corpos. Aos corpos atribuímos ‘dimensões’, que são modos geométricos

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de melos. É o caso do ‘metro padrão’, criação mental tomada a partir das di-mensões do planeta Terra.

Os infinitos. Enquanto em diversas concepções matemáticas, já a partir da

aritmética elementar, o infinito é aceito com a maior naturalidade, tudo na natu-reza é finito. O mundo físico é limitado: sua idade estimada em 14,4 bilhões de anos, a quantidade de matéria e energia, as velocidades relativas dos corpos, os lugares por eles ocupados, assim como suas dimensões atuais. O conceito de in-finito é só mental. Se por um lado constitui recurso para simplificar vários raciocí-nios, por outro também é fonte dos maiores paradoxos matemáticos, juntamente com o infinitamente pequeno.

Todo cálculo infinitesimal adota o conceito do infinitamente pequeno, to-mando-o como se fosse intuitivo. Já a mais simples das geometrias, a euclidiana, se baseia em ‘retas constituídas por infinitos pontos’, podendo a distância entre eles ser considerada sempre menor que qualquer valor desejado, portanto

infi-nitamente pequena, nada havendo na natureza que corresponda a este conceito,

como tampouco nada há que corresponda a um ‘ponto’, mera abstração mental.

Continuidade. Certas figuras matemáticas são essenciais no cálculo, gerando

por vezes a ilusão de a natureza ser-lhes equivalente, como é o caso da

‘continui-dade’ de variáveis, representando grandezas físicas avaliadas. O peso dos corpos,

suas massas nada têm de contínuo, a física quântica comprova a descontinuidade da matéria – ao invés, observam-se partículas subatômicas elementares e pacotes de energia delimitados, ‘quantizados’, que ocupam posições, lugares.

Causalidade. O próprio princípio da causalidade que se impôs à ciência como

auxiliar na compreensão de fenômenos, exige ser reconsiderado como relação. Enunciado na antiguidade como relação unívoca, de certa causa gerando deter-minado efeito e localizada em algum fenômeno, como a da geração do universo, contrasta com a constatação efetiva das relações múltiplas entre todos os corpos e energias no universo, todos estando em relação com todos.

O aleatório. Enquanto o estudo da cosmologia continua a encantar pela

harmonia observada no universo, continuando o fascínio de Pitágoras que a

cha-mou de Cosmos, ou seja, “ordem” (PERLOV, D,; VILENKIN, A., 2017: 3), é de se es-tranhar a facilidade com que é assumida por muitos a autoria do acaso na origem de certos fenômenos. Nestes, não haveria ‘causa’, lei alguma em sua geração; aceita-se o surgimento ‘espontâneo’, fenômeno aleatório. Fenômenos múltiplos seguiriam distribuições probabilísticas ‘estocásticas’, não sujeitas a qualquer lei de formação. Tais eventos teriam sua origem do ‘nada’, estando livres das leis físicas observadas uniformemente em todo o cosmo ou das leis da biologia. Igualmente é o caso na física quântica citando o indeterminismo, como certo princípio erigido por Heisenberg para medições experimentais. O próprio autor não apresentou prova concludente, dando margem a extensa polêmica, já que a indeterminação observada em certas medições pode ser fruto de incapacidade da ciência atual em obter resultados mais precisos.

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É interessante notar que nem mesmo na matemática, caracterizada por seu rigoroso ordenamento de proposições e, justamente por isso, capaz de repro-duzir eventos naturais, foi lograda alguma simulação para o que seria total-mente aleatório, livre de qualquer influência. Por isso, para simular conjuntos de números ao acaso, na chamada distribuição estocástica, é necessário recorrer a algoritmos especiais, os quais, ao invés, apenas conseguem gerar conjuntos ‘pseudoaleatórios’.

Experimentalmente, na natureza nada se encontra totalmente aleatório, livre de relações e leis pelas quais se ordena todo o universo. Exceção aparentemente única é a das posições assumidas por nossas mentes, que, diferentemente da dos animais, é livre nas opções entre as múltiplas formas de pressão que o mundo coloca, ordenado por leis físicas e biológicas. É o chamado livre arbítrio, estudado nas concepções não fisicalistas da mente.

Outras. A astronomia já conseguiu estimar as dimensões do universo

com-preendendo-o como limitado. No entanto, nada nas ciências empíricas permite supor a existência de algo para mais além do que a matéria mais distante. É curio-so haver físicos e filócurio-sofos conjeturando curio-sobre outros ‘univercurio-sos’, ‘multivercurio-sos’, sem qualquer observação direta, fato empírico. Outros, como Popper, chamariam isso de ‘metafísica pura’ (POPPER, 2007).

A história da ciência reporta outros conceitos antes considerados impor-tantes, atualmente desacreditados. Foram-se o éter, o flogisto, o vácuo, este em alguns aspectos lembrando o ‘Nada’ de Heidegger.

4. Consequências epistêmicas, estéticas e éticas

As irrealidades acima referidas, tidas por muitos como entes reais, distorcem a visão do mundo, com papel maléfico na cultura. A distorção atinge primei-ramente a filosofia, posta como guardiã da realidade e destinada a balizar as demais ciências. Estas, por sua vez, em confusão ontológica, retroagem sobre a filosofia, injetando conceitos inadequados e concepções supostamente científi-cas assumidas como verdadeiras, que passam a ser culturalmente assimiladas. É fortíssima a influência do pensar filosófico sobre autores literários, poetas, cria-dores de arte, os quais disseminam entre seus apreciacria-dores, nós todos, visões falsas da realidade, podendo até contribuir para o surgimento de novas religiões ‘científicas’ ou ‘espirituais’.

É esta a situação que requer uma atualização do pensamento neste novo sé-culo, antecipando horizontes mais amplos, coerentes com as realidades do mun-do que, passo a passo, vêm senmun-do descobertas.

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5. Referências

GAZINELLI, Ramayana. Teoria da Relatividade Especial. São Paulo: Edgard Blü-cher, 2005.

HEIDEGER, Martin. O que é Metafísica? 1929 in Os Pensadores, XXX (Coleção). São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1973.

HYPPOLITE, Jean. Gênese e estrutura da Fenomenologia do espírito de Hegel. São Paulo: Discurso Editorial, 2003.

MACH, Ernst. In: Sciencia, 7, 225. Citado por Holton Gerald em Thematic origins of scientific thought. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1988, cap.7, p.256, apud GAZINELLI, R. , 2005, p.20.

MARITAIN, Jacques. The Range of Reason. South Bend, IN: University of No-tre Dame, 1952. Disponível em: <https://maritain.nd.edu/jmc/etext/range.htm>. Acesso

em: 13 jul.2020.

PATY, Michel. A física do século XX. Aparecida, SP: Idéias & Letras, 2009

PEREIRA, O. Porchat. O conflito das filosofias. In: Rumo ao ceticismo. São Paulo: Editora Unesp, 2007, p. 38-43. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em:

13 jul. 2020.

PERLOV, Delia; VILENKIN, Alex. Cosmology for the curious. Cham, Suiça: Springer Nature, 2017. Disponível em: https://link.springer.com/book/10.1007%2F978-3-319-57040-2.

Acesso em: 14 jul.2020.

PESSOA Jr., Osvaldo. Conceitos de Física Quântica. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2003.

POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 2007

QUINE, Williard V.O. On what there is. Review of Metaphysics, (1948). Reimpres-so in: From a logical point of view. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1953.

SILVA, A. Vicente A.S. Electromagnetism inertia & gravitation: are they the

same? São José dos Campos: Ofício das Palavras, 2019. Disponível em: www.amazon.

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