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Tópico do plano de ensino: Classificação dos contratos. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS O QUE PODEMOS CONCEITUAR COMO CLASSIFICAÇÃO

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Academic year: 2021

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AULA 08 PONTO: 08

Objetivo da aula: Teoria geral dos contratos. Teoria geral dos contratos. Perfil e princípios. Formação defeito e extinção. Classificação e interpretação. Garantias legais específicas.

Tópico do plano de ensino: Classificação dos contratos. Roteiro de aula

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

O QUE PODEMOS CONCEITUAR COMO CLASSIFICAÇÃO

- procedimento lógico, por meio do qual, estabelecido um ângulo de observação, o analista encara um fenômeno determinado, grupando suas várias espécies conforme se aproximem ou se afastem das outras. Sua finalidade é acentuar as semelhanças e dessemelhanças entre as múltiplas espécies, de maneira a facilitar a inteligência do problema em estudo, para que seja adequada é preciso: a) que não deixe resíduos; b) que as espécies classificadas num item mais se afastem do que aproximem, das espécies classificadas em outra (metodologia científica).

Posto isto, um mesmo fenômeno pode ser classificado de diversas maneiras, conforme o ângulo em que se coloca o observador - é o que se verá em matéria de classificação de Contratos, se o encaramos:

QUANTO Unilaterais e bilaterais; À SUA NATUREZA Onerosos e gratuitos; E FORMAÇÃO Comutativos e aleatórios;

Paritários, de adesão e contrato tipo. COMO SE consensuais e reais;

APERFEIÇOAM solenes e não solenes.

DIVISÃO TRADICIONAL nominados; (Código Civil) inominados.

UNS EM RELAÇÃO principais; AOS OUTROS acessórios.

COMO DEVEM SER execução instantânea; EXECUTADOS execução diferida no futuro.

QUANTO AO SEU definitivo; OBJETO preliminar.

COMO SÃO paritários; FORMADOS adesão.

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FINALIDADE: aferir as particularidades de cada contrato, seus efeitos jurídicos, ônus e vantagens.

QUANTO A SUA NATUREZA

CONTRATOS UNILATERAIS - Produz apenas obrigações para um dos contraentes e embora envolva duas partes e duas declarações de vontade, coloca apenas um dos contraentes na posição de devedor.

Exemplos: mandato (653), comodato (579), mútuo (586) e depósito (627) - uma vez aperfeiçoados tais contratos só envolvem obrigações para o mandatário, o comodatário, o mutuário e o depositário)

CONTRATOS BILATERAIS OU SINALAGMÁTICOS - Produz obrigações recíprocas entre os contratantes, sendo cada uma das partes a um só tempo credora e devedora da outra. São contratos com prestações recíprocas.

Exemplo: Compra e venda (481), convênio médico (contrato atípico, não presente no Código Civil). LER ARTIGO 392 DO CÓDIGO

CONTRATOS ONEROSOS - Quando uma das partes sofre um sacrifício patrimonial, ao qual corresponde uma vantagem que pleiteia (cada uma das partes se sujeita a dar ou a fazer algo, sendo um ônus, por incidir sobre ambos os contraentes).

Exemplo: Na troca (533) quando um dos permutantes oferece uma coisa, para obter outra ou na locação (565) quando o inquilino paga o preço, para obter o uso pacífico do bem.

CONTRATOS GRATUITOS - Quando somente uma das partes sofre um sacrifício patrimonial, enquanto a outra apenas obtém um benefício, envolvendo sempre uma liberalidade de forma unilateral.

Exemplo: Doação sem encargo (538).

Observação: a importância em distinguir se, quanto aos efeitos que produz, o contrato é uni, bi ou plurilateral, gratuito ou oneroso está relacionado aos seus regramentos na teoria geral, tais como teoria dos riscos, exceptio non adimplet contractus, perdas e danos, onerosidade excessiva e rescisão

CONTRATOS COMUTATIVOS ou pré-estimado - Contrato bilateral e oneroso, no qual a estimativa da prestação a ser recebida por qualquer das partes pode ser efetuada no mesmo ato em que o contrato se aperfeiçoa, possibilitando aquilatar as vantagens e sacrifícios das partes.

Exemplo: Locação (565) o locador pode, desde logo, verificar a importância que deve receber, enquanto o locatário, por sua vez, conhece o bem cujo uso pacífico lhe será assegurado.

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CONTRATOS ALEATÓRIOS - Contrato bilateral e oneroso, em que pelo menos uma das partes não pode antecipar o montante da prestação que receberá em troca da que fornece, pois tal evento dependerá de um risco futuro e incerto.

- "alea" significa sorte, incerteza - "alea jacta est" - Exemplo: contrato de seguro (757)

jogo e aposta (814)

ESPÉCIES: 1. POR NATUREZA: se caracteriza pela incerteza, que é de sua natureza jurídica, que para todas as partes, sobre as vantagens e sacrifícios que do contrato podem advir. É que a perda ou ganho dependem de um evento futuro e imprevisível; 2. ACIDENTALMENTE ALEATÓRIOS: são contratos em que, em razão de certas circunstâncias, os originalmente comutativos tornam-se aleatórios por vontade dos contratantes; 2.1. Venda de coisa futura: risco de existência, emptio spei ou venda da esperança, em que os contratantes assumem o risco da existência ou não do objeto da contratação; risco de quantidade, emptio rei sperantae ou venda de coisa esperada, em que as partes assumem o risco da quantidade da coisa esperada, mas se inexistente for em alguma quantidade a coisa esperada, inexiste será o contrato, retornando as partes ao status quo ante; 2.2. Venda de coisas expostas a risco: quando as partes assumem os riscos de qualidade da coisa, no estado em que se encontrarem ou quando assumem o risco no seu transporte.

PRINCIPAIS DIFERENÇAS - CONTRATOS COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS 1.ª) equivalência das prestações, nos contratos comutativos as partes anteveem o que receberão em troca das prestações que realizarem, por haver certeza quanto às prestações e contraprestações; nos aleatórios, com a intervenção do risco, há uma extensão indeterminada das prestações, dependendo de um evento causal, incerto e desconhecido (montante das prestações não pode ser previsto);

2.ª) os vícios redibitórios se referem, unicamente, aos contratos comutativos, inexistindo ação redibitória para os contratos aleatórios;

"Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada ou que lhe diminuam o valor."

3.ª) as normas do código civil, artigos 458 a 461, são aplicáveis tão somente aos contratos aleatórios.

interessadas, colocadas em pé de igualdade, ante o princípio da autonomia da vontade, discutem os termos do ato negocial, eliminando os pontos divergentes mediante transigência mútua.

- fase de pontuação - aquela que as divergências são eliminadas através do debate e transigência dos contraentes (presente nos contratos paritários);

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QUANTO A SUA FORMAÇÃO

CONTRATO PARITÁRIO – (situação de igualdade) É aquele em que as partes

CONTRATO DE ADESÃO – (preponderância da vontade de uma das partes) É aquele em que todas as cláusulas são previamente estipuladas por uma das partes, de modo que a outra, no geral mais fraca e na necessidade de contratar, não tem poderes para debater as condições, nem introduzir modificações, no esquema proposto (ou aceita tudo em bloco ou recusa as cláusulas e condições por inteiro).

Exemplo: contrato de seguro, fornecimento de água, eletricidade, diversões públicas e financiamento bancário (Maria Helena Diniz).

- nesse tipo de contrato fica eliminada a fase de puntuação, pois uma das partes impõe à outra o instrumento inteiro do negócio, que esta, em geral, não pode recusar;

- restringe quase que completamente o princípio clássico da autonomia da vontade; - não deve ser impresso em letras microscópicas, com redação confusa, contendo terminologia técnica, conceitos vagos, nem cláusulas desvantajosas para um dos contratantes.

CIRCUNSTÂNCIAS QUE ESTÃO PRESENTES NESSE TIPO DE CONTRATO: I - o negócio deve ser daqueles que envolvem necessidade de contratar por parte de todos, ou de um número considerável de pessoas (eletricidade) - ou contrata ou fica sem luz - (não se trata de coação não há vício de vontade);

II - o contratante mais forte deve desfrutar de um monopólio de direito ou de fato, ou seja, é mister que a procura exceda em tal proporção a oferta;

III - o estado e o judiciário, principalmente este último procura evitar a exploração de uma parte pela outra, sendo que no caso do Judiciário:

IV - aceitação pura e simples do oblato (quem aceita - policitante é quem propõe as condições).

CONTRATO TIPO: ou contrato de massa, em série – uma das partes vai subscrevê-lo, mas admite discussão sobre seu conteúdo. As cláusulas não são impostas, são apenas pré-redigidas, com espaços em branco, para taxas, parcelas, prazo etc.

COMO SE APERFEIÇOAM

CONTRATOS CONSENSUAIS - São aqueles que se perfazem pela simples anuência das partes, sem necessidade de outro ato, sendo que a ordem jurídica não exige, para que se aperfeiçoem, senão o acordo das partes, não impondo nenhuma outra forma especial para a sua celebração, somente o consentimento.

Exemplo: Mandato.

CONTRATOS REAIS (RES) - São aqueles que apenas se ultimam com a entrega da coisa, feita por um contraente ao outro. O vínculo contratual só se aperfeiçoa com entrega/tradição do objeto, não bastando a simples convergência de vontades.

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QUANTO À FORMA

CONTRATOS SOLENES OU FORMAIS - Contratos que dependem de forma prescrita em lei - artigo 108 (lei impõe como substância do ato, até o próprio Judiciário não admitirá a prova por outro meio - CPC, artigo 366, 2.ª parte).

Exemplo: Pacto antenupcial – 1653.

Translativos de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país.

CONTRATOS NÃO SOLENES OU INFORMAIS - Contratos que não dependem de forma prescrita em lei (107) (forma livre), podendo ocorrer de serem promovidos a solenes (artigo 109).

“Art. 109. No contrato celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.”

Exemplo: mandato, compra e venda de bem móvel.

DIVISÃO TRADICIONAL

CONTRATOS NOMINADOS OU TÍPICOS - São aqueles que a lei dá denominação própria e submete a regras que pormenoriza.

Exemplo: Código Civil (20 contratos - compra e venda, troca, contrato estimatório, doação, locação de coisas, empréstimo, prestação de serviços, empreitada, depósito, mandato, comissão, agência e distribuição, corretagem, transporte, seguro, constituição de renda, jogo e aposta, fiança, transação e compromisso).

OUTROS - incorporação imobiliária (4.591 com as alterações da Lei n.º 4.864/65) e contratos bancários (4.595/64).

CONTRATOS INOMINADOS OU ATÍPICOS - São aqueles que a lei não disciplina expressamente, mas que são permitidos, se lícitos, em virtude do princípio da autonomia privada (não pode contrariar a lei e os bons costumes) LER ARTIGO 425.

Exemplos: cessão de clientela, contrato de locação de caixa-forte, contrato de hospedagem.

OBSERVAÇÃO - Por não haver normas que o esquematizem e regulamentem, os contratantes deverão minudenciar as cláusulas contratuais o mais que puderem.

Exemplos: contrato de excursão turística, competição desportiva, guarda e limpeza de veículo, publicidade e aluguel de cofre bancário.

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UNS EM RELAÇÃO AOS OUTROS

CONTRATO PRINCIPAL - É aquele cuja existência independe da existência de qualquer outro, nasce e produz reflexos de forma própria e autônoma.

CONTRATO ACESSÓRIO (OU DEPENDENTE) - É aquele que existe em função do principal e surge para lhe garantir a execução, depende de outro contrato para subsistir. Contrato que sempre segue o principal, depende de sua sina, se o contrato principal é nulo, ineficaz, igualmente será o acessório (nulo contrato de locação, nula a fiança) Em contrapartida se a fiança for ineficaz, por um defeito qualquer (prescrição), a nulidade do acessório não contamina o principal.

exemplos: fiança.

“Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.“

“Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.”

QUANTO AO MOMENTO DA PRODUÇÃO DE SEUS EFEITOS

CONTRATO DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA - É aquele que se esgota num só instante, mediante uma única prestação (cumprida a obrigação, exaurem-se):

Exemplos: compra e venda de bem móvel à vista e a troca.

“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.”

CONTRATO DE EXECUÇÃO DIFERIDA NO FUTURO - É aquele que uma das partes (ou ambas) deve(m) cumprir sua(s) obrigação (ões) em tempo futuro, se protraindo num espaço mais ou menos longo de tempo.

Exemplo: Compra e venda à prazo, locação.

DA DISTINÇÃO DOS CONTRATOS DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA E DIFERIDA NO TEMPO, DECORREM IMPORTANTES CONSEQUÊNCIAS DE ORDEM PRÁTICA:

a) Nos sistemas que admitem a revisão dos contratos pelo juiz, por acolherem a teoria da imprevisão (circunstâncias imprevisíveis que acarretam onerosidade para uma das partes), esta só incide sobre os contratos de execução diferida no futuro - cláusula “rebus sic stantibus” (assim como estão as coisas - mesmo estado das coisas) “CONTRACTUS QUI HABENT TRACTU SUCESSIVUM ET DEPENDENTIAM DE FUTURO REBUS SIC STANTIBUS INTELLIGUNTUR” (Contrato que possui trato sucessivo depende seja sempre interpretado a partir do princípio - como estão as coisas) TRADUÇÃO LIVRE;

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b) simultaneidade, somente nos contratos instantâneos podem as partes exigir o cumprimento simultâneo das prestações; portanto, não se faculta ao contratante que deva produzir em primeiro lugar sua prestação, em contrato de execução diferida no futuro, defender-se pela “exceptio non adimpleti contractus”, recusando-se a cumprir sua obrigação, sob a alegação de que a outra parte não cumpriu a dela;

c) a nulidade do contrato de execução contínua não afeta os efeitos já produzidos.

QUANTO AO SEU OBJETO

CONTRATO PRELIMINAR - É aquele cujo objeto reside sempre na realização de um contrato definitivo (pacto de contrahendo - obrigação de contratar). Também denominado pré-contrato, promessa de contrato, compromisso ou contrato preparatório (462).

- O motivo de sua enorme difusão na vida moderna se encontra na considerável utilidade prática que oferece, pois, não raro, convém às partes, a quem interessa um contrato, adiar sua efetivação, sem risco de perdê-lo. -

PRESSUPOSTOS: agentes capazes, objeto lícito e forma não proibida por lei; EFICÁCIA: tornar obrigatória a celebração de outro contrato;

EXTINÇÃO: pelo cumprimento da promessa, inadimplemento do promitente (indenização) e pelo distrato.

Exemplo: Contrato de incorporação Lei n.º 4.591/64 (promessa da compra do terreno e promessa de dispor de apartamentos que nem sequer foram iniciados), promessa de compra e venda.

CONTRATO DEFINITIVO - É aquele que tem por objeto, como é óbvio, criar vários tipos de obrigações para os contraentes, e as partes a ele recorrem para obter um fim típico em questão.

Exemplos: compra e venda (impõe ao devedor o mister de entregar as coisas e ao comprador o de entregar o preço;

Locação de coisas (obriga o locador a garantir ao locatário o uso pacífico da coisa e o locatário o de pagar os alugueres ao senhorio).

Referências

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