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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE CURITIBANOS CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA. Morgana Dayane Grobe

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE CURITIBANOS

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Morgana Dayane Grobe

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório em Avicultura de Corte

Curitibanos 2020

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Morgana Dayane Grobe

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório em Avicultura de Corte

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório para a Conclusão do Curso de Graduação em Medicina Veterinária do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária.

Orientador: Profª. Drª Aline Félix Schneider Bedin

Curitibanos 2020

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Morgana Dayane Grobe

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório em Avicultura de Corte

Este relatório foi apresentado ao Curso de graduação em Medicina Veterinária, do Centro de Ciências Rurais, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a obtenção

do título de Médico Veterinário e julgado aprovado em defesa pública realizada no dia 22/09/2020

Curitibanos, 22 de Setembro de 2020.

________________________ Prof. Dr. Malcon Andrei Martinez Pereira

Coordenador do Curso Banca Examinadora:

________________________ Prof.(a) Dr.(a) Aline Félix Schneider Bedin

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof.(a) Dr.(a) Francielli Cordeiro Zimermann Avaliadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof. Dr. Álvaro Menin

Avaliador

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que permitiu a realização do sonho de cursar Medicina Veterinária, que me manteve viva e forte para que enfrentasse todas as dificuldades e desfrutasse das vitórias. Uma vida sem Deus, é uma vida vazia!

À minha família, em especial meu pai amado Jorge Roberto Grobe, ele é meu maior exemplo de vida e o que sempre me apoiou. Te amo!

Ao meu amor querido Luiz Vinicius Figueroa, que me aguentou literalmente, nos sorrisos e nervosismos, e que me ajudou a enfrentar tudo da melhor forma, com palavras e atitudes sinceras. Te amo!

À UFSC, pela oportunidade de cursar o curso mais maravilhoso e inspirador de todos, a Medicina Veterinária, o qual tenho muito orgulho e amor! Obrigada.

À minha orientadora Aline Félix Schneider Bedin, que não só me orientou tecnicamente, mas emocionalmente, sendo de importância ímpar para eu chegar até aqui. Obrigada prof, você é incrível, te admiro!

À todos meu professores do curso, em especial: Giuliano Moraes Figueiró, Grasiela Rossi de Bastiani e Álvaro Menin. Vocês proporcionaram momentos de descontração que tornaram meus dias mais leves. Obrigada por todos os conselhos de vida e todo o apoio. Estão guardados no meu coração, adoro vocês!

Aos meus colegas que se tornaram irmãos nessa caminhada da vida: Eliane Duarte, Thauany Maffini, Vanusa Kluger, Laura Cappellaro, Edivaldo Dognani. Vocês tornaram essa fase da minha vida muito mais alegre! Obrigada, amo vocês!

À Empresa Brasil Foods, pela oportunidade de estágio, que foi um presente na minha vida, e aprendi muito sobre a cadeia produtiva da avicultura de corte. Obrigada por proporcionar a vivência prática de tudo isso e pelo crescimento profissional!

Aos profissionais que conheci na BRF: Cristina Mengato, Robert Castro, Andreia Gheller, Matheus, Sandro, Invitti, Roberto, Marta, Rafa F; Rafa M; Prado; Oberdan, e todos os outros não citados aqui, mas de alguma forma foram importantes nessa fase e sempre estiveram dispostos a me ensinar e auxiliar no que precisei. Obrigada pessoal!

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RESUMO

O presente relatório tem por finalidade descrever as atividades realizadas durante o estágio curricular obrigatório para a conclusão do curso de Medicina Veterinária. O estágio foi realizado na empresa Brasil Foods, com frangos de corte, pertencente ao departamento da Agropecuária, localizado na cidade de Videira/SC. Foi supervisionado pela Médica Veterinária Cristina Mengato, supervisora do setor, e pela professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Aline Félix Schneider Bedin. Foram descritas as atividades rotineiras desde o setor das matrizes, incubatório e nos frangos de corte. No setor de frangos de corte, foi dado ênfase nas práticas de biosseguridade, manejo nutricional, sanidade e de todos os manejos realizados nas visitas técnicas acompanhadas pelos extensionistas. O estágio foi de grande importância tanto em termos téoricos quanto práticos, bem como a vivência de relacionamento com pessoas e trabalho em equipe no âmbito profissional.

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ABSTRACT

The purpose of this report is to describe activities performed during mandatory curricular internship to complete Veterinary Medicine course. The internship was carried out at Brasil Foods, with a broiler chicken, belonging to the Agriculture and Livestock Department, located at city of Videira / SC. He was supervised by Veterinary Doctor Cristina Mengato, sector supervisor, and by professor at the Federal University of Santa Catarina, Aline Félix Schneider Bedin. They were described as routine activities in the sector of breeding hens, hatchery and broilers. In broiler chicken sector, emphasis was placed on biosafety practices, nutritional manual, health and all managements made during technical visits accompanied by extension workers. The internship was of great importance both in theoretical and practical terms, as well as the experience of relationships with people and teamwork in professional field.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ciclo produtivo em frangos de corte...17 Figura 2 - Diferenciação do sexo dos pintos pelo empenamento...26 Figura 3 - Mesa de ovoscopia para diferenciação de ovos férteis de inférteis...27 Figura 4 - Teste do papinho. O pinto a esquerda tem o papo cheio e redondo, enquanto o da direita está com o papo vazio...36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Setores visitados com a carga horária realizada durante o período de estágio na

BRF- Videira (SC)...17

Tabela 2 – Rações das matrizes na fase de recria...21

Tabela 3 – Rações das matrizes na fase de produção...21

Tabela 4 – Regulagem de bebedouros tipo nipple...33

Tabela 5 - Programa de luz para frangos do tipo Griller...34

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BRF Brasil Foods

EPI’S Equipamentos de Proteção Individual FAL Ficha de Acompanhamento do Lote IN Instrução Normativa

MAPA Ministério da Agricultura RAC Rotoacelerador

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...15

2 A CONCEDENTE...16

3 ATIVIDADES REALIZADAS... 17

3.1 MATRIZES...18

3.1.1 Critérios de Seleção e Manejos... 18

3.1.2 Alimentação... 21

3.1.3 Biosseguridade...21

3.2 INCUBATÓRIO... 23

3.2.1 Processo de produção de pintos... 24

3.2.1.1 Processamento de ovos e Incubação...24

3.2.1.2 Transferência e Nascimento...25

3.2.1.3 Processamento de Pintos e Expedição...25

3.2.1.4 Monitorias e Análises...26

3.3 FRANGOS DE CORTE...29

3.3.1 Biosseguridade...29

3.3.1.1 Procedimentos de Visita...29

3.3.1.2 Acesso à propriedade...30

3.3.1.3 Delimitações externas da área de biosseguridade...30

3.3.1.4 Destino de resíduos e animais mortos... 31

3.3.1.5 Controle de insetos e roedores...31

3.3.2 Manejo das aves... 32

3.3.2.1 Recebimento dos pintos...32

3.3.2.2 Manejo da água... 32

3.3.2.3 Manejo das rações... 33

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3.3.3 Visitas Técnicas... 34 3.3.3.1 Pré-Alojamento... 34 3.3.3.2 Alojamento... 35 3.3.3.3 Rotina... 37 3.3.3.4 Propés... 37 3.3.3.5 Pré - Abate... 38

3.3.3.6 Intervalo entre lotes... 39

3.3.4 Monitorias Sanitárias... 39

4 CONCLUSÃO... 41

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15 1 INTRODUÇÃO

A avicultura brasileira se posiciona como uma atividade de grande sucesso ao longo dos últimos anos, sendo de suma importância sócio econômica ao Brasil, e apresentando grande competitividade no mercado mundial. Segundo o Ministério da Agricultura, a utilização de sistemas de planejamento, associados a novas tecnologias, reflete-se no acelerado crescimento desta atividade no país, tornando-o o maior exportador de carne de frango do mundo, assim como o terceiro maior produtor mundial (MAPA , 2020).

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, a produção brasileira de carne de frango deverá crescer entre 4% e 5% em 2020, podendo chegar a 13,7 milhões de toneladas. Quanto as exportações, as expectativas de crescimento giram entre 3% e 6%, devendo atingir as 4,5 milhões de toneladas. O aumento das exportações são impulsionadas pela demanda mundial, devido as consequências negativas decorrentes da gripe aviária e peste suína africana na Ásia (ABPA, 2019).

A cadeia produtiva da avicultura de corte é composta pela junção dos setores: casas genéticas, avozeiro, matrizeiro, incubatório/nascedouro, aviário, frigorífico, varejista e consumidor final, bem como, está interligada com outros fatores (pesquisa e avanços genéticos, medicamentos, equipamentos, ração e outros insumos). O avozeiro é o primeiro elo da atividade, onde se tem as galinhas avós, providas a partir da importação de ovos das linhagens avós, que serão cruzadas para produzir as matrizes que, por sua vez, vão gerar os pintos comerciais criados para o abate (MICHELS & GORDIN, 2004).

Buscando uma experiência prática para interligar o conhecimento téorico de toda a cadeia produtiva da avicultura de corte, buscou-se a realização do estágio em uma empresa que permitisse a vivência em alguns desses elos. O estágio curricular obrigatório foi realizado na empresa Brasil Foods, unidade de Videira/SC, no setor de avicultura. Foi supervisionado pela Cristina Mengato - Médica Veterinária e Supervisora do departamento de frangos de corte, e orientado pela professora da instituição, Aline Félix Schneider Bedin. O período de estágio foi do dia 06 de março até 14 de julho de 2020, com carga horária semanal de 40 horas, totalizando 696 horas.

Este relatório tem por objetivo apresentar as atividades desenvolvidas pela acadêmica durante o período de estágio, ressaltando as principais experiências práticas presenciadas, no setor de avicultura da empresa BRF - Unidade de Videira/SC.

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16 2 A CONCEDENTE

Em 1930, na cidade de Videira/SC, surge a empresa Perdigão, um pequeno negócio fundado por duas famílias de imigrantes italianos. Na década seguinte, em Concórdia/SC, nasce outro negócio, a Sadia. Em 2009, a fusão dessas duas empresas, fundou a Brasil Foods, um dos maiores complexos agroindustriais do mundo (BRF S/A, 2019).

A Brasil Foods é uma empresa de referência no setor alimentício, sendo a maior exportadora global de frango. Presente em 140 países, 80 anos de história e com um portifólio de mais de 20 marcas, como a Perdigão, Sadia e Qualy. Possui em torno de 37 fábricas, com 32 no Brasil e 5 no exterior. Com 47 centros de distribuição, 20 no Brasil e 27 no exterior (BRF S/A, 2019).

A BRF possui uma estrutura de integração total, chamada de integração vertical, no qual todos os pontos que envolvem a cadeia tanto de aves como de suínos, são de controle e responsabilidade da empresa. Assim, consegue-se garantir a qualidade, segurança e gestão dos produtos e atividades do setor (BRF S/A, 2019).

A concedente fornece ao produtor integrado os animais, a alimentação, a assistência técnica, o transporte, o abate e todos os produtos necessários para a criação dos animais. O integrado se responsabiliza em fornecer as instalações que atendam aos conceitos de higiene, mão de obra, bem-estar e qualidade de vida dos animais. A partir daí, todo o processo é acompanhado e controlado para que os produtos atendam à legislação do Brasil e de outros países pelo mundo. Entre os principais itens de cuidados, estão: manejo; alimentação; assistência veterinária; check list da produção e a biosseguridade (BRF S/A, 2019).

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17 3 ATIVIDADES REALIZADAS

A BRF possui o ciclo produtivo completo de frangos de corte (Figura 1). A empresa Aviagen, que produz aves com genótipo Ross, fornece as avós com um dia de idade, que são alojadas nos avozeiros e que irão produzir as matrizes, as quais serão alocadas em oito granjas distintas e integradas da empresa. Os ovos produzidos são encaminhados aos incubatórios até o nascimento dos pintos. A partir de um dia de idade, são encaminhados para as granjas de frangos de corte, onde permanecem até os 30 dias de idade e em seguida, são abatidos no frigorífico. Durante o estágio, foi permitido acompanhar as atividades desenvolvidas nas granjas das matrizes, incubatórios e nos frangos de corte.

Figura 1. Ciclo produtivo em frangos de corte.

Fonte: Adaptado de Brf (2019).

Durante o estágio foi seguido um cronograma de atividades propostas pela empresa para participação das atividades rotineiras de alguns dos setores da cadeia de avicultura de corte (Tabela 1).

Tabela 1. Setores visitados com a carga horária realizada durante o período de estágio na BRF-Videira (SC).

Setores Carga horária (horas)

Matrizes 88 Home Office 160 Incubatório 200 Frangos de corte 248 Total 696 Fonte: Autor (2020).

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18 3.1 MATRIZES

Foram acompanhadas algumas das atividades rotineiras nas granjas de matrizes integradas da empresa. A BRF da unidade de Videira/SC possui integração com oito granjas de matrizes, distribuídas em núcleos de recria e núcleos de produção.

3.1.1 Critérios de Seleção e Manejos

Nos núcleos de recria as aves permanecem um período de 22 semanas em aviários do tipo Dark house e são alocadas por sexo, idade e peso. As categorias de peso determinadas são: super leves; leves; médias e pesadas. As fêmeas são submetidas a cinco seleções de peso, nas idades (1; 4; 6; 11; 17 semanas), já os machos são selecionados em até sete vezes, nas idades (1; 2; 4; 7; 10; 14; 17; 20 semanas) e assim, são distribuídos nas categorias de peso. Intercalando-se as semanas de seleção de peso, faz-se uma seleção visual, que consiste em eliminar aves com: problemas locomotores, artrites, ascites, bicos tortos; tamanho corporal desproporcional aos restantes. Outra situação de descarte são erros de sexagem, que ocorrem por erros na separação por sexo, que se considera como um macho o que seria uma fêmea, ou vice-versa.

O que se objetiva na fase de recria é a uniformidade do lote, que é expressa como percentual de aves que se enquadra em uma determinada faixa (o ideal é de +/- 10%) em torno da média do peso corporal do lote (AVIAGEN, 2018). Quanto maior o número de aves dentro dessa faixa de peso, maior a uniformidade do lote e menor a necessidade de seleção. Na fase de recria, se tem como ideal que fêmeas com quatro semanas de idade, possuam em torno de 490 gramas, e machos em torno de 800 gramas. Corrigir ganhos de peso corporal durante este período garantirá às fêmeas uma transição uniforme para a maturidade sexual e a produção de ovos e, nos machos, reforçará uma condição física ótima e uniforme, e benefícios em fertilidade. Além disso, minimizar a variabilidade dentro de um lote facilita o manejo uma vez que todas as aves respondem de maneira similar a fatores de manejo como estímulo de luz e na alimentação.

Com 21 semanas de idade, os galos são transferidos para os núcleos de produção, uma semana antes das fêmeas para se adaptarem aos novos comedouros e ambiência. São separados em box distintos de acordo com suas classificações de peso. As fêmeas são

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19 transferidas com 22 semanas de idade junto com os machos, em aviários com ninhos do tipo convencional ou também, em núcleos com ninhos do tipo automático.

Os machos também recebem seleções de peso e além disso, de escore de peito (com escala de 1 a 5), sendo que peito 1 é considerado fino; peito 2 e 3, considerados ideais/desejados; peito 4 e 5 já estão acima do considerado ideal, pois não terão longevidade e atividade sexual adequada até o final do ciclo. Medidas do comprimento do tarso também são verificadas, sendo que o preconizado é de 11 cm. Tanto o peso, como o escore de peito e o comprimento de tarso, são consideradas variáveis importantes para uma boa uniformidade e produtividade do lote. Em contribuição, se faz monitorações das atividades reprodutivas dos machos, através da observação da coloração da cloaca, sendo que a apresentação bem avermelhada significa um galo bem ativo, além disso, a coloração do tarso avermelhada também é condizente com a atividade sexual do galo.

Em relação as fêmeas, o foco está na produção de ovos. Considera-se como o início da produção quando o lote atingir 5% de produção, o que ocorre em torno de 25 semanas de idade. A partir daí segue-se metas de produção através do uso de indicadores como: produção de ovos da semana; ovos totais; aproveitamento semanal; ovos de ninho; ovos de cama; entre outros. Conforme os valores são apresentados, adotam-se medidas de manejo para adequações, por exemplo, se tiver alto índice de ovos trincados, são verificados as quantidades de maravalha depositados nos ninhos; quantas coletas são realizadas pela manhã, sendo que o ideal são no mínimo três pela manhã e duas a tarde; quantidade de ovos presentes em cada ninho; quantidade de ovos que os funcionários pegam na mão, entre outras verificações. Em relação a contaminação dos ovos: analisa-se a porcentagem de ovos de cama; em aviários com ninho automático é verificado se o equipamento que faz a esteira funcionar está com presença de poeira ou excesso de cama; se os tapetes estão em boas condições de higiene, ou seja, sem excretas; se faz análise dos procedimentos após a coleta dos ovos, como são classificados e se é realizado a limpeza e desinfecção correta dos ovos, entre outros.

Quanto a critérios de manejo de ambiência, observa-se a ventilação do ambiente, principalmente porque a linhagem Ross tem grande exigência quanto a temperatura e não tolera grandes correntes de ar, principalmente na fase de produção, e quando havia, verificava-se que as aves permaneciam mais agrupadas e em baixo dos ninhos. Umas das orientações sugeridas diante dessa situação, é o levantamento das cortinas, principalmente no início da manhã até que a temperatura se torne agradável para as aves. Em relação a luminosidade, se tem grande atenção e controle nos núcleos de recria, que se mantem nos

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20 aviários tipo Dark house, com um intensidade luminosa de 3 a 5 lux, para que quando as aves cheguem na fase produção, o estímulo luminoso seja eficiente.

Outro fator de grande atenção é o fluxo e temperatura da água (o ideal é que esteja em 20ºC, clorada em 3 a 5 ppm), e que é analisado pelo toque nos nipples e presença ou não de água nas tacinhas dos bebedouros tipo nipple, assim, caso necessitasse de alterações, o fluxo era regulado nos pressurizadores. Isso tudo se interliga a qualidade da cama, pois, a presença excessiva de água nas tacinhas e vazamentos deixam a cama muito úmida, afetando a qualidade e provocando enfermidades nas aves, e assim acarretando em descarte desses animais. Então, no intuito de avaliar a cama, foram realizadas caminhadas por todo o local do aviário verificando quantidade, distribuição e qualidade das mesmas.

Quanto ao manejo dos ovos, são realizadas coletas após a alimentação das aves, os ovos são colocados em carrinhos e enviados para identificação, seleção e classificação, para posteriormente serem desinfetados em câmaras com paraformol e enviados para o incubatório. Os ovos comerciais são desinfetados com ácido peracético.

Os ovos incubáveis são identificados na cor azul com as informações: nome da granja; número do lote; data da postura (dia/mês); classificador. Denomina-se ovos “x” todo o ovo com pequenas sujidades, produzido ou não no ninho e que será aproveitado para incubação mediante limpeza efetuada na casca, com posterior desinfecção. Os ovos “x” de cama são identificados em vermelho, e os ovos “x” de ninho em preto. Os ovos trincados; de casca fina, tortos, muito pequenos ou muito grandes, ou seja, ovos que não são considerados incubáveis, são novamente selecionados para destino comercial, utilizados em indústrias para ração animal.

Esporadicamente, se faz necropsias de algumas aves visualmente consideradas “atrasadas” e improdutivas. Nelas, se observa o desenvolvimento folicular e quantidade de gordura abdominal, em que se deseja em aves produtivas, em torno de oito folículos principais e 2,5% de gordura abdominal em relação ao peso vivo, que garantirão uma boa produção de ovos. Para essas aves “atrasadas” e improdutivas, se recomenda a alocação em box chamados de “Box de recuperação”, com intuito de recuperarem peso e se adequarem ao nível produtivo do lote.

Por fim, a produção tem duração em torno de 42 semanas, sendo que o pico de produção ocorrem no intervalo de 28 a 31 semanas de idade. Após o término do ciclo produtivo, as aves são enviadas para o abate e é realizado o vazio sanitário dos aviários para posterior entrada de um novo lote.

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21 3.1.2 Alimentação

Na fase de recria, tem-se um programa de arraçoamento que segue uma quantidade determinada e restrita, com formulações específicas de acordo com a idade da ave (Tabela 2). Tabela 2. Rações das matrizes na fase de recria.

Tipos de rações na fase de recria Idade (semanas)

Inicial 0 -4

Crescimento 5-17

Pré-Postura 18-24

Fonte: Adaptado de Brf (2019).

Na fase de produção, as aves também recebem rações de acordo com sua idade e de forma diária (Tabela 3).

Tabela 3. Rações das matrizes na fase de produção.

Tipos de rações na fase de produção Idade (semanas)

Postura I 25 a 36

Postura II 37 a 50

Postura III 51 ao abate

Fonte: Adaptado de Brf (2019).

Em ambas as fases, trabalha-se com um controle de grama/ave/dia (GAD) mediante o qual se incrementa com 2 a 3 gramas de ração para ajustar o peso das aves. Os galos, além do GAD, recebem pequenas quantidades adicionais de ração, que são denominadas “lanches”, objetivando recuperar peso e ajustar escores de peito.

3.1.3 Biosseguridade

Um fator de grande destaque na criação de matrizes são os cuidados com a biosseguridade e a importância dada para a longevidade e segurança dos animais. O sanitarista tem a responsabilidade de organizar toda a programação e rotina das vacinas

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22 aplicadas nas aves, em que se tem maior atenção na fase de recria, visando a prevenção de doenças.

Antes de entrar na granja, o visitante responde um questionário que consiste em verificar o atendimento ao vazio sanitário que deve ser de no mínimo 72 horas, sem contato com outras aves e suínos, bem como, sobre o estado de saúde da pessoa. Além disso, o visitante recebe treinamento de banho, que consiste em uma série de passos criteriosos para uma higiene adequada. As vestimentas são fornecidas pelas granjas e específicas para o manejo com os animais. Para cada entrada nos aviários, é necessário a lavagem das botas, realização de pedilúvio, lavagem das mãos com sabão e desinfecção com álcool em gel, e em seguida pisar em um recipiente com cal. Para a saída do local, também é necessário higienizar as mãos e as botas.

Quanto a entrada e saída e de veículos na granja há grande rigorosidade. Não é permitido que caminhões de ração adentrem as granjas, por motivos de contaminação, e para entrada de veículos necessários, como caminhões de maravalhas; de transporte de ovos, por exemplo, se tem uma planilha específica com todas as placas dos veículos permitidos e nomes das pessoas que devem estar dirigindo-os, visando garantir o status sanitário.

Além desses fatores, para controle de pragas, como roedores, os funcionários são treinados para realizarem vistorias nas granjas e manutenção de iscas, que devem ser registradas em planilhas de controle. Tudo isso, segue uma fiscalização realizada pelo sanitarista do setor das matrizes.

Para certificação sanitária do plantel, controle e vigilância das principais doenças avícolas, como Influenza Aviária; Doença de Newcastle; Salmoneloses (Salmonella Gallinarum; Salmonella Pullorum; Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium) e Micoplasmoses (Mycoplasma gallisepticum; Mycoplasma Synoviae; Mycoplasma

melleagridis (para perus)) de acordo com as exigências o Plano Nacional de Sanidade Avícola

- PNSA, que é atualmente coordenado pela Divisão de Sanidade das Aves do Ministério da Agricultura (MAPA), são realizadas coletas em diferentes idades das matrizes. Essas coletas consistem em amostras de soro, sendo necessárias 300 amostras na fase de recria e 150 na fase de produção em cada núcleo; coletas de fezes, sendo 100 amostras de fezes por aviário. Essas amostras são enviadas para o laboratório Cedisa, credenciado pelo MAPA e localizado na cidade de Concórdia/SC, objetivando a pesquisa e diagnóstico principalmente de patologias como Micoplasma gallisepticum, Micoplasma synoviae, Salmonella. A empresa também faz coletas para controle próprio, ou seja, analisam no próprio laboratório. Para isso,

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23 são coletados órgãos como fígado, baço, coração e junção ileo-cecal de cinco aves/aviário. Também se faz coleta de sangue, em torno de 30 amostras, além de coletas de propés da cama de aviário; dos silos das rações; dos caminhões de transporte, visando a detecção tanto de salmonellas Paratíficas, ou seja, presente no ambiente, como as Tíficas, presente nas aves.

Outras práticas que envolvem a biosseguridade do lote, são as Boas Práticas de Produção (BPP) e o programa 5 S. Para análise das BPP’s, o extensionista responsável pela granja preenche um formulário que funciona como check list com questões relacionadas as atividades da granja, que recebem pontuações e faz-se uma análise final da nota. Dependendo da nota obtida, desenvolve-se um plano de ação para corrigir medidas necessárias. O programa 5 S também consiste em um questionário que visa avaliar cinco pontos das granjas: Seleção; Ordenação; Limpeza; Bem Estar e Auto Disciplina. Ao final, tem-se notas de pontuação e avaliação do que é necessário adequar.

3.2 INCUBATÓRIO

A unidade da BRF, na região de Videira possui dois incubatórios, sendo que um recebe ovos de matrizes mais jovens (25 até 44 semanas), com capacidade de incubar 165.888 ovos por dia, e o outro recebe ovos de matrizes a partir das 38 semanas, incubando em torno de 330.240 ovos por dia. As máquinas incubadoras são do tipo prateleira e carro respectivamente, ambos de múltiplos estágios. No incubatório de menor capacidade, a estrutura é constituída de duas salas de ovos, duas salas de pré-aquecimento, seis salas de incubação com quatro incubadoras, totalizando 24 máquinas, e seis salas com quatro nascedouros/sala, totalizando 24 máquinas. No incubatório de maior capacidade, a estrutura conta com uma sala de ovos, seis salas de incubação com oito incubadoras/sala, totalizando 48 máquinas, e 48 nascedouros. Para entrar no incubatório é necessário responder um questionário relacionado as condições de saúde do visitante e se houve contato com outras aves, como forma de controle sanitário e de biosseguridade. Assim, como nos matrizeiros, também há a necessidade de tomar banho e vestir roupas específicas relacionadas às atividades internas.

A área interna do incubatório é delimitada em área limpa e suja. A área limpa compreende a recepção de ovos; sala de ovos; sala de preparo de vacinas; escritórios; sala de incubação. Os colaboradores que trabalham nessa área, vestem uniforme de cor branca. Já, a área suja, é composta pela sala de nascimento; sala de coleta de pintos; sexagem; sala de

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24 lavagem de caixas de eclosão e pintos e sala de expedição de pintos. Os uniformes utilizados pelos colaboradores são de cor azul royal.

3.2.1 Processo de produção de pintos

O processo de produção de pintos é subdivido em diversas etapas: Processamento de ovos; Incubação; Transferência; Nascimento; Processamento de Pintos e Monitorias.

3.2.1.1 Processamento de ovos e Incubação

O incubatório segue um fluxo direto de produção e rotina, sendo que, os ovos que são retirados das granjas, são transportados até o incubatório, e encaminhados primeiramente para a sala de ovos. Nessa sala, os ovos ficam de 3 a 7 dias, condicionados em temperatura de 17 a 19 °C. Os ovos já são identificados nos matrizeiros, então, eles são organizados nos carrinhos que serão enviados para as incubadoras de acordo com os dias de estoque. Para os ovos classificados como “x” de cama e “x” de ninho, a recomendação é que sejam alocados nas partes inferiores dos carros e ou prateleiras.

Na sala de ovos, algumas bandejas são separadas e identificadas para avaliações e controle de qualidade, como: análise de qualidade de ovos (AQO); perda de umidade dos ovos; ovoscopia/teste de fertilidade; exame de resíduos; identificação de bandejas para posterior análise das janelas de nascimento (todas as análises são explicadas no item 3.2.1.4 Monitorias

e Análises).

Após as análises e separação das bandejas de acordo com o lote e idade, as mesmas são enviadas à sala de pré-incubação durante 8 horas, com temperatura em torno de 26 a 28°C, com finalidade de pré aquecer os ovos. Em seguida, são encaminhados para as incubadoras, durante 19 dias, os quais são submetidos a 37,5°C ou 99,5 °F, ventilação e umidade controlada e viragens periódicas. A viragem dos ovos na máquina é realizada até o final da incubação, sendo a inclinação máxima de 45° e mínima de 43º para incubadoras de prateleiras e mínima de 40° para incubadoras tipo carros, com acionamento de esquerda para direita, de hora em hora, com finalidade do embrião não aderir na casca do ovo e não afetar o seu desenvolvimento.

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25 3.2.1.2 Transferência e Nascimento

Após a incubação, os ovos são retirados das máquinas incubadoras e transferidos para os nascedouros. Antes disso, todos os ovos são vacinados, para proteção contra as doenças de Marek, Gumboro e Bouba aviária. Além disso, as bandejas com os ovos que foram identificadas na sala de ovos, para avaliação de perda de umidade, são novamente pesadas.

Após as vacinações, os ovos são colocados em caixas dentro dos nascedouros correspondentes ao mesmo número das incubadoras, durante 48 horas com temperatura controla e mantida a 36,5ºC ou 98°F, e umidade de 90°F, objetivando manter uma temperatura de cloaca dos pintos de 39,4 a 40,5ºC ou 103 a 105 °F.

Nessa fase de nascimento, são avaliadas as janelas de nascimentos e também realizada a determinação da Relação Peso Ovo x Relação Peso Pinto (análises explicadas no item 3.2.1.4

Monitorias e Análises). Findas as análises, os pintos passam para a etapa de processamento e

expedição.

3.2.1.3 Processamento de Pintos e Expedição

Após o período de nascimento, os pintos são encaminhados a sala de coleta, que separa as cascas, ovos não eclodidos e faz uma pré-seleção e descarte de pintos inviáveis, ou seja, que não possuem condições de sobrevivência.

O método de eliminação dos pintos ou ovos embrionados, é através da maceração (triturador), um método aceito do ponto de vista de bem-estar animal e por legislação (União Europeia). A maceração é realizada através da utilização de um aparelho mecânico, com pás rotativas que provoca a morte instantânea de aves e ovos embrionados. Os responsáveis por executar a maceração, são pessoas treinadas e capacitadas.

Em seguida, os pintos considerados viáveis são sexados, através da avaliação do empenamento das asas, no qual fêmeas apresentam as penas secundárias sempre mais curtas que as primárias, e nos machos as penas secundárias sempre são do mesmo tamanho que as primárias (Figura 2), e novamente recebem uma segunda triagem e descarte de aves consideradas inviáveis ou de segunda qualidade, ou seja, que influenciam na mortalidade da primeira semana no campo. Portanto, são descartadas aves com umbigo mal cicatrizado, bico torto ou cruzado e com deformidades físicas.

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26 Figura 2 - Diferenciação do sexo dos pintos pelo empenamento.

Fonte: Pawlisch (2020).

As aves são colocadas em bandejas (100 pintos/bandeja), em pilhas de 10 bandejas, sendo as fêmeas em bandejas na cor branca e machos na cor azul. Posteriormente, as aves são vacinadas via spray contra Bronquite infecciosa, no qual é utilizado 20 ml/caixa.

Após a vacina, os animais estão prontos para o embarque e transporte, e todo esse processo desde o nascimento até o embarque é preconizado ocorrer em até no máximo seis horas. Com intuito de evitar a desidratação dos pintos a temperatura da sala é mantida em 25ºC e umidade relativa entre 55% e 60%.

Para formação de lotes, os incubatórios possuem uma ficha controle que contem todas as informações necessárias sobre a distribuição dos pintos, priorizando a formação de lotes puros, ou seja, uma única origem de núcleo de matrizes.

3.2.1.4 Monitorias e Análises

Os incubatórios seguem protocolos de monitorias requisitadas tanto pela empresa quanto pelo Ministério da Agricultura, sendo elas:

Análise de controle de Salmonella spp: é realizada em cada lote recebido, todos os dias, no nascedouro, antes da coleta dos pintos. São coletados amostras de penugens, resíduos de incubação e propé das caixas. Além disso, mensalmente, são coletados 100 ovos de cada lote com 18 dias de incubação, para avaliação do embrião e pesquisa de Salmonellas móveis e imóveis (Pullorum e Gallinarum). Essas amostras são encaminhadas e analisadas no laboratório da BRF.

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27 Quanto ao Programa Nacional de Sanidade Avícola, é exigido análises que são realizadas quando as matrizes possuem idade de 26; 36; 48 e 60 semanas. Nas 26 semanas de idade das matrizes é necessário a coleta de 150 ovos bicados dos nascedouros, 04 pools de mecônio com 50 ml. Nas idades de 36; 48 e 60 semanas, deve ser coletado 20 ovos bicados do nascedouro e 1 pool de mecônio. Todas essas amostras são encaminhadas para o laboratório Cedisa, credenciado pelo MAPA, localizado em Concórdia/SC.

Quanto as análises rotineiras dos incubatórios, são elas:

Análise da qualidade dos ovos (AQO): realizada na sala de ovos, uma vez por semana, separando 8% da postura total do dia e do lote, para verificação e contagem de ovos trincados; virados; “x” de cama e de ninho; tortos; de casca fina; de tamanho e peso inadequados para incubação. Para a análise, é necessário um ambiente escuro, com auxílio de uma lâmpada.

Ovoscopia/ Teste de Fertilidade: realizada na sala de incubação, nos ovos com 10 dias de incubação, que visa avaliar a fertilidade dos embriões, através uso de uma lâmpada em ambiente escuro (Figura 3), objetivando determinar e separar ovos férteis dos inférteis. Para isso são separados 10 bandejas de cada lote, uma vez por semana. Os ovos inférteis são enviados para o exame de resíduos, e os férteis seguem para a continuidade da incubação.

Figura 3. Mesa de ovoscopia para diferenciação de ovos férteis de inférteis

Fonte: Aviagen (2010).

Exame de Resíduos/ Embriodiagnóstico: tem por finalidade avaliar a fase que ocorreu a mortalidade embrionária. É realizado após a ovoscopia e também após o nascimento dos pintos. Os ovos considerados inférteis na ovoscopia são quebrados e avaliados para receberem uma classificação do período que ocorreu a mortalidade do embrião (inférteis; mortalidade

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0-28 4 e 5-10 dias). Além disso, após o nascimento dos ovos, uma vez por semana, 10 caixas de cada lote são separadas para: avaliação e contagem de pintos de “segunda qualidade”; avaliação e classificação da fase de mortalidade embrionária em (0 - 4; 5 - 10; 11 - 17; 18 - 21 dias); quantidade de ovos bicados vivos; bicados mortos; com contaminação fúngica e bacteriana. As quantidades de cada classificação são anotadas em uma ficha específica para serem reportadas aos responsáveis pelas matrizes do lote para controles e ajustes necessários.

Controle de perda de umidade dos ovos: na sala de ovos, quatro bandejas de 96 ovos e cinco bandejas de 86 ovos (depende do tipo de bandeja que cada incubatório possui) são separadas, identificadas e pesadas no primeiro dia de recebimento dos ovos e no dia da transferência dos ovos, ou seja, após o período de incubação, visando determinar a perda de peso dos ovos nesse período. A umidade de incubação deve proporcionar uma perda de peso dos ovos até a transferência, entre 12 a 13 %. É necessária uma adequada perda de peso durante a incubação para uma melhor eclosão e qualidade dos pintos. Essa perda assegura que a câmara de ar seja grande o suficiente para permitir o nascimento de pintos de qualidade.

Cálculo da % de Perda de de umidade dos ovos: [ (Peso médio dos ovos da bandeja amostrada após a incubação / peso médio dos ovos da bandeja amostrados antes da incubação) x 100] - 100.

Janela de nascimento: na sala de ovos são separadas e identificadas três bandejas para essa avaliação, essa análise só será realizada na fase de nascimento dos ovos, que consiste avaliar e contar quantos ovos eclodiram 24 e 12 horas antes do término do período de nascimento. Uma janela de nascimento considerada ideal 24 h antes da coleta deve conter uma faixa de 20 a 30 % dos pintos nascidos e a janela de 12 horas antes da coleta deve possuir em até 75% dos pintos nascidos. O número de ovos eclodidos são anotados em planilhas para posterior cálculo da taxa de eclosão e % de eclodibilidade ( que é o número de pintos nascidos / número de ovos férteis)* 100.

Relação Peso Ovo x Relação Peso Pinto (RPO x RPP): após o período de nascimento, as mesmas bandejas da análise de umidade, são novamente pesadas para determinação da RPP. O peso do pinto é determinado primeiro pelo peso do ovo, segundo pela perda de peso durante a incubação, e terceiro pelo tempo no nascedouro. A idade da matriz também influencia no peso dos ovos, e consequentemente na RPP, visto que matrizes jovens produzem ovos menores em tamanho e peso em comparação a matrizes mais velhas. Portanto, é preconizado uma RPP de 67% a 68%, garantindo um pinto com boa hidratação, peso e qualidade.

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29 Cálculo: (Peso médio dos pintos nascidos/ Peso médio dos ovos incubados)*100 = % da relação corporal pinto/ovo.

3.3 FRANGOS DE CORTE

A BRF da unidade de Videira/SC possui 350 integrados, que alojam frangos da linhagem Ross com finalidade tipo Griller, em aviários do tipo Convencional e Climatizados.

As práticas e recomendações de manejos com as aves, tanto para biosseguridade, ambiente, nutrição e sanidade, são cumpridos seguindo as Instruções normativas e legislações regidas pelo Ministério da Agricultura (IN 20; IN 56; IN 59), bem como, recomendações da empresa Aviagen.

3.3.1 Biosseguridade

O objetivo de um programa de biosseguridade é reduzir os riscos sanitários que possam comprometer a cadeia de produção avícola bem como a saúde humana. No sistema de parceria avícola ou integração da empresa, existem normas de biosseguridade, bem-estar animal, ambiental e sanitária que parte de direitos e obrigações de ambas as partes.

3.3.1.1 Procedimentos de Visita

As visitas de terceiros aos aviários são proibidas. Os extensionistas seguem um fluxo correto de visitações e vazio entre áreas, obedecendo a idade das aves e o status sanitário do lote, ou seja, as visitas devem acontecer do lote mais novo para o mais velho e dos lotes sem problemas sanitários para os lotes com eventuais problemas sanitários.

Os integrados e/ou funcionários devem utilizar calçado e roupa exclusiva para adentrar o aviário. Tanto os extensionistas quanto visitantes autorizados devem utilizar botas plásticas descartáveis, que devem ser calçadas ainda no interior do veículo, e um novo par de botas descartáveis ao entrar em cada núcleo ou área de biosseguridade e outro no aviário, sempre retirando a mesma após a saída de cada aviário. O uso de roupas descartáveis já deve ser vestido na barreira sanitária da granja.

Todas as pessoas que adentram os aviários devem lavar as mãos com água e sabonete líquido ou detergente, secar as mãos e usar álcool em gel. Na entrada do aviário devem

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30 utilizar o pedilúvio que pode ser de cal e/ou desinfetante, que devem ser limpos e renovados adequadamente. Todos que acessam a granja deve fazer um registro na planilha de controle de visitantes.

3.3.1.2 Acesso à propriedade

Somente os materiais e equipamentos necessários para uso no aviário permanecem no interior deste. A propriedade e os arredores dos aviários devem ser mantidos bem drenados, isento de entulhos e mato. No acesso à propriedade, a identificação é uma placa com a logo da BRF, nome do integrado e modalidade.

De acordo com as instruções normativas do MAPA é obrigatório que toda propriedade tenha um sistema de desinfecção de veículos para reduzir a possibilidade de entrada de agentes contaminantes. O sistema de desinfecção delimita a entrada para a área de biosseguridade, de maneira a garantir a desinfecção de todos os veículos que adentrarem esta área (caminhões de pintos, caminhões de ração, caminhões de maravalha, etc).

3.3.1.3 Delimitações externas da área de biosseguridade

A área de biosseguridade é delimitada por cercas que restrinjam a presença de animais e o acesso de pessoa e veículos, distante no mínimo 5 metros do aviário e identificado com uma placa de advertência (placa de proibido a entrada de pessoas e veículos não autorizados) no portão de acesso, conforme a IN 56/59.

O uso de árvores para sombreamento é recomendado (externas ou internas a área de biosseguridade) desde que não sejam árvores frutíferas ou que sejam atrativas para aninhamento de pássaros. Os aviários devem possuir tela anti-pássaros (malha menor ou igual a 2,0 cm com fio arame 18 mm), para evitar a entrada de aves caipiras e/ou ornamentais, de acordo com a IN 56/59.

Ainda na área externa ao aviário, todas as propriedades tem um local (sala de entrada ou escritório) para realização de procedimentos de biosseguridade e armazenamento das informações relevantes ao gerenciamento da atividade. O piso deve permanecer sempre limpo; as paredes livres de teias de aranhas e poeira; deve possuir pia, com disposição de sabão líquido ou detergente, álcool gel e toalha de papel para limpeza e secagem das mãos. Deve

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31 possuir um local adequado para necropsia das aves, com pia, água e iluminação. Além disso, armário com chave, para depósito de produtos veterinários e inseticidas.

O avicultor deve possuir calçado próprio fechado para a execução das atividades dentro da área de biosseguridade e na entrada de cada aviário. O extensionista e visitantes calçam um par de botas descartáveis no carro e um novo par de botas ao adentrar em cada aviário da propriedade.

3.3.1.4 Destino de resíduos e animais mortos

Os resíduos de serviço de saúde animal são separados e destinados corretamente conforme as normas do Programa de Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde. Os resíduos de frascos de medicamentos e vacinas, embalagens contaminadas com sangue e produtos veterinários, frascos de desinfetantes, seringas e resíduos perfurocortantes são armazenados em bombonas ou sacos. Uma empresa terceirizada e licenciada coleta o material nos pontos pré-determinados para correta destinação.

O local adequado para destino das aves mortas é a composteira ou o rotoacelerador (RAC). O uso desses processos reduz o risco de problemas sanitários, odores e protege o ambiente, reduzindo a poluição da água, ar e solo. As aves mortas são recolhidas de dentro do aviário no mínimo duas vezes ao dia, podendo ser acondicionadas em recipiente específico como tambor fechado, para destinar a composteira ou RAC uma vez ao dia.

O tamanho da composteira leva em consideração o número de aves alojadas, o peso médio programado para o abate da unidade e a % de mortalidade prevista para o tipo de animal criado. Deve estar localizada no limite da área de biosseguridade, mantida protegida da entrada de animais domésticos silvestres e livres de larvas de moscas, através da utilização de tela anti-pássaros. As paredes devem ser de alvenaria, rebocada e pintada.

3.3.1.5 Controle de insetos e roedores

O controle de Alphitobius diaperinus nas instalações é feito de acordo com o nível de infestação e segue as recomendações do sanitarista e extensionista quanto ao uso dos inseticidas. Poderá ser recomendado tanto o uso de inseticidas na forma de pó ou na forma líquida. Esse manejo ocorre tanto no intervalo entre lotes quanto no vazio sanitário. É orientado aos integrados quanto a correta manipulação e aplicação dos produtos utilizados,

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32 principalmente sobre os equipamentos de proteção individual (EPI’s). O produto utilizado é registrado na ficha de controle de inseticidas.

Quanto ao controle de roedores, deve ser utilizado somente raticidas aprovados e liberados pela Coordenação Corporativa de Sanidade da empresa, que regem a legislação do MAPA. Cada propriedade possui um mapa que ilustra os locais estratégicos que os porta-iscas devem estar, como em volta do aviário, composteira, depósito de lenha, sala de máquinas de aquecimento, base do silo, casa de gerador, entre outros. Os porta-iscas devem ser mantidos limpos, com vistoria e reposição de iscas, sendo que tudo deve ser registrado na planilha de Controle de Roedores. É importante manter limpo os arredores do aviário, sem entulhos e equipamentos em desuso.

3.3.2 Manejo das aves

Foram acompanhadas visitas que se diferenciam quanto aos manejos, de acordo com a idade do lote. Cada extensionista, geralmente, faz seis visitas (Pré-alojamento, Alojamento, Rotina, Propés, Pré-abate e Intervalo de lotes) em cada integrado e por lote, portanto, eles recebem um diário de bordo com cronograma específico para realização dessas visitas.

3.3.2.1 Recebimento dos pintos

Os pintos de um dia utilizados para a produção de frangos de corte são identificados com no mínimo as seguintes informações: data do alojamento; incubatório de origem; granja e núcleo de origem dos ovos. A quantidade de pintos entregue é especificada em nota fiscal.

Depois de alojados, os pintos originam um lote de frangos de corte formado pela data de alojamento, número do pedido, código e nome do integrado responsável pela granja. Esta identificação permite a rastreabilidade completa do lote de frangos produzidos.

Para o correto manejo de preparo do aviário e recebimento dos pintos, os integrados são orientados pelos extensionistas, nas visitas de pré-alojamento e alojamento, descritos nos itens

3.3.3.1 e 3.3.3.2 a seguir. 3.3.2.2 Manejo da água

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33 A água deve ser clorada desde o dia do alojamento até a saída do lote, com dosagens de cloro que garante no bebedouro as quantidades de 3 a 5 ppm até o final da linha que é o ponto mais distante da entrada de água nos aviários. O extensionista verifica a dosagem de cloro em todas as visitas dos lotes com o auxílio de fita medidora de pH e cloro ou utilizando o equipamento de oxiredução (ORP), através dos valores apresentados, se faz o controle do uso das pastilhas de tricloro que são utilizadas na água. Portanto a água dos bebedouros, devem estar em uma temperatura de 18 a 21 ºC, um pH entre 6 a 9, zero coliforme total e fecal/100ml. Análises físico-químicas e microbiológicas são realizadas no laboratório da empresa, uma vez por ano.

Quanto ao gerenciamento do consumo, os integrados devem fazer um registro diário de consumo pelo hidrômetro. Essas anotações servem para histórico das condições locais e ambientais, além de indicativo para possíveis problemas sanitários, ambientais e nutricionais.

Para bebedouro tipo nipple, a recomendação é de 1 bico para 12 aves. Em relação à regulagens de altura e níveis de vazão dos bebedouros, se tem as seguintes recomendações, de acordo com a Tabela 4.

Tabela 4. Regulagem de bebedouros tipo nipple.

Idade Vazão de Água Altura do Bebedouro

0-7 dias 20 ml/min Na altura dos olhos

7 -21 dias 60 -70 ml/min Angulação da cabeça de 45º

> 21 dias 70 -100 ml/min Angulação da cabeça de 45º Fonte: Aviagen (2018).

3.3.2.3 Manejo das rações

A ração é fornecida seguindo a granulometria adequada e se diferencia em cada fase de criação, sendo denominadas: Pré-inicial; Inicial; Crescimento e Final. No momento da programação das aves para o alojamento, é gerado automaticamente o pedido da 1ª carga de ração e a previsão das cargas posteriores. Os integrados devem estar presentes na chegada da ração na propriedade, fazer a checagem da nota fiscal, conferindo o tipo de ração e volume. Também é orientado a coletar uma amostra de ração de aproximadamente 500 gramas para cada carga do caminhão, em sacos plásticos com identificação, e armazenar durante seis meses.

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34 Quanto a quantidade de comedouros, a recomendação é de 60 aves/comedouro do tipo automático. Em relação a quantidade de ração no prato e altura dos comedouros, é recomendado que nos primeiros três dias os pratos estejam com ração rente à borda e enterrados na cama. A partir, do terceiro dia em diante, diminui-se os níveis de quantidade nos pratos e controla-se a altura se baseando na borda das asas das aves.

3.3.2.4 Manejo de luz

Em aviário do tipo Dark house, o tipo de lâmpada recomendado é a fluorescente compacta dimerizável. A intensidade luminosa recomendada é no mínimo de 20 lux na altura das aves na primeira semana (para a linhagem Ross pode ser utilizado até 40 lux), 10 lux na segunda semana, 8 lux na terceira semana e 5 lux da quarta semana em diante. O programa de luz recomendado para frangos de corte é de que nos primeiros sete dias as aves estejam submetidas à 23 horas de luz e 1 hora de escuro. A partir dos sete dias, recomenda-se um mínimo de 4 horas de escuridão (AVIAGEN, 2018).

Para aviários do tipo convencional, o programa de luz para frangos Griller está representado na Tabela 5.

Tabela 5. Programa de luz para frangos do tipo Griller.

Idade Luz (horas) Escuro (horas)

1º dia 24 0 2º a 7º dia 23 1 8º a 25º dia 18 a 20 4 a 6 26º ao abate 21 3 Fonte: Aviagen (2018). 3.3.3 Visitas Técnicas 3.3.3.1 Pré-Alojamento

Na fase de pré - alojamento é calculado e orientado aos produtores quanto ao espaçamento da pinteira (local de alojamento dos pintos), através do número de vãos presentes no aviário, comedouros e bebedouros. Através desse cálculo, sabe-se qual a

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35 quantidade ideal de pintos que devem ser alojados para garantir alimento e conforto térmico. É recomendado a utilização de divisórias, desde o alojamento até o abate, podendo utilizar apenas divisórias vazadas e de fácil higienização, permitindo livre passagem do ar. O número de boxes está relacionado ao número de cargas de aves a serem carregadas, atendendo no mínimo uma cerca divisória a cada 25 - 30 metros.

Além disso, orienta-se quanto a temperatura de cama, da água e do ambiente para assegurar a sobrevivência e bem estar das aves. Regulagens de comedouros e bebedouros; quantidade de papel e de ração e número de vezes que devem ser colocados para estimular o consumo das aves.

Para o alojamento das aves, o ambiente necessita ser pré-aquecido por no mínimo de 24 horas e a temperatura da cama estar entre 30 a 32 ºC. O número de equipamentos deve atender o tamanho do aviário e a quantidade de aves alojadas. As fontes de calor podem ser únicas ou consorciadas, como as campânulas infravermelhas a gás ou associadas a aquecedores a lenha.

3.3.3.2 Alojamento

Nas visitas de alojamento, se faz aferições da temperatura de superfície de cama em diversos pontos do aviário; temperatura interna da cama; dióxido de carbono; níveis de amônia; níveis de cloro, temperatura e pH da água. Os valores mensurados são comparados com os presentes na Tabela 6.

Tabela 6. Parâmetros ambientais avaliados nos aviários.

Parâmetros Níveis Ideais

Tº da cama (ºC) 30 a 32

Dióxido de carbono (ppm) < 3000

Amônia (ppm) < 10

Cloro da água (ppm) 3-5

pH da água com cloro 6-7

Tº da água (ºC) 18-21

Umidade (%) 50 a 70

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36 Através do comportamento dos pintos, verifica-se a eficácia do aquecimento do aviário, ou seja, os pintos devem estar uniformemente distribuídos. Caso estejam amontoados embaixo da fonte de aquecimento estará indicando que estão passando frio. Já aves que estão distantes da fonte de calor, pode indicar que a temperatura ambiente está acima da zona de conforto térmico da ave.

Além da temperatura, é importante a verificação da ingestão de ração e água pelos pintos através do “teste do papinho” (Figura 4). É recomendado fazer o teste na manhã seguinte do alojamento ou 24h após o alojamento, conferindo na região do papo e avaliar as seguintes consistências: “papinho duro” que indica que teve acesso somente a ração, sendo necessário a verificação das regulagens de vazão e temperatura da água, altura do bebedouro. “Papinho mole” com conteúdo líquido indica que teve acesso somente a água, portanto, deve ser avaliado a regulagem, quantidade de ração e altura dos pratos, qualidade física e cheiro da ração. “Papinho pastoso” indica que a ave teve acesso a ração e água, sendo ideal e indicando prática de manejo correta. Já “papinho vazio”, no qual a ave não teve acesso nem de água e comida, é a situação mais crítica e que deve rever todas as práticas de manejo, checagem da condição sanitária do pinto, grau de hidratação e condições de ambiência.

Figura 4 - Teste do papinho. O pinto a esquerda tem o papo cheio e redondo, enquanto o da direita está com o papo vazio.

Fonte: Aviagen (2018).

Nos primeiros dias de vida utilizam-se pontos suplementares de ração, ao lado de cada linha de bebedouro, sendo que pelo menos 60% da área da pinteira devem estar cobertos com papel. O arraçoamento sobre o papel é feito no mínimo 8 vezes ao dia, de modo a estimular o consumo. A quantidade de ração recomendada para arraçoamento sobre o papel é de 8 gramas por ave no primeiro dia, e 5 gramas por ave no segundo e terceiro dia. Recomenda-se a realização de pequenas bordas nas laterais a fim de evitar desperdícios e excesso de sujeira, e

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37 que esses papéis devem ser de material biodegradável. Quanto aos comedouros, tanto para os do tipo automático bem como o tipo infantil, a ração deve estar rente a borda, e o fundo dos pratos de modo enterrado. Os comedouros do tipo infantil são utilizados até 10 ou 14 primeiros dias.

Quanto a água, para bebedouros do tipo nipple, recomenda-se 1 bico para 12 aves, respeitando uma distância mínima das fontes de aquecimento, para que não haja um aumento da temperatura da água. Caso a temperatura esteja acima do ideal, recomenda-se a realização do flushing para resfriar a água. A vazão do nipple deve ser de 20 ml/min nos dois primeiros dias.

3.3.3.3 Rotina

Após oito dias de alojamento, se faz um novo monitoramento dos parâmetros ambientais: aferições da temperatura de superfície de cama em diversos pontos do aviário; temperatura interna da cama; dióxido de carbono; níveis de amônia; níveis de cloro, temperatura e pH da água.

Avaliações do comportamento das aves, avaliando os critérios de bem-estar, conforto térmico, ingestão de alimento e uniformidade de lote. O extensionista também avalia o peso médio das aves. As aves são pesadas semanalmente, conforme as idades estabelecidas (7º, 14º, 21º, 25º e 28º dias do lote). A pesagem deve ser em seis pontos distintos do aviário, com total de 2% do total de aves alojadas em cada ponto. Os pesos são anotados na FAL - Ficha de Acompanhamento do Lote.

Quanto aos índices de mortalidade do lote, os integrados devem registrar diariamente na FAL tanto a mortalidade quanto o número de aves eliminadas do lote. O extensionista verifica todos esses números e recomenda adequações no manejo, caso seja necessário.

A qualidade da cama também é observada. A orientação é de que deve-se evitar uma cama úmida e com crostas e cascões, pois podem assim, causar calo de patas e formação de gases de amônia dentro do aviário. Por isso, é indicado que a cama deve ser mexida e revolvida, diariamente, e por toda a extensão do aviário.

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38 Quando o lote possui 15 dias de idade é recomendado realizar a coleta de amostras de cama por meio de propés segundo a IN 20. A prática tem objetivo de coletar amostras da cama através do pisoteamento da mesma (o passo a passo está descrito no item 3.3.4 Monitorias Sanitárias). As amostras são enviadas ao laboratório da empresa para monitoria da cama quanto à ausências ou presenças de Salmonellas spp. Os resultados laboratoriais devem sair antes do abate do lote.

As coletas de amostras da cama são o foco da visita, porém, o extensionista também avalia as condições de manejo do lote; comportamento das aves, uniformidade do lote e faz as orientações técnicas necessárias tanto de forma verbal quanto escrita na Ficha de Acompanhamento do Lote (FAL) para os integrados.

3.3.3.5 Pré - Abate

As visitas de pré-abate ocorrem a partir dos 24 dias, no qual é orientado aos produtores quanto aos manejos para o abate. A principal orientação é quanto ao período de jejum pré-abate, para garantir a eliminação dos resíduos de ração e fezes do trato digestório, diminuindo os riscos de ruptura de órgãos e contaminação de carcaça no abatedouro.

O padrão de jejum para frangos de corte deve respeitar o horário de carregamento e a distância até as propriedades, sendo que a recomendação é de 6 horas. Para atendimento das normas de bem-estar animal, o período de jejum efetivo (do início da retirada da ração ao abate) deve ser no máximo 12 horas.

Portanto, para um correto manejo pré-abate, é necessário cortar a ração conforme orientação da programação de abate; deixar água disponível para as aves; movimentar as aves com cuidado a cada uma hora para estimular o consumo de água e auxiliar a digestão; controlar a ambiência; fazer o teste do papo a cada movimentação das aves e antes do início da apanha.

Além disso, é orientado aos produtores sobre o preenchimento da FAL quanto aos pesos das aves, mortalidade e início do consumo de ração final. A ração final é isenta de qualquer substância que possa deixar resíduos, por isso cuidados especiais são necessários para evitar trocas e misturas com demais rações. A ração final é consumida antes do abate, com o total de dias de consumo previamente ajustado com o SIF e de acordo com os mercados importadores.

O extensionista também avalia a condição física do lote, observando presença de calo de patas e peito, incidência de escoriações e outras alterações que podem ser condenadas a nível

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39 de frigorífico. Já, na mesma visita, os integrados são orientados quanto aos manejos que devem ser realizados no aviário, no intervalo entre lotes.

3.3.3.6 Intervalo entre lotes

No intervalo entre lotes, os integrados seguem um diagrama de tratamento de cama, de acordo com a negatividade ou positividade de Salmonella do lote anterior. Para lotes negativos, recomenda-se um período de 12 dias de intervalo, sendo que nos três primeiros dias, o integrado deve realizar as seguintes atividades no aviário: aplicar inseticida; fechar o aviário por 24 horas; queimar penas; retirar ração dos comedouros; retirar cascões e triturar a cama; limpeza a seco; aplicar e incorporar cal virgem; afastar cama das muretas 60 cm e aplicar cal na área afastada da mureta; fechar o aviário. No sexto dia do intervalo deve ser realizada a limpeza da área externa e controle de roedores. Nos três últimos dias, deve ser realizada a aplicação de inseticida e a preparação do aviário para recebimento do novo lote.

Além disso, orienta-se os integrados na realização de limpeza por hipercloração de toda a tubulação do sistema de abastecimento de água. O procedimento de hipercloração é feito através do enchimento das linhas com água hiperclorada e da manutenção da solução na linha por 2 horas. Posteriormente as linhas são esvaziadas através do flushing com água clorada (3 a 5 ppm) sob alta pressão. Recomenda-se utilizar apenas produtos a base de cloro liberados pela Coordenação de Sanidade e seguir criteriosamente a dosagem e tempo de exposição orientados.

3.3.4 Monitorias Sanitárias

Como práticas de monitoria sanitária são realizadas tanto necropsias como as coletas de amostras de cama por meio dos propés. Os extensionistas são treinados para realizarem essas monitorias pelo sanitarista da unidade, que é apoiado pela Coordenação Corporativa de Sanidade.

As necropsias são realizadas semanalmente, no qual são avaliados o sistema respiratório, digestório, órgãos linfoides das aves. São abatidas cinco aves por aviário/semana, na idade de 15 a 25 dias. As informações das necropsias são registradas e avaliadas pelo sanitarista.

Em relação as monitorias dos lotes no pré-abate, são realizadas em todas as instalações as coletas de amostras de cama, como recomenda a IN 20. São realizados em tempo hábil para

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40 as análises e emissão do resultado antes do abate, sendo orientada a realização dos propés quando o lote está com 15 dias de idade.

Para o procedimento operacional da coleta, são necessários dois suabes de arrasto ou propés, agrupados em um pool, umedecidos com meio de conservação, sendo que cada suabe ou propé deverá perfazer 50% da superfície do galpão; ou trezentas amostras de fezes de aproximadamente 1 g (um grama) cada, preferencialmente cecais, serão coletadas em diferentes pontos distribuídos ao longo do galpão, reunidas em um único pool (IN 20).

Após serem coletadas, as amostras devem ser devidamente identificadas, acondicionadas e enviadas o mais breve possível ao laboratório, mantendo a umidade e a temperatura entre dois graus centígrados e oito graus centígrados, aceitando uma variação de 1ºC, a mais ou a menos (IN 20).

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41 4 CONCLUSÃO

A realização do estágio curricular obrigatório na empresa Brasil Foods, foi de grande importância tanto para crescimento profissional, como pessoal. Por se tratar de uma empresa de grande representatividade no setor alimentício, pode-se presenciar as atividades rotineiras da maioria dos elos que envolvem a cadeia produtiva do setor de Avicultura de Corte.

Foi possível interligar conteúdos vistos nas disciplinas da graduação com as atividades realizadas no estágio, assim, contribuindo para o crescimento profissional. A experiência de rotina de uma grande empresa, desde o funcionamento dos setores, da forma de se portar diante dos colaboradores de diferentes níveis de cargo, bem como, a vivência prática de como um médico veterinário exerce suas atividades no campo, com a forma de orientar e se relacionar com os integrados e até mesmo de como trabalhar em equipe, foram importantes para meu crescimento pessoal.

Assim, o estágio curricular obrigatório proporciona uma ampla experiência, tanto téorico-prática, profissional, pela oportunidade de fazer contatos com os profissionais da área de trabalho desejada, por toda a vivência que envolve o setor, e também em relação a gestão de pessoas, sendo importante, para contribuir na inserção do mercado de trabalho.

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