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JM - Nós não somos dos que mais

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Academic year: 2018

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(1)

Nem só de farinha vive J. Macedo

José Macêdo: empresário cearense

ligado ao trabalho do Grupo J. Macêdo

há 53 anos é também muito ligado à

vida em família.

Entrevista com o

empresário cearense

José Dias de

Macêdo, dia 10/12/92.

Produção:

Liliana

Couto e Silvia Carla

Edição e texto final:

Liliana Couto e Silvia

Carla.

Participação:

Clariane Rebouças,

Cláudio Ribeiro,

Demitri Túlio, Eduardo

Freire, Francisco

Roberto, José Rocha,

Júlio César, Liliana

Couto, Márcio Régis,

Oceli Lopes e Silvia

Caria.

Foto:

Jarbas Oliveira.

o m ap en as 9 anos, Jo sé D ias de M acêdo

d eix av a de jo g a r p elad a co m m en in o s de

sua id ad e para a ju d a r o pai no com ércio, em

C am ocim . S em pre gostou de trabalhar. Para ele,

trabalho é saúde. H oje, aos 73 anos, é dono de um

g ru p o em presarial diversificado e de m uito su ces­

so: o G rupo J. M acêdo.

D esde ced o g o sto u de in o v a r no q u e se referia

a tra b a lh o . Q u an d o to rn o u -se só cio de seu c u ­

n h a d o C a rlin d o C ru z, n u m a firm a de re p re ­

s e n t a ç õ e s , J. M a c ê d o já e ra s in ó n im o d e

in o v a ç ã o . T r a b a lh a d o r in c a n s á v e l, a n d a v a

"a lin h a d o " de te rn o b ra n c o e sap a to p reto , com o

d ita v a a m o d a da ép o ca. E m su a s a n d a n ç a s pela

c id a d e , p e rc o rria m e rc e a ria s 'V en d en d o seu p e i­

x e ” e p ro c u ra n d o "p e ix e s d ife re n te s para v e n ­

d e r " . T a n ta d e d i c a ç ã o e t r a b a l h o f o r a m

re c o m p e n sa d o s.

C asado co m M aria P ro en ça há 50 anos, J.

M acêd o se d iz d o u to r co m p ó s-g rad u ação em

criação . É pai de 8 filhos, tem 26 netos e 9

b isn e to s. O seg red o para u m relacio n am en to tão

d u rad o u ro , seg u n d o ele, é d ar im p o rtân cia à m u ­

lh er. N ão p o u p a elogios à m u lh er dele. "M inha

m u lh e r é u m a m u lh er v alen te, m u lh er calm a,

tra n q u ila , m as m uito forte". T ran q u ilid ad e é o

q u e sen te p o r ter um a m u lh er tão co m p eten te

c o m o co m p an h eira.

S eu p atrim ó n io ab ran g e cinco áreas: veículos

e m áq u in as, eletro m ecân ica e de tran sfo rm ação ,

alim en to s, b eb id as e ag ro in d ú stria. N o C eará, foi

resp o n sáv el p elo prim eiro frigorifico industrial,

p e lo p rim eiro m o in h o de trigo, pela prim eira c e r­

v e ja ria e pela p rim eira financeira. N o N ordeste, o

g ru p o co n stru iu a p rim e ira fábrica de tran sfo rm a­

dores elétrico s e im p lan to u a p rim eira in d u striali­

zação do trig o .

J. M ac êd o e n tro u na p o lític a p ara o c u p a r o

lu g a r do irm ã o m ais v e lh o , A n tô n io , q u e m o rre ­

ra p o u co an te s d as e le iç õ e s. E le ito d e p u ta d o

fed eral 3 v e z e s, foi su p le n te d e S e n a d o r da

R e p ú b lic a 3 v e z e s ta m b é m e S e n a d o r da R e p ú ­

b lica, u m a v ez. E m 1 9 5 9 , an o d e sua e n tra d a na

p o lític a , c o m o d e p u ta d o fe d e ra l, foi fu n d ad a,

em h o m e n a g e m a A n tô n io , a fu n d a ç ã o D o u to r

A n tô n io D ia s M a c ê d o . A fu n d a ç ã o a te n d e aos

fu n c io n á rio s do g ru p o , d a n d o a s s istê n c ia m é d i­

ca, o d o n to ló g ic a e a té ju ríd ic a .

N o c o m e ç o , e ra m trê s "os c a b e ç a s " d o g ru ­

p o : J o s é M a c ê d o , o irm ã o B e n e d ito e C é sa r

M o n te n e g ro . H o je e x is te m u ito p o u c o d a q u e le

g ru p o q u e c o m e ç o u e m 1 9 4 9 . J. M a c ê d o c o n ­

tin u a s e n d o u m d o s " c a b e ç a s " d o g ru p o , la d e a ­

d o p e l o s f i l h o s m a is v e l h o s , R o b e r t o e

A m a rílio .

F alar so b re os filhos é um a de suas paixões.

M esm o d izen d o não te r n en h u m filho p red ileto ,

en v aid ece-se ao fa la r de A m arílio . "E le é o m ais

ex tro v ertid o . E x p ressa-se m u ito bem ". A p esar

d estas q u alid ad es, o p ai não q u e r v ê-lo in g ressan ­

do na p o lítica.

(2)

J. Macêdo

E n tr e v is t a

O empresário J. Macê­

do chegou à sala de

redação pontualmen­

te às 14h30min e falou

por quase duas horas.

José M a c ê d o v e io

acompanhado de dois

assessores: Giácomo

Mastroiani e Flávio

Paiva.

Durante a entrevista,

J. Macêdo arrum ou

várias vezes os grava­

dores que estavam

sobre a mesa.

Laboratório de Jornalism o (LJ)

-

Doutor Macedo, como vai ficar a

posição do Moinho Fortaleza

,

com a

inaguração de um terceiro moinho

aqui na capital. Em termos de

fatura-mente e de concorrência, como fica ?

J . M acedo (JM)

- F o rtaleza vai se

tra n sfo rm a r, d ig a m o s assim , em to d o o B ra sil, na reg ião d e m a io r c o m p e ti­ ç ã o , d e m a io r o ferta de farin h a. O c o n su m o não a u m e n to u . N ó s já te ­

m os c a p a c id a d e de a b a ste c e r s a tis fa ­ to ria m e n te há m u ito s e m u ito s an o s. E n tre ta n to , a e m p re sa do Ivens D ias B ran co é um a g ra n d e co n su m id o ra de fa rin h a . E le era o m aio r c lie n te de um m o in h o no B rasil. N ão q u e ele fo sse o m a io r c o n su m id o r, m as os g ran d es c o n su m id o re s de S ão Paulo ou R io fazem o a b a ste c im e n to d e 2, 3 , 4 m o in h o s. B asta d iz e r que em n ú m e ­ ro s, e le co n su m ia 1/3 da c a p a c id a d e d o m o in h o . E stá m o n ta n d o um m o in ­

ho m o d e rn o . E u c re io q u e, no m o ­ m e n to , ele é o m o in h o m ais m o d ern o e m ais b onito do m u n d o . N ós tem o s o m o in h o d e S a lv a d o r, q u e é tão m o ­ d e rn o q u a n to ele. C o m e ç o u a fu n c io ­

n ar há p o u c o s m eses. N ós fizem o s um a c o n stru ç ã o total m e n te nova num p ré d io a p ro v e ita d o . A g o ra , e sp e ra n ­ do esta p erd a d e ste c lie n te e x tra o rd i­

n á rio , nós p assam o s a tra b a lh a r nos e sta d o s v iz in h o s. N ó s estam o s v e n ­ d e n d o farin h a em to d o o N o rte do B rasil. A farin h a D ona B enta está se n d o v e n d id a no P iau í, M a ra n h ã o , P a rá , A m a z o n a s , R o ra im a . S o u b e q u e até em L etícia c h eg o u este p ro ­ d u to d o C eará. E n tã o , com isso nós p a ssa m o s a v e n d e r o q u e v e n d ía m o s a n te s, m ais o e q u iv a le n te ao clien te D ias B ra n c o . E le c o m p ra v a 96 m il sa c o s p o r m ês. H oje já red u ziu a 6 0

m il sa c o s. Vai re d u z ir a zero. Para as o u tra s, a g e n te tá v e n d e n d o o m esm o q u e v e n d ía m o s a n te s, c o n sid e ra n d o o c lie n te p e rd id o . Se ele e n tra r no m e r­ c a d o ta m b é m co m o fo rn e c e d o r, aí v a ­ m os v e r c o m o fica.

L l

-

O senhor tem alguma campa­

nha, estratégia, para não perder este

mercado?

J M

- M as a c a m p a n h a já fu n cio n a e o re su lta d o nós e sta m o s co lh en d o .

U

-

E o mercado local?

J M

- O m ercado local não há quase

m udança. Para nós, a gran d e perda é ele próprio. E le é um consum idor tão g ran ­ de, tão gran d e que vale por m etade.

u

-

Como vai ser a recuperação

dessa perda desse grande cliente?

J M

- A re c u p e ra çã o já houve. N ós já

e sta m o s v e n d e n d o n o s estados v iz i­ n hos. E n tão , no m o m en to em que eles d eix arem d e c o m p ra r, nós v o ltarem o s a fa b ricar tanto q u an to q u an d o eles c o m p ra v a m 100 mil saco s. A nossa p ro d u ç ã o h o je está m aio r. Ela foi acrescid a. Na p ro p o rção q u e eles fo ­

ram re d u z in d o , nós fo m o s v e n d e n d o lá fora. E n tão , e sp e ra m o s não so fre r n e n h u m a q u e b ra , p o is já e s ta m o s v e n d e n d o m ais.

L J

-

Senador, o que significa a com ­

pra do Moinho Setúbal em Portugal?

J M -

O G rupo J. M a c ê d o no se to r d e

m o ag em é hoje o g ru p o m ais org an

i-*

zado d o B rasil. E o g ru p o m ais c o m ­ petente, m ais ag ressivo. N ós não s o ­ m os os m aiores. S o m o s o seg u n d o em tam anho. M as basta d izer que a única Escola d e T écn ico em M oagem da A m érica Latina funciona no C eará. Iniciativa nossa, em co n v én io com o C E S P . Em co n v én io não, m as em co n tato , com a U S P , com p esso as da França e do C anadá. N ós dam os a q u i, todos os anos, um curso. A n tes, um operário de lim peza, in telig en te, q u e passava a ser assisten te de m o leiro , ía

V

ap ren d en d o . A s v e z es, um h o m em que mal sabia ler to rn av a-se um té c n i­ co d e m oagem . H oje nós ex ig im o s, preferencial m ente, q u e eles sejam ou en g en h eiro s m ecânicos o u e n g e n h e i­ ros eletricistas. T o d o s os anos sai um a turm a com m ais de v in te alu n o s de todo o B rasil, de todos os m oinhos. Já veio gen te, p arece-m e, do P arag u ai. A g o ra , nesta tu rm a q u e te rm in o u ,

"O G rupo J. M acêdo

no setor de m oagem , é

hoje o grupo m ais

organizado do Brasil.

E o grupo m ais

com petente e m ais

agressivo"

veio um de P o rtu g al. O de P o rtu g al é n o sso, né? N o seto r de T é c n ic o d e M o a g e m , nós tem o s a n o ssa e sc o la d en tro d o nosso M o in h o F o rtaleza.

L i - O CERTREM, né?

J M

- E x ato . Pra e n sin a r ao B rasil e a

q uem q u iser. A g o ra, no se to r de p a ­ n ific a ç ã o , nós tem o s no R io, lá na A v en id a B rasil, o q u e eu c h a m o d e L ab o rató rio de P e sq u isa . E stá m u ito

/

bem in stalad o . E um la b o ra tó rio d o s m ais m o d ern o s no se to r d e fa rin h a s e p a n ific a ç ã o , o n d e n ó s tem o s p ro fe s­ so res p ara a fa b ric a ç ã o de p ães, b o lo s etc, etc. C ada m o in h o n o sso tem um a esco la d e p a n ific a ç ã o . T em a E sco la D ona B en ta para e n s in a ra fa b ric a ç ã o d e b o lo s a se n h o ra s. Em São P a u lo , nós e sta m o s no m o m e n to , de m a n e ira a g r e s s iv a , c o n q u is ta n d o te r r e n o .

U m a p ro p a g a n d a feita ag o ra da fa ri­

nha D o n a B e n ta , n ó s p e d im o s aos c o n su m id o re s q u e m a n d a sse m cartas (N e ste m o m e n to , G iá c o m o M a stro ia ­

n i, um d o s a sse sso re s de J. M acêd o ,

"C ada m oinho nosso

tem um a escola de

panificação. T em a

E scola D ona B enta

para ensinar a

fabricação de bolos a

senhoras"

e x p lic o u o c o n c u rso : as p esso as te ­ riam q u e e sc re v e r re sp o n d e n d o a p e r­ g u n ta "Q ual é a fa rin h a o n d e v o cê v ê a q u a lid a d e ? "). A té p o u c o s dias nós tín h a m o s re c e b id o m a is d e 2 m ilh õ es d e c a rta s. Eu fiq u ei p asm o . N ós tí­ n h a m o s em F o rta le z a um a fáb rica p a ­ ra m á q u in a s. Q u e r d iz e r, o n osso m o in h o em S a lv a d o r, com ex ceção d o s ro lo s da p a rte d e m o a g e m , foi

to d o c o n stru íd o em F o rtaleza. Já v e n ­ d e m o s e q u ip a m e n to s p ara a A rg e n ti­

na e v e n d e m o s p ara m u ito s lu g ares aqui do B rasil. A g o ra , o c o n c o rre n te c o m p ra r o seu m o in h o a J. M acêd o , e stav a c ria n d o , a s s im , um c erto p ro ­

b lem a. N ó s fiz e m o s um a rra n jo com a q u e la e m p re sa q u e era a sso cia d a n o ssa (J. M a c ê d o n ão d isse que e m ­ p resa era essa) e ela a ssu m iu a fá b ri­ ca. A fáb rica c o n tin u a v izin h a a C E - M E C . N ó s fiz e m o s u m a d iv is ã o . E x iste no C eará um a fáb rica de m á ­ q u in a p ara m o in h o d e trig o , g raças ao G ru p o J. M a c ê d o , q u e in stalo u . Im ­ p o rta m o s e ste an o u m e q u ip a m en to d e c o rte de c h a p a a laser, q u e é o q u e há d e m ais m o d e rn o no m u n d o . A ch o q u e c u sto u , p a re c e -m e , um m ilhão de d ó la re s e um q u e b ra d in h o . N ós c o m ­ p ra m o s no B rasil, m ais 9 m oinhos. D e ste s, nós v e n d e m o s o d e N atal e fe c h a m o s o d e C o ru m b á . F ech am o s. N ão tin h a m ais n ad a. O trig o saía d e S a n to s p o r e stra d a d e ferro , ía a C o ­ ru m b á , m oía e v o lta v a farin h a pra cap ital d o E sta d o do M ato G ro sso . E ste m o in h o foi c o n stru íd o p ra re c e ­ b er trig o da A rg e n tin a p o r via fluvial. A í tá c e rto , h o u v e um a ép o ca em q u e a A rg e n tin a su p ria m a is d e 50% do c o n su m o n a c io n a l.

L J - E o Moinho Setúbal?

J M

- A g o ra P o rtu g al é h o je um p aís q u e e stá no M e rc a d o C o m u m E u ro ­ p e u . Q u a n d o a g e n te d e sc o n h e c e o q u e e stá lá fo ra, p en sa q u e é c o m p li­ c a d o , d ifíc il, m as é sim p le s c h e g a r à

(3)

E n t r e v is t a

J. Macêdo

E u ro p a. H o je , eu c o n h e ç o m o in h o em P o rtu g a l, M o in h o na F ran ça. C o n h e ­ ço m o in h o d a H u n g ria , da R o m é n ia , da A rg e n tin a e do C h ile. N ão e x iste , não vi, n e n h u m m o in h o por a í igu al ao n o sso m o in h o g ra n d e d e S a lv a d o r, q u e é m o d e rn o e a u to m a tiz a d o . P r o ­ c u ra m o s o m o in h o d e P o rtu g al p ara c o n h e c e r a situ a ç ã o lá, pra v e r os p ro b le m a s d e trig o n a E u ro p a . É um m o in h o p e q u e n o e d e u m a fa m ília q u e e stav a q u e re n d o s e v e r liv re d ele. E le não estav a d a n d o p re ju íz o . Foi um a o p e ra ç ã o , d ig a m o s, a ssim p e n ­ sad a, m u ito e stu d a d a , m u ito e x a m i­

nada. P e g a m o s um a e q u ip e nossa do M o in h o de S an to s: o g e re n te -g e ra l, o g e re n te a d m in istra tiv o -fin a n c e iro e g e re n te c o m e rc ia l. M a n d a m o s p ra lá. N o p rim e iro m ês v e n d e ra m o q u e v inha se n d o v e n d id o p e lo s d o n o s a n ­

terio res. N o se g u n d o m ês, d o b ra ra m . N o terceiro m ês, trip lic a ra m . D e p o is, estab iliz o u . N ó s e sta m o s com a v e n ­ da de q u a se q u a tro v e z e s o q u e os p ro p rie tá rio s v e n d ia m . P en sei q u e fo sse te r p re ju íz o d u ra n te 1 an o . O p reju ízo foi só d u ra n te 3 m eses. N o q u arto m ês, n ão deu m a is p re ju íz o .

LJ

-

Por que Portugal?

*

JM

- O p ro b lem a da lín g u a. E m ais fácil do q u e q u e re r ir p ra F ra n ç a , p ara A lem an h a o u e n tra r em o u tro p a ís q u a lq u e r. D e m a n e ira , q u e isso é n o s ­ sa m an eira d e já b o ta r um p e z in h o na

E u ro p a. T e m o s lá u m a e q u ip e m u ito c o m p e ten te . D e n tro d e sta v is ã o , n ó s fo m o s v is ita r ta m b é m a H u n g ria , p o r­ q u e nós tem o s um só c io na F áb rica de B isc o ito s da B ah ia, q u e é a U n ite d B iscu its, q u e são os m a io re s p ro d u to ­ res de b isc o ito s da E u ro p a e o s e g u n ­ do nos E sta d o s U n id o s. S ão m u ito am ig o s da g en te. E le s nos in fo rm a ­ ram q u e tin h am c o m p ra d o um a fá b ri­ ca de b isc o ito na H u n g ria . A H u n g ria

Não é fácil você pegar

a A lem anha, a França

e a Inglaterra e fazer

um a coisa só. A

própria E spanha e

Portugal têm

problem as"

não e sta v a d ific u lta n d o . T av a fa z e n ­ do q u a se q u e q u a lq u e r n e g ó c io pra p riv a tiz a r a sua in d ú stria . M e a c o n ­ se lh o u a ir lá para v e rific a r a p o s s ib i­ lid a d e d e c o m p ra r um m o in h o na H u n g ria. S e n ó s c o m p rá s se m o s , n ó s

te ría m o s um clien te, q u e seriam eles. F o m o s co m este o b je tiv o , m as por e n q u a n to não.

LJ - A unificação da Europa vai aju­

dar ou vai atrapalhar os negócios do

Grupo J. Macêdo na Europa ?

JM

- N o sso n eg ó cio é m uito p eq u en o na E u ro p a. P ortugal é p eq u en o . N o s­ sa c a p a c id a d e , nossa p ro d u ção d e fa ­ rin h a n o B rasil, o n o sso gru p o é um p o u co m a io r do q u e tudo que P o rtu ­ gal fab rica. C o m p ra m o s um m o in h o p e q u e n o pra in iciar. E ssa união da E u ro p a , eu ach o ain d a um a coisa p ro ­ b le m á tic a . A p e rfe iç o a r o q u e está se n d o feito lá, a c re d ito q u e sim . M as co m o e le s estav am fazen d o , não está se n d o fá c il, não. N ão é fácil v o cê p e g a r a A le m a n h a , a F ran ça, a In g la ­ terra e fa zer um a co isa só. A pró p ria E sp a n h a e P o rtu g al têm p ro b lem as. S e isso o c o rre r, não vai m u d ar n ad a, não. P o rtu g al não é a u to -su fic ie n te d e trig o . N o sso trig o é co n su m id o na F ran ça, o n d e o trig o é p éssim o . O trig o fran cês é p io r do que o trigo p ro d u z id o no B rasil na safra p assad a. O q u e s e o u v e falar é q u e o trigo d e lá é m u ito bom e o daqui não presta. N ão é. O trigo a le m ã o é bom . O fra n ­ cês não presta. A F rança im porta um p o u co d e trigo pra fazer d e te rm in a ­ d o s p ro d u to s.

U

-

Existe uma história de que o

senhor teria patrocinado os estudos

de um rapaz no exterior para que ele

voltasse para trabalhar no moinho.

Isto é verdade ?

JM

- E u tenho a im p ressão q u e essa nossa esco la de p an ificação d ev e ter su rg id o ... U m a das razõ es d ev e ter sid o o fato d e nós te rm o s m a n d a d o , não u m , m as d o is e n g e n h e iro s q u e já eram fu n c io n á rio s nosso . N ós não e s tá v a m o s v is a n d o s e r b o n z in h o s com o té c n ic o . N ós e stá v a m o s q u e ­ ren d o p re p a ra r té c n ic o s de alto nível para tra b a lh a r na d ire tó ria . E les já eram m o le iro s, e n g e n h e iro s fo rm a ­ d o s em E n g e n h a ria C iv il. C e aren se s. A liá s, u m é p a u lista , m as é filho d e c e a re n se , é o m esm o q u e se r c e a re n ­ se. U m é filho d e d o u to r C ésar M o n - te n e g ro . U m foi p rim eiro pra A le ­ m an h a fa z e r um c u rso lá e se d eu m al e o u tro foi pra F ra n ç a . O da A le m a ­ nha te rm in o u d e ix a n d o o cu rso p o r­ q u e p a sso u a ter a trito com um té c n i­ co fra n c ê s n o sso. O o u tro trab alh a no M o in h o F o rtaleza. E ssa g en te q u e n ó s m a n d a m o s pra fora está tra b a ­ lh a n d o d e n tro de c a sa hoje.

LJ

-

E a formação de altos executi­

vos? Como são recrutados?

*

JM

- E o se g u in te , há um g ru p o q u e n a s c e u ju n ta n d o p a ra fu so na C E - M E C , o n d e estão m eu s d o is filh o s, R o b e rto e A m arílio . U m é e c o n o m is­ ta e o o u tro é e n g e n h e iro m ecân ico . O n d e ta m b é m está M arco s B rito , q u e

é h o je di reto su p eri n te n d e n te da pa

r-/

te d e m o in h o d e trig o . E um a tu rm a c e a re n se q u e c o m e ç o u d e n tro da f ir ­ m a. D ep o is d isso , fic o u m eio d ifícil

"Nós passam os a

recrutar pessoas já

form adas, já feitas em

outras organizações.

Por isso m esm o

estam os com m uitos

paulistas"

p re p a ra r o pessoal aq u i p o rq u e isso foi m u ito em função d o s m eu s filh o s. E n tão , nós p assam o s a re c ru ta r p e s ­ so as já fo rm a d a s, já fe ita s em o u tra s o rg a n iz a ç õ e s. P or isso m esm o e s ta ­ m os co m m u ito s p a u lista s ag o ra. A não ser p au lista, tem um q u e é c e a ­ ren se. Foi c o n te m p o râ n e o do m eu f i­ lho A m arílio . Já se d e sta c a v a na é p o ­ ca e era alto fu n c io n á rio do se to r p e ­ tro q u ím ic o Itaú. E le é h o je o g e re n te - d ire to r do M o in h o F o rta le z a . N o sso pessoal d e d ire ç ã o -g e ra l é re a lm e n te um pesso al d e alto n ív el. Q u ase to d o s falam in g lê s, p rin c ip a lm e n te os q u e fo ram tirad o s d e fora. A n e c e ssid a d e do in g lês h o je é im p e rio sa . G en te fe i­ ta em casa não tem a c o n te c id o m u ito u ltim am en te. T em um fu lan o em S ã o P aulo q u e é e sp e c ia lista em e sc o lh e r p e sso a s, e é até M acêd o tam b ém .

U - O senhor é um dos que mais

pagam impostos aqui. Esta concor­

rência dos sonegadores não é uma

concorrência desleal?

"A nossa contribuição

para o Estado quando

o T asso assum iu era

de 10% do total

arrecadado e nós não

som os 10% do Ceará"

JM

- N ó s não so m o s dos q u e m ais pagam . N ó s p a g a m o s m u ito m ais d o s q u e p ag am em se g u n d o lu g a r, p o r­ q u e tanto a ce rv e ja q u a n to o trig o , nós p a g a m o s do n o sso b o lso . F u n ­ c io n a m o s co m um a m esa d e re n d a

O

empresário usa

aliança e um relógio de

ouro na mão esquerda.

José Macêdo distri­

buiu beijinhos entre

as entrevistadoras ao

chegar e ao sair.

(4)

O em presário José

macêdo vestia camisa

da cambraia de linho

bege e calça bege.

De vez em quando

usou óculos para mu­

dar o visual, principal­

mente na hora das fo­

tos.

J. Macêdo explicou o

que era recessão es­

crevendo com uma

caneta que trazia em

seu bolso.

2 6

J. Macêdo

E n t r e v is t a

re ta lia d o ra . D e v e m o s a d ia n ta d a m e n ­ te o im p o sto d a q u e le o u tro que se p ag a lá na P re v id ê n c ia . A nossa c o n ­ trib u iç ã o p ara o E sta d o q u an d o o T a s- so a ssu m iu era de 10% do total a rre ­ c a d a d o e nós não so m o s 10% do C e a ­ rá. S o m o s 3 % . D u ra n te m u ito tem p o eu lig a v a para o L im a M ato s p ed in d o p ara e le c o b ra r im p o sto , re d u z in d o a ss im , n o ssa p a rtic ip a ç ã o . N ós e s ta ­

m o s c o n trib u in d o co m 9% do total q u e o E sta d o a rre c a d a .

U

-

O imposto único seduz o J. Ma­

cêdo. O J. Macêdo apóia ?

JM

-

V o c ê acha possível q u e haja im ­

posto único no B rasil? S e v ocê m e p erg u n tar se eu conheço im posto sobre ch eq u e, eu v o u lhe dizer que isso é absurdo. N ós fizem os um estudo e n o s­ so grupo representa m ilhões de dólares. O im posto único não tem condições, não. T em q u e ter é m ais im postos.

u

-

Este sucesso empresarial do se­

nhor se dá ao tino de comerciante, ao

trabalho ou a sorte?

J M

- Q u a n d o n ó s c o m p ra m o s o M o in h o S e tú b a l em P o rtu g a l, c o in c i­ d iu c o m o m o in h o na á re a , que foi d ific u lta d o . Isto a ju d o u m u ito a a u ­ m e n ta r as n o ssas v e n d a s. E u d isse p ro

m eu filh o A m arílio : "P o x a, A m a rílio , v o c ê não q u e r q u e se d ig a q u e foi so rte ." "P ai, eu ten h o h o rro r da p a la ­ v ra so rte." "Isto foi so rte." "P ap ai, foi c o m p e tê n c ia , n ão fo i s o rte , n ão ." "H o u v e so rte." O lh a, é o seg u in te: J o s é M a c ê d o c o m e ç o u a tra b a lh a r

n u m b a lc ã o a ju d a n d o o pai. Q u an d o v in h a da e sc o lh in h a , não ía jo g a r p e ­ la d a , ía para o b alcão . D esd e o s 9 an o s q u e eu trab a lh o . F iz o m eu g in á sio , s e m p re d a n d o um a m ão zin h a em c a ­ sa. F iz E c o n o m ia , já co m a m in h a e m p re sa fu n c io n a n d o e casad o . M i­ nha v id a tem sid o u m a c o n sta n te de tr a b a lh o , d e é tic a e d e c o rre ç ã o . Q u a n d o e u c o m e c e i c o m r e p r e ­ s e n ta ç õ e s , co m ecei co m um c u n h a d o

"M inha vida tem sido

um a constante de

trabalho, de ética e de

correção"

m eu . E le era bem m ais v elh o . R e p re ­ s e n ta ç õ e s era v o c ê sa ir de loja em lo ja , d e m e rc e a ria em m ercearia, v e n ­ d e n d o m a n te ig a , x íc a ra , v en d ia co p o d e vi d ro , v en d i a vi nho, a rro z , ca fé em g rão . E ra um tra b a lh o d u ro , na rua. N a q u e le te m p o , o s u je ito tinha q u e a n d a r d e p a le tó , ro u p a b ran ca, sa p a to

preto. S e m p re g o ste i d e tra b a lh a r. G osto d o m eu trab a lh o . T ra b a lh a r p ra m im é saú d e. N ão so u fa n á tic o p o r nada. M in h a v id a é m u ito e q u ilib ra d a em tu d o . S o u um su je ito n o rm al. N ã o fu m o . B eb o social m en te. M a n te n h o um c erto co n tro le.

L J - O senhor implementa na prática

dentro da sua empresa a Social-De­

mocracia ? O senhor se considera um

social-democrata ?

JM

- A n tig a m e n te , tinha o P a rtid o D e m o c ra ta C ristão, né? A nossa e m ­ presa não é dirigida p o r um a p esso a. N ós fazem o s um trab alh o de eq u ip e. N o p assad o , nós éram o s três cab eças: d o u to r C ésar M o n ten eg ro , m eu irm ão B en ed ito e eu. São p esso as cristãs, n ã o -p a te m a lista s. S e m p re p ro c u ra ­ ram o lh ar o social assim , co m o coisa p rio ritária, haja v ista a criação em 1959 da F u n d ação D o u to r A n tô n io D ias M acêd o , q u e é um a en tid ad e d e ­ dicada a aten d er a p arte m édica, d e n ­ tária e até ju ríd ica d o nosso p esso al. E scolas prim árias gratuitas. S ão 5 e s­ colas, m ais de 2 0 0 0 alu n o s, em alg u n s

bairros de F ortaleza. E tem tam b ém o salarial. N ó s reco n h ecem o s q u e o sa ­ lário m ín im o realm en te não a te n d e às n ecessid ad es d e um a fam ília. O n osso salário, em certos caso s, o m ínim o são dois salários. O s n o sso s d iretores q u e a ssu m e m re sp o n sab ilid a d e s no c o ­ m ando de um a em p resa são p esso as que g an h am m ais q u e q u alq u er m in i- em presário. O s n o sso s trab alh ad o res têm p articip ação nos lu cro s da e m p re ­ sa J. M acêdo.

LJ - Qual é a sua opinião sobre o

governo Ciro ? Sobre a política local?

JM

- O lh a, eu ach o q u e tudo de bom

q u e d izem do g o v e rn o C iro é v e rd a ­ de. E u m esm o fico se m e n te n d e r c o ­ m o é q u e o C eará, co m o in v ern o ruim d e 91 e p io r em 92... E u sou fa z e n d e i­ ro. T e n h o um a fa z e n d a de g a d o em Q u ix e ra m o b im , fazen d a m u ito g ra n ­ de. T e n h o fazenda d e caju em A raca- ti, bem g ran d e. T e n h o um a fa z e n d i- nha p e q u e n in in h a em C a p is tra n o . T in h a fa z e n d a , até a g o ra p o u c o , no M a ra n h ã o . V e n d e m o s, p o rq u e era a m aio r fa z e n d a. E ra d e um a d im e n sã o q u e não co m p o rta n o ssa e stru tu ra . N o sso p esso al d e c h e fia é m u ito caro . B o m , m as v am o s v o lta r ao C iro. N ó s tem o s a ssim , um a v iv ê n c ia m ais ou m en o s glo b al da situ a ç ã o e eu n ã o e n te n d o com o é q u e o C eará c o n s e ­ g u e m a n te r este ritm o de p ro d u ç ã o de e d ifíc io , de a p a rta m e n to , de tudo. C o ­ m o é q u e não tem u m a q u a n tid a d e m u ito m a io r de fa lê n c ia , de in c ê n d io p ro v o c a d o , até d e su ic íd io . É u m a coisa m ila g ro sa . E a razão p rin cip al pra isso é o g o v e rn o , q u e é e q u ilib ra ­ do. G o v e rn o q u e está c o b ra n d o im ­ p o sto s e está u tiliz an d o . V ê o caso da p re fe itu ra , q u e é o u tro m ilag re. V o ­ c ê s n ã o ficam p a s m o s c o m ta n ta

o b ra? É v e rd a d e q u e ele tá a rra n c a n ­ do o c o u ro d e q u em te m im ó v e l, m as tá to m a n d o e tá a p lic a n d o .

"C om o é que não tem

um a quantidade m uito

m aior de falência, de

incêndio provocado e

até de suicídio. É um a

coisa m ilagrosa"

LJ

-

Recentemente, grandes empre­

sas como a Credicard, a Sharp, a

Construtora Andrade Gutierrez e a

Norberto Odebrecht confessaram

que pagaram ao esquema Collor/PC

em troca de favores. O Grupo J. Ma­

cêdo teve alguma ligação com o es­

quema Collor/PC?

JM

- O lh a , a ú n ica p a rtic ip a ç ã o n o s­ sa , em a lg u m te m p o , na h istó ria nossa to d a , em m atéria d e g o v e rn o , foi n u ­ m a c e rta o c a siã o , q u e nós p a rtic ip a ­ m o s de um a c o n c o rrê n c ia p ú b lica. Eu v o u fa z e r um c o m e n tá rio e não façam p e rg u n ta s em cim a d e n ad a, q u e eu n ão d ig o m ais n ad a além do q u e eu v o u d iz e r. P ra g a n h a r, c o n se g u iu -se re d u z ir os g a sto s a té o o sso e nossa c o m issã o foi re d u z id a . N ó s íam os g a n h a r só u m a c o m issã o . A í v e io o h o m e m do g o v e rn o e disse: "O lha, v o c ê s g a n h a ra m , m as n ão lev am . Só le v a m , s e d iv id ir." A n o ssa co m issão , a c h o q u e foi re d u z id a a 4 0 % . Isto foi um a c h a n ta g e m q u e , s e n ão fizesse, p e rd ia a re p re se n ta ç ã o . Isto é o n osso caso . A g o ra , toda o b ra g ra n d e , q u e tem p o r aí, a lg u é m lev a a lg u m a coisa. O P C é um su je ito m ais sa b id o , m ais p re p a ra d o . T á na é p o c a do c o m p u ta ­ dor. E le d isse: "N ão p e sso a l, v o cês tem q u e p a g a r, m as p elo m eu in te r­ m éd io " . E sta fa lc a tru a toda vai ren d er ju ro s p ara o B ra sil. O p esso al vai ter

q u e s e r m ais c a u te lo so .

LJ

-

Os grandes empresários vieram

a público confessar o envolvimento

no esquema Collor-PC. O senhor

acha que é uma atitude de coragem

ou ingenuidade?

JM

- D e p e n d e d e c o m o d isseram . E les d isse ra m c o a g id o s?

LJ

-

O senhor acha que eles estão

posando de vítima ?

(5)

E n t r e v is t a

J. Macedo

P a u l o M á r i o A m a t o , q u e d i s s e q u e t o d o e m p r e s á r i o s o n e g a v a e e l e s o n e ­ g a v a . A l i f o i i m p e n s a d o . N o n o s s o c a s o , n ó s n ã o s o n e g a m o s , n ã o p o d e ­

m o s s o n e g a r .

LJ

-

Por que não deu certo as expe­

riências do Grupo J. Macedo em

comunicação?

JM

- A G a z e t a d e N o t í c i a s f o i u m a c o m p r a p r a a t e n d e r u m a s i t u a ç ã o . E u t in h a s i d o e l e i t o d e p u t a d o . C h e g o u lá e m c a s a u m d i a , n ã o s e i s e f o i o W a l d e m a r A l c â n t a r a . U m g r u p o a í , q u e d i s s e q u e e u p r e c i s a v a c o m p r a r a G a z e t a p o r q u e o Z é P e s s o a n ã o a g u e n t a v a e e s t a v a f a l i d o . N ã o e r a m u it a c o i s a e e u c o m p r e i . P a s s e i a t e r , s e m p r e c i s a r , u m j o r n a l . N u n c a t i v e c o n d i ç ã o . E n t r e g u e i a o D o r i a n S a m ­ p a i o p a r a g e r e n c i a r . S ó t in h a u m m ê s q u e n ã o d a v a p r e j u í z o . E r a o m ê s d e j u l h o , q u e e r a o m ê s d e a n i v e r s á r i o , p o r q u e t in h a m u it a p r o p a g a n d a . O n ­ z e m e s e s d a n d o p r e j u í z o , c o n t r a 1 q u e n ã o d a v a . E u n ã o t in h a e s s a c o i s a d o E d s o n Q u e i r o z , d e t e r t e l e v i s ã o .

L J - Nunca pensou em ser como ele ?

JM

- N ã o , p o r q u e o n o s s o o b j e t i v o é

o u t r o . N ã o d a v a p ra q u e r e r t e r u m a a b r a n g ê n c i a t ã o g r a n d e . O p r ó p r io Z é P e s s o a d e p o i s m e e n t r e g o u a R á d i o U ir a p u r u , q u e t a m b é m t a v a f a l i d a . F o i o u t r a c o n f u s ã o . N ó s f i c a m o s c o m a r á d io . P a g a m o s p a r t e e m d i n h e i r o , p a r t e e m p r o m i s s ó r i a . E r a p o r 4 m e ­ s e s . N o d ia e m q u e c o m p l e t o u 4 m e ­ s e s , e u t a v a n u m a e x p o s i ç ã o d e g a d o e m Q u i x a d á , q u a n d o v i e r a m 2 h o ­ m e n s p e d i n d o p r a p r o r r o g a r o p r a z o . E m a m b o s t i v e m u i t o p r e j u í z o . P e g a ­ m o s a r á d io c o m a t o r r e j á p r a c a i r . T in h a u m a t o r r e g u a r d a d a . N ó s , d e ­ p r e s s a , m o n t a m o s a t o r r e n o v a . P a s ­ s a m o s 4 m e s e s i n v e s t i n d o l á , p r a d e ­ p o i s d e v o l v e r p r a e l e s .

"A ntes eu fazia

quarenta m inutos de

ginástica por dia.

A gora, eu passei para

um a hora, pela m anhã"

u - O senhor lê muitos jornais?

J M - B o m , m a s a í tá c e r t o ?

U - Como é que o senhor faz? Acor­

da e lê os jornais?

JM -

N ã o , a s s i m q u e e u a c o r d o , a n t e s d e l e v a n t a r , c o m e ç o a f a z e r g i n á s t i c a . F a ç o u m p o u q u i n h o , v o u a o b a n h e i ­ r o , f a ç o a b a r b a e ta l e v o l t o . A n t e s e u f a z i a q u a r e n t a m i n u t o s d e g i n á s t i c a

p o r d i a . A g o r a , e u p a s s e i p r a 1 h o r a , p e la m a n h ã . E u l e i o j o r n a l d e p o i s d o a l m o ç o , n a r e d e . A í é q u e e u v o u l e r o s j o r n a i s . T o m o c a f é n o e s c r i t ó r i o , d e s p a c h a n d o c o m a l g u é m . R e c e b o m u i t o s j o r n a i s : a G a z e t a M e r c a n t i l , E s t a d ã o . A s s i n o a V e j a .

LJ

-

Qual o senhor prefere?

JM

- O j o r n a l q u e l e i o t o d o d ia é O P o v o .

u

-

O senhor ouve rádio?

JM

- N ã o . N ã o s e o u v e m a i s f a la r e m r á d i o . E u n ã o l i g o m a i s r á d io .

u

-

O senhor assiste televisão ?

JM

- T e l e v i s ã o , e u a s s i s t o m u i t o .

"A vinda daquela

orquestra coincidiu

com os cinquenta anos

do G rupo J. M acêdo e

setenta m eu"

LJ

-

Qual é a relação do senhor com

a cultura ?

JM

- M i n h a r e l a ç ã o c o m a c u lt u r a ? E u m e d e t e n h o m a i s à p a r t e i n d u s ­ t r ia l. V i s i t a r m u s e u n ã o é m e u f o r t e .

U - Mas o senhor é patrocinador

cultural, né? Recentemente, a Or­

questra de Hamburgo veio pra cá. E

decisão sua ou influência dos filhos ?

JM

- F o i u m a c o i s a a t é m in h a m e s m o

n a o c a s i ã o . A v in d a d a q u e l a o r q u e s ­ tra c o i n c i d i u c o m o s c i n q u e n t a a n o s d o G r u p o J . M a c ê d o e s e t e n t a m e u . V o c ê h á d e c o n v i r c o m o s e g u i n t e : n o g r u p o t e m m u it a g e n t e d e n í v e l s u p e ­ r io r . T o d o m u n d o t e m i d é i a s . O m e u m é r i t o é c o n c o r d a r c o m a s i d é i a s b o a s e n ã o c r ia r p r o b l e m a s . A p r ó p r ia c o n v i v ê n c i a c o m e s t a s p e s s o a s v a i a b r in d o t a m b é m a m in h a c a b e ç a .

LJ - O senhor é um homem muito rico.

J. Macêdo tem medo de sequestro ?

JM -

N ã o t e n h o m e d o n e n h u m . O

m e u a n j o d a g u a r d a m e d i s s e q u e n ã o h á h i p ó t e s e d e s e q u e s t r a r e m u m h o ­ m e m d e 7 3 a n o s , p o r q u e e l e p o d e t e r u m i n f a r t o , u m a c o n f u s ã o q u a lq u e r . E m e l h o r p e g a r g e n t e m a i s n o v a .

U

-

O senhor gosta muito dos ne­

tos, né?

JM

- E u s o u u m p a t r ia r c a c o n v i c t o . E u t e n h o 8 f i l h o s , v i n t e e s e i s n e t o s e 9 b i s n e t o s . E a c o m p a n h o m a i s o u m e n o s a v i d a d o s m e u s n e t o s t o d o s e

d e a l g u n s b i s n e t o s , j á . E u s o u d o u t o r c o m p ó s - g r a d u a ç ã o e m c r i a ç ã o .

L J - E o casamento com a dona Ma­

ria? Como foi? Como é?

J M -

O l h a , e u m e c o n s i d e r o u m c r a ­ q u e n e s t a h i s t ó r i a , p o r q u e n o r e s t o , n ã o m e e l o g i o , n ã o , m a s e m m a t é r ia d e m a n t e r u m r e l a c i o n a m e n t o b o m c o m a m u l h e r ... E t e r t id o a s o r t e . M i n h a m u l h e r é u m a m u l h e r v a l e n t e . M u l h e r c a l m a , t r a n q u ila , m a s m u i t o f o r t e . M a s e u c o n s i g o a d m i n i s t r a r ( R i s o s ) . A d m i n i s t r a r t u d o c o m m u it a c o m p e t ê n c i a . N u n c a t i v e f i l h o f o r a d e c a s a , g r a ç a s a D e u s .

LJ

-

Qual o segredo?

JM

- P a r a n ã o t e r f i l h o f o r a d e c a s a ? ( R i s o s )

LJ - Não. Para administrar tudo em

casa.

JM

- O s e g r e d o é d a r i m p o r t â n c i a à m u l h e r . E u g o s t o d e l a .

LJ

-

A fidelidade é essencial ao su­

cesso de um casamento ?

JM -

É . P o r p a r t e d a m u i h e r é . ( R i s o s )

LJ - E do homem ?

JM

- O h o m e m p r e c i s a te r m u it a c o m p e t ê n c i a p ra n ã o c o m p l i c a r o c a ­ s a m e n t o . ( R i s o s )

LJ - O senhor se casou com 22 anos,

né?

J M -

E m e i o . F u i p a i c o m v i n t e e t r ê s a n o s e m e i o . A v ô a o s q u a r e n t a e d o i s a n o s e b i s a v ó a o s s e s s e n t a e q u a t r o o u s e s s e n t a e c i n c o .

"Fui pai com vinte e

três anos e m io. A vô

aos quarenta e dois

anos e bisavê aos

sessenta e quatro ou

sessenta e cinco"

LJ

-

O senhor viveu sua juventude na

década de 40. É verdade que naquela

época os casais só namoravam de

mãos dadas?

JM -

N o m e u c a s o , é v e r d a d e . E u s ó t i v e d i r e i t o d e d a r u m b e i j i n h o d e p o i s d e n o i v o ( R i s o s ) . E s s e n e g ó c i o d e m ã o b o b a , n a d a . ( R i s o s )

U - Como é que os rapazes canta­

vam as moças naquela época ?

JM -

E u a c h o q u e i s s o v a r ia m u i t o , n é ? A m in h a m u l h e r s e m p r e f o i m u i ­ t o r e s e r v a d a . E la n ã o m e d a v a m a r

-J. Macêdo perguntou

a um dos entrevista­

dores se não o tinha

ach ad o

ch eiro so

quando chegou.

Quando quiseram sa­

ber como tinha

conhe-cido sua esposa, o

empresário J. Macêdo

perguntou se era

(6)

J. Macedo

E n tr e v is ta

Ele se diz doutor com

p ó s -g ra d u a ç à o em

c ria ç ã o .

P ro c u ra

acompanhar de perto

seus netos e agora, al­

guns bisnetos.

Muito católico, tem

pena de quem não tem

religião. Acha que to­

dos devem adorar a al­

guma coisa.

José Macêdo riu mali­

ciosamente ao falar de

fidelidade conjungal.

g e m . N ã o d a v a . A c h o q u e é u m c a s o m u i t o e s p e c i a l . A n t e s d e l a , o s n a m o -r i n h o z i n h o s q u e e u t i v e e -r a m b e m m a i s a f o i t o s . C a d a c a s o é u m c a s o .

L J

-

O senhor se lembra como abor­

dou a dona Maria ?

JM

- L e m b r o d e t u d o , d e t u d o .

LJ

-

Pode contar?

J M

- I s t o é j o r n a l í s t i c o , é ? ( R i s o s ) . J . M a c ê d o f e z e s t a p e r g u n t a a u m d e s e u s a s s e s s o r e s ) .

LJ

-

É interessante pra gente formar

um perfil de J. Macêdo.

J M

- E u , c o m o r e p r e s e n t a n t e c o m e r ­ c i a l , a n d a v a m u i t o n a r u a . E u e s t a v a n a P r a ç a d o F e r r e ir a , q u a n d o p a s s o u a m i n h a f u t u r a e s p o s a e o u t r a s m o ­ ç a s . E l a e s t a v a d e l u t o . P e r g u n t e i a u m s e n h o r s e e l e a c o n h e c i a e e l e m e d i s s e q u e e l a e r a f i l h a d o d o u t o r A m a r í l i o P r o e n ç a . E l a m o r a v a n a R u a G u i l h e r m e R o c h a e e u p a s s a v a p o r lá t o d a n o i t e , q u a n d o ía p a r a o L i c e u . E u e s t a v a a n d a n d o n a P r a ç a d o L i c e u , q u a n d o p a s s a m 3 m o ç a s , e l a e m a i s d u a s . A s d u a s e r a m i r m ã s d e u m c o l e g a m e u d e g i n á s i o . E l a s f o r a m e e u f u i a t r á s . E l a n e m s e m e ­ x i a e a s o u t r a s o l h a v a m p r a t r á s .

" N ã o , e u q u e r o c o - n h e c e r e s t a d e p r e t o " . P a r a r a m e m e a p r e s e n t a r a m . F o i a s s i m q u e e u a c o n h e c i . N ã o n a m o r a v a e m c a s a . F u i a t é o p o r t ã o d a c a s a d e l a . N ã o e r a e s c o n d i d o , m a s p r a s m e n i n a s d a q u i e r a u m a c o i s a i n t e r e s s a n t e . D e s d e o d i a e m q u e f a ­ l e i c o m a m i n h a m u l h e r p e l a p r i m e i ­ ra v e z , q u e e u m e d e s p e d i d e l a , s ó d e i x e i d e v ê - l a . . . E u m e c a s e i e m m a r ç o d e 1 9 4 2 , n a s c e u o m e n i n o e m 4 3 . L o g o d e p o i s f i c o u g r á v i d a d o s e g u n d o f i l h o . E m o u t u b r o d e 1 9 4 3 e u f i z u m a v i a g e m d e n e g ó c i o s a o M a r a n h ã o . F o i a p r i m e i r a v e z q u e m e s e p a r e i d e l a , n ã o d e i x e i d e v e r u m d i a . E r a u m c a r a m e i o f a n á t i c o ( R i ­ s o s ) . D o m i n g o , f e r i a d o , d ia s a n t o . U m s u j e i t o q u e t e m s u a s q u a l i d a d e s d e m a r i d o .

LJ - A dona Maria também viaja com

o senhor nas viagens de negócios?

J M

- V i a g e n s d e n e g ó c i o s ? N ã o .

A g o r a , e l a v i a j a m a i s d o q u e e u . E la é u m a v i a j a n t e , m a s c o m o t u r is t a . C o n h e ç e d e z v e z e s m a i s l o c a i s d o q u e e u . E u a c h o q u e t o d a v i a g e m a o e x t e r i o r é u m a o p o r t u n i d a d e d e v o c ê c o n h e c e r m u it a c o i s a , m a s e u v o u p r a c u i d a r d e n e g ó c i o s .

U

-

Como é a sua relação com seu

filho Amarílio? O senhor costuma

falar tanto dele.

J M

- E u f a l o m u i t o d o m e u f i l h o A m a r í l i o , p o r q u e v o c ê s o u v e m m u i t o f a l a r d e l e ( J . M a c ê d o p a r g u n t o u s e

a l g u m d e n ó s o c o n h e c i a )

L J

-

É o predileto?

JM

- N ã o . A m in h a f il h a m a i s v e l h a d i z q u e é a f ilh a p r e d i l e t a . E e u r e s p o n ­ d o : " E u s o u o p a i p r e d i l e t o . E u s o u o p a i p r e f e r id o ." O c a s o d o A m a r í l i o é q u e e l e é o m a i s e x t r o v e r t i d o , s e e x ­ p r e s s a m u i t o b e m . F a z p a l e s t r a s p r o s e m p r e s á r i o s e m S ã o P a u l o . E l e é m u i ­ t o v o l t a d o p ra p o l í t i c a . É v i s c e r a l m e n ­ t e p o l í t i c o , m a s n ã o p r a s e c a n d id a t a r .

LJ

-

A dona Maria influencia o

senhor?

JM

- E u a c h o q u e e la t e m u m a i n f l u ê n ­ c ia e x tr a o r d in á r ia . S a b e o q u e é u m a p e s s o a tr a n q u ila , u m m a r id o t r a n q u ilo , c e r t o d e q u e s u a r e ta g u a r d a e s t á p r o t e ­ g id a ? N ã o t e m p r o b le m a s d e d in h e ir o . N a p a r t e d o m é s t ic a e l a é u m a p e s s o a e q u ilib r a d a . É u m a p e s s o a c o r r e t a , f o r ­ t e , s a b e m a n d a r , s a b e o r ie n ta r . C u id o u d o s f i l h o s . N ã o j o g a c a r t e a d o , n ã o t e m v í c i o s , n ã o a n d a c o m f o f o c a . É u m a

m u lh e r e x tr a o r d in á r ia .

LJ

-

O Lúcio Brasileiro vive dizendo

que o senhor é o leitor número 1 dele.

Isto é verdade ?

JM

- B o m , e u l e i o d i a r i a m e n t e a c o ­ lu n a d e l e q u a n d o e s t o u e m F o r t a l e z a .

u

-

Dizem que todo milionário é

excêntrico. Quais são as suas excen­

tricidades?

JM

- N ã o t e n h o . E u s o u u m a p e s s o a d e c o m p o r t a m e n t o m e d i a n o . T e n h o u m a f a z e n d a e m Q u i x e r a m o b i m . E u a d o r o ir p ra lá , p ra a n d a r , p r a a n d a r a c a v a l o , n a d a r , p r a r e m a r n o b a r q u i­ n h o d e n t r o d e a ç u d e , p r a m e e x e r c i t a r .

U

-

O senhor é vaidoso?

JM

- V a i d o s o ? N ã o . Q u e r d i z e r , v o c ê n ã o m e a c h o u c h e i r o s o , n ã o , q u a n d o e u c h e g u e i ? ( R i s o s ) P o i s é . T o m e i m e u b a n h o . A c h o u m a f a lt a d e r e s p e i ­ t o , u m h o m e m d a m i n h a i d a d e c h e g a r f e d o r e n t o a s u o r . E u a d o r o d a r u m c h e i r o n u m a m e n i n a .

LJ

-

Quais são os seus prazeres?

JM

- J á d i s s e .

LJ

-

Andar cheiroso?

JM

- N ã o . D a r u m c h e i r o . ( R i s o s )

LJ

-

O senhor caminha na praia ?

JM

- N ã o , e u c a m i n h a v a . A g o r a , e u

f a ç o g i n á s t i c a e c a m i n h o à n o i t e e m c a s a , d e n t r o d o m u r o d e c a s a . C a d a v o l t a s ã o 2 7 5 m e t r o s , o u e n t ã o , e u t e n h o u m a e s t e i r a r o l a n t e n o m e u q u a r t o . A n d o 2 q u i l ó m e t r o s .

LJ - Qual é a visão que o senhor tem

da religião? Como é que o senhor

está vendo a religião hoje em dia ? O

senhor é uma pessoa religiosa ?

J M

- S e a l g u é m a q u i n ã o t i v e r r e l i ­ g i ã o , e u t e n h o p e n a d e q u e m n ã o t e m

"E u a n t e c ip e i o m e u

c a s a m e n t o p a r a te r

u m a v id a c r is tã . H o je

o n e g ó c io é d e f e r e n t e ,

q u a n d o c a s a j á m e te u

a v a r a a m u it o te m p o "

r e l i g i ã o . E u a c h o q u e o h o m e m t e m q u e a d o r a r a l g u m a c o i s a , n e m q u e s e j a o b e z e r r o d e o u r o . E s t o u c o n v e n ­ c i d o q u e a r e l i g i ã o c r is t ã é a m a i s p e r f e i t a , t ir a n d o o J u d a í s m o , p o r q u e a r e l i g i ã o c r i s t ã o s a i u d o J u d a í s m o . A r e l i g i ã o c r i s t ã t e m s o f r i d o m u i t o s a t a ­ q u e s e m u d a n ç a s . A r e l i g i ã o c a t ó l i c a f o i a f r o u x a n d o e c o m e ç a r a m a s u r g i r e s t e s v i g a r i s t a s , c o m o o b i s p o E d ir M a c ê d o . E q u a n d o n ã o t e m o b i s p o M a c ê d o , t e m a m a c u m b a , q u e é a p a r t e a f r i c a n a t o t a l m e n t e p a g ã . A g o ­ r a , n ó s c a t ó l i c o s e s t a m o s n o f u n d o d o p o ç o n a q u e s t ã o d a s v o c a ç õ e s . V o c ê p o d e o b s e r v a r q u e o s p a d r e s n o v o s , t o d o s e l e s , p r e v a r i c a m . S o u c a t ó l i c o , f u i C o n g r e g a d o M a r i a n o . F i z R e t i r o F e c h a d o . V o c ê s s a b e m o q u e é R e t i r o F e c h a d o ? N o C a r n a v a l , a g e n t e s e t r a n c a v a n a I g r e j a d o C r i s t o R e i . E n ­ t r a v a lá e s a í a h u m i l d e , s a í a u m s a n t o d e l á . T i v e q u e m e c a s a r m o ç o p o r i s s o m e s m o . O p a d r e m e c o n f e s s a v a e t a l , e u c o m u n g a v a , à s v e z e s , a t é d i a r i a m e n t e . O p a d r e d i z i a : " I s to n ã o p o d e , u m s u j e i t o c o m v i n t e e d o i s a n o s , n a m o r a n d o , n o i v o . V o c ê t e m q u e c a s a r ." O p a d r e m a r c o u u m a r e u ­ n i ã o n o C l u b e M a r i a n o . ( N e s t a r e u ­ n i ã o , o s C o n g r e g a d o s M a r i a n o s p r e ­ t e n d i a m r e s o l v e r a s i t u a ç ã o d e J o s é M a c ê d o p a r a q u e e l e p u d e s s e c a s a r m a i s c e d o . F i z e r a m c á l c u l o s a t é d e q u a n d o e l e g a n h a v a e d e q u a n t o g a s ­ t a r ia q u a n d o c a s a s s e . R e s o l v e r a m q u e d a v a p a r a J o s é M a c ê d o c a s a r c o m o q u e g a n h a v a . ) S e n d o q u e e u n ã o f u i n a c o n v e r s a d e l e s . E u f i z u m a r r e n d a m e n t o d o H o t e l M o r e i r a , q u e e r a d o m e u p a i , o n d e é h o j e o P a l á c i o d o P r o g r e s s o . E u t in h a c a s a , c o m i d a e r o u p a l a v a d a . E u n u n c a g a s t e i o q u e g a n h e i . S e e u g a n h a v a c i n c o , g a s t a v a q u a t r o o u t r ê s , s e m p r e p o u p e i . E u a n t e c i p e i o m e u c a s a m e n t o p r a p o d e r t e r u m a v i d a c r i s t ã . H o j e o n e g ó c i o é d i f e r e n t e , q u a n d o c a s a j á m e t e u a v a r r a h á m u i t o t e m p o ( R i s o s ) .

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