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Efeito da temperatura e da luz na germinação e no vigor de sementes de Melissa Officinalis L.

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Academic year: 2021

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Efeito da temperatura e da luz na germinação e no vigor de sementes de Melissa Officinalis L.

Paulo de A. Silva1; Antônio L. dos Santos Neto 1; Sebastião Medeiros Filho1;Arie Fitzgerald Blank2

1 UFC-CCA/Depto. de Fitotecnia, C. Postal. 12168, 60356-001 Fortaleza-CE. e-mail:filho@ufc.br.

2 UFS/Depto. de Engenharia Agronômica, Av. Marechal Rondon s/n, 49100-000 São Cristóvão-SE. arie.blank@terra.com.br

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da luz e da temperatura na germinação e vigor de sementes de Melissa officinalis L. Foram testadas quatro temperaturas (20, 25, 30 e 35°C) e duas condições luminosas (presença e ausência de luz). Os experimentos foram conduzidos em placas de Petri sobre papel de filtro umedecido. As contagens duraram 10 dias e eram feitas diariamente. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 4 x 2, com quatro repetições. A porcentagem de germinação não foi afetada pelas diferentes condições luminosas, porém as sementes obtiveram maior velocidade de germinação na ausência da luz. A temperatura de 20°C promoveu as menores porcentagens e velocidades de germinação, entretanto, 25, 30 e 35°C propiciaram resultados superiores para as variáveis estudadas, mas não diferindo significativamente entre si. Houve interação entre luz e temperatura para o índice de velocidade de germinação, e que, temperaturas de 25, 30, 35° na ausência de luz promoveram maior porcentagem de germinação.

Palavras-chave: Melissa officinalis L.; luminosidade; IVG.

ABSTRACT

Effect of temperature and light in the germination and vigor of seeds of Melissa Officinalis L.

The objective of this work was to evaluate the effect of light and temperature on germination and energy of seeds of Melissa officinalis L. It was tested four temperatures (20, 25, 30 and 35°C) and two light conditions (continuous light or dark). The experiments were carried out in Petri dishes on moistened filter paper. Daily countings were performed for 10 days. The experimental design used was a completely randomized factorial arrangement (4 x 2) with four replicates and 50 seeds per treatment.

The germination was not affected by any light condition, however seeds achieved a higher germination speed in the absence of the light. The temperature of 20°C produced the worst percentages and germination speed, while best results was obtained at 25, 30 and 35°C, not significantly different amongst themselves. There was an interaction between light and temperature for the index of germination speed, and temperatures of 25, 30, 35°C and continuous light promoted larger germination percentage.

Keywords: Melissa officinalis L.; brightness; IVG.

(2)

A luz e a temperatura são os fatores ambientais de maior importância na promoção da germinação de sementes. Fornecidas as condições ideais de luz e umidade, a temperatura do solo irá determinar quantas sementes germinarão em uma amostra, bem como a velocidade dessa germinação (Heydecker, 1977).

A temperatura influi no processo de germinação, especialmente, por alterar a velocidade de absorção de água e modificar a velocidade das reações químicas que irão acionar o desdobramento, o transporte das reservas e a ressíntese de substâncias para a plântula (Bewley & Black, 1994).

Segundo Kendrick & Kronenberg (1994), a percepção, interpretação e transdução dos sinais luminosos são captados por fotoreceptores, sendo o fitocromo o principal. Em muitas espécies, a germinação é mediada pelo fitocromo diante das condições de luminosidade presentes (Scopel et al., 1994; Deregibus et al.,1994).

Sendo assim, objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito da luz e da temperatura na germinação e no vigor das sementes de Melissa officinalis L.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras.

Foram testadas quatro temperaturas (20, 25, 30 e 35°C) na presença e ausência de luz. A avaliação de temperatura foi realizada em Mesa de Termogradiente (Seed Processing type 5001.10.00, series 15 893) monitorada pelo programa computacional Wizcons para Windowns. Para restrição de luz foram utilizadas lâminas de alumínio envolvendo as placas.

O teste de germinação foi conduzido em placas de Petri com 4 repetições de 50 sementes por tratamento. As sementes foram distribuídas uniformemente sobre duas folhas de papel tipo Germitest, umedecidas com água em quantidade equivalente a 2,5 vezes o peso das mesmas. Para contagem diária da germinação na ausência de luz, utilizou-se câmara escura com luz verde. As avaliações foram feitas durante 10 dias.

O índice de velocidade de germinação foi feito conjuntamente com o teste de germinação.

Foram feitas contagens diárias do número de sementes germinadas (protrusão radicular) durante 10 dias. Para o cálculo do IVG foi utilizada a fórmula proposta por Maguire (1962).

O delineamento experimental utilizado para porcentagem e velocidade de germinação foi inteiramente casualizado com 4 temperaturas (20, 25, 30 e 35°C) e dois ambientes (presença e ausência de luz) arranjados em esquema fatorial, com 4 repetições.

A análise de dados foi realizada pelo Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores – SANEST (Zonta & Machado, 1984).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi observada diferença significativa na germinação de Melissa officinalis L., na presença ou ausência de luz (Tabela 1). Resultados semelhantes foram obtidos por Arrigoni-Blank et al. (2002), ao analisarem o efeito da luz e de extrato de pó de coco na germinação de sementes de Melissa officinalis, caracterizando-as como fotoblásticas neutras. Rosa & Ferreira (2001), estudando o comportamento germinativo de sementes de diferentes plantas medicinais, concluíram que o fotoblastismo das espécies é dependente principalmente das condições ambientais de origem. Silva et al. (2002) observaram diferentes gradientes de fotoblastismo em sementes de Hyptis pectinata coletadas em diferentes regiões, corroborando com as conclusões de Rosa & Ferreira (2001). Trabalhos feitos com sementes das mais variadas espécies deduziram que não há um padrão de resposta à luz, e sim, uma diversidade de comportamento que é tão grande quanto às características intrínsecas aos centros de origem das espécies.

TABELA 1 – Valores médios de porcentagem e velocidade de germinação de sementes de Melissa officinalis L. submetidas à presença e ausência de luz. Lavras - MG, UFLA, 2003.

Na Tabela 1, observa-se que as sementes apresentaram um comportamento mais vigoroso quando postas a germinar na ausência de luz, havendo diferença significativa na velocidade de protrusão radicular entre os tratamentos. Este comportamento pode estar relacionado com respostas mais efetivas a comprimentos de onda mais longos. Segundo Kendrick & Kroenemberg (1994), a germinação de sementes é mediada pelo fitocromo diante das condições de luminosidade presentes, e a intensidade luminosa promove a ativação ou desativação deste, sendo este processo o responsável pela velocidade de germinação (Scopel et al., 1994 ; Deregibus et al., 1994).

Médias seguidas de uma mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Luz % Germinação IVG

Ausência 95 a 19,52 a

Presença 94 a 15,79 b

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FIGURA 1 – Germinação de sementes de Melissa officinalis, em quatro temperaturas. Lavras, MG, UFLA, 2003.

Para a porcentagem de germinação foi observado efeito significativo do fator temperatura, já o índice de velocidade de germinação apresentou efeito significativo para interação luz/temperatura. A temperatura de 20°C promoveu a menor porcentagem de germinação, sendo observado uma tendência de aumento da germinação com aumento da temperatura (Figura 1).

Miranda & Ferraz, trabalhando com sementes de Maquira sclerophyla, obtiveram resultados semelhantes ao da Melissa officinalis. A condição climática da região de origem parece ser o principal fator que determina a temperatura ótima de germinação de sementes, por isso resultados variados são obtidos mesmo dentro da mesma espécie, esta afirmação é confirmada por Silva et al. (2002) que observaram diferentes níveis de germinação em sementes de Hyptis pectinata coletadas em diferentes regiões.

Para o índice de velocidade de germinação na presença de luz, ocorreu um aumento crescente na velocidade de germinação com o aumento da temperatura. Na ausência de luz esse aumento foi observado até os 30ºC, quando se inicia uma diminuição (Figura 2). França et al. 2002, avaliando a germinação de sementes de batata-de-purga obtiveram resultados semelhantes, com maior velocidade de germinação na ausência de luz à temperatura de 25°C.

y = -0,04x2 + 2,76x + 50,1 R2 = 0,96

80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 100

20 25 30 35

Temperatura

% Germinão

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FIGURA 2 – Índice de velocidade de germinação de sementes de Melissa officinalis L. submetidas a quatro temperaturas. Lavras, MG, UFLA, 2003.

As sementes de Melissa officinalis L são influenciadas pela luz e temperatura, apesar de se comportar como fotoblásticas neutras. A ausência de luz associada com temperaturas de 25, 30 e 35ºC promovem maior velocidade de germinação. Temperaturas menores que 25°C inibem a germinação das sementes desta espécie.

LITERATURA CITADA

ARRIGONI-BLANK, M.F.; OLIVEIRA, A.S.; BLANK, A.F.; AMÂNCIO, V.F.; SILVA-MANN, R.;

MENDONÇA, M.C.; SILVA, P. A. Efeito da luz e soluções de pó de coco na germinação de sementes de erva cidreira verdadeira (Melissa officinalis L.). Horticultura Brasileira. v.20, n.2, julho, 2002.

Suplemento 2.

BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seed: Physiology of developmentand germination. 2. ed. New York:

Plenum Press, 1994. 445p.

DEREGIBUS, V. A.; CASAL, J. J.; JACOBO, E. J.; GIBSON, D.; KAUFMAN, M.; RODRIGUES, A. M. Evidence that heavy grazing may promotethe germination of Lolium multiflorum seeds via phytochromemediated perception of light red/far-red rations. Functional Ecology, v.8, p.536-542, 1994.

FRANÇA, A. F.; MEDEIROS FILHO, S.; FREITAS, J. B. S. Avaliação da germinação de sementes de batata-de-purga amarela em dois substratos e cinco condições ambientais. Ciênc. agrotec., Lavras, v.26, n.2, p.232-236, 2002.

HEYDECKER, W. Stress and seed germination na agronomic view. The physiology and biochemistry of of seed dormancy and germination. Elsevier, Amsterdam, p.237-282, 1977.

y = -0,1167x2 + 6,9467x - 79,615 R2 = 0,9764

y = 0,0137x2 - 0,1369x + 8,7685 R2 = 0,9122

10 12 14 16 18 20 22 24 26

20 25 30 35

Temperatura

IVG

ausência presença

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KENDRICK, R. & KRONENBERG, G. H. M. Photomorphogenesis in Plants. Martinus Nijhoff, Dordrecht. 1994.

MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid in selection and evalution for, seedling emergemce and vigor. Crop science, n.2, v.2, p. 176-177, 1962.

MIRANDA, P. R. M.; FERRAZ,L. D. K. Germinação e morfologia da plântula de Maquira sclerophyla. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.22, n.2, suplemento 2, p.303-307, 1999.

POPINIGIS, F. Fisiologia de sementes. 2.ed. Brasília: AGIPLAN, 1985. 289p.

ROSA, S. G. T.; FERREIRA A. G. Germinação de sementes de plantas medicinais lenhosas. Acta Botânica Brasileira, v.15, n.2, p.147-154, 2001.

SCOPEL,A.L.; BALLARÉ,C.L. & RADOSEVICH,S.R. Photo stimulation of seed germination during soil tillage. New Phytologist. v.126, p. 145-152. 1994.

SILVA, P.A.; ARRIGONI-BLANK, M.F.; OLIVEIRA, A.S.; SILVA-MANN, R.; BLANK, A.F.;

AMÂNCIO, V.F.; MENDONÇA, M.C. Germinação de sementes de sambacaita (Hyptis pectinata L.

Poit) sob efeito de luz e em soluções de pó de coco. Horticultura Brasileira, v.20, n.2, julho, 2002.

Suplemento 2.

ZONTA, E.P.; MACHADO, A. A. Sistema de análise estatística para microcomputadores- SANEST. Pelotas: UFPel, 1984. 109p.

Referências

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