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Persas, Fenícios e Hebreus

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Academic year: 2022

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Persas, Fenícios e Hebreus

Além de egípcios e mesopotâmios, a região do Crescente Fértil foi ocupada por inúmeros outros povos. Dentre eles destacaram-se os persas, os fenícios e os hebreus.

Poucas semelhanças existiam entre esses povos: os fenícios eram comerciantes; os hebreus dedicaram-se sobretudo ao pastoreio, mas foi por causa de seu Deus que se tornaram conhecidos; já os persas construíram um dos mais vastos impérios da Antiguidade.

1. Os persas

O planalto do Irã, região montanhosa e desértica, situada a leste do Crescente Fértil, entre a Mesopotâmia e a Índia, foi povoado pelos medos e pelos persas.

A princípio, Os persas1 eram dominados pelos medos. Essa situação se inverteria por volta de 550 a.C.

Nessa época, sob o comando de Ciro, os persas dominaram os medos e passaram a controlar a região.

Acima, à esquerda, Ciro, o grande (imperador persa) e à direita, Mosaico representando os exércitos persas.

1 HOJE: onde antes se estabeleceram medos e persas, localiza-se um país chamado Irã. Sua capital chama-se Teerã e possui uma área de 1.648.195 km2. As origens do Irã estão no Império Persa, fundado em 539 a.C. por Ciro, o Grande. A conquista árabe, em 642, marca a conversão de seus habitantes ao islamismo.

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Os persas conquistaram ainda outros povos que viviam nas proximidades do planalto do Irã, impondo a todos a mesma administração. Eles construíram um vasto império. Seu território compreendia a Ásia Menor, a Mesopotâmia e uma parte da Ásia central.

Esses domínios seriam ainda ampliados nos governos posteriores a Ciro: Cambises conquistou o Egito em 525 a.C.; Dario I dominou a Ásia até o vale do rio Indo e também uma pequena parte da Europa, onde se localizavam algumas colônias gregas.

Dario e depois seu sucessor, Xerxes, tentaram conquistar ainda a região da atual Grécia, mas fracassaram. Em 330 a.C., o Império Persa foi conquistado por Alexandre Magno, da Macedônia.

Os povos dominados pelos persas podiam conservar seus costumes, suas leis, sua religião e sua língua. Eram obrigados, porém, a pagar tributos e a servir o exército persa.

Dario procurou organizar o império dividindo-o em províncias e nomeando pessoas de sua confiança para governá-las. Para facilitar a comunicação entre as províncias, foram construídas diversas estradas, entre elas a Estrada Real. Com mais de 2 mil quilômetros de extensão, essa estrada ligava as cidades de Susa e Sardes. Por ela passavam os correios reais, o exército e as caravanas de mercadores.

Na arte, os persas receberam grande influência dos egípcios e dos mesopotâmios.

Fizeram construções em plataformas e terraços, nas quais utilizaram tijolos esmaltados em cores vivas.

No plano religioso, distinguiram-se por uma religião que ainda hoje é praticada em algumas partes do mundo: o zoroastrismo2. Seu fundador, Zoroastro (daí o nome da religião), viveu entre 628 e 551 a.C.

Muitos dos valores do zoroastrismo acabaram sendo adotados por outras religiões. No cristianismo, por exemplo, as idéias de Juízo Final e paraíso e a dicotomia entre bem e mal são heranças do zoroastrismo.

2 Zaratustra ou Zoroastro, religioso persa (628 a.C.-551 a.C.), fundador do zoroastrismo, religião dualista adotada no Irã. Figura lendária, Zoroastro, nasce provavelmente em Rages, no Irã. Ainda jovem afirma ter tido uma visão de Ahura-Mazda, senhor da Sabedoria, que o teria incumbido de propagar a verdade. Inicia a pregação de uma nova doutrina, o zoroastrismo, que se difunde pelo Irã, baseada na dualidade entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas. O Zend-Avesta, livro da doutrina, ensina os homens a praticar boas obras para manter a pureza do corpo e da alma e a se afastar da fonte do mal. De acordo com Zaratustra, após a morte a alma passa por um julgamento que a levará ao paraíso ou ao sofrimento eterno, ou a um período intermediário de existência, dependendo do balanço entre as ações boas e más que tenha praticado em vida. O zoroastrismo influencia a religião judaica na época da diáspora, bem como o cristianismo, na Antiguidade. Zaratustra morre assassinado, conforme a lenda, e seu túmulo estaria em Persépolis.

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Persas

(Resumo)

Política /Sociedade Economia Cultura

Os persas chegaram a formar um vasto império, cujos principais reis foram: Ciro, Cambises e Dario.

Ciro, o Grande, conquistou o Reino da Média, unificando com o Reino da Pérsia, em 550 a.C.

Ampla rede de estradas que favoreciam o comércio e o serviço dos correios.

Comércio: tapetes, produtos orientas em geral.

Técnicas de construção de estradas.

Arte: construções em plataformas e terraços com tijolos esmaltados e coloridos.

Religião: Zoroastrismo, fundada por Zoroastro, que viveu entre 628 e 551 a.C.

Hoje  Capital: Teerã Área: 1.648.195 km2

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2. Os fenícios

Instalados na estreita faixa de terra banhada pelo Mediterrâneo oriental, os fenícios3 foram essencialmente marinheiros e comerciantes.

As circunstâncias que contribuíram para os fenícios se tornarem marinheiros e comerciantes foram:

 o reduzido tamanho de seu território;

 o relevo pouco favorável ao cultivo agrícola;

 a proximidade geográfica com o Egito, ponto de chegada das caravanas que vinham da Mesopotâmia;

 o litoral com locais apropriados para portos;

 a abundância de cedro, madeira usada na construção de navios.

3 HOJE, no território original da Fenícia, localizam-se o Líbano e a parte litorânea da Síria. O Líbano tem como capital, a cidade de Beirute e uma área de 10.400 km². A Síria tem como capital, a cidade de Damasco e uma área de 185.180 km².

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Por volta de 1.400 a.C., os fenícios controlavam boa parte do comércio no Mediterrâneo.

Com a expansão do comércio e o aumento da população, eles fundaram diversas colônias no norte da África e no sul da península Ibérica. Essas colônias funcionavam como locais de comércio e pontos de abastecimento dos navios. Dentre as colônias fenícias destacaram-se Cartago, Cádiz, Sicília e Chipre.

Pela posição geográfica, a defesa das cidades fenícias era difícil. Ao longo dos séculos, muitas delas foram atacadas e destruídas. Os hititas, por exemplo, atacaram Biblos. Em 332 a.C., Alexandre Magno, da Macedônia, conquistou toda a região.

A sociedade fenícia era constituída de sacerdotes, aristocratas, comerciantes, pessoas livres e escravos. E tinha uma estrutura rígida: sacerdotes e aristocratas ocupavam as posições mais destacadas.

Nessa sociedade, a religião tinha importância fundamental. Cada cidade tinha um deus- protetor. Os cultos eram realizados ao ar livre e em lugares elevados. Durante o ritual era comum o sacrifício de animais e, até mesmo, de seres humanos.

Os fenícios desempenhavam com habilidade atividades ligadas à construção naval, à produção têxtil e à metalurgia. Fabricavam armas, vasos, adornos de bronze e cobre, tecidos e artefatos de vidro, produtos de grande aceitação por outros povos.

Os fenícios foram, ainda, os responsáveis pelo desenvolvimento do alfabeto, um sistema de escrita em que cada sinal representa um som. Com esse sistema era possível registrar com eficiência qualquer vocábulo, o que facilitava a anotação das transações comerciais.

O alfabeto fenício compõe-se de vinte e dois sinais, que correspondem às consoantes.

Mais tarde, os gregos introduziram as vogais, completando o alfabeto que, com algumas modificações, ainda hoje é utilizado pelos povos ocidentais.

Vestígio de uma antiga

cidade fenícia Relevo de um barco fenício Escrita fenícia

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Fenícios

(Resumo)

Política /Sociedade Economia Cultura

Monarquia imperial.

Oligarquia composta pela elite mercantil e proprietários de embarcações.

Governantes das colônias.

Sociedade composta por sacerdotes, aristocratas, comerciantes, pessoas livres e escravos.

Construção naval.

Produção têxtil e metalurgia como fabricação de armas, adornos de bronze, cobre e artefatos de vidro.

Engenharia naval.

Religião politeísta: Baal e Astarte eram os principais deuses; ofereciam sacrifícios humanos em seus cultos.

Alfabeto: principal

contribuição para o Ocidente.

Ciências náutica e siderúrgica.

Hoje  Síria => Capital: Damasco – Área: 185.180 km².

Líbano => Capital: Beirute – Área: 10.400 km².

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3. Os hebreus

Os hebreus4 foram um dos primeiros povos a cultuar um único deus, isto é, eram monoteístas.

No judaísmo, religião professada pelos hebreus, o único deus é Javé (ou Jeová), cuja imagem não pode ser representada em pinturas ou estátuas.

4 HOJE, os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. A religião dos hebreus serviu de base para a origem do cristianismo e do islamismo. Mas, do antigo templo de Jerusalém, resta apenas um muro, conhecido como Muro das Lamentações. A região, onde os hebreus se instalaram, era chamada de Palestina, região formada pelo vale do rio Jordão, a região montanhosa de Samaria, as áridas terras da Judéia, a região da Galileia e a planície costeira do mediterrâneo. Após muitos séculos, longe de sua terra, os judeus começaram a retornar para a região da Palestina no século XIX; em 1948, a ONU criou ali o Estado de Israel. O atual estado de Israel tem duas capitais: Jerusalém (não reconhecida pela ONU) e Telaviv (sede da maioria das embaixadas estrangeiras). Sua área é de 20.700 km². Existem muitos conflitos entre os diversos povos que habitam a região.

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Muitas das informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na interpretação de textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia5.

O Antigo Testamento foi escrito com base na tradição oral dos hebreus. Consta dele, por exemplo, a interpretação feita por esse povo da origem do mundo. Além disso, ele traz muitas das normas éticas e morais de sua sociedade. Convém ressaltar, entretanto, que esses textos são repletos de simbologia e sua interpretação é bastante difícil.

Os hebreus viveram por muito tempo nas proximidades da cidade de Ur, na Mesopotâmia. Por volta do ano 2.000 a.C., emigraram para a Terra de Canaã (Palestina), chefiados por Abraão. De acordo com a Bíblia, Abraão recebera de Deus a incumbência de conduzir seu povo a essa Terra Prometida.

Durante muito tempo os hebreus viveram na Palestina, organizados em comunidades governadas por patriarcas (chefes de família). Dedicavam-se à agricultura e ao pastoreio. Por volta de 1.700 a.C., uma terrível seca assolou a região, e a fome abateu-se sobre o povo hebreu, que então emigrou para o Egito.

Nessa época, o Egito tinha sido invadido pelos hicsos, povo nômade originário da Ásia. Enquanto os hicsos dominaram a região, os hebreus foram tratados sem hostilidades. Mas, quando os hicsos foram expulsos, os hebreus acabaram transformados em escravos. Permaneceram nessa condição por muito tempo, até que, por volta de 1.250 a.C., liderados por Moisés, partiram de volta para a Palestina, no episódio que ficou conhecido como Êxodo.

Ao chegar à Palestina, os hebreus encontraram o território ocupado por muitos povos: os cananeus e os filisteus. Comandados então por Josué, o patriarca que sucedeu a Moisés, iniciaram uma luta para reconquistar o território. Essa luta exigiu a gradual centralização do poder nas mãos de líderes políticos e militares, que recebiam o título de juízes.

A unificação das comunidades hebraicas durante a luta pela reconquista da Palestina culminou com a fundação do Reino de Israel – vide Nota 4 –, que teve como primeiro rei Saul (1010 a.C.). Seus sucessor foi Davi, que governou de 1006 a 966 a.C.; venceu definitivamente os filisteus e estabeleceu a capital do reino em Jerusalém.

5 A Bíblia Sagrada originou-se dos judeus. Mas os judeus só têm a parte conhecida como Velho Testamento. A Bíblia usada pelos cristãos, atualmente:

 compõe-se de Velho Testamento e Novo Testamento;

 o Antigo Testamento tem 39 livros (versão protestante) e 46 livros (versão católica); e o Novo Testamento tem 27 livros;

 cada livro da Bíblia está subdividido em Capítulos e Versículos. Os capítulos são as divisões maiores e os versículos são as divisões menores;

 a Bíblia de versão protestante tem 1.189 capítulos e 31.172 versículos.

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Durante o reinado de Salomão (966–926 a.C.), sucessor de Davi, a monarquia hebraica foi marcada pelo luxo e pela ostentação, enquanto a maioria da população, obrigada a pagar pesados tributos, levava uma vida humilde. Nessa época foi construído o monumental Templo de Jerusalém.

Com a morte de Salomão, o povo hebreu dividiu-se, formando o Reino de Israel (reunindo dez tribos do norte), com capital em Samaria, e o Reino de Judá agrupando duas tribos do sul), com capital em Jerusalém.

Em 722 a.C., o Reino de Israel caiu em poder dos assírios, que escravizaram a conduziram muitos hebreus para seu território. Os hebreus se misturaram aos povos conquistadores e perderam parte de sua identidade cultural.

Em 587 a.C., os neobabilônios conquistaram o Reino de Judá, destruíram o Templo de Jerusalém e aprisionaram os hebreus, conduzindo-os para o seu território. Esse episodio ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.

Quando os persas conquistaram a Babilônia, o rei Ciro permitiu que os hebreus retornassem a Judá, que se tornou uma província persa. Permitiu também que reconstruíssem o Templo de Jerusalém, cujas obras foram concluídas em 515 a.C.

Mais tarde, a Palestina foi conquistada pelo macedônio Alexandre Magno (333 a.C.) e, por fim, pelos romanos (63 a.C.), que em 70 d.C. destruíram o Templo de Jerusalém.

Após muitos anos de resistência e rebeliões, o imperador romano Adriano expulsou os hebreus da Palestina, em 134 d.C. Esse fato ficou conhecido como Diáspora (dispersão) do povo judeu.

Hebreus

(Resumo)

Política /Sociedade Economia Cultura

Patriarcado: Abraão, Isaque, Jacó e Moisés.

Juizado: Josué, Gideão e Sansão (os principais juízes).

Monarquia: Saul, Davi, Salomão; Reino de Israel (Norte) e de Judá (Sul).

Sociedade: nobreza, pasto- res, comerciantes e

agricultores.

Pastoreio, agricultura e comércio

Monoteísmo: Javé ou Jeová, único Deus.

Torá: Antigo Testamento da Bíblia Cristã e parte do Corão (livro sagrado islâmico).

Conceito de ética: extraído, principalmente dos Dez Mandamentos, que

influenciou o mundo inteiro.

Hoje  Israel => Capitais: Jerusalém (não reconhecida pela ONU) e Telaviv – Área: 20.700 km - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

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Fontes:

PILETTI, Nelson & Claudino. História - EJA, Educação de Jovens e Adultos - Ensino Fundamental – 3º Ciclo. São Paulo: Ática, 2003.

SÓ História. Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br>. Vários links. Acesso em 03/05/2016.

Referências

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