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Um estudo das capacidades cognitivas, interesses e estrutura de personalidade do aluno do Curso de Matemática da U.F.C

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Academic year: 2018

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A relação teoria/prática na ação do docente estagiário é buscada também através do aprofundamento dos conteúdos específicos necessários à competência docente. Assim têm sido promovidos paralelamente ao estágio cursos que trazem uma nova visão das áreas de História, Geografia, Ciências, Artes etc. Ressaltemos que tais cursos são abertos à

partici-pação das professoras do ensino de

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1.° grau da comunidade. Estes cursos têm-se mostrado um instrumento importante na

relação teoria/prática. I,

Outro tipo de experiência que tem sido realizada consis-te em planejar o estágio prevendo um número de horas se-manais para o estágio e um tempo semanal para o estudo e aprofundamento de temas e conteúdos do interesse do grupo, relacionados com a prática do estagiário.

Ao final há um relatório avaliativo-analítico de todo o Trabalho do Estágio incluindo a ação dos agentes envolvidos.

BIBLIOGRAFIA

F R E IR E , P au lo : "A alfab etização d e ad u lto s: é u m q u e fazer n eu tro ?

A

E d u -

BA

c a ç ã o e S o c i e d a d e , S . P au lo , (1 ): 6 4 - 7 0 , set. 1 9 7 8 .

V A Z Q U E Z , A . S ., A F i l o s o f i a d a P r â x l s , R io d e Jan eiro , P az e T erra, t9 7 7 .

4 E d u cação em D eb ate, F o rt. 1 3 (1 ): [an /ju n 1 9 8 7

UM ESTUDO DAS CAPACIDADES

COGNITIVAS,

INTERESSES E ESTRUTURA

DE PERSONALIDADE

DO ALUNO DO CURSO DE MATEMÁTICA

DA U.F.C.

Alexandre Rocha Filgueiras Elisabeth Schilling Francisco Ramos de Farias

In tro d u ç ã o

Este trabalho deriva-se da preocupação vivenciada pelos corpos docente e discente do Curso de Matemática da UFC, ao se depararem com uma problemática que progressivamente se acentua em relação às condições de aprendizagem, nível de motivação, aproveitamento acadêmico, absenteísmo por parte dos alunos e tempo de conclusão do curso. Estas con-dições, entre outras, resultam numa insatisfação constante, igualmente revelada entre alunos e professores.

A par do exposto, destina-se este estudo a detectar as principais influências que respondam pela expressão destas condições. Para tanto, planejou-se um procedimento de ava-liação diagnóstica setorizado em três áreas: área cognitiva, onde se efetuaram medidas de inteligência geral e das habilida-des diferenciadas; área motivacional, onde se deteve no es-tudo dos interesses em termos de profissões aspiradas e centrou-se também no campo da personalidade, para, uma vez obtendo informações acerca de sua dinâmica, verificar como suas determinantes interatuam com as outras áreas. Desse modo, foram observados indicadores que determinam o padrão comporta mental exibido pelos alunos.

O esquema teórico de base que serviu de apoio para a condução deste estudo assentou-se em pressupostos deriva-dos da perspectiva que considera a inteligência como

(2)

S O ,

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caracterizada em termos dinâmicos. Esta vertente de co-nhoclmento, iniciada por Spearmann, (1927) teve como se-uuidores Burt (1940), Vernon (1965), Thurstone (1938) e, no Brasi I, Seminério (1980). Para esses investigadores, o indiví-duo ao nascer já apresenta um equipamento intelectual geral e indiferenciado. No decorrer do desenvolvimento, através das trocas com o meio social, observa-se uma transformação gra-dativa do patrimônio hereditário em aptidões específicas, que são responsáveis, em última instância, pelo aparecimento de uma área de realização seja verbal, abstrata ou espacial. De acordo com essa corrente, pressupõe-se que o êxito da rea-lização acadêmica e profissional está vinculado ao montante deste equipamento inato.

O processo de diferenciação mencionado representa, na realidade, o aspecto central do desenvolvimento das funções cognitivas, e sua ocorrência cobre o período de vida aproxi-madamente aos 16 anos. Com isto, aventa-se a possibilidade de que, no universo estudado, essa diferenciação não mais será observada, de modo que espera-se encontrar em cada indivíduo a expressão de uma área específica. Neste sentido, pretendeu-se constatar a correlação positiva entre aptidão es-pecífica exibida pelo aluno e as condições necessárias para um desempenho favorável no Curso de Matemática. Além dessas informações considerou-se, também, a determinação sugerida pelos interesses e os aspectos estáveis da perso-nalidade que favorecem o convívio institucional.

A

/I - J u s tific a tiv a

Uma vez detectada esta situação problemática, a admi-nistração do curso, junto aos corpos docente e discente, so-licitou a execução de um estudo exploratório para apresen-tar propostas de resolução visando uma futura intervenção pedagógica e psicológica, considerando o alto índice de faltas e reprovação, falta de interesse, grande número de desis-tência do curso e baixa qualidade de rendimento escolar, entre outros.

Para isto, considerando depoimentos de professores e alunos, foi elaborado um esquema de atuação destinado a de-tectar quais seriam os determinantes responsáveis pelo sur-gimento e manutenção desta problemática, quer seja de ordem cognitiva, personalógica e motivacional, quer isoladamente ou em combinação.

46 E d u cação em D eb ate, F O l't. 1 3 (1 ): jan jju n 1 9 8 7

Embora o âmbito desta investigação não tenha alcançado a dinâmica da inter-relação professor X aluno e a influência decorrente da agência de ensino, não se desconheceu aqui a possível ação desses fatores.

Enfim, ressalta-se um aspecto relevante colhido nos de-poimentos do corpo docente. Trata-se da condição sócio-eco-nômica do aluno, que, segundo o professorado, pelo fato de ser muito baixa, determinaria grande parte desses entraves, pois, desse modo, os alunos teriam que trabalhar, não dis-pondo de tempo suficiente para se envolver com as atividades acadêmicas do Curso de Matemática. Em virtude disso, uma equipe do Curso elaborou um questionário para a sondagem desta variável.

1 /1 - M e to d o lo g ia

P o p u la ç ã o

O universo em questão é composto pelos alunos regular-mente matriculados. Inicialmente, dispunha-se de 125 alunos, e destes submeteram-se à investigação 64 alunos, sendo que cerca de 40% não completou todas as provas.

In s tru m e n to s

a) Questionário sócio-econômico;

b) Teste das Matrizes Progressivas de Raven - escala avançada;

c) Bateria das Aptidões Diferenciadas. Utilizaram-se os subtestes que compõem as áreas: verbal (uso da linguagem e raciocínio verbal); abstrata (habilidade numérica e raciocínio abstrato; e espacial (relações espaciais e raciocínio mecâ-nico). O subteste rapidez e exatidão não foi utilizado, uma vez que optou-se pela utilização de um outro instrumento que ofereceu medida da atenção concentrada em termos de qualí-dade e precisão.

d) Teste de Atenção Concentrada de Tolouse-Pieron -fator P.

e) Inventário de Interesses Geist nas formas masculino e feminino;

f) Prova Projetiva de Zuliger.

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8 0 ,

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caracterizada em termos dinâmicos. Esta vertente de co-nhoclmento, iniciada por Spearmann, (1927) teve como se-guidores Burt (1940), Vernon (1965), Thurstone (1938) e, no Brasil, Seminério (1980). Para esses investigadores, o indiví-duo ao nascer já apresenta um equipamento intelectual geral e indiferenciado. No decorrer do desenvolvimento, através das trocas com o meio social, observa-se uma transformação gra-dativa do patrimônio hereditário em aptidões específicas, que são responsáveis, em última instância, pelo aparecimento de uma área de realização seja verbal, abstrata ou espacial. De acordo com essa corrente, pressupõe-se que o êxito da rea-lização acadêmica e profissional está vinculado ao montante deste equipamento inato.

O processo de diferenciação mencionado representa, na realidade, o aspecto central do desenvolvimento das funções cognitivas, e sua ocorrência cobre o período de vida aproxi-madamente aos 16 anos. Com isto, aventa-se a possibilidade de que, no universo estudado, essa diferenciação não mais será observada, de modo que espera-se encontrar em cada indivíduo a expressão de uma área específica. Neste sentido, pretendeu-se constatar a correlação positiva entre aptidão es-pecífica exibida pelo aluno e as condições necessárias para um desempenho favorável no Curso de Matemática. Além dessas informações considerou-se, também, a determinação sugerida pelos interesses e os aspectos estáveis da perso-nalidade que favorecem o convívio lnstltuclonal.

A

/I - J u s tific a tiv a

Uma vez detectada esta situação problemática, a admi-nistração do curso, junto aos corpos docente e discente, so-licitou a execução de um estudo exploratório para apresen-tar propostas de resolução visando uma futura intervenção pedagógica e psicológica, considerando o alto índice de faltas e reprovação, falta de interesse, grande número de desis-tência do curso e baixa qualidade de rendimento escolar, entre outros.

Para isto, considerando depoimentos de professores e alunos, foi elaborado um esquema de atuação destinado a de-tectar quais seriam os determinantes responsáveis pelo sur-gimento e manutenção desta problemática, quer seja de ordem cognitiva, personalógica e motivacional, quer isoladamente ou em combinação.

46 E d u cação em D eb ate, F o rt. 1 3 (1 ): jan jju n 1 9 8 7

Embora o âmbito desta investigação não tenha alcançado a dinâmica da inter-relação professor X aluno e a influência decorrente da agência de ensino, não se desconheceu aqui a possível ação desses fatores.

Enfim, ressalta-se um aspecto relevante colhido nos de-poimentos do corpo docente. Trata-se da condição sócio-eco-nômica do aluno, que, segundo o professorado, pelo fato de ser muito baixa, determinaria grande parte desses entraves, pois, desse modo, os alunos teriam que trabalhar, não dis-pondo de tempo suficiente para se envolver com as atividades acadêmicas do Curso de Matemática. Em virtude disso, uma equipe do Curso elaborou um questionário para a sondagem desta variável.

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P o p u la ç ã o

O universo em questão é composto pelos alunos regular-mente matriculados. Inicialmente, dispunha-se de 125 alunos, e destes submeteram-se à investigação 64 alunos, sendo que cerca de 40% não completou todas as provas.

In s tru m e n to s

a) Questionário sócio-econômico;

b) Teste das Matrizes Progressivas de Raven - escala avançada;

c) Bateria das Aptidões Diferenciadas. Utilizaram-se os subtestes que compõem as áreas: verbal (uso da linguagem e raciocínio verbal); abstrata (habilidade numérica e raciocínio abstrato; e espacial (relações espaciais e raciocínio mecâ-nico). O subteste rapidez e exatidão não foi utilizado, uma vez que optou-se pela utilização de um outro instrumento que ofereceu medida da atenção concentrada em termos de quali-dade e precisão.

d) Teste de Atenção Concentrada de Tolouse-Pieron -fator P.

e) Inventário de Interesses Geist nas formas masculino e feminino;

f) Prova Projetiva de Zuliger.

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IV - A p re c ia ç ã o d o s re s u lta d o s

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Antes mesmo de uma reflexão crítica sobre os resul-tados observados, vale registrar algumas ocorrências que apresentam um significado relevante:

- ficou constatado que alunos regularmente matricula-dos têm simultaneamente compromissos acadêmicos e profis-sionais, dificultando o andamento da execução das tarefas su-geridas;

- um outro fator mais grave é que existem alunos ma-triculados que não se dispõem a freqüentar o curso;

- uma atitude dissonante foi revelada quando, posterior-mente a um acordo firmado com os investigadores para a realização das tarefas, não compareciam, alegando estarem engajados em atividades extra-universitárias.

Finalmente, apenas 39 alunos completaram todas as provas. Essas circunstâncias serviram de instrumento para am-pliação das pressuposições estabelecidas.

Em relação aos resultados obtidos, observou-se:

a) em se tratando da inteligência geral avaliada pela pro-va de Raven, ficou evidenciado que: 12 alunos (30%) apre-sentam condições ideais para freqüentarem o Curso Supe-rior;

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1 7 (44

%)

apresentam condições adequadas para o Ensi-no Médio; e 10 (26%) não apresentam, no momento, condições intelectuais necessárias ao desenvolvimento de atividades aca-dêmicas.

b) no que concerne às aptidões diferenciadas, encontrou-se: 10 alunos (26%) com especializações de capacidades na área abstrata, sugerindo a possibilidade de completar o curso de matemática. O restante, 74% dos alunos, revelou aptidões relativas a outras áreas de conhecimento.

c) no que diz respeito aos interesses, os resultados indi-caram que somente 15 alunos (39%) aoresentaram como áreas de preferência a numérica e a científica. Disso se deduz que os mesmos estão motivados para o desenvolvimento das atividades relativas ao Curso de Matemática.

dl considerando as condições ideais em termos da com-blnacão da inteligência geral, área de aptidão específica e preferência. apenas 05 alunos (12%) estariam adenuadamente alocados. Observou-se, também, aue 04 alunos (10%), aoesar de apresentarem aptidões específicas relativas à matemática

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E d u cação em D eb ate, F o rt. 1 3 (1 ): [an /íu n 1 9 8 7

e às ciências de um modo geral, em termos de interesse re-velaram como preferência áreas ligadas às ciências humanas e sociais.

e) no que tange às características personalógicas, bem como à discrepância observada entre rapidez e precisão no teste de atenção concentrada, pode-se deduzi r que: possivel-mente deve haver uma problemática emocional que seja res-ponsável por esta condição, bem como pelos baixos resulta-dos observados. Esta problemática revelou-se em diferentes níveis de gravidade.

C o n c lu s õ e s

e

s u g e s tõ e s

Face aos resultados encontrados, observou-se uma certa incompatibilização no contingente estudado no que diz res-peito à realização desses indivíduos num Curso de Matemá-tica, seja pelo fato de não apresentarem adequadas aptidões, por não demonstrarem motivações suficientes, ou ainda por carecerem de um equipamento intelectual básico, necessário à realização de qualquer Curso Superior.

Uma possível justificativa para o freqüente número de faltas, bem como para o abandono do Curso, pode ser apon-tada como a ausência de interesses pela atividades que en-volvem a matemática, além de determinações de ordem afe-tivo-emocional, que resultam em limitações, dificultando, assim, o processo de aprendizagem e o convívio social. Acrescente-se a isso a suposição do corpo docente acerca da realidade sócio-econômica do aluno.

Um outro aspecto refere-se ao desenvolvimento no aluno sobre a realidade universitária e particularmente o Curso de Matemática. Neste contexto deve-se atentar para a qualidade da relação professor X aluno que, devido às dificuldades de inte-gração, podem não estar favorecendo a um desenvolvimento in-tegral, considerando o baixo nível de motivação apresentado pelos alunos.

Sendo assim, propõe-se a aplicação das seguintes medidas em decorrência da realidade apresentada:

a) um programa de esclarecimento e orientação sobre a rea-lidade universitária logo após o ingresso do aluno.

b) estudo sistemático de avaliação diagnóstica no contin-gente que ingressa na Universidade.

c) montagem de um esquema de atendimento aos alunos no intuito de Ihes fornecer informações acerca de suas

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IV - A p re c ia ç ã o d o s re s u lta d o s

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Antes mesmo de uma reflexão crítica sobre os resul-tados observados, vale registrar algumas ocorrências que apresentam um significado relevante:

- ficou constatado que alunos regularmente matricula-dos têm simultaneamente compromissos acadêmicos e profis-sionais, dificultando o andamento da execução das tarefas su-geridas;

- um outro fator mais grave é que existem alunos ma-triculados que não se dispõem a freqüentar o curso;

- uma atitude dissonante foi revelada quando, posterior-mente a um acordo firmado com os investigadores para a realização das tarefas, não compareciam, alegando estarem engajados em atividades extra-universitárias.

Finalmente, apenas 39 alunos completaram todas as provas. Essas circunstâncias serviram de instrumento para am-pliação das pressuposições estabelecidas.

Em relação aos resultados obtidos, observou-se:

a) em se tratando da inteligência geral avaliada pela pro-va de Raven, ficou evidenciado que: 12 alunos (30%) apre-sentam condições ideais para freqüentarem o Curso Supe-rior; 17 (44

%)

apresentam condições adequadas para o Ensi-no Médio; e 10 (26%) não apresentam, no momento, condições intelectuais necessárias ao desenvolvimento de atividades aca-dêmicas.

b) no que concerne às aptidões diferenciadas, encontrou-se: 10 alunos (26%) com especializações de capacidades na área abstrata, sugerindo a possibilidade de completar o curso de matemática. O restante, 74% dos alunos, revelou aptidões relativas a outras áreas de conhecimento.

c) no que diz respeito aos interesses, os resultados indi-caram que somente 15 alunos (39%) aoresentaram como áreas de preferência a numérica e a científica. Disso se deduz que os mesmos estão motivados para o desenvolvimento das atividades relativas ao Curso de Matemática.

dl considerando as condições ideais em termos da com-

kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

blnacão da inteligência geral, área de aptidão esoecífica e

preferência. apenas 05 alunos (12%) estariam adenuadarnente alocados. Observou-se. também, aue 04 alunos (10%), aoesar de apresentarem aptidões específicas relativas à matemática

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e às ciências de um modo geral, em termos de interesse re-velaram como preferência áreas ligadas às ciências humanas e sociais.

e) no que tange às características personalógicas, bem como à discrepância observada entre rapidez e precisão no teste de atenção concentrada, pode-se deduzir que: possivel-mente deve haver uma problemática emocional que seja res-ponsável por esta condição, bem como pelos baixos resulta-dos observados. Esta problemática revelou-se em diferentes

níveis de gravidade.

C o n c lu s õ e s e s u g e s tõ e s

Face aos resultados encontrados, observou-se uma certa incompatibilização no contingente estudado no que diz res-peito à realização desses indivíduos num Curso de Matemá-tica, seja pelo fato de não apresentarem adequadas aptidões, por não demonstrarem motivações suficientes, ou ainda por carecerem de um equipamento intelectual básico, necessário à realização de qualquer Curso Superior.

Uma possível justificativa para o freqüente número de faltas, bem como para o abandono do Curso, pode ser apon-tada como a ausência de interesses pela atividades que en-volvem a matemática, além de determinações de ordem afe-tivo-emocional, que resultam em limitações, dificultando, assim, o processo de aprendizagem e o convívio social. Acrescente-se a isso a suposição do corpo docente acerca da realidade sócio-econômica do aluno.

Um outro aspecto refere-se ao desenvolvimento no aluno sobre a realidade universitária e particularmente o Curso de Matemática. Neste contexto deve-se atentar para a qualidade da relação professor X aluno que, devido às dificuldades de inte-gração, podem não estar favorecendo a um desenvolvimento in-tegral, considerando o baixo nível de motivação apresentado pelos alunos.

Sendo assim, propõe-se a aplicação das seguintes medidas em decorrência da realidade apresentada:

a) um programa de esclarecimento e orientação sobre a rea-lidade universitária logo após o ingresso do aluno.

b) estudo sistemático de avaliação diagnóstica no contin-gente que ingressa na Universidade.

c) montagem de um esquema de atendimento aos alunos no intuito de Ihes fornecer informações acerca de suas

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cidades e interesses, bem como sobre sua personalidade, se-guido de uma orientação.

d) intervenção psicológica no intuito de oferecer uma ori-entação quanto ao melhor aproveitamento e adequação das potencial idades dos alunos, visando um melhor desenvolvimen-to de suas atitude crítica e capacidade reflexiva.

e) um programa de conscientização do aluno sobre a realidade na qual está inserido, no intuito de estabelecer prio-ridades nas suas atividades para que então possa desenvol-ver atitudes adequadas ao bom andamento da carreira univer-sitária escolhida. Uma vez conhecido o nível de expectativa,

proceder uma adequação do mesmo

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à realidade. f) implementar condições para a realização de um estudo

aprofundado sobre as características personalógicas, no sen-tido de minimizar as dificuldades de contato e outras que es-tejam impedindo o desenvolvimento das atividades acadêmi-cas e obstaculizando a expressão do seu potencial intelectual.

Efetuar um trabalho visando a sensibilização quanto à persistência e baixo nível de frustração do aluno.

g) programa de intervenção psicológica a nível profundo objetivando a reestruturação na esfera da personalidade para propiciar a estabilidade emocional desejada ao convívio socia!. h) proceder o encaminhamento para atendimentos especí-ficos, uma vez detectados e dignosticados quadros psicopa-tológicos graves e outros que impossibilitam o atendimento no contexto universitário.

i) estabelecer condições preventivas no intuito de mini-mizar o surgimento destas problemáticas a futuros alunos. Uma vez caracterizado o perfil do aluno de matemática, cons-truir um instrumento para averiguar as condições do aluno, a nível seletivo, antes da realização do Vestibular.

BIBLIOGRAFIA

B U R T , C .

BA

T h e f a c t o r s o f l h e m i n d , L ondres, P ress, 1940.

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DIDATICA

E PSICOLOGIA: PREDOMINANCIA,

OMISSÃO,

SUPERAÇÃO

(*)

Maria Mercedes Capelo Alvite

Esta temática me leva a pensar sobre a relação da didá-tica com a psicologia e a pedagogia.

Revejo então minha formação como pedagoga onde a marca da psicologia, ou melhor, do psicologismo, era eviden-te. A preocupação com o social, com um contexto mais amplo totalmente ausente da programação dos professores em qual-quer disciplina. Cada professor, sentindo-se responsável por transmitir os conteúdos referentes à sua disciplina (conteúdos esses no mais das vezes irrelevantesJ. sentia estar contribuin-do satisfatoriamente para a formação do futuro professor. Tendo feito o curso de Pedagogia num período de extrema re-pressão e censura em nosso país (de 67 a 70) o silêncio sobre o social, o escamoteamento da realidade eram sensivelmente mais fortes.

A maioria dos universitários vivia o marasmo que carac-terizava o país.

Informações sobre os sérios acontecimentos ocorridos no Brasil só quem tinha acesso eram pesssoas que liam, por exemplo, um eventual número do jornal

A

L e M o n d e , q u e tinham alguma atuação política mesmo velada ou que com essas pessoas mantinham algum contato.

Onde ficavam a Didática e a Psicologia neste contexto? Como pensar a relação entre ambas?

Evidentemente que o momento histórico que vivíamos então, de certo modo determinava que a prática pedagógica (*) T rabalho apresentado no IV E ncontro N acional de D idática e P rática

de E nsino, R ecife, 09 a 13 de 1987.

Referências

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