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Aproveitamento da água de chuva O que você precisa saber sobre as mudanças na revisão da ABNT NBR :2019

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Aproveitamento da água de

chuva

O que você precisa saber sobre as mudanças na

revisão da ABNT NBR 15.527:2019

Eng. Plínio Tomaz Coordenador da ABNT CEE-077

Tecgº Me. Álvaro Diogo Teixeira

Secretário da ABNT CEE-077

(2)

ABNT NBR 15.527:2019

Aproveitamento de água de chuva de coberturas para fins não

potáveis - Requisitos

(3)

3

Água Salgada

97,50%

Água doce 2,50%

Total de água da terra

Água subterrânea doce 29,90%

Rios e lagos 0,30%

Calotas polares e geleiras 68,90%

Outros reservatórios

0,90%

Distribuição de água doce

A água reservada na Terra consiste em 97,5% do seu volume em oceanos e mares, sendo que apenas 2,50% são de água doce. Dentro destes 2,5% há apenas 0,30% disponíveis em rios e lagos, o que representa 0,0075% de toda água do globo (REBOUÇAS; BRAGA & TUNDISI, 2006).

A água no globo

(4)

O Brasil ainda figura em um bom lugar no ranking das maiores reservas de água doce do mundo, possuindo 13,70% da reserva mundial e 56,90% da reserva sul-americana (ANA, 2013).

Fonte: ANA (2013)

A água no globo e nas Américas

(5)

5

Mas a situação aparentemente confortável não evita escassez em algumas regiões.

Fonte: ANA (2013)

A água no Brasil

Regiões População

Norte 6,98%

Centro-Oeste 6,41%

Sul 15,05%

Sudeste 42,65%

Nordeste 28,91%

(6)

A Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, possui baixíssima disponibilidade hídrica por habitante, como ilustra a Tabela 1, comparável às áreas mais secas do Nordeste brasileiro. Isto ocorre por estar localizada numa região de cabeceira e por ser o maior aglomerado urbano do país (LOMBA, 2010).

Classificação da ONU

Disponibilidade Hídrica

(m³/habitante/ano) Região

Abundante Maior que 20.000 Brasil (35.000) Correta Entre 2.500 e 20.000 Paraná (12.600)

Bacia do Tietê-Jacaré (7.380) Pobre Entre 1.500 e 2.500 Estado de São Paulo (2.209)

Crítica Menor que 1.500

Estado de Pernambuco (1.270) Bacia do Piracicaba (408) Bacia do Alto Tietê (200)

Fonte: SABESP (2013)

Disponibilidade hídrica por região do Brasil

A água na RMSP

(7)

7

RMSP

• Demanda de água: 432% da vazão mínima natural;

• Importação de água da bacia do rio Piracicaba.

Fonte: CBH-AT (2014)

Situação dos usos da água em

relação à vazão mínima natural

(8)

Gestão da demanda

Uso racional da água, otimização em busca de menor consumo de

água potável mantidas, em qualidade e quantidade, as

atividades consumidoras.

Gestão da oferta

Implementação de ofertas

alternativas de água, empregando água “menos nobre” para fins

“menos nobres”.

Soluções?

Aproveitamento da água de chuva para fins não-

potáveis

(9)

9

+ Água de condensado (torres de refrigeração)

+ Águas subterrâneas (rebaixamento de lençol freático) - Portaria DAEE 1.631/2017

Água de Chuva

Águas Pluviais

Coletada do telhado ou pavimentos impermeávei

s

Águas Cinzas Claras

Chuveiro e torneira

Esgoto Sanitário

Todo o efluente

gerado Coletada

do telhado

Aproveitamento Reaproveitamento/Reúso

(10)

Não confundir...

Reservatório para aproveitamento de água de chuva - sempre com água para uso e reserva de espaço para nova chuva;

Reservatório para detenção de água pluvial (piscinão ou piscininhas)

- sempre sem água para nova chuva;

(11)

11

Histórico

Pedra Moabita Fonte: Alma de Viajante (2015)

Fortaleza de Masada

Fonte: Visitaristambul (2015) Basília Cisterna

Fonte: Bíblia Curiosa (2015) Fonte: Fortalezas (2015)

Forte de São Marcelo, desde 1664 Salvador - BA

(12)

Principais países

(13)

13

Usos não potáveis

Entende-se por uso não potável os usos que não resultem em ingestão ou contato direto da água captada pelos usuários e que não necessariamente atende a portaria nº 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde;

Descarga Lavagem de piso

Rega de jardim

Lavagem de carro

Economia em edifícios residencias de 20% a 60% (GHISI, 2012)

(14)

ABNT/CEE-077 Comissão de Estudo Especial de Aproveitamento de Água de

Chuva

ESCOPO: Normalização no campo de aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, no que concerne a terminologia e requisitos.

COORDENADOR: Engº Plínio Tomaz

SECRETÁRIO: Tecgº Me. Álvaro Diogo Sobral Teixeira Instalação da Comissão | 13 set 2017

(15)

15

Revisão da ABNT NBR 15.527:2007

O que motivou a revisão?

• Com o trabalho da CB-02 surgiu a necessidade de revisitar e revisar o texto da NBR 15.527:2007;

• Após 10 anos de prática verificou-se possíveis melhorias na redação da norma;

• Inclusive a de tornar a redação mais fácil de ser interpretada eliminando duplas interpretações;

• Garantir o contínuo crescimento do aproveitamento da água de chuva com segurança

sanitária.

(16)

Classificação das partes interessadas

• Empresas da construção civil, sindicatos e associações (ex.: ASBEA, CBIC, SINDUSCON);

• Fornecedores de insumos de sistemas hidráulico-prediais, materiais de construção e associações (ex.: Acqualimp, Aquastock, ABRASIP, Deca, Fortlev, Tigre, 3P Technik);

• Concessionárias de abastecimento de água, gestão em meio ambiente e recursos hídricos (ex.:

ABES, CETESB, General Water, SAAE, SABESP);

• Consumidores da construção civil-edificações (ex.: IDEC, SECOVI);

• Órgãos técnicos (ex.: CIRRA-USP, UNB, UFSC, UFSCar, FATEC);

• Regulamentador, regulador e acreditador (ex.: AGRU, ANA, CREA, SSRH);

• Organismos de avaliação de conformidade (ex.: IPT, Tesis)

10 reuniões (ABNT, CIRRA, IPT e ABES) 69 representantes

47 entidades

(17)

17

Conteúdo NBR 15.527:2007

1. Escopo;

2. Referências normativas;

3. Termos e definições;

4. Condições gerais;

4.1. Concepção do sistema de aproveitamento de água de chuva;

4.2. Calhas e condutores;

4.3. Reservatórios;

4.4. Instalações prediais;

4.5. Qualidade da água;

4.6. Bombeamento;

5. Manutenção;

Anexo A – Métodos de cálculos para dimensionamento dos reservatórios;

(18)

Conteúdo NBR 15.527:2019 - O que mudou?

1. Escopo;

Compatibilização da descrição dos usos não potáveis que podem ser utilizados com a norma de uso não potável em edificações (CB-02).

2. Referências normativas;

Atualização das legislações e normas relacionadas. Foco na ABNT NBR 5626 e ABNT NBR 10844.

3. Termos e definições;

Ratificação das definições e inclusões de 13 novos itens.

(19)

19

4. Condições gerais;

4.1. Concepção do sistema de aproveitamento de água de chuva;

Inclusão de recomendação de estudo de viabilidade técnica econômica;

Remanejamento e atualização da fórmula que estima o volume disponível de água de chuva;

Inclusão dos usos não potáveis abrangidos pela norma (compatibilizado com CB-02);

sistemas de resfriamento à água;

descarga de bacias sanitárias e mictórios, independentemente do sistema de acionamento;

lavagem de veículos;

lavagem de pisos;

reserva técnica de incêndio;

uso ornamental (fontes, chafarizes e lagos);

irrigação para fins paisagísticos

4.1.8. Para outros usos deverão ser estudados os parâmetros de qualidade específicos e

tratamento necessários a cada situação pelo profissional responsável pelo projeto do sistema.

Inclusão de requisito para evitar a entrada e proliferação de vetores, em especial mosquitos.

(20)

4.2. Calhas e condutores;

Remanejamento de itens para o novo requisito de pré-tratamento

Remete à ABNT NBR 10.844:1989 (solicitação de revisão em andamento) Recomendação de período de retorno a ser utilizado de 25 anos.

4.3. Pré-tratamento [NOVO REQUISITO]

Inclusão de novo requisito voltado a obrigatoriedade do pré-tratamento da água de chuva (remoção de sólidos grosseiros e/ou descarte do escoamento inicial);

Inclusão de requisito que visa o desempenho dos equipamentos hidráulicos.

(21)

21

Poluentes

• Fezes de aves, ratos e outros animais,

• poeira,

• folhas de árvores,

• revestimentos do telhado,

• fibrocimento,

• tintas,

• microrganismos,

• hidrocarbonetos provenientes do petróleo, produtos tóxicos como pesticidas e poluentes do ar

depositados sobre as superfícies urbanizadas.

Fonte: Tucci, 2001

Amostrador de first flush

(22)

Pré-tratamento

(23)

23

4.4. Reservatórios;

Revisado com apoio dos fabricantes de reservatórios;

Dimensionamento deve ser realizado em função da área da captação, regime pluviométrico e demanda não potável a ser atendida (exclusão do Anexo A);

Inclusão de requisito para evitar a entrada e proliferação de vetores, em especial mosquitos.

Revisão da distância mínima para separação atmosférica na alimentação potável;

Inclusão de requisito de identificação do reservatório;

Exemplo de bomba com boia flutuante para captação abaixo da superfície da água dentro do

reservatório:

(24)

4.5. Instalações prediais;

Inclusão da obrigatoriedade de identificação visual nas tubulações de água não potável (cor magenta);

Requisitos para evitar a conexão cruzada;

Inclusão de comunicação visual nos pontos de consumo;

4.6. Qualidade da água

Atualização da tabela de parâmetros de qualidade e frequência de amostragem;

Inclusão de requisito de restauração da qualidade, quando identificada alguma

contaminação.

(25)

25

Parâmetros Análise Valor

Coliformes totais Semestral Ausência em 100mL

Coliformes termotolerantes Semestral Ausência em 100mL

Cloro residual livre Mensal 0,5 a 3,0 mg/L

Turbidez Mensal < 2,0 uT, para usos menos restritivos < 5,0 uT Cor aparente (caso não seja utilizado nenhum

corante, ou antes da utilização) Mensal < 15 uH

Deve prever ajuste de pH para proteção das

redes de distribuição, caso necessário Mensal pH de 6,0 a 8,0 no caso de tubulação de aço carbono ou galvanizado

NOTA: Podem ser usados outros processos de desinfecção além do cloro, como a aplicação de raio ultravioleta e

aplicação de ozônio

(26)

Parâmetros Análise Valor

E. Coli Semestral < 200 / 100mL

Turbidez Semestral < 5,0 uT

pH Semestral 6,0 a 9,0

Principais alterações

• Substituição de coliformes totais e termotolerantes por E. Coli;

• Recomendação de desinfecção. No caso do uso de cloro a concentração deverá estar entre 0,5 a 2,0 mg/L com valor máximo permitido de 5mg/L;

• Compatibilização da faixa de pH com outras normas internacionais;

• Exclusão do parâmetro cor.

(27)

27

Bombeamento; (exclusão deste capítulo. Inclusão de novos requisitos sobre bombeamento no capítulo de instalações prediais)

5. Tratamento [NOVO REQUISITO]

Inclusão de requisitos que abordam o tratamento pós-reservação (ex.: filtração e desinfecção);

6. Manutenção;

Revisão da tabela de frequência de manutenção com inclusão de inspeções periódicas.

Anexo A – Métodos de cálculos para dimensionamento dos reservatórios. (exclusão do Anexo A)

(28)

Comentários gerais

• Armazenamento incorreto x ideal;

• Aspecto organoléptico da água;

• Importância da comunicação visual;

• Critérios de dimensionamento;

Pré-filtro doméstico

Difusão de equipamentos caseiros sem devida

verificação de eficiência quali-quantitiva.

Durante a crise hídrica na RMSP (2013-2015) houve surgimento de muitas

“soluções de prateleira” com riscos sanitários associados.

Uso incorreto

(29)

29

a b c

d e

Detalhes do sistema de captação da água de chuva domiciliar: a) tubulação de coleta da água do telhado;

b) captação do escoamento inicial (first flush); c) reservatório; d) filtro; e) torneira de captação para uso.

OBS.: cloração manual.

Uso correto

(30)

Aspecto da água e comunicação

visual

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31

Metodologia básica

• Determinação da precipitação média local (mm/mês ou mm/dia)

• Determinação da área de coleta

• Determinação do coeficiente de escoamento

• Projeto dos sistemas complementares (grades, filtros, tubulações, etc.)

• Projeto do reservatório de descarte do escoamento inicial

• Caracterização da qualidade da água

• Identificação dos usos da água (demanda e qualidade)

• Escolha do sistema de tratamento necessário

• Projeto dos reservatórios de armazenamento

• Projeto da rede de distribuição

(32)

Premissas –

dimensionamento do reservatório

• Nem sempre haverá chuva suficiente para atender toda a demanda;

• Nem sempre será possível armazenar toda a chuva precipitada – por questões físicas e/ou econômicas;

• Os estudos de dimensionamento de reservatórios devem compatibilizar produção/oferta e demanda.

(33)

33

Média mensal de precipitação

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Dimensionamento do reservatório

Software NETUNO: simulação computacional que realiza os cálculos diariamente considerando a demanda e a disponibilidade de água de chuva.

Dados de entrada:

Precipitação pluviométrica diária;

Área de captação;

Demanda diária de água potável per capita;

Número de moradores;

Porcentagem de água potável que pode ser substituída por água da chuva;

Coeficiente de escoamento superficial;

Volume do reservatório de armazenamento.

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35

(36)

Disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo, de acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 – Plano Diretor Estratégico (PDE).

Art. 80. Nos processos de licenciamento de edificações novas ou de reformas com alteração de área construída superior a 20% (vinte por cento) em lotes com área superior a 500m² (quinhentos metros quadrados), é obrigatória a reservação para aproveitamento de águas pluviais provenientes das coberturas das edificações para fins não potáveis.

1º O volume mínimo obrigatório de reservação de que trata o “caput” deste artigo será calculado de acordo com as seguintes fórmulas:

I – no caso de coberturas impermeáveis:

Vri = 16,00 x ACi sendo:

Vri: volume mínimo de reservação para aproveitamento de águas pluviais provenientes de coberturas impermeáveis, em litros;

ACi: área de cobertura impermeável, em metros quadrados;

Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016

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37

O aproveitamento de água de chuva é um sistema alternativo e descentralizado que pode ser utilizado para suprir as demandas não potáveis, diminuindo a demanda por água potável para fins menos nobres e ainda auxiliando na redução da vazão de pico em eventos de inundação.

Possui benefícios ambientais, econômicos e ainda para empresas podem servir como marketing positivo para seu público alvo.

É necessário estar atento às questões sanitárias na hora de elaborar o projeto, execução e operação dos sistemas e a ABNT NBR 15.527:2019 surge para reforçar a atenção à essas questões.

Pode e deve ser uma das ferramentas a ser utilizada para aumentar a oferta de água no Brasil.

Considerações finais

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ABNT/CEE-077

A ABNT NBR 15.527:2019 está à venda no link:

https://www.abntcatalogo.com.br/

Adquira já

a sua ;)

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Obrigado!

Tecgº Me. Álvaro Diogo Teixeira Secretário da ABNT CEE-077 ateixeira@rotoplas.com (19) 98924-3092

“Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca.”

Provérbio popular

Eng. Plínio Tomaz

Coordenador da ABNT CEE-077 pliniotomaz@gmail.com

(11) 98181-6484

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