c) Eufemismo - É uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e
sutil uma informação de cunho desagradável e chocante.
Ex: Infelizmente ele se foi (em vez de
“morreu”).
Ela está faltando com a verdade (em vez de
“mentindo”).
d) Gradação - É a maneira ascendente
(clímax) ou descendente (anticlímax) como as idéias podem ser organizadas na frase.
Ex: Ele anda, corre, voa.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
(gradação descendente, do maior para o
menor).
e) Ironia - Figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras,
exatamente o contrário do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige,
em alguns casos, bastante perícia por
parte do receptor (leitor ou ouvinte).
Ex: Olá! Júlio. Como você está em forma (considere-se que Júlio seja um rapaz
com mais de 130 quilos)!
Meus parabéns pelo seu serviço
(considere-se que o vigia tenha dormido e a empresa tenha sido completamente
esvaziada durante um assalto)...
f) Hipérbole - Modo exagerado de exprimir uma idéia.
Ex: Estou morrendo de sede.
Você é a garota mais linda do mundo.
g) Prosopopéia (ou personificação) - É a atribuição de características humanas – devemos entender características humanas
como “ações humanas” - a seres não-
humanos.
h) Preterição - É a figura pela qual o escritor finge não afirmar
o que na realidade, está afirmando. Ao fazer uma
preterição, a pessoa diz que não vai fazer aquilo que já está
fazendo.
Ex: Não vos pintarei os tumultos, a grita da multidão: o sangue de todos os lados,
o corpo do filho estendido sobre o cadáver do pai, as mães em lágrimas correndo com os filhinhos ao colo, os irmãos erguendo uns contra os outros as espadas fratricidas, o incêndio, a ruína, a
desolação por toda parte...” (Costa e
Cunha)
i) Hipálage – Ocorre quando se atribui a uma palavra uma
característica que pertence a outra da mesma frase.
Ex:
“Em cada olho um grito castanho de ódio” (Dalton Trevisan)
Vendi a mesa austera do meu pai.
ALMEIDA, Nilson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos, vestibulares, ENEM, colégios técnicos e militares. 9.ed.rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2009.
AQUINO, Renato. Português para concursos: teoria e 900 questões. 18.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
______________. Português: testes comentados.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática
portuguesa. 37.ed. ver., ampl. e atual. conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Lucerna,
2009.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 3.ed. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 1975.
ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos: teoria e mais de 1.000
questões.2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
ORTOGRAFIA
Ortografia é a parte da gramática que ensina a escrita correta das palavras. A palavra
"ortografia" é composta de dois radicais de origem grega: orto (= certo, direito, reto,
correio, justo, exato) + grafo (= escrita, descrição) + o sufixo formador de
substantivos: -ia.
Existem na língua portuguesa vinte e seis letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q,
r, s, t, u, v, w, x, y, z.
Empregam-se K, W e Y:
a) em abreviaturas e símbolos científicos:
km (quilômetro), W (tungstênio, oeste ou watt), Yd (jarda)
b) em palavras estrangeiras não aportuguesadas:
marketing, know-how, hobby
c) em nomes próprios estrangeiros e seus derivados:
Wagner — wagneriano; Kant — kantismo;
Byron — byroniano
Emprega-se H: (Como se sabe, essa letra não possui valor fonético em
nossa língua).
a) no início de certas palavras, devido à etimologia:
hoje (origem latina: hodie)\
horizonte (origem grega: horizon)
b) na formação dos dígrafos ch, Ih e nh: chapéu, palha, ninho
c) nos compostos unidos por hífen:
sobre-humano, anti-higiênico
d) no substantivo próprio Bahia devido à secular tradição.
e) no início ou no final de algumas
interjeições: ih!,ah!,oh!,hem?
A sistematização do estudo da ortografia é difícil, mas dicas
importantes ajudam a memorização de algumas
formas. Vejamos:
Emprega-se X:
a) depois de ditongos: caixa, baixa, faixa, peixe, trouxa
Exceções: guache, caucho
(árvore amazônica, da qual se extraí um látex também utilizado
para fabricar borracha), (e derivadas: recauchutar,
recauchutagem).
b) depois da inicial en: enxerto, enxada, enxotar, enxergar
Se, contudo, houver o prefixo en- seguido de palavra iniciada por ch,
esse dígrafo deverá ser mantido:
cheio - encher, enchimento chiqueiro - enchiqueirar
charco - encharcar
c) depois da inicial me:
México, mexerico, mexerica, mexilhão
Exceções: mecha, mechar,
mechoação (erva purgativa).
Empregam-se C e Ç:
a) depois de ditongos:
eleição, traição, coice, ouço
b) em palavras de origem árabe, tupi ou africana:
cetim (árabe) paçoca (tupi)
muçulmano (árabe) caçula (africana)
araçá (tupi) miçanga (africana)
c) em formas correlatas de palavras terminadas com -to ou -ter:
ereto ereção correto correção
deter detenção
d) nos sufixos -ação, -aço(a) e -iço(a):
aspiração ricaço barcaça sumiço
pontuação balaço barbaça carniça
Emprega-se SS:
a) nos substantivos relacionados a verbos com o radical -ced-:
aceder acesso ceder cessão