• Nenhum resultado encontrado

Estados Unidos da América

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estados Unidos da América"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

FICHA DE MERCADO

Estados Unidos da América

I BREVE CARACTERIZAÇÃO

Os EUA são um dos maiores países do mundo, ocupando a terceira posição tanto em termos de área, com uma superfície de quase 10 milhões de Km2, como em termos de população (317 milhões de habitantes estimados em Julho de 2013, e uma densidade populacional da ordem dos 32 habitantes/

Km2). As estimativas para 2012 situam o PIB nos 16 biliões de dólares, com um crescimento anual de 2,2%, atingindo a taxa de inflação os 2%. São compostos por 50 mercados estaduais, com modelos organizacionais e competências legislativas que podem ser mais ou menos distintos.

São uma economia aberta e competitiva e são membros da OCDE. São, ainda, no plano mundial, o segundo maior exportador e o principal investidor estrangeiro. Mas são, também, o maior importador e o maior recetor de investimento estrangeiro do mundo. A UE é o segundo maior fornecedor de mercadorias dos EUA (15,8%), a seguir à China (18,1%), posição que ocupa igualmente como exportador (16,5%), secundando o Canadá (18,1%) e detendo a primeira posição do ranking de fluxos de comércio.

As relações económicas entre Portugal e os EUA, ainda que históricas, estão longe de estar plenamente exploradas. O aumento do valor estratégico da América Latina e do continente africano, corroborado pela importância estratégica atribuída pela UE a estas duas regiões, contribuiu, nos últimos anos, para uma perda de importância dos EUA como cliente de Portugal (no segmento exportador dos produtos agroalimentares e florestais da 5ª para a 8ª posição, entre 2006 e 2012), ainda que o saldo da balança comercial se tenha mantido favorável a Portugal.

Importa, contudo, sublinhar que a parceria estratégica entre Portugal e os EUA tem assumido, nos anos mais recentes, uma nova dinâmica, passando Portugal a ser não só um exportador de bens para os EUA, mas também um investidor direto e um parceiro na área da investigação científica.

Em Fevereiro de 2013, a UE e os EUA acordaram em iniciar as negociações de um acordo de comércio livre, a consubstanciar pela celebração de uma Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento UE/EUA.. Estas negociações iniciaram-se formalmente em junho de 2013, tendo como objetivo alcançar resultados ambiciosos nos domínios do acesso ao mercado, questões regulamentares/regulatórias e barreiras não-pautais (BNP), cobrindo outros temas, tais como os direitos de propriedade intelectual, comércio e desenvolvimento sustentável, facilitação do comércio, concorrência e as empresas estatais, matérias-primas, energia.

A resolução/redução das BNP em termos de acesso aos respetivos mercados é um fator crítico forte desta negociação. As BNP têm, frequentemente, natureza regulamentar e assumem-se como obstáculos importantes no aprofundamento do comércio e investimento transatlântico. No entanto, servem, muitas vezes, objetivos legítimos de segurança dos alimentos e proteção ambiental, pelo que as abordagens a considerar para a sua mitigação poderão ser distintas, envolvendo procedimentos de convergência e aproximação regulamentares, mais ou menos parciais, de reconhecimento de normas, mas que, certamente, se traduzirão em benefícios substanciais para o comércio e fluxos de investimento entre as duas economias.

(2)

II PERSPETIVAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Os EUA, pela sua dimensão, diversidade e elevada competitividade da economia, são um mercado de oportunidades e, simultaneamente, um desafio para o processo de internacionalização das empresas portuguesas. Têm o benefício de ser um mercado transparente e previsível para os operadores económicos, existindo uma grande facilidade em termos de acessibilidade a informação sobre os requisitos e especificações a cumprir como mercado importador.

Oferecem, ainda, no contexto da classificação do ranking do Banco Mundial “Doing Business”, um ambiente geral de negócios estável e propício ao investimento.

Surgem, ainda, como elementos críticos e determinantes a incluir pelas empresas portuguesas nos seus processos de internacionalização para este mercado:

 A sua extensão e a autonomia dos Estados, com diferentes características na especialização e organização industrial, na distribuição e no consumo, tais como procedimentos de certificação, marcas, rótulos, questões de sanidade e fitossanidade, segurança, garantias, canais de distribuição, formação final do preço, podendo obrigar a uma abordagem regional, para mercados específicos, de acordo com o estado(s)-alvo.

 A dimensão do mercado poderá colocar várias questões, podendo ser apenas rentável se a empresa entrar no mercado ao nível nacional, e havendo nesse caso que avaliar corretamente as oportunidades para o negócio e a capacidade de cumprimento.

 A existência de sistemas regulatórios divergentes dos da UE e distintos daqueles que são universalmente aceites, com regras próprias, nomeadamente em alguns aspetos relacionados com a segurança e proteção do consumidor, que importa conhecer e cumprir.

 Recurso à diferenciação do produto, como um fator crítico de sucesso.

Para uma aposta com sucesso neste mercado, como em outros mercados, a abordagem a delinear poderá assentar em parcerias em rede para garantir quantidade e qualidade, em clusters de especialização, no planeamento de estratégias conjuntas de marketing/branding e de partilha dos canais de distribuição e também numa diferenciação ditada por acréscimos da cadeia de valor.

São um mercado exigente e as relações comerciais a estabelecer têm um caráter marcadamente profissionalizante e transacional. A estratégia a definir pelas empresas na abordagem a este mercado deve pois ir além dos meros objetivos de comercialização e cobrir todos os aspetos logísticos que lhe são associados, nomeadamente em termos dos circuitos de distribuição, aconselhando-se que as parcerias a estabelecer envolvam a seleção criteriosa de um parceiro local.

III OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO/PRODUTOS COM MAIOR POTENCIAL EXPORTADOR PARA O MERCADO DOS EUA

Comparando a estrutura das pautas aduaneiras dos EUA e da UE, não existem grandes diferenças nos níveis médios de proteção aduaneira conferidos aos produtos agrícolas, da floresta e da pesca. O mesmo já não se aplica aos produtos agrícolas transformados em que as diferenças são acentuadas, com situações de picos pautais comparativamente mais elevados nos EUA. Contudo, as barreiras não pautais têm um peso mais significativo nos fluxos de comércio de mercadorias entre a UE e os EUA, com especial relevância para as exportações da UE, nomeadamente de géneros alimentícios e no

(3)

avaliar.

Estas barreiras revestem, frequentemente, a forma de obstáculos técnicos ao comércio, exigindo o cumprimento de regras próprias e exigentes à importação pelos EUA, que implicam a aprovação de requisitos rigorosos pelas empresas exportadoras, repercutindo-se em procedimentos morosos de inquérito e de certificação. Com este padrão, enquadra-se o registo de intenções exportadoras de pera rocha, maçã e produtos cárneos, manifestadas por operadores nacionais, tendo PT, no caso da pera e da maçã, vindo a integrar uma candidatura conjunta da UE para aprovação de requisitos alternativos à exportação de peras e maçãs (com BE, ES, FR, IT, NL, PT).

A existência de um quadro legislativo claramente insuficiente para assegurar uma proteção eficaz das Indicações Geográficas europeias é também uma condicionante a ganhos mais expressivos na exportação, dado que o nível de proteção de que beneficiam é o concedido pelo sistema de proteção às marcas comerciais. São evidentes as lacunas na proteção de algumas denominações (DOP) de vinhos europeus, ainda tidas como “semigenéricos” (caso do vinho do Porto), mesmo quando este domínio foi objeto de compromissos acrescidos de proteção por parte dos EUA, no âmbito da aplicação de um Acordo relativo ao comércio de vinhos entre a UE e os EUA.

As exportações nacionais de produtos florestais e vinhos perfazem mais de 80% do total exportado para os EUA neste setor. Se, para a cortiça e o papel, os direitos sobre o mercado americano já são, dominantemente, nulos, o mesmo não acontece nos setores do vinho, azeite e queijos, em que são, também, aplicáveis direitos específicos simples ou combinados com direitos ad valorem (%).

Os géneros alimentícios de origem portuguesa continuam a ter como principal destino a comunidade portuguesa residente neste mercado, mas há um potencial a explorar e a reforçar junto do consumidor norte-americano, nomeadamente em produtos que têm associados regimes específicos de produção de qualidade, tais como: vinho, azeite, preparações á base de carne, peixes, crustáceos, queijos.

Acresce a importância que este mercado tem em termos de consumo e produção mundial, de que são exemplo:

 A liderança do ranking do consumo mundial de vinho, com uma quota de 12,5% em 2010 (equivalente a um consumo de 2.912.041 x 1000 litros), perfazendo 10,6% (2.653.187 x 1000 litros em 2010) da produção mundial (Fonte: Wine Institute).

 Um consumo de azeite que representa cerca de 8 a 9% do consumo mundial, uma importação que perfaz mais de1/3 do total mundial importado e uma produção inferior a 0,2% da produção mundial.

Portugal detém nestes, como em outros produtos, uma orientação exportadora com alguma expressão, a par de uma garantia de qualidade da produção nacional, de que se passa a detalhar alguma informação sobre os setores do vinho e do azeite.

No setor do vinho, Portugal tem vindo a situar-se entre os dez principais exportadores para os EUA.

Apesar do registo de baixa dos valores de consumo nacional de vinhos, o setor tem vindo a reforçar a sua capacidade exportadora e tem sabido impor-se junto do consumidor americano, ganhando quota neste mercado.

(4)

Vinho – Indicadores de análise do Comércio Internacional (para todo o Mundo)

No setor do azeite, o comportamento da balança comercial nacional foi-se alterando e ajustando a uma nova realidade da oferta nacional de azeite, sustentada pelo aumento de área nacional de olivais intensivos e superintensivos (com grande expressão no Alentejo que perfaz atualmente 79%

da produção nacional de azeite), pelo recurso ao regadio, a par da preocupação de introdução de melhorias constantes da qualidade do azeite.

Em 2011, a balança comercial nacional até então deficitária, atingiu um saldo positivo (29M€), fator que explica a evolução muito positiva do índice de orientação exportadora, que cresceu 30% desde o

Vinho - Indicadores de análise do Comércio Internacional

Rubrica Unidade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Produção toneladas 670.974 778.943 667.679 733.981 748.123 726.625 754.271 607.304 568.856 589.351 714.793 560.978 Importação toneladas 200.450 174.989 141.038 141.996 174.169 152.775 102.672 136.354 189.064 217.642 146.710 132.396 Exportação toneladas 193.681 169.363 227.824 331.362 338.701 262.763 302.317 371.005 305.224 255.001 249.915 291.501

Orientação Exportadora % 28,9 21,7 34,1 45,1 45,3 36,2 40,1 61,1 53,7 43,3 35,0 52,0

Consumo Aparente toneladas 677.743 784.569 580.893 544.615 583.591 616.636 554.625 372.654 452.696 551.993 611.588 401.873

Grau de Auto-Aprovisionamento % 99,0 99,3 114,9 134,8 128,2 117,8 136,0 163,0 125,7 106,8 116,9 139,6 Grau de Abastecimento

do Mercado Interno % 70,4 77,7 75,7 73,9 70,2 75,2 81,5 63,4 58,2 60,6 76,0 67,1

Nota:

Orientação Exportadora = Exportação / Produção x 100 Consumo Aparente = Produção + Importação - Exportação

Grau de Auto-Aprovisionamento = Produção / Consumo Aparente x 100

Grau de Abastecimento do mercado interno = (Produção - Exportação) / Consumo Aparente x 100

(5)

expectáveis em termos da produção nacional de azeite.

Azeite – Indicadores de análise do Comércio Internacional (para todo o Mundo)

Os mecanismos de certificação de seis Denominações de Origem Protegida: Azeites do Norte Alentejano, Azeite de Trás-os-Montes, Azeites da Beira Interior (B. Baixa, B. Alta), Azeites do Ribatejo, Azeite de Moura e Azeite do Alentejo Interior, e o cumprimento da legislação no domínio da rotulagem asseguram a proteção da produção e são uma garantia para o consumidor final.

Azeite - Indicadores de análise do Comércio Internacional

Rubrica Unidade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Produção toneladas 22.863 32.035 28.458 33.454 45.890 29.164 47.523 32.317 53.843 62.498 62.955 76.253 57.190 Importação toneladas 41.111 54.173 50.930 59.719 61.596 59.318 65.399 72.416 76.320 70.533 83.755 88.122 100.705 Exportação toneladas 20.077 22.723 19.477 18.070 22.339 23.301 23.474 33.399 40.423 43.370 54.173 79.984 96.077

Orientação Exportadora % 87,8 70,9 68,4 54,0 48,7 79,9 49,4 103,3 75,1 69,4 86,0 104,9 168,0

Consumo Aparente toneladas 43.897 63.485 59.911 75.102 85.147 65.181 89.448 71.333 89.740 89.661 92.538 84.391 61.818

Grau de Auto-Aprovisionamento % 52,1 50,5 47,5 44,5 53,9 44,7 53,1 45,3 60,0 69,7 68,0 90,4 92,5

Grau de Abastecimento

do Mercado Interno % 6,3 14,7 15,0 20,5 27,7 9,0 26,9 -1,5 15,0 21,3 9,5 -4,4 -62,9

Nota:

Orientação Exportadora = Exportação / Produção x 100 Consumo Aparente = Produção + Importação - Exportação

Grau de Auto-Aprovisionamento = Produção / Consumo Aparente x 100

Grau de Abastecimento do mercado interno = (Produção - Exportação) / Consumo Aparente x 100

(6)

IV COMÉRCIO EXTERNO

Portugal detém, no comércio de mercadorias, uma balança comercial favorável com os EUA, que se repercute também no sector dos produtos agroalimentares e florestais.

Balança comercial PT-EUA – Total da economia (valores em milhares de euros)

No contexto do relacionamento bilateral de Portugal com mercados terceiros, dentro e fora do contexto europeu, os EUA detêm, no quinquénio 2008-2012, a 8ª posição do ranking nacional de clientes das exportações nacionais de produtos agroalimentares e florestais, com uma representatividade de 3,6% do total exportado (perfazendo as exportações de produtos agroalimentares e de produtos florestais, respetivamente 31% e 69% do valor total). A perda de importância do mercado americano reverteu a favor de Angola e de um reforço dos volumes transacionados com Itália e Holanda, mercados estes que ascenderam ao 3º, 5º e 7º lugar do ranking nacional de clientes.

Para o mesmo período, os EUA posicionaram-se como o segundo maior fornecedor (2,2% do total importado), fora do contexto da UE, secundando o Brasil (4,3% do total importado).

Balança comercial PT-EUA – Agroalimentar e florestas (valores em milhares de euros)

Nas exportações nacionais de produtos agroalimentares para o mercado americano surgem com particular relevância as bebidas (vinhos), com uma representatividade próxima dos 17% e as

(7)

cortiça (43,6%) e o papel e cartão (22,6%).

Recorde-se que no setor dos vinhos, aplica-se desde 2006 um acordo celebrado entre a UE e os EUA, que estabelece regras sobre proteção de “nomes/designações”, práticas enológicas e certificação.

(8)

Os EUA secundam o Brasil, como fornecedor de Portugal, fora do espaço europeu, com um peso relativo de 2,2% do total nacional importado (correspondendo 80% a produtos agroalimentares e 20% a produtos de cariz florestal).

Assumem-se com maior representatividade as importações nacionais de sementes e frutos oleaginosos (29,3%), peixes e crustáceos (18,2%), cereais (14,9%) e madeiras (13%).

Referências

Documentos relacionados

aprovado pelo Conselho de Curso, com parecer favorável (Proc.. Solicitação de afastamento

New Jersey: O estado de Nova Jersey tem uma população de 8.882.190 habitantes e o seu PIB atingiu, em 2019, 564 mil milhões de dólares. As indústrias que impulsionam a economia de

Estimular hábitos de vida saudáveis em um grupo de crianças com excesso de peso em uma escola situada no município de Santo Antônio de Goiás/GO,

Pedra Cancela - RESERVA MF+EN 2014 Branco Dão e Lafões. PEDRA CANCELA Selecção do Enólogo (Wine makers

Claro que Alencar, França Júnior, outros (e outros mais, ao longo da his- tória literária do Brasil) são muito importantes – Alencar em particular, por ser um dos fundadores,

Prestações após o termo da prestação de serviço militar 1 — Os militares que tenham cumprido serviço efectivo em RV ou em RC pelo período mínimo de dois anos têm direito,

Embora os regimes regulamentares de alguns Estados-Membros imponham elevados níveis de prevenção de acidentes, através de requisitos rigorosos em matéria de saúde, segurança e

• Čiurnos sąnarys yra unikalus savo sandara ir struktūrų išsidėstymu, todėl klinikinėje praktikoje anatomijos suvokimas yra ypatingai