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TUTELA COLETIVA: ANÁLISE DAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS PROPOSTAS PELA DEFENSORIA PÚBLICA NO ENFRENTAMENTO AO DESASTRE DE MARIANA/MG [ver artigo online]

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TUTELA COLETIVA: ANÁLISE DAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS PROPOSTAS PELA DEFENSORIA PÚBLICA NO ENFRENTAMENTO AO

DESASTRE DE MARIANA/MG

[ver artigo online]

Iuri Bruno da Silva1 Ma. Adriana Vieira da Costa2

RESUMO

O presente artigo tem o objetivo primordial de analisar as ações civis públicas propostas pela Defensoria Pública no enfrentamento ao desastre de Mariana/MG, visando verificar, no caso concreto, a consolidação do acesso à Justiça. Para a elaboração deste artigo foram utilizadas pesquisas jurisprudenciais, bem como um levantamento bibliográfico acerca do campo teórico do referente estudo.

Diante do objetivo do estudo, pergunta-se: a legitimidade da Defensoria Pública abrange a tutela dos direitos ambientais? Como resultado, chegou-se à conclusão que a Defensoria Pública, em razão das prerrogativas constitucionais atreladas à independência institucional e por ser parte legítima para propor Ação Civil Pública, inclusive versando sobre direitos ambientais, possibilita a defesa concreta dos hipossuficientes atingidos direta ou indiretamente pelos danos decorrentes de tragédias ambientais.

Palavras-chave: defensoria pública, ação civil pública, desastre ambiental.

COLLECTIVE INSTRUCTIONS: ANALYSIS OF PUBLIC CIVIL ACTIONS PROPOSED BY THE PUBLIC DEFENSE TO FACE THE DISASTER IN

MARIANA/MG

ABSTRACT

This article has the primary objective of analyzing the public civil actions proposed by the Public Defender's Office in facing the disaster in Mariana/MG, aiming to verify, in the specific case, the consolidation of access to justice. For the elaboration of this article, jurisprudential researches were used, as well as a bibliographical survey about the theoretical field of the referent study. Given the object of study, the question is: does the legitimacy of the Public Defender's Office encompass the protection of environmental rights? As a result, it was concluded that the Public Defender's Office, due to the constitutional prerogatives linked to institutional independence and because it is a legitimate party to propose a Public Civil Action, enables the concrete defense of the underprivileged directly or indirectly affected by damages resulting from environmental tragedies.

Keywords: public defender, public civil action, environmental disasters.

1 Graduando de direito, Centro de Ensino São Lucas, Rondônia, e-mail: iuri-ib@hotmail.com

2 Professora de ensino superior do Centro Universitário São Lucas. E-mail: adriana.vieira@saolucas.edu.br

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INTRODUÇÃO

A Carta Magna introduziu um novo sistema ideológico e jurisdicional no país. O documento consagrou o ideal abarcado no Estado Democrático de Direito, que, por sua vez, é pautado nos preceitos de proteção máxima à dignidade humana e à cidadania, enxergando o coletivo como sujeito de direitos. Além disso, a Constituição Federal de 1988 foi responsável por iniciar a terceira onda dos direitos fundamentais, especialmente ao apresentar um rol de direitos sociais que visam a manutenção do bem-estar social para as presentes e futuras gerações.

Um exemplo disso é a grande proteção dada ao meio ambiente. Diversos artigos espalhados no texto constitucional reconhecem a proteção ambiental e visam a manutenção da qualidade de vida para a atual e para a próxima coletividade, prezando sempre pela manutenção dos ecossistemas nacionais, bem como das espécies nativas garantidores do equilíbrio ecológico no país. Assim, levando em consideração que as demais leis infraconstitucionais devem observância à Constituição Federal, criou-se um verdadeiro cenário, no campo teórico, com vistas à preservação ambiental de forma integral e permanente.

Todavia, ante a manutenção do ideal capitalista e do sistema de exploração ambiental exacerbado dos países emergentes, o Brasil, no decorrer dos anos, agiu e ainda age de forma contrária aos direitos ambientais presentes na legislação constitucional. Houve, portanto, a promulgação de uma Constituição com vieses sociais, bem como o surgimento e aperfeiçoamento das leis infraconstitucionais que, na tentativa de serem compatíveis com o novo modelo constitucional, não foram capazes de limitar de forma eficaz os crescentes danos ambientais oriundos da supressão da vegetação nativa, bem como da exploração exacerbada dos recursos naturais.

É nesse cenário que se analisa o papel das instituições criadas e aperfeiçoadas pela Carta Magna e que visam a proteção dos direitos difusos e coletivos violados no caso concreto. Tem- se, assim, o papel do Ministério Público, dotado de autonomia institucional e financeira e possuindo legitimidade ativa na propositura de diversas ações que objetivam tanto a preservação ambiental quanto a responsabilidade civil e penal dos causadores diretos e indiretos de danos ambientais, bem como o da Defensoria Pública, órgão igualmente autônomo em suas funções administrativa e financeira e garantidor dos direitos do hipossuficiente.

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Assim, dada tais considerações, o presente trabalho tem o objetivo de avaliar o papel da Defensoria Pública e sua atuação na defesa dos direitos coletivos, bem como sua legitimidade para a propositura de ação civil pública nos casos de desastres ambientais. O locus da pesquisa limita-se à verificação do desastre ambiental ocorrido em Mariana/MG, em 2015. Tal estudo será feito a partir da identificação do contexto fático do desastre ambiental ocorrido em Mariana/MG e da participação da Defensoria Pública em prol da coletividade afetada.

Ao observar o desastre ambiental objeto de estudo do presente artigo, é imperioso reconhecer os impactos negativos gerados tanto ao meio ambiente quanto à população. Os danos socioambientais foram de grande proporção e permeiam até os dias atuais, sendo necessária a intervenção do poder Judiciário para solução dos litígios existentes. As ações visam tanto a reparação patrimonial e extrapatrimonial dos danos ambientais causados ao meio ambiente, quanto a indenização às pessoas direta ou indiretamente atingidas pelo ocorrido.

Diante do grande número de ações ajuizadas, notou-se a viabilidade do presente estudo com ênfase na atuação da Defensoria Pública na proteção e defesa dos direitos coletivos violados, especialmente quanto a participação ativa da Defensoria nas Ações Civis Públicas propostas em conjunto com o Ministério Público.

A motivação pessoal para a elaboração do estudo encontra respaldo nas proporções negativas do desastre ambiental ocorrido em Mariana/MG, além do número crescente de desastres e crimes ambientais causados pela ausência ou inexistência de fiscalização adequada em determinadas regiões consideradas de risco. O artigo tem por foco, portanto, verificar como a Defensoria Pública exerce sua função constitucional no presente caso, especialmente através da propositura de Ação Civil Pública, atuando como demandante principal ou em conjunto com o Ministério Público

O primeiro tópico do desenvolvimento do artigo tem o objetivo de descrever as atribuições constitucionais da Defensoria Pública, especialmente relacionadas às prerrogativas inerentes à autonomia e independência funcional do órgão. Em sequência, o segundo tópico tratará da atuação da Defensoria Pública na defesa dos direitos coletivos das pessoas hipossuficientes, sendo o raciocínio complementado no tópico seguinte, em que analisa a legitimidade da Defensoria Pública abrange na tutela dos direitos ambientais.

O quarto e último tópico do desenvolvimento do presente artigo analisará o contexto fático do desastre ambiental de Mariana, em Minas Gerais, colacionando, ao final, alguns dos processos nos quais a Defensoria Pública atuou no polo ativo. No tópico em apreço serão feitas

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algumas considerações específicas acerca de cada um dos processos, com ênfase na atuação da Defensoria como terceiro interessado em determinada ação ajuizada em 2021.

1 ATRIBUIÇÕES DEFENSORIAIS NO ÂMBITO CONSTITUCIONAL

A Defensoria Pública atua, graças aos regramentos constitucionais inseridos no Capítulo IV, do Título IV, da Constituição Federal, como instituição permanente destinada à proteção e consagração dos princípios e direitos fundamentais. A título de exemplo, é possível citar o art.

134 da Constituição Federal (BRASIL, 1988) que, se lido em conjunto com o art. 5º, inciso LXXIV do referido diploma legal, consagra o real significado da Defensoria Pública, isto é, sua finalidade e atuação no âmbito nacional.

O direito fundamental ao acesso à justiça é bem representado a partir de uma análise do papel das defensorias públicas no contexto de proteção ao hipossuficiente. As defensorias, nesse aspecto, surgiram com o objetivo de concretizar o ideal do Estado Democrático previsto na Constituição, a partir do reconhecimento e realização da justiça social através da aplicação dos direitos fundamentais (WEIS, 2002).

Com efeito, as prerrogativas atribuídas à Defensoria Pública revelam-se verdadeiras formas de extensão da advocacia privada, possibilitando a instrumentalização dos direitos fundamentais e a inserção dos economicamente hipossuficientes não somente na seara da jurisdição voluntária, mas também no âmbito informacional. Assim, a Defensoria Pública age tanto no sistema judiciário como na resolução consensual de conflitos, bem como na promoção do amplo acesso à informação dos hipossuficientes, buscando assim a orientação e informação jurídica, pautada nos conceitos de assistências jurídica e judiciária gratuitas e de forma integral, nos limites da lei.

Cumpre destacar que, além das prerrogativas garantidas pela Constituição, a institucionalização da Defensoria Pública deve respeito a atual conjuntura das disposições relacionadas ao Código de Processo Civil de 2015, à Lei Complementar nº 132 de 2009 e, por fim, às Emendas Constitucionais nº 45 de 2004 e nº 80, de 2014, dentre outras. Todas as legislações citadas colaboraram para a instituição da autonomia e independência funcional da Defensoria.

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Nesse sentido, CHMATALIK (2019, p. 3) afirma que:

[...] tem de ser claro na mente das pessoas que a Defensoria é "pública" não só na sua destinação ou finalidade, mas também é pública porque seu custeio é rateado entre todas as pessoas, e como todo serviço público está à disposição de quem necessite, expressando sua eficiência no aumento gradativo de sua clientela, no sentido de se tornar um eficiente meio de dirimir os conflitos sociais e fazer cumprir a isonomia como princípio fundamental.

Desta forma, a visibilidade atribuída à Defensoria Pública por meio das legislações supracitadas apenas reforça a ideia de ampliação do acesso à Justiça trazida pelos novos conceitos processuais vinculados ao Processo Civil hodierno e ao novo sistema constitucional pautado no Estado Democrático, consagrando, assim, um novo modelo de acesso à Justiça formal e estruturalmente consolidado e competente para garantir a democracia em seu sentido mais amplo.

Ademais, destaca-se que a legitimidade da Defensoria Pública na defesa dos direitos das pessoas hipossuficientes alcança, inclusive, os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, especialmente através da propositura de Ação Civil Pública, nos termos do artigo 4º, incisos VII e VIII, da Lei Complementar 80/94.

Não é difícil compreender os motivos pelos quais a Defensoria Pública se insere no rol de legitimados para a propositura de Ação Civil Pública, tendo em vista que a referida ação, pelo fato de proteger bens públicos dos atos danosos do Estado ou de um particular, é aplicada em consonância com as prerrogativas e deveres institucionais da Defensoria, mormente oriundos da Constituição Federal.

Ainda, não se pode olvidar que a Carta Magna protege de maneira expressa os direitos de segunda e terceira dimensão, estes relacionados ao conceito de igualdade – formal e material, e fraternidade – relacionado aos direitos difusos e coletivos. Nesse viés, se faz necessário analisar a atuação de tal órgão na defesa dos direitos coletivos quando o resultado da demanda for capaz de beneficiar os tutelados pela instituição.

2 ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA NA DEFESA DOS DIREITOS COLETIVOS

Os direitos coletivos são normalmente abordados pela doutrina majoritária como a segunda onda do acesso à justiça. Em linhas gerais, esse microssistema processual visa tutelar os direitos de massa, isto é, aqueles inerentes a um número determinado ou indeterminado de

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pessoas, inseridas em certo contexto. Quanto aos exemplos da segunda onda do acesso à justiça no cenário jurídico brasileiro, é possível citar o Código de Defesa do Consumidor, a Ação Popular e a Ação Civil Pública.

Atrelada à segunda onda do acesso à justiça, a terceira onda vinculou o Poder Judiciário a julgar de forma mais benéfica aos direitos e garantias fundamentais, visando sempre a efetividade a esses direitos com vistas a evitar possíveis lesões ou ameaça de lesões futuras.

Assim, a nova roupagem do arcabouço jurídico pátrio preza muito mais pela concretização e efetividade do acesso à justiça, ou seja, por uma ordem jurídica justa e adequada às demandas sociais.

É com base no atual contexto de ampliação do acesso à justiça que a Defensoria Pública foi criada. Considerada pela Constituição Federal uma Instituição permanente e essencial à função da justiça, um de seus principais objetivos é a orientação jurídica aos hipossuficientes e a proteção dos direitos coletivos nos âmbitos judicial e extrajudicial.

A Defensoria Pública detém legitimidade ativa para a propositura de ações coletivas, de modo a promover o acesso à justiça de grupos sociais compostos por indivíduos necessitados, vulneráveis e hipossuficientes. Tal legitimidade é reforçada no Tema 607 de Repercussão Geral do Supremo Tribunal Federal (STF):

Tema 607 - A Defensoria Pública tem legitimidade para a propositura de ação civil pública que vise a promover a tutela judicial de direitos difusos ou coletivos de que sejam titulares, em tese, pessoas necessitadas (STF, 2013, on- line).

No cenário do entendimento acima, é relevante fazer alguns apontamentos acerca dos termos utilizados. Primeiramente, o Supremo Tribunal Federal compreende que cabe à Defensoria Pública a defesa dos direitos difusos ou coletivos de pessoas necessitadas. O direito difuso pressupõe a indeterminação de seus titulares, que estão ligadas por circunstâncias fáticas, enquanto no direito coletivo é possível determinar a titularidade, pois os destinatários possuem relação jurídica preexistente. O Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990) diferencia esses direitos em seu artigo 81, incisos I e II, respectivamente.

Outro conceito de grande relevância para o entendimento acerca do Tema 607 do STF é o de “pessoa necessitada”. Em linhas gerais, o necessitado é aquele indivíduo que não possui os recursos mínimos suficientes à sobrevivência. Portanto, o conceito de necessitado está normalmente atrelado à pobreza e à miserabilidade.

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No entanto, o conceito jurídico de necessitado é mais amplo e possui uma perspectiva individual e coletiva, mormente associada ao campo econômico (hipossuficiência econômico) e organizacional (hipossuficiência organizacional). A hipossuficiência econômica pressupõe a ausência ou insuficiência de meios econômicos para a garantia da subsistência do indivíduo ou de sua família. Na Defensoria Pública, o aspecto econômico é avaliado por meio de comprovação da hipossuficiência (ex. extratos de benefícios previdenciários, carteira de trabalho, imposto de renda, dentre outros).

Já o campo organizacional da hipossuficiência abarca não só o hipossuficiente, mas todo indivíduo ou toda coletividade considerada vulnerável, isto é, incapaz de exercer a defesa concreta de seus direitos perante o judiciário sem a participação direta da Defensoria Pública.

Assim, apresentando uma conceituação geral, é possível afirmar que a hipossuficiência organizacional significa a ausência das condições mínimas para que o demandante exerça seu direito por conta própria (ex. consumidores contra o fornecedor de determinado produto ou serviço, empregado contra determinado empregador etc.).

Portanto, o papel cristalino da Defensoria Pública na defesa dos hipossuficientes nos diversos setores sociais promove o fortalecimento dos direitos fundamentais e a mais estrita defesa dos direitos humanos, garantindo a provocação do judiciário por todos que se encontrem em situação de vulnerabilidade econômica ou social (AZEVEDO, 2017).

Como visto acima, a Defensoria Pública é legitima para propor ações coletivas visando a proteção dos direitos difusos e coletivos, especialmente através da Ação Civil Pública. No entanto, pergunta-se: a legitimidade da Defensoria Pública abrange a tutela dos direitos ambientais?

3 A LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA NOS CASOS DE DESASTRES AMBIENTAIS

O artigo 225 da Constituição Federal garante o direito ao meio ambiente equilibrado, bem como o dever do estado e da sociedade em proteger e garantir a sua existência para proveito da população atual e seus descendentes. Assim, levando em consideração as funções institucionais da Defensoria Pública previstas expressamente na Carta Magna e sua importância na defesa de grupos sociais vulneráveis, é importante verificar a atuação de tal instituição nas demandas ambientais.

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A Lei Complementar nº 80, de janeiro de 1994 - Lei Orgânica da Defensoria Pública, especifica pelo zelo de se promover de forma primordial os direitos fundamentais dos necessitados. Os direitos fundamentais, por sua vez, abarcam uma série de direitos individuais e coletivos, como os direitos ambientais. A tutela do meio ambiente, portanto, deve ser expressamente visada pela Defensoria Pública em sua atuação extrajudicial e judicial.

No caso concreto, a Defensoria Pública busca a garantia dos direitos ambientais especialmente pela propositura da Ação Civil Pública, conforme art. 5º da Lei n. 7.347/1985:

Art. 5º: Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: II - a Defensoria Pública; (BRASIL, 2007, Art. 5).

O artigo supramencionado foi acrescentado pela Lei nº 11.448/2007. A novidade legislativa foi alvo de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), sob a alegação de que a legitimidade da Defensoria Pública para propor Ações Civis Públicas afeta as atribuições constitucionais do Ministério Público, por afrontar os arts. 5º, LXXIV e 134 da Constituição Federal. No entanto, o STF possui o entendimento que se trata de matéria constitucional e formal, e que o art. 5º da Lei n. 7.347/1985, está em consonância com os artigos mencionados acima da Constituição Federal.

O artigo supra, em linhas gerais, caracteriza a Defensoria Pública como “instituição permanente” e “essencial à função jurisdicional do Estado”. Significa dizer que o órgão em apreço não poderá sofrer supressões ou limitações em sua atuação (a não ser limitações constitucionalmente previstas). Ademais, o mesmo artigo deixa claro que o papel da Defensoria Pública é de orientar, defender e promover os direitos dos vulneráveis já descritos neste trabalho.

Cumpre destacar que a defesa dos direitos difusos e coletivos dos vulneráveis também abarca a garantia dos direitos ambientais. Por oportuno, o próprio Supremo Tribunal Federal - STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.943, enfatizou a legitimidade da Defensoria Pública na defesa dos direitos ambientais por meio da propositura de Ações Civis Públicas, ao compreender que a Emenda Constitucional n. 80/2014 foi responsável por reforçar a legitimidade da Defensoria Pública na defesa dos direitos coletivos em sentido amplo, em observância aos fundamentos da República previsos no artigo 1º da Carta Magna.

Ademais, importante salientar que a Defensoria Pública não restringe sua atuação unicamente à propositura de Ação Civil Pública, mas também na atuação extrajudicial, isto é, na presença ativa dos representantes institucionais em audiências públicas que versem sobre

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meio ambiente, bem como na participação de políticas públicas e campanhas de conscientização coletiva, além da promoção de meios consensuais de resolução de conflitos, a depender do caso tutelado.

Nesse sentido, BOLTER e GASPARINI (2019) ao buscarem a conceituação de conflitos ambientais, deixam claro que o papel da Defensoria Pública não se restringe apenas à preservação do meio ambiente e relação ao desmatamento ou poluição, abrangendo também, de forma exemplificativa, a proteção de todos os bens jurídicos atrelados direta ou indiretamente à promoção do meio ambiente ecologicamente equilibrado (ex. promoção do saneamento básico, preservação de bens tombados etc.).

Dada as devidas considerações, é importante verificar, na prática, como a Defensoria Pública atua no âmbito jurisdicional através do ajuizamento de ACP versando sobre direitos ambientais. Portanto, o próximo tópico abordará de forma suscinta o desastre ocorrido em Mariana, em Minas Gerais, bem como a atuação de tal instituição visando a defesa dos hipossuficientes afetados indireta ou diretamente por tal infortúnio.

4 ANÁLISE DO DESASTRE AMBIENTAL OCORRIDO EM MARIANA/MG

O denominado “desastre de Mariana” ocorrido no dia 5 de novembro de 2015, consistiu no rompimento de uma barragem construída e operada pela empresa Samarco mineração S/A, ocasionando o lançamento de mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, bem como a morte de 19 moradores e trabalhadores locais (PASSARINHO, 2019). Tanto a mídia quanto os organismos de proteção ao meio ambiente tratam o desastre ocorrido como um crime ambiental, em função das diversas irregularidades e ilicitudes cometidas pela empresa no ato de gestão do empreendimento.

Além de vidas humanas perdidas, o colapso causado pelo rompimento da barragem destruiu os cursos naturais das águas, soterrando Distritos localizados a 6km da Barragem de Santarém. Estudos feitos na época comprovaram que os rejeitos percorreram 55km até desaguar no rio do Carmo, em Minas Gerais, atingindo áreas rurais que comportavam comunidades que viviam unicamente dos recursos naturais ali existentes (MPF, 2015, on-line).

Grande parte dos danos causados pelo desastre ambiental ocorrido em Mariana são irreparáveis, como a perda de vidas humanas, diminuição do ecossistema e do aspecto sociocultural da população atingida. Estima-se que, até o final do ano de 2015, o valor de multas

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e reparação por danos socioambientais totalizou o montante de R$250,000.00 (duzentos e cinquenta milhões de reais), não considerando as ações coletivas propostas nos anos seguintes que pleiteavam a indenização pelos danos sofridos pelos moradores, que sofrem com a tragédia até os dias atuais (DIAS, et. al).

Desde a ocorrência do desastre ambiental, a Defensoria Pública atua como parte legítima tanto na propositura de ações quanto na atuação litisconsorcial de diversas demandas que, de forma geral, visavam a condenação pelos danos socioambientais e socioeconômicos causados à população. Não obstante, a tabela abaixo colaciona alguns dos processos nos quais a Defensoria Pública atuou no polo ativo. As demandas colacionadas na tabela serão mais bem explicadas no decorrer do tópico em estudo.

Nº da ação Polo ativo Pedido/causa de pedir 0069758-

61.2015.4.01.3400 (2015)

AGU, Estado do Espírito Santo e Estado de Minas Gerais.

Reverter ou minimizar os impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem;

Reparar os danos causados à população e outras medidas necessárias à contenção dos danos

ambientais.

0135334- 09.2015.4.02.5005

(2015)

MPF em conjunto com o Ministério Público do Estado do

Espírito Santo.

Interrupção da captação e distribuição de água proveniente do

Rio Doce ou de outro espaço hídrico contaminado pela onda de lama, rejeitos e outros particulados.

0004309- 47.2016.4.01.3813

(2016)

Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União.

Responsabilidade ambiental das empresas pela alteração da qualidade da água na região de

Mariana/MG.

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Dada as proporções do desastre ambiental em apreço, a primeira ação civil pública nº 0069758-61.2015.4.01.3400, ajuizada pela Advocacia Geral da União (AGU) em conjunto com os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, tinha o objetivo de reverter ou minimizar os impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem, bem como a reparar os danos causados à população e impor outras medidas necessárias à contenção dos danos ambientais.

O Ministério Público Federal também atuou processualmente na defesa dos atingidos direta e indiretamente pela tragédia. A atuação precípua do MPF em conjunto com o Ministério Público do Estado do Espírito Santo ocorreu na propositura de ação civil pública nº 0135334- 09.2015.4.02.5005, na data de 27 de novembro de 2015, requerendo a interrupção da captação e distribuição de água proveniente do Rio Doce ou de outro espaço hídrico contaminado pela onda de lama, rejeitos e outros particulados.

Um ano após o rompimento, em 2016 nova ACP fora ajuizada pelo MPF, agora em conjunto com a Defensoria Pública da União (nº 0004309-47.2016.4.01.3813) tendo como ponto principal “a responsabilidade ambiental das empresas pela alteração da qualidade da água na região” (SILVA; STIVAL, 2018, p. 14). O pedido liminar foi indeferido pelo juízo, sob o fundamento de que as empresas já estavam realizando o controle contínuo da água e custeando a análise e tratamento da água do rio Doce.

0023863- 07.2016.4.01.3800

(2016)

Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo e de Minas Gerais, respectivamente, em

conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais e o

Ministério Público Federal.

Reparação de danos

socioambientais e socioeconômicos causados pelo desastre ambiental

ocorrido em Mariana/MG.

5023635- 78.2021.8.13.0024

(2021)

Defensoria Pública da União e Defensorias dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo

(terceiros interessados) e Ministério Público de Minas

Gerais

Reparação de danos

socioambientais e socioeconômicos causados pelo desastre ambiental

ocorrido em Mariana/MG.

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Os anos seguintes são marcados pela propositura de diversas ações, tendo como polo ativo a Advocacia Geral da União, o Ministério Público Federal e Estadual, bem como a Defensoria Pública da União e dos Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais.

Em 2 de maio de 2016, a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo e de Minas Gerais, respectivamente, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais e o Ministério Público Federal, ajuizaram ação civil pública nº 0023863-07.2016.4.01.3800, visando a reparação de danos socioambientais e socioeconômicos causados pelo desastre ambiental ocorrido em Mariana/MG. O valor da causa foi estimado em R$155,000,000.00 (cento e cinquenta e cinco bilhões de reais).

A referida ação foi arquivada e, na data de 30 de setembro de 2020, os autores peticionaram requerendo o imediato retorno do andamento processual da demanda, em razão de irregularidades no cumprimento do TAC-Gov, um acordo assinado em junho de 2018 pelos autores, pela União e pelos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e pelas empresas Samarco, Vale e BHP Billiton Brasil. Conforme o Ministério Público do Estado de Minas Gerais:

Após dois anos, não se veem efetivos progressos na construção dos canais participativos previstos no TAC-Gov, o que acarretou o surgimento de vias paralelas de discussão à revelia das instituições de Justiça. De acordo com as instituições de Justiça, o longo tempo para a implementação de programas reparatórios e participativos trouxe para dentro das comunidades uma série de conflitos, maléficos para vida em sociedade, agravando ainda mais os danos decorrentes do rompimento da barragem de Fundão (MPF, 2020, on-line).

Ainda quanto à Defensoria Pública, é possível dizer que a instituição em estudo atuou, em conjunto com o MPF ou de forma individual, como uma verdadeira guardiã dos vulneráveis (custos vulnerabilis). Como exemplo da atuação recente da Defensoria Pública, é possível citar a ACP 5023635-78.2021.8.13.0024, ajuizada inicialmente pelo MP-MG contra a Fundação Renova, criada com o objetivo de reparar as vítimas do desastre em estudo.

Na data de 23 de abril de 2021, o juízo admitiu a inserção da Defensoria Pública da União, bem como das Defensorias Públicas do Estado de Minas Gerais e do Estado de Espírito Santo na qualidade de terceiros interessados, com fundamento no artigo 134 da Constituição Federal, que preconiza o dever da Defensoria Pública na defesa das pessoas e comunidades vulneráveis, garantindo assim a defesa dos direitos individuais e coletivos. A decisão prolatada pelo Juiz de Direito Dr. Nicolau Lupianhes Neto ficou assim acertada:

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I – Admito na condição de Custos Vulnerabilis o ingresso no processo da Defensoria Pública da União; da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, adotando como razão de decidir a previsão do art.134 da Constituição da República e demais razões expostas na manifestação ID 310362626516.

A petição da Defensoria Pública aduziu que os programas criados e geridos pela Fundação Renova afetam a comunidade inserida na bacia do Rio Doce, ou seja, toda e qualquer decisão ou intervenção atingiria diretamente as populações que residem próximo ao ocorrido:

Esse ponto é crucial para compreensão de que os programas instituídos e gerenciados pela Fundação Renova afetam diretamente as pessoas, comunidades e povos que vivem na bacia do rio Doce e, deste modo, qualquer decisão acerca da continuidade, alteração, intervenção ou extinção da Fundação Renova acarreta impactos às populações atingidas, sendo essa justificativa suficiente para a intervenção como custus vulnerabilis pelas Defensorias Públicas.

Cumpre destacar que a Fundação Renova, citada na petição da Defensoria Pública, foi instituída através do Termo de Ajustamento de Conduta (TTAC) firmado entre a União, Estados de Minas Gerais e Espírito Santo em conjunto com as empresas Vale, BHP Samarco, com o objetivo de gerenciar os programas de reparação socioambiental em razão do ocorrido em Mariana.

Recentemente, mais precisamente no mês de junho de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) em conjunto com o Observatório de Desastres do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) construiu mais um acordo visando a reparação de danos oriundos da tragédia ocorrida.

A reunião, ocorrida no dia 1 de junho, contou com a participação da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) com o objetivo de discutir o descumprimento reiterado por parte da empresa Samarco-Vale-BHP (COUZEMENCO, on-line).

O presente estudo foi capaz de demonstrar o papel da Defensoria Pública e sua atuação na defesa dos direitos coletivos que versam sobre danos ambientais, especialmente após a verificação do contexto fático do desastre ambiental ocorrido em Mariana/MG, bem como a participação da Defensoria Pública na propositura de Ação Civil Pública no caso em apreço.

Assim, verificou-se que a Defensoria Pública, dotada de autonomia institucional, administrativa, financeira e legitimada para propor Ação Civil Pública, garantiu a proteção não só do grupo de indivíduos hipossuficientes que foram e ainda são lesados pelo crime ambiental

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cometido, prezando também pela defesa do meio ambiente em conjunto com o Ministério Público.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A instituição de um Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito ao mínimo existencial abarcado na dignidade da pessoa humana, bem como a observância aos princípios constitucionais de proteção ao indivíduo e ao coletivo. Os direitos de terceira dimensão, doutrinariamente analisados sob um viés solidário, possuem estrita relação com os direitos ambientais, expressamente protegidos pela Constituição Federal de 1988.

Todavia, apesar de o ordenamento jurídico pátrio garantir uma proteção integral e permanente aos ecossistemas brasileiros, seja através da própria Constituição Federal ou por meio das legislações infraconstitucionais de proteção ao meio ambiente, a relação de exploração e apropriação ambiental intrínseca ao sistema capitalista, bem como o ideal econômico antropocêntrico e extrativista de países emergentes, como o Brasil, indicam um aumento de desastres ambientais.

Os desastres ambientais, por sua vez, além de causarem impactos permanentes e irreversíveis ao ecossistema, prejudicam a qualidade de vida de toda uma população, especialmente dos grupos que vivem exclusivamente dos recursos naturais até então existentes.

No Brasil, o modelo de desenvolvimento sustentável é constantemente testado quando se verifica o aumento dos crimes ambientais e dos desastres ocasionados pela não observância às determinações legislativas de proteção ao meio ambiente alvo de qualquer tipo de exploração com fins econômicos.

Dado o cenário acima descrito, o presente artigo buscou estudar o papel da Defensoria Pública na defesa dos direitos coletivos, especialmente dos direitos ambientais, ante suas prerrogativas constitucionais e infraconstitucionais que garantem a atuação efetiva e integral de tal instituição para a promoção do acesso à justiça aos hipossuficientes.

Verificou-se, a partir de uma análise contextual do desastre (ou crime) ambiental ocorrido em Mariana/MG, que a Defensoria Pública possui um papel relevante em tais cenários, ao prezar não só pela preservação ambiental, mas também pela manutenção dos direitos difusos e coletivos dos que, direta ou indiretamente, sofreram danos patrimoniais e extrapatrimoniais derivados da catástrofe em estudo.

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Como visto, a Defensoria Pública, ao atuar em conjunto com o Ministério Público e com os Estados e sendo legítima para propor Ação Civil Pública versando sobre os direitos ambientais, garantiu a apreciação jurisdicional das demandas em favor dos atingidos pelo desastre ambiental ocorrido em 2015. Logo, trata-se de um avanço no cenário jurídico pátrio, por meio do reconhecimento prático das funções institucionais da Defensoria Pública, concretizando, deste modo, o acesso à jurisdição dos grupos hipossuficientes.

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