Os aditivos na alimentação de cães e gatos
Ananda P. Félix
Laboratório de Estudos em Nutrição Canina Universidade Federal do Paraná
Alimentos para cães e gatos
Nutrição + Saúde + Fezes + Segurança alimentar
Introdução
1º Alimento com mofo (visual)
2º Baixo consumo ou rejeição do alimento 3º Diarréia/fezes úmidas
4º Vômito
5º Pelagem baixa qualidade 6º Imunidade
7º Problemas renais 8º Problemas articulares 9º Outros (processo)
Introdução
Dúvidas e reclamações mais frequentes no SAC
Causas = oxidação, fungos e micotoxinas Krabbe (2008)
ADITIVOS
Substâncias, microrganismos ou produtos formulados adicionados intencionalmente, que normalmente não se consomem com alimento, tenham ou não valor nutritivo, que afetem ou melhorem as características do alimento ou produtos animais.
Definição Definição
Aditivos
IN13 de 30 de novembro de 2004
Aditivos Classificação
IN13 (Brasil, 2004)
• Sensoriais
• Tecnológicos
• Nutricionais
• Zootécnicos
Sensoriais e Tecnológicos
Corante
Estabilizante Emulsificante
Acidificante
Aromatizante Antioxidante
Palatabilizante Umectante
Antiumectante
Definição Sensoriais
• Corantes
• Aromatizantes
• Intensificadores de sabor
Definição Palatabilizantes
Adaptado de Félix et al. (2010) M = maioria; m = minoria
Grupo neural Gato Cão Percepção humana
Aminoácido M M Doce ou amargo
Ácido M M Azedo
Nucleotídeo M m Umami
Furaneol - m Doce
Amargo m - Amargo
Sal - - Salgado
Definição Tecnológicos
• Antioxidantes
• Acidificantes
• Espessantes
• Emulsificantes
• Estabilizantes
• Umectantes
• Antiumectantes
Definição Antioxidantes
Não revertem, apenasretardamo processo oxidativo Origem sintética (BHT e BHA) ou natural (vit. E)
Antioxidante
elétron
Radical livre
Definição Antioxidantes
0 1 2 3
9 mEq 28 mEq
Peróxido
Relação de consumo
Palatabilidade de dietas com diferentes níveis de peróxido em cães (Adaptado de Gross et al., 1993)
Definição Acidificantes
Ácidos orgânicos ou inorgânicos e seus sais Ex: Acético, propiônico, fosfórico
Brito (2009)
C3H6O2 RCOO- + H+
pH Energia
Definição Acidificantes
Palatabilidade de dietas com diferentes níveis de umidade com e sem ácido propiônico em cães (Adaptado de Brito et al., 2010).
Razão de ingestão (%)
Tratamentos
Nutricionais e Zootécnicos
Polifosfatos de sódio Luteína
Taurina
Condroitina
Prebióticos Probióticos
Enzimas
Oligoelementos Aminoácidos
Yucca Ômega 3 e 6
Glicosamina L-carnitina
CLA Aluminossilicatos Antioxidantes
Definição Nutricionais
• Vitaminas
• Oligoelementos
• Aminoácidos
Zootécnicos
• Digestivo
• Regulador de microbiota
• Melhorador de desempenho
IN13 (Brasil, 2004)
CDA (%) Enzima Fonte protéica
FVA FS EPM
Matéria seca Com 79,7b 82,5Aa 0,43
Sem 79,9 78,8B 0,42
Proteína bruta Com 82,3b 85,9Aa 0,43
Sem 81,5 82,5B 0,40
Extrato etéreo hidrólise ácida
Com 94,3a 92,2Ab 0,38
Sem 93,9a 89,7Bb 0,39
Energia metabolizável Com 4337,0 4315,0A 22,84
Sem 4401,2a 4119,7Bb 25,73
Coeficientes de digestibilidade aparente (CDA, %) de dietas contendo ou não β-mananase em cães (Félix et al., 2012).
+ 195,3 kcal
Enzimas
FVA = farinha de vísceras de aves; FS = farelo de soja
*P<0,05 pelo teste Kruskal-Wallis
Consumo de dietas contendo farelo de soja (FS) com ou sem enzimas por cães (Félix et al., 2012).
A B
Enzimas
20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00
30% FS 30% FS + enzima
Razão de ingestão (%) *
Qualidade fecal
Efeito patogênico Efeito não-patogênico
Salmonella Staphilococcus
Clostridium
Lactobacillus
Eubacterium Bifidobacterium Enterococcus
E. coli
Streptococcus
Bacterioides Produção de
compostos putrefativos e
toxinas Carcinogênese
Colite Diarréia
Inibição de microrganismos
patogênicos Estimula o sistema imune
Síntese de AGCC e vitaminas Melhoram a
digestão e absorção Adaptado de Gibson e Roberfroid (1995)
Microbiota intestinal
Ingredientes alimentares não digeridos no intestino delgado que estimulam seletivamente o crescimento e/ou metabolismo de limitado grupo de bactérias (Gibson e Roberfroid, 1995)
Prebióticos Prebióticos
Frutoligossacarídeos (FOS) Mananoligossacarídeos (MOS) Galactoligossacarídeos (GOS) Modo de ação
•Substrato para microrganismos lácticos
•Inibe a colonização de microrganismos patogênicos
•Aderência em bactérias patogênicas
33 34 35 36 37 38 39 40 41
0,0000 Níveis de FOS (%)
Matéria seca (%)
0,000 0,047 0,095 a
a
b
Matéria seca das fezes de cães alimentados com diferentes níveis de FOS na dieta (p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer)
FOS
Félix et al. (2009)
a a
b
6,3 6,35 6,4 6,45 6,5 6,55 6,6 6,65
1 Níveis de FOS (%) pH
0,000 0,047 0,095
a a
b
pH das fezes de cães alimentados com diferentes níveis de FOS na dieta (p<0,05 pelo teste Tukey Kramer)
FOS
Félix et al. (2009)
Matéria seca (MS) das fezes de cães suplementados com MOS na dieta (p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer)
Matéria seca (%)
MOS
Félix et al. (2009)
*
34,00 35,00 36,00 37,00 38,00 39,00
Controle 0,10% MOS
MS (%) Amônia (%)
0,25 0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37 0,39
Controle 0,10% MOS
Amônia (%)
MOS
Félix et al. (2009)
*
Concentração de amônia nas fezes de cães alimentados com MOS na dieta (p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer)
GOS
5,70 5,80 5,90 6,00 6,10 6,20
Controle Farelo de soja
pH
pH das fezes de cães alimentados com GOS na dieta (*p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer) Félix et al. (2011)
*
GOS
0,35 0,37 0,39 0,41 0,43 0,45 0,47
Controle Farelo de soja
Amônia (%)
Teor de amônia nas fezes de cães alimentados com GOS na dieta (*p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer) Félix et al. (2011)
*
Microrganismos adicionados à dieta com o propósito de regular a microbiota intestinal
Probióticos
• Produzem ácido láctico
• Produção de substâncias antibióticas
• Exclusão competitiva
• Produção de vitaminas do complexo B
• Estimulam o sistema imune
a
Matéria seca das fezes de cães suplementados com Bacillus subtilis na dieta
*p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer 34
35 36 37 38 39 40
controle B. subtilis
Matéria seca (%) *
Bacillus subtilis
Félix et al. (2010)
Amônia nas fezes de cães suplementados com Bacillus subtilis na dieta
*p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer 0,3
0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6
controle B. subtilis
Amônia (%)
Bacillus subtilis
Félix et al. (2010)
*
Sais minerais insolúveis Zeólitas, bentonita, esmectita, sepiolita, etc.
Funções
• Aumento do tempo de trânsito intestinal
• Diminuição da umidade das fezes
• Adsorção de toxinas e bactérias
Aluminossilicatos
Matéria seca das fezes de cães suplementados com zeólita na dieta
*p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer
Aluminossilicatos
Félix et al. (2010) 32,00
34,00 36,00 38,00 40,00 42,00
Controle 0,25% Aluminossilicato
Matéria seca (%)
*
Amônia nas fezes de cães suplementados com zeólita na dieta
*p<0,05 pelo teste Tukey-Kramer
Aluminossilicatos
Félix et al. (2010) 0,25
0,27 0,29 0,31 0,33 0,35 0,37 0,39
Controle 0,25% Aluminossilicato
Amônia (%)
*
Yucca schidigera
Contém saponinas
Atua sobre o metabolismo do N no intestino, inibindo a ação da urease e a formação de uréia e amônia.
Se liga a amônia livre no intestino, impedindo seus efeitos adversos à mucosa e reduzindo o mau odor das fezes.
Carbamato + NH3
NH2 NH2
C O
H2O Urease
50% dos cães e gatos americanos estão com sobrepeso
The Wall Street Journal (fev, 2011)
Carnitina L-carnitina e CLA
•Acelera a perda de peso
•Facilita a utilização das gorduras
•Reduz a produção de ácido láctico
•Economiza a vitamina C
•Função antioxidante
•Função contrátil do coração
L-carnitina
Aminoácido que transporta os ácidos graxos de cadeia longa na mitocôndria
Carnitina CLA
Diferença (∆) no peso, tecido adiposo subcutâneo e massa gorda em cães alimentados com CLA por 4 semanas (Rivera et al., 2011).
4,04
2,06 1,38
1,71 1,30
0,71
0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5
∆ Peso (kg) ∆ Tecido adiposo subcutâneo (mm)
∆ Massa gorda (%) - CLA + CLA
Articulação normal Artrite Artrose
Glicosamina e condroitina Glicosamina e condroitina
A partir dos 7 anos de idade, quase 40% dos cães de porte gigante apresentam lesões osteo-articulares
Borges et al. (2002)
Glicosamina Glicosamina e Condroitina
Glicosamina glicose + glutamina precursora e estimulante da síntese de proteoglicanos e colágeno.
Fontes:quitina extraída de crustáceos.
Condroitina proteoglicanos que compõem a cartilagem. Inibe as enzimas que destroem a cartilagem.
Fontes:cartilagem suína, bovina e de aves
Condroitina Coadjuvantes de saúde bucal
Polifosfatos de sódio Ação quelante de Ca
Ca
Polifosfato de Na
Ca
85% dos cães e 70% dos gatos acima de 3 anos sofrem de problemas periodontais
Golden et al. (1982), Emily (1996)
25 30 35 40 45 50
CD4+ CD8+
Contagem
Controle Luteína
Luteína
*P<0,05 pelo teste t-Student
Contagem dos linfócitos CD4+ e CD8+ em cães alimentados com dietas suplementadas ou não com luteína (Alarça, 2012).
*
*
Aditivos importantes ferramentas para melhoria da qualidade das dietas e da saúde dos animais de estimação.
Considerações finais Considerações finais
Cuidados processo, níveis utilizados e sobreposição de efeitos dos aditivos.
Não utilizar aditivos para corrigir falhas de produção
Obrigada
apfelix@ufpr.br