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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

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DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

Caderno de hipóteses práticas de apoio às aulas práticas de Direito da Família e das Sucessões, sob a regência do CONSELHEIRO FERNANDO BRANDÃO FERREIRA PINTO.

Elaboração e Coordenação de LUÍSA SÁ GOMES, assistente da Universidade Internacional

Universidade Internacional Lisboa

(2)

DIREITO MATRIMONIAL

(3)

1

André figura de relevo da sociedade portuguesa durante uma visita a Espanha conhece Maria por quem se enamora.

A partir dessa altura desloca-se com frequência ao pais vizinho e oferece a Maria valiosos presentes que esta aceita, mas que geram grande reprovação por parte da família de André.

Meses mais tarde André pede Maria em casamento.

Contudo, os pais da noiva aconselham a filha a celebrar com André um contrato esponsalício onde fique estabelecido não só o regime de bens do casal mas também uma pensão vultuosa (cláusula penal) a favor de Maria no caso de André não poder ou não querer casar com ela.

O contrato é ultimado e logo se iniciam os preparativos para o casamento.

Maria, que irá futuramente viver para Lisboa, veio de imediato para Portugal e instala-se num luxuoso hotel da capital portuguesa.

André, pelo Natal, oferece-lhe um magnifico apartamento. Contudo, algum tempo depois, Maria, não se adaptando ao tipo de vida dos portugueses, rompe o noivado e regressa a Espanha.

André, desiludido e magoado com a repentina partida da noiva, dá uma entrevista a uma revista de eventos sociais e aí acusa Maria de ter uma reputação duvidosa e de ter abusado da sua situação económica.

Seguidamente, cai em profundo estado de desanimo, deixa de trabalhar e acaba por falecer poucos meses depois em consequência de acidente de viação.

Os pais de André, inconsoláveis com a perda do filho e atribuindo a principal responsabilidade ao caso com Maria, intentam contra ela uma acção onde pedem uma vultuosa indemnização.

Maria contesta, alegando a nada estar obrigada, uma vez que nada tinha ficado estipulado no contrato esponsalício e recovem pedindo à família de André uma indemnização pelos prejuízos causados pela entrevista de André, para além de exigir a entrega de todas as fotografias e correspondência dela pertencentes ao espólio de André.

Quid Juris?

(4)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - DIREITO MATRIMONIAL -

Afonso e Helena namoravam-se havia algum tempo.

Afonso, pessoa de poucos recursos financeiros, declarou um dia a alguns amigos mais próximos que pretendia casar unicamente com vista a locupletar-se com a grande fortuna de que Helena era já proprietária.

Tito, um desses amigos, avisou Helena da declaração de Afonso, mas ela levou o facto à conta de brincadeira não querendo admitir tal desonestidade.

Afonso e Helena vêm a contrair casamento civil em Janeiro de 1997. Uns escassos dias depois Afonso abandonou o lar conjugal e Helena veio então a descobrir que Afonso era já casado quando contraíra casamento com ela, estando porém pendente uma acção de anulação do primeiro casamento que veio a ser julgada procedente em Março de 1997.

Helena deseja ver invalidado o seu casamento.

Avalie as possibilidades que se lhe oferecem.

3

António, com 15 anos de idade e Berta, com 18, contraíram casamento católico em fins de Dezembro de 1996.

O Conservador do Registo Civil recusou-se a fazer a transcrição do casamento.

Pouco tempo depois Berta ausentou-se para o estrangeiro e António vem a contrair novo casamento com Carlota, já depois de ter atingido a maioridade.

Entretanto Berta regressa e pretende desfazer-se do seu casamento com António.

1. Existiam impedimentos aos casamentos de:

António/Berta António/Carlota

2. Berta pode propor uma acção de anulação do seu casamento com António?

3. No fim do Verão de 1997 Carlota começou a ser vítima de maus tratos por parte do marido, descobrindo simultaneamente que António já era casado com Berta quando havia contraído casamento com ela. Pode anular o seu casamento? Com que fundamentos?

4

António, agricultor, casou civilmente em 1975 com Maria, comerciante.

(5)

António tinha muitos bens imóveis mas, sofria de periódicas faltas de dinheiro. Pelo contrário, Maria era uma comerciante abastada e levava uma vida desafogada.

António pensou que com o casamento conquistaria a almejada liquidez financeira e Maria a segurança da propriedade fundiária.

Contudo, em 1980 começaram a existir desavenças entre o casal.

Precisamente numa altura em que as relações estavam mais difíceis Maria resolve fazer um cruzeiro. Aí conhece Daniel, por quem se apaixona. Uns meses mais tarde, Maria sofre um grave acidente e nessa ocasião o seu maior desejo é casar com Daniel.

Na ignorância do anterior vínculo conjugal é celebrado o casamento católico urgente.

Desgostoso António, que só em 1995 tem conhecimento do novo casamento de Maria, intenta no Tribunal de Família de Lisboa uma acção de anulação do segundo casamento.

Maria, por sua vez defende-se nesta acção alegando que o seu casamento é válido, uma vez que o primeiro é nulo por se basear em clara intenção simulatória?

Quid juris?

5

Daniel contraí casamento, em 10 de Abril de 1992, com Eduarda, viúva de seu irmão uterino Guilherme.

Exactamente dois anos depois Eduarda vem a falecer, e em 25 de Abril daquele ano Daniel contraí novo casamento com Hermengarda filha do anterior casamento de Eduarda.

Em Janeiro de 1997, Daniel sofre um acidente de viação que lhe é fatal, tendo deixado testamento em que dispunha de valiosas peças de arte a favor de sua mulher Hermengarda, invalidando assim, um anterior testamento a favor de sua irmã Joana.

Em Agosto de 1997, Hermengarda vem a contrair novo casamento com Ivo seu antigo namorado.

1. Havia impedimentos aos casamentos de:

a) Daniel/Eduarda ? a) Hermengarda/Ivo ? a) Daniel/Hermengarda ?

1. Joana que sempre contara receber as peças de arte de Daniel pretende evitar que Hermengarda as receba, invocando a invalidade do casamento do seu irmão. Pode fazê-lo?

1. Tem Hermengarda direito à deixa testamentária do marido?

(6)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - DIREITO MATRIMONIAL -

Em 1990 o Pedro e a Marta celebraram um contrato de promessa de casamento nos termos do qual prometem casar um com o outro sob o regime da separação de bens.

Em Janeiro de 1991, Pedro sofre um acidente de viação e fica gravemente ferido, nesse estado pede a Marta que se case com ele, pois tem medo de morrer e não poder cumprir a promessa feita.

Marta não quer casar naquelas condições, mas com receio de advirem graves consequências do não cumprimento da promessa de casamento, e ainda com receio que a sua recusa em casar pudesse apressar a morte de Pedro, acaba por anuir.

Assim, é celebrado casamento católico urgente.

Todavia, contra todas as expectativas Pedro recupera.

Entretanto o Conservador do Registo Civil repara que Marta à data da celebração do casamento tinha 15 anos e recusa-se a fazer a transcrição.

Aproveitando-se deste facto, Pedro resolve casar com Inês, sua actual companheira.

Furiosa com o facto Marta pretende anular o segundo casamento de Pedro.

Pedro e Inês opõem-se alegando que o primeiro casamento é nulo não produzindo quaisquer efeitos.

Quid juris?

7

André conheceu Carla, em 04.08.90, numa discoteca em Cascais ficando perdidamente enamorado dela.

Desde então, procurou-a com frequência pedindo-a em casamento por diversas vezes, tendo ela sempre recusado o matrimónio.

Em Janeiro de 1991, André telefonou a Carla já de madrugada declarando-lhe, em grande estado depressivo, que se suicidaria ainda nessa mesma noite se ela não acedesse a casar consigo.

Aflita, porque conhecia o caracter arrebatado de André e porque não duvidava que ele faria tal tentativa, Carla acedeu a casar com ele, no prazo de 24 horas, com a condição de ser representada no acto por procurador em virtude de, daí a algumas horas ter de se deslocar ao estrangeiro por motivos profissionais inadiáveis.

André, desconfiando que Carla acabava de arranjar um pretexto novo para não casar, convenceu-a de que era impossível celebrar um casamento urgente através de procurador.

(7)

Carla decidiu então casar, nessa mesma tarde, com André tendo ambos comparecido na Conservatória do Registo Civil onde casaram, após André ter explicado ao conservador os motivos pelos quais ambos estavam a celebrar um casamento urgente.

Carla, há duas semanas em conversa com o marido, veio a saber que na noite do telefonema e no próprio momento do casamento André se encontrava totalmente embriagado, facto de que ela não se tinha apercebido.

1. Pode André invocar a invalidade do seu casamento com fundamento em incapacidade acidental?

2. E o Ministério Público?

3. Pode Carla invocar a invalidade do seu casamento com fundamento em coação moral?

4. Foi correcta a afirmação de André de que de uma maneira geral o instituto do casamento urgente não admite a celebração por procuração.

8

Ana, nascida em 15.01.1974, em Faro, e Daniel, nascido em 28.05.1971, no Porto, contraíram, em Lisboa, casamento católico, em 22. 12. 1989.

Quando o processo foi enviado à Conservatória do Registo Civil competente, o Conservador recusou-se a fazer a transcrição.

Pouco tempo depois, Daniel foi trabalhar para Paris.

Em 02.02.1992, Ana vem a contrair novo casamento com Francisco, no Porto, cidade para onde entretanto fora residir.

1. Daniel regressou na semana passada a Portugal e tendo tido conhecimento destes factos pretende saber se:

a) Existiam impedimentos ao seu casamento com Ana;

b) Existiam impedimentos ao casamento de Ana com Francisco.

2. Daniel pode propor uma acção de anulação do seu casamento com Ana?

3. A recusa da transcrição do casamento pelo Conservador foi legalmente correcta?

Porquê?

4. Em Abril de 1992 Francisco descobre que Ana já era casada com Daniel quando contraiu matrimónio com ele. Tem legitimidade para requerer a anulação do seu casamento?

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - DIREITO MATRIMONIAL -

António e Maria casaram catolicamente no dia 27 de Janeiro de 1991. Localizando-nos no dia de hoje, diga o que sucederá ou poderá suceder ao seu casamento, se:

1. Por sentença transitada em julgado em 3 de Junho de 1997 e devidamente registada for decidido que Maria mudou de sexo, isto é, passou a ser do sexo masculino?

2. Maria tiver sido encontrada pelo António em 4 de Março de 1992, a ter relações homossexuais com Berta no seu domicílio conjugal?

3. Depois de casados, por impotência couendi do António, nunca entre ambos houve relações sexuais?

10

António, nascido em 4.2.1950, conheceu, Maria, nascida em 17.12.1975, no mês de Abril de 1979. Maria é uma conhecida cantora de rock e António é um indivíduo que vive de expedientes e tem alguns problemas com a justiça.

Alguns meses mais tarde, Maria pretende casar com António, mas este recusa. Exasperada, Maria ameaça António de que se ele não casar com ela o denuncia às autoridades policiais.

Amedrontado, António vem a celebrar com ela casamento civil em 28.12.1990.

Contudo, em Maio de 1991, Maria que já se desinteressara há algum tempo de António enceta uma ligação com Carlos.

Em 7.10.1991, Maria grávida e aprestando-se para dar á luz, celebra com Carlos casamento católico urgente, desconhecendo este toda a anterior situação.

Em 15.10.1991, Maria dá á luz Diana.

1. Pode Maria intentar acção de anulação do seu primeiro casamento?

2. Carlos pretende saber se pode intentar uma acção de anulação do seu casamento com Maria ou em alternativa uma acção de divórcio?

3. António pretende igualmente saber se pode intentar uma acção de anulação do seu casamento com Maria ou em alternativa uma acção de divórcio?

4. Carlos beneficia da presunção "pater is est quem nuptiae demonstrat "?

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11

Abel e Berta, namoram-se ás escondidas da família de Berta.

Os pais da Berta querem que ela se case com Emílio.

Em Julho de 1995, Abel acaba o curso de engenharia e oferecem-lhe emprego nos EUA.

Abel aceita e promete a Berta que mal tenha a sua vida estabilizada nos EUA virá buscá-la.

A vida nos EUA corre-lhe bem, e passado um ano Abel escreve a Berta pedindo-a em casamento.

Berta aceita. Decidem então casar por procuração, às escondidas dos pais de Berta, após o que ela irá ter com ele aos EUA.

Abel passa uma procuração ao seu pai Daniel e manda-lhe uma fotografia de Berta, pois o pai não conhece a futura nora.

Entretanto Eduarda, irmã gémea de Berta, descobre que Berta se propõe casar com Abel, nas condições que referimos, e como sempre gostara do Abel, decide prender a irmã em casa no dia do casamento, apresentando-se a Daniel como se fosse a Berta.

O casamento é realizado.

1. Como pode Berta opor-se àquele casamento?

2. E Abel?

12

Ana e Timóteo conheceram-se, no passado mês de Agosto, quando se encontravam de férias no Algarve.

A Ana é portuguesa, tem 20 anos, reside em Lisboa onde trabalha como cabeleireira.

O Timóteo é brasileiro, jogador de futebol profissional, reside no Rio de Janeiro e encontra- se desempregado.

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - DIREITO MATRIMONIAL -

Assim, Ana e Timóteo decidiram casar-se ainda durante o mês de Agosto, tendo Timóteo assinado contrato com o Benfica na própria semana do casamento.

Daí a uns dias Ana conhece Manuel, fervoroso sportinguista, por quem se apaixona perdidamente.

1. Manuel, ao ter conhecimento dos factos, pretende saber como pode ser atacado o casamento celebrado por Ana e procura-o no seu escritório de advogado.

Analise a situação de modo a esclarecer o Manuel quanto ao regime legal aplicável a este caso.

2. Qual a posição doutrinária defendida pelo Conselheiro Ferreira Pinto relativamente à solução adoptada pela Reforma de 1977 no que respeita à legitimidade para requerer a anulação de um casamento por simulação?

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -

1

Em Janeiro de 1996, António e Bárbara estipularam por convenção antenupcial, o regime de comunhão de geral de bens. Em 1 de Fevereiro de 1996, celebraram casamento na Conservatória de Registo Civil de Bragança.

Em 1 de Março de 1996, por motivos profissionais, Bárbara viaja para Londres onde passa a frequentar um curso com a duração de 6 meses.

Em 1 de Abril de 1996, o automóvel que Bárbara herdara de seu pai e, que António usava nas suas deslocações profissionais, sofre uma grave avaria.

António resolve então vendê-lo a Carlos para com o produto da venda adquirir um novo automóvel.

Em 1 de Maio de 1996, António, pessoa bastante distraída, repara que a sua convenção antenupcial não tinha sido registada e apressa-se a fazê-lo.

Em 1 de Setembro de 1986, Bárbara regressa de Londres e discordando do destino que António dera ao automóvel que herdara do pai pretende invalidar o negócio, ao que este se opõe alegando que era a ele que competia dispor do automóvel uma vez que o utilizava nas suas deslocações profissionais.

Quid juris?

2

Abel e Joana casaram, em Janeiro de 1990, sob o regime de comunhão geral de bens.

Joana era médica e Abel professor do liceu.

Em 1993, Abel herdou do pai uma propriedade rural, em Alcobaça, de cuja administração se ocupava habitualmente.

Em Julho de 1995, durante uma ausência do seu marido, Joana mandou abrir um poço de grande envergadura na propriedade de Alcobaça.

Em Dezembro daquele mesmo ano, Joana contraiu uma dívida de 5.000 contos para montar consultório.

1. Joana tinha poderes para sozinha mandar abrir o poço?

2. Abel é também responsável pela dívida de 5.000 contos?

3. Que bens respondem pelo pagamento dessa dívida?

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3

Abel e Berta contraíram casamento em Janeiro de 1990 tendo anteriormente celebrado convenção antenupcial estipulando o regime de separação de bens.

Abel possuía um prédio de rendimento, tendo passado a habitar um dos andares desse prédio após o casamento.

Com o casal coabitavam igualmente dois filhos menores de Berta.

Em Maio de 1995 Abel que concorrera a um lugar de tradutor na UE é admitido e parte para Bruxelas onde passa a residir.

No Verão de 1996, tendo-se verificado vantagem em executar obras gerais de conservação do prédio de Lisboa, Berta decide empreendê-las pensando ser essa também a intenção de Abel. Pelo que, não lhe comunica sequer a sua decisão para lhe fazer a surpresa nas próximas férias dele em Portugal.

Contrata então com Carlos, empreiteiro, a feitura das obras para o início de Outubro de 1996, pela quantia de 1.200 contos.

De regresso a Portugal, em férias, Abel toma conhecimento de todos estes factos tendo manifestado a sua desaprovação e propondo-se mesmo invalidá-los logo que possível.

1. Admitindo que Abel regressa de férias a Portugal em Maio de 1997 estavam já as obras concluídas e pagas, comente as possibilidades de invalidar os actos praticados por Berta.

2. Antes de se reunir a Abel no Natal de 1997 Berta inscreveu os dois filhos menores num dispendioso colégio interno em Lisboa.

Sabendo-se que algumas mensalidades não foram pagas pergunta-se de quem é a responsabilidade dessa dívida e que bens respondem por ela?

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -

Diana e Fernando, ambos de 30 anos de idade, solteiros e sem filhos, ela programadora de computadores e ele arquitecto, celebraram casamento civil em 04.02.90, sem convenção antenupcial.

Em 06.10.90 Diana veio a herdar, por morte de seu pai um andar no Porto e a respectiva mobília.

Em 11.12.90, Diana vendeu aquela mobília a um antiquário por 5.500 contos e com a produto da venda adquiriu um computador e um carro, para afectar ao exercício da sua profissão.

Fernando ao tomar conhecimento, em 03.01.91, dos negócios efectuados pela mulher irrita-se por não ter sido consultado e pretende invalidá-los alegando que ela não os poderia ter celebrado sem o seu consentimento.

Diana, agastada, com as intromissões do marido, decide, novamente sem o consultar, arrendar o andar que herdou do pai por considerar que, dessa forma poderá obter um rendimento mensal fixo para as suas despesas profissionais.

1. Fernando pode pedir a anulação da venda da mobília efectuada por Diana em 11.12.90?

2. E quanto à compra do computador e do carro, pode reagir de algum modo?

3. Que pode Fernando fazer para reagir contra o contrato de arrendamento celebrado por Diana, sem o seu consentimento?

5

Francisco, nascido em 04.08.1969, em Lisboa, e Beatriz, nascida em 17.10 1971, conheceram-se, em Coimbra, onde ambos eram estudantes de medicina.

Após alguns meses de convivência Beatriz ficou grávida. Como se aproximavam os exames da época de Junho nem Francisco nem Beatriz se preocuparam com a gravidez.

De seguida, Beatriz teve de ir a Braga passar as férias, onde ocultou a gravidez. E em Setembro, de regresso, a Coimbra novos exames a esperavam.

Terminado um dos exames Beatriz, dado o seu cansaço físico e psíquico, entra prematuramente em trabalho de parto.

Levada de urgência para o hospital aí é celebrado casamento católico urgente em 28.10.1991.

Beatriz levou para o casal uma vivenda que possuía em Sintra, onde os cônjuges decidiram fixar a sua residência conjugal logo que acabassem o curso.

(15)

Entretanto, três meses antes de casar Francisco vendera um imóvel de sua propriedade sito em Lisboa por 10 mil contos. Já na constância do matrimónio comprou, com o produto daquela venda, um automóvel da marca Volvo.

Em 25.1.1992, o pai de Beatriz morre. Quando o seu testamento é aberto Francisco e Beatriz vêm a descobrir que são irmãos consanguíneos, sendo Francisco filho do pai de Beatriz, nascido fora do casamento e cuja paternidade só agora fica estabelecida.

1. Pode qualquer dos cônjuges pedir a anulação do casamento? Com que fundamento?

2. Até que momento pode ser pedida a anulação do casamento? Qual o tribunal competente?

3. Francisco comprou em Coimbra um apartamento no valor de 5 mil contos, para onde o casal foi morar. Para tal tinha pedido um empréstimo ao Banco X não tendo porém, pago até à data nenhuma das prestações em dívida. Quem é responsável pela dívida e que bens respondem por ela?

4. Enquanto Beatriz esteve na maternidade Francisco mandou fazer obras na casa de Sintra. Tinha legitimidade para isso?

5. Beatriz que não tinha muita prática em conduzir teve um acidente, tendo sido condenada no tribunal a pagar 4 mil contos de indemnização a Carlos, o condutor do outro veículo sinistrado. Carlos pretende saber se pode em algum caso pedir a Francisco o pagamento dessa quantia.

6. Beatriz extremamente aborrecida com a situação resolveu desfazer-se do carro alienando-o num negócio muito vantajoso pelo mesmo preço pelo qual este tinha sido adquirido. Francisco pretende saber se esta venda feita sem o seu consentimento é válida, e não o sendo qual o prazo de que dispõe para reagir.

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- ADMINISTRAÇÃO DE BENS -

6

Jacinto, médico, e Lúcia, comerciante, casaram, em Lisboa, sem convenção antenupcial, em Dezembro de 1965.

O pai de Lúcia ofereceu-lhe, em Agosto de 1972, um carro que o casal passou a utilizar indistintamente na sua vida profissional.

Em Janeiro de 1976, Lúcia vende o carro sem conhecimento do marido.

Em Maio de 1990, Lúcia, no exercício da sua actividade comercial, dá o seu aval a uma letra no valor de 2.000 contos e em Dezembro de 1991 é chamada a pagar a referida letra.

Em Janeiro de 1992, Jacinto contraiu uma dívida no valor de 1.500 contos para montar consultório.

1. Lúcia podia sem consentimento do marido vender o carro?

2. Quem é responsável pelo pagamento do montante da letra e quais os bens que por ela respondem?

3. Quem é responsável pela dívida contraída para montar o consultório e quais os bens que por ela respondem?

7

Francisco, comerciante, nascido em 10 de Outubro de 1943, e Isabel, dactilógrafa, nascida em 7 de Janeiro de 1940, casaram em Lisboa, sem convenção antenupcial em 5 de Agosto de 1965.

Em 15 de Julho de 1974, Isabel resolve vender sem o conhecimento do marido um automóvel que José, seu pai lhe oferecera no ano anterior.

O automóvel era indistintamente utilizado por Francisco e Isabel nas suas vidas profissionais.

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Em 28 de Maio de 1979, Francisco como comerciante dá o seu aval a uma letra de favor no montante de 2.000 contos (a letra de favor não tem subjacente uma relação comercial, sim amizade, confiança).

Em 7 de Agosto de 1980, Francisco é obrigado a pagar essa letra, contudo o seu património é insuficiente e Alberto, o credor, pretende penhorar o património do casal.

1. Isabel podia vender o automóvel sem o consentimento do marido?

2. Quem é responsável pelo pagamento da dívida contraída por Francisco?

3. Que bens respondem pelo pagamento daquela dívida?

4. Pode Alberto, provando que Francisco só em Janeiro de 1987 teve conhecimento da venda do automóvel, requerer a anulação do negócio? Porquê?

(18)

DIVÓRCIO

(19)

1

Abel e Maria são casados e têm dois filhos de 2, 3 anos de idade. Abel, em Junho de 1992, emigrou para França em busca de trabalho e Maria ficou a viver na sua aldeia natal.

Durante o Inverno de 1992, Maria consentiu que muitas vezes depois do jantar um seu primo afastado de nome Basílio, entrasse no domicílio conjugal onde vivia com os filhos, em termos de concitar em alguns dos seus conterrâneos a suspeita da sua infidelidade ao marido. Já depois de ter conhecimento destes factos, o Abel continuou a enviar dinheiro à Maria mas, em Julho de 1993, intentou uma acção de divórcio por lhe ser intolerável continuar a viver com a mulher.

Poderá Abel obter ganho de causa se se provarem todos os factos que acabam de ser relatados?

2

Numa acção de divórcio, intentada em 1992.11.11, por Maria Armanda contra seu marido José António, foi dada como provada a seguinte matéria fáctica:

- Autora e Réu, contraíram, sem convenção antenupcial, casamento católico no dia 1973.10.15;

- Deste casamento nasceram dois filhos: Manuel, nascido em 1975.11.17 e Maria em 1978.12.25;

- Desde, pelo menos, Maio de 1987, o Réu sofre de alcoolismo crónico.

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIVÓRCIO -

3

3.1.

Carla e Daniel casaram catolicamente em 1960.

Podia Carla intentar uma acção de divórcio litigioso contra Daniel em 1979?

3.2.

Eduardo e Fernanda casaram em 1938 sob a forma canónica.

Podia Eduardo intentar uma acção de divórcio litigioso contra Fernanda em 1972?

4

Alberto e Beatriz casaram em primeiras núpcias em 03.02.1992.

Em 04.03.1993, Alberto tomou conhecimento que Beatriz tinha um filho, nascido em Espanha e aí residente com o respectivo pai, com quem Beatriz, sem se casar, vivera entre Maio de 1991 e Julho de 1992.

Agastado pelo facto de a mulher lhe ter ocultado a situação, Alberto pretende saber se existe fundamento para intentar uma acção de anulação ou de divórcio?

(21)
(22)

FILIAÇÃO

(23)

1

Asdrúbal perfilhou Berenice, em 4 de Março de 1994, e veio a falecer ab intestato, em 3 de Maio de 1997.

Cleópatra irmã de Asdrúbal, que quando morreu não tinha qualquer outro parente vivo, pode impugnar a referida perfilhação?

Se o pode, quem tem legitimidade passiva para a necessária acção judicial e que factos tem ela de alegar e provar para obter ganho de causa?

2

Antónia ,estava casada com Bento, há mais de cinco anos, quando deu à luz Carlos que veio a ser registado como filho de pais desconhecidos.

Daniel veio posteriormente a perfilhar Carlos.

Mais tarde morreu Bento e Antónia veio a casar com Eugénio.

Falecida Antónia, Eugénio pode, com base nos art.ºs 1824.º, 1825.º e 1818.º do Código Civil, requerer ao tribunal que declare que Antónia é mãe de Carlos?

(24)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - FILIAÇÃO -

3

Numa acção de investigação de paternidade, tendo falecido o pretenso pai (António), que era casado com Berta e tinha ainda como parentes vivos apenas um avô (Cândido) e três irmãos:

Danilo (casado com Gabriela), Efigénia (casada com Hércules) e Filomena (solteira), quem tem legitimidade passiva?

4

Instaurada, em 20.02.1985, uma acção de investigação da paternidade de António, nascido em 26.01.81, contra Bernardo, o Tribunal deu:

A - Como provado:

António está registado apenas como filho de Carolina;

Bernardo e Carolina começaram a manter relações sexuais entre si, com regularidade, em Abril ou Maio de 1977;

Bernardo, após breve ausência, regressou a Estremoz, em Julho do mesmo ano, e recomeçou as relações sexuais com a mãe do menor;

Pernoitava regularmente em casa dela;

Passeavam-se ambos por diversos locais daquela cidade, normalmente às tardes de Sábado e de Domingo;

Este tipo de relações era do conhecimento dos vizinhos da mãe do menor;

E mantinha-se nos primeiros 120 dias dos 300 que precederam o nascimento do menor;

Antes de se relacionar com o Bernardo, a mãe do menor mantinha relações de sexo com vários homens;

Carolina casara com Daniel em 20.01.70 e divorciara-se dele em 18.04.1976;

Na constância do seu extinto matrimónio, a mãe do menor teve um filho, Zacarias, que Moisés perfilhou.

B - Como não provado.

(25)

Que durante os primeiros 120 dos 300 que precederam o nascimento do António, a Carolina apenas com o Bernardo tivesse mantido relações sexuais, como foi alegado pelo autor;

Que durante o período de tempo em que Carolina e Bernardo se relacionaram, aquela teve relações de sexo com outro homem;

Que era vista várias vezes, de noite e de dia, em atitudes públicas de amantismo, em locais pouco iluminados, com um tal João e, inúmeras vezes, com um sargento que a ia buscar junto aos correios da cidade, para com ela passear de automóvel, como foi alegado pelo réu.

1. Em face dos factos dados como provados e não provados, a acção de investigação da paternidade proposta contra o Bernardo devia ser julgada procedente ou improcedente?

2. Supondo que Bernardo faleceu em 25.12.87, no estado de solteiro e tendo apenas como parentes vivos a mãe, Teresa, um irmão, Júlio e um tio Gaspar, sem ainda, estar julgada a acção de investigação da paternidade, diga contra quem deveria prosseguir a acção, indicando os factos e as razões de direito em que baseia a sua resposta.

3. Tendo o António 4 anos de idade quando foi intentada a acção de investigação da sua paternidade, diga quem é que, em sua representação, a poderia intentar, indicando os factos e os artigos em que se baseia a sua resposta.

5

António, residente em Lisboa, em 20.03.1984, perfilhou Bento, residente em Coimbra, que ao tempo tinha 15 anos de idade.

Em 1995, Bento intentou, através duma petição inicial dirigida aos Juízos Cíveis da Comarca de Lisboa, contra António uma acção de impugnação daquela perfilhação, na qual não alegou factos donde possa resultar não ser o réu o seu pai biológico.

(26)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - FILIAÇÃO -

6

Abel e Berta, ambos solteiros, maiores e filhos de pais desconhecidos, viveram como se fossem marido e mulher desde 12.12.1975 até 20.12.1978.

Em 25.01.79, separaram-se e Berta, em 05.03.1979, casou com Carlos, que não tinha qualquer parente vivo.

Berta deu à luz em 14.05.1976 Daniel e em 16.05.1979 Francisca.

Do registo de nascimento de Daniel consta a Berta, como mãe, e o Carlos, como pai.

Em 15.12.1988, morre Berta e Eunice é nomeada tutora de Daniel.

Nunca foi intentada qualquer acção de investigação oficiosa para determinar a paternidade jurídica de Daniel, que, todavia sempre foi tido como filho de Abel, ainda que este sempre se negasse a considerá-lo como tal ou a contribuir com qualquer quantia para o seu sustento, educação ou bem estar, mesmo quando vivia com a Berta.

1. Daniel quer ver reconhecido judicialmente que Abel é seu pai e propõe, em 12.03.1989, por intermédio da sua tutora, uma acção de investigação da paternidade contra ele.

Qual a causa de pedir nesta acção e quais os factos instrumentais que têm de ser provados para Daniel obter ganho de causa?

2. Abel considera-se pai biológico de Francisca e quer ser também o seu pai jurídico.

Descreva o que deverá fazer para conseguir tal desiderato, indicando a acção ou acções que terá de propor e os factos que deverá alegar e provar para isso.

7

Abel nasceu no dia 20 de Dezembro de 1995, mas foi só registado em 1 de Janeiro de 1997,

(27)

era o pai, mas que sabia, por o nascimento ter ocorrido na sua casa e a ele ter assistido, que Berta era a mãe.

1. José podia proceder à declaração de nascimento de Abel?

2. Em caso afirmativo, a maternidade de Abel ficava logo estabelecida?

8

Daniel e Emília, são irmãos uterinos mas, apesar disso, têm uma ligação amorosa da qual nasce Filomena que Emília regista como sua filha, omitindo, porém, o nome do pai.

O Conservador enviou ao Tribunal uma declaração integral do Registo.

Que deve fazer o curador de menores na hipótese de no processo de averiguação oficiosa da paternidade obter provas concludentes de:

1. O pai ser efectivamente Daniel?

2. O pai ser Gabriel, tio de Emília?

9

(28)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES - FILIAÇÃO -

Depois da morte dos pais, António viveu maritalmente com Noémia, tendo-se separado em 31 de Dezembro de 1987.

Em 2 de Fevereiro de 1988, António casou com Maria, de quem nunca teve filhos, e no dia seguinte Noémia deu à luz Susana, que foi registada em 25 de Fevereiro de 1988, constando do seu registo o nome da sua mãe biológica, mas não o do pai.

Em virtude disso, após ter corrido o processo de averiguação oficiosa da paternidade, o Agente do Ministério Público junto do tribunal competente intentou contra o António uma acção oficiosa de investigação da paternidade da qual, porém, este vem a ser absolvido do pedido, por sentença proferida em 4 de Dezembro de 1992, que transitou em julgado.

António faleceu no estado de casado com Maria, em 3 de Janeiro de 1996, sem nunca ter reconhecido Susana como sua filha ou ter demonstrado por qualquer meio que se considerava seu pai.

Noémia nunca se conformou com a sentença de 4 de Dezembro de 1992 e mantinha que António era o pai de Susana.

Podia ser posta nova acção para António ser reconhecido como pai de Susana?

1. Até quando?

2. Quem tinha para tanto legitimidade activa e passiva?

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(30)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES -

1

António, solteiro, residente em Lisboa, é pai de Bento casado, segundo o regime da comunhão geral de bens, com Carla; de Daniel, casado, segundo o regime da comunhão de adquiridos, com Eugénia; e de Francisco, casado, segundo o regime da separação de bens, com Gabriela.

Francisco não tem filhos de sua mulher, mas tem dois filhos adulterinos, Heitor e Ilídio que perfilhou.

Em 1980 faleceu Francisco.

António, em 1979, doou a Heitor o prédio X, em 1985, doou a Carla o seu prédio Y e em 1985, doou a Ilídio uma vivenda.

Nos terrenos que circundam a vivenda Ilídio, depois da doação fez uma piscina.

António morreu ab intestato em Janeiro de 1995 e no momento da sua morte tinha apenas 37.000 contos em dinheiro.

A quando da abertura da sucessão o prédio X valia 5.000 contos, o prédio Y valia 10.000 contos e a vivenda 20.000 contos.

A piscina foi na mesma altura avaliada em 3.000 contos.

Proceda à partilha considerando que não há outros herdeiros a considerar.

2

Abel e Berta, no estado de casados, tiveram cinco filhos: Carlos, Daniel, Evaristo, Fernanda e Gabriela.

Carlos vivendo amancebado com Hermínia teve desta um filho: Ilídio.

Daniel do seu casamento com Josefa, teve desta dois filhos: Leonel e Manuel.

Evaristo do seu casamento com Noémia teve desta um filho: Octávio.

Fernanda é solteira e não tem filhos.

Gabriela é casada com Paulo e não tem filhos.

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Berta teve de Saúl dois filhos: Teodoro e Ulisses.

Não existem outros parentes nem cônjuges.

1. Supondo que num acidente de aviação morrem, sem terem deixado testamento ou qualquer disposição de última vontade, Abel, Fernanda e Gabriela, sem ser possível determinar quem morreu primeiro e continuando todas as outras pessoas vivas, explique quem são os herdeiros legítimos de:

a) Abel;

b) Fernanda;

c) Gabriela.

2. Supondo que depois de terem falecido Abel, Berta e Daniel morreu ab intestato Fernanda tendo deixado 2.200 contos em dinheiro e que quando a Fernanda faleceu Carlos estava em estado de coma do qual não recuperou, tendo morrido um mês depois da irmã, proceda à partilha da herança de Fernanda.

3

Abel quando faleceu tinha como seus parentes vivos três irmãos germanos - Carlos, Daniel e Eurico -, dois consanguíneos - Francisco e Gabriel -,dois uterinos - Helder e Ilídio - ,e três sobrinhos - José (filho de Berta, sua irmã germana pré-falecida e de seu marido Teodoro, ainda vivo), Leonel (filho de Francisco e de sua mulher Úrsula, também viva) e Manuel (filho de Ilídio e de sua mulher Verónica, já falecida).

Todos os sobrinhos eram solteiros e os seus irmãos Carlos, Daniel, Eurico, Gabriel e Helder estavam viúvos.

Em testamento, instituíra como seus herdeiros, Norberto (solteiro e pai de Octávio e de

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES - Daniel, Xerxes e Norberto repudiaram a herança de Abel.

Quando Abel faleceu deixou bens no valor de 1.200.000 contos.

Proceda à partilha, pressupondo que não há outros herdeiros legítimos ou instituídos.

4

Abel tinha três filhos, dois de sua mulher Beatriz - Carlos, casado com Daniela, que tem dois filhos (Eugénio e Francisco) e Gabriela, casada com Octávio que tem um filho (Paulo) - e um de uma sua ligação extra matrimonial com Hermínia -Ilídio.

Beatriz, de um seu casamento anterior com João, tinha dois filhos - Leonel, casado com Maria e Norberto.

Depois de já terem falecido Abel, Beatriz, Hermínia e João, veio a falecer Norberto que tinha um património de 50.000 contos, depois de abatidos todos os encargos da herança.

Em testamento deixou 10.000 contos a Carlos, o qual, porém, repudiou a herança do irmão.

Gabriela faleceu sem ter aceitado ou repudiado a herança de Norberto.

Proceda à partilha sem se esquecer de mencionar as razões de facto e de direito em que se baseou.

(33)

Anselmo e Berta, casaram em regime de separação de bens em Lisboa. Tiveram quatro filhos: Diana e Eduardo nascidos em 12.10. 1969 e Fernando e Guiomar em 23.6.1971.

Anselmo havia doado a Guiomar uma herdade no valor de 10.000 contos em 4.8.1989, mas que é hoje avaliada em 30.000 contos.

Guiomar doara essa herdade, por sua vez a Eduardo em 28.9.1989.

Guiomar faleceu em 10.1.1991 deixando sobrevivo o seu cônjuge Miguel, com quem casara sob o regime da separação de bens em 14.10.1990 e dois filhos Inácio e João nascidos respectivamente em 8.8.1988 e 11.11.1990.

Anselmo faleceu, em 7.11.1991, deixando uma herança no valor de 70.000 contos.

Por testamento, dispôs de metade da sua herança a favor de Paulo seu pai, que nascera em 30.8.1918, e de um legado de 5.000 contos em benefício de Octávio seu primo.

Diana repudiou a sucessão.

1. A deixa testamentária feita a Paulo é inoficiosa?

2. E o legado a favor de Octávio?

3. Existe direito de representação de Miguel, Inácio e João, em relação a Guiomar, na sucessão aberta por morte de Anselmo?

4. Quem tem direito de acrescer em virtude do repúdio de Diana?

5. Proceda à partilha da herança de Anselmo.

(34)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES -

António e Branca casaram em 13.12.1944, tendo deste casamento nascido, em 15.11.1945, quatro filhos -César, Dalila, Edgar e Fauna.

César, que duma sua ligação com Glória, teve dois filhos -Heliodoro e Inês - nascidos, em 14.11.1965, casou, em primeiras núpcias de ambos, com Josefina, solteira, de 21 anos de idade, tendo deste casamento nascido, em 21.12.1966, duas filhas -Leocádia e Mafalda.

Falecido César, em 31.12.1971, Josefina casou, em 13.11.1973, com Napoleão, do qual teve uma filha -Ofélia.

Mafalda casou, em 12.11.1987, com Pio do qual teve dois filhos -Questor e Raquel- nascidos, em 14.12.1989.

Fauna teve, de pai desconhecido, em 15.12.1965, uma filha Sabina, a qual, por sua vez, também teve, em 18.11.1986, de pai igualmente desconhecido, um filho Tadeu.

António duma sua ligação com Urbana teve, em 14.12.1974, uma filha Virgolina.

Todos estes personagens não têm quaisquer outros parentes.

1. Suponha que em 21.11.1981 faleceram, sem testamento ou qualquer disposição de última vontade, num acidente de aviação António, que ao tempo tinha de seu 40.000 contos, Josefina, que ao tempo tinha de seu 18.000 contos e Leocádia, que ao tempo tinha de seu 10.000 contos.

Proceda à partilha dos patrimónios de António, Josefina e Leocádia, supondo mais que não foi possível determinar quem faleceu primeiro.

2. Suponha que, depois de terem falecido em 21.11.1981 António, Josefina, Leocádia ainda vieram a falecer durante o ano de 1991, Branca, Napoleão, Mafalda e Glória.

Em 12.02.1992, faleceu Inês que deixou um património de 40.000 contos e um testamento no qual deixava 10.000 contos a seu irmão germano.

Proceda à partilha do património de Inês.

3. Suponha que, depois de terem falecido em 21.11.1981 António, Josefina e Leocádia, durante o ano de 1991, Branca, Napoleão, Mafalda e Glória, em 12.02.1992 Inês e em 12.03.1992 Fauna e Tadeu, faleceu em 13.04.1992, sem testamento ou qualquer outra disposição de última vontade, Sabina, que deixou

(35)

Proceda à partilha do património de Sabina.

7

António e Berta, no estado de casados, tiveram três filhos: Carlos (que tendo vivido amancebado com Daniela desta teve duas filhas: Eugénia - que do seu casamento com Francisco, teve um filho Gabriel; e Hermínia -); Ilídio (que do seu casamento com Josefa, teve cinco filhos - Leonel, que do seu casamento com Maria, teve uma filha Noémia; Octávio; Paulo; Quirino; e Renato -) e Saúl.

António de um seu casamento anterior com Teresa, teve dois filhos: Ulisses e Verónica, e esta dum seu casamento com Xerxes teve uma filha Zoé.

Berta, no estado de casada com António, teve de Abel Augusto um filho Bernardo Bártolo, o qual do seu casamento com Carla Catarina, teve um filho Dario Dextro.

Não existem mais familiares.

1. Ilídio, que se encontrava casado com Josefa segundo o regime da separação de bens faleceu já depois de ter morrido Maria, tendo deixado uma dívida no valor de 200 contos e 1.690 contos em dinheiro. No seu funeral foram gastos 150 contos.

Proceda à partilha.

2. Num acidente de aviação faleceram Berta e Eugénia, o que aconteceu já depois de terem falecido Daniela, Ilídio e Maria. Berta da sua meação nos bens do casal e depois de pagos todos os encargos da herança tinha um património de 1.600 contos e Eugénia também da sua meação nos bens do casal e depois de pagos todos os encargos da herança tinha um património de 1.500 contos.

Proceda à partilha pressupondo primeiro que não foi possível determinar quem morreu primeiro, se Berta se Eugénia e a seguir que morreu primeiro Berta.

3. Já depois de terem falecido Berta, Eugénia, Ilídio, Daniela e Maria, veio a falecer António, que já depois do falecimento de Berta, de Ilídio, de Daniela e de Maria deu 2.000 contos a Noémia, com os quais ela comprou:

(36)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES -

um fogão de cozinha por 350 contos e

um esquentador por 450 contos.

Mais tarde também deu 2.000 contos a Paulo com os quais este comprou da mesma marca e categoria que a sobrinha comprara:

um frigorífico por 800 contos,

um televisor por 300 contos,

uma máquina de lavar roupa por 500 contos e

um fogão de cozinha por 400 contos.

Na altura da morte de António objectos absolutamente iguais àqueles que a bisneta e neto compraram tinham os seguintes valores:

um frigorífico por 900 contos,

um televisor por 350 contos,

uma máquina de lavar roupa por 600 contos,

um fogão de cozinha por 300 contos e

um esquentador por 350 contos.

No momento em que faleceu António tinha 13.700 contos em dinheiro e não tinha dívidas, nem quaisquer bens. Com o seu funeral e missas foram gastos 350 contos. Num testamento deixou a Zoé 5.000 contos.

Proceda à partilha pressupondo que Leonel e Quirino repudiaram a herança.

4. Já depois de terem falecido António, Berta, Eugénia, Ilídio Daniela e Maria, faleceu ab intestato, Saúl, que deixou um património de 7.000 contos.

Proceda à partilha pressupondo que Carlos e Ulisses repudiaram a herança.

5. Já depois de terem falecido António, Berta, Eugénia, Ilídio Daniela, Maria, Saúl, Carlos e Gabriel faleceu ab intestato Hermínia, que deixou um património de 9.000 contos.

Proceda à partilha.

8

(37)

Sobreviveram-lhe seis filhos.

Um mês antes de falecer redigiu um testamento onde dispunha do seu património avaliado em 45.000 contos, da seguinte forma:

«Deixo a cada um dos meus filhos, Bernardo, Carlos, Duarte e Eduardo 1/6 do meu património.»

«Deixo aos meus filhos Fernando e Guilherme o meu apartamento no Algarve avaliado em 15.000 contos.»

Proceda à partilha do património de António, referindo onde imputa as liberalidades?

9

Carlos, casado com Deolinda, é uma pessoa doente e, por isso, é normalmente assistido por Daniel, médico de quem é muito amigo, há mais de vinte anos.

Em 03.05.1992, Carlos redigiu um testamento, onde dispunha o seguinte:

«Por minha morte pretendo que os bens que integram a minha quota disponível sejam atribuídos ao meu velho amigo Daniel.»

Em 07.02.1993, Carlos faleceu vítima de um acidente de viação. Deolinda quer saber se esta disposição testamentária é ou não válida.

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HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES -

Guilherme e Helena casaram em 12.10.1959, tendo deste casamento nascido em 23.03.1962 dois filhos - Isidoro e João.

Leonor, em 10.05.1985, casou com João de quem teve um filho, Manuel, nascido em 15.05.93.

Olívia de uma ligação com Isidoro deu à luz, em 14.12.1988, dois filhos, Pedro e Rui.

Em 18.03.1992, Isidoro e os filhos faleceram num acidente de viação que também vitimou Guilherme e Helena.

Sabendo que, em 04.04.1989, Isidoro doara 5.000 contos a seu irmão, 10.000 contos a seu pai e que à data da morte tinha um património avaliado em 20.000 contos, proceda à partilha da herança aberta por óbito de Isidoro.

11

António, filho de Octávio, é casado com Belmira e tem reputação de grande aventureiro, é dado como desaparecido durante uma expedição em África em que participava com o seu irmão Nuno.

Em relação a ambos é declarada a morte presumida.

Além dos sujeitos referidos sobreviveram a António:

O seu irmão Diogo, casado com Manuela, de quem tem um filho, Inácio.

O seu outro irmão Carlos, casado com Eduarda e os filhos destes, Fernando e Gonçalo;

E os filhos de Heitor, João e Luis.

Heitor, pai destes últimos e irmão de Fernando e Gonçalo, faleceu antes de António.

Octávio também não sobreviveu a António.

Vem a verificar-se que António fizera testamento em que, onde dispunha o seguinte:

«Por minha morte, o Gonçalo é herdeiro de uma quota de 1/8 do meu património, com o encargo de, por morte, a transmitir a Inácio;

(39)

Atribuo ainda, ao Fernando o meu automóvel, no valor correspondente a 1/32 do meu património.»

1. Como defere a sucessão de António, atendendo que:

a) Diogo morre sem ter aceite ou repudiado a herança, que porventura lhe caberia de António;

b) Manuela repudia a herança de Diogo;

c) Carlos repudia a herança de António;

d) Fernando tentou, comprovadamente, impedir António de alterar o testamento que o beneficia; e

e) Todos os demais aceitam as deixas de que beneficiem.

2. Qual a medida em que sucede cada um dos sucessíveis que beneficia de vocação?

12

Abel ,quando faleceu, tinha vivos os seguintes parentes:

um tio solteiro Zacarias, irmão do seu falecido pai;

dois irmãos germanos: Bento, casado com Claúdia e Dario, casado com Eugénia;

dois irmãos consanguíneos Gabriel, casado com Hermínia e Ilídio, solteiro;

um irmão uterino, José, solteiro, que todavia faleceu minutos depois dele, sem ter aceitado ou repudiado a herança;

dois sobrinhos solteiros e sem filhos: Francisco, filho de Dario e Eugénia, e Leonel, filho de José; e

dois primos Mário e Norberto, filhos de um seu tio, Ulisses, já falecido.

Nenhum dos personagens referidos tem outros familiares vivos.

(40)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES -

Proceda à partilha da herança de António.

13

Heitor e é casado com Leocádia e tem dois irmãos: Ícaro e Guilherme.

Do seu casamento com Leocádia, Heitor tem três filhos: Otelo, Micaela, Nabocodonosor.

Seu irmão Ícaro tem um único filho Josué.

Micaela é causada com Palmiro de quem tem um filho Ramiro.

Em cumplicidade com Nabocodonosor, Guilherme premeditou matar Heitor. O que veio a concretizar.

À data da morte de Heitor, revela-se ter este feito testamento em que além de expressamente perdoar todas as pequenas e grandes faltas que os seus filhos contra si cometeram ao longo da sua vida, nomeia legatários da sua colecção de selos o primeiro filho que Otelo venha a ter.

Esta deixa é feita à custa da quota disponível de Heitor.

Vem a registar-se que quando Heitor morre:

1. Otelo encontra-se desaparecido havia já um ano, sem que a sua morte tivesse sido declarada.

Prova-se depois que Otelo morreu seis meses depois de Heitor deixando um filho a quem chamou Severiano.

2. Micaela não aceitou nem repudiou a quota que lhe pertencia da herança de Heitor.

3. Nabocodonosor já entrara na posse de bens suficientes para integrar o quinhão hereditário.

4. Todos os não mencionados expressamente e só estes sobreviveram a Heitor.

Como defere a sucessão de Heitor?

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14

António e seu filho Bento, em viagem de avião para os Açores, desapareceram durante o trajecto sem deixar rasto.

Ao tempo do acidente o único familiar vivo de António, além de Bento, era o seu irmão Carlos que tem um filho Eduardo e é casado com Francisca.

Bento era casado com Diana, não tendo filhos.

1. Quem beneficia da sucessão de António?

2. Se Carlos não aceitar nem repudiar a herança de António quem beneficia dessa sucessão, e em que condições?

15

António e Bibiana, tiveram três filhos: Cícero, Daniela, e Emílio.

Cícero e Daniela mantiveram-se solteiros e sem filhos. Emílio casou com Fernanda, tendo nascido deste casamento Gustavo - que se manteve solteiro e sem filhos - e Helder, que casou, com Isadora, vindo dela a ter três filhos: Joaquim, Liliana e Miguel.

Liliana e Joaquim mantiveram-se solteiros e Miguel casou com Natércia, da qual teve quatro gémeos: Orlando, Olivia, Oscar e Olinda.

Não existem outros parentes ou afins.

(42)

HIPÓTESES PRÁTICAS DE DIREITO DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES

- DIREITO DAS SUCESSÕES - A herança é de 90 mil contos.

Proceda à partilha.

2. Helder morre depois de terem falecido os seus pais, avós, filhos e netos.

Em testamento instituí e seu único irmão como herdeiro universal.

A herança de Helder é de 30 mil contos.

Proceda à partilha.

3. Emílio morre, no estado de viúvo, continuando vivas todas as restantes pessoas da família, com excepção do seu filho Gustavo.

Em Testamento deixou 70.000 contos a sua bisneta Olívia.

Feitas todas as deduções a herança é de 90.000 contos.

Proceda à partilha de património de Emílio.

4. Natércia morre no estado de viúva, continuando vivas todas as restantes pessoas da família.

Em testamento deixou 50.000 contos a sua afilhada Rosa. Feitas todas as deduções, a sua herança é de 90.000 contos.

Proceda à partilha do património de Natércia.

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