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A VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES AFROAMERICANAS EM I KNOW WHY THE CAGED BIRD SINGS, DE MAYA ANGELOU UMA INTERSEÇÃO ENTRE GÊNERO, ETNIA E CLASSE SOCIAL

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A VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES AFROAMERICANAS EM I KNOW WHY THE CAGED BIRD SINGS, DE MAYA ANGELOU – UMA

INTERSEÇÃO ENTRE GÊNERO, ETNIA E CLASSE SOCIAL

Raquel D’Elboux Couto Nunes1

Resumo: Este trabalho analisa a violência em I Know Why the Caged Bird Sings de Maya Angelou, na forma de discriminação contra as mulheres negras. Apresento dois estereótipos dessas mulheres – o mito de Jezebel e o mito da matriarca. Segundo hooks (1981 e 2000), as mulheres negras vivem na interseção da opressão entre etnia, gênero e classe social. A literatura de um sujeito tradicionalmente marginalizado questiona o cânone, bem como o conhecimento produzido pelo ponto de vista masculino. Por meio da autobiografia, as mulheres negras trazem à tona sua história e denunciam a violência. Segundo Butler (2008), o agenciamento ocorre quando o sujeito subverte configurações identitárias impostas por normas sociais. Com a subversão das normas, também se questiona a construção cultural do corpo, que faz com que a protagonista se sinta estrangeira, por não se adequar ao padrão imposto pela sociedade. Smith & Watson (1998) apontam que o interesse atual pela autobiografia das mulheres decorre da articulação entre fatores econômicos, políticos e estéticos. Assim, a literatura serve como entrada, dessas autoras, num espaço discursivo antes exclusivo de um grupo dominante. Portanto, o pessoal, por meio da autobiografia, torna-se público e assume força política.

Palavras-chave: Violência. Feminismo. Mulheres Negras. Autobiografia. Agenciamento.

Maya Angelou é considerada uma das vozes mais importantes na literatura norteamericana contemporânea, sendo também conhecida por sua participação no movimento dos direitos civis e por seu ativismo. I Know Why the Caged Bird Sings, sua primeira autobiografia2, insere-se no contexto do ambiente hostil do sul norteamericano, no início do século XX.

Os escritos do grupo dos/as afroamericanos/as, tradicionalmente excluídos/as do cânone, vêm ganhando importância nos estudos contemporâneos. A escrita das mulheres negras é particularmente significativa para que se conteste o pretenso caráter de universalidade do conhecimento produzido pelo ponto de vista dos homens brancos.

O gênero autobiográfico destaca-se por inscrever novas perspectivas da história e por articular fatores econômicos, políticos e estéticos, conforme apontam Smith & Watson (1998).

Nesse sentido, a escrita autobiográfica propicia, para o grupo tradicionalmente marginalizado, acesso à economia discursiva. Por meio de seus textos, as mulheres conseguem inserir-se criativa e politicamente no mundo social (SMITH; WATSON, 1992).

1 Professora Assistente na Universidade Federal de Alagoas. Maceió, Alagoas, Brasil.

2 Adoto a definição contemporânea de Smith & Watson (2001), que consideram a autobiografia um gênero híbrido, fronteiriço. Não é objetivo deste artigo expandir discussões acerca desse gênero literário.

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As mulheres afroamericanas são duplamente marginalizadas por pertencerem a dois grupos marcados pela opressão – as mulheres e os/as negros/as. A violência contra as mulheres se faz presente em I Know Why the Caged Bird Sings de várias formas – violência física e psíquica, discriminação baseada em gênero, em etnia e em classe social. Destaco a violência sexual sofrida pela protagonista, assim relatada:

Então veio a dor. Arrombamento e invasão quando até os sentidos são despedaçados. O ato do estupro num corpo de oito anos de idade é a agulha cedendo porque o camelo é incapaz de fazê-lo. A criança cede, porque seu corpo pode, e a mente do agressor não consegue ceder. (ANGELOU, 1969, p. 76).3

A imagem do arrombamento remete a uma violação, a um ato ilícito. Segundo análise de Nunes (2010), o termo arrombamento é utilizado no Direito Penal, e refere-se à violação da intimidade. No texto literário o termo traz uma imagem forte do estupro do corpo. A metáfora bíblica do camelo e da agulha transmite o horror do corpo de uma criança sendo violentado, segundo análise de Lupton (1998).

A violência sexual perpetrada contra as mulheres negras remete à escravidão. Segundo hooks (1981), o estupro era um dos instrumentos de dominação, uma forma de “domar” as escravas.

Davis (in HUMM, 1992, p 130), ao tratar do estupro de escravas, considera que a prática era “uma arma de dominação, uma arma de repressão, com o objetivo velado de destruir a vontade de resistência das escravas”.4 O estupro das escravas origina o mito de Jezebel, conforme estudos em Donovan e Williams (2002):

Jezebel foi uma poderosa imagem para explicar as atrocidades sexuais cometidas contra as escravas africanas. Esse estereótipo foi necessário para justificar o estupro e a reprodução forçada das mulheres negras. [...] Por serem associadas ao mito de Jezebel, essas mulheres, em vez de vítimas de abusos, eram vistas como sedutoras que desvirtuavam os homens.

(DONOVAN; WILLIAMS, 2002, p. 98).5

Existe, ainda hoje, uma percepção negativa generalizada das mulheres negras6, consideradas promíscuas e não vítimas (WEST, 2002). Os homens sentem-se proprietários do seu corpo, como o faziam os senhores de escravos/as, e assim justificam a agressão. Dessa forma, segundo a cultura, a

3 Trecho original: “Then there was the pain. A breaking and entering when even the senses are torn apart. The act of rape on an eight-year-old body is a matter of the needle giving because the camel can’t. The child gives, because the body can, the mind of the violator can’t”. Tradução de Nunes (2011).

4 Trecho original: “[...] a weapon of domination, a weapon of repression, whose covert goal was to extinguish slave women's will to resist [...]”. Tradução nossa.

5 Trecho original: “Jezebel was a powerful rationalization for the sexual atrocities perpetrated against enslaved African women. This image was necessary in order to justify the rape and forced breeding of Black women. [...] Because Black women were portrayed as Jezebels, they became sexual temptresses who led men astray, rather than victims of abuse”.

Tradução de Nunes (2011).

6 Um exemplo do resquício desse pensamento é o turismo sexual de mulatas, infelizmente presente na nossa sociedade.

Nesse sentido, Evaristo (2011) comenta o “fogo” sexual atribuído às negras, como se a disposição para o sexo fosse um atributo a elas inerente.

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violência é tanto “um meio de subordinação das mulheres, quanto parte da dominação institucional e ideológica” (HUMM, 1989, p. 230-231).7

Na cultura sexista e patriarcal, as mulheres são vistas como seres subordinados, secundários em relação aos homens. As mulheres negras, segundo hooks (1981) por muito tempo foram obliteradas, por estar “no limbo”, i.e., não pertencem ao grupo dos homens negros, tampouco das mulheres brancas.

Percebe-se a denúncia contra o sofrimento das mulheres negras em I Know Why the Caged Bird Sings: “As mulheres negras são atacadas em seus tenros anos por todas as forças comuns da natureza, […] presas no fogo cruzado tripartido do preconceito masculino, do ódio irracional dos/as brancos/as e da falta de poder dos/as negros/as” (ANGELOU, 1969, p. 265).8

Além do mito de Jezebel, as mulheres negras são associadas a figuras fortes, quase sobre- humanas – o mito da matriarca. Segundo hooks (2000), essa imagem faz com que seja minimizada a gravidade da violência perpetrada contra elas. Também Donovan & Williams (2002) comentam a imagem das mulheres negras como mulheres fortes, independentes, capazes de sobreviver, sozinhas, às dificuldades da vida. As autoras consideram essa imagem outro efeito da sociedade escravocrata, que, ao destruir as famílias negras, atribuiu às mulheres o papel de chefes de família – as matriarcas, destinadas à função reprodutora.

Poder-se-ia argumentar que o destaque que se dá a essas imagens associadas às mulheres negras remete ao essencialismo. No entanto, é impossível ignorar a longa história de discriminação contra essas mulheres. Ao colocar seus textos e suas histórias em evidência, abrem-se novas perspectivas, tornando visível o que era antes invisível. Quando novas narrativas são aceitas pela crítica e pelo público, questionam-se padrões construídos social e politicamente. Dessa forma é que o essencialismo pode ser favorável a esses sujeitos colocados na alteridade e pode se transformar em estratégia. Segundo Spivak (2000), o essencialismo estratégico dá visibilidade a grupos tradicionalmente considerados minoritários, e assim esses sujeitos alcançam o agenciamento.

Para Butler (2008), o agenciamento ocorre quando o sujeito subverte configurações identitárias impostas por normas. Abrindo novas perspectivas, o texto de Angelou contesta normas e noções naturalizadas há muito tempo na sociedade. Uma das noções contestadas é o destino das

7 Trecho original: “means of women’s subordination and part of institutional and ideological domination”. Tradução nossa.

8 Trecho original: “The Black female is assaulted in her tender years by all those common forces of nature […] caught in the tripartite crossfire of masculine prejudice, white illogical hate and Black lack of power”. Tradução de Nunes (2011).

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mulheres negras a serem “empregadas domésticas […] e lavadeiras”9 (ANGELOU, 1969, p. 175- 176), “cozinheiras e babás”10 (ANGELOU, 1969, p. 165). A protagonista protesta que “qualquer coisa melhor a que aspirávamos era considerado ridícula e insolente”11 (ANGELOU, 1969, p. 176).

Percebe-se nessa passagem a interseção da opressão social, racial e baseada o gênero. Ao final do texto, a protagonista liberta-se dessas amarras opressoras e, por meio do acesso à educação, torna-se

“muito mais sábia e mais velha, muito mais independente, com uma conta bancária e roupas que comprara […]”.12

Outra visão naturalizada e contestada pela protagonista da obra em estudo é a noção da

“heterossexualidade compulsória”. Conceito de Adrienne Rich (in JACKSON; SCOTT, 1996), refere-se à obrigatoriedade da tendência sexual esperada na sociedade tradicional e patriarcal, i.e., a relação sexual e afetiva entre um homem e uma mulher.

Esse pensamento molda a jovem Maya, que considera seu corpo inadequado, estranho13:

“[…] havia algo de estranho em mim […] minha voz é gutural, meus pés são grandes demais, não tenho quadris, nem seios, nem nada mais. Minhas pernas são muito finas” (ANGELOU, 1969, p.

270-272).14 Assim, para se definir “como mulher”, procura a relação heterossexual: “Um namorado iria esclarecer minha posição no mundo e, mais importante ainda, para mim mesma. A aceitação de um namorado me guiaria pela terra estranha e exótica das afetações e da feminilidade”

(ANGELOU, 1969, p. 272).15

Percebe-se, nessa atitude, a crença na heterossexualidade como natural, bem como a pretensão do homem em “fazer a mulher”. Tal postura relaciona-se com a crença na superioridade dos homens e no dualismo homem/mulher, segundo o qual o masculino é dominante e o feminino é subordinado. Assim, o subordinado é definido em relação ao dominante, que se configura como

9 Trecho original: “maids […] and washerwomen”. Tradução de Nunes (2011).

10 Trecho original: “cooks and baby nurses”. Tradução de Nunes (2011).

11 Trecho original: “anything higher that we aspired to was farcical and presumptuous”. Tradução de Nunes (2011).

12 Trecho original: “I was só much wiser and older, só much more independent, with a bank account and clothes that I had bought […]”. Tradução nossa.

13 O texto original utiliza a palavra queer: “There was something queer about me”. O termo referia-se a algo estranho, incomum, inesperado: “unusual, strange or not expected” (PROCTER, 1995, p. 1161). Jagose (1996) estuda a evolução da terminologia em relação a relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, e suas diferentes acepções. Entre os termos analisados estão homossexual, gay, lesbian, queer. A autora analisa as mudanças histórias, no contexto do pós- estruturalismo, da palavra queer, com base no contexto das teorias de Althusser, Freud, Lacan, Saussure e Foucault, no que concerne a considerações linguísticas, ideológicas e identitárias. Originalmente remetendo à estranheza, o termo queer foi assumido por gays e lésbicas como marca de identidade, com repercussões sociais e políticas. Hoje cada vez mais os queer studies vêm conquistando espaços nas academias.

14 Trecho original; “[…] there was something queer about me […] my voice is too deep and my feet are bit, and I have no hips or breasts or anything”. Tradução nossa.

15 Trecho original: “A boyfriend would clarify my position to the world and, even more important, to myself. A boyfriend’s acceptance of me would guide me into that strange and exotic land of frills and femininity”. Tradução de Nunes (2011).

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fundamental. Conforme aponta a teórica feminista socialista Rowbotham (In HUMM, 1992, p. 96),

“na condição de dominadores, eles (homens) se prevalecem de definir os outros com seus próprios critérios”.16 Assim, “todas as concepções da 'natureza’ feminina são formadas em culturas dominadas por homens [...]”.17

Também nesse sentido, Beauvoir (1989) afirma que as mulheres são definidas em relação aos homens, como se fossem a negação deles: “os homens representam o positivo e o neutro, como se percebe no uso da palavra homem para designar seres humanos em geral; as mulheres representam somente o negativo, que se define por critérios que limitam, sem reciprocidade”

(BEAUVOIR, 1989, p. xxi). Schmidt (1994) também trata dessa hierarquização, apontando para a complexidade de se teorizar o fazer crítico feminista, a partir de um questionamento da filosofia e da ciência modernas, que estão forçosamente calcados no

ponto de vista de um sujeito socialmente construído – o sujeito masculino – empenhado em legitimar uma determinada forma de apreensão do objeto. (…). A proclamada cientificidade sustenta, sob o disfarce da lógica, uma tendência autoritária, estreitamente relacionada com a manutenção da hierarquia masculino/feminino, central ao pensamento patriarcal e à sociedade. (SCHMIDT, 1994, p. 26).

Lima (2006, p. 96), ao destacar alguns conceitos básicos que contribuíram para o avanço de pesquisas feministas e Estudos de Gênero, aponta que “a mulher ocupa um lugar estritamente relacional, em função do homem, como mães, esposas, filhas”. Mesmo com esses avanços intelectuais, na prática, em muitas culturas, as mulheres ocupam posição subalterna, em várias instâncias. Daí a importância de se contestar essas visões.

A protagonista de I Know Why the Caged Bird Sings, inicialmente moldada pela heterossexualidade compulsória, com “a suspeita perturbadora de que talvez [...] não fosse uma mulher normal”18, finalmente entende e aceita seu corpo, desvinculando-o de padrões impostos pela cultura. Aceita seu corpo e sente orgulho de suas realizações acadêmicas, emergindo da discriminação: “Eu ia ficar linda [...] meu trabalho acadêmico era um dos melhores do ano [...] meu cabelo me agradava também” (CB, p. 166-168).19

Ao longo da narrativa, a identidade da protagonista se constrói nas contestações de noções há muito enraizadas na sociedade – a inferioridade das mulheres negras. Finalmente ela aceita e celebra seu corpo, sente orgulho de sua etnia e consegue se impor num mundo que a rejeitara, alcançando seu agenciamento. Assim, os eixos identitários – etnia, gênero e classe social –

16 Trecho original: “As the rulers they presume to define others by their own criteria”. Tradução nossa.

17 Trecho original: “All conceptions of female 'nature' are formed in cultures dominated by men [...]”. Tradução nossa.

18 Trecho original: “the uneasy suspicion that [...] might not be a normal female”. Tradução nossa.

19 Trecho original: “I was going to be lovely [...] my academic work was among the best of the year [...] my hair pleased me too”. Tradução de Nunes (2011).

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reconfiguram-se na representação literária, Dessa forma, a autobiografia propicia entrada de novos sujeitos num espaço discursivo antes exclusivo de um grupo dominante, ao mesmo tempo que denuncia a violência e a discriminação. Assim, o pessoal – por meio da autobiografia – torna-se público e assume força política, abrindo novos espaços e suscitando novas discussões e questionamentos.

Referências

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BEAUVOIR, Simone. The second sex. Tradução de Howard Parshley. New York: Vintage Books, 1989.

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18 junho 2013.

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Harworth Press, 2002.

Violence against African-American Women in I Know Why the Caged Bird Sings, by Maya Angelou: an intersection of gender, ethnicity and social class

Abstract: The purpose of this paper is to analyze violence in Maya Angelou’s I Know Why the Caged Bird Sings, in the form of discrimination against black women. I present two stereotypes of these women – the myth of Jezebel and the myth of matriarchy. According to hooks (1981 and 2000), black women live at the intersection of oppression due to ethnicity, to gender and to social class. The literature by a subject traditionally discriminated questions the canon and the knowledge produced by the male point of view. By means of the autobiography, black women bring their history and protest against violence. According to Butler (2008), agency takes place when the subject subverts identity configurations that are imposed on them by social rules. By subverting the rules, one can question the cultural construction of the body, which makes the protagonist feel like a foreigner, as she does not conform to the patterns imposed by society. Smith & Watson (1998) state that the present interest in women's autobiographies results from economic, political and aesthetic factors. Therefore, literature is a means to enter a discursive space which used to belong exclusively to a dominant group. Therefore, in the autobiographies, the personal becomes public and gains political force.

Keywords: Violence. Feminism. Black Women. Autobiography. Agency.

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