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Coletânea Conexões Inovadoras de Conhecimentos - Volume 2

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Academic year: 2023

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© 2023 – Uniatual Editora

www.uniatual.com.br universidadeatual@gmail.com

Organizador Jader Luís da Silveira

Editor Chefe: Jader Luís da Silveira Editoração e Arte: Resiane Paula da Silveira

Capa: Freepik/Uniatual

Revisão: Respectivos autores dos artigos

Conselho Editorial

Ma. Heloisa Alves Braga, Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, SEE-MG Me. Ricardo Ferreira de Sousa, Universidade Federal do Tocantins, UFT

Me. Guilherme de Andrade Ruela, Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF Esp. Ricael Spirandeli Rocha, Instituto Federal Minas Gerais, IFMG

Ma. Luana Ferreira dos Santos, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC

Ma. Ana Paula Cota Moreira, Fundação Comunitária Educacional e Cultural de João Monlevade, FUNCEC

Me. Camilla Mariane Menezes Souza, Universidade Federal do Paraná, UFPR Ma. Jocilene dos Santos Pereira, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC

Ma. Tatiany Michelle Gonçalves da Silva, Secretaria de Estado do Distrito Federal, SEE-DF Dra. Haiany Aparecida Ferreira, Universidade Federal de Lavras, UFLA

Me. Arthur Lima de Oliveira, Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do RJ, CECIERJ

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Os conteúdos dos artigos científicos incluídos nesta publicação são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores.

2023

Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.

Todos os manuscritos foram previamente submetidos à avaliação cega pelos pares, membros do Conselho Editorial desta Editora, tendo sido aprovados para a publicação.

A Universidade Atual Editora é comprometida em garantir a integridade editorial em todas as etapas do processo de publicação. Situações suspeitas de má conduta científica serão investigadas sob o mais alto padrão de rigor acadêmico e ético.

Uniatual Editora Formiga – Minas Gerais – Brasil CNPJ: 35.335.163/0001-00 Telefone: +55 (37) 99855-6001 www.uniatual.com.br universidadeatual@gmail.com Coletânea Conexões Inovadoras de Conhecimentos - Volume 2

C694c / Jader Luís da Silveira (Organizador). – Formiga (MG): Uniatual Editora, 2023. 121 p.: il.

Formato: PDF

Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web

Inclui bibliografia

ISBN 978-65-86013-32-0 DOI: 10.5281/zenodo.7631363

1. Coletânea. 2. Multidisciplinar. 3. Conexões. 4. Inovação. 5.

Conhecimentos. I. Silveira, Jader Luís da. II. Título.

CDD: 001.4 CDU: 001

Acesse a obra originalmente publicada em:

https://www.uniatual.com.br/2023/02/coletanea-conexoes- inovadoras-de.html

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AUTORES

ALYNE MARIA ROSA DE ARAÚJO DIAS ANA BEATRIZ FERNANDES FANGUEIRO

ANA RITA CÉSAR LUSTOSA

CARLOS ALBERTO SARMENTO DO NASCIMENTO CLEIDIMAR ROSALINO PEREIRA

EZEQUIEL SILVA OLIVEIRA

HUDISON HENRIQUE MACHADO COSTA SILVA LÍDIA SANTOS SILVA

MÁRCIO DE FREITAS SANTA ANA MARCUS VINICIUS PERALVA SANTOS

PAULO VILHENA DA SILVA RENATA MÔNICA PACHECO NICHIO RITA MYCHELLY DOS SANTOS SALLES

ROSELI DA CONCEIÇÃO SILVA DE FREITAS SANTA ANA

SÉRGIO RODRIGUES DE SOUZA

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APRESENTAÇÃO

A obra “Coletânea Conexões Inovadoras de Conhecimentos - Volume 2” foi concebida diante artigos científicos especialmente selecionados por pesquisadores da área.

Os conteúdos apresentam considerações pertinentes sobre os temas abordados diante o meio de pesquisa e/ou objeto de estudo. Desta forma, esta publicação tem como um dos objetivos, garantir a reunião e visibilidade destes conteúdos científicos por meio de um canal de comunicação preferível de muitos leitores.

Este e-book conta com trabalhos científicos interdisciplinares, aliados às temáticas das práticas ligadas a inovação, bem como os aspectos que buscam contabilizar com as contribuições de diversos autores. É possível verificar a utilização das metodologias de pesquisa aplicadas, assim como uma variedade de objetos de estudo.

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SUMÁRIO

Capítulo 1

ALTERNATIVAS SOCIOECONOMICAS E O DESENVOLVIMENTO LOCAL: A BANANA PRATA NA REGIÃO DE SERRA DO MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ E ENTORNO

Carlos Alberto Sarmento do Nascimento

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Capítulo 2

IMPACTOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA LOGÍSTICA DO E-COMMERCE BRASILEIRO DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19

Hudison Henrique Machado Costa Silva; Marcus Vinicius Peralva Santos

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Capítulo 3

DISLEXIA E A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E ESCRITA

Cleidimar Rosalino Pereira; Renata Mônica Pacheco Nichio; Ana Rita César

Lustosa; Sérgio Rodrigues de Souza

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Capítulo 4

RELAÇÕES ENTRE MATEMÁTICA E FÍSICA NUMA PERSPECTIVA WITTGENSTEINIANA

Alyne Maria Rosa de Araújo Dias; Paulo Vilhena da Silva

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Capítulo 5

A PLASTICIDADE DA OBRA DE HILAL SAMI HILAL: AS MANTAS DE “SEU SAMI”

Rita Mychelly dos Santos Salles; Ana Rita César Lustosa; Sérgio Rodrigues de Souza

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Capítulo 6

SÉRIE GEOGRÁFICA PARA ANÁLISE DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL Márcio de Freitas Santa Ana; Roseli da Conceição Silva de Freitas Santa Ana; Lídia Santos Silva; Ezequiel Silva Oliveira; Ana Beatriz Fernandes Fangueiro

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AUTORES

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Capítulo 1

ALTERNATIVAS SOCIOECONOMICAS E O DESENVOLVIMENTO LOCAL: A BANANA PRATA NA REGIÃO DE SERRA DO

MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ E ENTORNO

Carlos Alberto Sarmento do Nascimento

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ALTERNATIVAS SOCIOECONOMICAS E O DESENVOLVIMENTO LOCAL: A BANANA PRATA NA REGIÃO DE SERRA DO MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ E

ENTORNO

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Carlos Alberto Sarmento do Nascimento Sociólogo, Doutor em políticas públicas – PPGCTIA/UFRRJ, Mestre em Desenvolvimento territorial – PPGDT/UFRRJ, especialista em Administração Pública – UFF, pesquisador do Programa de Ensino Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas – PEPEDT/UFRRJ. E-mail:casn.sarmento@gmail.com, Lattes:

http://lattes.cnpq.br/5555668864270412 ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8893- 2010

Resumo

Este artigo, tem um caráter de ensaio teórico e busca fomentar o debate sobre as possibilidades socioeconômicas da banana prata e seus subprodutos no território rural da região de serra do município de Itaguaí e seu entorno (Rio de Janeiro - Brasil).

Tomando como referência o potencial histórico-cultural e particularidades férteis do bioma e subclima único do espaço, bem como sua pré-disposição para o fomento de um arranjo produtivo local – APL e uma Indicação Geográfica – IG (Indicação de Procedência - IP). Para o incremento deste artigo, foi utilizado como metodologia uma conjunção de pesquisa documental, de bases bibliográficas, associado a uma observação participante em método etnográfico, realizado no biênio 2020-2021, com revisão realizada no segundo semestre do ano de 2022. Por fim, este ensaio apresenta uma narrativa sobre o processo produtivo da banana prata e seus subprodutos no território, alicerçando na proposição de um desenvolvimento endógeno enquanto mecanismo propulsor de uma autonomia econômica e de resistência destas comunidades rurais, atividades que tem nos aspectos consanguíneos, geracionais e de saber fazer, elementos que dão forma única ao processo.

Por fim, este ensaio versa sobre dificuldades e possibilidades de instrumentos no escoamento produtivo da banana prata e seus subprodutos na região, principais seus gargalos e suas principais potencialidades. Tendo na participação da sociedade civil local, instancias participativas e autogestoras instrumento para construção, execução e reconstrução destas práticas a longo prazo.

Palavras-chave: Itaguaí - Rio de Janeiro – Brasil; banana prata; território rural; arranjo produtivo local; indicação geográfica.

1 Fragmentos deste artigo são observáveis na tese de doutorado: Território identitário de Itaguaí - TIdI:

Desterritorialização, resistência e articulações de agricultores familiares e pescadores artesanais (NASCIMENTO, 2021). PPGCTIA/UFRRJ, Seropédica, RJ: UFRRJ, 2021.

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Abstract

This article has the character of a theoretical essay and seeks to promote the debate on the socioeconomic possibilities of bananas and their by-products in the rural territory of the mountain region of the municipality of Itaguaí and its surroundings (Rio de Janeiro - Brazil). Taking as reference the historical-cultural potential and fertile particularities of the biome and unique subclimate of the space, as well as its pre-disposition for the promotion of a local productive arrangement – APL and a Geographical Indication – GI (Indication of Origin - IP). For the development of this article, a combination of documental research and bibliographical bases was used as a methodology, associated with participant observation using an ethnographic method, carried out in the 2020-2021 biennium, with a review carried out in the second half of 2022. Finally, This essay presents a narrative about the productive process of the silver banana and its by-products in the territory, based on the proposition of an endogenous development as a mechanism that propels economic autonomy and resistance of these rural communities, activities that have in the consanguineous, generational and knowledge aspects to do, elements that uniquely shape the process. Finally, this essay deals with difficulties and possibilities of instruments in the productive flow of silver banana and its by-products in the region, its main bottlenecks and its main potentialities. With the participation of local civil society, participatory and self-management instances, an instrument for the construction, execution and reconstruction of these long-term practices.

Keywords: Itaguaí - Rio de Janeiro – Brazil; silver banana; rural territory; local productive arrangement; geographical indication.

1. Introdução

Este artigo é um ensaio acadêmico sobre o território rural da região de serra do município de Itaguaí e seu entorno, espaço que limita-se entre os bairros de Mazomba, Santa Cândida, Raíz da Serra, Coroa Grande e distrito de Ibituporanga, localizados no município de Itaguaí (ITAGUAÍ, 2014), bem como regiões de suas franges espacialmente compostas de localidades ao nordeste do município de Seropédica, noroeste do município de Piraí, oeste do município de Rio Claro e sudoeste do município de Mangaratiba. Não sendo possível ter exatidão de limítrofe em virtude de ser uma região montanhosa, de difícil acesso e com predominância de floresta ombrófila densa, porém que apresentam entre si um potencial de imaterialidades humanas, a partir do processo de valorização de suas dimensões simbólicas, históricas, culturais, socioeconômicas e produtivas, bióticas e de composições de poder (HAESBAERT, 2012)

A região apresenta um baixo recenseamento, com sua paisagem predominantemente composta de sítios, chácaras, lotes, pastagens, lavouras, pequenos ranchos, áreas de plantações extensivas e de agricultura familiar, além de extensões da

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Mata Atlântica e pastagens. Com moradias disformes, comuns em localidades rurais brasileiras, e núcleos ocupacionais com baixo recenciamento (IBGE, 1996). Com base na Lei n° 3.433 de 17 de maio de 2016, e no mapa de zoneamento do município de Itaguaí (ITAGUAÍ, 2016), a região é predominantemente estabelecida enquanto Zona de Preservação Permanente - ZPP, com pequena faixa central de noroeste a sudoeste como Zona Residencial Rural - ZRR, e um extremo a centro-leste, determinado como Zona Residencial de Expansão Urbana – ZR-5, além de uma linha que recorta o território no sentido noroeste-sul, estabelecido como Zona de Serviços – ZS (faixa da Rodovia do Arco metropolitano).

O foco central deste artigo, com caráter de ensaio teórico, é tratar sobre os potenciais socioprodutivos da banana prata em toda a região, principalmente no destaque de instancias onde é observável a possibilidade de efetivação de um Arranjo Produtivo Local – APL e a Promoção de uma Indicação Geográfica – IG (Indicação de Procedência - IP).

A banana prata é produto que historicamente faz parte da cadeia produtiva local, instrumento central na composição das particularidades férteis de manejo e peculiaridades bióticas do solo e do clima local. Produção que ocorre em especial no plano inclinado, devido ao relevo protuberante e região mais elevada (em média 150m acima do nível do mar) o que favorece uma temperatura local mais baixa do que nas demais localidades urbanas (média de 28°C), tendo seu clima classificado como AW (verão chuvoso com inverno seco) (KOPPEN, 1938), e uma umidade relativa de 75% em média anual. Condições favoráveis para a produção da banana, em função da hidratação dos tecidos, da inflorescência e uniformização da coloração dos frutos, significativa cobertura vegetal, matéria orgânica e solo classificado como arginossolo (EMBRAPA, 2018).

Logo, busca-se versar sobre as potencialidades produtivas, adventos da banana prata produzida na região de serra do município de Itaguaí e seu entorno, enquanto instrumento que favorece uma cadeia produtiva única e com potencial transformador para o território e seus atores locais.

1.1 Metodologia

A metodologia utilizada foi a conjunção de uma pesquisa documental de bases bibliográficas e telemáticas, em associação a uma observação participante, enquanto

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método etnográfico (VIEIRA; VIEIRA, 2018), realizado durante os anos de 2020 e 2021, enquanto parte integrante da pesquisa de doutoramento (do autor deste artigo), revisada durante o segundo semestre do ano de 2022, enquanto participa como conselheiro do Conselho Municipal de Agricultura Sustentável e Pesca do Município de Itaguaí – COMASPI. Estas práticas somadas ofertam fontes e conteúdos, bem como fornecer novos dados, que acabam por compor conjuntamente o mesmo processo de assimilação de informações e absorção de fenômenos, interpretados como percepção dos aspectos culturais, fenômenos naturais e conhecimentos empíricos, fundamentais à compreensão da ancestralidade da comunidade em questão. (CANANÉA, 2013).

Esta pesquisa busca sustentar sua análise a partir de uma compreensão particular sobre o que é um território, aqui entendido enquanto um espaço vivo em constante processo de transformação, provido pela prática de seus atores locais que influenciam e são influenciados pelo meio e por características específicas do próprio espaço, como:

aspectos ambientais, culturais, identitários, sociais, econômicos, bióticos, entre outros. O somatório dessas características constitui uma tessitura social vinculada às relações sociais e de poder, resultando em uma sensação de pertencimento, rica de simbolismos particulares.

A representação [...] é, portanto, um conjunto definido em relação aos objetivos de um ator. Não se trata, pois, do “espaço”, mas de um ambiente construído pelo autor, que comunica suas intenções e a realidade material por intermédio de um sistema sêmico. Portanto, o lugar representado não é mais o espaço, mas a imagem do mesmo, ou melhor, do território visto e/ou vivido. É em suma, o espaço que se tornou o território de um ator, desde que tomado numa relação social de comunicação. (RAFFESTIN, 1993, p. 147).

Logo, compreender as metodologias aqui aplicadas com o conceito de territórios é buscar uma interpretação a partir da relação entre o pesquisador-observador e o objeto estudado em seu espaço natural. Ação que constrói uma análise científica particular daquele ambiente, naquele determinado espaço-tempo (LÉVI-STRAUSS, 2005) de forma que está nova análise congrega “sujeito e objeto e podem integrar-se um ao outro”

(MORIN, 2007, p. 47 e 48), resultando em dados e informações que se oponham e/ou se complementem, direta ou indiretamente, sendo inclusive mutáveis ao longo do tempo.

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2. A CULTURA DA BANANA PRATA NA REGIÃO DA SERRA DE ITAGUAÍ E ENTORNO, DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO E SUAS POTENCIALIDADES.

Cabe destaque inicial para o potencial da banana prata in natura, ação que dialoga com a prática do universo do etnoconhecimento em que se observa a predominância da

“história e cultura de raízes profundas que são passadas de geração para geração” (MPP, 2011, p. 4), estabelecidos para além somente do contexto profissional, onde destaca-se

“um modo de vida onde o trabalho é livre e tem um regime autônomo e coletivo. Possui relação direta com a natureza, com espiritualidade e mística que suscita respeito e cuidado” (IBID, 2011, p. 04).

Estas práticas apresentam predominância geracional, caracterizadas pelo laço consanguíneo e de afetividades entre seus entes envolvidos, execução que se aproxima de uma ecologia dos saberes à medida que estes atores promovem um saber fazer único, uma ciência nativa, não reaplicável em outras condições bióticas, sociais e culturais (SANTOS, 2007).

Onde são desenvolvidas suas atividades de forma tradicional, com baixa mecanização, sendo predominante a adubação orgânica e cultivos convencionais, bem como tem suas relações de trabalho diretamente relacionados à terra e às atividades de coletivas (ABRAMOVAY, 2010), onde é constante a utilização de animais de tração, principalmente nos carregamentos do cultivo de banana, feitos por cavalos ou mulas, realizado pais, filhos e netos de produtores, principalmente nas propriedade ais distantes dos centros urbanos, ou que possuem seus bananais em plano inclinado (subida de serra).

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Figura 01: Produção de banana em plano inclinado (esquerda no alto), acumulação da banana prata nas estradas rurais da região (esquerda abaixo), deslocamento da cadeia produtiva da banana realizada por animais de tração (a direita)

Fonte: esquerda acima NASCIMENTO (2021), demais imagens COPAFIT (2021)

Tendo em vista essa perspectiva multifuncional, típica das comunidades rurais brasileiras (BONNAL; MALUF, 2007), observa-se o potencial do fomento de uma dinâmica de um Arranjo Produtivo Local – APL das bananas prata da região de serra de Itaguaí e entorno. A formação dos arranjos produtivos locais com frequência é determinada pelos seus vínculos com territórios de identidade. A especialização produtiva associada a um determinado território é quase sempre o resultado de trajetórias históricas de construção de identidades e de formação de vínculos territoriais (regionais e locais). “A partir de uma base social, cultural, política e econômica comum. [...] mais propícios a serem desenvolvidos em ambientes favoráveis à interação, cooperação e confiança entre os atores”. (HASTENREITER, 2014, p. 18).

Atualmente os produtores de banana da região, buscam a possibilidade da efetivação da APL da banana prata em associação a uma marca coletiva enquanto Indicação Geográfica - IG (Indicação de Procedência – IP / banana de Itaguaí). IP caracteriza-se por ser o nome “geográfico de um país, cidade, região ou uma localidade de seu território que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de determinado serviço” (INPI, 2020, s/p). Esta ação conjunta visa “identificar e distinguir produtos ou serviços provenientes de membros de uma pessoa jurídica [...] é indicar ao consumidor que aquele produto ou serviço provém de membros de uma determinada entidade (IBID, 2020, s/p).

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Neste caso específico, gerida pelos agricultores da região, institucionalizados pela Cooperativa de Agricultores Familiares de Itaguaí - COOPAFIT, entidade de caráter coletivo regulamentado que atua desde o ano de 19 de novembro de 1015, na gestão, colaboração, promoção e desenvolvimento da atividade rural local (COOPAFIT, 2015).

Ação que vem contando com apoio técnico-institucional da Secretaria de Agricultura e Pesca da prefeitura de Itaguaí - SMAP. Processo que até presente data (dezembro de 2022), encontra-se em última etapa de análise, junto ao Instituto Nacional de Propriedades Intelectuais – INPI, órgão máximo responsável pela cessão da indicação geográfica – IG no Brasil.

A possibilidade do desenvolvimento de uma APL da banana prata, em consonância com uma IP no território, expressa um grau de organização dos atores locais, a medida em que “identifica a origem de produtos ou serviços quando o local tenha se tornado conhecido ou quando determinada característica ou qualidade do produto ou serviço se deve a sua origem” (INPI, 2017), proporcionando uma percepção como parte englobante maior de um mesmo território referência na pratica não só de produtos (banana), mas também em eventuais serviços como os turísticos, hoteleiros e culinários, que possam ocorrer enquanto desdobramento deste movimento atual, construindo no local outras possibilidades amplas e variadas, sem a perca de suas instâncias de conservação, bem como o incremento de capital destes serviços enquanto produto de valor agregado.

A revelação definitiva de cada território somente ocorrerá quando sua população, através dos atores sociais, reconheça os seus elementos caracterizadores da coesão social e territorial, durante, ou logo após, o processo de construção da identidade e proposição de sua visão do futuro. (MDA, 2005, p. 29)

Estas práticas em atual movimentação no território, apresentam um cenário de potencial socioeconômico particular “incentivo de uma territorialização e desenvolvimento coletivo e não setorizado” (ZIMMERMANN; GRISA; TECCIO; et al. 2014.

P. 546). Enquanto “ferramenta capaz de auxiliar uma coletividade a promover seu posicionamento no mercado, criar sua reputação e protegê-la frente à concorrência desleal, além de melhor organizar a atividade econômica coletiva” (REGALADO, et al, 2012, p. 06), agregam valor ao produto, assim como o incentivo à produção em maior escala, aumentando a eficiência econômica e a equidade social local.

A ação que gera o potencial tanto do Arranjo Produtivo Local, como da Indicação de Procedência da banana prata da região de serra do município de Itaguaí e de seu

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entorno, é em muito sustentada pelo processo de fortalecimento sociocultural dos agricultores e agricultores que residem no local, que secularmente desenvolvem uma variedade significativa de subprodutos oriundos da banana prata, onde foi possível observar a produção de uma variedade significativa de bananadas, bananas passas, desidratadas, em caldas, conservas. Além de outros alimentos que tem no fruto da banana seu elemento central, como biomassa de banana verde, farinha de banana verde, bolos e sorvetes, entre outros.

Figura 02: Banana prata in natura, com selo de indicação de procedência (centro) e variedade de subprodutos da banana prata (a esquerda e direita)

Fonte: COOPAFIT (2021)

A utilização destes subprodutos da banana, em parceria com o próprio fruto in natura, estimula socioeconomicamente uma fatia significativa de agricultores e agricultoras, a promover o valor agregado de suas invenções, bem como auxilia na inserção em nichos de mercados, até então considerados inacessíveis para estes produtores. Que observam na proposta da APL e da IP da banana prata como um processo de valorização de dentro (do território) para fora, pelo fato de o produto não ter apenas uma boa aparência e sim uma diferenciação de negócio.

É de fundamental importância mencionar que o processo das condicionantes de um APL e uma IP da banana prata na região, não delimitam-se ao trato do sistema restrito de mercado, mas principalmente como elemento de resgate das tradicionalidades dos produtores e produtoras rurais da região, a partir da atividade da bananicultura orgânica que necessita diretamente dos traços socioculturais particulares do local, enquanto processos multiescalaridades que são desenvolvidos simbolicamente a partir da participação dos atores do território, e que promovem suas práticas em virtude de sua

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relação com seu espaço, constroem e reconstroem estes simbolismos e consequentemente suas relações de pertencimento. (FERNANDES, 2009).

Para tal, a execução de um desenvolvimento endógeno local, deve ser compreendido e estimulado enquanto prática e incremento socioeconômico territorial a partir da participação direta de seus atores locais, objetivando o bem-estar coletivo, a conservação do ambiente e a valorização dos arranjos produtivos locais. Nessa perspectiva, o desenvolvimento endógeno do território de serra de Itaguaí e entorno deve

“consistir em endogeneizar uma série de variáveis anteriormente exógenas (tais como o capital humano, o meio-ambiente, etc.)” (ARAUJO, 2014, p. 02), a partir da valorização do coletivo e de práticas autogestoras.

O termo autogestão está relacionado com a busca por formas alternativas e coletivas de produzir e organizar o trabalho. [...] refere-se à busca e à configuração de processos ou modos organizacionais justos e democráticos, onde os membros de uma organização coletiva (empreendimentos de economia solidária, por exemplo) estão engajados nos processos de tomada de decisão, atividades e controles organizacionais. Nestes tipos de organização os fins sempre são sociais, mesmo que os meios sejam econômicos [...] forma de gerenciar organizações coletivas que busca a eliminação das hierarquias, a posse e controle dos meios e conhecimento relativos à gestão e a produção. A autogestão possui um caráter multidimensional: social, político, econômico e técnico. Ela marca a distância das relações de subordinação e acena para a democracia e participação direta dos envolvidos (RIGO, 2014, p. 21 e 22)

A promoção socioeconômica do espaço, a partir de uma perspectiva autogestora visa o desenvolvimento amplo, considerando um ideal de baixo para cima (Buttomup) e contrariando as lógicas mercadológicas excludentes, uma vez que está proposta deve ser construída essencialmente a partir dos recursos disponíveis (bioma), potencialidades locais e respeito ambiental, distribuição horizontalizada da força de trabalho, e promoção do conhecimento nato e os modelos locais disponíveis para articulação da produção e do consumo, entendidos como fatores importantes para o fomento da economia local.

Observa-se como desafios a necessidade de ampliar estratégias de trabalho coletivas a partir da expertise destes atores locais, principalmente agricultores familiares, COOPAFIT, demais associações, conselhos, entidades públicas interessadas, SMAP, microempresários da região, instituições de ensino, pesquisa e extensão, entre outros.

Tecido que ainda apresenta fragilidades e descontinuidades não somente na construção do diálogo, como na própria executabilidade de políticas públicas territoriais.

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Outro ponto observado como de fundamental importância (para o sucesso da proposta aqui indicada) é a valorização do conhecimento tácito (conhecimento adquirido e repassado através da interação, conhecimento não codificado), transmitido geracionalmente entre os atores locais, conexo com governança e demais instâncias de atuação direta da sociedade civil local, articuladas em torno do um interesse comum (VILLELA, PINTO, 2009), comumente estruturados em uma prática dialógica participativa.

Logo, tanto a proposta do APL como da IP da Banana prata no território, caminham conjuntamente enquanto lógica da gestão social. À medida que “a gestão social se configura como um processo de construção da emancipação do ser humano. Emancipação entendida como livrar-se da tutela de alguém e buscar autonomia.” (CANÇADO et al, 2013, p.19). Sejam elas de representação e identidade sociocultural (etnoconhecimento), preservação do bioma local, resgate sócio-histórico e consanguíneo de seus atores e autonomia socioeconômica frente a mercados externos.

Tendo como fim uma construção conjunta e participativa (demandas e potencialidades) prática democrática, autônoma e horizontalizada entre seus membros, ações que compõem comprovadamente a melhora do desempenho competitivo, de adaptação a adversidades, liderança, entendimento espacial do território, entre outros.

Um corpo de práticas basilares que substituem instrumentos tipicamente hierarquizadas em troca de um desenvolvimento multiescalar e a promoção de habilidades sociais futuras.

Observa-se também a necessidade da articulação de processos de escoamento produtivo, tendo em vista que atualmente, uma parte significativa desses produtos e subprodutos são vendidos em pequenas feiras locais e alguns hortifrutis da região. E em último caso, revendido para atravessadores que revendem para mercados em outras localidades da zona oeste e baixada fluminense, ou para a Central de Abastecimento do estado do Rio de Janeiro – CEASA. Logo, não adianta ter todo uma capacidade produtiva única e uma ação participativa de seus membros envolvidos, se o processo de comercialização deste produto e subproduto não encontra uma canal eficaz de mercado para sua expansão.

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Figura 03: Comercialização da banana prata e seus subprodutos no centro urbano do território Fonte: própria.

Apesar das dificuldades observadas mencionadas acima, é possível afirmar que existe um potencial produtivo da banana prata no território e que apresenta uma predisposição substancial para sua expansão, com potencial socioeconômico ímpar para os atores locais envolvidos e que favoreça o resgate das tradicionalidades locais.

Estímulos que em médio/longo prazo possam promovem definitivamente a autonomia dos agentes envolvidos de maneira que associa a própria dimensão social a uma dinâmica cotidiana tão própria, impossível de ser replicada em outros ambientes naturais ou sintéticos.

Que tem em seus aparatos socioeconômicos e histórico-culturais significância particular tanto no que tange a “compreensão de saberes e técnicas elaboradas pelos humanos na relação com o meio ambiente em diferentes culturas” (CAMPOS, 2002, p. 10), enquanto ciência empírica destes atores locais, que ao produzir uma variedade de produtos e subprodutos ressignificam não só a cadeia produtiva local, como também

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proporcionam o surgimento de novas alternativas de manutenção e resistência de seus próprios locais de origem.

3. CONCLUSÃO

Pode-se concluir que já existe a ocorrência de um ensaio de Arranjo Produtivo Local – APL da banana prata na região de serra do município de Itaguaí e de seu entorno, ainda que esta ação esteja sendo efetivada de maneira quase que intrínseca e não previamente planejada por seus atores locais, adiciona-se a este fator a eminente efetivação de uma Indicação de Procedência -IP no território, conjunção de praticas que em um médio/longo prazo podem coletivamente proporciona alternativas conjuntas propiciadoras do desenvolvimento endógeno, a partir da valorização dos produtores locais e de práticas de etnoconhecimento.

As atuais práticas socioeconômicas em curso no território, estimulam o desenvolvimento de alternativas com intuito final de territorialização (ou reterritorialização), de forma que tenha na disposição biótica e sociocultural do próprio espaço o principal condutor e fornecedor de suas atividades, tornando-se um mecanismo de sugestão que equilibrem os processos forçosos externos (Na maioria das vezes globalizantes econômicos e/ou políticos), proporcionando para os atores locais mecanismos de desenvolvimento endógeno, concernente com boas práticas de bem comum.

Ainda que observável a presença da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca de Itaguaí – SMAP, é válido mencionar a carência participativa de instituições públicas- privadas que estão instaladas na região, que por vezes atuam de maneira esporádica e consequentemente incipiente com a demanda indicada por estes atores rurais, fatores que se tornaram agravantes nos últimos anos em decorrência da diminuição de investimentos públicos em nível federal realizados após cortes obtusos ocorridos nos governos Temer-Bolsonaro.

Entretanto é valido destacar o avante destas boas práticas socioeconômicas destes atores, principalmente após os período de auge da pandemia no Brasil (2020-2021), o que indica em um médio/longo prazo a ampliação das atividades socioprodutiva da banana prata da região e de seus subprodutos, enquanto desenvolvimento em cadeia de agricultores familiares, comerciantes, associações, cooperativas, pousadas, localidades turísticas, membros agregados sobre o signo de uma forma a fomentar uma proposta de

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incremento coletivo e agregador, que pode ser endossado por uma APL e uma IP, constituindo uma identidade única do produto.

Por fim, a proposta de desenvolvimentos endógenos, aqui ensaiados a partir de um signo de APL e IP tem como finalidade principal estimular e fomentar a promoção e autonomia dos atores locais na medida em que “são estimulados a construir, selecionar, desenvolver e realizar o controle social de projetos coletivos que venham a atender as demandas produtivas, econômicas, culturais, ambientais e sociais dos territórios”

(ZIMMERMANN; GRISA; TECCIO; et al. 2014, p.546).

Inclusive, é fundamental ressalvar que a participação das comunitária rurais locais, sua escuta e aprovação, é o principal pilar de sustentação das atividades aqui propostas, e que suas promoções ocorram em um movimento autogestionável e de valorização do desenvolvimento endógeno local, tendo uma maior incidência e apoio de políticas públicas de diversas esferas, ainda que o cerne decisório pertença em última instancia aos atores rurais locais.

4. BIBLIOGRAFIAS

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Capítulo 2

IMPACTOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA LOGÍSTICA DO E-COMMERCE BRASILEIRO DURANTE A PANDEMIA DO COVID-

19

Hudison Henrique Machado Costa Silva

Marcus Vinicius Peralva Santos

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IMPACTOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA LOGÍSTICA DO E- COMMERCE BRASILEIRO DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19

Hudison Henrique Machado Costa Silva Graduando em Administração pela Faculdade Santo Antônio de Alagoinhas (FSAA), E-

mail: hudison.henrique@gmail.com

Marcus Vinicius Peralva Santos Analista Técnico Educacional (ATE) pelo Serviço Social da Indústria de São Paulo (SESI-

SP), doutor e mestre em Geologia pela Universidade Federal da Bahia, especialista em Gestão de Marketing e Negócios pela Faculdade Focus e graduado em Marketing pelo Centro Universitário Jorge Amado, e-mail: mperalva@hotmail.com

Resumo: Com o advento da Pandemia Covid-19, o qual se alastrou com velocidade a partir de março de 2020 pelo Brasil, foi observado o declínio no comércio presencial e a necessidade de adequação das ferramentas utilizadas nas negociações para atendimento por meios eletrônicos. Diante deste cenário foram realizados investimentos em tecnologias para otimização dos processos associados ao e-commerce, como exemplo do uso da inteligência artificial na logística desta modalidade de comércio. Partindo desta perspectiva, o presente artigo teve como objetivo identificar os impactos da inteligência artificial na logística do e-commerce brasileiro durante a pandemia do Covid-19. O processo metodológico consistiu na realização de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo com base no desenvolvimento de um levantamento bibliográfico. A partir da pesquisa realizada, foi observado o aumento do faturamento do e-commerce durante o período de estado de calamidade da COVID-19 (2020 - 2021), além de ter ocorrido a adoção de ferramentas tecnológicas associadas à inteligência artificial no processo logístico do comércio eletrônico. Diante do exposto, concluiu-se que a implementação da inteligência artificial no processo logístico do e-commerce promove um impacto positivo, visto que agrega valor aos produtos e serviços ofertados, insere a empresa no mercado competitivo e promove a melhoria da eficiência do processo.

Palavras-chave: E-commerce. Logística. Inteligência artificial.

Abstract: With the advent of the Covid-19 Pandemic, which spread rapidly from March 2020 across Brazil, a decline in face-to-face commerce was observed and the need to adapt the tools used in negotiations for service by electronic means. In view of this scenario, investments were made in technologies to optimize processes associated with e-commerce, as an example of the use of artificial intelligence in the logistics of this type of commerce. From this perspective, this article aimed to identify the impacts of artificial intelligence on Brazilian e-commerce logistics during the Covid-19 pandemic. The

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methodological process consisted of carrying out a qualitative descriptive research based on the development of a bibliographic survey. Based on the research carried out, an increase in e-commerce revenue was observed during the COVID-19 disaster state period (2020 - 2021), in addition to the adoption of technological tools associated with artificial intelligence in the logistical process of the e-commerce. Given the above, it was concluded that the implementation of artificial intelligence in the e-commerce logistics process promotes a positive impact, since it adds value to the products and services offered, inserts the company in the competitive market and promotes the improvement of the efficiency of the process.

Keywords: E-commerce. Logistics. Artificial intelligence.

INTRODUÇÃO

Com o aumento exponencial da população mundial, tem-se também o crescimento da demanda por bens e serviços. A partir do incremento desta demanda, o mercado vem buscando a inserção de novas ferramentas para o aprimoramento do atendimento ao público e alcance de um maior número de clientes, sendo uma delas a adoção do e- commerce.

O e-commerce ou comércio eletrônico tem como objetivo a conexão entre cliente e empresa através de meio eletrônico, visando promover a venda de produtos e serviços, criando uma relação direta entre demanda e oferta. A estratégia teve o seu marco de implementação na década de 90, quando a Amazon e outras empresas passaram a adotá- la. No Brasil o comércio eletrônico foi difundido a partir da iniciativa da Booknet, livraria comprada pela Submarino em 1999 e pioneira do e-commerce no país, sendo a estratégia de comércio depois adotada por outras empresas (BERMAN, 2022).

Ao tempo em que o e-commerce se expandia, a inteligência artificial (IA) também se encontrava em desenvolvimento. A IA vem possibilitando a automatização do processo de tomada de decisão em uma série de situações que são consideradas complexas, executando tarefas que, até então, eram relacionadas à inteligência humana (DONEDA et al., 2018).

É importante identificar os impactos da inteligência artificial na logística do e- commerce, visto que as tecnologias se tornam mais abrangentes a cada dia e que a IA vem sendo vista como uma importante ferramenta no processo logístico. Assim, questiona-se sobre quais os impactos gerados pela inserção da inteligência artificial na logística do e- commerce brasileiro durante a Pandemia do Covid-19, que iniciou em março de 2020, sendo o estado de calamidade reconhecido através do Decreto Legislativo nº 06/2020, e

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teve seus decretos de enfrentamento revogados em maio de 2022, através do Decreto nº 11.077/2022.

Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo geral identificar os impactos da inteligência artificial na logística do e-commerce brasileiro durante a Pandemia do Covid-19, tendo como objetivos específicos: (1) analisar o comportamento do e-commerce durante a pandemia; (2) levantar informações e dados sobre a utilização da inteligência artificial na logística do e-commerce; e (3) analisar os impactos da adoção da inteligência artificial no processo logístico do e-commerce.

METODOLOGIA

O desenvolvimento do presente trabalho foi baseado em três etapas: (1) análise do e-commerce durante a pandemia; (2) levantamento de informações e dados sobre a utilização da inteligência artificial na logística do e-commerce; e a (3) identificação dos impactos da adoção da inteligência artificial no processo logístico do e-commerce.

As duas primeiras etapas foram procedidas a partir da realização de pesquisa bibliográfica. Este tipo de pesquisa pode ser definido como a reunião de informações extraídas, principalmente, de livros e artigos científicos, e que estas por sua vez serão tratadas conforme objetivo de referência (GIL, 2002).

A pesquisa foi promovida através da plataforma de dados online Google Acadêmico (https://scholar.google.com.br/?hl=pt), utilizando como palavras-chaves: “e-commerce”,

“comércio eletrônico”, “logística do e-commerce” e “inteligência artificial na logística”.

Para o presente estudo adotou-se uma linha de pesquisa descritiva com caráter qualitativo. Quanto ao conceito de pesquisa descritiva pode-se afirmar que “as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2008).

Inicialmente, foi realizada uma pesquisa sobre o histórico da utilização da inteligência artificial na área de logística, sendo então abrangido o uso desta ferramenta no comércio eletrônico. Para tanto, foram considerados artigos acadêmicos e demais pesquisas científicas sobre o uso da IA no processo logístico do e-commerce.

A partir do levantamento bibliográfico realizado e das análises procedidas, foram destacados os impactos da inteligência artificial no processo logístico do comércio eletrônico brasileiro.

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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A LOGÍSTICA DO E-COMMERCE

O advento da internet se dá em meados dos anos 60-70 e teve como seu precursor Joseph Licklider, cientista da computação, que discutia sobre o conceito de “Rede Galáxica”, onde se pensava na interconexão entre computadores em uma escala mundial, possibilitando o acesso de todos à uma espécie de biblioteca eletrônica (CALAZANS e LIMA, 2013). Com o passar dos anos, essa forma de comunicação foi sendo aperfeiçoada e adaptada às novas tecnologias e necessidades que foram surgindo.

As tecnologias estão em crescente expansão, alcançando setores e espaços diferenciados ao longo dos anos. Um exemplo desta expansão é a inserção das tecnologias nas negociações comerciais, como ocorre no comércio eletrônico. O comércio eletrônico ou e-commerce conceitua-se como um método de adquirir produtos, serviços e informações por meio da internet, sendo marcado pelo emprego de ferramentas digitais para efetivação das operações que serão realizadas (VISSOTTO e BONIATI, 2013).

Enquanto o e-commerce se difundia pelo mundo, a inteligência artificial, com início datado em 1956, também estava em pleno desenvolvimento. A inteligência artificial está associada à utilização de sistemas ou máquinas que têm como objetivo a aproximação com a inteligência humana para execução de tarefas a partir de comandos interativos e da coleta de dados. A IA vem possibilitando a automatização do processo de tomada de decisão em uma série de situações que são consideradas complexas, executando tarefas que, até então, eram relacionadas à inteligência humana (DONEDA et al., 2018).

A IA vem agregando positivamente em todo o processo que envolve a logística, tornando-se cada vez mais essencial para a construção de um processo mais eficiente. De acordo com Wilson (2005, apud NOVAES, 2007), a logística é definida como o processo de planejar, implementar e controlar os serviços e informações associados, o fluxo e a armazenagem de produtos de maneira eficiente, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor, deste modo atendendo as demandas desde o ponto de origem até o ponto de consumo.

A associação da inteligência artificial ao e-commerce favorece as transações internas e os processos logísticos, beneficiando o crescimento das empresas no mercado.

De acordo com Jack London, o criador da Booknet, é preciso acompanhar os avanços tecnológicos do comércio eletrônico e nunca se deve parar no tempo, devendo-se atentar que o e-commerce de hoje não é igual ao do passado e muito menos do futuro (WAKAI, 2016).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A negociação eletrônica tem se tornado extremamente difundida e competitiva, pois, com os avanços tecnológicos e o crescente número de clientes, torna-se indispensável a inserção de novas ferramentas que possam contribuir com os processos intrínsecos à indústria de bens e consumo.

A inteligência artificial tem papel fundamental para o contínuo avanço tecnológico na logística do e-commerce, pois é a partir da inserção da IA nos processos logísticos que é possível obter mais eficiência nas atividades realizadas, como exemplo da otimização na entrega de produtos.

Durante o período de pandemia notou-se uma crescente do e-commerce, no período de 2020 a 2022, no que diz respeito ao faturamento das vendas realizadas, como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 - Evolução do e-commerce no Brasil

Fonte: Adaptado de NielsenIQ Ebit (2022)

Com base na Figura 1, os dados apresentados tiveram como referência o período do primeiro semestre de cada ano, sendo dispostos os dados dos anos de 2020, 2021 e 2022. Percebe-se que nos primeiros períodos verificados (2020 e 2021), o ano de 2020 apresentou um faturamento de R$ 76,2 bilhões, sendo o valor em 2021 de R$ 111,8 bilhões. Comparando os dois anos citados, constata-se que houve uma crescente de 47%

(quarenta e sete porcento) no faturamento do e-commerce no Brasil.

R$ 76,20

R$ 111,80

R$ 118,60

- 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0

1ºS 2020 1ºS 2021 1ºS 2022

BILHÕES DE REAIS (R$)

PERÍODO (SEMESTRE/ANO)

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Analisando o período 2021 versus 2022, onde o primeiro semestre do ano de 2021 apresentou um faturamento de R$ 111,8 bilhões e o de 2022 de R$ 118,6 bilhões constata- se que ocorreu uma evolução, porém de maneira mais branda ao período observado anteriormente (2020/2021), sendo agora o incremento de 6% (seis porcento).

O e-commerce é a modalidade de comércio consolidada como uma das mais eficientes e eficazes de todos os tempos e, desta forma, está cada vez mais revolucionando a área logística das empresas.

Durante a pandemia o setor logístico foi profundamente afetado, visto que um dos processos realizados na atividade logística está associado ao contato presencial com o cliente final, sendo este procedido através de pessoas especializadas em entregas.

Entretanto, com o avanço dos casos de Covid-19, várias medidas foram sendo implementadas pelos governos nas suas três esferas: federal, estadual e municipal.

Dentre as medidas adotadas, cita-se a restrição de contato presencial, advinda da adoção do isolamento social, que em alguns casos ocorreu forma parcial e, em outros, de forma integral, como no período do “toque de recolher”. As medidas de enfrentamento associadas ao episódio citado são elencadas na Lei nº 13.979/2020, a qual segue um trecho associado ao seu Art. 3º:

Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata esta Lei, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, entre outras, as seguintes medidas: I - isolamento; II - quarentena; III - determinação de realização compulsória de: a) exames médicos; b) testes laboratoriais; c) coleta de amostras clínicas; d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou e) tratamentos médicos específicos; III-A – uso obrigatório de máscaras de proteção individual; IV - estudo ou investigação epidemiológica; V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver; VI – restrição excepcional e temporária, por rodovias, portos ou aeroportos, de: a) entrada e saída do País; e b) locomoção interestadual e intermunicipal (BRASIL, 2020).

Em decorrência da pandemia de Covid-19, algumas ações foram adotadas pelas empresas, a fim de evitar possíveis danos aos seus funcionários, a exemplo do isolamento e a quarentena. Destaca-se que estes mecanismos refletiram diretamente na logística, visto que o modelo de negócio presencial foi afetado pela redução da circulação da população (SEBRAE, 2022).

Como as restrições impostas, que gerou impacto direto nas atividades logísticas,

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as empresas precisaram se reinventar, ou seja, buscar novos modelos de processos para otimizar suas atividades, assegurando desta forma a realização dos serviços prestados, onde o grande aliado para tal problemática foi a tecnologia de inteligência artificial (IA).

As empresas aplicam a utilização da IA de forma a redesenhar a estrutura de concretização das tarefas e assim promover melhorias em suas competências e, deste modo, permitir que a mecanização não mais seja utilizada, agregando valor aos produtos e serviços, aproximando o cliente final cada vez mais ao seu meio, possibilitando novas experiências aos mesmos (ORACLE, 2022).

Visto a necessidade de reinvenção por parte das empresas na área logística e, consequentemente, a busca por meios de agregar valor a sua cadeia e aumentar o seu faturamento, várias alternativas passaram a ser consideradas, entre as quais pode-se citar a utilização de entregas realizadas de forma autônoma.

As entregas autônomas estão associadas à criação e uso de robôs (físicos e virtuais) e/ou drones com dimensões adequadas ao tipo de atividade que se objetiva, sendo estes mecanismos comandados pela inteligência artificial. Este modelo traz na sua essência o dever de satisfazer as expectativas dos clientes desde o atendimento inicial, com o recebimento do pedido, até a etapa final, onde ocorre a entrega do produto ou serviço solicitado.

O uso dos robôs já é considerado algo fundamental no processo logístico interno de algumas empresas, tendo a robótica possibilitado uma maior rotatividade de produtos e agilidade nas entregas (CORDENONSI, 2022).

As empresas realizam investimentos tecnológicos de alto custo, mas obtêm o retorno econômico com o alcance de novos consumidores, além de agregar eficiência nas entregas e, até mesmo, baixos custos com mão de obra humana.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que durante a pandemia houve um crescimento no faturamento do e-commerce no Brasil. Este aumento pode ser relacionado à necessidade de adequação frente às medidas adotadas durante o estado de calamidade, decorrido do avanço da pandemia de COVID-19 pelo país, momento este em que foram implementados o isolamento social e a quarentena, refletindo na redução da circulação da população e, consequentemente, no declínio das vendas presenciais.

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A partir do aumento das demandas do e-commerce fez-se necessário a adequação dos mecanismos utilizados nos processos de vendas das empresas, sendo promovidas estratégias para otimização dos processos logísticos. Um exemplo de melhoria promovida foi a implementação do uso de robôs e drones, utilizados para entregas autônomas.

Destaca-se que a implementação desta tecnologia é possibilitada pela inteligência artificial, a qual viabiliza o comando destas ferramentas.

Verificou-se que a adoção da inteligência artificial no processo logístico promove um impacto positivo, visto que agrega valor aos produtos e serviços ofertados e insere a empresa no mercado competitivo. Ao agregar tecnologia de ponta, o uso da IA possibilita o crescimento econômico e, por meio das novas aplicações e desenvolvimento de softwares, promove também uma gradativa redução dos custos efetivos da organização, podendo ser considerado como um investimento por parte das organizações.

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Capítulo 3

DISLEXIA E A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA LEITURA E ESCRITA

Cleidimar Rosalino Pereira Renata Mônica Pacheco Nichio

Ana Rita César Lustosa

Sérgio Rodrigues de Souza

Referências

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