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Francisco Teixeira Vilela et al.

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Academic year: 2021

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METALOGÊNESE DA FAIXA ARAÇUAÍ: O DISTRITO FERRÍFERO NOVA AURORA (GRUPO MACAÚBAS, NORTE DE MINAS GERAIS) NO CONTEXTO

DOS RECURSOS MINERAIS DO ORÓGENO ARAÇUAÍ

FRANCISCO TEIXEIRA VILELA

1*,2*

, ANTÔNIO CARLOS PEDROSA–SOARES

2,4

, MARCO TÚLIO NAVES DE CARVALHO

1*

, RANUFO ARIMATÉIA

3

, EDUARDO SANTOS

3

& ELIANE VOLL

2*

1. CPRM-Serviço Geológico do Brasil, SUREG-BH, Avenida Brasil 1731, Belo Horizonte 30140-002, MG;

francisco.vilela@cprm.gov.br. *Ex-funcionário da SAM.

2. UFMG-CPMTC, IGC-Campus Pampulha, Belo Horizonte 31270-901, MG. *Mestre em Geologia pela UFMG.

3. SAM – Sul-Americana de Metais S/A

4. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (pedrosa@pq.cnpq.br)

INTRODUÇÃO

A Faixa Araçuaí se caracteriza como um cintu- rão de dobramentos e empurrões que marca o li- mite oriental do Cráton do São Francisco (Almeida 1977). Esta faixa constitui, juntamente com a re- gião rica em rochas graníticas e de alto grau me- tamórfico que se estende rumo à margem atlânti- ca, o Orógeno Araçuaí (Fig. 1; cf. Pedrosa-Soares et al. 2001a, 2007).

O presente capítulo aborda o Distrito Ferrífero Nova Aurora (Grupo Macaúbas), além de apresen- tar um sumário dos principais recursos minerais relacionados a rochas neoproterozóicas e cambri- anas do Orógeno Araçuaí (Fig. 1).

CONTEXTO GEOLÓGICO

Definições e sínteses sobre a estratigrafia re- gional, magmatismo, tectônica, metamorfismo, geocronologia e evolução do Orógeno Araçuaí en- contram-se em Pedrosa-Soares et al. (2001a, 2007, 2008, 2011a,b), Alkmim et al. (2006, 2007) e Pe- drosa-Soares & Alkmim (2011), incluindo suas ex- tensas listas de referências bibliográficas. Portanto, aqui se apresenta apenas um breve resumo da geologia regional, visando contextualizar o foco deste capítulo.

O estágio de rifte continental da bacia precur- sora do Orógeno Araçuaí é registrado pelas uni- dades proximais do Grupo Macaúbas, pelas suítes magmáticas Salto da Divisa e Pedro Lessa (Ma- chado et al. 1989, Silva et al. 2008), e pelo vulca-

nismo máfico contido na Formação Chapada Acauã Inferior (Fig. 1 e 2). A sedimentação da fase rifte continental inclui os depósitos pré-glaciais e glaci- ogênicos do Grupo Macaúbas Proximal, cuja idade máxima de deposição é 900 ± 21 Ma (Babinski et al. 2012). A sedimentação glácio–marinha é mais espessa e extensa nas formações Nova Aurora e Chapada Acauã Inferior (Fig. 2). A Formação Nova Aurora consiste, essencialmente, de metadiamic- titos e metaturbiditos arenosos, com intercalações de formações ferríferas diamictíticas. A unidade inferior da Formação Chapada Acauã é uma su- cessão cíclica de metadiamictitos, metaturbiditos arenosos e metapelitos, que encerra depósitos de manganês e raras ocorrências de formações ferrí- feras diamictíticas. Os xistos verdes interestratifi- cados com metadiamictitos da Formação Chapada Acauã Inferior representam vulcanismo máfico transicional, originado na fase de rifte continental tardio da Bacia Macaúbas (Gradim et al. 2005). As formações Nova Aurora e Chapada Acauã Inferior são consideradas como equivalentes laterais (Noce et al. 1997), mas suas associações de litofácies são significativamente diferentes (Fig. 3).

A evolução da abertura da bacia precursora le- vou à deposição da pilha sedimentar da margem continental passiva e à formação de litosfera oce- ânica. Este estágio é representado pelas unida- des pós-glaciais do Grupo Macaúbas, pelo Grupo Dom Silvério e Complexo Jequitinhonha, e por cor- pos máfico-ultramáficos ofiolíticos (Fig. 1 e 2). A Formação Ribeirão da Folha, unidade distal do Gru- po Macaúbas, e o Grupo Dom Silvério englobam

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Figura 1 - Mapa geológico do Orógeno Araçuaí, com indicação das principais concentrações de depósitos minerais (modificado de Pedrosa-Soares et al. 2007, 2011a).

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Figura 2 - Mapa da distribuição das formações do Grupo Macaúbas (modificado de Pedrosa-Soares et al.

2007, 2011b). Os blocos indicados são áreas de exposição predominante do embasamento arqueano- paleoproterozóico.

sucessões metavulcano–sedimentares de assoa- lho oceânico, ricas em xistos peraluminosos com intercalações de metacherts e diopsiditos sulfeta- dos, formações ferríferas bandadas dos tipos óxi- do, silicato e sulfeto, e rochas metamáficas com assinatura MORB. Esta formação encaixa lascas tectônicas de rochas metamáficas com veios de plagiogranito e de rochas metaultramáficas, carac- terizando partes de ofiolitos tectonicamente des-

membrados (Pedrosa-Soares et al. 1998, Suita et al. 2004). O magmatismo oceânico, que também inclui corpos metamáficos e metaultramáficos dos arredores de São José da Safira e Santo Antônio do Grama, marca um período de espalhamento oceânico entre ca. 650 e 600 Ma (Queiroga et al.

2007, Queiroga 2010).

O Complexo Jequitinhonha, constituído de pa- ragnaisses aluminosos a peraluminosos (kinzigíti-

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cos) com intercalações de grafita gnaisse, quart- zito e rochas calcissilicáticas, inclui as maiores ja- zidas de grafita lamelar do Brasil. Este complexo se correlaciona com as unidades pós-glaciais do Grupo Macaúbas, representando sedimentação de margem passiva (Gonçalves-Dias et al. 2011).

No Orógeno Araçuaí são reconhecidos quatro estágios orogênicos denominados pré–colisional (ca. 630 – 580 Ma), sin–colisional (ca. 580 – 560 Ma), tardi–colisional (ca. 560 – 530 Ma) e pós–co- lisional (ca. 530 – 490 Ma) (Pedrosa-Soares et al.

2011a). No estágio pré–colisional (acrescionário) foi edificado o arco magmático representado pela Supersuíte G1 e pelo Grupo Rio Doce (Fig. 1). Baci- as relacionadas ao arco magmático são represen- tadas pelo Complexo Nova Venécia, na zona de retro–arco, e pela Formação Salinas que se carac- teriza como depósitos orogênicos da região de ante-arco. O conjunto litológico denominado as- sociação arco–antearco–embasamento compreen- de unidades de naturezas e idades diversas (Fig.

1). O estágio sincolisional caracteriza-se pela de- formação e metamorfismo regionais e extensiva granitogênese do tipo S, que ocorreram entre ca.

582 e 560 Ma. A Supersuíte G2 engloba a granito- gênese sincolisional do tipo S e, minoritariamen- te, termos do tipo I. A Supersuíte G3 consiste de leucogranitos do tipo-S originados no período tar- di– a pós–colisional do Orógeno Araçuaí. No está- gio pós–colisional ocorreram deformação e pluto- nismo relacionados ao colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí. Neste estágio formaram–se as suítes G4 e G5, compostas de plútons intrusivos, livres da foliação regional. Os mais importantes distritos pegmatitícos relacionam-se às intrusões pós-colisionais, em particular às da Suíte G4.

SUMÁRIO DOS RECURSOS MINERAIS DO ORÓ- GENO ARAÇUAÍ

São os bens minerais não-metálicos que ainda se destacam no cenário econômico do Orógeno Araçuaí, tais como gemas, grafita, minerais indus- triais de pegmatitos e um enorme volume de ro- chas ornamentais (Lobato & Pedrosa-Soares 1993, Pedrosa-Soares et al. 2011a).

A exploração mineral dos terrenos englobados no Orógeno Araçuaí teve início nas últimas déca- das do século 17, época da expedição de Fernão Dias Paes Leme, o “Caçador de Esmeraldas”. A seguir, foram encontrados grandes depósitos au- Figura 3 - Colunas estratigráficas regionais para as

formações Nova Aurora e Chapada Acauã Inferior, Grupo Macaúbas (modificado de Pedrosa-Soares et al. 2011b).

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ríferos e diamantíferos nas regiões do Quadriláte- ro Ferrífero, Serro e Diamantina, cujas concentra- ções primárias situam-se em unidades do emba- samento do Orógeno Araçuaí (incluindo-se aí o Supergrupo Espinhaço).

Foi, entretanto, a expedição de Sebastião Leme do Prado, na terceira década do século 18, que deu início à extração de ouro no Vale do Rio Ara- çuaí, dos arredores de Minas Novas a Virgem da Lapa, passando por Chapada do Norte e Berilo. A despeito de sua significativa importância na épo- ca, estes depósitos auríferos, situados ao longo do Corredor Transpressivo das Minas Novas, pra- ticamente se esgotaram e, hoje, restam apenas ocorrências que são garimpadas na dependência das necessidades econômicas locais (Pedrosa- Soares 1995, Pedrosa-Soares & Leonardos 1996).

No século 19, conforme relatos de pesquisado- res pioneiros daquela época (in Pedrosa-Soares 1995), retomou-se a busca por pedras coradas (e.g., esmeralda, turmalina, água-marinha, varie- dades de quartzo), as quais são encontradas em pegmatitos e sistemas hidrotermais, além de de- pósitos secundários, situados nos vales dos rios Doce, Jequitinhonha e Mucuri. Foi, entretanto, por volta da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, nas décadas de 1940 a 1980, que a exploração de pegmatitos teve seu grande auge, em decor- rência da demanda por insumos para a indústria bélica (e.g., mica, berilo e quartzo), a qual sempre foi acompanhada pela extração de gemas, mine- rais raros, peças ornamentais, e minerais para a indústria cerâmica e vidreira. A produção de cassi- terita e columbita-tantalita teve importância no passado, a exemplo das atividades da antiga Com- panhia Arqueana de Minérios e Metais, nas déca- das de 1960 a 1980, mas hoje se encontra prati- camente paralisada. No caminho oposto, desen- volveu-se marcantemente a produção de feldspa- to pegmatítico para a indústria cerâmica e vidrei- ra, e de espodumênio para a indústria do lítio, especialmente nos distritos pegmatíticos de Ara- çuaí, Conselheiro Pena e São José da Safira, as- sim como os pegmatitos de maiores dimensões se tornaram importantes alvos para exploração de rochas ornamentais (Correia-Neves et al. 1986;

Pedrosa-Soares et al. 1990, 2001b, 2009, 2011a;

Romeiro 1998; Romeiro & Pedrosa-Soares 2005;

Pinho-Tavares et al. 2006).

Entretanto, a exploração de rochas graníticas para fins comerciais vai muito além dos pegmati-

tos e, há tempos, transformou a província de ro- chas ornamentais (PROMGES, Fig. 1) que se es- tende pelos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, em terrenos do Orógeno Araçuaí, no mai- or produtor de rochas ornamentais do Brasil (Cos- ta et al. 2001, Costa & Pedrosa-Soares 2006, Pe- drosa-Soares et al. 2011a).

Outro recurso mineral muito importante no Oró- geno Araçuaí é, também, um bem mineral não- metálico, a grafita lamelar (flake graphite), explo- rada há décadas na região de Pedra Azul – Salto da Divisa (Fig. 1), onde ocorre em camadas me- tassedimentares do Complexo Jequitinhonha e Grupo Macaúbas (Faria 1997, Reis 1999, Daconti 2004, Belém 2006).

Além dos recursos minerais acima mencionados e dos depósitos de ferro que serão detalhados adiante, são dignos de nota os depósitos de man- ganês associados aos grupos Dom Silvério (Jordt- Evangelista et al. 1990, Cavalcante & Jordt-Evan- gelista 2004) e Macaúbas (Dossin & Dardenne 1984, Pinho 2009), de níquel laterítico associado a rochas metaultramáficas (Angeli & Choudhouri 1985), e o ainda pouco explorado potencial mine- ral dos complexos ofiolíticos (Suita et al. 2004, Queiroga et al. 2006).

O DISTRITO FERRÍFERO NOVA AURORA, NOR- TE DE MINAS GERAIS

Depósitos de ferro são conhecidos na região norte de Minas Gerais desde o início do século 20, mas os primeiros trabalhos prospectivos de porte datam da década de 1970 (Schobbenhaus 1972, Viveiros et al. 1978, Vilela 1986). Na área de ocor- rência dos depósitos de ferro, o Grupo Macaúbas foi subdividido em formações Rio Peixe Bravo, ba- sal, composta de quartzitos e metapelitos, e Nova Aurora, no topo, constituída de metadiamictitos, metadiamictitos ferruginosos, quartzito e raro metapelito (Viveiros et al. 1978). O Membro Ria- cho Poções, rico em metadiamictitos ferruginosos, foi individualizado como portador do minério de ferro da Formação Nova Aurora (Viveiros et al.

1978).

O mapeamento geológico sistemático da região foi realizado, em escala 1:100.000, no âmbito do Projeto Espinhaço (Grossi-Sad et al. 1997), desta- cando-se as folhas Padre Carvalho (Mourão & Gros- si-Sad 1997) e Rio Pardo de Minas (Roque et al.

1997) onde se situa a área-tipo do Membro Ria-

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cho Poções (Fig. 4). Apesar do esforço despendi- do para se mapear estas folhas na escala referi- da, elas revelam pouco mais do que já se conhe- cia sobre a distribuição das formações ferríferas, em decorrência da presença de extensos chapa- dões cobertos por solos elúvio-coluvionares, e da enorme dificuldade de acessos ao interior e bor- das desses platôs na época de realização do pro- jeto. Em tal situação geomorfológica, imagens dos mais diversos sensores remotos também pouco auxiliam para mapear a real extensão do Membro Riacho Poções (Voll 2014).

De fato, foram os levantamentos aerogeofísi- cos realizados pela Companhia de Desenvolvimen- to Econômico de Minas Gerais (CODEMIG, Área 8, 2006) que revelaram marcantes anomalias mag- néticas, boa parte das quais corresponde aos metadiamictitos ferruginosos e formações ferrífe- ras do Membro Riacho Poções, mesmo onde estas rochas estão encobertas sob os chapadões da região (comparar mapas geológico e geofísico, Fig.

4). Isso levou a uma verdadeira “corrida do ferro”

na região de tal forma que, hoje, são conhecidas em sub-superfície extensões muito maiores das camadas de metadiamictitos ferruginosos e forma- ções ferríferas associadas em relação aos traba- lhos prospectivos pioneiros de Viveiros et al.

(1978). Empresas, como a Sul Americana de Me- tais (SAM), Mineração Minas Bahia (MIBA) e VALE, têm trabalhos exploratórios avançados, susten- tados por milhares de furos de sonda que reve- lam reservas superiores a vinte bilhões de tone- ladas de minério de ferro de baixo a médio teor (Porto 2013), em uma região de baixíssima densi- dade demográfica.

Geologia do Distrito Ferrífero Nova Aurora

As grandes unidades estratigráficas da região do Distrito Ferrífero Nova Aurora são as formações Rio Peixe Bravo, Nova Aurora e Chapada Acauã, do Grupo Macaúbas, e as coberturas cenozóicas que ocorrem em chapadas (Fig. 2 e 4). Entretan- to, os grandes depósitos de ferro parecem estar restritos ao Membro Riacho Poções da Formação Nova Aurora, embora existam ocorrências de for- mação ferrífera diamictítica na Formação Chapada Acauã Inferior (Grossi-Sad et al. 1997).

A Formação Nova Aurora (Fig. 2, 3 e 4) é com- posta por metadiamictitos, com intercalações de quartzitos e metapelitos (filitos a xistos micáceos

e granatíferos), incluindo o conjunto dominado por metadiamictito ferruginoso e metadiamictito sul- fetado, com intercalações de formação ferrífera diamictítica, quartzito e filito hematíticos do Mem- bro Riacho Poções. Este membro situa-se na por- ção basal da Formação Nova Aurora, seguido por espesso pacote de metadiamictito não ferrugino- so (Vilela 2010). A espessura do Membro Riacho Poções foi estimada em aproximadamente 600m (Viveiros et al. 1978; Grossi-Sad et al. 1997, Uh- lein et al. 1999), mas é difícil uma avaliação preci- sa devido a intensa e complexa deformação regi- onal. Os metadiamictitos da Formação Nova Auro- ra, incluindo o Membro Riacho Poções, são inter- pretados como depósitos glácio-marinhos do Cri- ogeniano (Pedrosa-Soares et al. 2011b).

Na área do distrito são reconhecidos três acer- vos de estruturas tectônicas, os quais estão rela- cionados a três fases de deformação (Uhlein 1991, Pedrosa-Soares et al. 1992, Mourão & Grossi-Sad 1997, Roque et al. 1997, Marshak et al. 2006, Vile- la 2010). A primeira fase (D1), correspondente à principal deformação dúctil regional, se caracteri- za pela foliação principal (S1) de direção NNE e mergulho entre 15º e 50º para ESE. A foliação S1 é uma xistosidade paralela ao plano axial de do- bras apertadas a isoclinais, geralmente transpos- tas e rompidas, vergentes para oeste. Uma mar- cante lineação de estiramento de seixos é parale- la à lineação mineral contida em S1 (Fig. 5). Os in- dicadores cinemáticos relacionados às estruturas D1 indicam transporte tectônico para oeste, rumo ao Cráton do São Francisco. A segunda fase de deformação (D2) se caracteriza pela foliação S2 que mergulha em torno de 45º para oeste. S2 se ca- racteriza como xistosidade ou clivagem de crenu- lação paralela ao plano axial de dobras assimétri- cas, em cascata, vergentes para leste (Fig. 5).

Paralelas a S2, ocorrem falhas normais tardias com blocos de capa deslocados para leste. As estrutu- ras e transporte tectônico relacionados à fase de deformação D2 caracterizam uma larga zona de ci- salhamento dúctil-rúptil com movimentação normal, a Zona de Cisalhamento Chapada Acauã, que aco- modou deslocamentos associados ao colapso gra- vitacional do Orógeno Araçuaí (Alkmim et al. 2006, Marshak et al. 2006). A terceira fase deformacio- nal (D3) representa a deformação rúptil regional, caracterizada por dois sistemas de fraturas bem espaçadas, direcionados a NW e NE, que se asso- ciam às grandes flexuras regionais (Vilela 2010).

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Figura 4 - Mapas geológico e magnetométrico (amplitude do sinal analítico) da área coberta pelas folhas Padre Carvalho e Rio Pardo de Minas. As cartas geológicas são de Mourão & Grossi-Sad (1997) e Roque et al.

(1997). Os dados magnetométricos são da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG, Área 8, 2006).

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Petrografia e Mineragrafia de Depósitos de Fer- ro da Formação Nova Aurora.

Apresenta-se uma síntese dos estudos reali- zados por Vilela (2010), atualizada com dados coletados posteriormente. As rochas adiante des- critas foram amostradas em afloramentos e tes- temunhos de sondagem, situados em áreas pros- pectadas pela SAM (Sul Americana de Metais S/A).

Estas áreas encontram-se no domínio de grandes chapadas dissecadas por vales íngremes, escul- pidos por drenagens que, atualmente, são inter- mitentes em sua maioria. As áreas têm como subs- trato a Formação Nova Aurora, incluindo seu Mem- bro Riacho Poções. Nas áreas amostradas, o Mem- bro Riacho Poções é representado por variedades de metadiamictito ferruginoso (a hematita e/ou magnetita) que podem atingir teores de ferro aci- ma de 15% (em peso), classificando-se como for- mação ferrífera diamictítica. A rocha regional, en- caixante das camadas ferruginosas, é um metadi- amictito com pequena concentração de ferro total (< 5% em peso). Os termos intermediários entre a formação ferrífera diamictítica s.s. (> 15% Fe) e o metadiamictito encaixante (< 5% Fe) são tam- bém incluídos no Membro Riacho Poções.

Metadiamictito Encaixante (ou Regional)

Trata-se de um metarrudito suportado pela matriz que ocorre na base e no topo da sucessão litológica portadora de minério de ferro, parecen- do ser bem mais espesso no topo (Fig. 3). A abun- dante matriz do metadiamictito encaixante é cin- za-azulada a bege, localmente esverdeada, e en- volve clastos mal selecionados em composição e tamanho. Esta matriz, cuja granulação média va- ria desde menor que 0,01mm até 0,5mm, é com- posta por quartzo, muscovita, biotita e/ou clorita, com carbonato e feldspato subordinados. O quart- zo está geralmente recristalizado, com formas poligonais a estiradas segundo a lineação conti- da em S1. Os grãos de quartzo menores foram mais afetados pela deformação e recristalização, mas os maiores podem apresentar características se- dimentares preservadas, como formas arredonda- das. Os filossilicatos (muscovita, biotita e clorita) mostram hábitos fibroso a ripiforme, definem as foliações S1 e S2, e envolvem os demais grãos da matriz e os clastos. O carbonato da matriz apre- senta formas poligonais ou está orientado segun- Figura 5 - Estruturas de rochas da Formação Nova

Aurora (indica-se a direção E-W na foto inferior): A, metadiamictito hematítico, mostrando estiramento de seixos de carbonato (creme a ocre), quartzito e quartzo leitoso; B, metadiamictito hematítico com intercalações de quartzito que marcam a estratifica- ção reliquiar, à qual se paraleliza a xistosidade regio- nal S1 que, de forma mais nítida na porção cinza (rica em hematita), é cortada pela foliação de crenulação S2 (observar, logo acima da escala, que lâminas quart- zíticas e seixos estão transpostos na direção de S2);

C, fotomicrografia de um metapelito, mostrando a relação entre as foliações S1 e S2 (nicóis cruzados).

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do a foliação, parecendo ser predominantemente metamórfico. Poucos grãos de carbonato da ma- triz têm características que podem ser detríticas, embora clastos de carbonato do tamanho de grâ- nulo a seixo são frequentemente encontrados no metadiamictito. Dentre os feldspatos, o plagioclá- sio predomina sobre feldspato potássico, sendo ambos detríticos, com formas arredondadas de bordas sinuosas preservadas, embora ligeiramen- te estiradas. A maioria dos grãos de feldspato está significativamente fraturada e alterada por saus- suritização e sericitização.

Os principais minerais acessórios da matriz do metadiamictito regional são epidoto, apatita e tur- malina, mas também ocorre zircão, rutilo e mine- rais opacos (óxidos de ferro, sulfetos). O epidoto, metamórfico, está estirado e envolto por musco- vita fibrosa. A apatita é predominantemente de- trítica, pois se apresenta em grãos arredondados e fraturados. Apatita metamórfica é rara, tem há- bito prismático com seção basal euédrica e está orientada segundo a foliação. A turmalina detríti- ca caracteriza-se por formas arredondadas, mas sua geração metamórfica, que ocorre na porção mais fina da matriz, apresenta seção basal trigo- nal e hábito prismático.

Quando prevalece clorita e biotita, em relação à muscovita, o metadiamictito torna-se esverdea- do e contém sulfetos (pirita, pirrotita e rara calco- pirita) disseminados na matriz e estirados segun- do a foliação. Ocorrem porfiroblastos de granada que ultrapassam 1 mm de diâmetro. O metadia- mictito esverdeado apresenta menor quantidade de clastos.

O metadiamictito regional contém quantidades muito variadas de clastos de carbonato, quartzo, quartzito, metapelito (filito e xisto), gnaisse e gra- nitóide, os quais variam de tamanho entre grânu- lo e matacão, predominando os seixos. Os clastos de carbonato, quartzo, quartzito e metapelito es- tão geralmente estirados paralelamente à direção do mergulho da foliação S1, materializando a mar- cante lineação de estiramento regional que tam- bém se manifesta nos metadiamictitos ferrugino- sos (Fig. 5). Nas raras zonas de menor deforma- ção, os clastos estão preservados e apresentam formas angulares a arredondadas, sem orientação.

Litotipos do Membro Riacho Poções

Esta subunidade da Formação Nova Aurora é

caracterizada pela grande abundância de metadi- amictito ferruginoso, ocorrendo amplo espectro de variações composicionais entre os termos hema- títicos e magnetíticos (Vilela 2010). O contato ba- sal do Membro Riacho Poções se caracteriza por zona de cisalhamento dúctil onde ocorrem recris- talização e reconcentração de especularita e/ou magnetita. Nesta zona de contato basal, a quan- tidade de especularita pode alcançar até 60% (em volume) da matriz do metadiamictito hematítico e aparecem porfiroblastos de magnetita de granu- lação grossa (> 1mm), geralmente deformados e rotacionados. Da base ao topo, a partir do conta- to rico em especularita e/ou magnetita, o Membro Riacho Poções caracteriza-se pela predominância de metadiamictito hematítico com teor de ferro variável, mas decrescente rumo ao topo (Fig. 6).

A quantidade de hematita da matriz do meta- diamictito hematítico varia entre 5% e 60%. He- matita e micas ocorrem em concentrações inver- samente proporcionais, observando-se em cam- po a clara diminuição na concentração de hemati- ta rumo ao topo mais enriquecido em mica. O me- tadiamictito hematítico possui trama similar à do metadiamictito encaixante, mas contém quantida- des significativas de hematita em detrimento das micas e outros minerais. A hematita ocorre disse- minada na matriz do metadiamictito, e se concen- tra em lâminas, bandas e lentes correspondentes às foliações S1 e S2, mostrando características di- ferentes em cada caso (Fig. 5 e 7). A hematita é relativamente fina na matriz de lentes e camadas que corresponderiam à estratificação original, mas apresenta granulação maior nas lâminas e ban- das resultantes das fases de deformação e meta- morfismo que originaram as foliações S1 e S2. A concentração de hematita em S2 pode formar um marcante bandeamento metamórfico, discordan- te de S1, que é destacado pela alternância de lâ- minas ricas em especularita com lâminas compos- tas de quartzo, muscovita e hematita. A hematita especular fina raramente excede 0,1mm de com- primento e ocorre na matriz do metadiamictito.

Esta hematita especular fina materializa, juntamen- te com as micas, a foliação S1 da matriz, na qual forma arranjos anastomosados, envolvendo grãos de quartzo, feldspato e carbonato (Fig. 7A,B). A hematita especular grossa alcança 1mm de com- primento e se concentra em lâminas correspon- dentes às foliações S1 e S2 (Fig. 7C,D). Quartzo, carbonato e micas ocorrem estirados paralelamen-

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Figura 6 - Perfis de três furos de sonda e sua correlação, mostrando a variação dos conteúdos de hematita (em volume) para parte do Membro Riacho Poções (Vilela 2010). Diamictito refere-se ao metadiamictito regional, ou encaixante (estéril). O metadiamictito hematítico apresenta quantidades variadas de magnetita.

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te às lâminas ricas em especularita. Hematita gra- nular também ocorre na matriz do metadiamictito, mas em quantidades muito inferiores às demais variedades.

Magnetita, parcial a totalmente martitizada, geralmente não passa de 2% em relação ao volu- me de matriz do metadiamictito hematítico (à ex- ceção de zonas de cisalhamento onde ocorre en- riquecimento em magnetita). A magnetita pode atingir 2cm de diâmetro e ocorre disseminada na matriz ou associada à lâminas e bandas ricas em hematita especular grossa. Os cristais de magne-

tita podem se mostrar estirados, rotacionados e subgranulados, apresentando caudas de recris- talização ricas em hematita especular grossa e sombras de pressão com quartzo e/ou carbonato (Fig. 7E). Porfiroblastos euédricos a subédricos de magnetita também ocorrem disseminados na ma- triz (Fig. 7F). Quando martitizada, a magnetita mostra muitas inclusões de quartzo e outros mi- nerais.

O metadiamictito magnetítico apresenta tona- lidade cinza mais escura que o metadiamictito he- matítico e se caracteriza pelo aumento progressi-

Figura 7 - Fotomicrografias do metadiamictito hematítico em luz refletida: A, hematita especular fina ao longo da foliação S1, anastomosada, envolvendo outros componentes da matriz (predominantemente quartzo recristalizado e rara hematita granular); B, concentração de hematita especular fina em lâminas S1 (neste caso, a menor quantidade e menor tamanho dos minerais da ganga permitem uma orientação mais unifor- me da especularita); C, concentração e recristalização de especularita grossa em lâminas S2, intercaladas com lâminas pobres em hematita; D, transposição de S1 por S2, mostrando recristalização de hematita especular grossa em S2; E, porfiroblasto de magnetita martitizada, estirado e subgranulado, com cauda de recritalização de especularita; F, porfiroblasto idiomórfico de magnetita martitizada, isolado na matriz do metadiamictito hematítico.

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Figura 8 - Fotomicrografias do metadiamictito magnetítico: A (luz transmitida, nicóis paralelos), B (luz refle- tida); tomadas do mesmo local, mostrando porfiroblastos deformados de magnetita grossa (> 1mm), parci- almente martitizados, envoltos por quartzo e muscovita que marcam a xistosidade S1; C (luz transmitida, nicóis paralelos), D (luz refletida); tomadas do mesmo local, mostrando porfiroblastos euédricos a subédri- cos de magnetita em matriz rica em clorita (esverdeada); E (luz transmitida, nicóis paralelos), F (luz refleti- da); tomadas do mesmo local, magnetita euédrica a subédrica, de granulação fina a média (< 0,3 mm), disseminada em matriz rica em quarto.

vo na quantidade de magnetita em relação à de hematita (que pode estar ausente deste tipo de minério). A magnetita é geralmente porfiroblásti- ca e pode atingir 2mm de diâmetro, predominan- do granulação maior que 0,7mm. Apesar da defor- mação da matriz, a magnetita geralmente se apre- senta pouco ou nada deformada. Quando defor- mada, a magnetita orienta-se paralelamente à foliação S1 que é materializada por quartzo estira- do, mica e hematita fina (Fig. 8A,B). Porfiroblastos

euédricos a subédricos de magnetita com até 1mm de diâmetro, assim como magnetita fina, ocorrem disseminados na matriz (Fig. 8C a 8F). O metadia- mictito magnetítico pode ser bandado, com ban- das de cor cinza, ricas em magnetita, intercaladas com bandas mais ricas em quartzo e muscovita. A quantidade de hematita especular aumenta nas bandas ricas em magnetita. Quando em tons es- verdeados, o metadiamictito magnetítico apresen- ta aumento na concentração de clorita e biotita

(13)

(Fig. 8C,D). Poiquiloblastos de granada ocorrem nas bandas clorítico-biotíticas mais espessas e com menos magnetita. A quantidade de sulfetos (pre- dominantemente pirita) parece aumentar na pas- sagem do metadiamictito magnetítico para o me- tadiamictito regional que, também, se apresenta sulfetado. Semelhantemente à magnetita, os sul- fetos podem estar presentes na forma de porfiro- blastos subédricos a euédricos (geralmente cúbi- cos), com granulação inferior a 1 mm, ou estira- dos e concentrados ao longo da xistosidade S1.

Geoquímica dos litotipos ferruginosos e rochas associadas

Foram selecionadas 26 amostras de testemu- nhos de sondagem para análises litoquímicas, re- presentativas das variações composicionais dos metadiamictitos ferruginosos e regional (encaixan- te). Na seleção das amostras dos metadiamictitos evitaram-se alterações intempéricas e, após a completa remoção dos clastos, foi analisada so- mente a matriz. Os dados analíticos completos estão em Vilela (2010). Os conteúdos de ferro são sempre referidos como Fe2O3 (ferro total oxidado).

Os metadiamictitos analisados são compostos, principalmente, por sílica e óxido de ferro (48,08%

< SiO2+Fe2O3 < 95,37%), com SiO2 variando entre 13,24% e 88,50%, e Fe2O3 de 2,12% a 78,02%

(Fig. 9A). A variação no conteúdo de Al2O3 reflete, essencialmente, diferenças na quantidade total de mica e granada, ou seja, na contribuição argilosa dos protolitos sedimentares. Neste aspecto, os estudos petrográficos e mineragráficos demons- tram que o aumento em hematita e/ou magnetita se correlaciona com a diminuição na quantidade de mica dos metadiamictitos.

O metadiamictito encaixante (regional) apre- senta SiO2 entre 34,57% e 88,50%, e Fe2O3 de 2,12% a 20,81%. Os demais componentes totali- zam entre 6,25% e 21,98%, com destaque para Al2O3, MgO, CaO e K2O que alcançam até 12,03%, 2,37%, 3,61% e 3,79%, respectivamente. O mai- or valor de Fe2O3 (20,81%) no metadiamictito regi- onal é de uma amostra muito rica em clorita, bioti- ta e granada. As bandas cloríticas do metadiamic- tito encaixante têm composição média mais com- plexa, dada por 36,08% SiO2; 13,84% Fe2O3; 2,49% TiO2; 22,83% Al2O3; 0,12% MnO; 10,71%

MgO; 1,49% CaO; 0,65% Na2O; 3,99% K2O; 0,37%

P2O5; e 0,05% Cr2O3. Os altos teores relativos de

ferro, magnésio e cromo sugerem contribuição vulcânica-vulcanoclástica para as bandas cloríticas.

Os metadiamictitos ferruginosos do Membro Riacho Poções apresentam teores de SiO2 variá- veis entre 13,24% e 78,01%, e de Fe2O3(total) de 10,88% a 78,02%. Os maiores teores ocorrem no metadiamictito hematítico rico em lâminas com alta concentração de especularita e magnetita. Nas análises realizadas, o Fe2O3 varia de 17,02% a 37,75% no metadiamictito hematítico, e entre 10,88% e 21,66% para o metadiamictito magnetí- tico. Os demais componentes químicos dos meta- diamictitos ferruginosos (TiO2+ Al2O3+ MnO + MgO + CaO + Na2O + K2O + P2O5+ Cr2O3) somam entre 2,94% e 21,91%. Destaca-se que Al2O3, MgO e CaO alcançam até 12,04%, 4,23% e 7,22%, respecti- vamente. Para comparação, de uma mesma amos- tra de metadiamictito hematítico analisou-se a matriz com hematita disseminada (Fe2O3 ~ 38%), e uma banda metamórfica rica em especularita e magnetita (Fe2O3 ~ 66%), cujos resultados eviden- ciam o marcante papel do metamorfismo na re- concentração do ferro. O principal contaminante identificado nos metadiamictitos ferruginosos é o fósforo, com teores de até 0,4%, sendo que a apatita é o único mineral de fósforo nas amostras analisadas.

Os dados litoquímicos dos metadiamictitos fer- ruginosos do Membro Riacho Poções mostram sig- nificativa correlação com as médias composicionais de outros depósitos de ferro contidos em diamic- titos glaciogênicos do Neoproterozóico (Fig. 9).

Independentemente de serem mais ou menos metamorfisados, os exemplos comparados são compostos predominantemente de sílica e óxido de ferro. Aparentemente, o Membro Riacho Poções se mostra, em média, como o mais pobre em ferro ao ser comparado com as formações ferríferas dos grupos Rapitan, Umberatana e Urucum (Fig. 9A).

Talvez isso se deva ao fato de se ter considerado os dados de metadiamictitos ferruginosos com menos de 15% de ferro, ao passo que as análises dos demais depósitos referem-se somente a for- mações ferríferas. Para os demais elementos mai- ores (CaO a P2O5), a correlação entre estes depó- sitos de ferro é estreita (Fig. 9A).

Normalizadas ao North American Shale Compo- site (NASC), os conteúdos de Elementos Terras Raras (ETR) das amostras de metadiamictitos do Membro Riacho Poções mostram grande variação, desde um padrão de distribuição próximo ao NASC

(14)

até termos extremamente empobrecidos em ETR e com significativo fracionamento dos ETR leves em relação aos pesados (Fig. 9B). O forte empo- brecimento em ETR, assim como o fracionamento entre ETR leves e pesados, indica a influência da grande quantidade de quartzo e óxidos de ferro relativamente à escassez em micas, além de vari- ações nos conteúdos de apatita. Desta forma, a ampla variação nos padrões de distribuição de ETR dos metadiamictitos ferruginosos do Membro Ria- cho Poções sugere a concorrência de fatores rela- cionados à composição dos protolitos sedimenta- res e às modificações metamórficas associadas às fases deformacionais D1 e D2, uma vez que estas causaram significativas variações nas quantidades relativas de óxidos de ferro, micas e quartzo.

Em termos de correlação com outros depósitos de ferro associados a diamictitos glaciogênicos (Fig.

9B), o padrão médio de distribuição de ETR do Membro Riacho Poções mais se assemelha às formações ferríferas do Grupo Umberatana (ambos mais próximos do NASC) do que às formações ferrí- feras dos grupos Rapitan e Urucum, ambos bem mais empobrecidos e fracionados em relação ao NASC.

Figura 9 - Representação litoquímica da matriz dos metadiamictitos ferruginosos do Membro Riacho Po- ções e do metadiamictito regional da Formação Nova Aurora (dados em Vilela 2010), em comparação com formações ferríferas dos grupos Rapitan (Klein & Beu- kes 1993), Umberatana (Lottermoser & Ashley 2000) e Urucum (Klein & Ladeira 2004). A, diagrama de variação para elementos maiores; B, padrões de dis- tribuição de ETR normalizados ao NASC (com valores de Gromet et al. 1984).

COMENTÁRIOS FINAIS

Associados aos conjuntos litológicos neopro- terozóicos e cambrianos do Orógeno Araçuaí, são os bens minerais não–metálicos, tais como gemas, minerais industriais (grafita, e minerais para in- dústria cerâmica e vidreira) e rochas ornamentais, que mais têm se destacado no cenário econômico da região (Fig. 1). Dentre os bens minerais metá- licos com minas em atividade, destacam-se os peg- matitos litiníferos da Companhia Brasileira de Lí- tio, na região de Araçuaí, e os depósitos de man- ganês do Grupo Macaúbas na Serra do Espinhaço Meridional. Embora estejam fora do escopo deste capítulo, o item “Sumário dos Recursos Minerais do Orógeno Araçuaí” oferece ao leitor referências bibliográficas sobre todos estes depósitos mine- rais, dentre outros.

Na Faixa Araçuaí, que compõe parte do oróge- no homônimo, ocorrem os grandes depósitos de ferro relacionados a metadiamictitos do Grupo Macaúbas, constituindo o Distrito Ferrífero Nova Aurora, principal foco do presente capítulo (Fig. 4).

Os metadiamictitos ferruginosos constituem o Membro Riacho Poções da Formação Nova Aurora, uma das unidades glácio-marinhas do Grupo Ma- caúbas. As rochas com teores significativos de ferro são metadiamictitos enriquecidos em hematita e/

ou magnetita ao longo de zonas mais deforma- das, com destaque para a zona de cisalhamento basal do Membro Riacho dos Poções, originadas durante as fases de deformação D1 e D2 (Fig. 6, 7 e 8). Portanto, as formações ferríferas do Membro Riacho Poções são, de fato, rochas metassedimen- tares detríticas (metadiamictitos) enriquecidas em ferro por processos tectono-metamórficos relaci- onados à Orogenia Brasiliana. A concentração pri- mária de ferro nas camadas diamictíticas parece estar relacionada a processos glaciogênicos, em- bora não se descarte uma possível contribuição relacionada a vulcanismo. A despeito dos diver- sos projetos privados que há tempos vêm sendo anunciados pela mídia, o Distrito Ferrífero Nova Aurora ainda não tem mina em atividade. Este grande conjunto de depósitos de ferro que conte- ria mais de vinte bilhões de toneladas de minério de baixo a médio teor, se coloca, portanto, como uma nova fronteira para o setor mineral brasileiro.

Agradecimentos A.C. Pedrosa-Soares, Francisco Vilela e Eliane Voll agradecem a Manoel Barretto

(15)

da Rocha Neto e Hardy Jost pelo convite e incenti- vo para participar desta obra, e a Sul-Americana de Metais (SAM) pelo inestimável apoio à sua ativi- dade científica. Dedicamos este capítulo aos sau- dosos professores, colegas e amigos Maria da Gló- ria da Silva, Carlos Maurício Noce, Augusto Pedrei- ra e Marcel Dardenne.

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