Célio da Costa Barros
Auditor Federal de Controle Externo – 2.574-7 TCU - Secex/RN
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Segundo La Forgia e Couttolenc (2009, p. 20), a reforma sanitária,
ocorrida durante a maior parte dos anos 80 e o começo dos anos 1990, redefiniu as responsabilidades e papeis dos diferentes níveis de governo e instituições públicas no sistema de saúde.
Esses movimentos significativos de propostas de mudança na
estrutura, organização e financiamento da saúde carrearam pela inserção do SUS na CF – Capítulo II – DA SEGURIDADE SOCIAL -
Seção II – Da Saúde, arts. 196 a 200, que, em 19/9/1990, foi
regulamentado por meio da Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990).
Historicamente, o SUS se estrutura e é operado a partir de um
arcabouço jurídico composto por vasta legislação, principalmente, advinda do MS, tendo algumas delas impactado significativamente a evolução desta política pública.
2. Evolução Normativa do SUS
Normas Assunto
Constituição Federal Institui o Sistema Único de Saúde (Seção II – Da Saúde, arts. 196 a 200).
Lei 8.080/1990 LOS – Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e
funcionamento do SUS.
Lei 8.142/1990 Participação da comunidade na gestão do SUS e transferências intergovernamentais. Decreto 99.438/1990 Organização e atribuições do Conselho Nacional de Saúde.
NOB 1991 Foco na Municipalização e criação das Tabelas SIA/SUS e SIH/SUS.
NOB 1993 Transferência automática de recursos financeiros, fundo a fundo, e previsão de quatro formas de gestão: Incipiente, Parcial, Semiplena e Plena.
NOB 1996 Consolidação do pleno exercício do poder público municipal, a caracterização das atribuições de cada
nível de gestão, a reorganização do modelo assistencial com forte incentivo à AB e a diminuição dos repasses por produção, aumentando os repasses fundo a fundo. Coexistindo duas formas de gestão: Plena de Atenção Básica e Plena do Sistema Municipal.
NOAS 2001/2002
Regionalização e Organização da Assistência; Fortalecimento da Capacidade de Gestão do SUS e Revisão de Critérios de Habilitação de Estados e Municípios.
Pacto pela Saúde – Portaria GM 699/2006
É um conjunto de instrumentos que vão desde a repolitização do debate do SUS até a qualificação do controle social, permitindo o seu acompanhamento através de metas e responsabilidades claras. Contempla três dimensões: (a) Pacto pela Vida; (b) Pacto em Defesa do SUS; e (c) Pacto de Gestão do SUS.
Emenda Constitucional 29/2000
Altera os arts. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da CF e acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.
Decreto 7.508/2011 Regulamenta a LOS, para dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.
Lei Complementar 141/2012
Regulamenta o § 3o do art. 198 da CF para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados
anualmente em saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo.
3. O Decreto 7.508/2011
a) Definição de Região de Saúde; b) Criação do Mapa de Saúde; c) Plano de Saúde;
d) Disponibilização da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (Renases) e da Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) à população;
e) Fortalecimento da Governança do SUS – reconhece as Comissões
Intergestores Tripartite (CIT) e Bipartite (CIB) e cria a Comissão Intergestores Regional (CIR); e
f) Instituição do Contrato Organizativo de Ação Pública (Coap), em que os municípios, estados e União, deixarão claras as responsabilidades de cada um para com as ações e serviços do SUS, aprimorando os processos implantados pelo Pacto pela Saúde.
4. A Lei 141/2012
a) Estabelece os valores mínimos a serem aplicados anualmente pelos entes federativos, provendo as garantias do financiamento da saúde pública. A União deve aplicar o montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, acrescido de, no mínimo, o percentual da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB); os Estados e Distrito Federal têm a obrigação de aplicar 12% de suas arrecadações de impostos. Para os municípios, este percentual é 15% da arrecadação dos impostos;
b)Esclarece o que são gastos com saúde no tocante à necessária separação das atividades condicionantes e determinantes da saúde, daquelas que são atribuições específicas do SUS; e
c)Promove a Transparência, Visibilidade da Gestão da Saúde, Fiscalização, Avaliação, Controle e Prestação de Contas.
(LRF 101/2000, Lei Complementar 131/2009, Lei de Acesso À Informação 12.527/2011 e Comissão Nacional da Verdade Lei 12.528/2011)
5. AUDITORIAS DO TCU
Teoria da Agência
Assim, como nas grandes organizações corporativas, onde a
propriedade acionária está normalmente dissociada da
administração do negócio, e onde os interesses dos sócios
devem ser preservados, no setor público, os interesses da
sociedade devem ser protegidos e ao gestor desses
recursos cumpre adotar comportamento estritamente
pautado pelo interesse público, cabendo ao Controle intervir
sempre que houver desvio em relação ao esperado pelos
responsáveis finais (BARROS, 2014).
6. AUDITORIAS DO TCU NO RN
ACÓRDÃO 2788/2009 - Determinou 81 auditorias no
SUS. O RN fez Gestão Plena MAC (Natal - TC
018.428/2010-0
– AC 899/2012-Pl., Mossoró – TC
018.427/2010-3 - - AC 1.471/2012-Pl. e Caicó
– TC
018.426/2010-7 – AC. 975/2012 – Pl.).
HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS (2009) FOC
– TC
013.947/2009-7 - ACORDÃO 334/2010-Plenário
HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS (2012): Controles Internos
(COSO) Licitações e Contratos
– TC 009.914/2012-9 –
6. AUDITORIAS DO TCU NO RN
PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE NO RN (2013) -
Gestão Estadual de Saúde, AB e MAC – TC 010.568/2013-1
– ACÓRDÃO Nº 91/2014 - TCU – Plenário;
RELATÓRIO SISTEMÁTICO DE FISCALIZAÇÃO DA
SAÚDE 2013
– TC 032.624/2013-1 – ACÓRDÃO
693/2014-Plenário
– RN (Hospital Walfredo Gurgel, Giselda
Trigueiro, Rui Pereira e Santa Catarina);
MAIS MÉDICOS (2014) RN (São Miguel do Gostoso,
Extremoz, Currais Novos, Vila Flor, Pau dos Ferros, Apodi,
Fernando Pedroza e São José do Campestre) e PE (Recife,
Moreno, Surubim, Caruaru e Goiana), Concluída em
Julho/2014 - Aguardando julgamento;
6. AUDITORIAS DO TCU NO RN
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA (2014): armazenamento,
distribuição e dispensação dos medicamentos Ceaf
– RN
(Caicó, Assu, Mossoró e Pau dos Ferros) e PB (João
Pessoa, Campina Grande e Guarabira)
– Previsão de
Conclusão 29/8/2014.
PROCESSOS
DE
PAGAMENTO
DE
MEDICAMENTOS(2014): Sesap/RN
– TC – 012.022/2012-8
Obrigado celiocb@tcu.gov.br
Secretaria de Controle Externo no Rio Grande do Norte