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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS - UNASUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS. Departamento de Medicina Social. Especialização em Saúde da Família

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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS - UNASUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Departamento de Medicina Social Especialização em Saúde da Família

Modalidade à Distância

Melhoria da atenção à saúde bucal dos escolares de 4 a 18 anos, das escolas localizadas na região de abrangência da UBS “ESF II”, no

município de Trindade do Sul/RS.

Henrique Cesca

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Henrique Cesca

Melhoria da atenção à saúde bucal dos escolares de 4 a 18 anos, das escolas localizadas na região de abrangência da UBS “ESF II”, no

município de Trindade do Sul/RS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família – Modalidade a Distância – UFPEL/UNASUS, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Saúde da Família.

Orientadora: Nailê Damé-Teixeira

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C421m Cesca, Henrique

CDD : 362.14 Elaborada por Gabriela N. Quincoses De Mellos CRB: 10/1327 Melhoria da Atenção à Saúde Bucal dos Escolares de 4 a 18 anos, das escolas localizadas na região de abrangência da UBS “ESF II”, no município de Trindade do Sul/RS / Henrique Cesca; Nailê Damé-Teixeira, orientador(a). - Pelotas: UFPel, 2015.

102 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Saúde da Família EaD) — Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Pelotas, 2015.

1.Saúde da Família. 2.Atenção Primária à Saúde. 3.Saúde Bucal. 4.Escolar. 5.Prevenção. I. Damé-Teixeira, Nailê, orient. II. Título

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Dedico este trabalho a minha família, meus pais, minhas irmãs, também a todos os colegas e amigos que me apoiaram durante este ano.

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Agradecimentos

A Deus, pois ele é responsável por tudo que conquistei. A minha família, pelo incentivo constante.

Aos meus pais, pelo apoio, pelas instruções e incentivo para continuar buscando os meus sonhos.

As minhas irmãs, que tenho como exemplo, e pelo auxilio sempre que necessitei.

Aos meus colegas de trabalho, que propiciaram um ambiente com uma convivência harmônica, e sempre se mostraram colaborativos.

A minha orientadora, pela disposição e esclarecimentos durante toda a trajetória.

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Lista de Abreviaturas / Siglas

ACS – Agente Comuntário de Saúde

ASB – Auxiliar de saúde bucal

CAP - Caderno de Ações Programáticas CD – Cirurgião Dentista

CEO – Centro de Especialidades Odontológicas

DM – Diabete Mellitus

ECM - Exame clínico das mamas ESF – Estratégia de Saúde da Família

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

LRPD - Laboratório Regional de Prótese Dentária MS – Ministério da Saúde

NAAB – Núcleo de Apoio e Atenção Básica

PA – Pressão Arterial

PIM - Primeira Infância Melhor

SAMU – Serviços de Atendimento Móvel de Urgência

SIAB – Sistema Informatizado da Atenção Básica

SUS - Sistema Único de Saúde

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Sumário

Resumo ... 8

Apresentação... 9

1. Análise Situacional ... 6

1.1 Situação da ESF/APS em meu serviço ... 6

1.2 Relatório da Análise Situacional ... 8

1.3 Comparativo entre o texto inicial e o relatório ... 25

2 Análise Estratégica ... 27 2.1 Justificativa ... 27 2.2 Objetivos e Metas ... 29 2.2.1 Objetivo Geral ... 29 2.2.2 Objetivos Específicos ... 29 2.2.3 Metas ... 29 2.3 Metodologia ... 31

2.3.1 Detalhamento das ações ... 31

2.3.2 Indicadores ... 33

2.3.3 Logística ... 36

2.3.4 Cronograma ... 39

3 Relatório da Intervenção ... 42

3.1 Atividades previstas no projeto que foram desenvolvidas, examinando as facilidades e dificuldades encontradas e se elas foram cumpridas integralmente ou parcialmente. ... 42

3.2 As ações previstas no projeto que não foram desenvolvidas, examinando as facilidades e dificuldades encontradas e se elas foram cumpridas integralmente ou parcialmente. ... 55

3.3 Dificuldades encontradas na coleta e sistematização de dados relativos à intervenção, fechamento das planilhas de coletas de dados, cálculo dos indicadores. ... 55

3.4 Análise da viabilidade da incorporação das ações previstas no projeto à rotina do serviço descrevendo aspectos que serão adequados ou melhorados para que isto ocorra. ... 56

4 Avaliação da Intervenção ... 57

4.1 Resultados da Intervenção ... 57

4.2 Discussão ... 68

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4.4 Relatório da intervenção para a comunidade ... 74

5. Reflexão crítica sobre o processo pessoal de aprendizagem ... 77

6. Bibliografia ... 79

Anexos ... 81

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RESUMO

CESCA, Henrique. Melhoria da Atenção à Saúde Bucal dos Escolares de 4 a 18 anos, das escolas localizadas na região de abrangência da UBS “ESF II”, no município de Trindade do Sul/RS. 2015. 102 f.; il. Trabalho de

Conclusão Curso – Especialização em Medicina de Família – UnaSUS,

Departamento de Medicina Social, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015.

O presente trabalho teve como objetivo melhorar as condições de saúde bucal dos escolares e pré-escolares visando torná-los adultos mais saudáveis, melhorando, dessa forma, a qualidade de vida dos mesmos. Após análise situacional sistemática, foi verificado que a condição de saúde bucal da população da área adstrita à UBS poderia ser melhorada com a realização de atividades coletivas tendo foco nos jovens em idade escolar. Foi verificado que um grande número de escolares se encontravam em uma situação de alto risco para a cárie dentária (56,5%). O presente trabalho teve como objetivo melhorar as condições de saúde bucal dos 203 pré-escolares e escolares entre 4 e 18 anos matriculados, nas cinco escolas localizadas na região de abrangência da UBS “ESF II”, no município de Trindade do Sul, Rio Grande do Sul. Foi pactuado ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal dos escolares, melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares, melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal, melhorar o registro das informações e promover a saúde bucal dos escolares. Ao final da intervenção, foi alcançado 87,2% de cobertura dos escolares matriculados com primeira consulta odontológica realizada. A meta de fornecer orientações sobre higiene bucal aos escolares foi uma das mais priorizadas, atingindo 100% dos escolares. O tratamento odontológico foi concluído em 92% dos escolares que realizaram a primeira consulta odontológica. Conclui-se que, apesar de dificuldades como o acesso dos escolares à UBS, a realização da intervenção melhorou significativamente a saúde bucal dos escolares participantes, pois muitos tiveram nela seu primeiro contato com um cirurgião-dentista. Além disso, diversos atendimentos foram ofertados, buscando resolver e diminuir os agravos dos principais problemas de saúde bucal apresentados pelos escolares.

Palavras-Chave: Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Saúde do Escolar; Saúde Bucal do Escolar.

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APRESENTAÇÃO

Este volume trata de Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Saúde da Família EaD da UFPel. Será apresentado uma análise situacional da UBS, análise estratégica (projeto de intervenção), relatório da intervenção, avaliação da intervenção, relatório da intervenção para a comunidade e para os gestores, uma reflexão crítica do processo de aprendizagem ao longo do curso, bibliografia, anexos e apêndice.

O objetivo desse trabalho foi avaliar e melhorar a qualidade da saúde bucal de escolares da área de abrangência em questão.

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1. ANÁLISE SITUACIONAL

1.1 Situação da ESF/APS em meu serviço

A Unidade Básica de Saúde “ESF II” localiza-se próxima à E. E. E. F. ANTONIO MANICA, na comunidade Campina de Pedra I, funciona das 07h30min às 15h sem fechar ao meio dia. A equipe de saúde da família é composta por uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, um cirurgião-dentista, uma auxiliar de saúde bucal, um agente de saúde (está de atestado) e um turno por semana um médico. Tem uma estrutura precária com algumas rachaduras, infiltrações e buracos nas paredes possibilitando a entrada de alguns animais como rãs (muito frequente), devido a estar localizada no interior (10 km da cidade) e ser estrada de chão. Também não temos transporte por parte da prefeitura, tendo que ir por conta própria, devido a isso também temos que almoçar na unidade e não recebemos ajuda por parte da prefeitura em relação a alimentação.

A unidade possui uma cozinha, dois ambulatórios (um onde está a autoclave e o computador, que não é utilizado com pacientes, e outro onde é feito curativos, remoção de pontos, preventivo, etc...), um depósito de material e de limpeza (onde está o tanque de lavar roupas), dois banheiros (um para os pacientes e outro para os profissionais), uma sala para o médico bem ampla com uma maca e um negatoscópio, o consultório odontológico, e a recepção onde tem alguns bancos para os pacientes se acomodarem, uma balança, e a farmácia onde possui uma grande variedade de medicamentos.

Conversando com os outros profissionais da unidade percebi que todos são muito bem dispostos a trabalhar no local e bem ligados com a comunidade,

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pois já conhecem uma boa parcela dos moradores da região e tem algum vínculo amizade/parentesco com as famílias.

Na parte odontológica, em dia de atendimento, são atendidos aproximadamente 6 pacientes marcados e mais 2 por ordem de chegada. Geralmente não falta material de trabalho, pois nós mesmos temos que ir buscar os materiais que faltam na unidade principal do município. A estrutura física tem algumas limitações como o fato de ser uma sala bem pequena, o compressor que está localizado muito próximo do equipo odontológico (do lado da janela) causando um barulho ensurdecedor, e a falta de técnicos, desde que foram iniciados os trabalhos na unidade foi relatado ao secretário que não tem água no equipo odontológico (aparentemente entupiu alguma mangueira) e até agora não houve nenhuma solução, limitando os trabalhos que podem ser feitos, pois não sai água do alta rotação nem da seringa tríplice.

Na parte médica são realizadas apenas consultas médicas (nenhum procedimento), na parte da enfermagem são realizados apenas curativos, suturas e coletas de material, na parte odontológica são feitas restaurações, limpeza, capeamento pulpar direto e indireto, extrações e cirurgias menores.

O posto visa em atender toda a Campina de pedras I e II e o Barra Grande, uma região bem ampla, mas com uma população pequena. A unidade atende todos que se dirigem a unidade, devido ao pequeno fluxo de pacientes e apenas na quarta-feira tem bastante movimento, pois a consulta com o médico é feita por ordem de chegada (12 consultas por ordem de chegada e 6 exames marcados). Em geral todos os pacientes são atendidos, mas infelizmente a unidade está focada mais no tratamento das doenças, tendo poucas atividades relacionadas a promoção de saúde.

Não tenho conhecimento sobre nenhum conselho local de saúde (as pessoas com quem eu conversei pra responder o questionário também não souberam me responder), apenas o conselho municipal de saúde. Os agentes comunitários de saúde (ACS) conversam com as famílias que necessitem de algum tratamento, procurando ajudá-las sempre que possível, mas cabe a cada morador decidir por conta própria o momento de ir à unidade básica procurar alguma solução para seus problemas de saúde, pois é difícil acompanhar se a família tem feito visitas frequentes nas unidades, visto que eles podem ir em

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qualquer unidade, podem ir na da própria comunidade quanto na principal, a qual eles recorrem geralmente quando não conseguem agendar consultas na unidade básica da comunidade. Existem poucos grupos organizados no município, o grupo de mulheres com histórico de problemas de saúde mental e grupo de gestantes, que geralmente se reúnem no Núcleo de Apoio à Atenção Básica (NAAB), que está localizado na região central, próximo à unidade básica principal do município, servindo como um auxiliar da atenção básica. Existe também a intenção de iniciar novos grupos no mês de abril de 2014, incluindo os familiares das mulheres com históricos de problemas de saúde mental.

1.2 Relatório da Análise Situacional

Estou atuando como cirurgião-dentista no município de Trindade do Sul, região norte do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 5.877 habitantes, Trindade do Sul possui três Unidades Básicas de Saúde (UBS), cada unidade com uma equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), uma no centro do município e duas no interior. Existe um NAAB que está localizado ao lado da UBS do centro do município. Não há Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), sendo o mais próximo localizado a 133 km de distância, na cidade de Tenente Portela. O município também não possui Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD), dificultando o acesso da população à atenção especializada.

Está situado no município, também, o Hospital Santa Rosa de Lima, porém o mesmo está com os blocos cirúrgicos interditados, pois a lavanderia não estava atendendo os requisitos mínimos. O município disponibiliza um número baixo de exames complementares, e geralmente para casos urgentes, sendo necessária a aprovação prévia deste pelo secretário municipal de saúde. Em situações de emergência, podemos contar também com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que está localizado ao lado do hospital. O atendimento especializado ou encaminhamento para este, é somente marcado na UBS principal.

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A unidade onde que estou atuando está localizada na zona rural do município, a 10 km do centro. Funciona das 07h30min até às 15h00min, e visa o atendimento da atenção básica (atenção primária), servindo como porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). A UBS não possui nenhum vínculo com instituições de ensino, apenas com a prefeitura municipal. A equipe é bem limitada, sendo que três dias por semana (segunda, terça e quinta) tem apenas uma enfermeira na UBS, a qual fica responsável por todas as atividades da UBS, desde acolhimento aos usuários, curativos, até coleta de material para exame citopatológico, além da parte administrativa. Nas quartas e sextas-feiras são realizados atendimentos médicos e odontológicos, e nestes dias também vem uma técnica de enfermagem e/ou uma faxineira para ajudar na organização.

Observado as normas do “MS 2008, Manual da Estrutura da UBS” percebi que a unidade é bastante limitada para um atendimento de qualidade para a população, pois possui uma área muito reduzida quando comparado com o ideal. Temos disponíveis na unidade: uma recepção, na qual além dos pacientes aguardarem o atendimento, é verificada a pressão arterial e feita a dispensação dos medicamentos, um consultório médico, um consultório odontológico, 2 sanitários, sendo um para os usuários e outro para a equipe, 2 salas de enfermagem, uma utilizada para o atendimento clínico da enfermeira e a outra é utilizada como sala de esterilização e é também onde fica o computador da unidade, uma cozinha onde são feitos os almoços e uma lavanderia. Praticamente todas as salas, das poucas que temos disponíveis, incluindo o corredor, estão com dimensões menores que as mínimas exigidas no manual. As paredes são de alvenaria e laváveis, porém com muitas rachaduras, enquanto o piso é de azulejo, e não possui antiderrapante. Com exceção do consultório médico que foi construído recentemente, todos os outros cômodos são pequenos e possuem rachaduras ou infiltrações, a única porta que tem largura suficiente para a entrada de uma cadeira de rodas é a da recepção, porém a mesma possui degraus e está com a fechadura estragada, para trancar somente com cadeado. Um problema antigo também é o recolhimento do lixo onde o contaminado é levado pelos próprios funcionários até a unidade principal a cada 15 dias, enquanto o lixo comum é recolhido

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apenas uma vez por mês, causando um grande acumulo e mau cheiro na frente da unidade. Além disso, não possui sanitários adequados: temos apenas 2 sanitários, sendo um para os usuários, tanto para homens quanto mulheres, e outro para a equipe.

Também não possuímos acesso facilitado à pessoas com dificuldade de locomoção, pois na frente da unidade tem muitas pedras e 2 degraus para chegar na recepção, sendo que os profissionais não tem nenhum treinamento especial de manejo de pessoas com algum tipo de deficiência, e isso torna-se um grande problema, pois a maioria dos pacientes são idosos que frequentam a unidade para buscar remédios (geralmente para hipertensão e para dor). Nessa situação, é indispensável à presença de um familiar, no caso de algum deficiente físico ou idoso com algum tipo de limitação tentar chegar na UBS.

Houve uma grande dificuldade devido à falta de manutenção do equipo odontológico, o qual ficou dois meses sem funcionar corretamente (sem água), mesmo o fato tendo sido relatado para o secretário municipal de saúde, que por sinal é cirurgião-dentista, o reparo no equipamento só ocorreu recentemente após apresentar outro problema (estourou uma mangueira, alagando o consultório cada vez que ligava o compressor) e eu me recusar a atender até que solucionassem os problemas. Isso limitou muito o atendimento, pois durante este tempo só foram feitas restaurações provisórias, restaurações definitivas em resina composta apenas em regiões estéticas utilizando uma seringa para lavar o ácido, não há refrigeração da broca sem água, causando um cheiro muito forte e dano ao dente do paciente, pois o superaquecimento pode gerar inflamação pulpar e futuramente a perda da vitalidade do dente. O barulho do compressor é muito alto, praticamente insuportável, atrapalhando não somente ao cirurgião-dentista como também a enfermeira e o médico, pois devido à falta de isolamento acústico, o barulho chega a todos os consultórios. Aparentemente a única estratégia que pode superar as deficiências de estrutura física seria uma reforma geral, visando minimizar essas dificuldades de acesso. Deve ser feita a construção de uma rampa na entrada principal para facilitar o acesso das pessoas com dificuldades de locomoção, mudar a posição do compressor de ar ou colocar um isolamento acústico, evitando o barulho intenso no consultório odontológico e na recepção/farmácia. Em seguida

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deveria ser realizada uma reforma visando à manutenção e preservação dos móveis e equipamentos que estão na unidade, evitando a entrada de animais, como rãs, que são observadas diariamente e também de ratos e raposas. Também deveria ser solicitado aos responsáveis pelo recolhimento do lixo para removerem mais frequentemente os lixos, pois devido ao longo tempo que fica na frente da unidade (é recolhido mensalmente), causa mau cheiro e atrai moscas e outros animais que procuram comida.

Apesar de ter uma estrutura bem reduzida, no quesito espaço físico, a UBS “ESF II” atende satisfatoriamente a demanda de pacientes. Observamos pelas informações conseguidas para completar o Caderno de Ações Programáticas que a grande maioria da população está sendo acompanhada de acordo com suas necessidades. A farmácia aparentemente possui uma boa variedade de medicamentos, possuindo anticoncepcionais, analgésicos para dor leve/moderada e severa, antibióticos, anti-inflamatórios, antivirais, complexos vitamínicos, antiarrítmicos, anti-hipertensivos, anticolinérgicos, antiepiléticos, antidepressivos, anticonvulsivantes, diuréticos, hormônios para o tratamento de hipotireoidismo, anti-histamínicos, antidiabéticos, antifúngicos, protetores gástricos, bronco dilatadores, e alguns outros, sendo que a maioria dos pacientes conseguem os medicamentos que necessitam.

A equipe também é bem limitada, principalmente no setor médico, que está realizando os atendimentos apenas dois dias semanais, possui seis (ACS) que são responsáveis por mapear 100% da área de abrangência, manter os cadastros atualizados, e acompanhar os moradores no seu domicílio, dando algumas instruções/orientações quando necessário. Três dias por semana (segunda, terça e quinta), como já citado, fica apenas uma enfermeira na UBS,

ficando responsável por tudo, desde a recepção, acolhida,

preenchimento/atualização das fichas, curativos, coleta de material para exame citopatológico, realizar os atendimentos que são de sua competência, fazer o correto encaminhamento dos pacientes, realizar busca ativa de pacientes faltosos, cuidados domiciliares em casos de pacientes incapazes de se dirigirem até a UBS, entrega de medicações, limpeza da unidade, cozinhar, e também todas as atribuições específicas do enfermeiro, como planejamento das ações desenvolvidas pelos ACS e outros membros, entre outras atividades.

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Nas quartas e sextas-feiras são realizados atendimentos médicos e odontológicos, também vem uma técnica de enfermagem e/ou uma faxineira para ajudar na organização nestes dias.

Na unidade são realizados procedimentos simples como, curativos, exames preventivos ginecológicos, consultas médicas, consultas odontológicas e entrega de medicamentos. A UBS trabalha como “auxiliar” visando complementar a UBS principal, principalmente ajudando a diminuir o número de pessoas que frequentam esta UBS principal, pois devido ao fato de ser mais completa, a grande maioria das pessoas procuram diretamente ela, sendo que poderiam ter seus casos resolvidos em uma unidade mais simples, isso causa filas e atraso no atendimento dos pacientes que possuem um caso mais complexo.

O atendimento odontológico tem se limitado a atendimentos clínicos e organizações de atividades de planejamento voltadas a promoção da saúde, que tem se mostrado insuficiente frente a grande vulnerabilidade da população, sendo a maioria dos pacientes atendidos crianças, podemos observar uma situação precária de higiene bucal, com pouca ou nenhuma orientação. Possui material de consumo apenas para fazer os procedimentos de rotina que são realizados em todas as unidades do município, que são: dentística, periodontia, exodontia simples, e procedimentos de urgência/emergência para o alívio imediato da dor. Nem todos os materiais são de alta qualidade, porém geralmente não falta material, pois nós mesmos quando vimos que algo está para acabar vamos até a unidade principal e buscamos, o problema é quando fizemos um pedido de um material diferente do que é entregue normalmente, que demora muito tempo para chegar.

Algumas alternativas para ampliar o cumprimento das atribuições dos profissionais da equipe poderiam começar pelo maior vínculo dos mesmos com a comunidade, podendo se dar através de campanhas de promoção da saúde e também pelo aumento do número de consultas, médicas e odontológicas, incluindo principalmente a atenção especializada que tanto carece no município e visando abranger um público maior que o que frequenta a unidade atualmente. Também deve-se cadastrar as famílias por micro-área, instruir a população para a utilização da unidade da comunidade como referência para o

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serviço público, mostrando as vantagens que terão com aumento dos serviços disponíveis na UBS e com adequada organização do sistema público de saúde, que possibilite o trabalho multiprofissional. Também parece importante que haja profissionais todos os dias na UBS, principalmente nos dias em que a enfermeira encontra-se sozinha, pois além de sobrecarregar a mesma, essa situação pode até ser perigosa.

Segundo dados do SIAB, a unidade abrange uma área com 573 famílias cadastradas, compreendendo uma população total de 1716 pessoas: 899 do sexo masculino e 817 do sexo feminino. A doença mais prevalente na população é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), com 388 portadores (22,61% do total da população adstrita). Possui 90,29% das pessoas com 15 anos ou mais alfabetizadas (1255 pessoas), enquanto os números mostram que 21,85% da população possui 60 anos ou mais (375 pessoas), muito além que o estimado pelo Caderno de Ações Programáticas (CAP), que indica 234 pessoas nesta faixa etária. Os números mostram, também, que existem apenas 6 crianças menores de 1 ano, número bem abaixo do estimado pelo CAP, onde estima uma média de 21 crianças, isso ocorre provavelmente devido a migração dos pais com crianças nessa faixa etária associado com a realização do pré-natal e puerpério em outra UBS, porém essa situação se inverte quando comparado com as crianças menores de 5 anos, onde os denominadores estimados pelo CAP mostram 42 crianças existem 69 crianças nessas condições.

Entretanto, mesmo a UBS possuindo problemas de estrutura e uma equipe tão limitada, não existe excesso na demanda de atendimentos. Provavelmente não há excesso de demanda devido a uma boa parcela da população da área adstrita, quando necessita algum tipo de atendimento, se dirigir diretamente a UBS principal do município, diminuindo o fluxo de pacientes na sua UBS de referência. Volto a frisar a importância de um mapeamento e redistribuição dos pacientes de acordo com a área de abrangência de cada ESF, permitindo um melhor controle e acompanhamento dos pacientes, evitando excesso de demanda de atendimentos em uma UBS e falta em outra.

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Não existe excesso de demanda espontânea na unidade, mesmo sem a unidade possuir um ambiente específico para o acolhimento, a maioria das pessoas que procuram a unidade são atendidas pela enfermeira com pouco ou nenhum tempo de espera, tendo suas queixas ouvidas e, quando possível solucionadas. Se necessitar consulta médica, eles são imediatamente agendados, caso já estiverem realizado os exames, ou são orientados a retornarem no dia em que o médico atende na unidade. Geralmente essas pessoas já são atendidas na própria semana, o problema é quando o usuário necessita de atendimento médico especializado, pois esse tipo de atendimento não é realizado na unidade. Quando necessário, é feito o encaminhamento até a unidade principal, mas demanda é muito grande e existem poucas consultas mensais no município. Sempre são disponibilizados atendimentos de urgência com médico e cirurgião-dentista, visando atendimento de pacientes com problemas agudos. Na área odontológica existe uma carência muito grande das especialidades de endodontia e prótese dentária, que não são ofertadas pelo serviço público no município, deixando a população desamparada. Nesses casos, ou a população procura atendimento particular ou fica sem. Portanto, o problema de demanda especializada na UBS poderia ser resolvido com a implantação de um CEO.

O atendimento às crianças é realizado dois dias por semana por médicos, e todos os dias pela enfermeira. Pude observar que ocorre uma melhor atenção à Saúde da Criança para crianças com até 12 meses, depois disso, as mães não tem mais tanta preocupação e passam a faltar às consultas, sendo importante neste momento uma melhor orientação para as mães. A equipe segue o protocolo de atendimento do Ministério da Saúde, do Caderno de Atenção Básica “Saúde da Criança”. São desenvolvidas várias ações direcionadas às crianças, que incluem: promoção da saúde bucal, promoção da saúde mental, imunizações, promoção do aleitamento materno e promoção de hábitos alimentares saudáveis. Tendo todas as informações referentes à criança, anotadas na “caderneta da criança”. Nem todas essas ações são realizadas pelo “ESF II”, porém, em conjunto com as outras unidades do município e com o acompanhamento da família pelas ACS, consegue-se com

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que todas as crianças da área de abrangência da ESF II tenham acesso a essas ações. Porém, não é feito o monitoramento regular destas ações.

Existem grupos de mães organizados pelo PIM (Primeira Infância Melhor), onde as mães da região de abrangência do ESF II são orientadas a participarem desses grupos, porém essas atividades se dão distantes da microrregião do ESF II. Seria interessante organizar um grupo de reuniões e de atividades de puericultura da comunidade em especifico, pois estes provavelmente compartilham das mesmas dificuldades e problemas, ficando mais fácil de evidenciar essas dificuldades coletivas aos gestores municipais, procurando a melhor forma de solucionar esses problemas.

Muitas crianças chegam na unidade encaminhadas pelas ACS, as quais estão orientadas a encaminharem as crianças desassistidas, para a avaliação dos profissionais da UBS. Mesmo com as dificuldades, as crianças têm recebido a atenção adequada na UBS, através de um atendimento de qualidade (baseado em protocolo do MS). Ao fim de cada consulta, já é agendada a próxima consulta. Porém, existe uma dificuldade de incentivar as mães com crianças maiores de 1 ano a continuarem fazendo o acompanhamento regular.

Existe uma grande carência de registros das ações realizadas, devido a muitos destes atendimentos serem realizados pelo médico na outra UBS, ficando algumas das fichas na ESF I e outra parte na ESF II. Dessa forma, não há como a mesma ter um controle integral da situação das crianças, e isso não me permitiu fazer uma avaliação mais profunda, visto que eu tinha informações fracionadas. Os dados para completar o CAP, mostraram que elas têm um atendimento de qualidade, porém nem o teste do pezinho nem as vacinas são realizadas na ESF II, sendo necessário que esta criança vá até a ESF I para ter seu atendimento integral. Isto também torna a ficha clínica da criança dividida, com metade da atenção sendo feita em cada unidade, isso é ainda mais complicado, pois nem todas as crianças possuem a Caderneta da Criança, e isso tornou a busca dos dados para completar o CAP, muito demorada e trabalhosa, além de dar a impressão de uma estimativa não muito precisa, mesmo sendo a enfermeira quem me auxiliou na busca destas informações. Existe uma falta de planejamento, e monitoramento das ações

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(sem um acompanhamento constante), e uma dificuldade em realizar atividades multiprofissionais, visto que cada profissional tem realizado a atenção às crianças, com foco apenas na sua respectiva área de abrangência, isso poderia ser melhorado caso houvesse um melhor planejamento para a realização destas atividades.

Devido à carência de profissionais especializados e capacitados, também devido a limitações de estrutura física, a atenção ao pré-natal é realizada na unidade ESF II. Apesar disso, as ACS seguem fazendo o acompanhamento de todas as gestantes, e todas estão sendo acompanhadas no ESF I, onde existem grupos de gestantes onde recebem orientações sobre aleitamento materno, saúde bucal, também é feito o acompanhamento das consultas e dos exames, estão sempre acompanhadas de profissionais capacitados, permitindo um atendimento personalizado e multiprofissional. Todas as fichas ficam guardadas juntas, pois só existe esse atendimento na UBS I, impossibilitando um acompanhamento constante pelos profissionais da ESF II. Quando procurei esta informação para completar o CAP, a única forma de conseguir tais informações foi conferindo todas as fichas, separando elas por área de abrangência e então avaliando todas as da área adstrita da ESF II. Situação essa que tornaria impossível uma avaliação de um número maior de gestantes, pois apesar dos dados buscados pra completar os indicadores de qualidade do CAP mostrarem que elas têm recebido uma atenção adequada, não há como fazer um monitoramento constante das mesmas, mostrando uma clara desorganização e causando um maior transtorno para as gestantes, já que tem que ir até a cidade para receberem um atendimento de qualidade.

Para melhorar a atenção ao pré-natal e ao puerpério na ESF II, poderia um profissional capacitado realizar o atendimento as gestantes, no mínimo durante um turno por semana. Além disso, poderia ser dada uma atenção especial ao pré-natal de baixo risco, e monitoramento de todas as gestantes da área adstrita. Isso possibilitaria que as gestantes fossem remanejadas para a sua devida microrregião, o que possibilitaria um atendimento personalizado de acordo com as necessidades da comunidade, permitindo que elas continuem participando dos grupos e de atividades com as gestantes do ESF I.

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A prevenção do Câncer do Colo de Útero e do Câncer de Mama é sempre discutida nos grupos e nas reuniões de mulheres, pois são de grande importância na atenção primária à saúde. Eles são considerados de alta incidência e mortalidade, as conversas são sempre visando a implantação de estratégias para conseguir com que o maior número possível de mulheres realize a prevenção em dia. Sendo que quando diagnosticados precocemente, possuem bons prognósticos de tratamento.

A prevenção do Câncer de Colo de Útero e do Câncer de Mama é feita pela enfermeira diariamente na unidade em ambos os turnos, de forma organizada e oportunista. As mulheres são sempre alertadas sobre a importância e simplicidade dos exames. Em relação ao Ca de Colo, quando o resultado do exame vem alterado é feito o contato com a paciente e é agendada a consulta com o médico para uma avaliação mais criteriosa para fazer o acompanhamento e/ou o encaminhamento. Enquanto que em relação ao Ca de Mama, quando a enfermeira encontra alguma manifestação clínica de alteração no exame clínico das mamas (ECM), esta encaminha ao médico que pode pedir algum exame complementar como uma ultrassonografia ou mamografia.

As dificuldades de acesso às informações são as mesmas para as duas doenças. Não existe um controle de quantas mulheres na região de abrangência do ESF II estejam realizando a prevenção do Ca de Colo de Útero e do Ca de Mama, pois as consultas são anotadas nos prontuários individuais em cada ESF, e no ESF I possui um caderno onde são anotadas todas as mulheres que fizeram a coleta de citopatológico no município, enquanto o ECM é anotado somente no prontuário clínico. Existe uma dificuldade para avaliar quantas pessoas estão realizado a prevenção do câncer na região do ESF II, pois as pacientes podem se dirigir a qualquer ESF da cidade que serão atendidas normalmente, então a maioria realiza as consultas na unidade principal, o ESF I, e como todas as informações do município são armazenadas em apenas um caderno, fica impossível saber exatamente o número de mulheres que pertencem a região de abrangência do ESF II que estão realmente realizando a prevenção adequadamente. Apesar desta falta de registro do número de mulheres que estão realizando os exames preventivos

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corretamente, praticamente todas as mulheres da área adstrita receberam orientações sobre como se prevenir e instruções para realizarem os exames anualmente. As pacientes são orientadas a realizarem o exame citopatológico anualmente, independente do resultado dos exames anteriores.

O atendimento da população na sua respectiva ESF de abrangência seria muito interessante, pois permitiria uma melhor organização das fichas, de acordo com a população de cada ESF, permitindo saber com precisão quantas mulheres estão realizando a prevenção adequadamente e saber se existe alguma população que está desassistida, além de permitir um planejamento mais organizado e focado na população mais carente de informações. Realizar busca ativa das mulheres em idade de risco ou já diagnosticadas com alguma alteração nos exames preventivos deve ser uma estratégia imediata.

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus (DM) estão diretamente relacionadas uma com a outra, sendo uma fator de risco para a outra, além de ambas serem fatores de risco para diversos outros agravos, devendo haver uma atenção especial a estes pacientes.

Existe uma demanda muito grande de hipertensos na área adstrita. No SIAB há registros de 332 hipertensos cadastrados e 293 hipertensos acompanhados, totalizando uma prevalência de 27,3% da população com 20 anos e mais da área de referência. Visto que a prevalência média no Brasil é em torno de 32%, podemos ter ainda muitos que não estão diagnosticados. Esse número demonstra a importância de organizar ações de prevenção da HAS.

Os hipertensos são os pacientes mais frequentes na unidade, seja para verificar a pressão arterial (PA), consultas médicas, ou para buscar medicações. A verificação da PA é realizada rotineiramente na unidade, previamente a consulta médica ou odontológica. A HAS, além da alta prevalência e de ser um fator de risco para diversas doenças, possui baixas taxas de controle e a mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da PA acima de 115/75 mmHg sendo de forma linear, contínua e independente. Isso mostra a importância da realização do diagnóstico precoce.

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Existem 23 diabéticos cadastrados no SIAB para esta área de abrangência, e todos estão sendo acompanhados. Esse número mostra uma prevalência da doença de 1,89% em pessoas com 20 anos e mais, número muito abaixo dos 4,6% estimados para o Brasil em 2000, e espera-se que em 2030 a prevalência seja de 11,3%. Este número tem aumentado devido aos fatores de risco relacionados a hábitos alimentares e ao estilo de vida da população. O número baixo de pacientes diagnosticados na ESF II mostra que pode estar havendo uma falha de diagnóstico. Talvez essa doença não esteja recebendo toda a atenção que merece, talvez pelo seu diagnóstico não ser tão simples quanto o da HAS. Devido a isso provavelmente existe uma boa parcela da população que possui a doença mas não está diagnosticada. Desde que iniciei os atendimentos na unidade, ainda não recebi nenhum paciente que tenha vindo previamente diagnosticado com DM ou com sinais e sintomas condizentes. Para o atendimento médico e de enfermagem observo também existe pouca demanda relacionada à pacientes portadores da DM.

Tanto os pacientes diabéticos quanto os hipertensos necessitam de uma melhor atenção. Não está sendo feito um correto rastreamento, diagnóstico e acompanhamento desta parcela da população. Deve ser feito um planejamento para conseguir rastrear através dos principais sinais e sintomas e diagnosticar esses doentes que estão desassistidos, é necessário um atendimento multiprofissional para essas pessoas. O acompanhamento de uma nutricionista é fundamental pois traz inúmeros benefícios tanto para HAS, como para DM, porém não dispomos deste profissional na unidade. A implementação do HIPERDIA (não está com os registros atualizados) permitiria um acompanhamento mais detalhado desses pacientes, permitindo um melhor registro dos pacientes, pois da forma com que está no momento, dos poucos que estão diagnosticados, é difícil de saber quantos estão sendo realmente acompanhados em dia.

Devem ser realizadas ações visando à prevenção da HAS e da DM, incentivando os hábitos saudáveis, apoio para mudanças no estilo de vida, e estimulando o controle glicêmico e da pressão arterial, acompanhado de um atendimento multiprofissional aos portadores de tais doenças.

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O Brasil pode ser considerado um país envelhecido, pois já tem 10% da população com mais de 60 anos (censo 2012). Os idosos são mais vulneráveis às doenças em função do processo de envelhecimento que ocasiona perdas funcionais como da visão, da capacidade de deambulação, que determinam também diminuição da autonomia. Por isto, o atendimento a esta população foca intensamente na preservação da funcionalidade, na preservação de sua autonomia, na inclusão social e em cuidados e tratamentos que visam melhorar a qualidade de vida.

Encontrei no SIAB registro de 375 pessoas com 60 anos ou mais (21,85% da população total da área adstrita) vivendo na área de abrangência da ESF II, número este que condiz com a realidade, visto que a maioria dos frequentadores da UBS são idosos. Esse número mostra que estamos trabalhando com uma população envelhecida.

Apesar deste grande número de idosos, temos uma boa cobertura da população, estimada em torno de 90%. Todos os idosos recebem orientação nutricional para hábitos alimentares saudáveis e também orientação para realização de atividades físicas, sempre dando ênfase nos benefícios que essas atitudes irão trazer na melhoria da qualidade de vida deles. E praticamente todos os idosos estão em dia com as vacinas, sendo que foi dada uma grande prioridade para a vacina da gripe. Os indicadores de qualidade do Caderno de ações programáticas mostram que os idosos estão sendo acompanhados e orientados, porém ainda tem muito pra melhorar. São poucos os idosos que possuem a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, dificultando o diagnóstico das pessoas idosas frágeis ou em risco de fragilização. Também não houve registros de avaliação de risco para morbimortalidade nem da Avaliação Multidimencional Rápida, porém os dados mostraram que a grande maioria dos idosos está sendo acompanhado de perto pelas ACS, checando frequentemente se estão tomando as medicações corretamente, e é comum as enfermeiras realizarem assistência domiciliar nos pacientes que necessitam esse tipo de atenção.

O atendimento ao idoso é realizado diariamente em dois turnos, mas não há atendimento específico ao idoso, ou dia específico para atendimento a idosos, são todos encaixados com a livre demanda, e todos atendidos. As

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imunizações e a maioria das prevenções não é feita especificadamente pela UBS em que estou atuando, porém é feita em conjunto com a UBS principal, dando sempre a devida importância, praticamente todos os idosos estão acompanhados, com as vacinas e medicação em dia.

Devido a grande demanda seria interessante que houvesse um dia para atendimento especialmente para as pessoas idosas, diagnosticando possíveis fatores de risco, realizar avaliação de risco para morbimortalidade e investigação de indicadores de fragilização na velhice, a realização de palestras e atividades que envolvam a comunidade promovendo um melhor engajamento entre a comunidade e os profissionais de saúde, visando melhorar a qualidade de vida dos idosos. A formação de um grupo para os idosos da área de abrangência do ESF II traria uma maior facilidade para os profissionais passarem informações e instruções para os idosos, tendo um melhor controle dos temas abordados.

Tive muitas dificuldades para conseguir os registros para completar o caderno de ações programáticas, pois os programas como SIAB e HIPERDIA, ou não estão funcionando ou não estão sendo atualizados com as informações, tornando eles inúteis. Cada informação que eu buscava eu tinha que percorrer toda a unidade pedindo se alguém tinha essa informação, eu pedia pra secretária, ela falava que era com a enfermeira, quando falava com a enfermeira me encaminhava para o NAAB, e lá me mandavam de volta para a secretária. Ninguém sabe onde ou com quem eu posso conseguir as informações que faltaram no caderno, se é que é possível conseguir essas informações. Isso ocorreu durante todas as semanas de preenchimento do caderno de ações programáticas. Este problema causou uma deficiência nessa análise situacional. Caso tivéssemos esses dados disponíveis, poderíamos ter uma visão mais detalhada e completa, e assim desenvolver ações específicas para os problemas que encontramos. A partir da falta de dados, terei dificuldades em pontuar ações para o projeto de intervenção.

Depois dessa experiência, fica evidente que a criação de um arquivo específico para registro do atendimento aos idosos, traria um maior controle das necessidades de cada um e tornaria a UBS menos dependente dos ACS, pois somente eles sabem quando um idoso está com a medicação atrasada.

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O número de Equipes de Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família passou de 4.000 em 2002 para 17.000 em 2008. Apesar da enorme ampliação as equipes vêm enfrentando uma grande demanda reprimida o que tem dificultado o desenvolvimento da atenção programada e das ações coletivas em saúde bucal.

No meu trabalho, eu faço o atendimento clínico na ESF II dois dias por semana e um dia na ESF I. Nos outros dois dias eu realizo ações coletivas. Como na ESF II é contado turno único, pois almoçamos na UBS e ficamos direto das 7:30 até as 15:00 (geralmente entre as 11 e ás 12 horas almoçamos), vou considerar 7 pacientes das 7:30 até as 11 horas e 6 pacientes das 12 ás 15 horas, ou seja, a capacidade instalada para prática clínica na ESF II é de 13 pacientes por dia, e 26 procedimentos por semana, sendo 8 atendimentos mensais, resultando em 104 atendimentos mensais.

Já a capacidade instalada para prática clínica na ESF I é feito atendimento uma vez por semana em dois turnos, 8 procedimentos por turno de 4 horas, resultando em 16 atendimentos por semana e 64 procedimentos por mês.

Como citado anteriormente, a capacidade instalada para ações coletivas se dá em dois dias semanais. Estão sendo destinadas 12 horas pra ações coletivas. Destas 12 horas, 4 horas são para reuniões, sobrando 8 horas. Considerando 30 minutos para 10 habitantes, resulta em 16 grupos de 30 minutos. Até o momento, esse horário está sendo utilizado para realização de escovação supervisionada em todas as escolas do município.

A forma de registro utilizada para o preenchimento desta parte do CAP foram as fichas mensais do sistema SIAB e algumas fichas de prontuário clínico para obtenção dos dados. Desta forma, parece que os registros da saúde bucal nesta ESF encontram-se mais acessíveis que das demais ações programáticas, visto que foi muito mais fácil conseguir dados.

Ao olhar o CAP, achei que o número médio de procedimentos clínicos por habitante mês foi bem aceitável em relação à capacidade instalada e em relação ao preconizado pelo Ministério da Saúde, visto que estávamos trabalhando limitados devido à falta de manutenção da cadeira odontológica. Por esse motivo, estávamos encaminhando alguns casos para outras unidades,

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porém agora com essa situação resolvida as expectativas são de melhorar não somente o número de procedimentos realizados, como também a qualidade do atendimento. Apesar dessa dificuldade de atendimento, a média de 0,6 procedimentos clínicos por habitante / mês da nossa ESF está dentro dos parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde.

Com relação à primeira consulta odontológica programática em grupos populacionais prioritários (pré-escolares, escolares, gestantes e idosos), o número ainda é baixo na minha UBS. Porém, esperamos aumentar com a divulgação do trabalho na área da odontologia que está sendo realizado na UBS, pois antes de eu entrar não havia cirurgião-dentista na unidade (apesar de possuir equipo odontológico, estava parado a mais de 6 meses). Então estamos trabalhando para melhorar esse número, geralmente todos os pacientes que procuram a unidade para atendimento odontológico são atendidos, e ainda sobram muitas fichas sem demanda, porém estão sendo realizadas atividades incentivando a população a realizar a consulta programática, as ACS já estão encaminhando muitos pacientes que não sabiam que o atendimento odontológico já estava sendo realizado na UBS. Enquanto a demanda está baixa, estamos realizando muitos acolhimentos oportunísticos, ou seja, aproveitando quando os pacientes procuram atendimento médico já são encaminhados para o atendimento odontológico no mesmo dia.

Com relação ao desenvolvimento de ações coletivas em grupos populacionais prioritários (pré-escolares, escolares, gestantes e idosos), até o momento eu só fiz ações coletivas em escolares. Estamos realizando escovação supervisionada em todas as escolas do município, tanto estaduais quanto municipais. Porém, são realizadas muitas atividades de ações coletivas, principalmente com idosos e nos grupos (gestantes, HIPERDIA), considero que o número está dentro do esperado e a tendência é melhorar ainda mais devido ao aumento da atenção para a atenção básica.

Segundo o CAP a razão entre as primeiras consultas programáticas e os atendimentos não programados está entre 24 e 50%, número este que é o encontrado na realidade da unidade. Quando o paciente realiza a primeira consulta programática, muitas vezes o próximo horário disponível para

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agendamento pode demorar até um mês, então ele volta na outra semana como “atendimento não programado” para continuar o tratamento. Mas para esse tipo de atendimento é sempre verificado primeiramente a disponibilidade do atendimento e se possui algum caso mais grave, como pacientes com dor ou edema são atendidos prioritariamente.

A situação da atenção da saúde bucal é como “enxugar o chão com a torneira aberta”, mas ela não é assim tão diferente da situação que os demais profissionais de saúde encontram na atenção primária à saúde.

A atenção à saúde bucal pode ser melhorada em minha UBS poderia ser melhorada pela promoção de ações, principalmente com pré-escolares (0-4 anos) e Escolares (5 a 14 anos), pois é frequente a presença de pacientes nessas faixas etárias com muitas lesões de cárie. Em alguns casos crianças já apresentam todos os dentes comprometidos, e a grande maioria dos que foram atendido na unidade, foi observado a necessidade de vários tratamentos, mostrando que existe uma carência de instruções e informações para essa população. Talvez a conscientização das mães seja uma alternativa viável, pois é uma forma de atingir a família toda. Lembrando que uma criança saudável e que recebeu informações para promoção e prevenção em saúde na infância tem mais chance de ser um adulto saudável, ajudando assim a reduzir o “fluxo da torneira aberta”.

Além disso, considero que outra ação seria realizar uma atenção integral e multidisciplinar ao paciente, procurando ouvir todas as queixas e necessidades do mesmo, através do trabalho em equipe discutir a melhor opção para o paciente, e encaminhamento para setor especializado quando for necessário. Também, buscar abranger 100% das famílias com a ajuda das ACS, separando os prontuários por família e verificar a frequência com que os moradores realizam a atenção à saúde bucal, e realização de busca-ativa nos pacientes faltantes.

A presença da equipe de saúde nos grupos, como vem ocorrendo nas escolas terá muito em melhorar as condições de saúde bucal dos moradores, pois muitos não tem conhecimento das técnicas mais eficientes nem das vantagens que terão em realizar uma correta higiene, diminuir a distância entre

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a equipe de saúde bucal e a população de risco a problemas de saúde bucal só irá trazer vantagens para a comunidade.

1.3 Comparativo entre o texto inicial e o relatório

Comparando o texto da segunda semana de ambientação, percebo que foquei bastante na precária estrutura física da unidade, a falta de reparos nas paredes e nos móveis, falta de recolhimento adequado do lixo, no barulho ensurdecedor do compressor de ar, que continuam da mesma forma. Eu já havia feito a reclamação do problema com o equipo odontológico, que só foi solucionado recentemente. A unidade atende uma região muito grande e populosa, que se fosse realizado o atendimento dessas pessoas somente na ESF correspondente a sua região, sobrecarregaria a pequena unidade.

Assustei-me no primeiro momento, em que cheguei à unidade e percebi as condições precárias em que estava, e que apenas um funcionário mantinha a unidade funcionando. Após a realização das tarefas, fico satisfeito em saber que mesmo com todas essas dificuldades, de estrutura e de profissionais, a unidade continua realizando os atendimentos com qualidade (mesmo que não haja integralidade do atendimento, pela falta de atendimento especializado), os pacientes saem satisfeitos com os profissionais, que sempre ouvem os pacientes com muita atenção e sempre que possível procuram a melhor solução de tratamento em conjunto.

O número de atendimentos médicos aumentou, pois está atendendo na unidade um médico que veio pelo programa nacional Mais Médicos, trazendo uma grande melhoria para as pessoas que necessitam este tipo de atendimento. Não existem grupos de gestantes e HIPERDIA organizados na área adstrita, quem quer participar desses grupos, precisa se dirigir até o centro do município.

Mesmo com todas as dificuldades, é gratificante saber que os profissionais estão dando a volta por cima das dificuldades e conseguindo atender com qualidade a comunidade. Espero que toda essa dificuldade encontrada sirva de incentivo na realização de ações, promovendo a promoção da atenção básica e prevenção de doenças.

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2 ANÁLISE ESTRATÉGICA

2.1 Justificativa

Uma das competências do cirurgião-dentista na atenção básica é coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais (Cadernos de Atenção básica número 17 - Saúde Bucal). Realizar ações de Promoção em Saúde Bucal em Escolares visa torná-los adultos mais saudáveis, melhorando assim, a qualidade de vida desta população. Muitas crianças em idade escolar (7 a 14 anos) nunca tiveram orientações quanto à maneira correta de fazer a higiene bucal, da influência da dieta na saúde, e de consequências de uma má condição de saúde bucal. Objetivando diminuir doenças e agravos nesta população, como a cárie dentária, doença periodontal e até mesmo doenças que tenham a dieta como um fator de risco comum (diabetes, obesidade...), procuraremos melhorar a qualidade de vida da população adstrita, através de atendimento integral para todos.

A unidade básica de saúde em questão possui uma estrutura bem defasada, com móveis velhos, ambientes pequenos com rachaduras nas paredes e sem nenhum tipo de acessibilidade. A equipe que atende a ESF II é bem limitada, contando com uma enfermeira, uma técnica em enfermagem, dois médicos, um cirurgião-dentista, uma auxiliar de saúde bucal e seis agentes comunitárias de saúde, porém somente a enfermeira fica diariamente na unidade. A ESF II abrange uma região com uma população de 1716 pessoas, porém o fluxo na unidade é baixo, limitando-se a consultas odontológicas, médicas, de enfermagem e retirada de medicamentos, com pouca procura de atendimentos através da demanda espontânea. Para o atendimento odontológico, até o mês anterior a este projeto, não houve grande procura de

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atendimentos odontológicos, provavelmente devido ao fato de há algum tempo a unidade já estar sem este tipo de atendimento. Para incentivar a população a procurar este serviço, foram realizadas visitas nas escolas da área de abrangência, orientando os alunos sobre a importância de uma adequada atenção a saúde bucal.

A escolha de realizar a atenção com os escolares se deu devido à baixa procura de atendimento odontológico por esta parcela da população. Em abril de 2014, por exemplo, apenas 12 atendimentos de primeira consulta programática foram realizados, e 5 com atendimento não programado, destes apenas um com tratamento inicial completado, mostrando que muitos dos tratamentos são mais complexos, e exigem, em alguns casos exodontias de dentes permanentes. Isso pode estar ocorrendo devido a pouca orientação que essa população está recebendo, sem saber como realizar a higiene bucal corretamente, e sem saber a quem recorrer para procurar essas informações. Com isso vamos aumentar a cobertura, visando abranger 100% destes 206 escolares, que vão desde os 4 até os 18 anos de idade, e que estão matriculados nas cinco escolas de abrangência da UBS “ESF II”, que inclui a E. E. E. F. ANTONIO MANICA, localizada próxima a UBS, a E. E. E. F. Ivânia de Oliveira localizada na Linha São Vicente, a E. M. E. F. Dom João Becker da Linha Girau I, a E. E. E. F. Felice Campanhoni, localizada na comunidade Linha Colônia Nova e na E. M. E. F. São João na linha Campina de Pedras II.

As ações nas escolas vão permitir que os escolares recebam toda essa informação dentro de um ambiente propício para isso. No final eles estarão aptos a difundirem o conhecimento obtido através das famílias, que estão localizadas na zona rural do município e também possuem pouco acesso as informações sobre prevenções e tratamentos odontológicos. Visamos abranger 100% dos escolares da área adstrita promovendo a saúde através da prevenção dos agravos, diagnóstico, tratamento e manutenção da saúde. Para garantir que esses escolares tenham uma atenção integral e multiprofissional, conto com o apoio de toda a equipe, que se prontificou em colaborar com o projeto. Poderei contar com a enfermeira para avaliar as crianças previamente ao atendimento odontológico, com o médico que se mostrou bem interessado em colaborar, as ACS que se disponibilizaram para ajudar em que for

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necessário, e a ASB (auxiliar de saúde bucal) que já tem me ajudado muito, principalmente com ideias de como atingir as metas propostas. As principais limitações estão na forma com que os alunos das escolas das comunidades São Vicente, Girau I e Colônia Nova irão se dirigir até a ESF II, já que a unidade está localizada no sentido contrário da cidade, havendo uma dificuldade no transporte destes. A colaboração por parte dos alunos também tem preocupado, principalmente na parcela da população do 6º ao 8º ano, que geralmente é de um manejo mais difícil, quando comparado à parcela do 1º ao 5º ano. Exigindo que seja realizada uma orientação criteriosa, para que estes alunos entendam a importância que este projeto trará, melhorando consideravelmente a saúde bucal destes, e gradativamente a saúde bucal de toda a população da área adstrita.

2.2 Objetivos e Metas

2.2.1 Objetivo Geral

Melhorar a condição de saúde bucal dos escolares nas escolas localizadas na região de abrangência da UBS “ESF II”, no município de Trindade do Sul/RS.

2.2.2 Objetivos Específicos

1. Ampliar a cobertura de atenção à saúde bucal dos escolares. 2. Melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares. 3. Melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal.

4. Melhorar o registro das informações. 5. Promover a saúde bucal dos escolares.

2.2.3 Metas Referentes ao objetivo 1:

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1.1. Ampliar a cobertura de ação coletiva de exame bucal com finalidade epidemiológica em 100% dos escolares da escola foco da intervenção.

1.2. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática para 80% dos escolares da escola foco da intervenção.

Referentes ao objetivo 2:

2.1. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática em 100% dos escolares classificados com necessidade de tratamento (grupos C1, E ou F).

2.2. Realizar pelo menos uma escovação supervisionada com creme dental em 100% dos escolares.

2.3. Realizar pelo menos quatro aplicações de gel fluoretado com escova dental em 100% dos escolares de alto risco para doenças bucais (grupos D, E ou F).

2.4. Concluir o tratamento dentário em 100% dos escolares com primeira consulta odontológica programática.

Referentes ao objetivo 3:

3.1. Fazer busca ativa de 100% dos escolares encaminhados e que não compareceram para a primeira consulta odontológica programáticas.

3.2. Fazer busca ativa de 100% dos escolares com primeira consulta odontológica programática faltosos às consultas subsequentes.

Referentes ao objetivo 4:

4.1. Manter registro atualizado em planilha e/ou prontuário de 100% dos escolares com primeira consulta odontológica programática.

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5.1. Fornecer orientações sobre higiene bucal para 100% dos escolares da escola foco da intervenção.

5.2. Fornecer orientações sobre dieta para 100% dos escolares da escola foco da intervenção.

2.3 Metodologia

Trata-se de uma intervenção a ser executada na UBS “ESF II”, que está localizada no interior do município de Trindade do Sul, localizado no estado do Rio Grande do Sul. O projeto terá duração de 12 semanas (3 meses), tem como público-alvo os escolares residentes na área de abrangência matriculados nas escolas da área da UBS. Com exceção de uma, as metas foram todas pactuadas em 100%, visando realizar as atividades com integralidade e contemplar os quatro eixos pedagógicos do curso, que incluem: Organização e Gestão do Serviço, Monitoramento e Avaliação, Engajamento Público e Qualificação da Prática Clínica.

2.3.1 Detalhamento das ações

Para ampliar a cobertura da atenção a saúde bucal dos escolares no eixo de monitoramento e avaliação será feito pelo CD e pela ASB o constante monitoramento do número de ações coletivas de exame bucal realizadas nas escolas, através das listas de chamada. Na organização e gestão do serviço durante as visitas realizadas nas escolas pelo CD e pela ASB serão observadas as condições da realização das tarefas nas escolas e procurados lugares adequados para a realização destes. Para o eixo de engajamento público será feita uma conscientização com a comunidade pedindo a colaboração destes com o projeto. A qualificação da prática clínica será atingida através da capacitação que será feita pelo CD durante as reuniões ou no final do turno de trabalho, com o objetivo de capacitar a ASB e as ACS a realizarem o exame bucal com finalidade epidemiológica.

Para melhorar a qualidade da atenção à saúde bucal dos escolares no eixo de monitoramento e avaliação será feito pelo CD e pela ASB através das fichas de atendimento clínico o constante monitoramento dos escolares, incluindo a média de ações coletivas e número de tratamento dentário. Na organização e gestão do serviço assim como a organização da agenda de atendimentos e de visitas às escolas, o planejamento dos materiais necessários

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para a realização das atividades, e a elaboração das listas de frequência, serão organizados com o apoio da ASB. Para o eixo de engajamento público a comunidade será sensibilizada pelo CD sobre a necessidade da realização dos tratamentos odontológicos, sendo informados sobre os turnos de atividades e a instituição de rotinas de escovação dental nas escolas. Na qualificação da prática clínica a equipe será qualificada de acordo com a melhor forma de realizar o acolhimento, cadastramento, agendamento, de acordo com os cadernos de atenção básica do ministério e no preparo do ambiente para o atendimento dos escolares.

Para melhorar a adesão ao atendimento em saúde bucal no eixo de monitoramento e avaliação o monitoramento dos faltosos será feito pelo CD e pela ASB, enquanto as buscas aos faltosos serão realizadas principalmente pelas ACS. Na organização e gestão do serviço o CD e a ASB irão organizar as visitas domiciliares aos faltosos e também a agenda para acomodar os faltosos. No engajamento público toda a equipe estará aberta a ouvir a comunidade sobre estratégias para melhorar acessibilidade e atendimento. Na qualificação da prática clínica o treinamento da equipe na identificação e busca dos faltosos será feito pelo CD durante as reuniões ou no final do turno de trabalho.

Para melhorar o registro das informações no eixo de monitoramento e avaliação o CD e a ASB ficarão responsáveis por monitorar e avaliar os registros dos escolares com primeira consulta odontológica programática. Na organização e gestão do serviço o CD e a ASB são os responsáveis por implantar a planilha de saúde bucal e a ficha para o acompanhamento dos escolares cadastrados. No engajamento público o esclarecimento dos escolares e seus responsáveis sobre o direito de manutenção dos registros de saúde no serviço inclusive sobre a possibilidade de solicitação de segunda via será feito pelo CD e pela ASB durante as visitas ás escolas. Na qualificação da prática clínica o treinamento da equipe para o adequado preenchimento dos prontuários, planilhas e fichas de acompanhamento será feito pelo CD durante as reuniões ou no final do turno de trabalho.

Para promover a saúde bucal dos escolares no eixo de monitoramento e avaliação o monitoramento das orientações sobre higiene bucal, dieta e

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promoção à saúde será feito pelo CD e pela ASB. Na organização e gestão do serviço a organização das atividades para orientar sobre higiene bucal e dieta serão feitas pelo CD e pela ASB, estes também irão estimar todo o material necessário para as atividades. Para o eixo de engajamento público a divulgação das potencialidades das ações trans e interdisciplinares no cuidado à saúde do escolar serão feitas pelo CD e pela ASB, enquanto toda a equipe da UBS e os funcionários das escolas irão convidar a comunidade para participarem das ações de saúde, podendo colaborar na organização, planejamento e gestão. Na qualificação da prática clínica a capacitação da equipe para as atividades de promoção em saúde será feita pelo CD durante as reuniões ou no final do turno de trabalho, enquanto as atividades de fortalecimento do controle social serão discutidas durante as reuniões da equipe, discutindo a melhor forma de abordar esse tema na comunidade.

2.3.2 Indicadores

Meta 1.1. Ampliar a cobertura de ação coletiva de exame bucal com finalidade epidemiológica em 100% dos escolares da escola foco da intervenção.

Indicador: Proporção de escolares participantes de ação coletiva de exame bucal.

Numerador: Número de escolares participantes de ação coletiva de exame bucal

Denominador: Número de escolares frequentadores da(s) escola(s) foco(s) da intervenção

Meta 1.2. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática para 80% dos escolares da escola foco da intervenção.

Indicador: Proporção de escolares moradores da área de abrangência da unidade de saúde com primeira consulta odontológica programática.

Numerador: Número de escolares moradores da área de abrangência com primeira consulta odontológica programática.

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Denominador: Número total de crianças que frequentam a escola e são moradores da área de abrangência da unidade de saúde.

Meta 2.1. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica programática em 100% dos escolares classificados com necessidade de tratamento (grupos C1, E ou F).

Indicador: Proporção de escolares com necessidade de tratamento com primeira consulta odontológica.

Numerador: Número de escolares classificados com necessidade de tratamento moradores da área de abrangência que realizaram primeira consulta odontológica.

Denominador: Número de escolares classificados com necessidade de tratamento moradores da área de abrangência.

Meta 2.2. Realizar pelo menos uma escovação supervisionada com creme dental em 100% dos escolares.

Indicador: Proporção de escolares com escovação dental supervisionada com creme dental.

Numerador: Número de escolares com escovação supervisionada com creme dental.

Denominador: Número de escolares frequentadores da(s) escola(s) foco(s) da intervenção.

Meta 2.3. Realizar pelo menos quatro aplicações de gel fluoretado com escova dental em 100% dos escolares de alto risco para doenças bucais (grupos D, E ou F).

Indicador: Proporção de escolares de alto risco com aplicação de gel fluoretado com escova dental.

Numerador: Número de escolares de alto risco com aplicação de gel fluoretado com escova dental.

Denominador: Número de escolares frequentadores da(s) escola(s) foco(s) da intervenção classificadas com alto risco.

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