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O Brasil de 1972 por meio da encenação de Tambores na Noite. Interfaces entre o trabalho artístico e a compreensão histórica.

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Academic year: 2021

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Interfaces entre o trabalho artístico e a compreensão histórica.

Rodrigo de Freitas Costa*

Para os opositores do regime militar, instalado no Brasil em 1964, o período que compreende o início da década de 1970 é marcado por derrotas que vão desde a esquerda armada até as produções culturais. No que se refere às artes cênicas, além do esfacelamento do Teatro de Arena e do Oficina, o estabelecimento da censura prévia por meio do Ato Institucional nº 5, em 1968, legalizou a presença de censores junto às produções teatrais do período, tornando-as constantemente alvo de cortes e até de proibição de estréias. Nesse sentido, refletir sobre o trabalho teatral na década de 1970 significa levar em consideração todas as dificuldades vivenciadas pelo teatro nesse momento, assim como, as estreitas, mas possíveis, possibilidades criativas do mesmo.

Se durante a década de 1960 o teatro político no Brasil teve grande impulso, principalmente a partir das produções do Arena e do Oficina, na década de 1970, apesar de todas as adversidades, ainda foi possível realizar importantes espetáculos que tinham por objetivo precípuo o diálogo crítico com a platéia, entre esses trabalhos teatrais destaca-se o do diretor Fernando Peixoto.

Desde jovem, Fernando Peixoto dedicou-se à carreira artística e intelectual, o que lhe proporcionou um contato direto com importantes teatrólogos e grupos teatrais. No Teatro Oficina, além de ator, trabalhou como diretor e atuou também como tradutor e assistente de direção. Com a dissolução desse grupo teatral em 1972, ainda acreditando em uma linguagem crítica por meio da arte, mesmo com todas as arbitrariedades impostas pelo governo militar, Peixoto deu prosseguimento ao seu trabalho de direção e iniciou uma carreira autônoma, visto que o trabalho em grupos havia sido dilacerado pela repressão. De 1970 a 1981, dirigiu espetáculos extremamente relevantes para o debate estético e cultural da década de 1970, entre eles destaca-se seu primeiro trabalho de direção: a encenação de Tambores na Noite em 1972, texto escrito por Bertolt Brecht em 1919.

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Este artigo tem por objetivo a discussão das possibilidades do teatro político no Brasil nos de 1970 a partir do trabalho desenvolvido por Fernando Peixoto, mas especificamente por meio da encenação da peça Tambores na Noite.

A encenação de Tambores na Noite: O Brasil de 1972 pela ótica de Fernando Peixoto

Ao longo da década de 1970 uma série de problemas asfixiou as produções teatrais que tinham por objetivo o diálogo crítico com a sociedade. Além da censura, o exílio de importantes teatrólogos brasileiros e a tendenciosa política governamental e privada de concessão de dinheiro aos espetáculos, há também neste meio o problema do público teatral. Quem se interessa por teatro político no Brasil de 1970? É difícil tentar esboçar uma resposta a esta pergunta visto que nesse momento, toda população brasileira presencia o aniquilamento das organizações de esquerda, ao passo que vivencia a euforia do milagre econômico. Isso significa dizer que várias pessoas que por algum tempo teve apresso pela arte engajada, ao longo da década de 1970, perderam esse interesse, pois viram-se desiludidas pelas arbitrariedades dos militares e das organizações de esquerda. Por outro lado, diferentes pessoas que poderiam vir a se interessar pelo teatro político, principalmente a classe média, envolveram-se pelas novas oportunidades de ascensão social provocadas pelo rápido e inconsistente crescimento econômico. Nesse sentido, a interrogação inicial se acentua e torna-se instigante quando relacionada ao trabalho de direção de Fernando Peixoto ao longo dos anos de 1970, pois foram vários os espetáculos por ele dirigidos e nenhum deles desvencilha-se de discussões sociais. A quem se dirigiram esses espetáculos? Com quais parcelas da população eles dialogaram?

Em texto datado de 1968, Fernando Peixoto indica sua apreensão com relação aos impasses enfrentados pelo teatro naquele período e adverte que tal situação transcende os aspectos puramente relacionados à dramaturgia e ao espetáculo, e geralmente são discutidos fora de um âmbito mais amplo, sem levar em consideração o público consumidor. Dessa forma, naquele momento, Peixoto acredita que

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desinteresse crônico da grande maioria da população a respeito do teatro.”1

Se a preocupação do diretor a respeito do teatro brasileiro no final da década de 1960 engloba também a necessidade de análise do público a que se pretende dialogar, deve-se pensar em que medida a primeira direção de Peixoto fora do Oficina reflete essas inquietações. Para além da capacidade de diálogo proposta pelo texto de

Tambores na Noite, deve-se indagar qual o sentido desse espetáculo no momento em

que o teatro brasileiro passa por uma crise provocada por aspectos sociais, políticos e culturais. Em outras palavras: Qual a relação do espetáculo Tambores na Noite, em 1972, com as aflições ressaltadas por Fernando Peixoto, em especial as que se relacionam com o público?

Dois problemas do teatro nacional em início dos anos de 1970 que afetam diretamente os espectadores são apontados por Peixoto: a ausência de políticas públicas e privadas consistentes que possam viabilizar a produção de espetáculos sérios e a crise de pensamento no que concerne à dramaturgia e aos espetáculos. É evidente que naquele momento tanto a política econômica quanto a crise ideológica afetavam todo o país, inclusive amplos setores da esquerda, nesse sentido, os problemas enfrentados pelo teatro eram o espectro de uma sociedade dilacerada por constantes autoritarismos, sejam de direita ou de esquerda. Ora, se o teatro político no Brasil de 1970 enfrenta sérios problemas, tais problemas não são inteiramente do teatro, mas sim de toda a sociedade, daí o interesse de reconhecimento de tal situação via espectadores.

Em seu texto, Fernando Peixoto deixa claro que a falência do teatro político nos anos de 1970 é a sombra da falência política revolucionária, por isso, coloca como urgente a necessidade do diálogo crítico com o restrito público que ainda se interessa por esse tipo de teatro, pois é necessário saber se esses espectadores têm noção da situação que vivenciam ou, simplesmente, agem por impulsos e enxergam a realidade social do Brasil pela ótica do aventureirismo ou da ingenuidade revolucionária.

Diante dessa discussão onde situa-se um problema que transcende os limites das produções teatrais e envolve diretamente toda a sociedade, a qual, por sua vez, responde às manifestações artísticas de esquerda de forma tacanha, o trabalho de direção de Fernando Peixoto se define efetivamente pela necessidade de diálogo entre palco e platéia fugindo de qualquer estereótipo revolucionário ingênuo, rebelde ou aventureiro. Segundo o diretor, público mais bem informado e mais interessado

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pelos rumos do teatro nacional nos anos de 1970 era o público jovem: “São os jovens,

é claro, que pedem ao espetáculo um sentido não somente de diversão mas de instrução. E às vezes mesmo, diretamente, de politização.”2 Nesse sentido é evidente sua preocupação com o público que se interessa pelos seus espetáculos de cunho essencialmente social. É preciso dialogar com esse público levando em consideração a realidade de fato vivida por ele. É evidente que o espetáculo Tambores na Noite, em 1972, no Studio São Pedro, tem esse intento.

Pela breve análise do texto de Tambores na Noite realizada acima ficou evidente a valorização ou a contraposição de questões sociais e pessoais, percebe-se, portanto, que a temática do texto e, conseqüentemente, do espetáculo situa-se exatamente nos problemas sociais e políticos do teatro dos anos de 1970, o que em sentido mais amplo reflete os problemas sociais. Nada mais evidente e coerente para aquele momento do que contrapor o universo social ao pessoal, a coletividade e a individualidade, a idéia de resistência e de passividade, principalmente para um público formado essencialmente por jovens. Era preciso refletir a causa das contundentes derrotas das organizações de esquerda, inclusive as organizações armadas, e também deixar claro que interesses exclusivamente pessoais determinam diversas ocasiões. No momento em que Fernando Peixoto dirigiu o espetáculo

Tambores na Noite ele tinha objetivos bastantes próximos dos de Brecht quando este

percebeu que era preciso encarar a situação da Alemanha de 1919 de forma mais realista e menos espiritual.

Nesse sentido, Fernando Peixoto dá vida às personagens criadas por Brecht com o intuito de discutir problemas diretamente relacionados à classe média, mais especificamente no que diz respeito às escolhas, que mesmo sendo pessoais não desvinculam-se de aspectos eminentemente sociais. Assim como na estrutura da peça a personagem Babush oscila entre os pólos da subjetividade e da objetividade chamando a atenção das outras personagens para as questões pessoais, em 1972 essa mesma personagem apresenta ao público brasileiro uma discussão bastante pertinente para aquele momento: a relação da classe média com às questões sociais e políticas do Brasil da década de 1970.

Se o público privilegiado do teatro político no início dos anos de 1970 era o público jovem de classe média que clamava por politização era necessário discutir com essas pessoas as possibilidades do engajamento político em todos os sentidos, inclusive o pessoal.

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A preocupação de Brecht em 1919 por mostrar, entre os escritores daquela época, que “el hecho de que algunos murieran era interesante para el autor, pero no

tanto para los que morían, mientras luchaban por intereses muy reales, muy precisos e

sensatos”3, se assemelha às preocupações de Fernando Peixoto com relação ao

problema do público teatral na década de 1970. De acordo com Peixoto:

um pensamento político não festivo, não superficial, mais rigoroso e mais profundo, precisa ser testado para precisar até onde tudo não se resume na ilusória exaltação dos efeitos de uma piadinha política espirituosa, lançada no palco, sobre a correspondente risada cúmplice, mas inócua, de uma platéia jovem, formando os dados de uma

brincadeira ingênua e infantil sem conseqüências maiores.4

Percebe-se que a preocupação do diretor com relação ao teatro nacional transcende o palco e envolve toda a sociedade, pois o restrito público do início dos anos de 1970 precisa perceber a realidade social de maneira mais realista e menos espiritual, nesse sentido o pensamento de Brecht expresso em Tambores na Noite estava em perfeita concomitância com a preocupação de Peixoto no que se refere ao público teatral da década de 1970. O engajamento político não se resume em questões ilusórias ou lúdicas, muito menos em questões pessoais momentâneas, chamar a atenção do público para isso é a função do espetáculo Tambores na Noite.

Há que se ressaltar a maneira como as organizações de esquerda encaravam o do engajamento político durante os anos de 1960 e 1970. Jacob Gorender, em

Combate nas Trevas, trata de diversas idéias intelectuais que compunham as

organizações de esquerda no Brasil, as quais definem um tipo determinado de revolucionário de esquerda. Segundo o autor, a partir dos anos de 1960 a vitória da revolução cubana e argelina, assim como a Revolução Cultural chinesa influenciaram demasiadamente a idéia do campesinato como principal força revolucionária brasileira, o que possibilitou a criação de um esteriótipo revolucionário distante das cidades e cada vez mais radical, pois, seguindo essa orientação, nos centros urbanos situavam-se trabalhadores que alcançavam certos privilégios burguesituavam-ses e, consituavam-seqüentemente, não estavam aptos para lutar contra um inimigo maior. Fazendo jus à influência internacional, a esquerda brasileira passou a desconfiar dos valores da classe operária e, obviamente da classe média assalariada, frente a um processo revolucionário.

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Com relação à interpretação da filosofia marxista, a partir dos anos de 1960, Gorender cita a influência do estruturalismo de Althusser que valorizou o cientificismo marxista em contraposição a idéia ideológica do pensamento de Marx. “A novidade

althusseriana foi recebida com entusiasmo pela intelectualidade esquerdista brasileira, que procurava no marxismo um dispositivo produtor de certezas

incontroversas.”5Assim, as organizações de esquerda foram delimitando o espaço

para o tipo ideal de revolucionário, distante de interesses individuais e sempre pronto para atender os determinismos de um marxismo científico.

É interessante perceber em vários momentos da discussão de Gorender a busca do revolucionário ideal por diferentes organizações políticas que atuaram entre os anos de 1960 e 1970, pois nela fica evidente a necessidade de uma certa

predisposição pessoal para qualquer tipo de ação, inclusive a armada6. Cabe refletir se

as pessoas que tinham apreço pela esquerda brasileira estavam preparadas para assumir um tipo ideal de revolucionário. O espetáculo Tambores na Noite coloca em cena justamente uma contraposição a esse esteriótipo e apresenta ao público interesses individuais sobrepondo-se a interesses coletivos. Babusch demonstra que a família não está alheia às transformações sociais, as quais também podem ser determinadas por valores ou sentimentos privados e individuais. Dessa forma, com a encenação de Tambores na Noite, a discussão sobre o tipo ideal de revolucionário transcende os limites das organizações políticas de esquerda, assim como sua recepção pela classe média, e a reconsidera em um espaço mais amplo: o da impossibilidade de segregar influências individuais e sociais, daí a preocupação de Peixoto em ressaltar um pensamento político mais consistente.

O objetivo principal do trabalho de direção de Fernando Peixoto era o diálogo crítico com a platéia a respeito de questões políticas e sociais. Se em um determinado momento esse diálogo torna-se difícil, é preciso romper as barreiras impostas por tal dificuldade reconhecendo o público a que se dirige. Como o público de teatro político no início da década de 1970 ansiava por uma certa politização, nada mais coerente do

5 GORENDER, J. Combate nas Trevas. São Paulo: Ática, 2003, p. 85.

6 Três passagens da discussão de Jacob Gorender são bastante interessantes por evidenciar o tipo ideal de revolucionário: “recorta-se o perfil do militante da ALN. Deve ter aptidão para a ação armada. Na

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que discutir com tal público o sentido dessa politização. Qual o significado “não superficial” do engajamento político no momento em que as organizações de esquerda estão quase que completamente arrasadas pelas arbitrariedades da ditadura militar? Era precisa debater com o público jovem de 1970 que o engajamento é bem mais amplo do que qualquer tipo de afinidade com a esquerda e que, por isso mesmo, envolve uma série de questões, inclusive pessoais. Nesse sentido, o espetáculo

Tambores na Noite representa, dentro da carreira de direção de Fernando Peixoto, um

primeiro momento de problematizações com o público.

No que se refere a Kragler pode-se perceber que a ausência de uma visão bem definida sobre si mesmo, expressa na busca de um sentido para sua vida no pós-guerra,o leva a recusar a luta ao lado dos trabalhadores, o que amplia a discussão em torno das organizações políticas de esquerda.

Ao analisar o filme Os Inconfidentes na conjuntura política de 1964-1972, o historiador Alcides Freire Ramos avalia o processo de autocrítica das organizações políticas de esquerda pós 1964 concluindo que:

“tanto no imediato pós-golpe (autocrítica do PCB), quanto no processo que deu início à luta armada, bem como no instante em que esta alternativa já começava a mostrar-se inviável, inegavelmente, manifestou-se no seio das esquerdas uma profunda desconfiança em relação aos valores e comportamentos da pequena-burguesia. Isto pôde ser observado tanto no PCB, quanto nos agrupamentos que romperam com as orientações do aludido partido. Esta desconfiança foi, sistematicamente, alçada à condição de categoria de pensamento e foi utilizada para explicar diversos aspectos da atuação dos partidos em

diferentes momentos e conjunturas.”7

Nesse contexto, pode-se avaliar o significado da recusa de Kragler em participar da revolta spartakista. Para o público que clamava por uma certa politização dos espetáculos teatrais, a atitude tomada pela personagem constituía um sério contraponto com as idéias advindas das organizações políticas de esquerda que desconfiava seriamente da pequena-burguesia. A proposta de Fernando Peixoto era justamente colocar no centro das discussões a atitude de Kragler, que é um membro da pequena-burguesia que abruptamente resolve partir para uma revolta proletária porém, quando tem a possibilidade de escolher o um outro caminho, rapidamente

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muda de idéia. A atitude de Kragler, oposta à que o público certamente esperava, é uma forma de chamar a atenção para algo aparentemente imprevisto, no então perfeitamente normal, pois as pessoas têm o direito de escolher seus caminhos e isso ocorre de acordo com interesses variados, por isso o espetáculo não tinha por objetivo ratificar as críticas da esquerda à pequena-burguesia. Na verdade, o que Fernando Peixoto está querendo evidenciar é o despreparo das organizações de esquerda para lidar com as necessidades pessoais dos militantes. Fica evidente pelas palavras do historiador Alcides Freire Ramos que as questões pessoais, individuais ou subjetivas foram utilizadas para justificar, em diferentes épocas, as inconsistências dos partidos políticos contrários à ditadura militar. Em suma, a proposta de Peixoto era possibilitar uma discussão mais ampla fugindo do esteriótipo revolucionário de esquerda.

É interessante perceber que as palavras de Kragler, ao se encontrar com Anna, muito se assemelham aos depoimentos de pessoas que vivenciaram as dificuldades impostas pelas organizações políticas de esquerda. Isso pode ser percebido por meio do depoimento de Juliana da Rocha:

Como a repressão avançava, fui mandada para Maceió. Aí eu sofri muito o meu próprio questionamento pessoal. O que era eu? Estava já sem meu companheiro, que tinha sido preso. Nesse tempo, havia caído o comitê central, no sul, e tive que assumir novas responsabilidades, Mas quando você está se questionando pessoalmente, não está em

condições de assumir nada.8

Assim como no depoimento da militante comunista e do soldado que retorna da Primeira Guerra Mundial percebe-se a incerteza gerando o medo e configurando a perda, que se expressa inclusive na ausência de capacidade pessoal em assumir qualquer responsabilidade. Pode-se retomar as considerações de Walter Benjamin e afirmar que qualquer pessoa quando subjugada a um processo autoritário, onde a violência torna-se algo perfeitamente legal, se vê desprovida de experiências coletivas e passa a valorizar mais os valores individuais e privados.

Diante de todas as dificuldades vivenciadas pelo teatro político durante a década de 1970, o que na verdade reflete um problema social bastante amplo, a encenação de Tambores na Noite representou a primeira proposta de discussão do diretor Fernando Peixoto abrindo os caminhos para uma carreira de direção teatral

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extensa, que tinha por proposta um teatro realista, crítico, nacional e popular9. A idéia de driblar a censura e estabelecer um diálogo crítico com a platéia a partir do confronto com a realidade, assumindo um ponto de vista mais popular, isto é, mais próximo dos problemas cotidianos da população já estava expressa na encenação de

Tambores na Noite e se tornou condição sine qua non para todos os outros

espetáculos dirigidos por Fernando Peixoto. Isso pode ser percebido por suas encenações, a maioria de autores nacionais, reconhecidos por sua militância política: Carlos Queiroz Telles, Gianfrancesco Guarnieri, Chico Buarque, Ruy Guerra e Consuelo de Castro. Em suma, desde a encenação Tambores na Noite, Fernando Peixoto soube driblar as dificuldades políticas e sociais do momento e colocou em discussão as incertezas e os problemas que acometiam a maioria população brasileira que vivia sob as arbitrariedades dos militares e mostrou a vitalidade do teatro político mesmo em um ambiente conturbado.

Bibliografia

BRECHT, B. Escritos sobre teatro. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión, 1973.

BRECHT. B. Tambores na Noite In: Bertolt Brecht: Teatro Completo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, v.1.

GORENDER, J. Combate nas Trevas. São Paulo: Ática, 2003.

PATRIOTA, R. Vianinha: um dramaturgo no coração de seu tempo.São Paulo: Hucitec, 1999.

PEIXOTO, F. Teatro em aberto. São Paulo: Hucitec, 2002. PEIXOTO, F. Teatro em movimento. São Paulo: Hucitec, 1989. PEIXOTO, F. Teatro em pedaços. São Paulo: Hucitec, 1989. PEIXOTO, F. Teatro em questão. São Paulo: Hucitec, 1989.

RAMOS, A. F. Canibalismo dos Fracos:cinema e história do Brasil. Bauru,SP: Edusc, 2002.

Referências

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