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Família e Políticas Públicas: o acúmulo da pesquisa no Serviço Social

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Família e Políticas Públicas:

o acúmulo da pesquisa

no Serviço Social

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Brasília, março de 2021.

Família e Políticas Públicas:

o acúmulo da pesquisa no Serviço Social

ABEPSS 2021-2022

se respira

luta!

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Família e Políticas Sociais:

caminhos para uma apreensão crítica

Serviço Social no Brasil e as pesquisas na área

Família e Política Social em debate

Políticas Familiares

e a Formação Profissional

RETORNA AO INÍCIO

5

6

9

17

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Introdução

Esta nota técnica constitui uma das ações político-acadêmicas desenvolvidas pela ABEPSS a partir da publicação do edital 02-2021 intitulado Família e Políticas Públicas no Brasil emitida no âmbito do Termo de Cooperação estabelecido entre a CAPES e a Secretaria Nacional da Família, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (SNF/MMFDH). A ABEPSS, em posicionamento contrário ao edital em tela e na matéria sobre o assunto – ambos disponíveis em abepss.org.br –, expôs os argumentos centrais que fundamentam a crítica a este documento. O documento que ora publicamos, articulado aos dois citados, propõe contribuir com o debate sobre a temática família e políticas públicas, no âmbito da pesquisa, da formação e do trabalho no Serviço Social. Esta estratégia se enquadra na função precípua da ABEPSS: articular e orientar a política de formação profissional e pesquisa no Serviço Social a nível nacional.

O posicionamento da entidade, que se manifesta contrário ao mencionado edital, sustenta-se em determinada concepção de pesquisa e de Serviço Social e no significado da pesquisa para a profissão. Ao mesmo tempo, é resultado do estágio alcançado pela pesquisa sobre o tema família e políticas públicas, resultante da perspectiva crítica adotada e coerente com uma concepção de mundo sem nenhum tipo de exploração nem opressão.

A nota pretende dar visibilidade a estes avanços, que são resultado de um trabalho coletivo que envolve pesquisadores/as, entidades acadêmico-políticas e movimentos sociais com vistas a enfrentar as concepções anacrônicas e regressivas que subjazem ao referido edital.

O debate e a pesquisa sobre Família e Políticas Públicas no Brasil tem se desenvolvido na área de Serviço Social acompanhando os avanços da profissão numa perspectiva radicalmente democrática, abordando a diversidade da sua composição na indissociabilidade das determinações de classe social, raça/etnia, gênero e diversidade sexual. Nessa perspectiva, oferecemos um caminho crítico para o debate e para o avanço das pesquisas sobre a temática, fortalecendo as conquistas democráticas alcançadas e reforçando a concepção de pesquisa e de profissão a serviço dos interesses sociais visando uma sociedade emancipada.

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Família e Políticas Sociais:

caminhos para uma apreensão crítica

O Serviço Social, profissão que se constitui como especialização da divisão social, técnica, sexual e racial do trabalho na nossa sociedade, é regulamentado pela Lei 8662, de 1993, o que supõe o exercício legal e legítimo de uma determinada atividade que atende necessidades socioeconômicas e ideopolíticas da ordem burguesa. Intervém no âmbito das relações Estado/sociedade civil, no desvelamento e no enfrentamento das sequelas da questão social1, que é resultado dos antagonismos de interesses das classes sociais e de seus segmentos que demandam e polarizam a sua atuação profissional.

Como resultado das desigualdades de classe, gênero, raça/etnia, identidade e orientação sexual, a profissão recebe demandas das mais diversas, que advêm de sujeitos sociais individuais e coletivos.

Nesta perspectiva, o significado sócio-histórico da profissão, sua legitimidade, a constituição de espaços sócio-ocupacionais, seu mercado de trabalho, suas atribuições profissionais e requisições

institucionais, a definição dos sujeitos com os quais atua, encontram-se atravessados pelos antagonismos das classes e pelas respostas que uma determinada sociedade, a partir de suas instituições sociais e políticas, historicamente constrói para enfrentar a luta de classes.

1 Para aprofundamento do debate acerca da questão social e sua relevância para o Serviço Social, ver: Revista Temporalis n 3. ABEPSS. Ano 2, n 3 (jan/jul. 2001). Brasília:

ABEPSS, Grafline, 2001.

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Serviço Social no Brasil e as pesquisas na área

No Brasil, dentre as mediações que configuram uma conjuntura sócio- histórica que torna possível e necessária a emergência da profissão, duas são consideradas fundamentais:

• a refuncionalização do papel do Estado para atender aos interesses da burguesia;

• o estágio da luta de classes, com o amadurecimento e avanço do nível de organização da classe trabalhadora.

Como demonstra Netto, em um determinado estágio de

desenvolvimento do capitalismo, o Estado “é obrigado não só a assegurar continuamente a reprodução e a manutenção da força de trabalho, ocupada e excedente, mas é compelido a (e o faz mediante os sistemas de previdência e segurança social, principalmente) regular a sua pertinência a níveis determinados de consumo” (1992, p. 23).

A pesquisa na área, pelo referencial crítico adotado, ocupa posição de vanguarda na interpretação dos fundamentos da ordem capitalista, de modo a lhe permitir desvelar a contradição constitutiva das políticas sociais. Isto é, concomitantemente atendem às demandas da classe trabalhadora (no caso brasileiro, a parcelas desta) e à reprodução do modo de produção baseado na exploração do trabalho assalariado, uma vez que funcionam como um “salário indireto” (OLIVEIRA, 1988), possibilitando mais ou menos, a depender do escopo destas políticas, a reprodução do trabalhador enquanto força viva geradora de mais-valor para a acumulação capitalista.

Nos anos 30 do século passado, momento em que as sequelas da exploração capitalista não puderam mais deixar de ser reconhecidas a ponto de se converterem em objeto de uma intervenção “contínua e sistemática por parte do Estado” (NETTO, op. cit.), instaura-se um espaço sócio-ocupacional para assistentes sociais. É no contexto de complexas relações sociais contraditórias, “numa trama que envolve o social, o político, o econômico, o cultural, o religioso (YAZBEK, In:

GUERRA et al., 2018, p. 48)2 que a profissão atua na reprodução da força de trabalho e na manutenção de conquistas civilizatórias dos segmentos que pertencem à classe trabalhadora.

2

Ver o artigo de YAZBEK in: Guerra, Y et. al. na Coletânea Serviço Social e seus fundamentos.

Campinas, SP, Papel Social, 2018.

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São as múltiplas e complexas mediações que formam o tecido social, solo histórico no qual a profissão se movimenta, que lhe exigem um profundo conhecimento da realidade social para identificar de que modo as diversas expressões da questão social se particularizam nos espaços sócio-ocupacionais nos quais atua. Tais conhecimentos, fundamentados em pressupostos teórico-metodológicos, devem nos permitir desvelar as múltiplas expressões da questão social, tais como a fome, o desemprego, as doenças, a violência, a ausência de acesso a bens e serviços que atendam necessidades sociais. Devem, ainda, instrumentalizar-nos para a formulação/implementação, monitoramento e avaliação de políticas sociais e para a docência.

É no movimento das lutas sociais e históricas da classe trabalhadora e de seus segmentos que a profissão vai construindo respostas

genuínas, competentes, críticas e comprometidas com o atendimento de necessidades sociais e com o acesso a bens e serviços sociais fundamentadas no pleno reconhecimento de direitos sociais e trabalhistas.

Nessa concepção, as políticas sociais não são entes isolados da economia política, ao contrário, a economia política aponta e define o caráter da política social. Assim, em tempos de liberalismo clássico, keynesianismo, neoliberalismo ou ultraneoliberalismo, o escopo das políticas sociais se diferencia.

A partir dessa perspectiva de análise, que possibilitou adensar as pesquisas na área, a defesa de acesso a direitos sociais implica a luta por políticas sociais de caráter universal, públicas, que possibilitem a proteção social da classe trabalhadora (composta por famílias e sua heterogeneridade de composição, de raça, gênero, orientação e diversidade sexual, religiosa, cultural e regional).

As pesquisas e a produção de conhecimento no Serviço Social têm trazido importantes contribuições sobre a intersecção Política Social e Família nos marcos do sistema capitalista, patriarcal e racista.

Qualquer desenho ou formulação de políticas, projetos e programas voltados à família não pode prescindir desse debate, quando se pretende ampliar direitos e proteção social. A Constituição Federal de 1988 permitiu vislumbrar, no campo da política social, uma confluência virtuosa entre os dispositivos legais que foram sendo

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criados para a implementação do projeto da Seguridade Social e o movimento da categoria profissional em torno de seu Projeto Ético- político. Apontou-se a esperança de construção de uma sociedade mais democrática do ponto de vista político, social, econômico, racial e de gênero. Entretanto a relação dialética entre esse movimento legal e o da categoria profissional foi fortemente abalada com o desmonte progressivo das proposições fundamentais da Seguridade Social brasileira através da imposição cada vez maior dos preceitos neoliberais e das recomendações dos organismos multilaterais.

É certo que a normativa legal não altera a formação social, política e econômica calcada na superexploração de trabalhadores/as, na desigualdade socioeconômica extrema, nos privilégios de poucos e na dominação ideológica.

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Família e Política Social em debate

O Brasil nunca alcançou a proteção social dos trabalhadores e

trabalhadoras, seja via trabalho assalariado, seja via políticas sociais, ou ambos associados, pois nunca se alcançou a construção de um projeto de redistribuição da riqueza produzida nestas terras.

Contraditoriamente, a política de saúde aprovada pela Carta Magna de 1988, por exemplo, possui um caráter de política social própria de países que vivenciaram processos de social-democracias, guiada pelo princípio da universalidade. A seguridade social brasileira se apresenta como uma inovação, ainda que de forma bastante tímida e restrita (BOSCHETTI, 2009). O fato é que o capitalismo

dependente, submetido historicamente ao julgo do imperialismo norte- americano, após a Constituição de 1988, passa a receber os influxos do pensamento político-econômico neoliberal, calcados num ideário que apregoa que o bem estar coletivo é consequência do bem-estar individual, derivado da capacidade/esforço de cada um. Baseia- se, ainda, na política de ajuste fiscal, no intuito de gerar superavit primário, via privatizações e redução do orçamento social. Desta forma, o neoliberalismo é um forte golpe para a área das políticas sociais, mantendo-as focalizadas na miséria e possibilitando – no limite – a reprodução biológica da classe trabalhadora.

A ampliação do acesso em determinados momentos históricos – por parte dos segmentos mais pauperizados – a bens e serviços, tais como moradia, renda, educação e saúde, não alterou o padrão de desigualdade social, econômica, racial e de gênero. Em outros termos, mesmo sob o neoliberalismo, em alguns momentos históricos, o orçamento social foi, contraditoriamente, incrementado no país, sem, contudo, provocar o rompimento com as bases estruturais do capitalismo brasileiro dependente, e possibilitando, em geral, políticas sociais que pouco alteram as estruturas da miséria e pobreza deste país. Essas medidas, ainda que parcas, possibilitaram de forma pontual e residual o acesso dos segmentos mais pauperizados à renda e ao consumo de alguns bens, mesmo que temporária e parcialmente. Isto começa a incomodar as elites brasileiras.

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Esse incômodo, acrescido à fome voraz do capital financeiro, irá impulsionar o golpe do capital (MASCARO, 2018), de 2016, que dá início a uma nova onda político-econômica-social e cultural no país – de um neoliberalismo mais radicalizado – chamado também de ultraneoliberalismo, associado ao neoconservadorismo da extrema direita. Este ultraneoliberalismo radicaliza a programática do ajuste fiscal, vide a Emenda Constitucional (EC) nº 95, de 2016, que congela os gastos primários (diga-se, investimentos sociais) por 20 anos, significando um retrocesso no campo do financiamento das políticas sociais. Desta feita, aquelas políticas sociais que já eram parcas têm a sua morte anunciada. Isso se expressou nos últimos anos, de 2016 a 2020, nos cortes na política de saúde e na tentativa de sua privatização; no desfinanciamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e de seu principal programa, o Bolsa Família. Ocorreram também cortes significativos na área da educação pública e da pesquisa (em especial, na area das ciências sociais aplicadas) e nas restrições aos direitos previdenciários – basta analisar a EC nº103/2019 da contrarreforma desta política social; no desmantelamento da política de habitação, dentre outras3.

Com isso, reforça-se a idea de “cada um por si” diante de um cenário em que o/a trabalhador/a está cada vez mais esfacelado/a.

Observam-se taxas de desemprego crescentes e permanentes, arrocho salarial e parca proteção trabalhista (atacada pela última contrarreforma trabalhista, de 2017). Ou seja, a questão social é despolitizada, vista como um problema individual, no máximo familiar, com forte tendência ao familismo4 e com uma perspectiva conservadora de família. As formas de enfrentamento das inúmeras expressões da questão social que as acometem também tendem a ser conservadoras, a exemplo do Programa “Criança Feliz”, das propostas dentro da política de saúde mental e antidrogas. Além da tendência à criminalização dos pobres que se traduz em uma política antipobre (que tem classe, cor, gênero, orientação sexual e religião).

Esse cenário colocou novas exigências aos profissionais e à produção de conhecimento, ao descortinar as questões relacionadas à retomada da incorporação da família na política social brasileira. Especialmente, a partir da década de 1990, aprofunda-se, sob nova roupagem, a perspectiva familista que sempre esteve presente nos sistemas de

3No momento de elaboração dessa nota, o congresso nacional discute a emenda constitucional n. 186, que reafirma cortes de gastos, congela salários de servidores, seguindo os influxos da agenda ultra neoliberal.

4

Familismo, no campo da proteção social, é uma expressão que ganhou força com Esping – Andersen, em seu livro

“Fundamentos Sociales de las economias postindustriales”, Barcelona: Ariel, 1999, para se referir aos regimes de bem-estar social que insistem na responsabilidade das unidades familiares como a principal encarregada pelo bem-estar social de seus membros. No Brasil, a proteção social sob a égide das políticas de austeridade vem delegando, em ritmo acelerado, a incumbência das famílias na provisão de recursos e cuidados necessários à satisfação das necessidades de seus membros, independente da desigualdade estrutural do país, expressa nos seus três eixos: classe, gênero e raça.

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proteção social da América Latina. Isto é, a instituição familiar, nas últimas décadas, volta a figurar como central no campo das políticas sociais. Fala-se do fortalecimento dos vínculos familiares como medida de prevenção de possíveis “desajustes”, principalmente

relacionados às problemáticas de uso abusivo de drogas na juventude, automutilação e gravidez na adolescência, entre outros.

Esta centralidade na família é carregada de uma visão conservadora, tanto no aspecto de não reconhecimento das atuais configurações familiares quanto na culpabilização da família. Desconsidera-se que a fragilidade dos vínculos familiares está relacionada – dentre outros fatores – às condições socioeconômicas de seus membros.

Isto demonstra, como sinalizou Borón (1999), a grande capacidade do pensamento neoliberal de criar, recriar e incrementar um “senso comum neoliberal” enraizado nas crenças populares. Dessa forma, foi renascendo e se consolidando um discurso conservador sobre a iminência da destruição da família, a fragilização de seus vínculos e a ameaça que a destruição da família representa para a sociedade.

Porém, como aponta Pescarolo (2001), esse discurso não tem veracidade. Segundo a autora, apesar das transformações ocorridas na família, no século XX, os estudos não confirmam a sua possível desintegração ou destruição, que tem se presentificado nas imagens simplificadas que são veiculadas, inclusive, pela mídia. No Brasil, os estudos continuam demonstrando que as famílias, na sua diversidade, continuam sendo o espaço mais importante de proteção social, apesar das condições de vida desiguais que caracterizam as famílias na

sociedade brasileira. A propósito, em momentos de crises econômicas, as famílias funcionam como amortecedores dessas crises, à medida que absorvem grande parte dos impactos acarretados por elas (MONTALI, 2000; MIOTO, CAMPOS, CARLOTO, 2015) .

Esta imagem de fragmentação da família, ainda segundo Pescarolo (2001), está fundada em simbolismos arcaicos e coletivos, como o sentimento de intimidade que parece ser universal, assim como os vínculos e afetos radicados na infância, que sempre têm ares de naturais e estranhos à influência da história. São justamente esses aspectos que justificam a oposição do pensamento conservador às mudanças na família, à medida que elas atropelam hábitos e costumes

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cristalizados nas tradições e calcados na autoridade, na hierarquia e nos privilégios que sustentam e justificam as desigualdades sociais como naturais (GAHYVA, 2017) . Portanto, ao se defender a “família tradicional”, defende-se a primazia da esfera privada sobre a esfera pública e, em última instância, a propriedade privada. Justamente por isso, o resgate do discurso de salvação da família aparece em cena a cada vez que se apresentam no horizonte movimentos de mudanças na ordem estabelecida.

Nesse debate, os estudos feministas com importante protagonismo de mulheres negras e pautados na teoria social crítica têm sido fundamentais para o desvelamento dos aspectos naturalizados do pensamento conservador sobre família, ao introduzirem a questão da divisão sexual e racial do trabalho e do papel das mulheres. Essas questões que passam a ser o grande mote de desestabilização do

modelo “idealizado” de família, em que o papel subalterno das mulheres é fundamental para manter o equilíbrio de uma organização doméstico- familiar pautada pelo modelo nuclear burguês heterossexual. Os

estudos feministas colocaram no centro da discussão as relações de gênero e raça/etnia, no sistema capitalista, trazendo para a reflexão:

• o modelo de família nuclear burguês heterossexual como

fundamental para a sustentação dos sistemas de proteção social;

• a naturalização do papel das mulheres nas relações familiares como gestoras dos cuidados e do trabalho doméstico (com particularidades significativas na exploração do trabalho das mulheres negras quando analisamos o Brasil) como um importante suporte para o modelo de família nuclear burguesa, que se estrutura em uma rígida divisão sexual e racial do

trabalho, no qual o homem deve atuar como provedor e a mulher como cuidadora e esteio emocional;

• a falsa dicotomia entre esfera reprodutiva e esfera produtiva, as fronteiras tênues entre o público e o privado, mostrando o papel fundamental do trabalho de cuidados exercido no âmbito doméstico para sustentar o funcionamento do modelo econômico capitalista e, por fim, como esses elementos impedem a conquista de autonomia pessoal, política e econômica das mulheres;

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• a conciliação entre trabalho assalariado e trabalho familiar;

• a família não apenas como espaço de harmonia, mas também como espaço de contradições, de violência e desigualdades.

Esse debate, alimentado também pelos movimentos sociais

pautados na ampliação e consolidação de direitos numa perspectiva emancipadora, vem constituindo uma oposição ao discurso

extemporâneo conservador, que rotula as famílias que não se enquadram no modelo idealizado como “desestruturadas”; aliás, o modelo de “família estruturada” pode invisivilizar situações de violência contra mulheres, crianças e pessoas LGBTQIs no âmbito doméstico. Esse discurso despolitiza a realidade histórica e legitima, aprioristicamente, a direção das políticas públicas; valoriza a esfera privada como lugar da intimidade e mantém o conflito com a esfera pública, que representa o lugar de todos; que justifica as desigualdades estruturais como naturais e mantém a meritocracia como palavra

de ordem. Uma meritocracia em que as condições individuais são totalmente dependentes das condições de vida das famílias de origem, ou seja, da razão de nascimento, marcada decisivamente pela desigualdade de classe, gênero e raça. Nesse sentido, diálogos, pesquisas e ações de políticas públicas voltadas para as mulheres e para crianças e adolescentes constituem pilares centrais para o entendimento e fortalecimento de vínculos familiares que respeitem a proteção e a dignidade humanas.

Os estudos sobre a temática na área de Serviço Social dão visibilidade às diferentes configurações familiares, questionando a concepção de família abstrata, desvelando um número significativo de famílias nas quais as mulheres são as únicas ou principais provedoras e gestoras de cuidados, das famílias vítimas do racismo estrutural, das famílias poliafetivas e das famílias compostas por pessoas transexuais. Trazem elementos bastante consistentes para se questionar sobre o que se fala e o que se pretende em projetos, programas e atividades que têm por foco a família.

Nesse sentido, é preciso enfatizar que a família é uma instituição social que adquire características particulares, dependendo do espaço e do período histórico em que é analisada. Conceituar família, portanto, exige a observação de alguns elementos primordiais, como a economia,

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a cultura, a ideologia, a religião e os padrões considerados normativos em uma sociedade. Por outro lado, limitar-se ao que a sociedade conceitua de forma generalizada é deixar na invisibilidade a vivência cotidiana das inter-relações que expressam a diversidade humana em suas diferentes constituições afetivas e modos de ordenamentos familiares.

No Brasil, as relações raciais que se desenvolvem desde a ocupação colonial são marcadas por diversas barreiras postas à população negra e indígena e suas organizações familiares, à medida que a estes grupos foram negadas as possibilidades de manutenção das relações familiares sem a imposição dos valores eurocêntricos transformados em padrão de civilidade. Civilidade erigida sob a desumanização dos sujeitos, negros e indígenas, com a ausência de liberdade, com a violação de seus grupos familiares, com a venda e separação de membros familiares e com as práticas do estupro colonial que ferem a existência das mulheres negras e desorganizam o grupo.

O racismo moderno cumpre um importante papel na sociedade

burguesa, e os estereótipos e preconceitos atingem de maneira brutal as famílias negras e indígenas, nas diversas esferas da vida cotidiana.

Esses elementos nos levam a reiterar que as análises sobre família, em uma perspectiva transversal, devem considerar também os diferentes lugares ocupados pelas mulheres na divisão social, sexual e racial do trabalho. Davis (2016) expõe a intersecção entre classe, raça e gênero como elementos constitutivos das relações sociais e assevera que, na contemporaneidade, a raça corresponde a maneira como a classe é vivida. No que tange às mulheres negras, a inserção no mundo do trabalho ocorre, majoritariamente, nas funções mais precarizadas, insalubres, sem proteção trabalhista básica, com renda insuficiente, o que prejudica a capacidade protetiva do grupo familiar.

As pesquisas sobre a temática de família na área de Serviço Social têm demonstrado que, no contexto neoliberal de cortes de gastos em relação aos serviços públicos que garantem direitos sociais, conforme já mencionamos aqui, muitos trabalhos de assistência são massivamente delegados às famílias, e dentro destas às mulheres.

São, em especial, as mulheres negras as principais responsáveis pelos cuidados dos doentes, quando faltam hospitais, e que cuidam

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das crianças na ausência de creches, e as que são convocadas a trabalhar voluntariamente na ausência de serviços públicos. Há o fortalecimento de um modelo econômico no qual o papel do Estado perde protagonismo na garantia de direitos sociais e o mercado ganha força como pilar privilegiado na tríade Estado-Família-Mercado.

Mantém-se também uma forte perspectiva maternalista, com o regime não absorvendo as responsabilidades familiares e delegando às

mulheres um papel ativo e o protagonismo na garantia dos cuidados intrafamiliares. Assim, sobrecarrega-as com uma jornada extensa (trabalho pago e não pago) e as penaliza com a falta de serviços públicos de socialização das tarefas “tradicionalmente familiares”.

Isso se agrava entre as mais pobres, mulheres negras em sua maioria, já que não podem recorrer ao trabalho de cuidados pagos oferecidos pelo mercado. Isto implica que parte importante da produção da proteção social, no país e na América Latina, é de resolução individual e privada. Desta forma, as políticas de ajuste estrutural afetam

diretamente a classe trabalhadora, de forma mais incisiva, a vida das mulheres, e de forma mais marcante ainda a vida das mulheres negras.

Além disso, as famílias negras e indígenas são sistematicamente mais afetadas pela violência estrutural do Estado brasileiro, o que se acirra no momento atual em que a pandemia de COVID-19 é um fator complicador frente às medidas arbitrárias do atual governo. O acesso às políticas sociais é essencial para a sobrevivência das famílias e não tem sido tratado com a seriedade necessária. De outro lado, avançam os dados de extermínio da população negra e indígena, os conflitos pela expulsão de povos originários e quilombolas de suas áreas, decorrentes do racismo estrutural.

Diversos são os desafios postos às famílias da classe trabalhadora devido à ausência de políticas públicas do Estado: no contexto rural, a ausência de escolas, trabalho, serviços de saúde geram um deslocamento forçado de jovens para os centros urbanos; nos espaços urbanos, a falta de políticas sociais e as condições de pauperização levam a adoecimentos físicos e psicológicos que interferem

sobremaneira nas relações familiares.

O reconhecimento e respeito à diversidade, ao modo como se constituem as relações e vínculos afetivos e sociais são condições

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fundamentais para que a conceituação de família, bem como as

políticas públicas voltadas para ela, aproximem-se, o máximo possível, das condições concretas de sua constituição. Falamos aqui do

reconhecimento das famílias homoafetivas, poliafetivas e compostas por pessoas transsexuais, monoparentais, extensas e intergeracionais, mas também acentuamos como os preconceitos, discriminações e violências provocadas pela sociedade patriarcal, racista e capitalista afetam os indivíduos de maneira particular e a sociedade como um todo, em cada um dos seus espaços e instituições.

Nesse contexto, o Serviço Social, com base nas categorias basilares da historicidade, totalidade e contradição, considera a multiplicidade de formas familiares como decorrente dos processos de transformação da sociedade, os modos de vida das famílias e as questões que têm lugar no seu interior como expressões das inúmeras relações que se entrecruzam no seu espaço. Ou seja, nas famílias, entrecruzam-se as relações que elas estabelecem com as diferentes esferas da sociedade, com o Estado, com o mercado e também com o mercado de trabalho, as relações entre os seus próprios membros, que não necessariamente são coincidentes nas suas necessidades, interesses e desejos e, ainda, as relações e os vínculos que mantêm com o conjunto das suas redes sociais primárias e secundárias.

Dessa forma, considera-se que os conflitos que têm lugar no seu interior não são gerados a partir das relações entre os seus membros, mas tendem a exprimir os conflitos constitutivos da própria sociedade.

Além disso, considera que as famílias, dadas as condições objetivas de vida no quadro de desigualdades típicas do modo de produção capitalista e da transição demográfica contemporânea, não podem assumir a maior parte dos custos pela provisão de bem-estar de seus membros.

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Políticas Familiares

e a Formação Profissional

A partir desses fundamentos é que o Serviço Social debate a questão das denominadas “políticas familiares”. Mesmo reconhecendo essa discussão como complexa e contraditória, não endossa as chamadas políticas familiares que restringem o seu escopo ao microcosmo da família. Ou seja, que desenvolvem suas iniciativas e programas com vistas a fortalecer as famílias nos seus vínculos e nos seus valores, bem como incutir uma “cultura da família”, no conjunto das políticas sociais (MIOTO, 2012) . Uma concepção já expressa na definição dada por Goldani (2007, p. 231) como “políticas de família” e não

“para as famílias”. De acordo com a autora, as “políticas de família”

correspondem a

um conjunto de medidas ou instrumentos com que se tenta intervir tratando de conformar estruturas familiares para reforçar um certo modelo ideal de família. Estes ideais responderiam tanto a valores culturais dominantes como a uma concepção de desenvolvimento econômico (GOLDANI, 2007, p.231).

Em sentido contrário, a partir dos princípios e fundamentos construídos coletivamente, e que balizam a pesquisa na área, tratar de “políticas familiares” implica considerar o conjunto das políticas sociais

vinculadas à totalidade da vida social. Nessa perspectiva, tais políticas não podem estar alheias:

• à análise dos mecanismos redistributivos das políticas sociais, pois a forma como os recursos públicos são distribuídos

é central nos processos de produção e reprodução das desigualdades;

• às desigualdades na distribuição dos serviços públicos, tanto em número quanto em qualidade, pois isso demarca a distribuição da riqueza;

• à análise das relações entre serviços sociais e famílias, isto porque os serviços (educação, saúde, assistência social) são recursos essenciais para o bem-estar e exercem papel fundamental na organização das famílias;

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• ao trabalho familiar à medida que se trata de um trabalho invisível realizado, principalmente, pelas mulheres, que tem se constituído em recurso da política social;

• à divisão do trabalho no interior da família, que pode ou não ser favorecida pela política social, particularmente através dos serviços;

• aos tempos e modos de alocação do trabalho familiar, que não dependem só do mercado de trabalho, mas também das requisições do setor de serviços (SARACENO, 1997).

Assim, é reconhecido como intrínseco às “políticas familiares” as diferentes formas de ser e de conviver das famílias, as transformações da família e da sociedade, especialmente do mundo do trabalho, além de afirmar a presença do Estado na provisão de bem-estar e a importância dessa provisão para a preservação da convivência

familiar. Ou seja, reitera-se o papel fundamental do Estado – a partir da garantia de direitos – para não responsabilizar as famílias pelas suas contingências, para não torná-las reféns da lógica mercantil e para não aprisionar sujeitos e famílias na dependência de suas redes de solidariedade.

Nessa perspectiva, a profissão se assenta e se nutre da intrínseca relação entre intervenção e investigação, tanto como “elementos que, embora de naturezas distintas, compreendem a dialética do modo de ser da profissão, claramente expresso nas competências/

atribuições profissionais” (GUERRA, 2009, p. 703), quanto como

Esta concepção de família, de política social, de políticas familiares e de pesquisa na área de família exige uma formação profissional generalista, sustentada por fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos que permitam o amplo

conhecimento da realidade social, apreendida através da pesquisa imanente sobre os modos de ser, as formas de viver e de se reproduzir de sujeitos individuais e coletivos com quem o/a profissional estabelece vínculos de classe e que, ao mesmo tempo, habilite-o/a ao domínio de instrumentos e técnicas de intervenção na realidade social.

(19)

“princípio formativo e condição central da formação profissional e da relação teoria e realidade” (ABESS, 1997, p. 61). A profissão de Serviço Social encontra nas Diretrizes Curriculares da Abepss e demais referenciais que balizam o seu projeto ético-político, os fundamentos necessários a uma formação profissional crítica, rigorosa, densa, sólida e contemporânea do seu tempo5. Por considerar a unidade diversa entre intervenção e investigação, o conhecimento produzido a partir da multiplicidade de esferas, dimensões, determinações e mediações que compõem a realidade social e as expressões nas quais assistentes sociais atuam, necessita retornar ao trabalho profissional e se constituir em conteúdo de planos e projetos profissionais (IAMAMOTO, 2014, p. 611), mas também como conteúdo de denúncia e contestação da profissão e de outros sujeitos individuais e coletivos, tais como movimentos sociais.

Na particularidade da área da temática família e políticas sociais, é necessário observar as relações de gênero, as relações étnico-raciais, a diversidade e orientação sexual e a condição de classe como elementos interseccionados. Destaca-se aqui a importância da coleta do quesito raça/cor entre os dados que caracterizam as pessoas e suas famílias em consonância com as classificações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicador essencial para que se possa realizar estudos comparados sobre as disparidades entre os grupos populacionais,

ao invés da coleta unilateral em estudos com população negra. As pesquisas, portanto, precisam apreender as mediações necessárias para que se possa desvelar as particularidades dos grupos familiares, do contrário, mantém-se a reprodução do conservadorismo em sua relação umbilical com o capitalismo, racismo, patriarcado e sexismo.

Os avanços da profissão no que diz respeito ao seu posicionamento teórico-político sobre o tema é resultado de uma fértil trajetória histórica cujo marco pode ser apanhado no movimento que se convencionou chamar de “Reconceitualização Latino-americana”.

Como resultado do seu amadurecimento teórico-metodológico e ético-político, uma vertente da profissão reage contra o histórico conservadorismo vigente nas suas formulações, bem como contra o modelo de políticas sociais do projeto desenvolvimentista e da CEPAL6. Este movimento coloca a profissão de frente para as lutas de libertação dos oprimidos e para o enfrentamento da histórica dependência e

5

Esta hipótese está desenvolvida em:

TEIXEIRA (2019).

Disponível aqui.

6

Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. Trata-se de uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas.

(20)

emancipação dos povos de vários países da América Latina. É nesta contextualidade sócio-histórica, marcada por confrontos e resistências, que se estabelecem as bases para uma interlocução com a obra de Marx e a tradição marxista, ainda que de maneira restrita.

A partir daí, o Serviço Social brasileiro consolida a sua maturidade intelectual (NETTO, 1992; IAMAMOTO, 1992), alcança o

reconhecimento e a validação acadêmica como área de produção de conhecimento, determina seu estatuto profissional e o seu significado social, define a sua relação com as demais disciplinas da área das Ciências Sociais e Humanas, e, sobretudo, constrói e defende objetivos legitimados por um projeto de sociedade na defesa da liberdade, da democracia, dos direitos sociais e das políticas públicas. Contribui para isso a implantação da Pós-Graduação stricto senso, na década de 1970, que conta, atualmente, com 36 programas (36 cursos de mestrados e 20 de doutorado), de caráter acadêmico e interdisciplinar, alocados por todo território nacional, e que têm formado quadros para a docência e para as políticas sociais, no Brasil e demais países da América Latina, e para outros continentes (especialmente, Europa e África).

Como resultado da pesquisa científica socialmente relevante e do seu reconhecimento pelas agências de fomento como área de produção de conhecimento, temos uma produção científica e bibliográfica próprias, expandida cada vez mais para outros países da América Latina. Tal produção é reconhecida não apenas pela sua qualidade, mas pelo seu vetor radicalmente crítico da ordem social, e que vem estabelecendo diálogo com importantes teóricos e intelectuais do país e fora dele.

Há um consenso no que se refere ao reconhecimento de que foi a aproximação às lutas sociais e aos movimentos organizados, aliada à recorrência às Ciências Sociais e à tradição marxista que possibilitaram os avanços da pesquisa e da produção do conhecimento na área e que se expressa, com particularidades, nas pesquisas na área de família e políticas públicas. Contudo coube à tradição marxista

fertilizar todas as polêmicas relevantes: das questões pertinentes à natureza e significado da profissão e de suas técnicas, às questões sobre o Estado, o significado das políticas sociais, o papel dos

movimentos sociais e sua organização, os processos de efetivação da democracia e da cidadania (entre outros). (GUERRA, 2009, p. 713).

(21)

Cabe destacar que para uma profissão como o Serviço Social, a pesquisa tem um papel fundamental, posto que lhe possibilita aliar formação com capacitação, condições indispensáveis à uma intervenção profissional qualificada.

Sempre atenta às demandas da classe trabalhadora, a profissão tem construído uma trajetória de resistência e luta. Através de sua organização estudantil, acadêmica e profissional, insere-se em processos de mobilização e de organização popular, articula-se com movimentos sindicais classistas e movimentos sociais que compartilham dos valores do projeto ético-político profissional,

evidenciando o vínculo orgânico de assistentes sociais como parte da classe trabalhadora. Sua produção vem retratando tais compromissos e vínculos de classe e a defesa das funções democrático-sociais do Estado e das políticas sociais.

Diante deste cenário, endossamos as palavras de Maria Lúcia Barroco (2011, p. 215-216):

Os pilares que sustentam o nosso Projeto Ético Político em sua dimensão de ruptura – o marxismo, o ideário socialista da emancipação humana, o compromisso com as classes trabalhadoras e com a realização de um Serviço Social que atenda os seus reais interesses e necessidades, a busca de ruptura com o conservadorismo em todas as suas formas constituem o nosso mais valioso patrimônio que, espero, possamos cuidar dele com muito amor e coragem.

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BIBLIOGRAFIA

BARROCO, M. FL. Barbárie e neoconservadorismo: os desafios do projeto ético-político. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n.

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metodológicos e as Tendências Contemporâneas no Serviço Social.

In: Guerra, Y et. al. Coletânea Serviço Social e seus fundamentos.

Campinas, SP, Papel Social, 2018.

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Gustavo Javier Repetti

Tesoureiro da ABEPSS – Gestão Aqui se respira luta – 2021-2022. Professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro – ESS/UFRJ.

Marcia Campos Eurico

Coordenadora do GTP da ABEPSS Serviço Social, relações de exploração/opressão de gênero, feminismos, raça/etnia e sexualidades. Professora do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.

Patrícia Soraya Mustafa

Coordenadora do GTP da ABEPSS Política Social e Serviço Social. Professora do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP/FRANCA.

Paula Martins Sirelli

Secretaria da ABEPSS – Gestão Aqui se respira luta – 2021-2022. Professora do Curso de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense – Campus Rio das Ostras – UFF/CURO.

Regina Celia Tomaso Mioto

Professora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGSS/UFSC.

Rodrigo José Teixeira

Presidente da ABEPSS – Gestão Aqui se respira luta – 2021-2022. Professor do Curso de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense – Campus Rio das Ostras – UFF/CURO.

Yolanda Guerra

Professora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro – PPGSS/UFRJ.

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Fábio Marinho

REVISÃO TEXTUAL Alana Ferreira

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REGIÃO SUL II

Representantes Discentes de Graduação:

Maria Fernanda de Aguiar Azevedo - Unifesp Guilherme Siqueira - Puc-Camp

Representantes Discentes de Pós:

Roberta Pereira da Silva - Puc-SP Rosicler Lemos da Silva - Unesp

Representante de Supervisor/a de Estágio:

Ester Fátima Vargem Rodrigues - Secretaria Municipal de DH-SP Suplente Docente:

Onilda Alves do Carmo - Unesp Coord. Regional de Pós-Graduação:

Renata Christina Gonçalves dos Santos - Unifesp Coord. Regional de Graduação:

Edvânia Angela de Souza - Unesp Vice-presidente Regional:

Fabiana Aparecida de Carvalho - Puc-Camp REGIÃO SUL I

Representantes Discentes de Graduação:

Luana Portela – UFPR

Representantes Discentes de Pós:

Esdras Tavares de Oliveira - UEL Michael da Costa Lampert – Puc-RS

Representante de Supervisor/a de Estágio:

Suéllen Bezerra Alves Keller - TJRS Suplente Docente:

Denise Maria Fank de Almeida - Uel Coord. Regional de Pós-Graduação:

Michelly Laurita Wiese - Ufsc Coord. Regional de Graduação:

Monique Bronzoni Damascena - Unipampa Vice-presidente Regional:

Kathiuscia Aparecida Freitas Pereira Coelho - Uel

(26)

Representante de Supervisor/a de Estágio:

Rita de Cassia Barbosa dos Santos - FUNPAPA Suplente Docente da Gestão:

Jeffeson William Pereira - Ufam Coord. Regional de Pós-Graduação:

Zaira Sabry Azar - Ufma

Coord. Regional de Graduação:

Teresa Cristina Moura Costa - UFPI Vice-presidente Regional:

Rosemeire dos Santos - UFT REGIONAL NORDESTE

Representantes Discentes de Graduação:

Vanessa de Almeida Bandeira - Uern Ana Alice de Souza Vicente - UFBA Representante Discente de Pós:

Yanca Virgínia Araújo Silva – UEPB Ingred Lydiane de Lima Silva - Uern

Representante de Supervisor/a de Estágio:

Adiliane Batista - IFPE

Suplente Docente da Gestão:

Sueli Maria do Nascimento - Ufal Coord. Regional de Pós-Graduação:

Fernanda Marques - Uern Coord. Regional de Graduação:

Andrea Alice Rodrigues Silva- UFRB Vice-presidente Regional:

Paulo Felix - UFS

(27)

Representante de Supervisor/a de Estágio:

Euzamar Ribeiro de Oliveira – IFG – Cidade de Goiás Suplente Docente da Gestão:

Betina Ahlert - UFMT

Coord. Regional de Pós-Graduação:

Janaína Lopes do Nascimento Duarte - UnB Coord. Regional de Graduação:

Josiley Carrijo Rafael - UFMT Vice-presidente Regional:

George Francisco Ceolin – UFG REGIÃO LESTE

Representantes Discentes de Pós:

Matheus de Paula - UFF Niterói Rosária de Sá - UFRJ

Representante de Supervisor/a de Estágio:

Anailza Perini de Carvalho Suplente Docente da Gestão:

Valter Martins - UFF Campos dos Goytacazes Coord. Regional de Pós-Graduação:

Renato dos Santos Veloso - UERJ Coord. Regional de Graduação:

Giselle Souza da Silva - Unirio Vice-presidente Regional:

Ana Maria Ferreira – UFJF

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Suplentes Docentes:

Sheila Dias Almeida - Ufop Juliana Iglesias Melim - Ufes

Coordenação de Relações Internacionais:

Ramiro Marcos Dulcich Piccolo – UFF Rio das Ostras Coord. Nacional de Pós-Graduação:

Maria Liduina de Oliveira e Silva - Unifesp Coord. Nacional de Graduação:

Marina Monteiro de Castro e Castro - UFJF Tesoureiro:

Gustavo Javier Repetti - UFRJ Secretaria:

Paula Martins Sirelli - UFF Rio das Ostras Presidente:

Rodrigo José Teixeira – UFF Rio das Ostras

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