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29 e 30 de outubro de 2019

FORMULAÇÃO POSICIONAL E CORROTACIONAL DE ELEMENTOS FINITOS APLICADA EM ESTRUTURAS PLANAS COM BARRAS

BIARTICULADAS

Luiz Antonio Farani de Souza

Professor, Doutor, Curso de Engenharia Civil, UTFPR, Apucarana, PR. lasouza@utfpr.edu.br

RESUMO

Diante da competitividade e dos custos de projetos estruturais, a eficiência das estruturas tornou-se cada vez mais importante, levando a uma busca por soluções de projeto que apresentem melhor desempenho, economia e custo. A tendência de utilizar estruturas mais esbeltas e com maior resistência, faz com que a análise de estabilidade seja objeto de fundamental importância. Nesse contexto, métodos que considerem de maneira apropriada os efeitos da não linearidade geométrica, e que permitam o traçado completo da trajetória de equilíbrio com pontos limites, devem ser empregados na análise. Este artigo apresenta as formulações posicional e corrotacional de Elementos Finitos para análise estática de sistemas estruturais com barras biarticuladas considerando a não linearidade geométrica. A solução do sistema de equações não lineares que descreve o problema estrutural é obtida com o método de Newton-Raphson associado à técnica de continuação Comprimento de Arco Linear. Exemplos numéricos encontrados na literatura foram analisados com o intuito de comprovar a eficiência dos algoritmos implementados. Os testes computacionais foram efetuados com o software Matlab.

PALAVRAS-CHAVE: Comprimento de Arco; Não linearidade geométrica; Newton-Raphson; Trajetória de equilíbrio.

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, presencia-se o aumento da utilização de estruturas cada vez mais esbeltas em várias áreas da engenharia, como por exemplo: edificações, pontes, cascos de navios, fuselagens de aviões, cúpulas de coberturas, plataformas off-shore e estruturas aeroespaciais (antenas, telescópios e painéis solares). Essa esbeltez é possível devido ao desenvolvimento e aplicação de materiais com alta resistência e baixo peso próprio. No entanto, essas estruturas podem estar sujeitas a fenômenos de instabilidade de equilíbrio, que podem ocorrer localmente ou de maneira global (HRINDA, 2010).

A análise de estruturas que exibem grandes deflexões é de grande importância na engenharia atual. A crescente busca por economia e aplicação de materiais ideais leva à concepção de estruturas flexíveis. Como consequência, a análise de equilíbrio na posição indeformada não é mais aceitável para a maioria das aplicações (CODA; GRECO, 2004).

A análise elástica linear permanece ainda, nos dias atuais, como apoio ao exercício da atividade de cálculo do engenheiro de estruturas, ainda que novas normas e regulamentos publicados mais recentemente abram outros horizontes. Uma das deficiências desta análise é a sua inaptidão para refletir o real comportamento de estruturas menos comuns ou sob condições de carregamento não ordinárias ou, ainda, perto do colapso (MARTINS; GRECO, 2014).

A não linearidade geométrica ocorre quando uma estrutura sob a ação de forças aplicadas tem mudanças significativas de geometria, fazendo com que suas equações de equilíbrio passem a ser formuladas na configuração deformada (HRINDA, 2010). Essa não linearidade está associada a: (i) equações de equilíbrio, que são escritas considerando a configuração deformada da estrutura; e (ii) equações que relacionam a deformação e o deslocamento da estrutura considerada (RODRIGUES; VARELA;

SOUZA, 2008).

Problemas não lineares resultantes de não linearidades geométrica apresentam pontos críticos ao longo do caminho da solução. Esses pontos, mostrados na Figura 1, são pontos na trajetória de solução em que a estrutura perde estabilidade (por exemplo,

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flambagem) ou ocorre a bifurcação (a solução muda para dois ou mais caminhos). Os pontos limites de força ocorrem quando um valor máximo ou mínimo de força é alcançado na curva de deslocamento versus força, mostrados nos pontos A e D na Figura 2. Uma tangente horizontal está presente nos pontos limite de força. Pontos limites de deslocamento, mostrados nos pontos B e C na Figura 2, ocorrem em tangentes verticais na curva da solução. Os pontos limites de deslocamento são comumente referenciados na literatura de pontos de snapback ou pontos de viragem (LEON et al., 2011; MATIAS SILVA, 2002).

Figura 1: Pontos críticos na trajetória de equilíbrio Fonte: Adaptada de Leon et al. (2011)

Obter a trajetória de equilíbrio completa de treliças com não linearidade geométrica requer a utilização de técnicas de continuação. Uma das estratégias mais utilizadas é o método do Comprimento de Arco originalmente criado por Riks (1972) e Riks (1979). No contexto da análise não linear geométrica, há duas formulações comumente utilizadas: a formulação posicional de Elementos Finitos e a formulação corrotacional de Elementos Finitos.

A formulação posicional foi desenvolvida originalmente por Coda (2003), a qual difere do Método dos Elementos Finitos padrão para sólidos no seguinte aspecto: o método padrão tem como incógnitas os deslocamentos nodais, enquanto no método posicional, as incógnitas são as posições nodais. A formulação corrotacional utiliza sistemas de coordenadas locais para considerar os efeitos da curvatura em elementos finitos (GRECO; VENTURIN, 2006). A formulação corrotacional pode ser encontrada em Crisfield (1990) e Yaw (2009).

Nesse contexto, este artigo tem por objetivo apresentar as formulações posicional e corrotacional de Elementos Finitos (as matrizes de rigidez e os vetores de força interna) para a análise estática de treliças planas com comportamento não linear geométrico (grandes deslocamentos e rotações, mas pequenas deformações). A relação constitutiva do material das barras das treliças é adotada elástica linear.

O sistema de equações não lineares que descreve o problema estrutural é solucionado por meio do procedimento incremental e iterativo de Newton-Raphson associado à técnica de continuação Comprimento de Arco Linear.

Para comparar as formulações, as trajetórias de equilíbrio com pontos limites foram obtidas de dois problemas de sistemas estruturais planos com barras biarticuladas. Os resultados obtidos mostraram que houve um bom acordo numérico entre os resultados das duas formulações, e num dos exemplos a formulação posicional processou os cálculos (atingiu a solução com um número menor de passos de força e iterações

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acumuladas) mais rapidamente do que a formulação corrotacional, ficando de acordo com o observado em Greco et al. (2012).

A implementação computacional dos algoritmos, bem como as simulações de problemas estáticos de treliças planas encontradas na literatura, foram efetuadas com o software Matlab (MATLAB, 2015).

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 FORMULAÇÃO POSICIONAL DE ELEMENTOS FINITOS PARA TRELIÇA 2D O elemento de treliça é descrito pela formulação Posicional de Elementos Finitos (CODA, 2003; CODA; GRECO, 2004). Esse elemento transmite somente forças axiais e tem área da seção transversal constante A. As coordenadas (X1, Y1) e (X2, Y2) dos nós 1 e 2, respectivamente, representam a configuração inicial do elemento de barra (também conhecida como coordenadas de referência). Após uma mudança de configuração devido a deslocamentos da treliça, a barra passa a ter novas coordenadas nodais (x1, y1) e (x2, y2). O comprimento inicial (ou referencial) L0 e o comprimento atual L da barra são calculados, respectivamente, por:

𝐿0 = √(𝑋2− 𝑋1)2+ (𝑌2− 𝑌1)2, (1) 𝐿 = √(𝑥2− 𝑥1)2+ (𝑦2− 𝑦1)2. (2)

A matriz de rigidez tangente Kel e o vetor de forças internas Fel elementares são obtidos conforme as equações, respectivamente (LACERDA, 2014):

𝑲𝒆𝒍= 𝐸𝐴

𝐿03𝑩 +𝐸𝐴𝜀𝐺

𝐿0 𝑪, (3)

𝑭𝒆𝒍 =𝐸𝐴𝜀𝐺

𝐿0 𝒅, (4)

nas quais EA é a rigidez axial e G é a deformação de Green dada por:

𝜀𝐺 = 𝐿2− 𝐿02

2𝐿02 . (5)

Na Equação (3), as matrizes B e C são definidas, respectivamente, por:

𝑩 = [ 𝑰𝟐 −𝑰𝟐

−𝑰𝟐 𝑰𝟐 ], (6)

𝑪 = 𝒅𝒅𝑻, (7)

em que I2 é a matriz identidade de ordem 2 e d = [x1-x2, y1-y2, x2-x1, y2-y1]T.

2.2 FORMULAÇÃO CORROTACIONAL DE ELEMENTOS FINITOS PARA TRELIÇA 2D

A estrutura da treliça pode sofrer grandes deslocamentos e rotações no nível global, mas pequenas deformações no nível local. Considere o elemento de treliça nas configurações inicial e corrente como mostrado na Figura 2. Os comprimentos inicial L0 e corrente L são determinados conforme as Equações (1) e (2).

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As coordenadas globais permanecem fixas na formulação corrotacional. O ângulo corrente do elemento corrotacionado com relação ao sistema de coordenadas globais é denotado por . Na formulação bidimensional os valores do seno e cosseno desse ângulo são determinados por, respectivamente (YAW, 2009; CRISFIELD, 1991):

𝑐𝑜𝑠(𝜃) =𝑋2+ 𝑢2− 𝑋1− 𝑢1

𝐿0 , (8)

𝑠𝑒𝑛(𝜃) =𝑌2+ 𝑣2 − 𝑌1 − 𝑣1

𝐿0 . (9)

Figura 2: Configurações inicial e corrente do elemento de treliça Fonte: Adaptada de Yaw (2009)

Considere 𝑐 = 𝑐𝑜𝑠(𝜃) e 𝑠 = 𝑠𝑒𝑛(𝜃). O vetor de força interna elementar Fel é avaliado pela seguinte expressão:

𝑭𝒆𝒍 = 𝑁𝒓, (10)

na qual 𝒓 = [−𝑐 −𝑠 𝑐 𝑠]𝑇 e  é a força axial interna local dada por:

𝑁 = 𝐴𝐸𝜀𝐺, (11)

em que EA é a rigidez axial e 𝜀𝐺 é a deformação de Green dada pela Equação (5). A matriz de rigidez elementar Kel é composta por duas parcelas: a matriz de rigidez material KM e a matriz de rigidez geométrica KG:

𝑲𝒆𝒍= 𝑲𝑴+ 𝑲𝑮, (12)

na qual,

𝑲𝑴=𝐴𝐸

𝐿0 𝒓𝒓𝑇, (13)

𝑲𝑮= 𝑁

𝐿[ 𝑰𝟐 −𝑰𝟐

−𝑰𝟐 𝑰𝟐 ] . (14)

2.3 PROBLEMA ESTRUTURAL

A equação que governa o equilíbrio estático de um sistema estrutural com comportamento não linear geométrico é descrita por:

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𝒈 = 𝜆𝑭𝒓− 𝑭𝒊𝒏𝒕 = 𝟎, (15)

na qual g é o vetor de forças desequilibradas, Fint é o vetor de forças internas, e  é o parâmetro de força responsável pelo escalonamento do vetor de referência Fr. A solução do sistema dado em Equação (15) é obtida por meio de um esquema iterativo e incremental. Para uma sequência do parâmetro de força , uma sequência do respectivo incremento de deslocamentos nodais u é calculado.

Aplicando o método de Newton-Raphson na Equação (15), tem-se o problema estrutural não linear conforme a equação (SOUZA et al., 2018):

𝑲(𝑘−1)𝒖(𝑘) = 𝒈(𝑘) = 𝜆(𝑘)𝑭𝒓− 𝑭𝒊𝒏𝒕(𝑘−1), (16) em que K é a matriz de rigidez representativa do sistema estrutural (matriz Jacobiana).

Os parâmetros totais de força () e do vetor de deslocamentos nodais (u) no passo de força t+t e iteração k são atualizados por, respectivamente:

𝜆(𝑘)= 𝜆(𝑘−1)+ 𝛿𝜆(𝑘), (17)

𝒖(𝑘)= 𝒖(𝑘−1) + 𝜹𝒖(𝑘). (18)

Com a combinação das Equações (16) e (17), chega-se à expressão para δu(k) (CRISFIELD, 1991):

𝜹𝒖(𝑘) = 𝜹𝒖𝒈(𝑘)+ 𝛿𝜆(𝑘)𝜹𝒖𝒓(𝑘), (19) na qual (k) é o subincremento do parâmetro de força que deve ser avaliado ao longo do ciclo iterativo, e ug(k) e ur(k) são obtidos, respectivamente, por:

𝜹𝒖𝒈(𝑘) = [𝑲(𝑘−1)]−1𝒈(𝑘−1), (20)

𝜹𝒖𝒓(𝑘)= [𝑲(𝑘−1)]−1𝑭𝒓. (21)

Os parâmetros incrementais do parâmetro de força () e do vetor de deslocamentos nodais (u) no passo de força t+t e iteração k são avaliados por, respectivamente:

𝜆(𝑘)= 𝜆(𝑘−1)+ 𝛿𝜆(𝑘), (22)

𝒖(𝑘)= 𝒖(𝑘−1)+ 𝜹𝒖(𝑘). (23)

A metodologia para a solução de problemas estruturais não lineares deve ser capaz de traçar a trajetória de equilíbrio completa da estrutura (identificação e passagem pelos pontos limites existentes). Para tal, utiliza-se um processo incremental-iterativo que consiste de duas etapas (LEON et al., 2011; SOUZA et al., 2017):

1) A partir da última configuração de equilíbrio da estrutura, seleciona-se um subincremento de força (definido como o subincremento de força inicial - (0)), que satisfaça alguma equação de restrição imposta ao problema. Após a seleção desse parâmetro, determina-se o incremento inicial do vetor de deslocamentos nodais u(0); e

2) na segunda etapa de solução, procura-se por meio de uma estratégia de continuação corrigir a solução incremental inicialmente proposta na etapa anterior, com o objetivo de restaurar o equilíbrio da estrutura. Se as iterações envolverem deslocamentos

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nodais (u) e o parâmetro de força (), então uma equação adicional de restrição é requerida. O formato dessa equação é o que distingue as várias estratégias de iteração.

Neste artigo, é utilizado o método de continuação Comprimento de Arco Linear proposto por Riks (1972) e Riks (1979), em que a trajetória de iteração é mantida sempre ortogonal à direção tangente inicial em cada passo. O algoritmo para o método de Newton-Raphson associado à técnica Comprimento de Arco Linear é apresentado em Souza et al. (2018b).

O critério de convergência adotado para cada passo de força é expressado pela norma da força residual e da força total aplicada:

‖𝒈‖ ≤ 𝑡𝑜𝑙 ‖𝑭𝒓‖, (24)

em que tol é a tolerância fornecida pelo usuário.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os algoritmos desenvolvidos foram implementados no software Matlab, versão 8.6 R2015b (MATLAB, 2015), e as simulações computacionais foram realizadas em um computador Core i7 - 3537U com 8GB de memória.

Nesta seção são apresentados testes numéricos de problemas de sistemas estruturais constituídos por barras biarticuladas com não linearidade geométrica encontrados na literatura, utilizando as formulações posicional e corrotacional de Elementos Finitos.

3.1 BARRA BIARTICULADA COM UM GRAU DE LIBERDADE

Seja a estrutura de uma barra biarticulada com um grau de liberdade, cujas características geométricas adimensionais são apresentadas na Figura 3. Esta estrutura foi estudada inicialmente por Crisfield (1991). A barra tem área da seção transversal A = 100,0 e módulo de elasticidade E = 5  105. Os parâmetros utilizados nas simulações são:

comprimento de arco inicial l(0) = 1,0; número máximo de iterações em cada ciclo kmáx = 100; número de iterações desejadas Nd = 4; tolerância tol = 1,0  10-12; e incremento de força P = 1,0.

Figura 3: Estrutura da barra biarticulada Fonte: O próprio Autor

Na Figura 4 aparece a curva deslocamento vertical no nó 2 versus força P. Essa curva representa a resposta não linear da estrutura, e cada ponto na trajetória (marcador) representa uma configuração de equilíbrio estático da estrutura. Verifica-se, nessa figura,

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que há dois pontos limites de força na trajetória, caracterizados por tangentes horizontais, ou seja, paralelas ao eixo de deslocamentos. O primeiro ponto limite representa a força máxima P em que a estrutura pode suportar antes do snap-through. Nas posições intermediárias, a força P decresce e reverte de sinal duas vezes enquanto o deslocamento continua a crescer. Quando o efeito snap-through termina no segundo ponto limite, a estrutura começa a suportar valores adicionais de força. Os resultados numéricos obtidos com as formulações posicional e corrotacional de Elementos Finitos foram similares, ficando bastante próximos dos resultados obtidos por Crisfield (1991).

Figura 4: Trajetórias de equilíbrio Fonte: O próprio Autor

3.2 ESTRUTURA COM OITO BARRAS E NOVE NÓS

Seja a estrutura com oito barras e nove nós, cujas barras têm rigidez axial adimensional EA = 3,0 x 106, como mostrada na Figura 5. Esta estrutura foi analisada por Powell e Simons (1981) e Geers (1999). Uma força horizontal F é aplicada no nó 1. Os parâmetros utilizados nas simulações são: l(0) = 1,0; kmáx = 100; Nd = 3; tol = 1,0  10-7; e

P = 0,5.

As trajetórias de equilíbrio (curvas deslocamento horizontal no nó 1 versus força F) são mostradas na Figura 6. Observa-se que houve um bom acordo entre os resultados numéricos com as formulações posicional e corrotacional e o de Geers (1999). Conforme pode ser visualizado nessa figura, as trajetórias apresentam pontos limites de força e de deslocamento caracterizados por tangentes horizontais e verticais, respectivamente.

Na Tabela 1 são apresentados os resultados numéricos obtidos com os algoritmos implementados: números totais de passos de força (NP) e iterações acumuladas até a convergência para a solução (ktotal) e o tempo de CPU t em segundos. Vê-se, entretanto, que a formulação posicional alcançou a resposta do problema com menos passos de força e iterações acumuladas até a convergência.

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Figura 5: Estrutura com oito barras e nove nós Fonte: Adaptada de Geers (1999)

Figura 6: Trajetórias de equilíbrio Fonte: O próprio Autor

Tabela 1: Resultados numéricos

Formulação NP ktotal t (s)

Corrotacional 63 687 0,499475

Posicional 40 137 0,179315

Fonte: O próprio Autor

3.3 TORRE TRELIÇADA

A Figura 7 mostra uma torre treliçada apoiada na base e solicitada por forças verticais (10 P) e horizontal (P). As barras têm rigidez adimensional EA = 9000. Este problema foi estudado por Powell e Simons (1981). Os parâmetros utilizados nas simulações são: l(0) = 0,5; kmáx = 100; Nd = 5; tol = 1,0  10-7; e P = 1,0. Na Figura 8 são apresentadas as curvas deslocamento horizontal no nó 7 versus fator de carga , obtidas com as formulações posicional e corrotacional. Na Tabela 2 são apresentados os resultados numéricos (NP, ktotal e t) obtidos das simulações.

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Figura 7: Modelo estrutural da torre treliçada com oito nós e 12 barras Fonte: Adaptada de Powell e Simons (1981)

Figura 8: Trajetórias de equilíbrio para a torre treliçada Fonte: O próprio Autor

Tabela 2: Resultados numéricos para a torre treliçada

Formulação NP ktotal t (s)

Corrotacional 49 235 0,325023

Posicional 40 120 0,193368

Fonte: O próprio Autor

4 CONCLUSÃO

Neste artigo foram apresentadas as formulações posicional e corrotacional de Elementos Finitos para a análise estática de sistemas planos com barras biarticuladas e não linearidade geométrica. As formulações são relativamente simples de implementar computacionalmente, e podem ser empregadas por engenheiros no dimensionamento e projetos estruturais de sistemas estruturais treliçados.

A partir das simulações, observou-se a boa concordância numérica entre as formulações no que tange à obtenção da trajetória de equilíbrio. Entretanto, nos dois

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últimos problemas, a formulação posicional alcançou a solução com um número inferior de passos de força e iterações acumuladas, em comparação com a formulação corrotacional.

A não linearidade geométrica está relacionada com o equilíbrio da estrutura na posição deformada. Quando os deslocamentos são grandes, isto é, quando a configuração deformada difere muito da configuração inicial, podem surgir efeitos de segunda ordem que aumentam os deslocamentos e os esforços finais. Imperfeições geométricas nas barras e excentricidade de carregamento tendem a ampliar o comportamento não linear geométrico. Assim, a alteração na geometria devido à aplicação de cargas externas é um aspecto crítico relacionado com ao colapso de treliças.

Destaca-se a necessidade da utilização de um método incremental-iterativo para a solução adequada de problemas não lineares geométricos. Associado ao método de solução, deve-se a incluir uma técnica de continuação para a obtenção da trajetória completa de equilíbrio com pontos limites de força e de deslocamento.

REFERÊNCIAS

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