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DELEGADO CIVIL Direito Constitucional Nathalia Masson Aula 5 ROTEIRO DE AULA. Tema: Poder Judiciário

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Academic year: 2022

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DELEGADO CIVIL Direito Constitucional

Nathalia Masson Aula 5

ROTEIRO DE AULA

Tema: Poder Judiciário

Inicialmente observe que, em termos estruturais, a nossa CF possui:

-preâmbulo = NÃO é norma jurídica, NÃO é norma constitucional, NÃO serve de parâmetro para realizar controle de constitucionalidade, NÃO é de repetição obrigatória, NÃO é de observância compulsória;

-parte permanente/dogmática = NORMAS CONSTITUCIONAIS; (art. 1º ao 250), que está dividida em títulos, sendo que o poder judiciário se localiza no título IV – organização dos poderes (PL, PE, PJ), especificamente no capítulo III, tenha uma visão panorâmica da CF:

.título I (art. 1º ao 4º - princípios fundamentais);

.título II (art. 5º ao 17 - direitos e garantias fundamentais);

.título III (art. 18 ao 43 - organização do estado);

.título IV (art. 92 - organização dos poderes);

-ADCT = NORMAS CONSTITUCIONAIS.

PODER JUDICIÁRIO

1. Órgãos do Poder Judiciário (art. 92, CF/88) Art. 92, CF/88: São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

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III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

(ROL TAXATIVO)

- Os órgãos são os seguintes:

* STF;

* CNJ (incluído pela EC 45/04, I-A);

* STJ;

* TST (incluído pela EC 92/16, II-A);

* Tribunais Regionais Federais e juízes federais;

* Tribunais e juízes do trabalho;

* Tribunais e juízes eleitorais;

* Tribunais e juízes militares;

* Tribunais e juízes dos Estados e do DF e Territórios.

(OBSERVAÇÕES IMPORTANTES)m.br

- O CNJ é o ÚNICO órgão do Poder Judiciário desprovido de função jurisdicional.

- O Conselho tem caráter administrativo e foi instituído para controlar a atuação financeira e administrativa do Poder Judiciário, bem como para fiscalizar o cumprimento dos deveres funcionais por parte dos magistrados.

- Os Tribunais de Contas, a Defensoria Pública, a Justiça Desportiva, o Ministério Público (...) NÃO são órgãos do Poder Judiciário.

Art. 92, CF/88:

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

- O STF, o CNJ e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) têm sede em Brasília, que é a capital federal (art. 18 § 1°).

- O STF e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.

- Tribunais Superiores são aqueles assim nominados (SUPERIOR Tribunal de Justiça, Tribunal SUPERIOR do Trabalho, Tribunal SUPERIOR Eleitoral e SUPERIOR Tribunal Militar).

- O Supremo Tribunal Federal não é um Tribunal Superior, é o Tribunal Supremo, instância principal de tutela e proteção máxima à Constituição Federal.

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www.g7juridico.com.br

2. Composição do Supremo Tribunal Federal

Art. 101, CF/88: O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

- São 11 Ministros.

- Brasileiros natos (artigo 12, § 3º, CF).

- Idade: mais de 35 e menos de 65 anos.

- Notável saber jurídico e reputação ilibada.

- Nomeação feita pelo PR após aprovação da maioria absoluta do SF. (os 11 MINISTROS são ¹indicados pelo PR, cuja

³nomeação, também pelo PR, somente depois de ²aprovação MA do SF). Observe o esquema:

w.g7juridico.com.br

Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 8ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 1270.

.

Fazendo uma comparação com o art. 123, da CF, que traz uma particularidade:

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada* a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

*Maioria Simples

O modo de composição do Supremo brasileiro é semelhante ao dos EUA, por isso, caso lhe interesse assista ao filme

“Confirmação”, que fala sobre a indicação, pelo presidente George H. W. Bush, de Clarence Thomas para um assento no Circuito de Cortes de Apelação do Distrito de Columbia. A confirmação de Thomas foi intensa, envolvendo acusações da procuradora Anita Hill. O senado, depois de uma sabatina de quase 6 meses, confirmou a indicação de Thomas por 52 votos a 48.

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3. Composição do Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B)

- São 15 CONSELHEIROS (composição heterogênea = 9 jurisdicionais e 6 NÃO jurisdicionais).

(JURISDICIONAIS) (3x3x3)

* STF: (i) Presidente do STF (que será o Presidente do CNJ, conforme determina a CF expressamente desde a EC 61/09);

(ii) Desembargador de Tribunal de Justiça (indicado pelo STF); (iii) juiz estadual (indicado pelo STF).

* STJ: (i) Ministro do STJ (que será o Ministro Corregedor do CNJ e que terá sido indicado pelo STJ); (ii) juiz de TRF (indicado pelo STJ); (iii) juiz federal (indicado pelo STJ).

* TST: (i) Ministro do TST (indicado pelo TST); (ii) juiz de TRT (indicado pelo TST); (iii) juiz do trabalho (indicado pelo TST).

Cespe 2021: “na composição do CNJ não existem membros nem da justiça eleitoral nem da justiça militar” (CORRETO)

(NÃO JURISDICIONAIS) (2x2x2)

* 2 integrantes do MP:

- 1 membro do MPU, indicado pelo Procurador-Geral da República;

- 1 membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;

* 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB;

* 2 cidadãos, de notório saber jurídico e reputação ilibada, 1 indicado pela Câmara dos Deputados e o outro indicado pelo Senado Federal.

Para você assimilar melhor as informações, dedique-se a montar um material bem elaborado, com o máximo de informações, para você não esquecer dos detalhes importantes. Abaixo segue uma tabela com o resumo das explicações:

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- Não mais existe critério etário para que um indivíduo integre o CNJ (antes da EC 61/09 exigia-se idade entre 35 e 66 anos).

- O mandato do Conselheiro é de 2 anos, sendo admitida 1 (uma) RECONDUÇÃO.

- De acordo com o artigo 103-B, § 2º, CF, os membros do CNJ serão nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal (com exceção do Presidente do STF). (cuidado com os termos indicar e nomear, são coisas diferentes, aqui a ¹indicação é feita por múltiplos órgãos, se o SF ²aprova, o PR ³nomeia)

- Nas ausências e impedimentos do Presidente do STF, a substituição será feita pelo VICE-PRESIDENTE DA CORTE.

- Artigo 103-B, § 3º: se as escolhas não forem feitas no prazo legal, caberá ao STF fazê-las.

Decisões importantes referentes ao assunto:leiaco.com.

- O STF, na ADI 3367, afirmou a CONSTITUCIONALIDADE do CNJ, rebatendo argumentos que indicavam ofensa à separação de poderes, em virtude da composição heterogênea do Conselho. (o STF não se subordina ao CNJ)

- O STF, na ADI 4638, definiu que o CNJ possui COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA E CONCORRENTE com os Tribunais para a instauração de procedimento administrativo disciplinar aplicável aos magistrados.

- Conforme definido pelo STF, na Pet 4656/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851), o CNJ tem competência para determinar que o Tribunal de Justiça exonere servidores que tenham sido nomeados sem concurso público para cargos em comissão que não se encaixam nas atribuições de direção, chefia e assessoramento, isto é, que

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contraria o art. 37, V, da CF/88. Segundo a Corte, quando o CNJ decide neste sentido não está realizando controle de constitucionalidade, mas simplesmente exercendo o controle de validade dos atos administrativos do Poder Judiciário.

(INFORMAÇÕES IMPORTANTES)

- O art. 102, I, ‘r’, CF/88, determina que as decisões do CNJ serão passíveis de revisão pelo STF, já que este é o órgão máximo do Poder Judiciário e inequivocamente possui superioridade em relação ao Conselho.

- Sobre o tema, em novembro de 2020 foi fixada a seguinte tese pelo STF (no julgamento conjunto da ADI 4412, de relatoria do ministro Gilmar Mendes, da Pet 4770, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, e da Rcl 33459, relatada pela ministra Rosa Weber):

“Nos termos do artigo 102, inciso I, alínea ‘r’, da Constituição Federal, é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente todas as decisões do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público proferidas nos exercícios de suas competências constitucionais respectivamente previstas nos artigos 103-B, parágrafo 4º, e 130-A, parágrafo 2º, da Constituição Federal".

4. Composição do Superior Tribunal de Justiça (art. 104, CF/88)

Art. 104, CF/88: O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(REGRA DO TERÇO CONSTITUCIONAL)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94*.

*regra do quinto constitucional NÃO seguida pelo STJ

Perceba as distinções:

- São no mínimo 33 Ministros.

- Idade: mais de 35 e menos de 65 anos.

- Notável saber jurídico e reputação ilibada.

- Brasileiro, nato OU naturalizado.

- Nomeação feita pelo Presidente da República, após aprovação prévia da maioria absoluta dos integrantes do Senado Federal.

- Na composição do STJ, temos:

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* 1/3 dentre juízes de TRF, INDICADOS em lista tríplice que o STJ constrói a partir de votação envolvendo os nomes que foram enviados pelos diferentes TRFs;

* 1/3 dentre desembargadores de TJ, INDICADOS em lista tríplice que o STJ constrói a partir de votação envolvendo os nomes que foram enviados pelos diferentes TJs do país;

* 1/3, em partes iguais, dentre membros do MP e advogados, que serão INDICADOS na forma do art. 94 da CF, que traz a regra do quinto constitucional.

Uma forma engraçada de você guardar o número de integrantes:

STF = somos um time de futebol = 11 STJ = somos todos jesus = 33

TST = 30 – 3 = 27 TSE = SET = 7

STM = somos todas mocinhas = 15

Veja a explicação nos esquemas:

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5. A Regra Do Quinto Constitucional (art. 94, da CF)

Art. 94, CF/88: Um quinto dos lugares dos ¹Tribunais Regionais Federais, dos ²Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Da leitura do dispositivo se percebe que ele está INCOMPLETO, devia ter sido alterado pela EC/45, para incluir TRTs (art.

115) e no TST (art. 111-A), verifique:

Art. 111-A, CF/88: O ³Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Art. 115, CF/88: Os 4Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

- Nos termos do art. 94, CF, um quinto dos lugares nos ¹TRFs, nos ²TJs, nos ³TRTs (art. 115) e no 4TST (art. 111-A), serão destinados:

(i) a membros do Ministério Público com mais de 10 anos de carreira;

(ii) a advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, de notório saber jurídico e reputação ilibada.

- Membros do MP e Advogados: indicados em lista sêxtupla pelo órgão de classe. O tribunal, em votação, reduzirá esta lista para tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que, nos 20 dias subsequentes, escolherá um dos nomes para nomear.

Observe o esquema da Lista “6, 3, 1”:

- Membros do MP e Advogados: indicados em lista sêxtupla pelo órgão de classe. O tribunal, em votação, reduzirá esta lista para tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que, nos 20 dias subsequentes, escolherá um dos nomes para nomear.

- NÃO são todos os Tribunais brasileiros que obedecem, na sua composição, a regra do quinto constitucional:

(i) O STJ reserva 1/3 das suas vagas para os Membros do MP e da Advocacia (e não 1/5).

(ii) O STF também não a obedece, já que o Presidente escolhe livremente os integrantes.

(iii) O TSE e os TREs não têm representantes do MP, mas possuem representantes da advocacia (2/7).

(iv) No STM, 3/15 são advogados e 1/15 são representantes do MP.

Observação que é cobrada em provas:

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- Os integrantes dos TRFs e TJs, que vão disputar vaga no STJ, NÃO precisam ser, necessariamente, oriundos da magistratura de carreira.

- Os integrantes dos TRTs, que vão disputar vaga no TST, PRECISAM ser, necessariamente, oriundos da magistratura de carreira.

Leia o dispositivo:

(REGRA DO QUINTO com uma particularidade)

Art. 111-A, CF/88: O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de [VINTE E SETE] Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

- Independentemente de o número total de membros do Tribunal ser ou não múltiplo de 5, em respeito à CF/88, necessariamente 1/5 dos assentos deverá ser ocupado por membros do MP e da advocacia. Se a divisão por 5 não resultar em um número inteiro, o arredondamento sempre deverá ser “PARA MAIS”.

- Desde que a recusa se fundamente em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão competente do órgão judiciário, o Tribunal está autorizado a rejeitar o nome de uma ou até mesmo de todas as pessoas enunciadas na lista; não é possível, todavia, ao Tribunal, substituir os nomes.

Veja abaixo a composição dos demais tribunais:

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6. Competências do STF (comparativo com as competências do STJ)

- As atribuições da nossa Corte Suprema estão relacionadas no artigo 102, CF.

- No inciso I temos competências originárias, no inciso II recursais ordinárias (ROC), e no inciso III temos competências recursais extraordinárias (RE).

A) ROC

A.1) ROC no STF

- Cabível em 2 situações:

1ª) Remédio Constitucional (HC, HD, MS e MI) decidido em única instância por Tribunal Superior, se denegatória a decisão.

Art. 102, CF/88: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em ÚNICA INSTÂNCIA pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.

2ª) Da decisão prolatada por juiz federal em CRIME POLÍTICO (art. 109, IV, CF) caberá ROC para o STF.

Art. 102, CF/88: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

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II - julgar, em recurso ordinário:

b) o crime político.

Art. 109, CF/88: Aos juízes federais compete processar e julgar:

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral.

O esquema traz o “per saltum”:

A.2) ROC no STJ

- Cabível em 3 situações:

1ª) O litígio que polariza, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país, é de competência da Justiça Federal de primeira instância (art. 109, II, da CF). Essa decisão pode ser desafiada no STJ por ROC (art. 105, II, “c”, CF).

Art. 105, CF/88: Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

II - julgar, em recurso ordinário:

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, [E], do outro, município ou pessoa residente ou domiciliada no País.

Art. 109, CF/88: Aos juízes federais compete processar e julgar:

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País.

* Se por acaso o litígio polarizar Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro lado, União, Estado, DF ou Território Federal, a competência originária será do STF, conforme indica o artigo 102, I, “e”, da CF.

Art. 102, CF/88: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território.

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2ª) Também cabe ROC, no STJ, para julgar o HC decidido em ÚNICA OU ÚLTIMA instância por TRF ou TJs, desde que a decisão seja DENEGATÓRIA.

3ª) Também cabe ROC, no STJ, para julgar o MS decidido em ÚNICA instância por TRF ou TJs, desde que a decisão seja DENEGATÓRIA.

Art. 105, CF/88: Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão.

B) Competências Originárias do STF x Competências Originárias do STJ B.1) Processar e Julgar, por Crime Comum

Observe o esquema:

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Considerando algumas observações que já foram estudadas:

(PR)

(CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE PENAL TEMPORÁRIO)

Art. 86, § 4º, CF/88: O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

(OBRIGATORIEDADE DE AUTORIZAÇÃO)

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

(CONGRESSISTAS) (FORO ESPECIAL)

STF, AP 937, por meio de interpretação contemporânea, decidiu que o foro especial, na prática de crimes comuns dos congressistas, depende de: os crimes terem relação com a função E forem praticados na vigência do mandato. Veja:

AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso: As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele.

Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.

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(GOVERNADORES)

STJ - AP 866, Ministro Luís Felipe Salomão: Diante da recente e notória decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar questão de ordem na AP 937, da relatoria do Ministro Roberto Barroso, conferindo nova e conforme interpretação ao art. 102, I, b e c da CF, assentando a competência da Corte Suprema para processar e julgar os membros do Congresso Nacional exclusivamente quanto aos crimes praticados no exercício e em razão da função pública, e que tem efeitos prospectivos, em linha de princípio, ao menos em relação às pessoas detentoras de mandato eletivo com prerrogativa de foro perante este Superior Tribunal de Justiça (CF, art. 105, I, "a"), faz-se necessária igual observância da regra constitucional a justificar eventual manutenção, ou não, do trâmite processual da presente ação penal perante a Corte Especial deste Tribunal Superior. (...) 4. No caso em exame, é ação penal na qual foi ofertada denúncia em face de RICARDO VIEIRA COUTINHO, atual Governador do Estado da Paraíba, pela suposta prática de 12 (doze) crimes de responsabilidade de prefeitos (art. 1º, inciso XIII, do DL 201/67), (...)

B.2) Processar E Julgar, Por Crime Comum E De Responsabilidade

Art. 102, CF/88: Compete ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

Art. 105, CF/88: Compete ao SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

Visualize:

(16)
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Entenda uma ressalva:

Art. 52, CF/88: Compete privativamente ao SENADO FEDERAL:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

Notícias STF

Terça-feira, 12 de junho de 2018

1ª Turma remete à primeira instância inquérito contra senador Blairo Maggi

Por maioria, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão nesta terça-feira (12), declinou da competência no Inquérito (INQ) 4703, no qual o senador licenciado Blairo Maggi (PR-MT), atualmente no cargo de ministro da Agricultura, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), Sergio Ricardo de Almeida, são investigados pela suposta compra de vaga no TCE-MT. Segundo a decisão, o inquérito, em que já houve o oferecimento da denúncia, será encaminhado à primeira instância da Justiça Comum em Mato Grosso.

Em julgamento da questão de ordem no INQ 4703, prevaleceu o voto do relator, ministro Luiz Fux, no sentido de que, como os fatos investigados são referentes ao período em que Maggi ocupava o cargo de governador de Mato Grosso e Almeida o de deputado estadual, a competência do STF para processar e julgar o feito se encerrou. O ministro adotou como fundamento o precedente do Plenário que, ao julgar questão de ordem na Ação Penal (AP) 937, definiu que os parlamentares federais só devem ser julgados no STF em relação a crimes supostamente cometidos no exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. Acompanharam o voto do relator os ministros Roberto Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio. (...) O ministro Alexandre de Moraes ficou parcialmente vencido, pois entendeu que o processo deveria ser remetido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo seu entendimento, como o Plenário não se manifestou em relação aos cargos vitalícios, a competência para processar o conselheiro do TCE-MT seria do STJ. Em relação ao senador, o ministro salientou que foi aplicado exatamente o precedente do Plenário na questão de ordem na AP 937, pois, até a jurisprudência ser alterada, o Tribunal entendia que parlamentar federal, mesmo se licenciado para ocupar cargo de secretário estadual, por exemplo, detinha foro junto ao STF.

O inquérito foi aberto para investigar a suposta prática dos delitos de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva decorrentes de colaboração premiada na qual se noticiou que Maggi e Almeida, juntamente com outros agentes políticos de Mato Grosso, teriam feito um acordo para nomear o então deputado estadual para o cargo de conselheiro do TCE.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o acordo seria executado por via da "compra" do cargo, ou seja, mediante o pagamento de expressivas quantias (propina) ao então conselheiro ocupante da vaga e interessado na negociação.

B.3) Reclamação

Art. 102, CF/88: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.

(18)

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.

Art. 111-A, § 3º, CF/88: Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

B.4) Conflitos de competência entre Tribunais

Art. 102, CF/88: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal.

Art. 105, CF/88: Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos.

Obs.: Conflitos de atribuições envolvendo membros do Ministério Público

- O PGR é o responsável por dirimir alguns conflitos de atribuições envolvendo membros do Ministério Público. Sobre o tema, acompanhe as possibilidades conflitivas listadas abaixo e a identificação dos responsáveis por ofertar as respectivas soluções, bem como as sucessivas mudanças de entendimento do STF:

(1) Quando o conflito polarizar Promotores de Justiça do Ministério Público de um mesmo Estado (Ex: Promotor de Justiça de Juiz de Fora/MG e Promotor de Justiça de Belo Horizonte/MG), a controvérsia será sanada pelo respectivo Procurador- Geral de Justiça, em razão do que dispõe o inciso X do art. 10 da Lei nº 8.625/1993 (in verbis “Art. 10. Compete ao

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¹Procurador-Geral de Justiça: X – dirimir conflitos de atribuições entre membros do Ministério Público, designando quem deva oficiar no feito”).

(2) Quando o conflito polarizar Procuradores da República (membros do Ministério Público Federal), a solução será dada pela ²Câmara de Coordenação e Revisão (órgão colegiado do MPF), sendo possível recorrer ao PGR.

- Assim, se há divergência entre um Procurador da República que atua em São Paulo/SP e outro que atua em Belo Horizonte/MG acerca de quem deve oficiar na causa, o inciso VII do art. 62 da LC 75/93 determina: “Art. 62. Compete às Câmaras de Coordenação e Revisão: VII – decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal”.

- O cabimento de recurso para o PRG está firmado no inciso VIII do art. 49 da mesma lei: “Art. 49. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público Federal: VIII – decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre órgãos do Ministério Público Federal”.

(3) Quando o conflito polariza integrantes de diferentes ramos do Ministério Público da União (por exemplo, há dúvida entre um Procurador da República e um Procurador do MPT acerca de quem deva oficiar na causa), o inciso VII do art. 26 da LC 75/93 indica ser do ³PGR a competência para solver a dúvida: “Art. 26. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público da União: VII – dirimir conflitos de atribuição entre integrantes de ramos diferentes do Ministério Público da União”.

(4) Quando o conflito polariza membros de MPEs diferentes (Promotor de Justiça de São Paulo e Promotor de Justiça da Bahia) ou polariza um Promotor de Justiça e um Procurador da República, o 4CNMP será competente para dirimi-lo, conforme decidiu o STF em junho de 2020, na ACO 843/SP, relatada pelo Min. Alexandre de Moraes.

- De todos os conflitos listados, este é o que, atualmente, mais se destaca, em razão de a solução refletir múltiplas mudanças de posicionamento do STF:

(a) Até maio de 2016 este conflito de atribuições era dirimido pela própria Corte (utilizava-se o art. 102, I, ‘f’, CF/88 para dar sustentação ao entendimento – “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta”);

(b) Na ACO 924-MG, relatada pelo Min. Luiz Fux, em maio de 2016, a Corte declinou desta competência em favor do PGR.

O motivo central que orientou essa virada é simples e de ordem prática: o acúmulo de processos!

(c) Em junho de 2020, nova alteração de posicionamento. O STF resolveu acolher uma tese institucional que estava sendo defendida pelos Ministérios Públicos estaduais, que discordavam do entendimento construído pela Corte em maio de 2016 no sentido de que a competência para dirimir esse tipo de conflito seria do PGR.

- Em primeiro lugar porque em se tratando de conflito de atribuição entre integrantes do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal, o impasse acabaria sendo resolvido monocraticamente por quem exerce a chefia de um deles, no caso o Procurador-Geral da República (que poderia ser considerado parte interessada na solução da demanda administrativa).

- Em segundo lugar, porque se o conflito de atribuições envolve Promotores de Justiça de Estados-membros diferentes, também não haveria que se falar em solução dada pelo PGR, que não tem ingerência nas instituições estaduais (o

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Ministério Público abrange duas grandes Instituições, o MPU e os MPEs, sem que haja qualquer relação de hierarquia e subordinação entre elas).

- Conclui-se, assim, que a solução de conflitos de atribuições entre ramos diversos dos Ministérios Públicos pelo CNMP é a mais adequada, pois reforça o mandamento constitucional que lhe atribuiu o controle da legalidade das ações administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos ministeriais, sem ingressar ou ferir a independência funcional.

- Segundo o relator, Min. Alexandre de Moraes informou em seu voto:

(...) A interpretação sistemática da Constituição Federal, após a edição da EC 45/2004, aponta como mais razoável e compatível com a própria estrutura orgânica da Instituição reconhecer no Conselho Nacional do Ministério Público a necessária atribuição para solucionar os conflitos de atribuição entre seus diversos ramos, pois, constitucionalmente, tem a missão precípua de realizar o controle de atuação administrativa e financeira do Ministério Público. Assim, no âmbito interno e administrativo, não tendo vinculação direta com qualquer dos ramos dos Ministérios Públicos dos entes federativos, mas sendo por eles composto, o CNMP possui isenção suficiente para definir, segundo as normas em que se estrutura a instituição, qual agente do Ministério Público tem aptidão para a condução de determinado inquérito civil, inclusive porque, nos termos do § 2º do art. 130-A, é sua competência o controle da atuação administrativa do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe, inclusive, zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, bem como pela legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, entre eles, aqueles atos que deram ensejo ao conflito de atribuições. A interpretação sistemática dos preceitos constitucionais da Instituição, portanto, aponta a competência do Conselho Nacional do Ministério Público para dirimir essa modalidade de conflito de atribuição com fundamento no artigo 130-A, § 2º, e incisos I e II, da Constituição Federal. Com amparo nesses preceitos constitucionais, estaria o referido órgão colegiado, ao dirimir o conflito de atribuição, exercendo o controle da atuação administrativa do Ministério Público e, ao mesmo tempo, zelando pela autonomia funcional e independência da instituição.

7. Competência Exclusiva do STF para Editar/Rever/Cancelar Súmula Vinculante

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Art. 103-A, caput, CF/88: O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Para que você não se equivoque nos termos, compreenda:

SÚMULA = conjunto de entendimentos, de forma que o Supremo tem 1 SÚMULA com vários enunciados/itens que são numerados de 1 ao infinito.

-A Corte pode ATUAR do seguinte modo:

- Existem LEGITIMADOS à provocação do STF na CF/88 e na Lei. Observe:

Art. 103-A, § 2º, CF/88: SEM PREJUÍZO DO QUE VIER A SER ESTABELECIDO EM LEI, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(I) Os LEGITIMADOS DO ART. 103, CF/88, que são aqueles que podem ajuizar, no STF, as 4 ações do controle concentrado em abstrato (ADI, ADC, ADO e ADPF), podem ser divididos assim: (4x4x4)

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(II) os LEGITIMADOS LEGAIS (LEI 11.417/06) são: Defensor Público-Geral da União: Tribunais e Municípios (estes últimos, incidentalmente, no curso de um processo em que sejam partes) (ART.3º)

(23)

*peculiaridade referente aos Municípios: SOMENTE no curso de um processo em que forem partes, por isso, são chamados de LEGITIMADOS INCIDENTAIS, verifique:

Art. 3º, § 1º, Lei nº 11.417/06: São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III – a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV – o Procurador-Geral da República;

V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI - o Defensor Público-Geral da União;

VII – partido político com representação no Congresso Nacional;

VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;

IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.

§ 1º O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.

§ 2º No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

- O simples descontentamento ou divergência relativamente ao teor do verbete vinculante não permite a reabertura das discussões sobre tema já debatido à exaustão pela Suprema Corte. A revisão ou o cancelamento de enunciado DEPENDE, pois, da apresentação de:

(i) evidências de superação da jurisprudência do STF no trato do assunto; ou (ii) modificação substantiva de contexto político, econômico ou social; ou (iii) por fim, que haja alteração legislativa quanto à matéria.

- REQUISITOS:

* Matéria Constitucional;

(24)

* Reiteradas decisões sobre o tema;

* Grave e atual controvérsia, que ocasione insegurança jurídica e a multiplicação de processos idênticos;

* Manifestação favorável de, ao menos, 8 Ministros (2/3).

Obs.: As súmulas vinculantes terão por OBJETO a eficácia, a validade e a interpretação de normas jurídicas determinadas.

- A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão, e neste procedimento o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros (AMICUS CURIAE) na questão, nos termos do Regimento Interno do STF.

(ATENÇÃO, recorrente em provas)

- O Procurador-Geral da República, de acordo com o art. 2º, § 2º da Lei nº 11.417/2006, só não se manifesta nas propostas que ele mesmo houver formulado.

Art. 2º, § 2º, Lei nº 11.417/06: O Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar- se-á previamente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.

- A súmula com EFEITO VINCULANTE tem eficácia imediata, a partir da publicação do enunciado na imprensa oficial. Isso significa que todas as decisões judiciais e atos administrativos posteriores lhe devem respeito, sob pena de serem desafiados no Poder Judiciário.

- O STF poderá, por decisão de 2/3 dos seus membros, restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público (modulação temporal de efeitos).

- EFEITO VINCULANTE:

* Torna a SV obrigatória.

* Vale lembrar que as súmulas comuns são meras orientações jurisprudenciais de um Tribunal, logo, não são de observância obrigatória.

* Este efeito atinge os demais órgãos do PJ (o Pleno do STF pode rever ou cancelar a SV) e toda a administração pública, direta ou indireta, nas esferas Federal, Estadual e Municipal.

Obs.: Os Poderes Executivo e Legislativo ficam vinculados, SALVO quando estão na função de legislar (produção normativa), a fim de evitar o fenômeno da FOSSILIZAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO (fechada/petrificada). Ex: o Supremo editou SV dizendo “X”, o legislativo pode editar lei ou PR editar medida provisória dizendo “contra X”.

- Da decisão judicial ou do Ato Administrativo que descumprir ou aplicar indevidamente a SV caberá RECLAMAÇÃO para o STF (art. 103-A, § 3º, CF/88).

Art. 103-A, § 3º, CF/88: Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá RECLAMAÇÃO ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou

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cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

- O art. 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006, determina que o cabimento da RECLAMAÇÃO em se tratando de ato ou omissão da administração que descumpre/desobedece SV, dependerá da comprovação do esgotamento prévio das vias administrativas.

Art. 7º, Lei nº 11.417/06:

§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da RECLAMAÇÃO só será admitido após esgotamento das vias administrativas.

§ 2º Ao julgar procedente a RECLAMAÇÃO, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.

Mensagem final: “Dedique-se aos estudos, não subestime o pouco que você pode fazer diariamente, lembre-se que grandes coisas são construídas a partir de pequenos fragmentos do dia a dia, suas pequenas boas escolhas de hoje lhe trarão o resultado esperado. Uma coisa é certa, o tempo é senhor de tudo, e no final ele abençoa o bom trabalho que foi feito no dia a dia. Vale lembrar da parábola dos 3 pedreiros que conta o seguinte:um viajante, percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação do que parecia ser um importante projeto. O viajante, aproximou-se curioso e perguntou ao primeiro deles o que estava fazendo. “Estou quebrando pedras, não vê?” Respondeu o pedreiro que expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas eu não suporto mais este trabalho, concluiu. Não satisfeito com a resposta, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta. “Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.”

Mas, o viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: -O que está você fazendo? Este respondeu: -Estou realizando o mais importante trabalho da minha vida, uma grande e imponente Catedral! Três pedreiros, três respostas diferentes para o mesmo trabalho. Cada um manifestou sua própria visão. Para o primeiro, o serviço significava dor e sofrimento. Um sacrifício que certamente tornava a ação muito mais penosa e lhe fazia mal. O segundo pedreiro manifestou indiferença. Estava conformado, mas não realizado. O trabalho nada lhe significava e ele só o fazia por obrigação. Já o terceiro pedreiro tinha a consciência da importância do que fazia. Desempenhava a função com orgulho e satisfação. Tinha o

sentimento elevado de participar de uma grande realização, o que lhe dava muito mais força, energia, ânimo, felicidade. Trazendo essa metáfora para o nosso contexto, você é o construtor da sua catedral, por isso, assentar uma fileira de tijolos todos os dias é importantíssimo”.

(professora Nathalia Masson)

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