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IV SIMPÓSIO NACIONAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL ENACTUS BRASIL

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IV SIMPÓSIO NACIONAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL

ENACTUS BRASIL

ACESSIBILIDADE FRENTE ÀS RESTRIÇÕES DE FUNCIONALIDADE NO CENÁRIO ATUAL DO PAÍS

Mirelly Figueiredo de Sousa1, Gerbeson Ferreira de Sousa2, Vinícius Teixeira Silva3

Resumo

INTRODUÇÃO: Acessibilidade é a possibilidade e condição de obtenção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de espaço urbano. O acesso envolve aspectos sócio-econômicos e culturais. OBJETIVO: Analisar a acessibilidade dos indivíduos com restrições de funcionalidade no país. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no mês de maio de 2019, utilizando como bases de dados da SciELO.

DISCUSSÃO: A falta de acessibilidade no Brasil é notória. Estudos comprovam que crianças com deficiências físicas frequentam menos escolas devido a falta de adaptação arquitetônica desses espaços. CONCLUSÕES: Os direitos garantidos pela constituição para pessoas com deficiência muitas vezes não são colocados em prática pela falta de acessibilidade arquitetônica.

Palavras-chave: Acessibilidade. Autonomia. Deficiência Física. Restrição. Limitação.

Abstract

INTRODUCTION: Accessibility is the possibility and condition of obtaining and understanding for the safe use and autonomy of urban space. Access involves socio-economic and cultural aspects. OBJECTIVE: To analyze the accessibility of individuals with restrictions of functionality in the country. METHODOLOGY: This is a literature review, conducted in May 2019, using as SciELO databases. DISCUSSION: The lack of accessibility in Brazil is notorious. Studies show that children with physical disabilities attend fewer schools due to the lack of architectural adaptation of these spaces. CONCLUSIONS: The rights guaranteed by the constitution for people with disabilities are often not put into practice due to the lack of architectural accessibility.

Keywords: Accessibility. Autonomy. Physical Deficiency. Restriction. Limitation.

1. Graduando em Fisioterapia, Faculdade Vale do Salgado - FVS (leahfig@gmail.com).

2. Graduando em Fisioterapia, Faculdade Vale do Salgado - FVS (gerbesonferreira@gmail.com).

3. Graduando em Fisioterapia, Faculdade Vale do Salgado - FVS (vinicius22teixeira@gmail.com).

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IV SIMPÓSIO NACIONAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL

ENACTUS BRASIL

INTRODUÇÃO

Acessibilidade é a possibilidade e condição de obtenção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de espaço urbano. O acesso envolve aspectos sócio- econômicos e culturais que interagem com aspectos intersetoriais ligados à própria estrutura política de cada país. Essa acessibilidade deve ser garantida através do adequado planejamento da localização, pela remoção de barreiras, com a adequação das normas e técnicas dos serviços aos hábitos e costumes da população em que se inserem, através de oferta de serviços oportunos e adequados às necessidades da população (CASTRO et al., 2018).

A construção ou reforma de espaços públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Para a lei nº 10.098/2000 a pessoa com mobilidade reduzida ou portadora de deficiência é a que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua capacidade de se relacionar com o meio e de utilizá-las (REIS et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2018; BRASIL, 2000).

De acordo com o Decreto n° 3.298 de 1999, Art. 3° da legislação brasileira, a deficiência é definida como:

“toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de A Lei nº 10.690/2003 classifica as deficiências em: deficiência intelectual, auditiva, certa atividade considerada normal para o ser humano”.

física, visual e deficiência múltipla (duas ou mais deficiências). A pessoa com deficiência possui o direito de ser integrada na sociedade em diversas áreas, como cultura, lazer, esporte, educação e trabalho, pois faz parte deste social como todos os outros. Portanto, a cultura, esporte e lazer possuem um importante papel para todos. Quando existem obstáculos de acesso, há uma privação à liberdade e a equidade nas relações sociais fundamentais à condição de ser humano (REIS et al., 2018; BARROZO et al., 2012;

BRASIL, 2003).

Acessibilidade não é somente a possibilidade de entrar em um ambiente, mas é o direito de participar ativamente no meio social. Trata-se de cidadania e inclusão social. A

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inadequação dos espaços públicos torna-se um fator relevante na falta de participação das pessoas com deficiência física na sociedade (FERRAZ et al., 2018).

OBJETIVO

Analisar a acessibilidade dos indivíduos com restrições de funcionalidade no país, através de uma revisão de literatura de natureza exploratória.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no mês de maio de 2019, utilizando como bases de dados da Scientific Electronic Library Online (SciELO), através dos descritores: acessibilidade, deficiência física e inclusão. Como critérios de inclusão foram utilizados: os textos disponíveis na íntegra, redigidos em língua portuguesa, texto completo, tipo de documento artigo, compreendidos entre 2006 a 2019. Adotaram-se como critérios de exclusão: estudos duplicados, que estavam fora da temática e que não trouxesse relevância.

DISCUSSÃO

As pessoas com deficiência, durante muito tempo, foram excluídas do usufruto das cidades, ficando reclusas em suas casas, sem poder exercer seu papel na sociedade com dignidade.

Quanto mais essa população estiver num ambiente que lhe restrinja a mobilidade e a acessibilidade aos serviços, maior a dificuldade para conseguir uma vida plena e autônoma, levando-a a uma situação de desvantagem. As pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devem estar em interação constante com seu meio sociocultural (AMARAL et al., 2012).

Uma sociedade pode ser menos excludente quando reconhece a diversidade humana e as necessidades específicas dos vários segmentos sociais, assegurando-lhes oportunidades de acesso aos bens e serviços dos quais necessita, apesar de ainda existir grandes limites no sentido da garantia desse acesso, tendo como referência o direito à saúde. A legislação brasileira é bastante desenvolvida no que diz respeito à garantia dos direitos à acessibilidade à saúde das pessoas com deficiência, entretanto a maioria destes não foram respeitados (GOMES, 2012).

A Política Nacional de Mobilidade Urbana, instituída pela Lei nº 12.587/12, tem por objetivo contribuir para o acesso universal à cidade, o fomento e a concretização das

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condições que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano por meio do planejamento. Esta, deve estar integrada às demais políticas urbanas, possibilitando o desenvolvimento da cidade ao produzir melhorias no acesso aos equipamentos urbanos (BRASIL, 2012).

As cidades devem possibilitar a acessibilidade aos seus espaços, de forma ampla, para todas as pessoas. A mobilidade na cidade vai além das condições de deslocamento e uso dos meios de transporte e diz respeito às relações dos indivíduos com o espaço, com os objetos e os meios empregados para o deslocamento. É fundamental o reconhecimento e o respeito à diversidade, aos processos culturais e de apropriação da cidade ao se promover a adequação dos espaços urbanos às necessidades para atender à acessibilidade (GOMES, 2012).

Hoje, se considera que a acessibilidade não é um tema que interessa somente às pessoas com deficiência e sim a todos, pois, segundo a OMS, quase todas as pessoas terão uma deficiência, seja temporária ou permanente, em algum momento de suas vida. A mobilidade e a acessibilidade urbana são uma necessidade real que hoje, nos espaços urbanos, não têm sido atendida em sua plenitude. Ao contrário, o que vemos são espaços onde circular e acessar bens, serviços e equipamentos públicos é cada vez mais difícil para todos, principalmente para pessoas com deficiência (OLIVEIRA et al., 2018).

A maior parte das dificuldades encontradas está relacionada à falta de adaptações que facilitem esse deslocamento tanto no trajeto, quanto no espaço interno dos serviços. Em relação aos sistemas de transporte coletivo são considerados acessíveis quando todos os seus elementos são concebidos, organizados, implantados e adaptados segundo o conceito de desenho universal, garantindo o uso pleno com segurança e autonomia por todas as pessoas (AMARAL et al., 2012).

A acessibilidade é vista como parte de uma política de mobilidade urbana que promove a inclusão social, a equiparação de oportunidades e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência, idosos e pedestres com o respeito de seus direitos fundamentais. A crescente consciência pública da necessidade de erradicação das barreiras físicas, da comunicação, informação e atitudinais é uma demonstração de que estamos conquistando a cada dia mais respeito pelas diferenças. As ações afirmativas têm se constituído em estratégias para alcançar a igualdade de oportunidades entre as pessoas. Nos últimos anos, várias vitórias foram conquistadas pelos e para os portadores de deficiência. Na área

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trabalhista, diversas leis e convenções foram definidas no sentido de garantir o acesso ao mercado de trabalho para as pessoas com deficiência (REIS, 2018).

Sabemos que ainda existe violação da legislação, algumas vezes por desconhecimento e muitas outras, por omissão e falta de respeito aos direitos humanos. A Educação e a informação são peças fundamentais para o exercício da cidadania, sendo que a informação tem sido um instrumento poderoso no processo de inclusão social. Estão cada vez mais presente os programas corporativos de valorização da diversidade, sendo introduzidos nas organizações como um componente positivo de integração social (FERRAZ et al., 2018).

O conhecimento e as atitudes são importantes fatores ambientais que afetam todas as áreas de fornecimento de serviços e vida social. Elevar a conscientização e desafiar as atitudes negativas costumam ser os primeiros passos para a criação de ambientes mais acessíveis para as pessoas com deficiência (OLIVEIRA et al., 2018).

Atualmente, o Brasil possui um conjunto suficiente de leis, normas e ações afirmativas para a implantação de elementos favoráveis à acessibilidade urbana. O planejamento e a urbanização das vias, praças, logradouros, parques e demais espaços de uso público deverão prever o rebaixamento das calçadas com rampas acessíveis ou elevação da via para travessia de pedestres, além da instalação do piso tátil de alerta e direcional. Todas essas estratégias e suporte legal visam proporcionar, à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura, limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do espaço urbano (BARROZO et al., 2012)

Nos últimos anos, tem sido possível notar muitas iniciativas em prol da acessibilidade tanto por parte do governo como da sociedade. A criação de leis e normas, o surgimento de exigências para a construção de espaços e vias públicas, além da divulgação de práticas inclusivas, demonstram que a sociedade já vive um processo de conscientização que visa garantir o exercício da cidadania à população brasileira, independentemente de sua condição física (REIS et al., 2018).

CONCLUSÕES

Diversas são as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência, que vão desde as barreiras arquitetônicas aos preconceitos impostos pela própria sociedade. A sociedade brasileira vem se esforçando para galgar um novo degrau na caminhada de construção de um contexto que reconhece, que respeita, e acolhe, com dignidade a diversidade que a constitui.

A pessoa com deficiência têm seus direitos garantidos na constituição, direito esses que

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muitas das vezes não são colocados em prática pela falta de acessibilidade arquitetônica, o que dificulta o acesso dessas pessoas a instituições de ensino, saúde, cultura e lazer. É necessário que medidas sejam tomadas para garantir tais direitos. Ações que previnam deficiências, em especial as que podem ser evitadas como aquelas decorrentes de AVC, tais como controle da pressão arterial, hábitos alimentares saudáveis e prática de atividades físicas regulares e educação no trânsito, podem reduzir enormemente a incidência dos problemas de saúde que geram deficiências. O aprofundamento de investigações sobre a acessibilidade das pessoas com deficiência ou restrição na mobilidade faz-se necessário, principalmente nas regiões do país menos favorecidas socioeconomicamente. Buscando-se, dessa forma, a construção de um espaço/ambiente voltado às reais necessidades das pessoas com deficiência ou restrição de mobilidade.

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REFERÊNCIAS

AMARAL, F. L. J. S. et al. Acessibilidade de pessoas com deficiência ou restrição permanente de mobilidade ao SUS. Ciência & Saúde Coletiva, 17(7):1833-1840, 2012

BARROZO, A. F. et al. Acessibilidade ao esporte, cultura e lazer para pessoas com

deficiência. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.12, n.2, p. 16-28, 2012.

BRASIL. DECRETO nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 20 de dezembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/decreto/d3298.htm. Acessado em: 16 de maio de 2019.

BRASIL. LEI nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/l10098.htm. Acessado em: 16 de maio de 2019.

BRASIL. LEI nº 10.690, de 16 de junho de 2003. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 16 de junho de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/leis/2003/l10.690.htm. Acessado em: 16 de maio de 2019.

BRASIL. LEI Nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Casa Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 3 de janeiro de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/ ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm.

Acessado em: 16 de maio de 2019.

CASTRO, G. G. et al. Inclusão de alunos com deficiências em escolas da rede estadual: um estudo sobre acessibilidade e adaptações estruturais. Revista Educação Especial, v. 31, n. 60, p. 93-106, jan./mar. 2018.

FERRAZ, A. et al. Acessibilidade em ambiente público: mapeamento de barreiras arquitetônicas de uma cidade do Meio-oeste catarinense. Fisioterapia Em Ação - Anais eletrônicos, 21-30. 2018.

GOMES, N. L. Desigualdades e Diversidade na Educação. Educação e Sociedade.

Campinas, v. 33, n. 120, p. 687-693, setembro de 2012. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-

73302012000300002&lng=en&nrm=iso>. acesso em 18 de maio de 2019.

OLIVEIRA, M. G. et al. Recomendações de ações e tecnologias para a acessibilidade de surdos em curso de programação a distância. Anais do WIE, 2018.

REIS, A. P. A. et al. Direito à locomoção e à acessibilidade: aplicação das leis no planejamento de ambientes. Anais do seminário científico da FACIG, nº 4, 2018.

Referências

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