• Nenhum resultado encontrado

Ensino de habilidades sociais para pessoas com transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Ensino de habilidades sociais para pessoas com transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

espectro autista: uma revisão sistemática

Teaching social skills to people with autism spectrum disorder: a systematic review

Enseñanza de habilidades sociales a personas con trastorno del espectro autista: una revisión sistemática

Cynthia Alves Felix Sousa

Mestranda pela Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil

E-mail: cynthia.alvesfs@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9198-3975

Henrique Jonathan Nascimento de Araújo

Doutorando pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales, Buenos Aires, Argentina E-mail: psicologo_jonathan@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7443-3704

Mayara Ferreira Barbosa

Doutora pela Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil

E-mail: mayarafbarbosa@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5243-5212

Recebido em 23 de abril de 2022 Aprovado em 23 de maio de 2022 Publicado em 28 de junho de 2022

RESUMO

Esta revisão sistemática trata-se de um levantamento bibliográfico sobre os tipos de treinos de habilidades sociais para pessoas com Transtorno do espectro autista abordados na literatura especializada. A busca dos textos foi realizada em diferentes plataformas, tais como PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Os artigos escolhidos foram obtidos na íntegra e examinados conforme os critérios estabelecidos. Foram identificados diferentes modelos e ferramentas de ensino de habilidades sociais, entre eles, a utilização da musicoterapia, ferramentas virtuais, intervenção baseada na interação entre pares, atividades lúdicas e procedimentos tradicionais e estruturados. As principais habilidades abordadas nas pesquisas foram contato visual, atenção compartilhada, conversação, fazer comentários, compartilhar brincadeiras, reconhecimento de emoções e teoria da mente. As pesquisas indicaram que o ensino de habilidades sociais para pessoas com Transtorno do espectro autista proporciona progressos nesse no repertório social, independente do modelo de ensino aplicado. Sendo assim, esse trabalho foi relevante pelo fato de reunir diferentes pesquisas acerca da mesma temática, podendo contribuir na escolha de modelos de ensino a serem aplicados com pacientes que possuem diferentes repertórios e necessidades, sobretudo em contexto clínico.

Palavras-chave: Revisão Bibliográfica; Autismo; Comportamento humano; Habilidades Sociais.

(2)

ABSTRACT

This systematic review is a literature review on the types of social skills training for people with Autism Spectrum Disorder addressed in the specialized literature. The search for texts was performed on different platforms, such as PubMed and Scientific Electronic Library Online (SciELO). The selected articles were obtained in full and examined according to the established criteria. Different models and tools for teaching social skills were identified, including the use of music therapy, virtual tools, intervention based on peer interaction, recreational activities and traditional and structured procedures. The main skills addressed in the research were eye contact, shared attention, conversation, commenting, sharing jokes, emotion recognition and theory of mind. Research has indicated that teaching social skills to people with Autism Spectrum Disorder provides progress in this social repertoire, regardless of the teaching model applied. Therefore, this work was relevant because it brought together different studies on the same theme, and could contribute to the choice of teaching models to be applied with patients who have different repertoires and needs, especially in a clinical context.

Keywords: Literature review; Autism; Human behavior; Social skills.

RESUMEN

Esta revisión sistemática es una revisión bibliográfica sobre los tipos de entrenamiento en habilidades sociales para personas con Trastorno del Espectro Autista abordados en la literatura especializada. La búsqueda de textos se realizó en diferentes plataformas, como PubMed y Scientific Electronic Library Online (SciELO). Los artículos seleccionados fueron obtenidos en su totalidad y examinados según los criterios establecidos. Se identificaron diferentes modelos y herramientas para la enseñanza de habilidades sociales, incluyendo el uso de musicoterapia, herramientas virtuales, intervención basada en la interacción entre pares, actividades recreativas y procedimientos tradicionales y estructurados. Las principales habilidades abordadas en la investigación fueron el contacto visual, la atención compartida, la conversación, los comentarios, el intercambio de chistes, el reconocimiento de emociones y la teoría de la mente. Las investigaciones han indicado que la enseñanza de habilidades sociales a personas con Trastorno del Espectro Autista proporciona un avance en este repertorio social, independientemente del modelo de enseñanza aplicado. Por lo tanto, este trabajo fue relevante porque reunió diferentes estudios sobre un mismo tema y podría contribuir para la elección de modelos de enseñanza para ser aplicados con pacientes que tienen diferentes repertorios y necesidades, especialmente en un contexto clínico.

Palabras clave: Revisión bibliográfica; Autismo; Comportamiento humano; Habilidades sociales.

Introdução

As habilidades sociais são excepcionalmente relevantes no convívio em sociedade.

Por meio de diversos repertórios sociais ocorrem diferentes formas de comunicação, permitindo que as interações entre as pessoas ocorram de modo a promover uma boa qualidade de vida em comunidade.

(3)

O campo das Habilidades Sociais (HS) tem sido estudado frequentemente do ponto de vista do treino de comportamentos socialmente relevantes, remetendo ao campo teórico- prático do Treinamento de Habilidades Sociais (THS). As habilidades sociais podem ser compreendidas enquanto competências e comportamentos que contribuem para o início e a manutenção de relacionamentos sociais, facilitando a aceitação do indivíduo no meio social (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2017; PHILLIPS, 1978).). O termo “habilidade”, de acordo com remete à conduta interpessoal, que consiste em um conjunto de capacidades aprendidas (BELLACK; MORRISON,1989 ; KELLY, 1982).

Alguns exemplos dessas habilidades são o autocontrole e expressividade emocional, a habilidades de civilidade, empatia, assertividade, resolução de problemas interpessoais, fazer amizades e outras habilidades sociais relativas ao contexto acadêmico (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2017). De acordo com os autores, essas são complementares e, conforme for adequado, devem ser contempladas em treinamentos comportamentais.

O Treinamento de Habilidades Sociais (THS) é uma combinação de procedimentos comportamentais dirigidos à melhoria da capacidade do indivíduo nas relações interpessoais (HEIMBERG et al., 1977 apud Caballo (2021). Enquanto campo de estudo e prática terapêutica o THS teve suas origens históricas na Inglaterra dos anos 1960, de acordo com Del Prette e Del Prette (1999).

As aplicações desses treinamentos, desde a sua origem, estiveram relacionadas sobretudo com as abordagens da Psicologia Comportamental e da Psicologia Cognitiva Comportamental (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2000) . De acordo com Caballo (1955) esse tipo de treinamento está entre as técnicas mais efetivas e mais usadas no tratamento comportamental visando a melhoria da qualidade de vida.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de causa multifatorial que afeta o neurodesenvolvimento, caracterizando-se principalmente pelo atraso na linguagem, déficits na interação social e no repertório de interesses, podendo apresentar comportamentos estereotipados ou repetitivos (DSM-5, 2014; GADIA; ROTTA, 2016, BECKER; RIESGO, 2016).

Os aspectos comportamentais sociais como a emissão de contato visual, de sorriso social e engajamento em interações sociais e atenção compartilhada, quando escassos, podem ser considerados sinais de alerta, visto que sua baixa frequência pode indicar autismo (Bosa, 2009). Ao compararem o desenvolvimento de crianças com autismo e sem autismo, os estudos de Werner et al. (2005) e Ozonoff et al. (2010) indicaram escassez de

(4)

comportamentos sociais, como por exemplo a baixa frequência de olhar para faces, do sorriso social, interação social e também de vocalizações em contexto social.

Estudos que abordaram a importância do treino de habilidades sociais para indivíduos com autismo, demonstraram a eficácia tanto no contexto escolar quanto no doméstico (LI, 2002; YANG et al, 2003; CAMARGO; BOSA, 2009; KOEGEL et al, 2013). A aquisição dessas habilidades é um fator importante à prevenção de problemas comportamentais (CAMARGO; BOSA, 2012; SANINI; SIFUENTES; BOSA, 2013; CASALI-ROBALINHO et al, 2015). Desse modo, as intervenções comportamentais são relevantes para a melhora da qualidade de vida de pessoas com autismo.

Murta (2005) realizou uma revisão bibliográfica de publicações de artigos científicos que abordaram THS. De acordo com a autora, as pesquisas indicaram que os treinamentos realizados promoveram melhoras no desempenho social dos participantes, além disso, houve um predomínio do THS no formato grupal, tanto no contexto clínico como escolar.

Spain e Blainey (2015) realizaram uma revisão sistemática para investigar a eficácia das intervenções de habilidades sociais para adultos com TEA. De acordo com os autores, as intervenções em grupo, voltadas às HS podem ser eficazes para melhorar a compreensão social, o a qualidade das interações sociais social. Gavasso, Fernandes e Andrade, (2016) realizaram uma revisão sistemática afim de mapear os artigos publicados entre 2009 e 2013 no Brasil. As autoras observaram que a maioria das pesquisas priorizam estudos sobre habilidades sociais em contexto escolar e doméstico.

Por meio de uma revisão bibliográfica, Otero et al., (2015) categorizaram tipos de intervenções direcionadas ao ensino de competências sociais, tais como: intervenção cognitivo-comportamental, modelagem, intervenção com modelo naturalístico, treinamento de resposta central, autogestão, narrativas sociais, instrução auxiliada por tecnologias e modelagem de vídeo.

Diante do exposto, é ressaltada a importância do constante acompanhamento de pesquisas científicas que abordam diferentes treinamentos de habilidades sociais, em específico com amostras de indivíduos autistas. Conforme reitera Murta (2005), o conhecimento e frequente atualização teórica e metodológica é de grande relevância para clínicos e pesquisadores interessados no desenvolvimento de tecnologia comportamental que visa a promoção de saúde e desenvolvimento humano.

Esta revisão sistemática trata-se de um levantamento bibliográfico sobre os tipos de treinos de habilidades abordados na literatura especializada. A estratégia PICO (acrônimo

(5)

para P: população/pacientes; I: intervenção; C: comparação/controle; O: desfecho/

outcome) foi adotada afim de se construir uma questão norteadora necessária à tomada de decisão no contexto clínico.

Metodologia

Esta pesquisa trata-se de uma revisão sistemática, realizada a partir da seleção e análise de artigos científicos provenientes de periódicos, sobre o treinamento de habilidades sociais em pessoas com TEA. De acordo com Stevens, (2001), uma revisão sistemática é caracterizada pela utilização de um método padronizado para sintetizar dados de múltiplos estudos acerca de uma temática em questão.

A estratégia PICO foi utilizada para auxiliar na elaboração da pergunta norteadora da pesquisa (STONE, 2002; SANTOS; GALVÃO, 2014). Neste trabalho, os acrônimos PICO ser referem à:

P: um grupo de pacientes com uma condição particular, no caso, indivíduos com autismo

I: o tipo de intervenção de interesse, no caso o treinamento de habilidades sociais C: comparação realizada, no caso, a intervenção mais utilizada

O: resultados alcançados decorrentes das intervenções aplicadas

Nos meses de setembro e outubro de 2019 foram levantadas e analisadas as publicações relacionadas ao tema de interesse. A busca foi realizada a partir das plataformas PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO).

As palavras-chave utilizadas foram: autismo, habilidades sociais, interação social, crianças, ensino, autism, social skills, social interaction, children e teaching. Utilizou-se o operador lógico AND para a combinação dos termos usados durante a busca. Os critérios de inclusão foram:

a) habilidades sociais para pessoas com autismo;

b) amostra composta total ou parcialmente por indivíduos com autismo.

c) artigos em língua portuguesa ou inglesa;

d) artigos completos publicados em periódicos nacionais ou internacionais;

e) pesquisas publicadas entre 2009 a 2019;

f) pesquisas que abordavam o ensino e/ou aprendizagem de Habilidades.

Abaixo segue o organograma resumo do processo de escolha dos artigos, conforme os procedimentos adotados.

(6)

Figura 1 – Organograma do processo de escolha dos artigos

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Inicialmente, foi realizada a leitura dos títulos e resumos dos artigos encontrados na busca. Os artigos selecionados foram obtidos na íntegra e examinados conforme com os critérios estabelecidos acima.

A partir da busca, 230 artigos foram sugeridos pelas plataformas. No entanto, 52 foram excluídos por se repetirem entre as plataformas e 156 foram excluídos por não possuírem os critérios acima.

Discussões

LaGasse (2014) examinou os efeitos da intervenção em grupos de habilidades sociais sem música e grupos de musicoterapia, sobre o contato visual, atenção compartilhada e comunicação em crianças. Examinar os efeitos de uma intervenção em grupo de musicoterapia no olhar, atenção conjunta e comunicação em crianças com idades entre 6 e 9 anos, com diagnóstico de TEA. As crianças participaram de dez sessões de grupo ao longo de 5 semanas. Para avaliar as mudanças no comportamento social foram utilizadas a Escala de Responsividade Social, Lista de Verificação de Avaliação do Tratamento do Autismo e a análise de vídeo das sessões. De acordo com LaGasse (2014), houve contribuições desses dois tipos de intervenção, sobretudo, nas habilidades de contato visual e atenção compartilhada.

(7)

Vaiouli, Grimmet e Ruich (2013) realizaram intervenções em musicoterapia com o objetivo de promover o engajamento entre jovens crianças com autismo em uma sala de aula do jardim de infância. A amostra constituiu de 3 alunos, sendo dois de 5 anos e um de 7 anos. Foi utilizado desenho de linha de base múltipla para comparar o desempenho dos participantes em contato visual, resposta à atenção conjunta e início da atenção conjunta em condição de linha de base e intervenção. De acordo com os dados da pesquisa, todos os três participantes demonstraram níveis aumentados de contato visual, de respostas à atenção conjunta e atenção compartilhada (VAIOULI, GRIMMET e RUICH, 2013). As autoras ainda ressaltaram que a intervenção com musicoterapia foi uma prática promissora na promoção do engajamento social de crianças com autismo.

Em sua pesquisa, Ghasemtabar et al (2015) objetivaram identificar a eficácia da musicoterapia na melhoria e estabelecimento das habilidades sociais de crianças com autismo. Tratou-se de um estudo experimental, que contou com a participação de 27 crianças, divididas em um grupo que recebeu intervenção com outro grupo que não recebeu.

A musicoterapia foi eficaz e trouxe efeitos profundos e consistentes na melhoria das habilidades sociais de crianças acometidas com autismo (GHASEMTABAR et al., 2015).

Kasari et al (2016), por sua vez, objetivaram comparar os ganhos de repertórios sociais de crianças com TEA entre 6 e 11 anos em duas estratégias de intervenções aplicadas em contexto escolar. A primeira estratégia envolveu atividades de conversação, jogos estruturados, jogos livres, jogos improvisados, narração de histórias e atividades com música. A outra estratégia baseou-se em fornecer instruções diretas que foram imediatamente praticadas em grupo. De acordo com Kasari et al (2016), houve avanços de repertórios sociais nos dois tipos de estratégia.

Com o avanço nas tecnologias, sobretudo computacionais, outros meios de treinos de habilidades sociais estão sendo considerados em contexto terapêutico. Uma pesquisa desse tipo foi realizada por Yun et al (2017). Os autores buscaram investigar a relevância de um mediador virtual ou “robô terapêutico” no treino de contato visual e reconhecimento facial de emoções. A amostra foi composta de 15 participantes, todas crianças do sexo masculino. Os procedimentos de intervenção foram os mesmos utilizados no grupo com o mediador humano e no grupo com mediador robô. Após o término da intervenção, as porcentagens de contato visual e de reconhecimento facial de emoções aumentaram nos dois grupos.

O estudo realizado por Milne et al (2018) analisou o treino de habilidades sociais por meio de software que utiliza tutor virtual no ensino de habilidades como iniciar e responder

(8)

a saudação e conversação. O software apresenta três personagens virtuais que acompanham o aluno nas que lhe são planejadas, inclusive usando contextos e situações diferentes. Os resultados foram satisfatórios, indicando que esse recurso contribuiu na aquisição desses tipos de repertórios sociais (MILNE et al, 2018).

Ainda sobre esse tipo de recurso no ensino, o uso de um software intitulado FaceSay

™, foi aplicado como ferramenta de treino de repertórios sociais em uma pesquisa realizada por Rice et al (2015). O aplicativo busca oferecer aos alunos uma prática simulada em olhar nos olhos, atenção conjunta e habilidades de reconhecimento facial (RICE et al 2015). De acordo com os autores, os resultados sugerem que, praticando atividades simuladas, os participantes foram capazes de melhorar sua capacidade de reconhecer emoções básicas como, felicidade, tristeza, raiva, nojo e medo.

Considerando os achados citados acima, é possível inferir que as ferramentas virtuais podem compor as terapias estruturadas, principalmente individuais, explorando-se estímulos faciais voltados para discriminação de emoções e emissão de contato visual contingente à interação social realizada.

Os relacionamentos entre pares, sobretudo crianças, é fundamental no desenvolvimento de habilidades sociais e na qualidade desses relacionamentos, podendo inclusive contribuir ou interferir no aprendizado de novas habilidades e repertórios do mesmo gênero (HARTUP, 1996; DEL PRETTE; DEL PRETTE; 2017). Nessa perspectiva, pesquisas têm sido desenvolvidas a fim de discutir qual é o modelo de brincadeiras e de atividades lúdicas capaz de promover mais interações entre pares.

De acordo com Sanini, Sifuentes e Bosa (2013) as interações entre pares, o uso de brincadeiras livres e menos dirigidas promovem mais interações sociais, sobretudo quando promovidas enquanto estratégias de inclusão escolar. Um ambiente socialmente inclusivo, e em contexto lúdico de brincadeiras, promove ganhos do ponto de vista social, como comportamentos que indicam a predisposição para interagir com os colegas (CHICON et al 2019). O ambiente social proporcionado pela escola exerce uma influência significativa no desempenho social das crianças em suas interações entre pares (CAMARGO; BOSA 2012). Assim, é conveniente refletir sobre a importância de se considerar esta influência no planejamento das medidas de inclusão nas escolas e espaços de ensino semelhantes.

Hartup (1989) defende que as habilidades e a competência social emergem das experiências sociais ocorridas em relacionamentos verticais e horizontais. O autor enfatiza que esses dois tipos de relações possuem funções diferentes, sendo a qualidade dos

(9)

mesmos um fator extremamente impactante na vida dos envolvidos. Nas relações verticais é verificada a aquisição de conhecimentos e modelos de comportamentos, além do estabelecimento de uma base segura (HARTUP, 1989). Nas relações horizontais, ocorrem a troca de ideias, de papéis, compartilhamento de atividades que exigem negociação interpessoal, ou seja, são as relações entre pares (HARTUP, 1989).

Os estudos de Mcfadden et al (2014) observaram aumentos significativos na comunicação social e generalização de habilidades sociais em crianças que receberam intervenção focada na interação entre pares. Benefícios na aprendizagem de comportamentos sociais nas interações entre pares também foram verificados em contextos como a participação em turmas de educação musical, o que promoveu aumento de iniciativas e respostas sociais espontâneas (NASCIMENTO et al 2015).

A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é um sistema de comunicação que disponibiliza uma diversidade de técnicas, recursos e estratégias voltadas para compensação temporária ou permanentemente da comunicação e interação de pessoas com déficits diversos na comunicação (NUNES, 2020). É possível destacar três tipos de sistemas de comunicação alternativa: sinais manuais, sistemas pictográficos assistidos de baixa tecnologia e sistemas assistidos com acionadores de voz (NUNES, 2008 apud THIEMANN-BOURQUE et al, 2016).

O Sistema de Comunicação de Troca de Figuras ou PECS (do inglês Picture Exchange Communication System) foi utilizado como ferramenta de comunicação alternativa na interação entre pares em intervenções voltadas para o ensino de habilidades sociais com crianças autistas em uma pesquisa realizada por Thiemann-Bourque et al, (2016). De acordo com as autoras, esta ferramenta é capaz de contribuir nas oportunidades de interações sociais de crianças autistas, pois torna mais acessível a comunicação desse grupo com seus pares treinados para responder e iniciar tais interações.

O treinamento entre pares também pode trazer benefícios para crianças que necessitam de habilidades mais complexas, que envolvem percepções de sutilezas não vocais emitidas pelo interlocutor, como aquelas que indicam falta de interesse na conversa. Nesse aspecto, Peters e Thompson (2015) abordaram habilidades comportamentais para ensinar habilidades de conversação crianças com transtorno do espectro do autismo aplicadas à situações nas quais o ouvinte poderia exibir sinais não- vocais de desinteresse na conversa. Os autores utilizaram um conjunto de procedimentos para controlar o comportamento do falante sob o

(10)

controle de sugestões de ouvintes não- vocais. As estratégias trouxeram bons resultados na melhora da conversação em função do interesse do interlocutor.

Camargo e Bosa (2012) analisaram e compararam os níveis de competência social de uma criança pré-escolar com autismo, na escola comum e de uma criança com desenvolvimento típico. A autoras investigaram a influência do ambiente escolar no perfil de competência social de ambas. As diferenças observadas entre os contextos em alguns comportamentos da criança com autismo, demonstram a necessidade da implementação de práticas pedagógicas que levem em conta as dificuldades da criança. As evidências de competência social na criança com autismo são de extrema importância na desconstrução dos mitos que cercam essas crianças. O retrato de um indivíduo totalmente ausente e vivendo em um mundo à parte não se mantém quando se consideram os dados empíricos deste e de outros estudos. Desse modo, pode-se pensar que a inclusão escolar de crianças com autismo é algo possível, desde que fundamentada no conhecimento, garantindo os recursos necessários e a clareza acerca do papel da escola.

Adibsereshki et al (2015) utilizaram treinamento de HS para aquisição/aprimoramento da habilidade em teoria da mente. Os autores partiram do princípio de que sendo a teoria da mente, a capacidade de fazer inferência sobre o estado mental do outro, o desenvolvimento dessa habilidade pode contribuir nas interações sociais de crianças entre 7 e 12 anos com Transtorno do Espectro Autista de alto funcionamento, que possuem um repertório comportamental mínimo para a sua a participação. A comparação entre os grupos (experimental e controle) indicou que a intervenção adotada foi eficaz e as habilidades sociais do grupo experimental foram aprimoradas pelo treinamento realizado.

Os resultados corroboraram com os resultados de outras pesquisas, indicando a eficácia do treinamento de Habilidades Sociais focando na Teoria da Mente (BEGEER et al., 2010;

GEVERS et al., 2006; FISHER; HAPPÉ, 2005 apud ADIBSERESHKI et al. 2015). O estudo não avaliou a permanência dessa habilidade, mas citou uma pesquisa cujos resultados indicaram estabilidade nos repertórios adquiridos após o período de acompanhamento (FISHER; HAPPÉ, 2005 apud ADIBSERESHKI et al 2015).

Gomes et al. (2019) discutem a importância da atenção conjunta do ponto de vista social, enfatizando o quanto a habilidade se relaciona ao modo como ocorre as interações sociais. Os autores investigaram se o treinamento de múltiplos exemplares, scripts auditivos e procedimentos de esvanecimento de scripts poderiam estabelecer um repertório generalizado de iniciativas para atenção conjunta em crianças com autismo. A habilidade

(11)

foi treinada com diversos brinquedos que compuseram as seguintes categorias: brinquedos visualmente atraentes, itens colocados de maneira incomum, sons ambientais e figuras. Os resultados foram satisfatórios, indicando que as crianças adquiriam essa habilidade para estímulos nunca treinados.

O BST (Behavioral Skills Training) consiste em um formato de treinamento composto de instruções, modelo da habilidade a ser desempenhada, oportunidade para praticar a habilidade e feedback sobre o desempenho de quem está em treinamento (Erath et al, 2020). Dogan et al (2017) propôs este método de treinamento individualizado de habilidades sociais aplicado pelos pais. Participaram da pesquisa quatro díades pais-filhos.

Todas as crianças participantes tinham um QI (Quociente de Inteligência) de 70 ou mais e diagnóstico de TEA e também com outros transtornos invasivos do desenvolvimento. Os pais das crianças envolvidas foram devidamente treinados e aplicaram o método com as crianças. Os resultados indicaram melhora nas habilidades sociais treinadas e também não treinadas, além de avanços no desempenho dos pais na aplicação do método.

Floress, Zoder-Martell e Schaub (2017) abordam a implementação de técnicas de relaxamento associadas ao treinamento de habilidades sociais. Os autores examinaram o efeito de uma intervenção em habilidades sociais envolvendo treinamento de relaxamento e princípios de reforço em três comportamentos-alvo de uma criança com autismo de alto funcionamento, bem como sondas para verificação das manutenções em ambiente escolar.

Partindo do princípio de que o ensino de diferentes repertórios comportamentais para pessoas com autismo deve ser individualizado, é explícito que o planejamento do treino de habilidades sociais pode requer o envolvimento de uma ou mais modalidades de treino dessas habilidades. Desse modo, os profissionais responsáveis pela proposta de intervenção devem cada vez mais manter-se em busca de estudos que abordam modelos de treinos diversos.

As limitações desta pesquisa foram a ausência dos critérios de inclusão como o desenho experimental e o tempo de intervenção aplicado nas pesquisas estudadas. A inclusão desses dois critérios em pesquisas futuras poderá tornar mais viável a escolha de modelos de treino para situações específicas. Pesquisas com desenho experimental com sujeito único, por exemplo, podem ser mais viáveis para decisões de profissionais que atuam em contexto clínico.

(12)

Considerações finais

O presente trabalho dissertou sobre as principais modalidades de treino de habilidades sociais com pessoas com Transtorno do Espectro Autista, sobretudo os seus resultados quando objetivaram aquisição de tais habilidades. A partir da exploração de diferentes estudos, foi possível observar que, devido às variações de desafios sociais desses indivíduos, é importante que diferentes modelos de ensino de diversas habilidades sociais sejam conhecidos. Em decorrência das variações de necessidades dos indivíduos é possível entender que quanto maior quantidade de métodos existirem para suscitar as habilidades sociais cada vez maior serão as chances de lograr êxito no treinamento dessas competências.

Modelos como ensino entre pares e intervenções em grupo, principalmente utilizando musicoterapia ou educação musical, foram mais explorados e trouxeram resultados promissores de aquisição e estabelecimento de repertórios sociais. O ensino em que foram utilizadas ferramentas de tecnologias como softwares de tutoria tem-se mostrado relevante, podendo ser aplicado principalmente como treino de aquisição de repertório prévio às intervenções em grupo.

Uma parte considerável das pesquisas focou em habilidades, como contato visual, atenção compartilhada, conversação, fazer comentários, compartilhar brincadeiras, reconhecimento de emoções, teoria da mente, entre outras. Isso mostrou um pouco da amplitude de habilidades que estão sendo trabalhadas em pesquisas empíricas, bem como o modo como o ensino ocorre.

O uso de ferramentas para comunicação alternativa foi pouco explorado. Apenas uma pesquisa que utilizou um sistema de comunicação alternativa, foi realizada com a finalidade de treino de habilidades sociais. Tendo em vista que crianças com autismo apresentam dificuldades na comunicação e interação social de diferentes tipos e intensidades, é importante que meios alternativos de comunicação sejam mais explorados em pesquisas científicas. Ambientes como escolas, nos quais é possível explorar interações entre grupos mais heterogêneos, podem ser os que mais carecem da utilização de meios alternativos de comunicação, de modo que seja possível viabilizar as interações sociais.

Os artigos analisados não enfocaram abordagens terapêuticas específicas e apesar disso, todos indicaram que ensinar habilidades sociais para pessoas com Transtorno do Espectro Autista pode trazer avanços nesse tipo de repertório. Assim, conhecer diferentes estratégias e modelos de ensino é sempre válido para que o ensino seja individualizado e respeitando os tipos e níveis de necessidades e habilidades de cada indivíduo.

(13)

Diante das análises realizadas e das discussões feitas, foi possível observar algumas lacunas. Nem todas as pesquisas estabeleceram critérios de escolha referentes à metodologia adotada para investigar a eficácia do modelo de ensino adotado, isso pode interferir na escolha do melhor modelo de ensino para quem ler tal pesquisa. Outro aspecto importante foi que nem todos os artigos apontaram suas lacunas, e isso pode ser um fator decisivo, a depender de determinados fatores como ambiente de ensino, repertórios comportamentais já adquiridos ou influência de outros contextos de ensino nos quais a criança pode estar exposta. Indicar os pontos fracos das pesquisas é um fator norteador para a produção de novos materiais e metodologias que serão capazes de construir o conhecimento acerca dessas habilidades sociais, neste caso.

Propostas como a desenvolvida por este trabalho contribuem para que profissionais da área, sobretudo aqueles que lidam com inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, conheçam as diferentes intervenções discutidas na literatura, no que tange ao ensino de Habilidades Sociais. Assim, isso pode influenciar de modo positivo do ponto de vista do ensino individualizado em contexto clinico e escolar.

Referências

ADIBSERESHKI, Narges. et al. The Effectiveness of Theory of Mind Training On the Social Skills of Children with High Functioning Autism Spectrum Disorders. Iran J Child Neurol, v. 9, n. 3, p. 40–49, 2015.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5 – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BECKER, Michele Michelin; RIESGO, Rudimar dos Santos. Aspectos neurobiológicos dos transtorno do espectro autista. In: Transtornos da aprendizagem: Abordagem

neurobiológica e multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, v. 1, p. 357- 367, 2016.

BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini. et al. (2006). A área das habilidades sociais no Brasil: uma análise dos estudos publicados em periódicos. In BANDEIRA, Marina; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir. Estudos sobre Habilidades Sociais e Relacionamento Interpessoal. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

BOSA, Cleonice Alves. Compreendendo a evolução da comunicação do bebê:

implicações para a identificação precoce do autismo. In HAASE, Vitor Geraldi;

FERREIRA, Fernanda Oliveira; PENNA, Francisco José (Org.), Aspectos

biopsicossociais da saúde na infância e adolescência. Belo Horizonte: Coopmed, p.

319-328, 2009.

(14)

CAMARGO, Síglia Pimentel Höher; BOSA, Cleonice Alves Bosa. Competência social, inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & Sociedade; v. 21, n.1, p. 65-74, 2009.

CAMARGO, Síglia Pimentel Höher.; BOSA, Cleonice Alves Bosa. A. Social competence, school inclusion and autism: a comparative case study. Psicologia: Teoria e Pesquisa. v.

28, n. 3, p. 315-324, 2012.

CASALI-ROBALINHO, Ivana Gisel; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir. Habilidades Sociais como Preditoras de Problemas de Comportamento em

Escolares. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 31, n .3, p. 321-330, 2015.

CHICON, José Francisco et al. Brincando e aprendendo: aspectos relacionais da criança com autismo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 41, n. 2, p.169-175, 2019.

DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir. Psicologia das

Habilidades Sociais: Terapia, educação e trabalho. 4. Ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira, et al. Treinamento em habilidades sociais:

Panorama geral da área. In: HAASE Vitor Geraldi, et al. (Orgs.). Psicologia do

desenvolvimento: Contribuições Interdisciplinares. Belo Horizonte: Health, p. 249-264, 2000.

DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir. Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e prática. Edição digital. Petrópolis: Vozes, 2017.

DOGAN, Rebecca K. et al. Parent-Implemented Behavioral Skills Training Of Social Skills. Journal Of Applied Behavior Analysis. n. 9999. p. 1–14, 2017.

ERATH, Tyler G. et al. Enhancing the training integrity of human services staff using pyramidal behavioral skills training. Journal of Applied Behavior Analysis. v. 53, n. 1, p.

449-464, 2020.

FLORESSA, Margaret T.; ZODER-MARTELLB, Kim.; SCHAUB, Rachel. B. Social skills plus relaxation training with a child with ASD in the schools. Research in Developmental Disabilities. v. 71, p. 200–213, 2017.

GADIA, Carlos.; ROTTA, Newra. T. Aspectos Clínicos do Transtorno do espectro autista.

In: Transtornos da aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2. ed.

Porto Alegre: Artmed, v. 1, p. 368- 377, 2016.

GAVASSO, Michele Souza de Barros, FERNANDES, Janaína da Silva Gonçalves, ANDRADE, Márcia Siqueira de. Revisão Sistemática de Estudos sobre Habilidades Sociais: Avaliação e Treinamento. Ciências & Cognição, v. 21, n. 1, p. 52-58, 2016.

GHASEMTABAR Seyyed Nabiollah. et al. Music therapy: An effective approach in

improving social skills of children with autism. Adv Biomed Res. v. 4, n.157, p. 1-8, 2015.

GOMES, Sandra. R.et al. Establishing a Generalized Repertoire of Initiating Bids for Joint Attention in Children with Autism. Behavior Modification. p. 1– 35, 2019.

(15)

HARTUP, W. W. Social relationships and their developmen- tal significance. American Psychologist, v. 44, p. 120-126, 1989.

KASARI, Connie. et al. Children with autism spectrum disorder and social skills groups at school: a randomized trial comparing intervention approach and peer composition.

Journal of Child Psychology and Psychiatry. v. 57, n. 2, p. 171–179, 2016.

LA GASSE, A. Blythe. Effects of a Music Therapy Group Intervention on Enhancing Social Skills in Children with Autism. Journal of Music Therapy. n.51, v. 3, p. 250–275, 2014.

PETERS, Lindsay, C.; THOMPSON, Rachel H. Teaching children with autism to respond to conversation partners’ interest. Journal of Applied Behavior Analysis. v. 48, n. 3, p.

544-562, 2015

LOVAAS, Ivar Ole. Behavioral Treatment and Normal Education and Intellectual

Functioning in Young Autistic Children. Journal of Consulting and Clinical Psychology, v. 55, n. 1, p. 3-9, 1987.

MACDONALD, Jacquelyn.; AHEARN, William. Teaching observational learning to children with autism. Journal of Applied Behavior Analysis. v. 48, n. 4, p. 800- 816, 2015.

MCEACHIN, J., SMITH, T., LOVAAS, Ivar Ole. Long Term Outcome for Children with Autism Who Received Early Intensive Behavioral Treatment. American Journal on Mental Retardation. v. 97, n. 4, p. 359-372, 1993.

MCFADDEN, Brandon, KAMPS, Debra, HEITZMAN-POWELL, Linda. Social

communication effects of peer-mediated recess intervention for children with autism.

Research in Autism Spectrum Disorders., v. 8, n. 12, p. 1699–1712, 2014.

MILNE, M. et al. Personalização e automação em um tutor de habilidades de conversação virtual para crianças com autismo. Revista de Interfaces Multimodais de Usuários.

v.12, n. 3, p. 257-269, 2018.

MITSI, Cristhiane de Almeida, SILVEIRA, Jocelaine Martins da; COSTA, Carlos Eduardo.

Treinamento de habilidades sociais no tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo:

um levantamento bibliográfico. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 6, n. 1, p. 49-59, 2004.

MURTA, Sheila Giardini. Aplicações do Treinamento em Habilidades Sociais: Análise da Produção Nacional. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 18 n. 2, p. 283-291, 2005.

NASCIMENTO, Paulyane Silva. et al. Comportamentos de Crianças do Espectro do Autismo com seus Pares no Contexto de Educação Musical. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 21, n. 1, p. 93-110, 2015.

NUNES Debora, WALTER Catia. AAC and autism in Brazil: A Descriptive Review.

International Journal of Disability, Development and Education, v. 67, n. 3, p 263-279, 2020.

(16)

OZONOFF, Sally. et al. A prospective study of the emergence of early behavioral signs of autism. Journal of the Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v. 49, n. 3, p. 256- 66, 2010.

PETERS, Lindsay, THOMPSON, Rachel. Teaching children with autism to respond to conversation partners’ interest. Journal of Applied Behavior Analysis, v. 48, n. 3, p.

544–562, 2015.

RICE, Linda Marie et al. Computer-Assisted Face Processing Instruction Improves

Emotion Recognition, Mentalizing, and Social Skills in Students with ASD. J. Autism Dev.

Disord. n. 19, 2015.

ROMSKI, MaryAnn. et al. Early Intervention and AAC: What a Dif ference 30 Years Makes. Augment Altern Commun; v. 31 n. 3, p.181-202, 2015.

SANINI, Cláudia; SIFUENTES, Maúcha; BOSA, Cleonice Alves. Competência Social e Autismo: O Papel do Contexto da Brincadeira com Pares. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 29 n. 1, p. 99-105, 2013.

SPAIN, Debbie, BLAINEY, Sarah H. Group social skills interventions for adults with high- functioning autism spectrum disorders: A systematic review. Autism, v. 19, n. 7, p. 874- 886, 2015.

STEVENS, Kelly. Systematic reviews: the heart of evidence-based practice. AACN Clin Issues. v. 12, n. 4, p. 529-38, 2001.

THIEMANN-BOURQUE, Kathy. et al. Picture Exchange Communication System and Pals:

A Peer-Mediated Augmentative and Alternative Communication Intervention for Minimally Verbal Preschoolers With Autism. Journal of Speech Language and Hearing Research, v. 59, n. 5, p. 1133, 2016.

VAIOULI, Potheini; GRIMMET, Kharon.; RUICH, Lawrence. ''Bill is now singing'': Joint engagement and the emergence of social communication of three young children with autismo. Autism, n. 19, p. 1- 12, 2013.

WERNER, Emily, et al.Variation in early developmental course in autism and its relation with behavioral outcome at 3-4 years of age. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 35, n. 3, p. 337-350, 2005.

YANG, Tsung-Ren. et al. Supporting children on the autism spectrum in peer play at home and school: Piloting the integrated play groups model in taiwan. Autism, v.7, p. 437– 453, 2003.

YUN, Sang-Seok Yun. et al. Social skills training for children with autism spectrum disorder using a robotic behavioral intervention system. Autism Research, v. 10, n.7, p.1306–

1323, 2017.

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)

Referências

Documentos relacionados

Uma conta de usuário está associada a um nome de usuário, uma senha e um perfil, dados que permitirão o acesso de seus clientes ao sistema através de uma url informada pelo

Em vista disso, para perceber as transformações, as subjetividades construídas a partir desse novo momento (a explosão de um mercado específico para esse público

Foi pensando nessa estratégia de ensino e nas dificuldades encontradas pelos estudantes em identificar as funções orgânicas oxigenadas, além das lacunas acerca da abordagem de suas

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

que estão em ascensão no Brasil. Júlia fala de um jeito de fácil compreensão de todos sobre alguns temas que ainda são considerados tabus socialmente. Então para gravar

15.1 - O representante do Município de Coronel Vivida, especialmente designado para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, juntamente com o fiscal do

O destaque conferido pela emissora ao caráter “jornalístico” dos três efêmeros apresentadores do Jornal da Globo, assim como as apostas da direção da

Além disso, nossa investigação preenche uma lacuna relativa ao embasamento teórico (que contemple as duas áreas) dos projetos de dicionários digitais organizados com base na noção