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APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS ELECTROMIOGRÁFICOS

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Academic year: 2019

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Capítulo V

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Apresentação de Resultados Electromiográficos

1. Introdução

De acordo com a metodologia definida no capítulo III, após a recolha e tratamento dos electromiogramas dos onze músculos seleccionados foram determinados os seguintes parâmetros: instante de início (DTonset_TC) e de finalização da actividade eléctrica do músculo (DToffset_TC), a duração da actividade muscular (DurActiv), o instante de ocorrência do pico máximo da actividade eléctrica (DP_Max_TC), assim como a intensidade desse pico (P_Max), o RMS referente ao período de actividade eléctrica (Root

Mean Square) e o RMS dos primeiros 0,050 s de activação eléctrica muscular,

normalizados de acordo com o descrito no capítulo da metodologia. Desta forma a escala de intensidade da actividade muscular utilizada nesta apresentação tem como referência o valor relativo utilizando como referência o valor máximo de EMG obtido na CVM (1). Todos os parâmetros recolhidos tiveram como referência de finalização o instante do TC do choku-zuki na makiwara.

Na observação efectuada dos EMGs durante o pré-estudo verificou-se que os músculos BB (Bicípite Braquial), o RP (Redondo Pronador), e o LS (Longo Supinador) apresentavam dois períodos de actividade eléctrica relacionados com os respectivos movimentos segmentares, estando estes enquadrados na acção motora durante a sua fase principal. Assim, relativamente a estas massas musculares, são apresentados os dados encontrados para os dois períodos de actividade eléctrica, referenciando-se o primeiro período de actividade como BB1, RP1 e LS1, e o segundo como BB2, RP2 e LS2.

Na apresentação dos dados relativos à intensidade da actividade muscular, os músculos seleccionados para o presente estudo e anteriormente identificados no Capítulo III, são apresentados de acordo com a sua acção funcional nos movimentos do braço e do antebraço, conforme o exposto anteriormente nos Capítulos III e IV. De referir que alguns destes músculos são simultaneamente agonistas e antagonistas em movimentos diferentes.

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o músculo tricípite braquial (TB), o músculo bicípite braquial (BB), o músculo longo supinador (LS) e o músculo redondo pronador (RP).

Tal como foi adoptado na apresentação de resultados cinemáticos, relativamente aos resultados neuromusculares é inicialmente considerado a execução do choku-zuki CI por

toda a amostra como caracterizadora do padrão neuromuscular. Esta caracterização é feita no início da apresentação atendendo aos parâmetros EMG que permitem caracterizar a estrutura temporal e a intensidade da activação dos diferentes músculos envolvidos.

Em seguida procederemos à análise multivariada dos dados electromiográficos. Esta análise terá como objectivo determinar na amostra:

- qual o efeito de cada uma das variáveis independentes, a Condição de execução do

choku-zuki (CI / SI), o Grupo (karatecas / não karatecas) e o Género (Masculino /

Feminino), sobre o compósito de variáveis dependentes na actividade mioeléctrica;

- qual o efeito da interacção entre as variáveis independentes relativamente ao compósito de variáveis dependentes na actividade mioeléctrica.

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2. Caracterização do padrão de coordenação neuromuscular na execução do

Choku-Zuki com impacto

A tabela 18 apresenta os resultados médios e o desvio padrão referentes ao compósito das variáveis dependentes electromiográficas de toda a amostra na condição de execução do

choku-zuki CI.

Tabela 18: Valores médios e desvio padrão do compósito de variáveis do EMG na execução do choku-zuki CI pelos sujeitos da amostra. Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50). Tempo = segundo, RMS = 1.

PC PE GD IF DA DM DP

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - CI 0,259 0,038 0,242 0,025 0,103 0,049 0,158 0,041 0,263 0,046 0,275 0,073 0,120 0,052

DToffset_TC - CI 0,001 0,002 0,002 0,007 0,010 0,027 0,001 0,004 0,000 0,001 0,000 0,002 0,001 0,004

DurActiv - CI 0,258 0,038 0,240 0,026 0,093 0,045 0,156 0,042 0,263 0,047 0,275 0,072 0,119 0,051

DP_Max_TC - CI 0,094 0,026 0,095 0,026 0,021 0,013 0,041 0,026 0,076 0,029 0,047 0,025 0,025 0,020

P_Max - CI 1,78 1,11 1,86 0,98 0,67 0,34 1,16 0,32 1,57 1,04 1,30 0,41 1,99 1,15

RMS - CI 0,97 0,63 1,00 0,52 0,46 0,25 0,78 0,26 0,89 0,55 0,79 0,28 1,20 0,80

RMS_50 - CI 0,41 0,33 0,44 0,39 0,42 0,27 0,57 0,31 0,29 0,25 0,39 0,28 0,95 0,83

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - CI 0,132 0,040 0,249 0,045 0,093 0,033 0,230 0,069 0,096 0,037 0,243 0,039 0,086 0,036

DToffset_TC - CI 0,000 0,000 0,110 0,029 0,000 0,000 0,112 0,037 0,000 0,000 0,118 0,029 0,000 0,000

DurActiv - CI 0,132 0,040 0,138 0,035 0,093 0,033 0,118 0,044 0,096 0,037 0,124 0,041 0,086 0,036

DP_Max_TC - CI 0,032 0,022 0,193 0,040 0,024 0,020 0,190 0,060 0,017 0,014 0,193 0,034 0,015 0,013

P_Max - CI 1,40 0,47 0,42 0,28 0,62 0,58 0,59 0,50 1,20 0,73 0,59 0,32 0,74 0,63

RMS - CI 0,93 0,34 0,29 0,17 0,35 0,29 0,47 0,39 0,71 0,51 0,42 0,22 0,45 0,33

RMS_50 - CI 0,72 0,38 0,25 0,16 0,25 0,19 0,42 0,40 0,54 0,42 0,36 0,22 0,38 0,30

As figuras 38 e 39 ilustram graficamente o instante de início das activações musculares identificando a sequência cronológica média de activação e os instantes de pico máximo de actividade muscular, tendo como referência o instante do TC em toda a amostra na condição de execução do choku-zuki CI.

0,000 0,050

0,100 0,150

0,200 0,250

0,300 0,350

DM

DA

PC

BB1

LS1

PE

RP1

IF

TB

DP

GD

RP2

BB2

LS2

s

CI

(5)

0,000 0,025

0,050 0,075

0,100 0,125

0,150 0,175

0,200 0,225

0,250

DM

DA

PC

BB1

LS1

PE

RP1

IF

TB

DP

GD

RP2

BB2

LS2

s

CI

Figura 39: Instante em que acontece o pico máximo de activação relativamente ao instante do TC na condição de execução do choku-zuki CI em toda a amostra.

A activação muscular tende a começar aos 0,275 s + 0,073 s antes do instante do TC (Tabela 18). Como é identificado pela sequência de activação (Figura 38) os primeiros músculos a ser activados são as porções musculares com acção agonista dos movimentos de abdução e flexão do braço (DM, DA, PC) que atingem o seu pico máximo entre os 0,094 s + 0,026 s e os 0,047 s + 0,025 s (Figura 39). Apesar da porção muscular responsável pela abdução do braço (DM) ser a primeira a iniciar a activação, é a última a atingir o seu pico máximo, sugerindo que tem um papel essencialmente estabilizador da elevação do braço. A duração da actividade da porção DM do músculo deltóide e das porções agonistas da flexão do braço, porção DA do músculo deltóide e porção PC do músculo grande peitoral, situa-se entre os 0,275 s + 0,072 s e os 0,263 s + 0,047 s. Estes músculos apresentam valores elevados de intensidade, com o valor de RMS superior a 0,79 + 0,28, situando-se perto de 0,90 nas porções musculares DA e PC.

Verifica-se que aos 0,249 s + 0,045 s antes do contacto, através do músculo BB tem início o primeiro período de activação dos músculos que conjugam a flexão e a supinação do antebraço (BB1 e LS1), e do músculo RP (RP1). Estes três músculos atingem o seu pico máximo 0,193 s + 0,040 s a 0,190 s + 0,060 s antes do TC e apresentam uma duração de actividade entre os 0,138 s + 0,035 s e os 0,118 s + 0,044 s com uma intensidade com RMS entre os 0,47 + 0,39 e os 0,29 + 0,17.

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como agonistas. Nestes músculos a sua actividade tem uma duração de 0,240 s + 0,026 s a 0,093 s + 0,045 s, atingindo o seu valor máximo de intensidade entre 0,095 s + 0,026 s e os 0,021 s + 0,013 s. Destaca-se a elevada intensidade de activação das porções musculares PE e DP com RMS que está entre 1 + 0,52 e 1,2 + 0,8.

É aos 0,132 s + 0,040 s que surge a activação do músculo agonista do movimento de extensão do antebraço (TB). A duração da sua actividade é 0,132 s + 0,040 s e o seu pico máximo é atingido aos 0,032 s + 0,022 s. Em relação aos músculos com acção no antebraço, o TB é claramente o músculo que sofre maior activação com um nível de actividade superior a 0,90.

Os músculos com acção antagonista nos movimentos de extensão e pronação do antebraço (LS e BB) e o músculo agonista da pronação, o RP, iniciam o seu segundo período de actividade nos últimos 0,100 s antes do instante do contacto e tem uma duração inferior a 0,100 s. O pico máximo de actividade EMG destes músculos acontece entre 0,024 s + 0,020 s e os 0,015 s + 0,013 s antes do instante do TC. A intensidade de activação para o BB2 e LS2 situa-se entre os 0,35 + 0,29 e 0,42 + 0,22, mas é mais intensa para o RP2 (0,71 + 0,51).

3. Efeito das variáveis independentes relativamente às variáveis dependentes

A tabela 19 ilustra a existência de efeitos significativos na actividade muscular na realização do choku-zuki, inerentes às três variáveis independentes em estudo e as relações

de interacção entre as variáveis independentes.

Tabela 19: Análise multivariada (MANOVA) da interacção entre as variáveis independentes relativamente ao compósito de variáveis dependentes no comportamento mioeléctrico dos músculos em estudo (p<0,005).

PC PE GD IF DA DM DP

p< p< p< p< p< p< p< Género 0,000 0,048 0,002 0,071 0,001 0,089 0,431

Grupo 0,026 0,015 0,227 0,071 0,022 0,000 0,184

Condição 0,013 0,029 0,000 0,045 0,099 0,164 0,134

Género*Grupo 0,121 0,275 0,619 0,199 0,610 0,042 0,168

Género*Condição 0,057 0,247 0,318 0,383 0,786 0,211 0,792

Grupo*Condição 0,146 0,466 0,766 0,260 0,953 0,480 0,803

Condição*Grupo*Género 0,146 0,336 0,565 0,838 0,853 0,659 0,679

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

p< p< p< p< p< p< p< Género 0,017 0,110 0,002 0,175 0,194 0,081 0,425

Grupo 0,128 0,050 0,267 0,041 0,234 0,017 0,612

Condição 0,060 0,060 0,342 0,439 0,003 0,373 0,007

Género*Grupo 0,689 0,235 0,159 0,126 0,074 0,390 0,041

Género*Condição 0,397 0,886 0,016 0,554 0,749 0,515 0,829

Grupo*Condição 0,746 0,504 0,053 0,491 0,163 0,836 0,953

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De acordo com a tabela 19 relativa à realização do choku-zuki por toda a amostra

verifica-se que existe um efeito significativo das variáveis independentes Condição, Grupo e Género sobre o compósito de variáveis dependentes relativas ao comportamento mioeléctrico dos músculos estudados e que desenvolvem a sua acção nos movimentos dos segmentos braço e antebraço. Contudo, os efeitos significativos não acontecem em todos os músculos analisados.

Assim, na variável independente Condição verifica-se que existe um efeito significativo sobre o compósito de variáveis dependentes nos músculos grande peitoral porções PC e PE, nos músculos GD e IF, e nos segundos períodos de activação dos músculos RP e LS.

Na variável independente Grupo o efeito significativo sobre o compósito de variáveis dependentes acontece nas porções musculares PC, PE, DA, DM e no primeiro período de activação dos músculos BB, RP e LS.

A variável independente Género tem um efeito significativo sobre o compósito de variáveis dependentes nas duas porções do músculo grande peitoral (PC, PE), na porção DA do músculo deltóide, nos músculos GD, TB e no segundo período de activação do músculo BB.

A existência de efeitos significativos das variáveis independentes sobre as variáveis dependentes reflecte a existência de comportamentos mioeléctricos significativamente diferentes e tendências no compósito de variáveis independentes. Por outro lado, a tabela 19 identifica a existência de interacção entre as variáveis independentes Género*Grupo, Género*Condição e Condição*Grupo*Género. Contudo, esta interacção limita-se à actividade de um ou dois músculos do conjunto de onze músculos estudados, sendo assim muito restrita o que permite analisar os efeitos de cada uma das variáveis independentes sobre o compósito de variáveis dependentes isoladamente.

De seguida são apresentadas as tendências e diferenças significativas no compósito de variáveis dependentes decorrentes do efeito das variáveis independentes na actividade mioeléctrica dos músculos em estudo na realização do choku-zuki. No ponto 4. são

apresentados os efeitos de interacção entre as varáveis independentes.

3.1. Condição

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de execução do choku-zuki CI e SI, e a análise de variância multivariada das mesmas

variáveis dependentes entre as duas condições de execução do choku-zuki.

Tabela 20: Valores médios e desvio padrão do compósito de variáveis do EMG nas execuções do choku-zuki CI e SI pelos sujeitos da amostra. Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50). Tempo = segundo, RMS = 1.

PC PE GD IF DA DM DP

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - CI 0,259 0,038 0,242 0,025 0,103 0,049 0,158 0,041 0,263 0,046 0,275 0,073 0,120 0,052

DTonset_TC - SI 0,260 0,033 0,258 0,030 0,126 0,047 0,183 0,050 0,271 0,036 0,248 0,049 0,154 0,059

DToffset_TC - CI 0,001 0,002 0,002 0,007 0,010 0,027 0,001 0,004 0,000 0,001 0,000 0,002 0,001 0,004

DToffset_TC - SI 0,006 0,022 0,009 0,026 0,008 0,014 0,008 0,027 0,001 0,003 0,003 0,013 0,005 0,022

DurActiv - CI 0,258 0,038 0,240 0,026 0,093 0,045 0,156 0,042 0,263 0,047 0,275 0,072 0,119 0,051

DurActiv - SI 0,253 0,036 0,249 0,038 0,118 0,049 0,175 0,055 0,270 0,037 0,245 0,051 0,149 0,059

DP_Max_TC - CI 0,094 0,026 0,095 0,026 0,021 0,013 0,041 0,026 0,076 0,029 0,047 0,025 0,025 0,020

DP_Max_TC - SI 0,098 0,039 0,114 0,039 0,046 0,019 0,048 0,033 0,097 0,036 0,053 0,030 0,036 0,020

P_Max - CI 1,78 1,11 1,86 0,98 0,67 0,34 1,16 0,32 1,57 1,04 1,30 0,41 1,99 1,15

P_Max - SI 1,54 0,79 1,75 0,90 1,01 0,61 1,09 0,32 1,38 0,75 1,26 0,54 2,03 0,92

RMS - CI 0,97 0,63 1,00 0,52 0,46 0,25 0,78 0,26 0,89 0,55 0,79 0,28 1,20 0,80

RMS - SI 1,08 0,81 0,94 0,54 0,65 0,40 0,70 0,20 0,77 0,41 0,73 0,32 1,28 0,62

RMS_50 - CI 0,41 0,33 0,44 0,39 0,42 0,27 0,57 0,31 0,29 0,25 0,39 0,28 0,95 0,83

RMS_50 - SI 0,54 0,43 0,60 0,52 0,57 0,41 0,53 0,21 0,30 0,25 0,32 0,19 0,90 0,61

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - CI 0,132 0,040 0,249 0,045 0,093 0,033 0,230 0,069 0,096 0,037 0,243 0,039 0,086 0,036

DTonset_TC - SI 0,159 0,040 0,263 0,034 0,091 0,032 0,242 0,047 0,096 0,029 0,255 0,042 0,090 0,035

DToffset_TC - CI 0,000 0,000 0,110 0,029 0,000 0,000 0,112 0,037 0,000 0,000 0,118 0,029 0,000 0,000

DToffset_TC - SI 0,001 0,004 0,129 0,028 0,000 0,001 0,117 0,032 0,000 0,000 0,139 0,039 0,000 0,001

DurActiv - CI 0,132 0,040 0,138 0,035 0,093 0,033 0,118 0,044 0,096 0,037 0,124 0,041 0,086 0,036

DurActiv - SI 0,158 0,041 0,135 0,023 0,091 0,032 0,125 0,031 0,096 0,029 0,115 0,031 0,090 0,035

DP_Max_TC - CI 0,032 0,022 0,193 0,040 0,024 0,020 0,190 0,060 0,017 0,014 0,193 0,034 0,015 0,013

DP_Max_TC - SI 0,038 0,021 0,211 0,031 0,028 0,018 0,193 0,052 0,031 0,019 0,207 0,030 0,024 0,017

P_Max - CI 1,40 0,47 0,42 0,28 0,62 0,58 0,59 0,50 1,20 0,73 0,59 0,32 0,74 0,63

P_Max - SI 1,43 0,55 0,45 0,32 0,38 0,31 0,70 0,63 1,19 0,70 0,69 0,33 0,68 0,53

RMS - CI 0,93 0,34 0,29 0,17 0,35 0,29 0,47 0,39 0,71 0,51 0,42 0,22 0,45 0,33

RMS - SI 0,92 0,36 0,31 0,21 0,25 0,20 0,50 0,49 0,81 0,49 0,49 0,25 0,45 0,34

RMS_50 - CI 0,72 0,38 0,25 0,16 0,25 0,19 0,42 0,40 0,54 0,42 0,36 0,22 0,38 0,30

RMS_50 - SI 0,64 0,32 0,27 0,21 0,22 0,18 0,46 0,47 0,59 0,46 0,44 0,24 0,34 0,23

Tabela 21: Análise multivariada (MANOVA) entre condições de execução do Choku-zuki por toda a amostra (p<0,005). Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50), (p<0,005)

Condição

PC PE GD IF DA DM DP

F p< F p< F p< F p< F p< F p< F p< DTonset_TC 0,004 0,949 5,770 0,019 4,397 0,040 6,480 0,013 0,063 0,803 5,281 0,025 7,141 0,010

DToffset_TC 2,660 0,108 1,923 0,171 0,451 0,504 2,274 0,137 1,386 0,244 1,725 0,194 1,467 0,231

DurActiv 0,354 0,554 0,742 0,392 5,751 0,020 3,230 0,077 0,037 0,848 5,950 0,017 3,297 0,024

DP_Max_TC 0,404 0,527 6,460 0,013 38,934 0,000 0,191 0,172 5,648 0,021 1,393 0,243 6,333 0,014

P_Max 1,202 0,277 0,316 0,576 7,990 0,006 0,938 0,337 0,861 0,357 0,007 0,936 0,002 0,965

RMS 0,486 0,488 0,173 0,679 5,273 0,025 1,608 0,210 1,279 0,263 0,305 0,583 0,027 0,870

RMS_50 2,240 0,126 1,840 0,180 3,024 0,087 0,257 0,614 0,053 0,819 0,651 0,423 0,005 0,943

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

F p< F p< F p< F p< F p< F p< F p< DTonset_TC 8,275 0,005 0,266 0,609 0,108 0,744 0,863 0,358 0,218 0,643 0,029 0,866 0,006 0,937

DToffset_TC 1,812 0,185 2,236 0,141 0,854 0,360 0,114 0,738 0,888 0,352 3,782 0,059 0,200 0,657

DurActiv 7,520 0,008 0,671 0,417 0,111 0,740 0,929 0,341 0,212 0,648 2,973 0,092 0,008 0,930

DP_Max_TC 4,037 0,049 3,950 0,052 1,507 0,226 0,432 0,514 11,052 0,002 3,339 0,073 5,819 0,019

P_Max 0,008 0,929 0,095 0,759 3,255 0,077 1,733 0,195 0,004 0,953 0,652 0,424 0,981 0,328

RMS 0,000 0,984 0,047 0,829 1,973 0,166 0,868 0,357 0,377 0,543 0,505 0,481 0,294 0,590

(9)

A figura 40 ilustra graficamente o instante de início das activações musculares tendo como referência o instante do TC, identificando a sequência cronológica média de activação muscular em toda a amostra nas condições de execução do choku-zuki CI e SI.

0,000 0,050

0,100 0,150

0,200 0,250

0,300 0,350

DM DA PC BB1 LS1 PE RP1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

s CI

SI

Figura 40: Cronologia da sequência de activação muscular com base no início das activações nas condições de execução do choku-zuki CI e SI considerando a totalidade da amostra. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Apesar de se registar alterações posicionais quanto à sequência de activação (Figura 40), inerentes ao instante de activação das porções musculares com acção agonista dos movimentos de flexão e de abdução do braço (DM, DA, PC) relativamente à condição de execução do choku-zuki CI, estas não apresentam diferenças significativas entre as duas

condições de execução quanto ao instante em que são activados (Tabela 20).

Como mostra a tabela 20, o instante de activação dos músculos e porções musculares (PE, IF, DP, GD e TB) é significativamente diferente entre as duas condições de execução, reflectindo a antecipação do início da actividade na condição de execução SI relativamente à execução CI, o que passa a acontecer entre 0,258 s + 0,030 s e os 0,126 s + 0,047 s. Todavia, este comportamento reflecte-se na sequência de activação apenas na porção muscular PE que passa a ser activada mais cedo que o músculo LS no seu primeiro período de activação.

Nos últimos 0,100 s que antecedem o instante do TC acontece o segundo período de activação do músculo agonista da pronação assim como dos músculos antagonistas da extensão do antebraço (RP2, BB2, LS2) em ambas as condições de execução. O instante de

*

* *

(10)

activação destes músculos é semelhante entre as duas condições assim como a sequência de activação.

Apesar das diferenças significativas não acontecerem em todos os músculos, como foi anteriormente apresentado, a figura 40 ilustra uma tendência para que a generalidade dos músculos sejam activados em instantes mais próximos do instante do TC na condição de execução CI, relativamente à execução SI, com excepção da porção muscular DM e do músculo BB no seu segundo período de activação. Por outro lado, as diferenças significativas identificadas na variável dependente DTonset_TC entre as duas condições de execução relacionam-se com a existência de um efeito significativo da condição de execução sobre o compósito de variáveis dependentes na porção muscular PE e nos músculos GD e IF.

As figuras 41 e 42 ilustram os tempos de duração da actividade de cada músculo e os instantes em que acontecem os seus picos máximos de actividade nas duas diferentes condições de execução do choku-zuki.

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350

DM DA PC BB1 LS1 PE RP1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

s

CI

SI

Figura 41: Duração da activação muscular relativamente ao instante do TC nas condições de execução do choku-zuki CI e SI em toda a amostra. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Como é ilustrado pela figura 41, a amostra apresenta uma aparente tendência para que os músculos intervenientes na mobilidade do segmento braço, agonistas e antagonistas, tenham uma maior duração da sua actividade na condição de execução SI relativamente à

(11)

execução CI, com excepção das porções musculares DM e PC. Uma tendência semelhante acontece nos músculos agonistas dos movimentos de extensão e de pronação do antebraço. Esta tendência confirma-se apenas no músculo GD e na porção DP do músculo deltóide com acção no braço e no músculo TB com acção no antebraço, onde existem diferenças significativas entre as duas condições na variável independente DurActiv (Tabela 21). Mas, como foi anteriormente referido, destes três músculos apenas o GD sofre o efeito significativo da condição de execução sobre o compósito de variáveis dependentes (Tabela 19).

Por outro lado, os músculos antagonistas dos movimentos de extensão e pronação do antebraço tendem para que a duração da sua actividade seja semelhante entre condições de execução (Tabela 20).

0,000 0,025

0,050 0,075

0,100 0,125

0,150 0,175

0,200 0,225

0,250

DM DA PC BB1 LS1 PE RP1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

s

CI SI

Figura 42: Instante em que acontece o pico máximo de activação relativamente ao instante do TC nas condições de execução do choku-zuki CI e SI em toda a amostra. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Como é ilustrado pela figura 42, todos os músculos tendem para que o pico de actividade aconteça mais distante do instante do TC na condição de execução do

choku-zuki SI relativamente à execução CI, com excepção dos músculos BB e LS no primeiro

período de activação. No músculo grande peitoral porção PE, músculo GD e deltóide porções DA e DP com acção na mobilidade do braço, e nos músculos RP e LS no segundo período de activação com acção na mobilidade do segmento antebraço, as diferenças são significativas entre as duas condições (Tabela 21). Este comportamento contribui para o

*

* *

*

(12)

efeito significativo da condição de execução sobre o compósito de variáveis dependentes em PE, GD, RP2 e LS2.

Independentemente da condição de execução verifica-se que o pico máximo de actividade da generalidade das porções musculares com acção agonista dos movimentos de rotação interna, abdução e flexão do braço (DA, DM, PC, PE), assim como no primeiro período de activação dos músculos RP, LS e BB tende a acontecer antes dos últimos 0,050 s que antecedem o instante do TC. Os músculos antagonistas dos referidos movimentos do braço (DP, IF), o músculo GD, o músculo TB e no segundo período de activação dos músculos RP, LS e BB do antebraço tendem para que o seu pico máximo de actividade aconteça nos últimos 0,050 s que antecedem o instante do TC.

As figuras 43 e 44 ilustram graficamente a intensidade da actividade do músculo durante todo o seu período de actividade (RMS), e nos primeiros 0,050 s de actividade (RMS_50), nas duas diferentes condições de execução do choku-zuki em toda a amostra.

0 0,5 1 1,5 2

DM DA PC BB1 LS1 PE RP1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

R

M

S

CI SI

Figura 43: RMS da activação muscular total nas condições de execução do choku-zuki CI e SI em toda a amostra (RMS 1=100% da CVM). * Com diferenças significativas (p<0,005).

(13)

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8

DM DA PC BB1 LS1 PE RP1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

R

M

S

_

5

0

CI SI

Figura 44: RMS dos primeiros 0,050 s de activação muscular nas condições de execução do choku-zuki CI e SI em toda a amostra (RMS 1=100% da CVM). * Com diferenças significativas (p<0,005).

A figura 43 permite observar que a intensidade da actividade na generalidade dos músculos com acção nos movimentos do segmento braço (DA, DM, DP, PC, PE e IF) é semelhante entre as duas condições de execução, e é superior a 0,70 + 0,20 do RMS, valor que se regista no músculo IF. Salienta-se que esta actividade nas duas porções do músculo grande peitoral e na porção DP do músculo deltóide aproxima-se ou é superior a 1 do RMS em ambas as condições de execução. Porém, no músculo GD a intensidade da sua actividade é inferior a 0,70 do RMS em ambas as condições de execução do choku-zuki,

sendo no entanto significativamente maior na condição SI relativamente à execução CI (Tabela 21). Este comportamento do músculo GD poderá indicar que o músculo

desenvolve um papel fundamentalmente de estabilizador do braço relativamente aos movimentos de rotação interna e de abdução, mas com maior incidência na condição de execução SI, onde existe a necessidade de uma travagem voluntária do choku-zuki.

(14)

importância desde o início no controlo e travagem dos movimentos de flexão e de rotação interna do braço.

No antebraço não se registam diferenças significativas entre as duas condições quanto à intensidade da actividade dos músculos associados com os movimentos de extensão e de pronação.

O músculo TB, agonista do movimento de extensão do antebraço tem uma intensidade de actividade total entre 0,93 + 0,34 e 0,92 + 0,36 do RMS, nos primeiros 0,050 s de actividade a sua intensidade está entre os 0,72 + 0,38 e 0,64 + 0,32 do RMS, onde se verifica a tendência para uma menor intensidade inicial na condição de execução SI relativamente à execução CI, o que poderá reflectir uma maior preocupação do sistema de controlo na activação do músculo devido à necessidade de o movimento ser travado voluntariamente.

Quanto aos músculos redondo pronador, bicípite braquial e longo supinador, que em ambos os seus períodos de actividade apresentam uma intensidade sem diferenças significativas entre as duas condições, verifica-se que no segundo período de actividade o músculo RP2 tende a ter um RMS maior que no seu primeiro período, sendo esta tendência mais notória na condição de execução SI. Nos músculos bicípite braquial e longo supinador parece existir uma tendência inversa com um aparente maior RMS no primeiro período de actividade relativamente ao segundo. Assim parece existir uma maior preocupação inicial com a estabilização do cotovelo relativo à flexão do braço e extensão do antebraço, controlada pela acção conjunta dos músculos BB, LS e RP no seu primeiro período de activação. No segundo período de actividade dos músculos a sua acção estará centrada na execução e controlo da pronação e extensão do antebraço (Tabelas 20 e 21).

(15)

comportamento destes músculos quanto à sua intensidade nos instantes iniciais de actividade reflecte-se nas tendências apresentadas para a intensidade de todo o seu tempo de actividade nos dois períodos.

Apesar das tendências referidas quanto à intensidade da actividade muscular com base no RMS, não foram encontradas diferenças significativas entre as duas condições de execução do choku-zuki na generalidade dos músculos, excepto no músculo GD que

apresentou actividade mais intensa na condição SI (Tabela 20).

3.2. Grupo

As tabelas 22 e 23 apresentam os resultados médios e desvio padrão referentes ao compósito das variáveis dependentes mioeléctricas dos grupos de karatecas (K) e não karatecas (NK), e a análise de variância multivariada das mesmas variáveis dependentes entre os dois grupos na execução do choku-zuki.

Tabela 22: Valores médios e desvio padrão do compósito de variáveis do EMG muscular na execução do choku-zuki pelos karatecas (K) e pelos sujeitos não karatecas (NK). Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50). Tempo = segundo, RMS = 1

PC PE GD IF DA DM DP

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - K 0,260 0,042 0,247 0,027 0,118 0,053 0,168 0,038 0,263 0,043 0,229 0,047 0,136 0,051

DTonset_TC - NK 0,259 0,029 0,252 0,030 0,111 0,047 0,173 0,056 0,271 0,040 0,294 0,061 0,138 0,064

DToffset_TC - K 0,001 0,004 0,000 0,002 0,013 0,029 0,005 0,000 0,000 0,002 0,000 0,000 0,000 0,002

DToffset_TC - NK 0,006 0,021 0,010 0,026 0,005 0,008 0,009 0,026 0,000 0,002 0,003 0,013 0,005 0,022

DurActiv - K 0,259 0,043 0,247 0,027 0,105 0,053 0,168 0,038 0,263 0,044 0,229 0,047 0,136 0,051

DurActiv - NK 0,252 0,032 0,242 0,037 0,106 0,047 0,163 0,060 0,271 0,041 0,291 0,064 0,133 0,063

DP_Max_TC - K 0,086 0,036 0,095 0,032 0,032 0,019 0,042 0,029 0,082 0,031 0,043 0,022 0,025 0,016

DP_Max_TC - NK 0,106 0,027 0,115 0,033 0,036 0,022 0,047 0,031 0,090 0,037 0,057 0,031 0,036 0,023

P_Max - K 1,43 0,73 1,66 0,71 0,92 0,49 1,11 0,25 1,53 0,56 1,44 0,55 2,08 0,83

P_Max - NK 1,89 1,11 1,94 1,10 0,75 0,53 1,15 0,38 1,42 1,14 1,12 0,33 1,93 1,21

RMS - K 1,00 0,83 0,86 0,38 0,60 0,33 0,71 0,17 0,87 0,37 0,84 0,33 1,32 0,54

RMS - NK 1,04 0,61 1,07 0,63 0,52 0,35 0,77 0,27 0,79 0,58 0,68 0,26 1,27 0,85

RMS_50 - K 0,38 0,19 0,38 0,19 0,52 0,38 0,48 0,32 0,26 0,19 0,31 0,16 0,87 0,59

RMS_50 - NK 0,57 0,49 0,66 0,59 0,47 0,34 0,62 0,17 0,33 0,29 0,40 0,29 0,99 0,83

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - K 0,153 0,040 0,262 0,026 0,086 0,029 0,247 0,035 0,098 0,036 0,249 0,027 0,090 0,034

DTonset_TC - NK 0,138 0,043 0,250 0,050 0,099 0,036 0,225 0,073 0,094 0,031 0,248 0,053 0,085 0,036

DToffset_TC - K 0,001 0,003 0,126 0,023 0,000 0,000 0,123 0,024 0,000 0,000 0,130 0,029 0,000 0,000

DToffset_TC - NK 0,001 0,002 0,113 0,035 0,000 0,001 0,106 0,040 0,000 0,000 0,127 0,042 0,000 0,001

DurActiv - K 0,153 0,041 0,136 0,029 0,086 0,029 0,125 0,028 0,098 0,036 0,119 0,036 0,090 0,034

DurActiv - NK 0,138 0,043 0,137 0,031 0,099 0,036 0,119 0,045 0,094 0,031 0,121 0,037 0,085 0,036

DP_Max_TC - K 0,032 0,022 0,204 0,024 0,021 0,020 0,198 0,033 0,019 0,016 0,199 0,026 0,019 0,015

DP_Max_TC - NK 0,038 0,020 0,200 0,047 0,031 0,018 0,184 0,072 0,028 0,020 0,201 0,039 0,020 0,016

P_Max - K 1,54 0,50 0,52 0,36 0,39 0,27 0,65 0,40 1,28 0,67 0,72 0,33 0,67 0,42

P_Max - NK 1,29 0,49 0,35 0,20 0,61 0,60 0,64 0,70 1,11 0,76 0,55 0,30 0,75 0,70

RMS - K 0,97 0,32 0,35 0,21 0,25 0,18 0,45 0,21 0,79 0,44 0,50 0,22 0,41 0,23

RMS - NK 0,88 0,36 0,25 0,15 0,35 0,30 0,52 0,58 0,72 0,55 0,41 0,25 0,49 0,41

RMS_50 - K 0,65 0,37 0,29 0,21 0,22 0,17 0,40 0,22 0,57 0,46 0,45 0,24 0,32 0,17

(16)

Tabela 23: Análise multivariada (MANOVA) do Choku-zuki realizado pelos karatecas (K) e pelos sujeitos não karatecas (NK) da amostra (p<0,005). Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50), (p<0,005).

Grupo

PC PE GD IF DA DM DP

F p< F p< F p< F p< F p< F p< F p< DTonset_TC 0,496 0,484 1,206 0,277 0,468 0,496 1,035 0,313 0,825 0,368 30,670 0,000 0,001 0,976

DToffset_TC 2,007 0,162 6,863 0,011 2,935 0,092 3,859 0,054 0,017 0,896 1,725 0,194 0,958 0,332

DurActiv 1,692 0,198 0,145 0,704 0,018 0,893 0,029 0,865 0,817 0,370 24,489 0,000 0,069 0,794

DP_Max_TC 6,754 0,012 7,687 0,007 1,240 0,270 0,677 0,414 0,754 0,389 5,068 0,028 4,120 0,047

P_Max 4,336 0,041 3,064 0,085 2,039 0,159 0,461 0,500 0,086 0,770 8,883 0,004 0,306 0,582

RMS 0,235 0,630 2,816 0,098 1,044 0,311 1,248 0,268 0,194 0,662 5,112 0,027 0,080 0,779

RMS_50 4,712 0,034 8,104 0,006 0,296 0,588 3,497 0,066 1,278 0,263 3,025 0,087 0,439 0,510

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

F p< F p< F p< F p< F p< F p< F p< DTonset_TC 1,576 0,216 0,077 0,783 2,170 0,147 0,000 0,992 0,874 0,335 0,016 0,900 0,792 0,379

DToffset_TC 0,028 0,867 3,997 0,050 2,766 0,103 5,064 0,028 0,888 0,352 0,130 0,721 1,305 0,260

DurActiv 1,519 0,224 0,155 0,695 2,081 0,156 1,078 0,305 0,888 0,351 0,039 0,845 0,839 0,365

DP_Max_TC 4,401 0,040 0,584 0,448 0,998 0,323 0,773 0,383 4,546 0,031 0,082 0,775 0,134 0,716

P_Max 4,333 0,041 6,033 0,017 2,802 0,100 0,126 0,724 0,284 0,597 4,760 0,033 0,825 0,369

RMS 2,711 0,106 4,392 0,040 1,897 0,174 0,059 0,810 0,041 0,840 0,308 0,582 1,075 0,306

RMS_50 0,000 0,993 0,148 0,702 0,926 0,341 0,083 0,774 0,261 0,612 0,508 0,480 2,477 0,123

A figura 45 mostra graficamente o instante de início das activações musculares tendo como referência o instante do TC, identificando a sequência cronológica média de activação muscular na execução do choku-zuki pelos sujeitos karatecas e não karatecas.

0,000 0,050

0,100 0,150

0,200 0,250

0,300 0,350

DA BB1 PC LS1 PE RP1 DM IF TB DP GD RP2 LS2 BB2

s

K

NK

Figura 45: Cronologia da sequência de activação muscular com base no início das activações nos sujeitos karatecas e não karatecas. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Como é ilustrado pela figura 45 a activação muscular tende a começar entre os 0,294 s + 0,061 s e os 0,263 s + 0,043 s antes do instante do TC, com os sujeitos karatecas a iniciar a actividade muscular mais tarde que os não karatecas. Este comportamento reflecte fundamentalmente a antecipação da activação da porção muscular DM do músculo

(17)

deltóide nos sujeitos não karatecas, o que faz com que existam diferenças significativas quanto ao instante de início de actividade entre os dois grupos neste músculo. Este comportamento dos sujeitos não karatecas poderá sugerir uma maior necessidade de controlo da mobilidade do braço (Tabela 22).

Como se verifica pela sequência de activação, fundamentalmente nos não karatecas, são solicitados inicialmente as porções musculares agonistas dos movimentos de abdução, de flexão e de rotação interna do braço (DA, DM, PC e o PE). Mas nos karatecas encontra-se intercalada com estes o início da actividade dos músculos antagonistas da extensão e agonista da pronação do antebraço no seu primeiro período de actividade (BB1, LS1 e RP1). Assim, registam-se algumas alterações de posicionamento sequencial na activação destes músculos entre os dois grupos, mas não há diferenças significativas quanto ao instante da sua activação entre os grupos.

É entre os 0,173 s + 0,056 s e os 0,111 s + 0,047 s que antecedem o instante do TC que os sujeitos karatecas e não karatecas activam, numa sequência de activação idêntica, os músculos com acção antagonista nos três movimentos em estudo no braço (IF, DP, GD), e o músculo agonista do movimento de extensão do antebraço (TB). Nos últimos 0,100 s que antecedem o instante do TC são activados nos seus segundos períodos de actividade o músculo agonista da pronação e os músculos antagonistas da extensão do antebraço (RP2, LS2, BB2). Como se observa na tabela 23 não existem diferenças significativas quanto ao instante de início de actividade neste grupo de músculos entre karatecas e não karatecas.

(18)

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35

DA BB1 PC LS1 PE RP1 DM IF TB DP GD RP2 LS2 BB2

s

K

NK

Figura 46: Duração da activação muscular relativamente a TC nos sujeitos karatecas e não karatecas. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Como ilustra a figura 46, nos músculos com acção no braço apenas a porção DM tem uma duração da sua actividade significativamente diferente entre os sujeitos karatecas e não karatecas, identificando um menor tempo de actividade nos sujeitos karatecas (Tabelas 22 e 23). Este comportamento da porção DM do músculo deltóide quanto à variável dependente DurActiv está associado com a existência de efeitos significativos do factor Grupo no músculo (Tabela 19).

A duração da actividade muscular no antebraço é semelhante entre os karatecas e não karatecas, sem diferenças significativas, verificando-se que o primeiro período de actividade dos músculos BB, LS e RP, assim como a actividade do músculo TB está compreendido entre os 0,153 s + 0,041 s e os 0,119 s + 0,036 s. Todavia o segundo período de actividade dos músculos BB, LS e RP tem uma duração inferior a 0,100 s. O maior tempo de duração da actividade dos músculos BB, LS e RP no primeiro período de activação associa-se com a sua acção de controlar o conjunto articular do cotovelo mantendo o antebraço estabilizado durante a realização da flexão do braço. Por outro lado a menor duração da actividade dos músculos BB, LS no segundo período de activação prende-se com a sua acção frenadora à extensão do antebraço e a um impulso final no movimento de pronação por parte do músculo RP nesse período.

(19)

0,000 0,025

0,050 0,075

0,100 0,125

0,150 0,175

0,200 0,225 0,250

0,275

DA BB1 PC LS1 PE RP1 DM IF TB DP GD RP2 LS2 BB2

s

K

NK

Figura 47: Instante do pico máximo de activação relativamente a TC nos sujeitos karatecas e não karatecas. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Apesar da semelhança de duração da actividade dos músculos entre os dois grupos, a figura 47 ilustra a tendência para que na generalidade dos músculos de ambos os segmentos o pico de actividade ocorra mais perto do instante do TC nos sujeitos karatecas relativamente aos sujeitos não karatecas na execução do choku-zuki, com excepção do

músculo LS no seu primeiro período de activação. Nas porções musculares PC, PE, DM e DP do braço, e nos músculos TB e segundo período de actividade do músculo RP no segmento antebraço, a tendência para que o pico de actividade ocorra mais perto do instante do TC nos sujeitos karatecas relativamente aos sujeitos não karatecas reflecte a existência de um comportamento significativamente diferente entre os dois grupos (Tabela 23), o que também contribui para a existência de um efeito significativo do factor Grupo sobre o compósito de variáveis dependentes nas porções musculares PC, PE e DM do braço.

Este comportamento tendencial mostra que o sistema de controlo tenderá a desactivar a actividade dos músculos mais cedo nos sujeitos não karatecas relativamente aos karatecas, por outro lado sugere que os karatecas terão uma acção muscular a acelerar os movimentos durante mais tempo e a trava-los mais tarde.

*

*

*

*

(20)

As figuras 48 e 49 mostram graficamente a intensidade da actividade dos músculos durante todo o seu período de actividade (RMS), e nos primeiros 0,050 s de actividade (RMS_50).

0 0,5 1 1,5 2

DA BB1 PC LS1 PE RP1 DM IF TB DP GD RP2 LS2 BB2

R

M

S

K

NK

Figura 48: RMS da activação muscular total nos sujeitos karatecas e não karatecas (RMS 1=100% da CVM). * Com diferenças significativas (p<0,005).

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00

DA BB1 PC LS1 PE RP1 DM IF TB DP GD RP2 LS2 BB2

R

M

S

_

5

0

K

NK

Figura 49: RMS dos primeiros 0,050 s de activação nos sujeitos karatecas e não karatecas (RMS 1=100% da CVM). *

Com diferenças significativas (p<0,005).

*

(21)

Como ilustra a figura 48 a intensidade da actividade muscular de todas as porções do músculo deltóide e no músculo GD tende a ser maior nos sujeitos karatecas que nos sujeitos não karatecas, mas revelando-se esta tendência significativamente diferenciadora entre os dois grupos apenas na porção muscular DM, o que contribui para que o factor Grupo tenha um efeito significativo no comportamento diferenciado da porção DM (Tabelas 23 e 19).

Um comportamento tendencialmente inverso é apresentado pelas porções PC e PE do músculo grande peitoral e pelo músculo IF, onde a sua actividade tende a ser menos intensa nos sujeitos karatecas que nos sujeitos não karatecas, mas sem diferenças significativas (Figura 48; Tabela 23).

Já nos primeiros 0,050 s de actividade das porções musculares PC, PE, DA, DM e do músculo IF com acção motora no braço, onde a intensidade da sua actividade se situa entre 0,66 + 0,59 e os 0,31 + 0,16 do RMS_50, esta tende a ser maior nos sujeitos não karatecas que nos sujeitos karatecas, salientando-se no entanto que apenas existe diferenças significativas no músculo grande peitoral nas suas duas porções (Tabela 23; Figura 49). Esta tendência também se verifica no músculo deltóide porção DP onde este apresenta uma intensidade de actividade inicial superior 0,80 do RMS. Este comportamento que mostra que os sujeitos não karatecas tendem a desenvolver uma intervenção muscular intensa desde os primeiros instantes de início da activação dos músculos com acção no braço, o que poderá relacionar-se com a tendência para que o instante de pico de actividade destes músculos aconteça também mais cedo nestes sujeitos.

No antebraço, apesar de não existir diferenças significativas na intensidade da actividade do músculo TB e no músculo RP, os karatecas têm uma actividade do músculo TB tendencialmente mais intensa que os sujeitos não karatecas. O mesmo tende a acontecer no segundo período de actividade do músculo RP, mas o seu primeiro período de actividade evidencia uma tendência contrária. Por outro lado, nos primeiros 0,050 s de actividade do músculo TB a intensidade tende a ser maior nos sujeitos não karatecas relativamente aos karatecas, o que reflecte uma tendência inicial diferente relativamente ao que acontece em todo o período de actividade do músculo (Figuras 48 e 49).

(22)

período de activação (Tabela 23), o que contribui para o efeito significativo do factor Grupo sobre comportamento do músculo BB1. Todavia, no segundo período de actividade inverte-se esta tendência (Figura 48). Por outro lado, nos primeiros 0,050 s de actividade, os músculos bicípite braquial e longo supinador são menos intensos, no entanto as tendências comportamentais referidas são semelhantes ao que acontece para toda a duração dos seus períodos de actividade entre os sujeitos karatecas e não karatecas, sem se registar diferenças significativas (Figura 49; Tabelas 22 e 23).

3.3. Género

As tabelas 24 e 25 apresentam os resultados médios e desvio padrão referentes ao compósito das variáveis dependentes electromiográficas dos grupos de sujeitos Masculinos (M) e Femininos (F), e a análise de variância multivariada das mesmas variáveis dependentes entre os dois grupos na execução do choku-zuki.

Tabela 24: RMS dos primeiros 0,050 s de activação nos sujeitos karatecas e não karatecas Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50). Tempo = segundo, RMS = 1.

PC PE GD IF DA DM DP

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - M 0,263 0,041 0,245 0,027 0,128 0,049 0,171 0,039 0,268 0,040 0,258 0,053 0,131 0,046

DTonset_TC - F 0,256 0,029 0,255 0,030 0,102 0,048 0,170 0,056 0,266 0,044 0,265 0,073 0,144 0,068

DToffset_TC - M 0,005 0,000 0,001 0,003 0,005 0,016 0,001 0,002 0,005 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001

DToffset_TC - F 0,007 0,022 0,010 0,026 0,013 0,025 0,008 0,027 0,001 0,003 0,003 0,013 0,005 0,023

DurActiv - M 0,263 0,041 0,244 0,027 0,123 0,049 0,170 0,039 0,268 0,040 0,258 0,053 0,130 0,046

DurActiv - F 0,249 0,032 0,245 0,038 0,088 0,044 0,161 0,060 0,266 0,044 0,262 0,074 0,138 0,067

DP_Max_TC - M 0,101 0,030 0,105 0,036 0,037 0,023 0,045 0,032 0,090 0,036 0,056 0,028 0,029 0,020

DP_Max_TC - F 0,091 0,036 0,105 0,032 0,030 0,017 0,043 0,028 0,083 0,033 0,044 0,027 0,033 0,021

P_Max - M 1,73 0,90 1,78 0,77 0,99 0,57 1,10 0,28 1,52 1,13 1,23 0,46 1,84 1,13

P_Max - F 1,60 1,04 1,83 1,10 0,69 0,41 1,16 0,36 1,43 0,59 1,33 0,50 2,17 0,92

RMS - M 1,18 0,82 0,95 0,44 0,62 0,40 0,70 0,19 0,82 0,57 0,73 0,31 1,18 0,79

RMS - F 0,86 0,57 0,99 0,61 0,50 0,26 0,78 0,26 0,85 0,39 0,79 0,29 1,40 0,61

RMS_50 - M 0,40 0,29 0,43 0,34 0,52 0,44 0,48 0,15 0,22 0,25 0,30 0,20 0,88 0,81

RMS_50 - F 0,56 0,45 0,61 0,55 0,47 0,24 0,62 0,33 0,37 0,22 0,41 0,27 0,98 0,63

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad Med DvPad DTonset_TC - M 0,142 0,029 0,241 0,043 0,087 0,033 0,235 0,057 0,092 0,031 0,233 0,045 0,080 0,031

DTonset_TC - F 0,149 0,053 0,271 0,032 0,098 0,029 0,235 0,062 0,100 0,036 0,265 0,030 0,096 0,038

DToffset_TC - M 0,001 0,002 0,113 0,031 0,000 0,001 0,110 0,030 0,000 0,000 0,123 0,032 0,000 0,001

DToffset_TC - F 0,001 0,003 0,126 0,028 0,000 0,000 0,118 0,038 0,000 0,000 0,135 0,039 0,000 0,000

DurActiv - M 0,142 0,029 0,128 0,030 0,086 0,033 0,125 0,041 0,092 0,031 0,110 0,036 0,080 0,031

DurActiv - F 0,149 0,053 0,145 0,027 0,098 0,029 0,119 0,035 0,100 0,036 0,130 0,033 0,095 0,038

DP_Max_TC - M 0,042 0,023 0,189 0,041 0,028 0,020 0,185 0,051 0,024 0,019 0,188 0,036 0,017 0,017

DP_Max_TC - F 0,028 0,017 0,213 0,030 0,024 0,019 0,197 0,059 0,023 0,018 0,210 0,027 0,022 0,015

P_Max - M 1,37 0,47 0,45 0,38 0,63 0,61 0,57 0,37 1,03 0,51 0,64 0,38 0,74 0,64

P_Max - F 1,47 0,55 0,42 0,20 0,37 0,24 0,73 0,71 1,36 0,86 0,63 0,27 0,68 0,52

RMS - M 0,90 0,29 0,31 0,24 0,37 0,31 0,41 0,18 0,66 0,35 0,46 0,26 0,47 0,35

RMS - F 0,95 0,40 0,29 0,14 0,24 0,15 0,57 0,59 0,85 0,61 0,45 0,21 0,43 0,32

RMS_50 - M 0,66 0,30 0,28 0,24 0,27 0,22 0,35 0,19 0,48 0,27 0,42 0,27 0,38 0,30

(23)

Tabela 25: Análise multivariada (MANOVA) do choku-zuki realizado pelos sujeitos masculinos (M) e femininos (F) da amostra (p<0,005). Instante de início da activação muscular (DTonset_TC), fim da activação muscular (DToffset_TC), tempo de duração da actividade muscular (DurActiv), instante do pico máximo da actividade muscular (DP_Max_TC), intensidade do pico máximo de actividade muscular (P_Max), root mean square da actividade muscular (RMS), root mean square dos primeiros 0,050 s de actividade muscular (RMS_50), (p<0,005).

Género

PC PE GD IF DA DM DP

F p< F p< F p< F p< F p< F p< F p< DTonset_TC 0,941 0,336 3,373 0,071 5,609 0,021 0,006 0,939 0,037 0,849 0,004 0,950 1,286 0,261

DToffset_TC 3,868 0,053 6,337 0,014 3,153 0,081 2,964 0,090 1,386 0,244 1,725 0,194 1,212 0,275

DurActiv 2,865 0,096 0,091 0,764 10,520 0,002 0,392 0,534 0,018 0,893 0,099 0,755 0,605 0,440

DP_Max_TC 0,911 0,344 0,004 0,950 2,563 0,115 0,058 0,811 0,622 0,433 5,483 0,023 0,203 0,654

P_Max 0,524 0,472 0,118 0,732 6,579 0,013 0,870 0,355 0,111 0,740 0,544 0,464 1,631 0,207

RMS 3,960 0,051 0,171 0,681 2,114 0,151 1,885 0,175 0,108 0,744 0,534 0,468 1,498 0,226

RMS_50 3,347 0,072 2,717 0,105 0,352 0,555 5,686 0,020 7,708 0,007 3,253 0,076 0,113 0,738

TB BB1 BB2 RP1 RP2 LS1 LS2

F p< F p< F p< F p< F p< F p< F p< DTonset_TC 0,947 0,336 10,635 0,002 2,854 0,098 0,115 0,736 3,686 0,062 4,385 0,042 2,407 0,128

DToffset_TC 0,028 0,867 4,035 0,049 0,307 0,582 2,218 0,144 0,888 0,352 0,936 0,339 0,200 0,657

DurActiv 0,908 0,345 5,562 0,022 2,863 0,097 2,689 0,109 3,668 0,063 5,504 0,022 2,460 0,124

DP_Max_TC 9,171 0,004 6,676 0,013 0,738 0,394 0,669 0,417 0,041 0,840 6,967 0,011 0,701 0,407

P_Max 0,017 0,898 0,260 0,612 3,988 0,051 0,148 0,702 1,701 0,199 0,063 0,803 1,072 0,307

RMS 0,046 0,830 0,036 0,850 3,195 0,080 0,471 0,496 1,434 0,238 0,028 0,868 1,117 0,297

RMS_50 0,004 0,949 0,485 0,489 2,173 0,147 1,213 0,277 1,214 0,277 0,174 0,679 2,036 0,161

A figura 50 mostra graficamente o instante de início das activações musculares tendo como referência o instante do TC, identificando a sequência cronológica média da activação muscular na execução do choku-zuki pelos sujeitos masculinos e femininos.

0,000 0,050

0,100 0,150

0,200 0,250

0,300 0,350

DA PC DM PE BB1 RP1 LS1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

s M

F

Figura 50: Cronologia da sequência de activação muscular com base no início das activações na execução do choku-zuki pelos sujeitos masculinos e femininos. * Com diferenças significativas (p<0,005).

Como é ilustrado pela figura 50 a actividade mioeléctrica nos sujeitos femininos e sujeitos masculinos que tende a iniciar-se entre os 0,271 s + 0,032 s e os 0,268 s + 0,040 s

*

(24)

que antecedem o instante do TC, não apresenta diferenças significativas quanto ao instante do início da activação na generalidade dos músculos. São os músculos com acção agonista dos movimentos de flexão e de abdução do braço os primeiros a ser activados, fundamentalmente nos sujeitos masculinos, seguidos então pelo primeiro período de actividade dos músculos com acção motora no antebraço. Todavia, nos sujeitos femininos verifica-se que as porções musculares DM e PE, e no primeiro período de activação dos músculos BB e LS estes tendem a ser activados mais cedo que nos sujeitos masculinos o que altera o seu posicionamento sequencial, o que parece reflectir um antecipar temporal da estabilização do braço e cotovelo relativamente à acção dos músculos que promovem a flexão do braço. Contudo, apenas existe diferenças significativas entre os géneros quanto à variável dependente DTonset_TC no primeiro período de activação dos músculos BB e LS, apesar de a variável independente Género ter um efeito significativo no comportamento de outros músculos em estudo, mas sem produzir efeitos significativos nesta variável dependente (Tabelas 24 e 25).

No intervalo temporal situado entre a activação do músculo IF e o músculo GD (0,171 s + 0,039 s e os 0,102 s + 0,048 s) a sequência de activação entre géneros é semelhante sem que existe diferenças significativas quanto ao instante de início da actividade dos músculos IF, TB e porção DP do músculo deltóide. Mas, sem afectar o seu posicionamento sequencial, o músculo GD é activado significativamente mais cedo pelos sujeitos masculinos que pelos femininos (Tabela 25).

Como se encontra ilustrado na figura 50, entre os 0,100 s + 0,036 s e os 0,080 s + 0,031 s que antecedem o instante do TC são activados os músculos RP, BB e LS no segundo período de activação numa sequência semelhante entre os géneros. Apesar do instante de activação destes músculos neste período não apresentar diferenças significativas entre os géneros, verifica-se que os sujeitos masculinos tendem a activar este grupo de músculos mais perto do instante do TC que os sujeitos femininos. Esta tendência repete o que foi referido relativamente ao primeiro período de activação nos músculos BB e LS, o que sugere que os sujeitos femininos necessitam de uma antecipação temporal da intervenção destes músculos para o controlo da mobilidade do conjunto articular do cotovelo.

(25)

no braço, fundamentalmente os agonistas da sua flexão (DA, PC; Figura 50). Esta tendência poderá relacionar-se com a existência de efeitos significativos do Género sobre o comportamento destes músculos (Tabela 19).

As figuras 51 e 52 identificam os tempos de duração da actividade de cada músculo e os instantes em que acontecem os seus picos máximos de activação nos sujeitos masculinos e femininos durante a execução do choku-zuki.

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350

DA PC DM PE BB1 RP1 LS1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

s

M

F

Figura 51: Duração da activação muscular relativamente a TC na execução do choku-zuki pelos sujeitos masculinos e femininos. * Com diferenças significativas (p<0,005).

0,000 0,025 0,050 0,075 0,100 0,125 0,150 0,175 0,200 0,225 0,250 0,275

DA PC DM PE BB1 RP1 LS1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

s

M

F

Figura 52: Instante em que acontece o pico máximo de activação, relativamente a TC na execução do choku-zuki pelos

* *

* *

*

*

(26)

Como ilustrada a figura 51, no conjunto de músculos do braço não se identifica uma clara tendência diferenciadora entre os sujeitos masculinos e femininos quanto à duração da actividade muscular. Contudo o facto do músculo GD ser activado mais tarde nos sujeitos femininos que nos masculinos leva a que este esteja significativamente menos tempo em actividade nos sujeitos femininos (Tabela 25), o que contribui para que o factor Género tenha um efeito significativo na sua actividade.

Por outro lado, como ilustra a figura 52, identifica-se a tendência para que os músculos com acção sobre o segmento braço tenham o seu pico de actividade a acontecer num instante mais perto do instante do TC nos sujeitos femininos do que nos sujeitos masculinos, com excepção das porções musculares PE e DP (Tabela 24). Esta tendência poderá reflectir a existência de uma redução da intensidade de activação destes músculos a acontecer mais cedo nos sujeitos masculinos.

Relativamente à actividade muscular no antebraço, a duração da actividade dos músculos com acção nos movimentos de extensão e pronação (BB, LS, RP, TB), existe uma tendência para que estes estejam em actividade durante mais tempo nos sujeitos femininos, com excepção do músculo RP no primeiro período de activação. Esta tendência é evidenciada pelo comportamento dos músculos BB e LS no primeiro período de activação onde a duração da sua actividade é significativamente diferente entre os sujeitos femininos e masculinos (Tabelas 24 e 25).

(27)

As figuras 53 e 54 mostram graficamente a intensidade da actividade do músculo durante todo o seu período de actividade (RMS) e nos primeiros 0,050 s de actividade (RMS_50).

0 0,5 1 1,5 2

DA PC DM PE BB1 RP1 LS1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

R

M

S

M

F

Figura 53: RMS da activação muscular total na execução do choku-zuki pelos sujeitos masculinos e femininos (RMS 1=100% da CVM). * Com diferenças significativas (p<0,005).

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8

DA PC DM PE BB1 RP1 LS1 IF TB DP GD RP2 BB2 LS2

R

M

S

_

5

0

M

F

Figura 54: RMS dos primeiros 0,050 s de activação na execução do choku-zuki pelos sujeitos masculinos e femininos (RMS 1=100% da CVM). * Com diferenças significativas (p<0,005).

Relativamente à intensidade da actividade muscular, como mostram as tabela 24 e 25

*

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entre os dois géneros a intervenção muscular no braço tende a ser de maior intensidade nos sujeitos femininos que nos sujeitos masculinos, com excepção do músculo grande peitoral porção PC e do músculo GD. A intensidade desta actividade tende a ser superior a 0,50 + 0,26 do RMS verificado no músculo GD dos sujeitos femininos. No entanto, destaca-se a intensidade da actividade do músculo deltóide na sua porção DP que é superior que 1 do RMS nos dois géneros.

Relativamente ao RMS_0,050, como é ilustrado pela figura 54, a intensidade inicial da actividade dos referidos músculos do braço tende a ter um comportamento semelhante ao que acontece para todo o seu tempo de actividade, com os sujeitos femininos a desenvolver uma maior intensidade que os sujeitos masculinos, fundamentalmente nos músculos IF e porção DA do músculo deltóide, onde existem diferenças significativas entre os géneros (Tabela 25). Por outro lado, verifica-se que a intensidade da actividade inicial destes músculos tende a ser inferior a 0,60 do RMS, salvo na porção muscular DP onde esta se aproxima do 1 do RMS (Tabela 24). Este comportamento relativo à intensidade da actividade destes músculos indicia a necessidade de maior intensidade de actividade nos sujeitos femininos no seu envolvimento de mobilização do braço na execução do choku-zuki.

Os músculos responsáveis pelas acções de extensão e pronação do antebraço tendem para uma maior intensidade na sua actividade nos sujeitos femininos relativamente aos sujeitos masculinos, com a intensidade da sua actividade a situar-se entre os 0,95 + 0,40 e os 0,41 + 0,18 do RMS. Os músculos com acção antagonista aos referidos movimentos tendem para um comportamento inverso, ou seja, uma menor intensidade na sua actividade nos sujeitos femininos relativamente aos masculinos, situando-se esta entre os 0,47 + 0,35 e os 0,24 + 0,15 do RMS. No entanto não existem diferenças significativas entre os géneros quanto ao RMS nestes músculos. Estas tendências poderão dever-se à tendência de maior duração da actividade destes músculos nos sujeitos femininos.

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4. Interacção das variáveis independentes relativamente às variáveis dependentes

Como é ilustrado na tabela 19 (ponto 3.), na actividade mioeléctrica dos músculos em

estudo existem efeitos significativos de interacção entre Condição*Grupo*Género, Género*Condição e Género*Grupo. Este resultado revela que o comportamento mioeléctrico identificado no compósito de variáveis dependentes relativamente a cada uma das variáveis independentes é influenciado pela relação estabelecida entre as variáveis independentes. Como as tabelas que se seguem mostram, os efeitos significativos de interacção não são generalizados a toda a actividade muscular e a todas as variáveis dependentes analisadas.

Relativamente aos efeitos de interacção entre as variáveis independentes Grupo*Condição verifica-se que não existe uma interacção significativa, o que indica que as variáveis não interferem entre si modificando o comportamento mioeléctrico dos músculos estudados durante a realização do choku-zuki.

Nos pontos que se seguem são apresentadas as tabelas e os resultados relacionados com os efeitos significativos de interacção nas variáveis independentes Condição*Grupo*Género, Género*Condição e Género*Grupo sobre o compósito de variáveis dependentes.

4.1.Efeitos deinteracção Condição*Grupo*Género

Como é mostrado na tabela 19 na generalidade dos músculos em estudo não há efeitos de interacção da Condição*Grupo*Género na execução do choku-zuki o que

reflecte que o comportamento de cada uma das variáveis independentes não está dependente da acção conjugada das outras duas quanto ao conjunto das variáveis dependentes em análise. No entanto a tabela 19 identifica a existência de efeitos significativos de interacção das variáveis independentes sobre o compósito de variáveis dependentes relativos ao músculo LS no segundo período de activação, mas a tabela 26, apresentada de seguida, não revela a existência de diferenças significativas em nenhuma das variáveis dependentes no músculo LS no segundo período de activação por efeito desta interacção. Assim, esta interacção verificada no músculo LS2 apenas reflecte a possibilidade do seu comportamento mioeléctrico poder ser tendencialmente diferente por

Imagem

Figura 38: Cronologia da sequência de activação muscular com base no início das activações na condição de execução do  choku-zuki CI considerando a totalidade da amostra
Figura  39:  Instante  em  que  acontece  o  pico  máximo  de  activação  relativamente  ao  instante  do  TC  na  condição  de  execução do choku-zuki CI em toda a amostra.
Tabela 19: Análise multivariada (MANOVA) da interacção entre as variáveis independentes relativamente ao compósito  de variáveis dependentes no comportamento mioeléctrico dos músculos em estudo (p&lt;0,005)
Tabela  20: Valores  médios  e  desvio  padrão  do  compósito  de  variáveis  do  EMG  nas  execuções  do choku-zuki  CI  e SI  pelos  sujeitos  da  amostra
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Referências

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